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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS PROJETO PARA CONSTRUÇÃO DE UMA CÂMARA FRIGORÍFICA PARA CAMARÃO JOÃO PESSOA 2016 CAROLINA ZANINI OLIVEIRA RAFAEL OLIVEIRA INÁCIO VALTER SOUTO OLIVEIRA PROJETO PARA CONSTRUÇÃO DE UMA CÂMARA FRIGORÍFICA PARA CAMARÃO Projeto realizado no período 2016.1 como requisito de avaliação da disciplina Refrigeração na Indústria de Alimentos, do curso de graduação em Engenharia de Alimentos, do Centro de Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba, sob a orientação da professora Dra. Joselma Araújo de Amorim. JOÃO PESSOA 2016 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5 2 OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 7 3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................................ 8 3.1 Social e econômica ................................................................................................................... 8 3.2 Nutricional ............................................................................................................................... 8 3.3 Tecnológica .............................................................................................................................. 8 3.4 Ambiental ................................................................................................................................ 9 4 DADOS DE ENTRADA DO PROJETO ................................................................................................. 9 4.1 Processo ................................................................................................................................... 9 4.2 Produto ...................................................................................................................................10 4.3 Condições climáticas da cidade de Canguaretama-RN .............................................................11 4.4 Condições de estocagem ..........................................................................................................11 4.5 Fluxo de entrada e de saída do produto na câmara ....................................................................11 4.6 Tempo de estocagem ...............................................................................................................12 4.7 Capacidade de estocagem na câmara........................................................................................12 4.9 Fluido refrigerante ...................................................................................................................12 4.10 Temperatura e pressão de evaporação ....................................................................................13 5.1 Câmara de estocagem ..............................................................................................................15 6.1 Câmara de estocagem ..............................................................................................................15 6.1.1 Volume interno da câmara de estocagem (Vi) ....................................................................15 6.1.3 Dimensões externas ..........................................................................................................16 7 CÁLCULO DA CARGA TÉRMICA DA CÂMARA DE ESTOCAGEM .......................................................17 7.1 Carga térmica devido as paredes, piso e teto (QPPT) ..................................................................17 7.2 Carga térmica devido às trocas de ar (Qar) ................................................................................17 7.3 Carga térmica devido ao produto (Qprod)...................................................................................18 7.4 Cargas térmicas suplementares ................................................................................................18 7.4.1 Luzes (QL) ........................................................................................................................18 7.4.2 Pessoas (Qpes) ..................................................................................................................19 7.5 Carga térmica total diária.........................................................................................................19 7.6 Capacidade da Unidade Condensadora (UC) ............................................................................20 7.7 Capacidade dos Evaporadores..................................................................................................20 8 SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS, CONTROLES E ACESSÓRIOS .........................................................21 8.1 Câmara de congelamento .........................................................................................................21 8.1.1 Unidade condensadora ......................................................................................................21 8.1.2 Evaporador .......................................................................................................................21 9 LAY-OUT FÍSICO DAS INSTALAÇÕES ...............................................................................................22 10 CUSTOS ........................................................................................................................................23 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................26 ANEXOS ............................................................................................................................................27 5 1 INTRODUÇÃO De acordo com a (RISPOA) Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RISPOA) entende-se por “pescado” todos os peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios, quelônios e mamíferos de água doce ou salgada, usados na alimentação humana (BRASIL, 1984). Os camarões marinhos são bastantes cultivados e está em constante crescimento o seu desenvolvimento no mundo, atualmente, os camarões marinhos, consistem na única alternativa para suprir a demanda econômica na produção pesqueira. E com isso, a carcinicultura tem apresentado crescimento anual superior a 10% (WALDIGE & CASEIRO, 2003). Conforme Rocha (2003), o Brasil é o país com maior potencial mundial para o desenvolvimento da carcinicultura. O camarão atualmente está se tornando o principal produto com um mercado internacional solidamente estabelecido e em plena expansão. O mesmo figura entre as principais mercadorias da balança comercial do agronegócio Nordestino, situação que o coloca como um produto importante para o desenvolvimento regional. Como os pescados são ricos nutricionalmente, é de suma importância a sua conservação, para evitar a sua deterioração, pois a deterioração do pescado provém da atividade metabólica de microrganismos e de processos bioquímicos indesejáveis. Logo, na sua preservação são utilizados alguns processos físicos de controle, tais como: a desidratação, refrigeração, congelamento, pasteurização e esterilização (OGAWA; MAIA, 1999).A aplicação de baixas temperaturas na conservação de alimentos é um método antigo e de conhecimento das civilizações pré-históricas. Estes utilizavam o gelo no preparo de bebidas e alimentos gelados, bem como: chá, água e outros, e para conservar os animais caçados, para posterior consumo (SOUZA et. al, 2013). A utilização do frio permitiu a indústria de alimentos um avanço tecnológico no armazenamento e transporte de produtos perecíveis, de forma que estes puderam manter suas qualidades nutricionais e sensoriais durante um tempo mais prolongado. (SOUZA et.al, 2013). Nesse sentido, os alimentos podem ser submetidos a diversos métodos de conservação. Por isso, a temperatura é um dos fatores mais importantes na conservação dos alimentos, e o uso de temperatura inadequada pode causar um efeito contrário. 6 Existem dois tipos de conservação por frio: a refrigeração e o congelamento. Cada um se adéqua ao tipo de alimento e ao tempo de conservação necessária. Na refrigeração, a temperatura da câmara fria de conservação dos alimentos dificilmente é inferior a 0 ºC, podendo ser empregado uma temperatura de até 10 ºC, fazendo com que o alimento tenha um tempo de vida útil de dias ou semanas (BRANDÃO, 2007). Já no congelamento, a temperatura da câmara fria cai de 0 ºC e varia de acordo com as particularidades de cada alimento a ser armazenado, evitando-se assim, o crescimento microbiano e retardando o processo metabólico dos alimentos, no qual terá um tempo maior em seu armazenamento, comparado com a refrigeração. Com isso, pode-se dizer que o congelamento conserva a qualidade do alimento até que ele seja consumido, preservando o seu sabor, sua textura e o seu valor nutricional, em função disso, sua aplicabilidade vem aumentando cada vez mais mundialmente (BRANDÃO, 2007). Nas indústrias de alimentos, geralmente os sistemas frigoríficos são aplicados tanto no processamento e estocagem dos produtos, quanto no transporte. Para que os alimentos estejam devidamente resfriados, a temperatura correta é entre 0ºC e 7ºC. E para o congelamento total, a temperatura dever estar abaixo de -18ºC. Existem três sistemas de refrigeração: os sistemas por absorção; os sistemas por efeitos termoelétricos e os sistemas por compressão a vapor, sendo este último o mais amplamente utilizado (BRANDÃO, 2007). 7 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Este projeto dedica-se a implantação de uma câmara frigorífica para o armazenamento de camarão, destinada a congelar até 500 Kg, em batelada, e à estocagem de até 2000 Kg de camarões. Localizada na cidade de Canguaretama – RN, que visa atender os princípios de estocagem e conservação do produto para estabelecimentos desta cidade, bem como cidades vizinhas. 2.2 Objetivos específicos a) Determinar agente de condensação e fluido refrigerante do sistema frigorífico; b) determinar temperatura e pressão de evaporação e condensação do fluido refrigerante para as características da câmara; c) calcular a espessura do isolamento térmico; d) calcular a dimensão da câmara; e) calcular a carga térmica da câmara; f) capacidade da unidade condensadora; g) capacidade dos evaporadores; h) selecionar equipamentos de controle e acessórios; i) determinar os custos. 8 3 JUSTIFICATIVA 3.1 Social e econômica O projeto de instalação da câmara frigorífica para congelamento e estocagem de camarão, tem como principal interesse promover o beneficiamento ao consumidor, assegurando-lhe a qualidade do produto final, fazendo com que os revendedores de camarão tenha o conhecimento da sua correta comercialização. Economicamente, a realização deste projeto irá agregar valor comercial ao produto, devido a conformidade deste com a legislação e consequentes aspectos de qualidade higiênico-sanitárias e irá oferecer melhorias nas condições de trabalho dos funcionários e proprietários de estabelecimentos e também promoverá uma qualificação na área de atuação dos mesmos. 3.2 Nutricional O camarão é utilizado na alimentação humana pois se trata de um alimento altamente nutritivo, rico em proteínas, gorduras e vitaminas. Alimentos submetidos ao congelamento, ficam integralmente conservados, mantendo assim, as suas propriedades nutricionais. Nesse sentido, a implantação de uma câmara frigorífica irá preservar o camarão, de forma que quando congelado corretamente, não permitirá alterações de suas características próprias, alcançando uma comercialização segura e evita perdas na produção. 3.3 Tecnológica A instalação da câmara frigorífica será favorável à agregação de valores ao pescado devido à melhoria das condições higiênico-sanitárias de armazenamento, prologando a sua vida útil logo após a despesca e permitirá o alcance de um mercado consumidor em regiões mais distantes. 9 3.4 Ambiental A fim de evitar impactos ao meio ambiente, optamos por utilizar na instalação deste projeto, o fluido refrigerante R404-a, a base de hidrofluorcarboneto (HFC) que não destrói a camada de ozônio e contribui com menor potencial para o efeito estufa. 4 DADOS DE ENTRADA DO PROJETO 4.1 Processo O processo de beneficiamento do camarão se dá pelas etapas da figura abaixo, Figura1 – Fluxograma do processo de beneficiamento do camarão O camarão é recebido fresco, acondicionado em caixa monobloco plástica ou em caixa isotérmica. Em seguida o mesmo é inspeciona do para verificar se reúne características sensoriais que permita ou não o seu processamento, observando e anotando a procedência do mesmo como medida de controle. Após o exame sensorial o camarão é lavado em tanque de Recepção Seleção/Asepsia Classificação Branqueamento Embalagem Congelamento Estocagem Expedição 10 aço inox, com água resfriada e clorada a 5ppm, no mínimo. Depois de lavado, o camarão é acondicionado em caixas vazadas e pesado sem gelo. O processo de beneficiamento começa com uma análise amostral do produto para controle de qualidade. Logo em seguida o produto é recebido e processado de acordo com a necessidade e o tipo de camarão a ser produzido. Passando, inicialmente, por uma esteira na qual é lavado, o camarão segue para uma esteira classificadora onde será separado de acordo com o seu tamanho. Uma vez classificado por tamanho o camarão é descabeçado manualmente numa mesa com esteiras sanitárias, dotadas com torneiras individuais, e bancadas de inox com saída continua para resíduos através da parte inferior da esteira. O camarão descabeçado e segue para uma esteira onde é descascado numa mesa com esteiras sanitárias dotadas de torneiras individuais, com saída para resíduos através da parte inferior da esteira. Descascado, uma escaldadura em água fervente com sal, de 2 a 3 minutos, depois os camarões são resfriados rapidamente e enxutos. Após ser descascado, é pesado em caixa de papelão (embalagem primária) com peso líquido de acordo com o especificado (250, 400 ou 500 gramas), impresso com as características do produto (tipo, peso líquido, classificação, data e lote). Agora, o camarão pesado e embalado segue para um túnel de congelamento, a uma temperatura de -35ºC por um período de 14 a 16 horas. Saindo do túnel, os pacotes de camarão são colocados em caixas de papelão de 10 kg e vão para a estocagem separada por lotes e paletizados arrumados em suspensão para uma boa circulação do frio em temperatura inferior a -25ºC. A expedição ocorre em uma sala onde os caminhões possam estacionar para o embarque do produto e transportados com temperaturainferior a 5ºC. 4.2 Produto O camarão percorre um longo caminho desde sua captura até sua venda. Um produto altamente perecível que inicia a se deteriorar instantes após sua morte e apresenta facilidade de contaminação. Devido a isso, deve-se congelar o camarão mais breve possível ou submeter uma imediata redução da temperatura, próximo a temperatura de congelamento através de gelo. 11 O abaixamento da temperatura é um dos fatores mais importantes na conservação dos pescados, pois a velocidade de proliferação das bactérias e as reações químico- enzimáticas envolvidas no processo de autólise, dependem principalmente da temperatura. O resfriamento pode até manter as características do pescado em seu estado original, mas o tempo de vida útil do produto é curto (MACHADO, 1989, OGAWA E DINIZ, 1999). A carcinicultura movimentou cerca de R$ 2 bilhões em 2014 e gera hoje em torno de 50 mil empregos diretos e indiretos. A produção atual é estimada em 76 mil toneladas/ano, mas esse volume pode ter significativa expansão nos próximos anos (ABCCAM, 2016). O desenvolvimento da carcinicultura no Brasil e a crescente necessidade de qualidade para atender às exigências do mercado externo, há uma grande preocupação das empresas produtoras de camarão cultivado ou extrativo com a cadeia do frio, desde a captura até o carregamento do container na hora do embarque (ABCCAM, 2016). 4.3 Condições climáticas da cidade de Canguaretama-RN Foi escolhido o município de Canguaretama que se situa na faixa litorânea meridional do estado do Rio Grande do Norte, ao sul da capital, Natal, com uma temperatura média anual de 25,6°C (Tabela 1) e na vegetação do município há a predominância das florestas subcadacifólias e dos manguezais. Tabela 1 – Condições climáticas na cidade de Canguaretama-RN Tmáx. (°C) Tmín. (°C) Patm (kPa) UR (%) Velocidade do vento (km/h) 30,8°C 21,5 1015 77-87 20,00 Fonte: Clima tempo. Disponível em: <www.climatempo.com.br>. Acessado em 08/10/2016. 4.4 Condições de estocagem Depois do processamento, os camarões descascados entrarão na câmara frigorífica com uma temperatura média de -18ºC e será armazenada a uma temperatura entre -25ºC, e uma umidade relativa de 90-95% por um período de um a doze meses. 4.5 Fluxo de entrada e de saída do produto na câmara 12 Seu fluxo diário de entrada será de 400 kg, de forma batelada, onde serão adicionados 100 kg por vez. Já seu fluxo de saída dependerá da demanda comercial. O projeto da câmara tem capacidade máxima de 4000 kg de camarão, com temperatura de entrada na câmara de -18ºC. 4.6 Tempo de estocagem Os camarões terão um período máximo de estocagem de 365 dias (12 meses), assim sendo mantendo as principais características e garantindo a segurança alimentar do produto. 4.7 Capacidade de estocagem na câmara A câmara tem capacidade para estocagem é de 4000 kg, e com isso, será possível armazenar o produto por cerca de 10 dias corridos sem a saída do produto para o comércio, devido a sua produção diária é de 400 kg. 4.8 Agente de condensação Será utilizado ar ambiente com agente de condensação devido ao porte médio das instalações, alta umidade relativa da cidade, sob temperatura de cerca de 31ºC. 4.9 Fluido refrigerante O fluido refrigerante utilizado será o R-404a, a base de hidrofluorcarboneto (HFC) o mesmo não degrada a camada de ozônio. É indicado para a substituição do R-502 em equipamentos novos que possuam baixa temperatura de evaporação. 13 Figura 1 - Propriedades termodinâmicas do R-404ª Fonte: LINDE GÁS. Os dados obtidos do fluido R-404a estão na tabela 2: Tabela 2- Dados do R-404a. Massa Molecular [g/mol] 97,60 Temperatura Crítica [°C] 72,15 Pressão Crítica [KPa] 3,735 Ponto de Ebulição Normal [°C] -46,55 hlv [KJ/Kmol] (pressão normal) 19,55 Fonte: AMONEX 4.10 Temperatura e pressão de evaporação A temperatura do ar no interior câmara de estocagem será de -20°C, logo, a temperatura de evaporação (T0) do fluido refrigerante no interior do evaporador será: Para 0°C, - = 5°C Logo, 14 Para temperatura de evaporação , a pressão de evaporação correspondente, obtida na tabela de propriedades termodinâmicas do refrigerante R-404A saturado é de 2,499 bar (ANEXO 1), correspondente a 249,9 kPa (ANEXO 2). 4.11 Temperatura e pressão de condensação A temperatura máxima ambiente obtida na literatura para a cidade de Canguaretama é de 31°C, logo, a temperatura de condensação do R-404a, no interior do condensador será: Para 0°C, - = 9°C Logo, A partir da temperatura de condensação calculada, , foi obtida a pressão de condensação pela tabela das propriedades termodinâmicas do refrigerante R-404a saturado, igual a 1832 kPa. 5 CONSTRUÇÃO DA CÂMARA Uma câmara frigorífica é qualquer espaço de armazenagem, que tenha as suas condições internas controladas por um sistema de refrigeração. Para a construção da câmara serão utilizadas placas pré-moldadas de poliestireno expandido (EPS) e instalada em local protegido da radiação solar, no município de Canguaretama. Optou-se pelo uso de placas pré- moldadas de poliestireno expandido devido à facilidade e praticidade para montagem, desmontagem e ampliação, por possuir acabamento em chapas metálicas que são de fácil higienização, não produzir resíduos na montagem e dispensar qualquer tipo de acabamento adicional, já que a câmara deve ser instalada de forma prática e ágil. E, também, pelo fato de que, quando comparado a outro material como o poliuretano (PUR), por exemplo, apresenta menor custo. 15 5.1 Câmara de estocagem A espessura do isolamento da câmara de estocagem será determinada a partir do cálculo prático da espessura do isolamento, dado pela expressão: onde: Text = Te = Temperatura externa das paredes = 30,8°C; Tint = - 25 °C Q = Perda de calor admissível = 10 W/m² = 8,59 kcal/h.m² hint = 7,5 kcal/(h.m².°C)* (com velocidade do ar de 1 m/s; convecção forçada a ar); hext = 7 kcal/(h.m².°C)* Fonte: ROSSI. S. J. Notas de aula da disciplina Engenharia de Alimentos III. Capítulos IV e V - Câmaras de Estocagem. A espessura das placas de EPS obtida pelo cálculo prático é de 18,6cm. 6. CÁLCULO DAS DIMENSÕES DA CÂMARA 6.1 Câmara de estocagem Base dos cálculos: 4 toneladas de camarão congelado; Densidade de estocagem (em caixas de papelão): 10 kg; Condições do ar: externas (T= 30,8°C; UR = 77-87%); internas (T= -25°C; UR = 85%). 6.1.1 Volume interno da câmara de estocagem (Vi) 1 m 3 10 Kg Vi 4000 kg 16 Vi = 400m 3 Adotando-se: Altura (Hint) = 3 m área (A) = 400/3 = 133,3m²; Largura (Lint) = 2m + 2 m espaço de corredores e separação das paredes; Comprimento (Cint) = A/L= 133,3/4 = 33,32 m Figura 2. Representação das instalações dos sistemas de refrigeração (sem escala), com destaque da câmara de estocagem. 6.1.3 Dimensões externas Adotando-se as espessuras encontradas no item 5.2 deste projeto, tem-se que: Lext= 4 m+0,186 m= 4,18 m Cext= 33,3+0,186 m= 33,48 m Hext= 3 m+0,186m= 3,18 m Aext= (Lext).(Cext) = 4,18 m . 33,48m = 139,94 m 2 17 7 CÁLCULO DA CARGA TÉRMICA DA CÂMARA DE ESTOCAGEM 7.1 Carga térmica devido as paredes, piso e teto (QPPT) Adotando-se a orientação N/S/L/O referida na Figura 2; Supondo-se câmara com teto protetor adicional, de uso moderado, sem antecâmara e pintadas externamente na cor branca, paredes tais que: U = 0,15 kcal/(h.m 2 .°C) (Paredes Norte, sul, leste e oeste, piso e teto) Parede norte: Q = (0,15).(33,48 x 3,18).[30,8-(-25)] = 878,3 kcal/h Parede sul: Q = (0,15).(33,48 x 3,18).[30,8-(-25)] = 878,3 kcal/h Parede leste: Q = (0,15).(3,18x4,18).[30,8+3,08-(-25)] = 117,32 kcal/h Parede oeste: Q = (0,15).(3,18x4,18).[30,8+3,08-(-25)] = 117,32 kcal/h Teto: Q = (0,15).(4,18x33,48).[30,8-(-25)] = 1171,35 kcal/h Piso: Q = (0,15).(4,18x33,48).[30,8-(-25)] = 1171,35 kcal/h Total: QPPT = 4.333,94 kcal/h = 104.014,55 kcal/dia 7.2 Carga térmica devido às trocas de ar (Qar) Supondo mar (kg/dia) desconhecida, sem antecâmara e de uso moderado; Sendo Vi= 400m 3 = 14125,9 ft 3 , e utilizando dados da tabela do Anexo 2. Utilizando os dados psicrométricos do ar externo (Anexo 3) e do ar interno da câmara de estocagem: mar = n x Vi/ve mar = 3,14 x 400 /(0,978) mar = 1284,25 kg de ar/dia 18 hext = 94,1 kJ/kg hint = -24,3 kJ/kg Portanto: Qar = mar x (he – hi) = 1284,25 x (94,1-(-24,3))= 152055 kJ/dia x = 36305,83 kcal/dia 7.3 Carga térmica devido ao produto (Qprod) onde, QS (calor sensível de resfriamento) = 0 Q LS (calor latente de congelamento) = 0 (calor de respiração do produto) de Qs (calor sensível devido à embalagem do produto) = 0 , pois o produto já está congelado e na temperatura que se deseja mantê-lo. 7.4 Cargas térmicas suplementares 7.4.1 Luzes (QL) As lâmpadas utilizadas no interior da câmara de estocagem serão de vapor de mercúrio, ficando estas acesas por um período de 1h/dia. De acordo com o Anexo 4 existe uma relação entre lâmpadas incandescentes e lâmpadas de vapor de mercúrio que é, aproximadamente, 3. Para lâmpadas incandescentes o índice indicado é de 100 W/30m 2 , ou seja, 3,33 W/m 2 , logo, para lâmpadas de vapor de mercúrio, o índice indicado será 1,11 W/m 2 (3,33 W/m 2 / 3). Portanto para calcular o calor gerado por lâmpadas de vapor de mercúrio 19 durante o período em que estas permanecerem acesas, multiplica-se a área interna da câmara por 1,11 W/m 2 . A = 133,3 m 2 x 1,11 W/m 2 A = 147,9 W = 147,9 J/s Qlamp (lâmpadas) = A x 0,86 kcal/Wh x tempo(h/dia) Qlamp (lâmpadas) = 147,9 W x 0,86 kcal/Wh x 1 (h/dia) Qlamp (lâmpadas) =127,19 kcal/dia 7.4.2 Pessoas (Qpes) Dois funcionários terão acesso à câmara durante um período médio de 1h/dia. Pela tabela do Anexo 5, o equivalente do calor de ocupação, para a temperatura de -25°C, é de aproximadamente 350 kcal/ h (obtido por interpolação). Temperatura (ºC) Equivalente (kcal/h) -12 300 -24 350 -25 X X=354,16 kcal/h Desta forma: Q pessoa = 2 pessoas x (354,16 kcal/h) × (1h/dia) = 708,32 kcal/dia Portanto, QSUP = 127,19+ 708,32 = 835,51 kcal/dia 7.5 Carga térmica total diária Qo.diário = 4.333,94 + 36305,83 + 0 + 835,51 = 41.475,28 x 1,1 (margem segurança acréscimo 10%) = 45622,80 kcal/dia 20 7.6 Capacidade da Unidade Condensadora (UC) Qo (UC) = Qo/top,UC , onde top,UC = 22h/dia Qo (UC) = 45622,80 kcal/h / 22 h Qo (UC) = 2073,76kcal/h 7.7 Capacidade dos Evaporadores. Qo (EV) = Qo/top,EV , onde top,EV = 22h/dia Qo (EV) = 2073,76 kcal/h Portanto, como serão instalados dois evaporadores, cada um deles deverá ter capacidade: Qo (EV)’ = Qo (EV) /2 Qo (EV)’ = 1036,83kcal/h 21 8 SELEÇÃO DOS EQUIPAMENTOS, CONTROLES E ACESSÓRIOS 8.1 Câmara de congelamento 8.1.1 Unidade condensadora Será adotada uma unidade condensadora (UC), com compressor hermético, com tempo operacional (top) de 22h/dia. Portanto, de acordo o QoUC = 2073,76 kcal/h, adotaremos diante do catálogo da marca Danfoss para unidades condensadoras herméticas tipo Blue Star e Compact Line (Anexo 6), a unidade condensadora, modelo HCZ 032 que nas condições operacionais (To = -30°C e Tc = 40°C) possui uma capacidade de 2171 kcal/h e potência consumida de 1,9 kW. 8.1.2 Evaporador É necessário um evaporador com tempo operacional (top) de 22h/dia e com capacidade de produção de frio de 2073,76 kcal/h, que opera nas condições operacionais (To = -30°C), para isso, foi selecionado um evaporador da marca Trineva (Anexo 7), Modelo TRA (D) 1, com capacidade de 2406 kcal/h. 22 9 LAY-OUT FÍSICO DAS INSTALAÇÕES Nas Figuras estão apresentadas, a vista superior da disposição interna da câmara frigorífica e a vista frontal da disposição externa da câmara frigorífica, respectivamente. 23 10 CUSTOS Na Tabela 4 estão expostos os custos da aquisição e instalação dos equipamentos, controles, acessórios, tubulação e construção da câmara. Tabela 4 - Custos da aquisição e instalação dos equipamentos e construção da câmara Na tabela 5 estão descritos os custos da mão de obra adquirida para a construção da câmara. Tabela 5. Preços da mão-de-obra. MÃO-DE-OBRA TIPO QUANTIDADE PREÇO (R$) PEDREIRO 2 920,00 Item Quantidade Preço Unitário Preço total Unidade condensadora Danfoss HCZ 028 1 R$ 2.230,00 R$ 2.230,00 Evaporador Trineva TRA (D) 0B 1 R$ 1.750,00 R$ 1.750,00 Placa pré-moldada 110 mm em EPS (m2) 62 R$ 137,10 R$ 8.500,50 Refrigerante R-404a (13,6 kg) 1 R$ 390,00 R$ 390,00 Curva 1/2 90° (unidade) 3 R$ 4,64 R$ 27,84 Curva 7/8 90° (unidade) 3 R$ 5,38 R$ 16,14 Porta de correr frigorífica 1 R$ 1.750,00 R$ 1.750,00 Instalação e montagem - - R$ 7.200,00 Separador de óleo (unidade) 1 R$ 290,00 R$ 290,00 Tubo de cobre 1/2" (m) 3 R$ 20,75 R$ 62,25 Tubo de cobre 7/8" (kg) 3 R$ 42,90 R$ 128,70 Tubo isolante (m) 3 R$ 17,50 R$ 52,50 Controlador de temperatura (unidade) 1 R$ 230,00 R$ 230,00 Válvula de expansão (unidade) 1 R$ 180,00 R$ 180,00 Válvula solenóide (unidade) 1 R$ 177,00 R$ 177,00 Visor de líquido (unidade) 1 R$ 39,00 R$ 39,00 Quadro de comando 600X480X220 – TLA 1 R$ 272,00 R$ 272,00 Lâmpada fluorescente 2 R$ 12,89 R$ 25,78 Cortinas de tiras de borracha flexíveis e transparentes 1 R$ 235,00 R$ 235,00 Luminária tipo tartaruga 60W 2 R$ 13,20 R$ 26,40 Alvenaria (casa de máquinas) 1 R$ 500,00 R$ 500,00 VALOR TOTAL R$ 23.906,11 24 ELETRICISTA 1 750,00 VALOR TOTAL 1.670,00 Na tabela 6 estão descritos os últimos custos da construção, que são os materiais utilizados na construção da câmara. Tabela 6 - Preços dos materiais utilizados no processo MATERIAIS ITEM QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO (R$) PREÇO (R$) PALLETS 6 90,00 540,00 CARRINHO PLATAFORMA 2 360,00 720,00 VALOR TOTAL 1.260,00 O custo total de aquisição e instalação dos equipamentos, controles; acessórios e tubulação e construção da câmara é de R$26.836,11. Obs 1: Todos os valores de equipamentos foram obtidos do seguinte link <http://lista.mercadolivre.com.br/>. Obs 2: Os demais valores foram obtidos diretamente com o fabricante via e-mail. 25 26 REFERÊNCIAS BRANDÃO, W. N.; Dossiê técnico: Beneficiamentode camarões marinhos. Rede de Tecnologia da Bahia – RETEC/BA. Abril, 2007. BRASIL, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. RIISPOA: Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Decreto no 120.691. Brasília. 1984. PEREIRA, Daniela. Importância da cadeia de frio na segurança alimentar de produtos congelados e refrigerados. Escola Superior Agrária de Coimbra. Segurança Alimentar. 2010/2011. ROCHA, ITAMAR DE PAIVA, and J. A. Rodrigues. "Carcinicultura brasileira." Revista da ABCC 5 (2003): 30-45. SOUZA, M. C.de; TEIXEIRA, L. J. Q.; ROCHA, C. T. da; FERREIRA, G. A. M; FILHO, T. L. Emprego do frio na conservação de alimentos. Centro de Ciências Agrárias (CCA). Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Alegre, ES. 2013. Brasil. WALDIGE, V.; CASEIRO, A. Indústria de ração: a situação atual e as perspectivas. Revista Panorama da Aqüicultura, v.13, p.37-45, 2003. 27 ANEXOS Anexo 1 - Propriedades termodinâmicas do refrigerante R-404a 28 Anexo 1 - [Continuação] Propriedades termodinâmicas do refrigerante R-404a 29 Anexo 2 – Conversão de unidades de pressão 30 Anexo 3 - Propriedades psicrométricas do ar externo 31 Anexo 4. Cargas térmicas suplementares 32 Anexo 5. Calor equivalente por pessoa Anexo 6. Unidade condensadora – Dados Técnicos 33 Anexo7. Modelos de evaporador 34 Fonte: http://trineva.com.br/pdfs/catalogo_trineva2013.pdf
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