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Ensaio - O estado na primeira e na segunda modernidade

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Universidade de Pernambuco
Maria Luiza Silva do Espirito Santo
O ESTADO NA PRIMEIRA E NA SEGUNDA MODERNIDADE
Recife
2014
O Estado tem como significado “conjunto das instituições (governo, forças armadas, funcionalismo público etc.) que controlam e administram uma nação"; "país soberano, com estrutura própria e politicamente organizado", de acordo com o dicionário Houaiss de língua portuguesa. Um estudo acerca do Estado voltado para a primeira e a segunda modernidade é bastante pertinente para uma compreensão mais profunda de seus fundamentos e características. 
A modernidade está comumente relacionada a Revolução Industrial e ao surgimento do capitalismo. A partir deste período se inicia uma série de transformações sociais, devido às novas tecnologias e às novas correntes de pensamento. No âmbito do Estado, vemos que certas ideologias são predominantes, e que elas caracterizam e moldam as diversas sociedades. 
Com o advento da revolução industrial, temos o surgimento da ideologia socialista, fundamentada principalmente por Karl Marx. O socialismo busca superar o capitalismo, construir um sistema social alternativo. Nele encontra-se também uma busca pela abolição das classes sociais, uma vez que estas provocam desigualdades e marginalizações. 
Na própria ideologia socialista temos o comunismo, que é tido como um estágio final do processo, sendo o socialismo apenas uma fase de transição entre o capitalismo e o comunismo. Neste caso seria abolido também o Estado, uma vez que este é um instrumento de luta de classes, pois não havendo mais classes sociais este não seria mais necessário.
 Para que o comunismo seja alcançado, Marx afirma ser necessária a ditadura do proletariado. Este argumento costuma ser bastante criticado e questionado, por conta de seu caráter um tanto autoritário. Entretanto, esse período é tido como necessário para Marx, para que assim se chegue à democracia proletária. 
Esta ideologia chegou a ser posta em prática em alguns países, mas nunca exatamente como o modelo marxista. No século XX, diversos movimentos revolucionários aconteceram, como a revolução russa, a chinesa e a cubana. Entretanto tem-se diversos questionamentos acerca dessas revoluções serem realmente socialistas. Muitos afirmam que o socialismo visto nelas é algo real, realmente existente, uma vez que para muitos o modelo marxista é de certa forma inalcançável. Outros dizem que elas negam a proposta de Marx, ou até mesmo que o fato de não ter tido tanto sucesso mostra que as revoluções socialistas são indesejáveis, e que esta ideologia é inviável. 
Outra importante ideologia da primeira modernidade é o Liberalismo. Essa ideologia é bastante difícil de ser definida, uma vez que apresenta diversas vertentes. No geral, pode-se afirmar que o liberalismo defende a ideia de um “Estado mínimo”, onde a interferência na vida pessoal e econômica das pessoas deve ser a menor possível. Esta ideologia costuma ser dividida entre a versão política e econômica. 
No liberalismo político temos como figura importante John Locke, considerado o seu fundador. Ele considera que quanto menor a interferência do Estado na vida das pessoas, maior a sua liberdade. O Estado deve servir apenas para proteger e garantir a liberdade dos indivíduos. 
No liberalismo econômico destaca-se Adam Smith, que em sua obra A riqueza das nações escreveu os princípios dessa vertente liberal. Ele segue a mesma linha do liberalismo político, porém colocando a intervenção mínima do Estado voltada para a economia. O liberalismo econômico também prega que o Estado tem uma função legitima no fornecimento de bens públicos, e que o mercado deve agir sem restrições. 
Além do socialismo e do liberalismo, temos também a social-democracia, que defende um “capitalismo humanizado”. Com caráter reformista, defende que o capitalismo pode ser humanizado pela ação consciente das forças políticas. É comum vê-se também a social-democracia como uma estratégia de transição entre o capitalismo e o socialismo/comunismo, e tem como método a participação dos partidos proletários nas eleições. 
Essas ideologias, quanto a seus conceitos políticos, costumam ser ainda classificadas entre direita, centro e esquerda. O liberalismo, juntamente ao conservadorismo costuma ser classificado como uma ideologia de direita, buscando o Estado mínimo e o capitalismo de livre mercado. A social democracia é considerada de centro, buscando o Estado de Bem-Estar Social e um capitalismo regulado pelo Estado, mas não completamente dependente. E por último temos o Socialismo/Comunismo como ideologia de esquerda, que busca um Estado planejador e a substituição do capitalismo pelo comunismo. 
Apesar de esta classificação ser útil para uma melhor compreensão dessas ideologias, ela é um pouco restritiva. Devido a isso, dentro delas costumam haver subdivisões, como a centro-esquerda e centro-direita, e a extrema-direita e extrema-esquerda. Essas subdivisões mostram que a classificação das ideologias não pode ser tão simples assim, e também abre mais espaço para que as pessoas se identifiquem com as posições.
Após esta discussão acerca das principais ideologias da primeira modernidade, partimos para a segunda modernidade. O início dessa segunda fase da modernidade costuma ser dado a partir do ponto em que houve uma “crise das ideologias”, entre as décadas de 60 e 70. Essa crise teria se dado devido a irrelevância das discussões que giravam em torno apenas de conceitos como direita x esquerda. Entretanto, afirmar que essas ideologias não existem mais é um equívoco, uma vez que somos seres ideológicos. Mas o enfraquecimento das ideologias vigentes nesse período fez com que surgissem novos movimentos, que fomentaram o início da segunda modernidade. 
Apesar de os movimentos sociais marcarem a segunda modernidade, eles não surgiram apenas nesse período. Movimentos como o operário já tinham um caráter semelhante desde o século XIX. Entretanto, é no século XX que os movimentos sociais começam a ganhar forças, e estudos acerca deles se iniciam.
As transformações sociais que ocorreram na primeira modernidade incitaram o surgimento de novas correntes de pensamento, que ao se propagarem mudaram a forma de pensar de trabalhadores, estudantes, donas de casa e outros, das classes altas às mais baixas. Essa nova forma de pensar possibilita o descobrimento de que as classes têm a capacidade de lutar pelas transformações que acham necessárias, e então iniciam-se movimentos.
No Brasil os movimentos sociais tiveram seu auge no período pós-ditadura, uma vez que buscava-se um novo rumo para a democracia do país. Durante a própria ditadura alguns movimentos como o de guerrilha já agiam, mas foi após ela que surgiu mais liberdade para movimentos populares, sindicais, de gênero, entre outros. 
Após a década de noventa surgiram ainda outros movimentos como as ONGs, muitas vezes sustentadas pela igreja ou por grupos de educação não-formal, e o MST, Movimento sem Terra, que visa a ocupação de áreas “improdutivas. Como cada movimento possui motivações diferentes é difícil determinar suas ideologias, o que de certa forma confirma as teorias de seu enfraquecimento. Muitas vezes dentro do próprio movimento encontram-se pessoas com ideologias diferentes, como no MST, onde alguns são impulsionados pelo fato de realmente não ter onde viver e buscam espaço nesses grupos, outros juntam-se ao movimento por interessarem-se pela causa etc. 
Outro movimento importantíssimo nesta segunda modernidade é o estudantil, que assim como o guerrilheiro já existia desde o regime militar. O movimento surgiu com caráter denunciativo, devido às injustiças e censuras que ocorriam no meio educacional da época, mas até hoje tem grande força entre as universidades buscando melhorias e avanços e procurando mostrar a voz dos estudantes.
Com o passar dos anos, junto com o desenvolvimento da tecnologia e da internet, surgiram também grupos internacionais. As ONGs, por exemplo, muitas vezes se instalam em diversos países, e contam com doações de várioslugares. Com a internet tornou-se mais fácil o contato das pessoas com os diversos tipos de movimentos que instalam-se tanto no Brasil quanto mundo afora. 
Um exemplo da força que os meios de comunicação e a internet tem nos movimentos sociais foi a onda de protestos ocorridos no ano de 2013 aqui no Brasil. A maioria deles eram marcados pela internet nas redes sociais, e nelas as pessoas também tinham a possibilidade de discutir seus objetivos. Além disso, quando a mídia não noticiava a verdade em relação aos protestos, vídeos e publicações relatadas pelos manifestantes eram colocados na rede, onde todos tinham acesso livre.
Apesar de atualmente os movimentos sociais já estarem bastante difundidos, muitas pessoas ainda têm preconceitos e não os aceitam. A mídia também é participante disto, uma vez que nem sempre noticia os atos realizados pelos grupos da maneira como realmente foram. Nos protestos de 2013 por exemplo, os manifestantes foram muitas vezes chamados de vândalos e baderneiros. 
Vivemos num Estado democrático, e por isto é importante que nossa liberdade de expressão seja garantida, seja nos movimentos sociais ou em nossas ideologias.

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