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ANÁLISE DOS TIPOS PENAIS 197 a 207 Final

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ANÁLISE DOS TIPOS PENAIS
ARTIGOS 197 A 207 DO CÓDIGO PENAL
1. DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
1.1. Atentado contra a liberdade de trabalho:
1.1.1. Art. 197 do Código Penal:
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias:
Pena: detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência;
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de atividade econômica:
Este delito é semelhante ao constrangimento ilegal difere-se basicamente no sentido intencional do agente, devido ao fato de que o sujeito ativo deve agir de modo que o sujeito passivo seja a pessoa constrangida pela conduta do agente e, que fica assim, privada de sua liberdade de trabalho.
“(...) só pode ser praticado mediante violência ou ameaça. (...) Não será tipificado neste artigo se o delito mencionado incorrer mediante narcótico, hipnotismo ou na simples promessa de rescisão contratual por ser conduta de direito do empregador”. (MIRABETE, p 384, 2005).
O objetivo deste artigo 197 do Código Penal é resguardar a livre escolha de trabalho no que concerne à liberdade no aspecto econômico, jurídico e social. Ou seja, a caracterização do crime contra a organização do trabalho afere contra a liberdade individual dos trabalhadores, assim como, a Organização do Trabalho e a Previdência, ofende a própria dignidade da pessoa humana e coloca em risco a manutenção da Previdência Social e as Instituições Trabalhistas, evidenciando de tal maneira a ocorrência de prejuízo a bens, serviços ou interesses da União. 
A esse delito imputa-se à Competência da Justiça Comum do Estado, como por exemplo, jogar pedras em caminhões de entrega e ameaçar os empregados que se dirigem ao trabalho, incitando-os, assim, a aderirem a movimento grevista. Enquadra-se no artigo 197, II, do código penal, pois se trata de lesão individual logo, o ato delitivo não pode ser arrogado de crime contra a organização do trabalho que tem como propósito os direitos trabalhistas. 
1.2. Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta:
1.2.1. Art. 198 do Código Penal: 
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola:
Pena: detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
O delito que configuram o artigo mencionado acima relacionado ao contrato de trabalho, quando celebrado de forma indesejável, qualifica-se como constrangimento ilegal, praticado mediante violência ou grave ameaça, bem como assinatura de contrato pelo sujeito passivo. MIRABETE (P. 386, 2005) afirma: “Refere-se a lei tanto a contrato individual como a coletivo, a escrito ou verbal, a renovação, modificação ou adição de contrato anterior.” 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa que pratique o crime, como por exemplo, empregador, empregado ou terceiros e o sujeito passivo é a pessoa constrangida, cuja liberdade de contratação for inibida, ou no caso de boicotagem violenta, todas as pessoas naturais e jurídicas cuja atividade for impedida.
Assim como no artigo anterior, o tipo é o constrangimento mediante violência ou grave ameaça, nas formas de atentado contra a liberdade de contrato e boicotagem violenta.
1.3. Atentado contra a liberdade de Associação:
1.3.1. Artigo 199 do Código Penal:
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional:
Pena: detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem.
O artigo 5º, XVII, da CRFB/88 permite a livre associação profissional ou sindical para fins lícitos e o artigo 199 do Código Penal tutela essa liberdade de associação. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa pertencente ou não a sindicato ou associação, se caso for funcionário público pode incorrer no artigo 3º, f. da Lei nº4. 898, de 09 de dezembro de 1965. O sujeito passivo pode ou não, ser sócio ou associado, mas deve ser obrigado a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação. 
Conforme ressalta Mirabete (p. 387/388, 2005), ainda há o constrangimento ilegal neste artigo, mas com o fim de compelir a liberdade de associação ou não à entidade em questão. 
Assim como no artigo anterior, o tipo é o constrangimento mediante violência ou grave ameaça, com incidência na liberdade de associação. Caso a ação do agente atingir e existência de associação ou sindicato, que é interesse coletivo de todos os trabalhadores, a competência será da Justiça Federal (e a investigação da Policia Federal). Não o sendo, será da Policia Estadual.
1.4. Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem:
1.4.1. Artigo 200, do Código Penal:
Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa:
Pena: detenção de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único: Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados. 
A conduta incriminadora consiste na participação da suspensão do trabalho (o lockout,) abandono de trabalho pelos empregadores ou o abandono coletivo de trabalho (greve), com a prática de violência contra a pessoa ou coisa, e não necessariamente para coagir alguém, mas para tornar a "pressão" mais eficiente ou por mero vandalismo.
O sujeito ativo no caso de greve, serão os empregados que participando do movimento, pratiquem ato violento ou concorram para ele, em no mínimo três empregados e no caso de lockout, não exige o concurso de mais de um empregador, mas é necessário que, desde que um deles pratique o fato e seja auxiliado por terceiro, haja vista que a palavra “empregador” pressupõe pluralidade de pessoas. O sujeito passivo é aquele que sofre o prejuízo contra sua pessoa ou seus bens. 
1.5. Paralisação de trabalho de interesse coletivo:
1.5.1. Artigo 201 do Código Penal:
Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:
Pena: detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
Neste artigo, defende-se o interesse da coletividade como sendo aquele que protege as necessidades da população em geral. 
A CRFB/88, no art. 9º, caput, assegura o direito de greve e em seu parágrafo 1º consta que “a lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento as necessidades inadiáveis da comunidade, mas, como contraponto, a Lei de Greve nº 1.183/89 admite a greve em serviços ou entidades essenciais”. 
Conforme afirma CAPEZ (p. 558-559, 2003), nessa interposição há diversas deduções doutrinárias: Celso Delmanto, diz que o artigo em questão restou inaplicável, já Mirabete sustenta que o artigo 201 continua em vigor, não bastando tratar-se de obra publica, deve caracterizar serviço ou atividade que coloca em perigo a população. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, empregado (greve) ou empregador (lockout). Já o sujeito passivo trata-se da coletividade atingida pela paralisação.
Consubstancia-se em “praticamente” no mesmo comportamento previsto no artigo anterior, ou seja, a conduta incriminadora consiste na participação da suspensão do trabalho o lockout ou abandono de trabalho pelos empregadores ou o abandono coletivo de trabalho conhecido como greve, porém, não havendo necessidade de pratica de violência contra a pessoa ou coisa.
1.6. Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem:
1.6.1. Art. 202 do Código Penal:
Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçaro curso normal do trabalho ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor:
Pena: reclusão, de um a três anos, e multa.
O referido artigo defende a organização do trabalho, bem como o patrimônio da empresa ou pessoa física. Este delito caracteriza invasão ou conduta e sabotagem. Sendo a conduta de invadir tipifica ingressar de forma violenta, hostil e clandestinamente ou tomar posse indevidamente estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Mesmo se a ocupação for parcial do estabelecimento configura o delito em questão. 
A sabotagem é a outra conduta típica do artigo mencionado acima, ou seja, danificar um estabelecimento ou as coisas que existem nele, assim como dispor dessas coisas. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa por se tratar de crime comum, podendo ser cometida por uma ou mais pessoas em concurso. Já o sujeito passivo poderá ser o titular do estabelecimento e a coletividade que mantenha estabelecimento industrial, comercial ou agrícola.
1.7. Frustração de direito assegurado por lei trabalhista:
1.7.1. Artigo 203 do Código Penal:
Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurada pela legislação do trabalho:
Pena: detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 1º Na mesma pena incorre quem:
Obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida;
Impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais.
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.
O crime se dá com o ato de frustrar alguém, ou seja, privar, direitos trabalhistas assegurados. Trata-se de norma penal em branco, pois os direitos assegurados estão previsto na Consolidação das Leis Trabalhistas, legislação complementar e na própria Constituição Federal.
Para que haja o ilícito penal, a frustração deverá ocorrer mediante emprego de fraude - ação e/ou comportamento que, sendo desonesto e ardiloso, tem a intenção de enganar ou ludibriar alguém .
Como exemplo podemos citar o agente que paga ao empregado salário inferior ao mínimo legal, mas o faz assinar recibo de valor correspondente ao piso.
O sujeito ativo, portanto, é aquele que impede a realização do direito do trabalho e o sujeito passivo é a pessoa lesada no direito trabalhista. 
De acordo com o inciso 1º deste artigo, a vítima é obrigada a comprar mercadorias, por violência ou ameaça, ou até mesmo por contrato, devido à dívida contraída, tornando assim, um vínculo obrigatório.
Já o inciso segundo trata na primeira parte de coação e segue no delito quando o sujeito ativo não entrega ou sonega os documentos pessoais, também fazendo parte o próprio contrato. 
O parágrafo segundo trata da causa de aumento de pena. Capez menciona a respeito da idade mínima ao fazer a consideração de uma pessoa idosa que diz: “nem sempre a idade mínima da vítima representa, por si só, circunstância capaz de exasperar a pena”. 
Segundo a doutrina, o pagamento de salário inferior ao mínimo tipifica este crime, entretanto, o pagamento com cheques sem fundo, não! Seria apenas caso de estelionato previsto na legislação da CF/88.
1.8. Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho:
1.8.1 Art. 204 do Código Penal:
Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa a nacionalização do trabalho:
Pena: detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
O crime ocorre com o ato de frustrar direitos trabalhistas assegurados mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho. Trata-se de norma penal em branco, pois os direitos assegurados estão previsto na Consolidação das Leis Trabalhistas.
Trata-se de um crime em que o sujeito obsta, priva, impede que seja obedecida a lei relativa à nacionalização do trabalho. Deve ser por meio de fraude ou violência física. A objetividade neste caso é o dolo, a intenção de praticar os delitos descritos no artigo em questão. É um crime comum devido à realização por qualquer pessoa, simples, porque só há o dolo e material por sua ocorrência entre conduta e resultado para consumação.
O sujeito ativo do delito pode ser qualquer pessoa comumente apresenta-se nesse ponto o empregador, mas pode ocorrer também que seja o empregado ou terceiros. O sujeito passivo é o Estado.
1.9. Exercício de atividade com infração de decisão administrativa:
1.9.1. Artigo 205 do Código Penal:
Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:
Pena: detenção de três meses a dois anos, ou multa. 
Busca-se tutelar as decisões administrativas, ou seja, ocorre o crime, quando o agente exerce atividade que esteja impedido de fazê-la em virtude de decisão administrativa. Este artigo ampara-se o interesse estatal nas funções de fiscalização exercidas por este. Sendo o Estado, então, o sujeito passivo e o sujeito ativo a pessoa que se encontra impedida administrativamente de exercer sua atividade. Caso o impedimento administrativo estiver em vias de recurso depende do efeito suspensivo para tipificar o delito do artigo acima, ou seja, se o recurso tiver efeito suspensivo não será tipificado e caso contrário será tipificado o delito.
1.10. Aliciamento para o fim de imigração:
1.10.1. Artigo 206 do Código Penal:
Recrutar Trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro.
Pena: detenção de um a três anos e multa.
Tutela-se aqui, o aliciamento de trabalhadores para que imigrem, sendo que todo estrangeiro tem o direito de trabalhar onde escolher. Desse modo, podemos concluir que a objetividade jurídica trata-se de interesse estatal na permanência do trabalhador no País.
O sujeito ativo é a qualquer pessoa que recrute trabalhadores mediante fraude para trabalhar no estrangeiro. Já o sujeito passivo é o Estado de forma primária e de forma secundária os trabalhadores aliciados e a quem interessar a permanência do trabalhador nacional no país. Sendo assim, para caracterizar o crime, o sujeito ativo deve agir com dolo e exige também o aliciamento com a finalidade descrita no artigo.
A conduta típica não é mais “aliciar”, como no artigo anterior, mas “recrutar”, que, como sentido semelhante, exige a iniciativa do agente para atrair, seduzir ou angariar trabalhadores para fim de imigração. Exige a lei, agora, que haja fraude, ou seja, que o agente induza ou mantenha em erro os trabalhadores, por exemplo, com falsas informações ou promessas, convencendo-os a levá-los para territórios estrangeiro. Não há necessidade da ida do trabalhador, basta que esses sejam induzidos a ir para o território estrangeiro.
Dentre os tipos penais existentes aplicáveis no código penal brasileiro para os casos de tráfico de pessoas e as imigrações ilegais, encontramos também Protocolos Adicionais à Convenção das Nações Unidas contra o Crime de Organizado Transnacional (Tratado de Palermo, em 2000): Protocolo relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial mulheres e crianças, cujos índices de incidência são extremamente superiores aos de homens em nossa atual conjuntura, e também o Protocolo sobre o tráfico de Migrantes por Via terrestre, Marítima e Aérea, promulgados no Brasil, respectivamente, pelo Decreto número 5.017 e 5.016 de 12.03.2004.
A lei pune a imigração fraudulenta, não a espontânea. A exigência da elementar "mediante fraude" só foi introduzida em 1993 pela lei 8.683/93. Mesmo que o aliciamento de trabalhadores para atuar no exterior possa configurar ilícito, não havendo fraude, crime não será.
1.11. Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional:
11.1. Art. 207, do Código Penal:
Aliciar trabalhadores, com o fim de leva-los de uma para outra localidade do território nacional:Pena: detenção, de um a três anos e multa.
§1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem.
§2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.
A conduta é aliciar, ou seja, seduzir, convencer, atrair, trabalhadores para que exerçam labor (trabalho) em outro local do território nacional, de modo a desguarnecer o local de origem de sua mão de obra. Não há necessidade da ida dos trabalhadores, basta que esses sejam aliciados a ir para outro local no território nacional.
O sujeito ativo é a qualquer pessoa que alicie trabalhadores trabalhar em outra localidade do território nacional. Já o sujeito passivo  é o Estado de forma primária e de forma secundária os trabalhadores aliciados.
Haverá majoração da pena em um sexto a um terço na incidência do § 2º, quando a vítima for menor, idoso, gestante, indígena ou portador de deficiência. Esta lista é taxativa, não se prevendo outras “minorias” a considerar. 
Nesse sentido, não havendo aliciamento, não há crime e que mesmo que não ocorra a migração, só o aliciamento já tipifica o delito. A conduta deve ocorrer dentro do território nacional.
2. CONCLUSÃO
Pela observação dos artigos 197 a 207 analisados e apropositados aos Crimes Contra a Organização do Trabalho tipificado do Código Penal Brasileiro instituído a Consolidação das Leis Trabalhistas vimos que já existia uma previsão legal para os crimes que eram cometidos contra os trabalhadores, empregados ou até mesmo ao Estado. 
Para tanto percebemos também que da mesma maneira que existe a Consolidação de Leis Trabalhistas para defender os interesses dos trabalhadores, o Código Penal ampara os empregadores que são vítimas de empregados com má fé mostrando-lhes que o Código Penal Brasileiro não distingue a quem irá atingir, sendo igual para todos independentemente de seu status social ou a que grupo pertença, atingindo tanto os humildes trabalhadores, quanto os monopolistas donos de grandes empresas.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direto Penal – Parte Especial – Volume 3. São Paulo: Saraiva 8ª ed., 2012.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: parte especial. Volume 2. 2ª ed. Ver. e atual – São Paulo: Saraiva 2003.
Código Penal. Código de Processo Penal. Constituição Federal e Legislação Complementar/Organizadores Valdemar P. da Luz; Paulo Roberto Froes Toniazzo. 4º ed. Florianópolis. Conceito Editorial, 2009.
MIRABETE, Julio Fabrini. Manual de Direito Penal. 23 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
ESTEFAM, André. Direito Penal: Parte Especial. Volume 3. 2ª ed. São Paulo: Saraiva 2013, p. 52 a 97.
3.1. Consultas Internet:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10612963/artigo-199-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940.
Acesso em 31/08/2017.

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