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DIVORCIO LITIGIOSO (1)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE XXXXXXX/XX.
NOME DO REQUERENTE, brasileira, casada, do lar, portadora da cédula de identidade RG sob o nº – SSP/SE, inscrita no cadastro de pessoa física CPF sob o nº., não usuária de endereço eletrônico, residente e domiciliada no (ENDEREÇO), CEP: , por conduto de seu causídico devidamente constituído (procuração anexa), com endereço profissional descrito no rodapé da lauda, vem à presença de Vossa Excelência, propor a presente:
AÇÃO DE DIVÓRCIO C/C PARTILHA DE BENS, GUARDA, ALIMENTOS E ALTERAÇÃO DE NOME
Em face de NOME DA REQUERIDA, brasileira, casada, lavradora, residente e domiciliada no (ENDEREÇO), CEP: 000000, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I - DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
O Requerente declara que não está em condições de pagar às custas do processo e honorários advocatícios, sem prejuízos do sustento próprio e da família, conforme se pode depreender da declaração de hipossuficiência anexado aos autos eletrônicos.
Posto isso, requer o benefício da justiça gratuita de acordo com os artigos 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal, 98 e seguintes da lei 13.105/2015 (NCPC). 
III- DOS FATOS
O Requerente (NOME DA REQUERENTE) casou-se com o Requerida no dia 17/08/1990, sob o regime de comunhão Parcial de bens, conforme certidão de casamento m anexo. Desta relação nasceram 2 (dois) filhos (NOME DOS FILHO) de 22 (vinte e dois anos) e (NOME DA FILHA), atualmente menor púbere com 13 (treze) anos de idade, conforme certidão de nascimento em anexo.
O casal conviveu maritalmente por cerca de 27 (vinte e sete) anos, no entanto, como se visa esclarecer, a relação se deteriorou vindo a culminar na separação de fato na data de 25/03/2018. 
Ademais, atualmente a requerida convive em união estável, tendo, portanto constituído nova família. 
Nessa toada, não mais possui o requerente o ânimo de dar continuidade ao enlace, ante o término da afetividade recíproca. Não havendo, outrossim, nenhuma possibilidade de reconciliação da vida em comum;
O casal divorciando ao longo da vida marital conquistou considerável patrimônio, sendo estes os seguintes: 
(1º) 1 Terreno Rural, medindo 55 (cinquenta e cinco) tarefas, localizado no Município de XXXX/XX.
Avaliado atualmente no valor de R$ 000.000,00 (XXXXXXXXXXX).
(2º) 1 (uma) casa localizada no Povoado XXXX, Rodovia Principal, S/N, zona rural, XXXX/XX, CEP: 000000000.
Avaliada atualmente no valor de R$ 00.000,00 (XXXXXXXXXX).
(3º) 1 (um) Automóvel PRISMA XXXXXXXX
Avaliado atualmente no valor de R$ 00.000,00 (XXXXXXXX).
A Requerida nunca aceitou realizar o divórcio consensualmente tão pouco a partilha de bens e pagamento de pensão alimentícia. Por não houver acordo amigável e impossibilidade do requerido em realizar o divórcio consensual, a Requerente vem socorrer-se ao Judiciário.
IV- DO DIREITO
A) – Do Divórcio
Em conformidade com a Constituição Federal em seu Artigo 226, parágrafo sexto em vigor:
Art. 226 do CF. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
(...)
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
Desta forma, o Código Civil também assevera:
Art. 1.571 do CC. A sociedade conjugal termina:
(...)
IV- pelo divórcio
Vale-se atentar também de que a Ementa Constitucional nº 66, deu nova redação ao parágrafo 6º do Art. 226 da Carta Magna suprimindo assim o requisito de separação judicial por mais de um ano, ou a separação de fato por mais de dois anos.
Desta feita, perfeitamente cabível a presente ação, pois o pedido está de acordo com a Carta Magna e a Legislação Civil vigente (Art. 1.571, IV do CC/2002).
Desta forma, busca-se o Judiciário para que seja expedido o mandado de averbação.
B) – Dos Bens e da Necessária Partilha
Pelo fato de o Requerido e a Requerida serem casados pelo regime de comunhão Parcial de bens preceitua o Art. 1.658 do CC/2002:
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
(1º) 1 Terreno Rural, medindo 55 (cinquenta e cinco) tarefas, localizado no Município de XXXX/XX.
Avaliado atualmente no valor de R$ 000.000,00 (XXXXXXXXX).
(2º) 1 (uma) casa localizada no Povoado XXXX, Rodovia Principal, S/N, zona rural, XXXX/XX, CEP: 000000000.
Avaliada atualmente no valor de R$ 00.000,00 (XXXXXX).
(3º) 1 (um) Automóvel PRISMA XXXXXXXX
Avaliado atualmente no valor de R$ 00.000,00 (XXXXXX).
Desta forma, a Requerente tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor dos bens na partilha, na importância de R$ 00000 (XXXXXXXXXX).
Fundamentos Jurídicos estes os quais a Requerente pleiteia para que seja observado seu direito a meação dos bens.
C) – Da Retirada do Nome de Casada
Quanto ao nome, com base nos Arts. 17 da Lei 6.515 e 1.578 do Código Civil, a Requerente desde já manifesta o desejo de voltar a usar seu nome de solteira.
Art. 17 da Lei 6.515. Vencida na ação de separação judicial (Art. 5º. ”caput”), voltará à mulher a usar o nome de solteira.
Desta forma, a Requerente pleiteia a mudança de seu nome para (NOME DE SOLTEIRA).
V – DA CRIANÇA
Em relação à filha da Requerente e do Requerido, (NOME DA FILHA), menor púbere, atualmente com 13 (Treze) anos de idade, observa-se aos Arts. 3º e 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):
Arts. 3º do ECA. A criança e o adolescente goza de todos os direitos fundamentais inerentes a pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que se trata esta Lei ou por outros meios, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Arts. 4º do ECA. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, a profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, á liberdade e Á convivência familiar e comunitária.
Desta forma, pede-se a Vossa Excelência que sejam observados os fundamentos jurídicos adiante.
VI – DA GUARDA
Quanto à guarda da menor (NOME DA FILHA), o Art. 1583 § 2 do Código Civil prevê a possibilidade de guarda unilateral pela Requerente:
Art. 1583 do CC. A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 2º. A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele melhores condições para exercê-la e, objetivamente, mais aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores:
I- afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar;
II- saúde e segurança;
III- educação
Como visto ao artigo acima citado a Requerente se resguarda perfeitamente no mesmo, visto que, a menor possui mais afinidade com sua genitora. Ademais seu genitor faz constantemente ingestão de bebida alcoólica e trata de forma ríspida a menor, que inclusive nutre medo dele, manifestando-se no sentido de permanecer sob a guarda de sua mãe. 
Desta forma a Requerente pleiteia a guarda unilateral da menor (NOME DA FILHA) com base na fundamentação jurídica aqui tratada.
VII – DA REGULAMENTAÇÃO DE VISITA
Demonstra-se, Excelência de que toda criança necessita de apoio familiar, desta forma, a presença de ambos os pais e imprescindível para que esta cresça mental e emocionalmente perfeita.
Desta forma é direito de ambos os pais o convívio com a criança, o direito de prestar visita é um direito fundamental da família brasileira em razão da necessidade de um bom convívio familiar visto que o vínculo afetivo permanece e encontra proteção jurídica contra potenciais agressões.
Assim se posiciona o ordenamento jurídico, conforme o disposto no Art. 19 da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente):
Art. 19 da Lei 8.069/90: Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família, substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária.O Art. 1.583, parágrafo 3º do CC diz que aquele que não detenha a guarda tem a obrigação de supervisionar os interesses do filho:
Art. 1.583, 3º do CC: A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não detenha a supervisionar os interesses dos filhos.
A doutrinadora Maria Berenice Dias, Manual de Direito da Família, 2011, pág.447 esclarece que:
A visitação não é somente um direito assegurado ao pai e a mãe, é direito do próprio filho de com eles conviver, o que reforça os vínculos paterno e materno-filial. (...) Consagrado o princípio da proteção integral, em vez de regulamentar as visitas, é necessário estabelecer formas de convivência, pois, não há proteção possível com a exclusão do outro genitor.
Diante do conteúdo explicitado acima, a Requerente acha conveniente regulamentar as visitas de maneira livre, para evitar desprazer, exigindo apenas:
- Aviso a genitora quando o Requerido for realizar visitas a menor;
VIII – DOS ALIMENTOS
Primeiramente Vossa Excelência, extrai-se da Lei Maior dois artigos imprescindíveis à demonstração deste pleito:
Art. 227 da CF. É dever da família, sociedade e Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão;
Art. 229 da CF. Os pais tem o dever de assistir, criar e educar os filhos menores e os filhos maiores tem o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade;
Demonstra-se no mesmo sentido o Art. 1.634, I do Código Civil quanto à criação e educação dos filhos menores, e no Art. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90- ECA) relativo a dever de sustento, criação e educação.
Art. 1634 do Código Civil. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:
I- dirigir-lhes a criação e educação;
Art. 22 da Lei 8069/90. Aos pais incube o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir as determinações judiciais.
Desta forma, mostra-se claro que o Requerido tem o dever de prover o sustento da filha, pois, trata-se de satisfações de necessidades vitais de quem não consegue provê-las por si.
Art. 1696 do CC. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.694. [...]
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
Quanto ao Parágrafo 1º do Art. 1694 do CC/02 citado, vale ressaltar de que para que possa ocorrer sua concessão precisa-se de dois requisitos, sendo estes: Necessidade do Alimentando e Capacidade do Alimentante.
Desta forma, como a menor púbere, não possui qualquer condição de auto-sustento, não é justo que a Requerente provenha sozinha o sustento de (NOME DA FILHA) de maneira integral.
Uma vez demonstrado o grau de parentesco relativo ao Requerido, reconhece-se o dever de prestar alimentos e requer desde já o valor de 21,34% (vinte e um vírgula trinta e quatro por cento) do Salario Mínimo vigente, a título de alimentos provisórios a serem homologados posteriormente. Outrossim, a pensão alimentícia da menor devera ser depositada até o dia 30 de cada mês, na conta poupança nº 00000, agência 000, de titularidade da genitora da menor.
IX – DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS
Nas Ações de Alimentos, Vossa Excelência deverá fixar Alimentos Provisórios, quanto à fundamentação legal da qual dispõe o Art. 4º da Lei 5.478/68 que:
Art. 4º da Lei 5.478/68. As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
No presente caso, mostra-se a necessidade de fixação de tal previsão legal, uma vez que a Requerente (genitora da menor) não possui emprego fixo, tendo como principal ocupação o cuidado do lar, o que fatalmente dificulta o sustento da filha.
Art. 13º da Lei 5.478/68. O disposto nesta lei aplica-se igualmente, no que couber, às ações ordinárias de desquite, nulidade e anulação de casamento, à revisão de sentenças proferidas em pedidos de alimentos e respectivas execuções.
§ 1º. Os alimentos provisórios fixados na inicial poderão ser revistos a qualquer tempo, se houver modificação na situação financeira das partes, mas o pedido será sempre processado em apartado.
§ 2º. Em qualquer caso, os alimentos fixados retroagem à data da citação.
§ 3º. Os alimentos provisórios serão devidos até a decisão final, inclusive o julgamento do recurso extraordinário.
Quanto ao exposto, mostra-se oportuno o presente pleito quanto à determinação de pagamento de Alimentos Provisórios referentes a 21,34% (vinte e um vírgula trinta e quatro por cento) do Salario Mínimo vigente, a serem depositados até o dia 30 de cada mês, para que a menor possa subsistir tendo como assegurado seus direitos oriundos à dignidade da pessoa humana, qual seja, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade e ao respeito.
X – DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Primeiramente mostra-se a redação do art. 300 do Código de Processo Civil, o qual estabelece de que o Magistrado poderá antecipar os efeitos da tutela pretendida na Inicial a requerimento da parte:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Desta forma, mostra-se de grande importância atentar de que Vossa Excelência deve convencer-se não da verossimilhança da alegação (esta parecer ser verdadeira), mas da probabilidade da procedência da causa, isto é, se possui chances de ocorrer fato futuro tal qual seja capaz de expor a parte a perigo.
Desta forma, mostra-se a Vossa Excelência de que estando presentes todos os requisitos ensejadores de liminar sendo estes o fumus boni iuris (fumaça do bom direito) e o periculum in mora (perigo decorrente da demora) é justa a determinação da tutela antecipada dos alimentos fixando desde logo o pleiteado.
XI - AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO 
Tendo em vista a natureza do direito e demonstrando espírito conciliador, no intuito de resolver amigavelmente a questão, a Parte Autora desde já, nos termos do art. 334, 694 e 695 do Código de Processo Civil, manifesta interesse em autocomposição, aguardando a designação de audiência de conciliação.
XII- DO PEDIDO
Pelos fatos e fundamentos jurídicos expostos, REQUER:
O deferimento dos Alimentos Provisórios segundo o Art. 300 do Novo CPC e Art. 4º da Lei 5.478/68, fixados a razão de 21,34% (vinte e um vírgula trinta e quatro por cento) do Salario Mínimo vigente, a serem depositados até o dia 30 de cada mês, na conta poupança nº 00000...
A concessão do benefício da gratuidade processual, nos termos dos artigos 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal e 98 e seguintes da lei 13.105/2015 (NCPC), não podendo a requerente arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, conforme declaração anexa. 
Que seja citado o Requerido, no endereço mencionado, para responder a presente demanda e querendo constatar os fatos alegados, acaso não haja conciliação previa, sob pena de revelia;
Seja finalmente julgado procedente o pedido, para condenar o requerido à prestação de alimentos definitivos a razão de 21,34% (vinte e um vírgula trinta e quatro por cento) do Salario Mínimo vigente, a serem depositados até o dia 30 de cada mês, na conta poupança nº 000000...
A guarda unilateral de (NOME DA FILHA) para a Requerente, e regulamentado o direito de visita para o genitor na forma como sugerida no item respectivo.
A mudança de nome da Requerente (NOME DE CASADA) para (NOME DE SOLTEIRA);
Seja decretado o divórcio, com expediçãode ofício para averbação no Cartório do 00 Oficio de xxxx/xx, na forma da lei, para que se prossigam com os devidos procedimentos.
Requer a Vossa Excelência seja determinada a meação na proporção de 50% (cinquenta por cento) referente aos bens conquistados ao longo da vida marital, qual seja o valor de R$ 00000 (xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx);
A intimação do Digníssimo Representante do Ministério Público, para intervir em todos os atos do processo com base ao Arts. 178, II e 698 do Novo Código de Processo Civil;
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova de direito admitidas nos termos do Art. 369 do Novo Código de Processo Civil, especialmente pela produção da prova testemunhal, documental acostada nesta exordial, depoimento pessoal do Requerido, na forma do art. 385, § 1º, do CPC e demais provas, desde já requeridas. 
Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (XXXXXXXXXXXXXXX).
Termos em que
Pede deferimento.
XXXXXXX, 28 de Abril de 2018.
Advogado (a)
OAB nº 0000

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