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Universidade Federal do Maranhão – UFMA Centro de ciências sociais, saúde e tecnologia – CCSST Disciplina: Operações unitárias II Docente: Profª Drª Regiane Silva Discente: Thainã Aparecida Jesus Rodrigues de Lima (Imperatriz, 29 de novembro de 2021) Dimensionamento de uma câmara fria de armazenamento para massa de pães Imperatriz 2021 Thainã Aparecida Jesus Rodrigues de Lima Dimensionamento de uma câmara fria de armazenamento para massa de pães Relatório apresentado ao curso de Engenharia de Alimentos- UFMA Como parte das exigências da disciplina de operações unitárias II. Orientador a Prof. Drº Regiane Silva. Imperatriz 2021 Sumário INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................................. 5 METODOLOGIA .................................................................................................................................. 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................................................10 CONCLUSÃO ......................................................................................................................................13 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................14 INTRODUÇÃO Ao longo dos anos e na medida em que foram passando, muitos recursos foram desenvolvidos com o intuito de minimizar a deterioração e estender o tempo de vida útil dos alimentos. Os métodos empíricos foram o uso de: calor, refrigeração, salga, desidratação, defumação e fermentação. Com a revolução industrial e o desdobramento da ciência, houve aprimoramento nesses métodos de conservação de produtos alimentícios (EVANGELISTA, 1994). No entanto, no século XX foi onde houve o estopim no progresso das antigas técnicas, uma vez que além de melhorias sucedeu-se a criação de novos métodos de conservação. Isso se deve a implantação da tecnologia de alimentos, que visa garantir o abastecimento de alimentos de forma segura, em razão da industrialização em massa e das técnicas de preservação. Em virtude dos métodos de conservação, sejam antigos ou modernos, do mais simples ao considerado mais complexo, é possível manter os alimentos seguros nos aspectos físicos, químicos e biológicos, além de proporcionar variedade e produtos de qualidade (ORDÓÑEZ PEREDA, 2005; SILVA, 2018). As câmaras de frio são ótimos equipamentos para os pães com fermentação natural, nesse tipo de receita o processo é mais lento e longo, exigindo que a massa permaneça em baixas temperaturas para que fique conservada durante o seu crescimento, o tempo que a sua massa passa no frio auxilia a produção de ácido acético, que proporciona o sabor e a acidez característicos desse tipo de pão. O uso de baixas temperaturas como método de conservação de produtos alimentícios desfavorece o desenvolvimento de fatores como atividade microbiológica e enzimática e, reações químicas e bioquímicas, que contribuem para sua deterioração. Portanto, o uso de baixas temperaturas torna possível o prolongamento da vida útil dos alimentos (OLIVEIRA, 2020). Neste trabalho apresentamos por meio de cálculos, o dimensionamento de uma câmara fria de armazenamento para massa de pães como também os equipamentos utilizados neste https://www.massamadreblog.com.br/know-how/info-tecnicas/usando-o-frio-seu-favor/ processo e suas respectivas funcionalidades, visando o crescimento da estocagem centralizada de produtos alimentícios em pontos de distribuição. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ✓ Conservação de alimentos pelo frio: O emprego de conservação por baixas temperaturas é o método mais antigo de conversação de alimentos onde o homem mantinha os alimentos “enterrados” em covas sobre o gelo durante todo o inverno para posteriormente esses alimentos serem conservados até o verão. Com o passar dos anos a indústria de alimentos inovou o método e passou a utilizar a preservação dos alimentos pela diminuição da temperatura por meio da refrigeração e o congelamento (VASCONCELOS et al. 2016). ✓ Refrigeração: O resfriamento é qualquer técnica de redução de temperatura de uma matéria acima do seu ponto de congelamento. Esse processo é bastante utilizado na conservação de alimentos, pois as baixas temperaturas prolongam por mais tempo, embora limitado, a vida útil dos produtos, uma vez que retardam a ação e crescimento de microrganismos termófilos e mesófilos, atividade enzimática e reações diversas no alimento. A forma de aplicação dessa técnica e a temperatura a ser empregada variam de acordo com a natureza de cada alimento e de suas propriedades sensoriais (LOPES, 2007; VASCONCELOS; MELO FILHO, 2010). ✓ Congelamento: De acordo com DOMENE (2020), o congelamento apresenta-se como uma técnica de conservação satisfatória, pois aumenta a oferta dos alimentos à população, acarretando menores perdas, tanto do ponto de vista nutricional, quanto sensorial. Todavia, utilizar esse tipo de téc- nica poderá alterar o conteúdo e o valor nutritivo dos alimentos se não forem conhecidas as etapas e processos necessários para o congelamento adequado (FELLOWS, 2019). ✓ Dimensões de uma câmara fria Câmara fria, ou câmara frigorífica, é qualquer espaço de armazenagem, que tenha as suas condições internas controladas por um sistema de refrigeração (CHAGAS, 2012). Tais câmaras são utilizadas no armazenamento de produtos congelados e resfriados e operam em uma grande faixa de temperatura que podem variar de 10°C até 40°C (ROSA; MI- GUEL, 2000; 2009). Fonte:https://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/construcao/isomil/produtos/re- frigeracao-ventilacao-e-exaustao/camara-frigorifica Acesso em: 18 de julho 2022. Um bom projeto de construção de câmara frigorifica, onde existe um severo controle de temperatura, depende do levantamento das necessidades do mesmo. (COSTA, 1982). Os fenômenos combinados presente no processo são os de convecção, radiação e con- dução. Na realidade, a transferência de calor se dá através de condução na parte solida, enquanto nos vazios acontece por condução, convecção e radiação; devido a mobilidade do ar e ao prin- cípio das placas intermediarias, tanto a convecção quanto a irradiação nos materiais isolantes são desprezíveis (COSTA, 1982). As paredes da câmara podem ser de alvenaria ou de painéis modulares onde já é inclu- ído o isolante desejado. A câmara de alvenaria é o modelo mais comum e consequentemente o mais utilizado dentre as indústrias que dispõe de um ambiente maior, com perímetros mais extensos, onde o objetivo é armazenar grandes quantidades de produtos. É recomendada para ambiente com temperatura acima de 0ºC, assim a circulação do fluido refrigerante é interrompida, mas o ventilador do evaporador continua funcionando para circulação do ar. Sendo assim construída e montada no ambiente de atuação, contudo nos dias de hoje não é mais um modelo tão usado programação (ABNT, 2013; VENTURINI, 2005; CAMPOS, 2021). A câmara do tipo modular é o modelo mais utilizado atualmente, pois apresenta como característica menor custo e tempo de construção, além de sua praticidade de montagem, https://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/construcao/isomil/produtos/refrigeracao-ventilacao-e-exaustao/camara-frigorifica https://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/construcao/isomil/produtos/refrigeracao-ventilacao-e-exaustao/camara-frigorifica podendo ser pré-montadoantes de ir para o local de atuação e remontado em caso de mudança de layout. É recomendada para ambiente com temperatura abaixo de 0ºC, pode ser feito por gás quente, resistência elétrica ou aspersão de solução aquosa. Independentemente do tipo de degelo, o seu acionamento e período de duração pode ocorrer conforme a demanda ou por programação (ABNT, 2013; VENTURINI, 2005; CAMPOS, 2021). METODOLOGIA Imagem 2: Medidas da câmara Através de pesquisas podemos entender mais a respeito das câmaras frias e suas dimen- sões, diante disto, a temperatura a ser utilizada foi de T (armazenamento) = -20 °C; Logo, foram realizados o balanço de carga térmica e posteriormente selecionados os equipamentos adequados que permitem atender as necessidades de armazenamento para massa de pães. Abaixo as fórmulas utilizadas: ➢ Para teto, paredes e pisos: Q = A . U . ΔT (1) Onde, Q: carga térmica em kcal/24 h; A: área externa em m2; U: coeficiente global de transferência de calor em W/m².ºC; ΔT: diferença de temperatura entre o ambiente externo e interno da câmara em ºC; ➢ Para carga térmica em razão da infiltração: Fórmula: Q = (V/v) . n . (hext – hint) (2) Onde, Q: carga térmica em kcal/24h; V: volume interno da câmara em m³; v: volume específico do ar externo em m³/kg; n: número de trocas de ar por 24 horas hext: entalpia do ar externo em kJ/kg; hint: entalpia ar interno em kJ/kg; ➢ Para carga térmica em razão da iluminação: Utiliza-se a fórmula, Q = Ateto . P . t (3) Onde, Q: carga térmica em kcal/24h; Ateto: área do teto em m 2; P: potência dissipada em W/m2; t: tempo de iluminação em horas; ➢ Carga térmica em razão das empilhadeiras: Utiliza-se a fórmula, Q = n . P . q . t (5) Onde, Q: carga térmica em kcal/24h; n: número de empilhadeiras; P: potência em kW; q: calor dissipado em kcal/h. kW; t: tempo da empilhadeira na câmara em horas; ➢ Para carga térmica em razão da circulação de pessoas: Utiliza-se a fórmula, Q = n . q . t (4) Onde, Q: carga térmica em kcal/24h; n: número de funcionários; q: calor por pessoa em kcal/h; t: tempo de trabalho em horas; ➢ Carga térmica em razão dos motores de ventiladores: Utiliza-se a fórmula, Qvent = ( N*Pot*tvent)/𝜂 (6) Onde, 𝑄𝑣𝑒𝑛𝑡: Carga térmica dos motores dos ventiladores [kcal/dia]; N: Número de motores internos; 𝜂 : Rendimento do motor; 𝑃𝑜𝑡: Potência de cada motor [CV]; 𝑡𝑣𝑒𝑛𝑡: Tempo em que os motores funcionam por dia [h/dia]. RESULTADOS E DISCUSSÃO Através dos dados obtidos na imagem 2 e os dados do coeficiente global (U) é 0,35 W/m2 K para o compósito AL/PU/AL, junto a temperatura fornecida que é de -20°C, e a porcentagem do fator de segurança da câmara 10% do valor calculado, vamos supor alguns dados, necessários para realização dos cálculos de carga térmica. Cálculo da Cargas térmicas de parede, teto e piso: Utilizando a equação 1 - Q = A . U . ΔT, e supondo que a temperatura externa seja 7 °C, temperatura local seja 30 °C, temperatura ambiente seja 26 °C e a temperatura do solo seja 27°C. Temos: QCima = 38,64 * 0,35 * (7-(-20)) QCima = 365,148 W Qbaixo = 38,64*0,35*(30-(-20)+1) QBaixo = 689,724 W Qlateral esquerda = 63,84*0,35*(30-(-20)+2) Q lateral esquerda = 1161,888 W Qlateral direita = 63,84*0,35*(26-(-20)) Qlateral direita = 1027,824 W QTeto = 139,84*0,35*(30-(-20)) QTeto = 2447,2 W QPiso = 139,84*0,35*(27-(-20)) QPiso = 2300,368 W O total da carga térmica de transmissão é o somatório, e transformado para kcal/24 h: QTotal = 7992,152 W Cálculo da razão de infiltração: Utilizando a equação 2 - Q = (V/v).n .(hext – hint), e supondo que o volume específico QTotal = 164926,0487 kcal/24h do ar seja 0,8 m3/kg, o número de trocas de ar seja 4, e a entalpia do ar externo 16 kJ/kg e entalpia interno -15 kJ/kg. Qinf = (540/0,8)*4*(16-(-15) Qinf = 83700 kJ Cálculo em razão da iluminação: Utilizando a equação 3 - Q = Ateto.P.t, e supondo que, a potência dissipada seja 1,5 W/m2, e o tempo de iluminação em horas seja 4 horas por dia. Qilim = 135*1,5*4 Qilim = 810 W.h Cálculo em razão da circulação de pessoas: Utilizando a equação 4 - Q = n.q.t, e supondo que, o número de funcionários trabalhando seja 6, o calor por pessoa seja 400 kcal/h e o tempo de trabalho 4 horas por dia. QPessoa = 6*400*4 Cálculo em razão das empilhadeiras: Utilizando a equação 5 - Q = n. P. q .t, e supondo que, o numero de empilhadeiras seja 1, e a potencia do motor seja 14 kW, e o calor dissipado do motor seja 1,2 kW. QEmpi = 1*14*1,2*4 QEmpi = 67,2 kWh Qilim = 696,5 kcal/24h Qinf = 2008773 kcal/24h QEmpi = 57780,8 kcal/24h QPessoa = 9600 kcal/24 h Cálculo em razão dos motores de ventiladores: Calculando a carga térmica total, depois multiplicando pelo fator de segurança da câmera, temos a carga térmica dos evaporadores (ventiladores). QParcial = (57780,8 + 9600 + 696,5 + 2008773 + 164926,0487) kcal/24h QParcial = 2241776 kcal/24h Logo: QEvap. = QParcial*10% QEvap. = 2241776*10 QEvap. = 224177,6 kcal/24h CONCLUSÃO Diante deste trabalho foi possível entender melhor sobre o funcionamento de uma câ- mara fria e a importância da sua utilização no mercado alimentício, mais especificamente na conservação de pães e massas, além disso podemos também compreender sobre suas dimensões e equipamentos. Além disto, por meio dos cálculos de carga térmica e suas particularidades, atendeu-se também como objetivo a demonstração dos principais equipamentos utilizado para funciona- mento da mesma, e todo os cálculos que estão envolvidos para desempenho dessas as ativida- des. REFERÊNCIAS EVANGELISTA, J. Tecnologia de alimentos. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 1989. ORDÓÑEZ PEREDA, J. A. (ed.). Tecnologia de alimentos. Porto Alegre: Artmed, 2005. SILVA, J. de C. Análise histórica sobre os métodos de conservação dos alimentos. 2018. OLIVEIRA, A. L. de. Refrigeração e cadeia do frio para alimentos. Pirassununga: Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo, 2020.<http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/469. Acesso em: 18 de julho de 2022. VASCONCELOS, M. A. da S.; MELO FILHO, A. B. de. Conservação de alimentos. Recife: EDUFRPE, 2010. VASCONCELOS, M. A. S; MELO, F. A. B. Técnico em alimentos - Conservação de alimentos. UFRPE/CODAI, 2016. FELLOWS, P. J. Tecnologia do processamento de alimentos: princípios e prática. 4a ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. ISBN 9788582715260 Disponível em: https://inte- grada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582715260/pageid/740 Acesso em: 18 de julho 2022. CHAGAS, J. A. C. Projeto e construção de Câmaras Frigorificas. York Refrigera- tion, Joinville, p.1-14, 2012. ROSA, A. E. Frigofacil: sistema de dimensionamento de câmaras frigoríficas. Dis- sertação (Mestrado em Engenharia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Floria- nópolis, 2000. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/han- dle/123456789/78216/153110.pdf?sequ ence=1&isAllowed=y . Acesso em: 18 julho 2022 VENTURINI, Osvaldo J. Eficiência energética em sistemas de refrigeração indus- trial e comercial. Rio de Janeiro: Eletrobrás, 2005. http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/469. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582715260/pageid/740 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582715260/pageid/740 https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/78216/153110.pdf?sequ%20ence=1&isAllowed=y https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/78216/153110.pdf?sequ%20ence=1&isAllowed=y
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