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1 Patologia em concreto com ênfase em Marquises Vanessa Alves de Moraes Mesquita da Silva – vanessa.eng87@gmail.com Auditoria, Avaliações e Perícias de Engenharia Instituto de Pós-Graduação - IPOG Rio de Janeiro, Rj, 20 de Maio de 20018 Resumo O artigo aborda um tema de suma importância para engenheiros e arquitetos: Patologia em Estruturas de Concreto, com ênfase em marquises. Cuja sua missão é identificar problemas e solucionar patologias encontradas, devolvendo a resistência inicial para qual foi projetada. Infelizmente nos dias de hoje existe inúmeras construções que foram bem projetadas, porém estão condenadas, devido ao entemperismo e até mesmo por ações mecânicas. Por que muitas estruturas se ruem? Tem como aumentar a vida util estrutural? Exempolos de construções deterioradas, técnicas de prevenção, conservação e restauração e seus processos passo a passo, são tópicos presentes nesse artigo. O estudo foi elaborado através de uma revisão bibliográfica de fontes de livros, teses, artigos e vivência em campo, trazendo então o assunto de uma forma segura, completa e objetiva. . Palavras-chave: Patologia. Estrutura. Estruturas de Concreto. Fissuras. Marquises. 1. Introdução O estudo tem seu objetivo idêntificar algumas patologias encontradas no concreto, causas, consequências e soluções para cada caso encontrado. Contribuindo na melhoria de profissionais para adversidade qual é apresentada e melhor procedimento a seguir, eliminando assim qualquer risco, e devolvendo a resistência para qual a estrutura foi projetada. Atualmente muitas construções vem sofrendo desgastes, trazendo com isso uma deficiência estrutural, ou seja, as edificações deixam de cumprir as funcionalidade para qual foi incubida no projeto, trazendo assim, perigo eminente a pessoas que residêm ou transitam próximo as construções afetadas. Ultimamente as marquises tem sido o alvo de desatres, carregando muitos casos de mortes. Essas ocorrências são frequentes, por isso é recomendavel fazer vistorias periódicas nesses imóveis, para previnir acidentes e manter a estrutura segura. Já existem cidades que tem um decreto municipal, que determina a obrigatoriedade de manutenção e conservação de imóveis que possuem lajes em balanço. A marquise é um monumento estrutural embutido na fachada, criado com a finalidade de proteger transeuntes contra sol e chuva. Do ponto de vista estrutural, as marquises são elementos caracterizados com balanços, vinculados ao plano da fachada e que se projetam sobre o logradouro público (CUNHA, LIMA & SOUZA, 1996) Sua armação é similar a estrutura da laje, porém não dispõe de apoio em todas as suas extremidades, possuindo assim um momento muito elevado, correndo risco de ruptura. Contando também que essas sacadas, sofrem constante ações climáticas, tornando-as mais vunerável com o passar do tempo. Trazendo assim, a esse tipo de construção uma execução mais cuidadosa e sua manutenção mais exigente. Por isso recomenda-se uma manutenção periódica, para evitar o surgimento de problemas, e até o colapso da mesma. 2 2. Revisão bibliográfica 2.1.Surgimento dos problemas As anomalias em marquises tem ocorrido frequentemente em lajes engastadas, pois quando sofrem algum tipo de avaria em sua função estrutural, por menor que seja, ocasiona instabilidade estrutural. (BRAGUIM, 2006) Sua armação é invertida, por isso é difícil notar uma corrosão olhando de baixo para cima, pois não fica aparente o início do problema, ou seja quando começa a surgir fissuras conforme a figura 1. Figura 1- Ação de agentes agressivos na armadura principal. Fonte: Medeiros e Grochoski (2007, p. 9). Conforme Dorigo, a parte mais frágil de uma marquise é a armadura superior, porque é a primeira a sofrer por falha ou desgaste da impermeabiliação. E por ser uma região que está em contante trabalho de tensão, produz frequentemente fissuras e trincas. Como o monumento é exposto a chuva, a água infiltra por essas brechas, entrando em contato com o aço. Onde começa o processo de corrosão, que desencadeia uma série de complicações, além da penetração de agentes agressivos que favorecem na decomposição do concreto, removendo a resistência da estrutural. A atuação do concreto armado tem a caractéristica de cisalahamneto dúctil, porque mesmo que o concreto seja de um material frágil, junto com o aço, que é um material dúctil em sua armação, transforma a estrutura em um elemento de comportamento intermadiário. A vantagem é que surgem sinais na estrutura como fissuaras, antes dela entrar em colápso (BRANDÃO e PINHEIRO, 1998). Por essa estrutura ficar num nível acima, e ter um difícil acesso, se torna dificultoso a observação do local. Essas falhas são notadas na maioria das vezes quando há o desplacamento do cobrimento e a exposição da armadura, porém nesse estágio já houve comprometimento estrutural da laje, tornando o local inseguro. Com o compromentimento da resistência da estrutura, há um risco eminente da mesma entrar em colapso, podendo trazer riscos para passantes. Essas construções apresentam problemas por falta de manutenção, porém existem alguns casos que há falhas de execução da obra, onde a armação deveria ficar num lugar e é concretada em outro. Isso ocorre muito, quando a instalação da armadura principal é indevidamente pisoteada pelos operários enquanto transitam pela obra, modificando sua posição inicial. Perdendo assim, a finalidade da armação, que seria suportar os esforços de tração, sendo então trasmitido essa função para o concreto, que não resiste a esse tipo de esforço, trazendo então sua ruptura. Nesses casos, o erro é ligeiramente identificado, pois a estrutura não suporta e rompe de imediato. 3 2.2.Principais patologias encontradas na marquise Patologia tem como significado estudo de doenças. No campo da engenharia civil, está relacionada a estudo da doença estrutural. Conceitos criados para explicar o aparecimentos de sintomas, falhas que vêem se apresentando nas edificações e suas causas que geram as manifestações patológicas estruturais. Essa manifestações é o resultado de diversas ações negativas que podem alterar o escopo projetado, composição dos elementos, gerando deformações na armação. Com isso tornando o desempenho e durabilidade da construção afetada. As patologias encontradas podem ser destinguidas como, simples e complexas. As simples, quando notadas de imediaato, torna o processo de recuperação muito mais rápido e simples, evitando danos maiores. Porém as complexas, tendem a dispor de danos maiores, exigindo conhecimento específico para cada caso, eliminando a ação que contribui o aparecimento das manifestações. Fissuras, corrosão da armadura, carbonatação, são das mais comuns apresentadas em campo. O avanço dessas ocorrências levam na redução do ph do concreto tornado-o degradante. A marquise, por ser uma estrutura exposta a intemperes e a mal uso, como sobrecargas, tendem a ter mais fissuras, e com a falta de impermeabilização, torna o processo mais vertiginoso, pois possibilita a ploriferação de problemas, contaminando todo o local atingido, carregando a possibilidade de desplacamento inloco (Figura 2) e a ruptura da construção (Figura 3). Existem diversas patologias, dentre elas, as mais frequentes em sacadas são: Fissuras, desplacamento do cobrimento, sobrecarga, carbonatação, eflorescência, alcali – agregado, exposição da armadura, corrosão. Tais patologias serão explicadas mais adiante. Contudo é recomendavél sempre estudar bem os projetos antes de serem efetivados, analisar a região onde será levantado, maneiras mais adequadas para a execução, materias a serem utilizados, mão de obra qualificada. Depois de pronto, sempre ter o manual do proprietário, onde consta todas as informações da construção, como por exemplo, o peso que a estrutura pode suportar e como ultilizar o local. Evitando assim, surgimentos de patologias. Figura 2 - Desabamento do reboco Fonte: Milos Silveira Figura 3 - Desabamento de uma varanda Fonte: Kid Junir - Diario do Nordeste 4 Figura 5- Marquise com a armação mal posicionada Fonte: Carmo (2009, p. 37). 2.2.1. Fissuras Essa patologia é muito comum de ser encontrada. Há inúmeras causas que as originam, sendo de fácil reparação quando seus motivos de surgimento forem simples, porém em alguns casos ela é apenas uma consequência de um problema mais sério. Isso ocorre tanto em obras recentes como em construções mais antigas. As Fissuras são pequenas aberturas no concreto, alterando a aparência e a durabilidade da edificação. Essa manifestação acontece quando ocorre uma tensão, promovendo o rompimento do local afetado. A aparição dessa patologia tem diversos motivos, dentre eles são: Movimentos gerados no interior do concreto: São movimentos ocorridos no processo de cura, onde se tem uma retração por secagem, expansão química, retração térmica. Insuficiência de cobrimento, onde não há uma espessura adequada; Expansão da armadura do próprio concreto: é o processo de corrosão do aço, ocasionando a sua expansão e fissurando o concreto. Recalques no solo: Com o recalque diferencial a estrutura fica fora de nível e apresenta fissuras. Sobrecargas, cargas verticais que não foram calculadas no projeto. Com a falta de impermeabilizações e a degradação do tempo, permitem que a água da chuva e outros agentes agressores, infiltrem na estrutura de concreto, através das fissuras de flexão, destruindo a armação de forma acelerada, coforme a Figura 4. Segundo alguns estudos feitos, com casos reias de marquises fissuradas, e como grau de corrosão estrutural, na orla marítima, foi concluído que é mais barato demolir e refazer uma nova, do que reparar a estrutura. A casos que as fissuras surguem devido a má execução da obra, colocando a armação em posições diferente do que está no projeto, na hora da concretagem, encurtando a altura útil estrutural que consequentemente reduz sua resietência. Dependendo do quanto essa armação foi deslocada, pode comprometer toda a marquise, trazendo grandes deformações nas extremidades dando origem a rupturas por flexão, corforme a Figura 5. Para ter um sucesso na recuperação das estruturas, é fundamental avaliar corretamente as causas das fissuras para ter êxito na recuperação das estruturas e não apenas remendá-las. Figura 4- Marquise com fissuras devido a falta Fonte: Carmo (2009, p. 37). 5 2.2.2. Sobrecarga A sobrecarga é o nome que se dá a carga excedente, na construção a qual não foi considerado na hora do projeto. Esse sobrepeso pode ocorrer em qualquer área da construção, como lajes, vigas, pilares e fundações, afetando a estrutura, podendo trazer ao colapso. Tendo em vista que a marquise, é projetada e construída com uma carga predefinida, que quando é extrapolada, torna-se uma força vertical cortante não prevista, como a colocação de equipamentos de refrigeração, instalações de letreiro, painéis ou ainda mesmo, excesso de camadas de impermeabilização. Prejudicando e alterando o comportamento da laje, conduzindo a ter um momento elevado não previsto, propiciando a fragmentação da mesma. 2.2.3. Carbonatação A carbonatação ocorre quando por meio de fissuras, o gás carbônico entra em contato com a armadura trazendo um desagregamento em sua composição, reagindo com os hidróxidos alcalinos da solução encontradas nos poros do concreto. Quando esse processo acontece, gera o desagregamento da armadura ocorrido pela redução do ph na área afetada pela carbonatação. O dióxido de carbono também é um grande aliado a corrosão estrutural, com a presença de umidade que também entra através da fissura, cria um processo genaralizado de corrosão. Para que o processo de carbonatação ocorra, exitem três elementos que ao adentrarem no concreto, provocam esse fenomeno: gás carbônico, umidade e oxigênio. Com esses elementos, a sequência de fatos é assim (Figura 6): 1º H2O entra nos poros do concreto através das fissuras 2º - Forma-se uma fina camada de água; 3º - A água tranforma o Ca em Ca(OH)2 4º - CO2 entra nas fissuras 5º - CO2 reage com H2O, gerando H2CO3 6º - H2CO3reage com Ca(OH)2 gerando CaCo3 7º - O consumo de Ca diminui o ph do concreto, deixando o aço exposto à corrosão Figura 6 - Inlustração do processo de carbonatação Fonte: http://rodrigorcarvalho.com.br/artigos/ambientes-agressivos-para-o-concreto/ 3 METODOLOGIA 6 2.2.4. Alcali- Agragado A reação álcali- agregado é um processo químico que constitui uma reação de elementos, os agregados com os hidróxidos alcalinos do cimento, ou da água do amassamento, que são dissolvidos na solução do concreto. E isso gera expansões, e severas fissuras nas estruturas de concreto (Figura 7). Certos agregados com algumas formas reativas de sílica, reagem com o potássio, sódio e hidróxido de cálcio do cimento, e formam um gel em volta dos agregados reativos. Quando o gel é exposto à umidade ele expande- se, criando tensões internas que causam fissuras em torno dos agregados (umidade interna do concreto em torno de 80%) (ANDRADE, 2005). Para determinar que a construção está sofrendo dessa patologia são feitos diversos testes laboratoriasis que podem constatar a reação. Infelizmente, ainda não se tem um método definitivo, para a recuperação de estruturas afetadas, principalmente estruturas de grande porte. Para estruturas com poucos danos apresentados com a reação, tende-se a a estabilizar no período de 3 a 5 anos, podendo ser recuperadas por métodos paleativos, reparos das fissuras e trincas com injeções. Esse fenômeno pode se manifestar de várias maneiras, desde dilatações, movimentações estruturais e fissurações até mesmo pipocamentos, dilatação do gel e redução das resitências à tração e compressão. Figura 7 - Estrutura de concreto afetada por RAA Fonte: Empa; PSI | Imagens (adaptadas): via Empa Essa reação expansiva, ocontece quando gel, gerado pela reação absorve a água e se dilata. As propriedades deste gel necessitam de sua composição química e da presença de umidade. As principais causas que induzem sua formação são: Existência de silica reativa Disponibilidade de álcalis Presença de água Temperatura Conforme Corrêa (1997) , para previnir a construção dessa reação, é recomendo evitar na mistura do concreto, a adição de agregados reativos, aditivos e água que contenham álcalis, cimentos com o teor de álcali abaixo de 0,6%, materiais pozolânicos. Adotando esse procedimento, estima-se que reduza ou até mesmo elimine os efeitos devastadores que essa reação pode ocasionar. 7 2.2.5. Lixiviação/ Eflorescência A lixiviação, é uma manifestação patológica comum, e pode decorrer tanto em concretagem recentes como em uma obra antiga. Esse fenomeno é germinado nas utilizações de cimentos sem aditivos, ou seja puros. Com o uso de adititivos, tais elementos como pozolonas, escórias na mistura, provocam o esgotamento do hidróxido de cálcio, evitando assim a lixaviação. Essa manifestação ocorre quando há infiltrações, ou seja, quando há o contato direto do cimento com a água, ocasionando uma hidratação do mesmo, gerando a reação CaOH2 (hodróxido de cálcio). A água percola pelo concreto, levando partículas sólidas de cálcio do concreto, criando depósitos de sais, onde se encontra a eflorescência, ocasionando assim a fragilidade do cimento. A eflorescência tende ocorrer quando há um teor de sais solúveis na estrutura, entrando em contato com a água através das fissuras, provocando uma pressão hidrostática levando os sais para a superfície. Porém fatores externos também podem provocar o fenômeno que são: Temperaturas elevadas, porosidade dos materiais, quantidade de água e o tempo de contato. A região onde a estrutura foi fundada também interfere muito na estrutura, devido a salinidade e umidade. A patologia em si, não causa danos estruturais, afeta a estética da construção, deixando aparente os depósitos de cálcio, ou seja manchas brancas onde se deposita (Figura 8 ). Esse fenômeno quando não tem mais contato com a água tende-se a sumir com o tempo em média de 10 a 15 anos. Pórem, quando não há um reparo das fissuras e a impermeabilização das peças, a estrutura continua recebendo infiltrações, tendendo- se a ter um processo de lixiviação avançado, ou seja, com o aumento da reação, acarreta na grande perda de cálcio no concreto, deixando- o assim mais frágil, podendo ocorrer a desintegração do local onde foi afetado. Abrindo espaços vazios inloco, acarretando na penetração do CO2, que tem ação corrosiva em contato com a armação e a redução do ph do concreto, como foi explicado em carbonatação. Para evitar esse processo, exitem alguns métodos feitos no momento da preparação da massa, como a redução de água no traço, gerando um concreto mais impermeável, reduzindo a probabilidade de haver um contato com a água. Outro recurso utilizado é a aplicação de cimentos compostos, ou seja, cimentos com aditivos, que previnem a perda do hidróxido de cálcio. Figura 8- Laje com eflorescência Fonte: Foto tirada por Achim Hering - Ecivilnet 8 3. Solução Como foi visto há uma infinidade de patologia que a estrutura pode conter, e nota-se que uma simples fissura pode vir a tornar o problema sério. Então é indispensável tratar das fissuras para prolongar a vida útil da edificação. 3.1.Tratamento de fissuras: A fissura é o nome que se dá ao rompimento do concreto devido ao trabalho de tração do mesmo. No nosso caso, estamos falando de estruturas de concreto armado ou protendido. Os materiais de preenchimento da fissura, é recomendável que tenha: Viscosidade ideal ao tratamento escolhido; Aderência ao concreto; Resistência; Pequena retração, para não prejudicar seu objetivo; Os materiais precisam ser bem misturados de forma adequada, evitando problemas na massa; Para o tratamento de cada fissura, temos diversos tipos de maneiras e materiais para esse serviço. Como Hillemeier, os materiais para o preenchimento das fissuras são: Resina epóxi RE Altamente resistente a tração. É utilizada em ambientes que necessitam de ligação rígida. Essa resina é preparada de uma forma bem fluida para facilitar na injeção. Material de fácil aplicação, e perfeita aderência no concreto. Poliuretano PUR e Espuma de Poliuretano PUR. ESP. Excelente material de vedação para fissuras com área úmidas, com percolação de água e em fissuras secas. A Espuma de Poliuretano é utilizada para a vedação da área afetada pela percolação de água, estancando de imediato a área, tornando assim o local mais propício para o procedimento de injeção do poliuretano. O processo de vedação com a espuma é feito através da injeção, dando para aproveitar os mesmos bicos para a aplicação do poliuretano. Lembrando que o uso apenas da espuma, não resolve o problema da infiltração, é um método de uso imediato do problema, dando maior condição para o tratamento real do problema. Os poliuretanos são flexíveis e alongáveis, sendo assim o material recomendado para vedação de fissuras de tamanhos variados decorrente com o tempo. Nata de cimento NC e Suspensão de cimento SC Para a injeção de cimento é utilizada uma mistura do cimento com a água, transformando então numa nata. Porém dependendo do “cimento” atingimos dois tipos dessa mistura, a Nata de Cimento (NC) ou a suspensão de cimento (SC). A nata de cimento é feita com o cimento comum, com os grãos até 100 micrômetros. A Suspensão de cimento (SC) é feito com o cimento de grãos mais finos. 9 3.2.Impermealização Toda marquise ou laje superior, precisam ser impermeabilizadas, para que a água da chuva não percole através dos poros do concreto, acarretando o processo de corrosão da armadura. Recomenda-se fazer a impermeabilização de todo local, para eliminar o contato direto da água na construção. Para esse procedimento ser eficaz, é necessário a remoção de toma manta antiga, fazer a limpeza do local, vedar fissuras apresentadas e aplicar a manta impermeabilizante. A impermeabilização mais conhecida é feita por manta asfáltica, onde são posicionados os rolos junto a área a ser impermeabilizada, sendo fixados com o calor do maçarico aderindo- a em toda a superfície. Tem a opção da manta líquida, que torna o processo de aplicação mais prático. Com a área impermeabilizada não haverá mais a reação da água com o concreto, evitando problemas vistos no artigo. 3.3. Carbonatação Para corrigir e recuperar o local afetado por carbonatação, é feito uma sequência de ações corretivas. Conforme Gonçalves (2015) é essencial alguns instrumentos para dar prosseguimento com o processo de correção como: ponteira, martelo, martelete, jateamento, máquina de corte, escova de aço, pincel e argamassas (de preenchimento e de bloqueio de corrosão). É feito uma análise em toda a área, não apenas a afetada, para detectar se há outros locais comprometidos. Esse processo é feito com o martelo, verificando o ruído. Se o som for cavo, torna-se evidente a perda de aderência. Assim identificada as áreas atingida, começa o processo de escarificação com o martelete, atingindo a profundidade de até 2 cm, onde se atinge o concreto sadio. Como o procedimento de escarifação deixa o layout da região de uma forma irregular, dificultando a continuação do reparo, recomenda-se o corte do local com a máquina de corte. Com a superfície já recortada, é feita uma ponte de aderência para receber a nova argamassa. 3.4. Reação Alcali – Agregado A reação alcali- agregado traz danos grandiosos para a estrutura, e não há uma solução que combata essa reação, ou seja, não há um método para eliminar esses efeitos danosos. São adotadas ações paliativas nesses casos para recuperação estrutural. Conforme Andriolo (1997), adota-se em seu trabalho, uma série de medidas que reduzem o impacto dessa reação no concreto como: Uso de selantes, impregnantes, penetrantes; Reforço estrutural; Limpeza do local afetado, liberação de deformações; Demolição e reconstrução; Para a reparação, são utilizados produtos específicos como silicianos, compostos de lítio, poliuretano, epóxi e o microcimento. Os silicianos e compostos de lítio, penetram na fissura, criando barreira, impedindo assim a penetração de água na estrutura. Os microcimentos tem por sua característica, a resistência e a elasticidade, contribuindo para a distribuição das tensões. É um material cimentífico e polimérico de fácil aplicação, pois tem capacidade de aderência a diversos tipos de material. É utilizado no selamento de fissuras secas ou úmidas, nas construções estruturais com fissuras secas ou úmidas. 10 3.5. Lixiviação / Eflorescência O tratamento da eflorescência é mais descomplicado como outros vistos nesse estudo, isso quando não houver abalos estruturais. Como se trata de uma patologia que seu dano é apenas estético, a solução não requer reparos estruturais. Para obter sucesso nesse procedimento, é necessário o fechamento das fissuras, aplicando uma combinação de silicatos que penetram na fissura vedando, e a impermeabilização do local, para cessar o contato com a água. A realização da limpeza, da superfície afetada pelo carbonado de cálcio, é feita com jateamento de água sob pressão, ou escovação feito com escova dura e seca. E finaliza com a aplicação de endurecedor de superfície à base de Silicato de Lítio. 3.6.Tratamento da estrutura comprometida Quando a estrutura não apresenta apenas a patologia de fissuras, e sim de corrosão, desplacamento, lixiviação, eflorescência, é necessário o reparo imediato da área afetada. Para problemas de desplacamento do concreto, sem danos estruturais, é feito um novo cobrimento. Lembrando que para marquise, são feitos com materiais impermeabilizantes. No caso de álcali-agregado, eflorescência é necessário a limpeza do concreto contaminado eliminando o processo de corrosão. É um processo feito por partes, para não ocasionar mais danos na estrutura e removendo assim todo o concreto contaminado. De forma geral o tratamento estrutural é feito da seguinte forma: 1. Demarcação da área a ser trabalhada, num formato regular. 2. Definição da área a ser cortada 3. Execução do corte deve ser feita cuidadosamente com uma serra circular e disco diamantado, na área definida, para não haja corte da armadura. 4. Escarificação do local a ser reparado. 5. Limpeza da armadura com jato de areia, ou lixamento estrutural, removendo toda parte contaminada; 6. Para o preparo da armadura, é feita a aplicação do primer protetor do aço, contra novos agentes de corrosão e restauraurando a resistência perdida na corrosão 7. Ponte de aderência, para ter uma completa juntura do concreto antigo com o novo. Esse método é realizado com uma camada de material cimentício. 8. Aplicação da argamassa, recuperando assim toda a área afetada; 4. Estudo de caso As marquises são estruturas em balanço formadas por lajes e vigas anexadas, sendo engastadas em apenas uma extremidade. Sua dimensão são de no máximo 1,8m com lajes simples, e acima de 1,8m para lajes e vigas. Sua funcionalidade é de cobertura de alguns logradouros, que quando tem uma ruptura acarretam em acidentes com vítimas em maioria das vezes. Como foi abordado no estudo, inúmeras patologias podem surgir nessas estruturas sendo a mais recorrente, a falha de execução de projeto, onde a estrutura na hora da concretagem muda de posição, alterando toda a resitência para qual foi projetada. Nesses casos, a maioria desses erros de execução são notáveis logo após a retirada do escoramento, tornando o reparo imediato ou até mesmo o refazimento da estrutura com posicionamento da armação exato, conforme o projeto. Há também muitos casos tambem, de colápsos por sobrecargas, como instalação de letreiros, geradores, materiais, até mesmo exesso de materiais impermeabilizantes, que não foram considerados nos projetos. 11 Toda estrutura requer manutenções periódicas para manter a vida útil prolongada, e incluse as estruturas em balanço. Como por exemplo marquises, sacadas e varandas, que por serem expostas se tornam alvos de desgastes naturais. Ainda mais construções que são localizadas proximo a orla, essas requerem uma manutenção mais frequente e rigorosa. As marquises que foram bem projetadas também são alvo de colapsos, devido ao desgaste e falta de manutenção periódica. Toda estrutura tem uma vida util, e sem manuntenção, a estrutura vai sofrendo erosão e corrosão, podendo ser condenada. Ter a segurança dessas estruturas é indiscutível, e para isso é necessário vistorias periódicas, para detectar qualquer indício de desgaste. Como foi visto, muitos problemas são agravados inicialmente por pequenas fissuras na construção, que por sua vez, é a porta de entrada para agentes corrosivos. A água também é um fator que contribui para o desgaste e rompimento da estrutura, tanto como penetra nas fissuras, causando infiltraçoes e corrosão, como a lâmina de água que fica acumulada, causando sobrepeso na marquise. Por isso a impermebilização dessas lajes, são primordiais e essênciais, como um sistema de escoamento de água da chuva também. Ter a manutenção preventiva nessas contruções, reduz altos gastos com reparos estruturais, mantendo a funcionalidade para qual foi projetado, de forma segura e estética. 5. Conclusão Com inúmeros acidentes vistos hoje em dia, em diversas obras recém concluídas e em obras antigas, tem sido estudado falhas recorrentes encontradas nas edificações. Essa decorrência de fatores negativos, tem sofrido um acréscimo abrupto, preocupando profissionais da área. Os orgãos de fiscalização tem sido mais rígidos e criteriosos, principalmente em construções com vida útil mais avançada que não recebem manutenção. Há inúmeras patologias detectadas em concreto armado, dentre elas, foi abordado nesse artigo as mais frequentes encontradas nas construções. Fissuras, carbonatação do concreto, corrosão da armadura dentre outras, que vêem se apresentando, gerando danos na resistência do local infectado. Com a decorrência desses fatores o problema tende a evoluir cada vez mais, gerando esfacelo estrutural. Ultimamente o grande alvo desses acontecimentos tem sido as marquises, pois antigamente não era feito uma manutenção preventiva nesse tipo de construção, gerando um desgaste estrutural, e com isso uma sequência de ocorrências para esse tipo de obra. As marquises se forem mal projetadas, construídas ou mal conservadas, tende a ter efeitos catastróficos. Trazendo com sua ruína, na maioria das vezes vítimas fatais. Acidentes que por muitas vezes poderiam ser evitados, como foi abordado. Esse tema é de suma importância para a população em geral, pois mostra de maneira explicativa que muitos acidentes podem ser evitados, quando pequenos problemas são detectados e tratados de imediato e de maneira correta e eficiente. Para profissionais da área é um assunto produtivos, auxiliando a detectar diversas patologias em campo, e como proceder em cada caso. Lembrando que cada profissinal, carrega uma responsabilidade consigo, e tratando de casos reais, ter um olhar crítico e buscar a melhor conduta, priorizando sempre a segurança, é fundamental, pois meros descuidos, podem se tornar uma tragédia. Para diagnosticar de forma correta uma patologia, é fundamental saber qual problema a estrutura apresenta, causas do surgimento, sintomas, para a emição o laudo ser precisa. Podendo assim, findar o processo de desgaste e reparar os danos atingidos. Para sucesso na perícia deve-se averiguar esses requisitos antes de qualquer procedimento. Seguindo essa rotina de pensamento, a perícia será feita de forma coerente e eficaz. Esse estudo foi abordado de forma resumida e descritiva, tantos as patologias, como os reparos respectivos para cada qual. 12 Referências BASTOS, P.S.S; Estruturas de Concreto IV - Notas de Aula: Marquises. Universidade Estadual Paulista. Bauru. 2006. CÁNOVAS, M. F. Patologia e Terapia do Concreto Armado. 1 Ed. Tradução de M. C. Marcondes; C. W. F. dos Santos; B. Cannabrava. São Paulo: Ed. Pini, 1988. 522 p. DE SOUZA, V.C.M; RIPPER, T. Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto. 1ª Edição. São Paulo: Pini, 2009. 260 p. GONÇALVES, E.A.B; Estudo de Patologias e suas Causas nas Estruturas de Concreto Armado de Obras de Edificações. GRANATO, J. E. Apostila: Patologia das construções. São Paulo, 2002. LAPA, J.S; Patologia, Recuperação e Reparo das Estruturas de Concreto. Universidade Federal de Minas Gerais. 2008. PATOLOGIAS DO CONCRETO 1 – CARBONATAÇÃO. 2012. Disponível em: <https://engciv.wordpress.com/2012/06/24/patologias-do-concreto-i-carbonatacao/>. 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