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8. Inflação (Viviane Vecchi)

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inflação
Contabilidade Nacional
introdução
Inflação (definição): um processo de aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços de uma economia. 
introdução
Excluem-se desta definição elevações pontuais de preços de determinados produtos em um dado mercado. 
O processo inflacionário requer a elevação contínua do nível geral de preços (P) durante um período de tempo razoável (não esporádico). 
A inflação causa uma depreciação no valor real da moeda.
Como medir a inflação?
O índice de preços é um indicador da variação média de um conjunto de preços em um período-base (inicial) e outro (final). 
O período-base costuma ter índice de preços igual a 100. Essa na verdade é uma convenção, poderia ser igual a 1. 
O valor do índice no outro período permitirá obter a redução ou aumento médio no nível de preços nesse intervalo de tempo.
Como medir a inflação?
Aumento de preços em entre janeiro e fevereiro, ou seja, a taxa de inflação do período, é dada por:
π= [(índice de preçosfev – índice de preçosjan)/ índice de preçosjan] * 100
Em que 𝜋 representa a inflação.
Como medir a inflação?
Não há uma única taxa de inflação, pois pode-se medir índices de preços de diversas maneiras (diferentes metodologias). 
A inflação e o conflito redistributivo 
O processo inflacionário provoca significativas distorções na estrutura produtiva:
Efeitos sobre a distribuição de renda;
Efeitos sobre o Balanço de pagamentos; 
Efeitos sobre o Mercado de capitais;
Efeitos sobre as expectativas, sobre o investimento e sobre o mercado de crédito.
Efeitos sobre a distribuição de renda 
A classe de assalariados é, sem dúvida, a que mais perde com a elevação das taxas de inflação, principalmente trabalhadores de baixa renda. 
Efeitos sobre a distribuição de renda 
Os contratos de trabalho, na maioria das vezes, preveem aumentos somente em uma data base fixa = salário nominal fixo (w)
Durante períodos de inflação alta, há significativa perda de renda real dos trabalhadores = salário real decrescente com o nível de preços (w/p)
Os trabalhadores mais pobres, são ainda mais prejudicados pelo processo inflacionário, não dispõem dos instrumentos financeiros desenhados para corrigir as perdas de poder aquisitivo (Ex: over night, conta corrente, poupança, ...). 
Efeitos sobre a distribuição de renda 
Proprietários de imóveis sofrem perdas devido ao reajuste do aluguel ao fim de cada período contratual (valor do aluguél fixado em contrato por um determinado período de tempo)
Por outro lado, o preço dos imóveis geralmente acompanha o nível geral de preços. 
Efeitos sobre a distribuição de renda 
Empresários têm mais condições (menos custo) de repassar qualquer aumento no nível geral de preços para os preços de seus produtos de modo a manter o poder aquisitivo. 
O governo, que é quem tem o monopólio da emissão da moeda, também ganha com o processo inflacionário: imposto inflacionário
Efeitos sobre a distribuição de renda 
Quem ganha com o processo inflacionário de longo prazo?
Podemos concluir que no processo inflacionário de uma economia, há distribuição de renda dos assalariados para os empresários e para o governo em detrimento dos trabalhadores.
Efeitos sobre o Balanço de Pagamentos 
A inflação, quando não acompanhada de ajustes no câmbio (caso este seja fixo) tende a tornar a moeda nacional mais cara, consequentemente, as importações mais baratas e exportações mais caras
Com isso, deverá haver aumento nas importações frente às exportações, deteriorando o saldo da balança comercial. 
Isso acentua o déficit cambial, ou seja, mais dólares saem do país do que entra
Essa análise vale não só para a Balança Comercial, mas também para as outras contas do BP.
Dar o exemplo do Big Mac ao longo de um processo inflacionário
13
Efeitos sobre o Balanço de Pagamentos 
Para combater essa deterioração da balança comercial, o Governo pode promover desvalorizações cambiais, depreciando a moeda nacional e incentivando as exportações (pois os produtos ficam mais baratos) e desincentivando importações. 
Efeitos sobre o Balanço de Pagamentos 
Com essa desvalorização, produtos importados essenciais como derivados de petróleo, fertilizantes e bens de capital ficam mais caros. 
Como a demanda por esses bens é inelástica, o aumento de preços é repassado para preços finais de bens que utilizam tais produtos como insumos, provocando aumento generalizado no nível de preços e inflação. Formando um círculo vicioso. 
Efeitos sobre os mercados de capitais 
Em um cenário inflacionário, os recursos migram de aplicações financeiras para bens como terras e imóveis, cujos valores tendem a acompanhar o nível de preços. 
Efeitos sobre os mercados de capitais 
No Brasil, a criação de instrumentos financeiros com correção monetária minimizou essa migração. 
No entanto, em épocas de aceleração inflacionária, houve redirecionamento de investimentos do setor produtivo para tais produtos (que muitas vezes forneciam grande rendimento real).
Efeitos sobre as expectativas
A inflação afeta as expectativas dos empresários em relação ao futuro e aos seus lucros, desincentivando a realização de investimentos produtivos. 
Os investidores tendem a procurarem uma forma mais segura de investirem seus recursos.
Efeitos sobre as expectativas
O mercado de crédito é prejudicado:
Em um primeiro momento, o devedor pode até ter um ganho com a inflação corroendo o saldo devedor. 
Mas em um segundo momento, os credores aumentam as taxas de juros cobradas para níveis exorbitantes a fim de se protegerem, diminuindo a demanda por crédito. 
Efeitos sobre as expectativas
Podemos observar efeitos nocivos sobre investimento e consumo, e portanto, sobre o PIB. 
Conclusão, no longo prazo, todos perdem com a Inflação: há redução de salários reais, consumo, lucros dos empresários, deteriração do nível de investimento. O crescimento da economia, medido pelo PIB, é prejudicado.
Causas da Inflação 
Inflação de Demanda 
Inflação de Custos 
Inflação de Demanda 
É a causa mais “clássica” da inflação. 
Refere-se ao excesso de demanda agregada em relação a produção potencial de bens e serviços. 
Inflação de Demanda 
Exemplo: uma inflação de demanda ocorre se a demanda por um determinado insumo for maior do que a produção potencial deste insumo. O preço deste insumo aumentará, afetando os preços de todos os bens que o utilizam no processo produtivo. 
Inflação de Demanda 
Se a oferta agregada não for capaz de se ajustar rapidamente ao excesso de demanda, o mercado se equilibrará via preços. 
Quanto mais a economia se aproximar do pleno emprego, maior é a probabilidade de se verificar inflação de demanda. 
Explicar em gráfico: oferta e demanda agregada
24
Inflação de Demanda 
As políticas usadas para combater esse tipo de inflação buscam reduzir a demanda agregada (DA) por bens e serviços. 
25
Inflação de Demanda 
O Governo pode, por exemplo: 
Reduzir seus gastos (G), diminuindo assim a DA
Aumentar a taxa de juros, reduzindo o crédito, o consumo (C) e o Investimento (I), e portanto, a DA. 
Pode aumentar tributos (T) sobre bens de consumo e de capital, reduzindo a renda disponível para consumo e investimento e reduzindo a DA. 
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Monetaristas x Fiscalistas: remédios para controlar a inflação de demanda 
Em economia, há duas diferentes importantes correntes de pensamento que enunciam maneiras de combater a inflação de demanda, são elas:
Monetaristas (Friedman)
Fiscalistas (Keynes)
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Monetaristas x fiscalistas
Monetaristas:
Recomendam que a oferta de moeda seja controlada constantemente para combater a inflação.
De acordo com essa corrente de pensamento, para restringir a oferta de moeda a ferramenta mais eficaz é o aumento da taxa de juros pelo Banco Central.
28
Monetaristasx fiscalistas
Fiscalistas:
Recomendam atuação do Governo na área fiscal, reduzindo o gasto (G), aumentando os impostos (T). 
Essas medidas reduzem a Demanda Agregada no curto prazo. 
29
Monetaristas x fiscalistas
Esse debate se resume a qual política é mais eficaz para combater a inflação: a política fiscal ou a política monetária. 
De resto, as duas correntes se baseiam em um regime de mercado e se preocupam com variáveis macroeconômicas como emprego, produto, inflação e com os mecanismos tradicionais de política econômica. Não há preocupação com questões de distribuição de renda e riqueza. 
30
Inflação de custos 
Inflação de oferta. 
O nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos dos insumos aumentam e são repassados aos preços. 
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Inflação de custos 
Aumentos salariais são uma razão frequente para a inflação de custos. Se esse aumento for acompanhado de aumento de produtividade não haverá inflação (pois o custo médio permanece o mesmo), caso contrário, haverá. 
Sindicatos com poder de barganha podem ser fontes de inflação.
Firmas com poder de monopólio também podem ser fontes de inflação. 
Lembre-se, a competição é uma fonte de controle da inflação! 
32
Inflação de custos 
Uma fonte de inflação de custos são os chamados “choques de oferta”. 
Esse termo se tornou conhecido com a primeira crise do petróleo de 1973, que elevou significativamente os preços de insumos básicos como energia. 
33
Inflação Inercial 
É um tipo de inflação de custos, provocada por mecanismos de indexação automáticos que permitem repassar facilmente aos preços e salários quaisquer perdas de poder aquisitivo
Representa uma “oficialização” do conflito redistributivo. 
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Inflação de Demanda x infação de custos
Quando há excesso de demanda:
Os preços aumentam para equilibrar o mercado
Em um primeiro momento, os empresários tentarão aumentar a produção para aproveitarem os altos lucros. 
Em um segundo momento, dado que a economia já se encontra em pleno emprego(utilização de toda sua capacidade instalada), não haverá oferta de trabalho adicional, o que elevará os salários e anulará os ganhos dos empresários. 
Assim, todo aumento de demanda será traduzido em aumento generalizado de preços. 
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Inflação de Demanda x infação de custos
Na inflação de custos, as forças que elevam os custos (salários, insumos, etc) são autônomas, isto é, monopólios, oligopólios, choques de oferta, sindicatos, etc). 
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Inflação e subdesenvolvimento 
O estágio de desenvolvimento de um país pode também determinar um nível mais elevado de inflação. 
Nos primeiros estágios de desenvolvimento, os países que buscam se industrializar devem ter um “exército” de mão-de-obra disponível. 
Inflação e subdesenvolvimento 
Para conseguir tal contingente de mão de obra, o país deve fazer a transição de uma economia rural para uma economia urbana, gerando assim uma migração interna
Para viabilizar essa transição o Governo deve investir em uma infra-estrutura mínima, para facilitar a vida das pessoas nas cidades, e isso requer grandes investimentos. 
Inflação e subdesenvolvimento 
	O quais ações podem pressionar o nível dos preços?
O excesso gastos do Governo pode estimular a DA além do produto potencial gerando uma inflação de demanda. 
O Governo pode também utilizar o artifício de emissão de moedas para se financiar, o que estimula o crescimento da DA. 
Inflação e subdesenvolvimento 
A medida que os investimentos privados avançam, há também uma pressão sobre a DA até a maturação dos Investimentos. (aumento do mercado consumidor não é acompanhando pelo aumento da oferta agregada da economia)
Inflação e subdesenvolvimento 
A estratégia de desenvolvimento de substituição de importações adotada por diversos países em desenvolvimento a partir da primeira metade do século XX, requeria a imposição de barreiras tarifárias às importações;
Com a impossibilidade de exportar os agentes econômicos eram obrigados a pagar mais caro para comprar produtos internamente, pressionando os preços da economia
Inflação e subdesenvolvimento 
Os investimentos pesados em infraestrutura feitos pelo governo, que muitas vezes necessitavam de importar máquinas que não era produzidas no Brasil, eram encarecidos com a obrigação de consumir internamente.
O debate entre estruturalistas e monetaristas
Estruturalistas: Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) – Raul Prebisch, Celso Furtada. 
Monetaristas: Política defendida pelo FMI – Milton Friedman. 
O debate entre estruturalistas e monetaristas
Estruturalistas ressaltam 4 principais fontes de inflação que afetam especialmente os países em desenvolvimento
estruturalistas
Oferta de alimentos inelástica, combinada com DA crescente em virtude da rápida urbanização e crescimento populacional. 
Nesse cenário, a demanda por alimentos aumenta, mas a oferta é restrita pela estrutura fundiária de latifúndios improdutivos e pequenas propriedades não voltadas à produção para o mercado. 
Os trabalhadores exigem maiores salários em resposta. 
Os empresários repassam esses custos adicionais aos preços, e os trabalhadores exigirão novos aumentos, criando um espiral de aumento de preços. 
estruturalistas
2) A estrutura do comécio Internacional. – Países em desenvolvimento têm pauta exportadora baseada em produtos agrícolas. 
A desvantagem dessa pauta é que tais produtos têm baixa elasticidade-renda. Então, aumentos na renda de outros países não se refletem em maior demanda. 
Há, consequentemente, uma tendência dos países em desenvolvimento a apresentarem déficits comerciais. 
Para equilibrá-los são necessárias desvalorizações cambiais. 
Isso torna os produtos importados (insumos, por exemplo) mais caros e esses custos são repassados aos preços, gerando pressões inflacionárias. 
estruturalistas
3) A estratégia de substituição de importações 
Essa estratégia gera pressões inflacionárias devido a necessidade de criação de uma infra-estrutura adequada aliada à importação de técnicas capital-intensivas, o que gera pressões de custos de produção. 
estruturalistas
4) A estrutura oligopolística do mercado 
Essa estrutura (ou a falta de concorrência) facilita a transmissão de qualquer aumento de custos para os preços. 
Remédios para a inflação na visão Estruturalista 
Reforma na estrutura de produção agrícola:
Nova divisão internacional do trabalho que diminuam as desvantagens dos países subdesenvolvidos. 
Controle de preços de setores oligopolizados. 
Remédios para a inflação na visão Monetarista 
A inflação advém do excesso de demanda, a qual deve ser combatida com uma política monetária restritiva (diminuindo a quantidade de moeda na economia).
Estruturalistas acreditam que essas medidas não atacam problemas estruturais que geram inflação e podem gerar desemprego a níveis inaceitáveis. 
O processo inflacionário brasileiro 
Todos os tipos de inflação mencionados já estiveram presentes na história recente do Brasil. 
O processo inflacionário brasileiro 
Nas décadas de 1950 e 1960 (Plano de Metas):
Déficit do tesouro era a principal fonte de inflação;
O governo precisava investir em infra-esturura, mas não podia elevar a carga tributária, já alta. Recorria, então, a emissão de moeda;
Também houve aumentos de salários acima do aumento da produtividade marginal, gerando aumentos de custos;
Desvalorizações cambiais que encareceram as importações. 
O processo inflacionário brasileiro 
De 1964 a 1973: 
A inflação perde força. 
Entre 1964 e 1966 foram implementadas políticas monetária, fiscal e salarial restritivas (por Otávio Bulhões). 
O processo inflacionário brasileiro 
De 1967 a 1973: 
Foi implementada uma política gradualista de combatea inflação, pois a política ortodoxa anterior impunha grandes custos -desemprego e baixo crescimento (por Delfim Neto). 
O processo inflacionário brasileiro 
De 1973/74 a 1979:
Ocorreram os choques do petróleo, que fizeram a inflação (de custos) acelerar. 
Choques agrícolas em 1975 e 1977 (geadas e quebra de safra). 
Gastos públicos elevados devido ao programa de substituição de importações. 
O processo inflacionário brasileiro 
Década de 80:
A elevação da dívida externa a níveis muito altos (que levaram a crise de liquidez de 1982). 
Nesse período, mecanismos de indexação se espalharam pela economia, contribuindo para a inercialização da inflação. 
O remédio heterodoxo prescrito era o de que o déficit do setor público deveria ser controlado e o mecanismo de indexação eliminado. 
A indexação foi a maneira pela qual o Basil conseguiu sobreviver com a hiperinflação 
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O processo inflacionário brasileiro 
O Plano Cruzado (1986): 
Congelou preços com ganhos salariais reais muito altos 
Fim da indexação formal
Nova moeda: “Cruzado”
Desalinhamento de preços relativos
Houve forte crescimento na demanda e oferta agregada em queda, causando desabastecimento que culminou com o descongelamento de preços. 
Plano Cruzado: funcionou por um curto período de tempo: A inflação mensal manteve-se abaixo de 2% até outubro de 1986.
• Depois de outubro a inflação retornou. 
• A razão para a volta da inflação é que o plano provocou um choque de demanda. 
• Temendo protestos dos trabalhadores, o Governo determinou que o reajuste pela média dos 6 meses anteriores fosse acrescido de 8% em termos reais. 
• O salário mínimo foi reajustado em 16%. 
• A redução súbita da inflação ocasionou uma redistribuição de renda para os mais pobres. 
• Com uma dada oferta, os preços foram pressionados. 
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O processo inflacionário brasileiro 
Outros planos de combate a inflação: Bresser, Verão e Collor. 
Não obtiveram sucesso. 
Esses planos previam ações de contenção de demanda com desindexação da economia culminando com o bloqueio de ativos pelo Plano Collor. 
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O processo inflacionário brasileiro 
Década de 90:
Em 1994, o Plano Real, conseguiu controlar a inflação ao reconhecer que as causas desta eram o desequilíbrio fiscal e os mecanismos de indexação. 
CR$ 2.750,00 = 1 URV = 1 Real
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O processo inflacionário brasileiro 
Foi criado o Fundo Social de Emergência e a DRU, para equilibrar as contas do Governo. 
A desindexação foi levada a cabo pela URV (Unidade Real de Valor), unidade de refência para a estipulação de preços, e que não variava no tempo (equivalente a indexação ao dólar). 
1 real foi então definido como igual a 1 URV. 
O câmbio foi fixado tal que R$1=US$1 (sobrevalorizado). 
CR$ 2.750,00 = 1 URV = 1 Real
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O processo inflacionário brasileiro 
O comércio internacional foi facilitado, e o câmbio valorizado levou a forte concorrência dos produtos nacionais com os importados, inibindo aumentos de preços. 
A taxa de juros elevadas desaqueceu a demanda e referendou o câmbio fixo (garantiu alto nível de reservas cambiais). 
Crises do México (95) e Tigres Asiáticos (97) provocaram saída de capitais, pressionando o câmbio. 
câmbio foi desvalorizado em 50%, passando de R$1,16/US$ para R$1,82 em 1999. 
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O processo inflacionário brasileiro 
A âncora cambial (câmbio fixo) provocou, no entanto, efeitos perversos na balança comercial e deixou a economia vulnerável a movimentos de capitais especulativos. 
A crise de 1998 levou o Brasil a abandonar o câmbio fixo, adotar o câmbio flutuante e o sistema de metas de inflação. 
Crises do México (95) e Tigres Asiáticos (97) provocaram saída de capitais, pressionando o câmbio. 
câmbio foi desvalorizado em 50%, passando de R$1,16/US$ para R$1,82 em 1999. 
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O processo inflacionário brasileiro 
O principal mecanismo de controle da inflação atualmente tem sido a taxa de juros (definida pelo Copom). Tripé da Política Monetária brasileira: metas de inflação, câmbio flexível, superávit primário
O processo inflacionário brasileiro 
O Plano Real também ajudou a tornar mais claro o desequilíbrio fiscal crônico no Brasil (ainda que o déficit nominal esteja persistindo). 
O plano proporcionou também uma série de benefícios, como a redução das inefiências inerentes a um ambiente inflacionário, aumento de produtividade e do poder aquisitivo dos mais pobres. 
Evolução da inflação no Brasil
Relação entre inflação e taxa de juros
Nesse gráfico, são considerados apenas o “núcleo” de inflação, ou seja, uma medida não afetada por preços de alimentos ou pelos preços administrados.
A inflação é uma função da taxa de juros.
O núcleo de inflação, também denominado de inflação subjacente, é uma medida que procura captar a tendência dos preços, desconsiderando distúrbios resultantes de choques temporários. É uma medida de inflação desenhada para detectar mudanças de caráter fundamental nos preços, que podem ser causadas por pressões de demanda sobre a capacidade produtiva, por choques permanentes nos preços relativos ou por alterações nas expectativas de inflação
66
O regime de metas de inflação
O regime de metas para a inflação caracteriza-se geralmente por quatro elementos básicos:
conhecimento público de metas numéricas de médio prazo para a inflação; 
comprometimento institucional com a estabilidade de preços como objetivo primordial da política monetária; 
estratégia de atuação pautada pela transparência para comunicar claramente o público sobre os planos, objetivos e razões que justificam as decisões de política monetária; e
mecanismos para tornar as autoridades monetárias responsáveis pelo cumprimento das metas para a inflação. 
Portanto, o regime de metas para a inflação envolve mais do que o anúncio público de metas numéricas para a inflação. A transparência e a prestação de contas regulares à sociedade e a seus representantes são elementos essenciais desse regime.
O regime de metas de inflação – pré-condições 
Quais as pré-condições para a adoção de um regime de metas para a inflação?
Autonomia operacional do banco central, de maneira que possa gerir a política monetária no sentido do cumprimento das metas. 
Situação fiscal sob controle, e
Sistema financeiro nacional estável, de modo a não comprometer a perseguição da meta de inflação.
O regime de metas de inflação – pré-condições 
As metas para a inflação devem ser críveis, ou seja, devem ter valor alcançável. 
Por fim, é preciso que o banco central disponha de conhecimento sobre o funcionamento da economia, em particular dos mecanismos de transmissão da política monetária e sua quantificação por meio de modelos macroeconômicos.
O regime de metas de inflação
Mecanismos de transmição da política monetária (definição): são os canais por meio dos quais mudanças na taxa de juros básica (que é o principal instrumento da política monetária) afetam o comportamento de outras variáveis econômicas, principalmente preços e produto. 
O regime de metas de inflação
Os principais mecanismos refletem a influência de modificações no instrumento de política monetária (juros) sobre os componentes da demanda agregada, as expectativas dos agentes econômicos, os preços dos ativos (inclusive a taxa de câmbio), os agregados monetários e de crédito, os salários e o estoque de riqueza (variáveis que afetam a inflação). 
O regime de metas de inflação
Elementos necessário para o regime de metas: 
i. Escolha do índice de inflação: usualmente existem duas alternativas o índice cheio ou um núcleo de inflação;
ii. Definição da meta, que pode ser pontual ou intervalar No caso intervalar (banda), ainda existe a alternativa de ter ou não meta central;
iii. Horizonte da meta: definição do período de referência para avaliar o cumprimento da meta para a inflação;
O regime de metas de inflação
iv. Existência de cláusulas de escape:estabelecimento a priori de situações que podem justificar o não cumprimento das metas; e
v. Transparência: formas de comunicação da autoridade monetária visando informar a sociedade sobre a condução do regime de metas.
O regime de metas de inflação
Quando a meta para a inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional não é cumprida, isto é, quando a inflação rompe, acima ou abaixo, os limites do intervalo de tolerância em torno da meta central, o que acontece?
O regime de metas de inflação
As razões para o descumprimento, bem como as providências tomadas para retornar à trajetória de metas, são explicitadas pelo Presidente do Banco Central do Brasil em Carta Aberta ao Ministro da Fazenda. Tal procedimento confere maior transparência e credibilidade ao processo de convergência às metas inflacionárias. 
Foram enviadas Cartas Abertas referentes às inflações de 2001, 2002 e 2003.
O regime de metas de inflação

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