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O Estilo Neoclássico após a Revolução Francesa

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O Estilo Neoclássico 
 
 
 
Após a Revolução Francesa, muitos pressupostos tidos como verdadeiros 
começam a ruir. O que se chama “estilo”, que era até então a melhor maneira de 
obter certos efeitos desejados, passa a ser questionado pelos conceitos de 
originalidade e gosto. Com as grandes viagens percebeu-se que o que se 
estabelecera como regras clássicas no Renascimento fora baseado em ruínas 
romanas de um período decadente. Os templos de Atenas registrados em 
gravuras por viajantes eram diversos dos planos apresentados pelo livro de 
arquitetura mais usado (uma bíblia para os arquitetos até então), o de Andréa 
Palladio (já citado). Aconteceu então uma ressurreição gótica (estilo resgatado 
pela arte romântica) paralela a uma ressurreição grega. Assim, frequentemente 
os trabalhos dos artistas neoclássicos têm aspectos românticos e o dos artistas 
românticos têm aspectos neoclássicos. 
 Com a propagação do racionalismo, cujo poder e influência cresciam, 
difundiu-se o estilo neoclássico, de regras claras, simples e rigorosas, 
principalmente na América, na Inglaterra, na Itália e na França, onde esse estilo 
se tornou o do Império. Mas no continente europeu também aconteceu uma 
ressurreição gótica. 
 Houve a consolidação do ensino nas academias. Nestas se estudavam e 
veneravam as obras primas do passado. Isso leva a uma veneração desses 
trabalhos antigos e para valorizar a produção da época as academias, sobre o 
patrocínio do Estado, começaram a organizar exposições anuais, os chamados 
salões de artes. Os temas das pinturas eram da mitologia grega, temas heroicos 
romanos ou temas alegóricos de alguma verdade aceita em geral. 
 Na França havia uma propensão romântica na pintura histórica comparável 
à ressurreição gótica na arquitetura. Os revolucionários franceses gostavam de 
 
 
 
 
 
 
 
 
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se considerar gregos ou romanos renascidos. Nesse sentido, a arte neoclássica 
pode ser considerada um aspecto da arte romântica. 
 
O estilo neoclássico busca a simplicidade. Deixa de fora todos os detalhes que 
não são essenciais ao efeito principal. Músculos e tendões bem modelados e com 
a aparência de beleza nobre substituem as cores contrastantes e os movimentos 
complicados do Barroco e do Rococó. Jacques Louis David foi o mais poderoso 
pintor da Corte. A história para ele era a lógica e a moral dos acontecimentos. 
Criou figuras severas desenhadas com exatidão e em composições simples. Os 
temas eram moralizantes ou da mitologia e havia presença frequente de arcos e 
colunas. “O elogio da virtude sublima a identidade entre a disposição para o bem 
e a defesa do interesse comum e da igualdade.” Criou a base para o 
desenvolvimento de toda a pintura acadêmica, inclusive no Brasil. Jean Baptiste 
Debret, mais importante pintor da missão francesa e que fundou no Brasil a 
Escola Real de Artes Ciências e Ofícios no início do século XIX, era primo de 
David. 
 
 
No período de predomínio do estilo neoclássico, pinceladas suaves faziam a 
superfície parecer polida. A simetria de linhas retas substituiu as curvas do 
Barroco e do Rococó. 
Após David perder o poder de presidir a Academia francesa, foi sucedido na 
liderança da corrente neoclássica (embora já não fosse um neoclássico) por 
Ingres, que foi aluno de David. Esse pintor polarizou, defendendo o neoclássico, 
com Delacroix, defensor do Romantismo. Ingres foi o primeiro a conceber arte 
como pura forma. O belo para ele não era uma ideia transcendental, mas um 
valor a ser descoberto nas relações entre as coisas. Destacou-se pela perícia no 
desenho e pela qualidade técnica. Para ele “O desenho é a honestidade da arte”. 
Antônio Canova fez o equivalente na escultura: reduziu o conjunto herdado da 
influência barroca de Bernini (de um esquema movimentado e pictórico) a um 
esquema rigidamente geométrico, piramidal, de emoções contidas. Já a 
arquitetura do período foi inspirada pelas escavações de Pompéia e Herculano e 
por uma onda de arqueologia. Presença de colunas, frontões e outras imitações 
da arte greco-romana que podemos encontrar nas cidades de hoje (em geral em 
construções ligadas ao poder dominante) reeditadas em diversos materiais.

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