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APOSTILA_CARTOGRAFIA[1]

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Apostila Cartografia de Base e Temática 
 
 
 
 
Coletâneas de Textos extraídos e adaptados de: 
 
DUARTE, Paulo Araújo Fundamentos de cartografia. Florianópolis: UFSC, 2002 
FITZ, Paulo Roberto Cartografia básica. Canoas: La Salle, 2000 
IBGE Noções Básicas de Cartografia (Manuais Técnicos de Geociência, nº8). Rio de 
Janeiro: IBGE. 1999 
MARTINELLI, Marcelo Cartografia Temática: Caderno de Mapas. São Paulo: Editora da 
Universidade de São Paulo, 2003. 170 p 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Jorge Batista de Souza 
 
 
 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
2
 SUMÁRIO 
 
CARTOGRAFIA DE BASE 3
 1 – FORMA DA TERRA 3
 2 – MAPAS, CARTAS E PLANTAS 4
 3 - PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS 5
 3.1 - Quanto à superfície de projeção 6
 3.2 - Quanto às propriedades 7
 3.3 - Quanto à posição da superfície de projeção 8
 3.5 - Quanto ao tipo de contato entre as superfícies de projeção e referência 8
 4 - ESCALA 9
 4.1 - Introdução 9
 4.2 - Definição 9
 4.3 - Utilização prática 12
 5 - ORIENTAÇÃO 13
 5.1 - Direção Norte e ângulos notórios 15
 5.2 Rumos e Azimute 16
 6 - REDE GEOGRÁFICA 17
 6.1 - As linhas da rede geográfica 17
 6.2 - Latitude e Longitude 19
 7 - SISTEMA DE REFERÊNCIA (NOMENCLATURA) 20
 8 – AS COORDENADAS PLANAS OU UTM 24
 8 - FUSOS HORÁRIOS 26
 8.1 - Hora local, Hora legal e Hora de aproveitamento da luz diurna. 27
 8.2 - Fuso Horário Teórico e Fuso Horário Prático 27
 8.3 – Meridiano Internacional de Origem e Linha Internacional de Mudança de Data 27
 8.4 - Fusos horários do Brasi 28
 8.5 - Principais denominações e siglas utilizadas 29
 8.6 – Algumas considerações sobre as datas e horários 29
 9 – CARTAS TOPOGRÁFICAS: APLICAÇÕES E USOS 33
 9.1 – Curvas de nível 33
 9.2 - Hipsometria (carta hipsométrica) 36
 9.3 - Perfil Topográfico 38
 
 
 
CARTOGRAFIA TEMÁTICA 41
 11 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 41
 11.1 - MODOS DE IMPLANTAÇÃO (MI) 42
 11.2 - OS NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO (NO) 42
 11.3 - AS VARIÁVEIS VISUAIS (VV) 43
 12 - CONSTRUÇÃO DOS MAPAS TEMÁTICOS 46
 12.1 - Elementos Externos de um Mapa 46
 12.1 - Elementos Internos do Mapa 47
 13 - O USO DOS MAPAS TEMÁTICOS: LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO – O 
“COMETÁRIO” 
47
 14 – OS MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO DA CARTOGRAFIA TEMÁTICA 48
 14.1 - Representações Qualitativas 48
 14.2 - Representações Ordenadas 50
 14.3 - Representações Quantitativas 51
 14.34 - Representações Dinâmicas 51
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
3
CARTOGRAFIA 
Cartografia de Base 
 
1 – FORMA DA TERRA 
A forma de nosso planeta (formato e suas dimensões) é um tema que vem sendo 
pesquisado ao longo dos anos e em várias partes do mundo. Muitas foram as interpretações e 
conceitos desenvolvidos para definir qual seria a forma da Terra. Pitágoras em 528 A.C. introduziu 
o conceito de forma esférica para o planeta, e a partir daí sucessivas teorias foram desenvolvidas 
até alcançarmos o conceito que é hoje bem aceito no meio científico internacional. 
A superfície terrestre sofre freqüentes alterações devido à natureza (movimentos 
tectônicos, condições climáticas, erosão, etc.) e à ação do homem, portanto, não serve para 
definir forma sistemática da Terra. 
A fim de simplificar o cálculo de coordenadas da superfície terrestre foram adotadas 
algumas superfícies matemáticas simples. Uma primeira aproximação é a esfera achatada nos 
pólos. 
Segundo o conceito introduzido pelo matemático alemão CARL FRIEDDRICH GAUSS 
(1777-1855), a forma do planeta, é o GEÓIDE (figura 1.1) que corresponde à uma superfície do 
nível médio do mar homogêneo (ausência de correntezas, ventos, variação de densidade da 
água, etc.) supostamente prolongado por sob continentes. Essa superfície se deve, 
principalmente, às forças de atração (gravidade) e força centrífuga (rotação da Terra). 
Os diferentes materiais que compõem a superfície terrestre possuem diferentes 
densidades, fazendo com que a força gravitacional atue com maior ou menor intensidade em 
locais diferentes. 
As águas do oceano procuram uma situação de equilíbrio, ajustando-se às forças que 
atuam sobre elas, inclusive no seu suposto prolongamento. A interação (compensação 
gravitacional) de forças buscando equilíbrio faz com que o geóide tenha o mesmo potencial 
gravimétrico em todos os pontos de uma superfície. 
É preciso buscar um modelo mais simples para representar o nosso planeta. Para 
contornar o problema que acabamos de abordar lançou-se mão de uma figura geométrica 
chamada ELIPSE que ao girar em torno de seu eixo menor forma um volume, o ELIPSÓIDE de 
REVOLUÇÃO, achatado nos pólos (figura 1.1). Assim, o elipsóide é a superfície de referência 
utilizada nos cálculos que fornecem subsídios para a elaboração de uma representação 
cartográfica. Em geral, cada país ou grupo de países adota um elipsóide como referência para 
trabalhos geodésicos e topográficos, que mais se aproxime do geóide na região considerada. 
A forma e tamanho de um elipsóide, bem como sua posição relativa ao geóide define um 
sistema geodésico (também designado por DATUM geodésico). No caso do Brasileiro adota-se o 
Sistema Geodésico Sul Americano – SAD 69, com as seguintes características: 
Semi-eixo maior (a)= 6.378.160,0 m 
Semi-eixo menor (b) = 6.356.774,72m 
Achatamento (f) = 1/298,25 
 
 
 
 
Figura 1.1 – Geóide / As três superfícies 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
4
2 – MAPAS, CARTAS E PLANTAS 
 
GLOBO – representação cartográfica sobre uma superfície esférica, em escala pequena, dos 
aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade cultural e 
ilustrativa. 
 
 
MAPA – (características): 
• Representação plana; 
• Geralmente em escala pequena; 
• Área delimitada por acidentes naturais (bacias, planaltos, etc), político-administrativos; 
• Destinação a fins temáticos, culturais e ilustrativos. 
 
A partir dessas características pode-se generalizar o conceito: 
 
“Mapa é a representação no plano, normalmente em escala pequena dos aspectos, 
naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de uma figura planetária, 
delimitada por elementos físicos, político-administrativos, destinada aos mais variados 
usos, temáticos, culturais e ilustrativos”. 
 
 
CARTA - (características): 
• Representação plana; 
• Escala média ou grande; 
• Desdobramento em folhas articuladas de maneira sistemática; 
• Limites das folhas constituídos por linhas convencionais, destinada à avaliação precisa de 
direções, distâncias e localização de pontos, áreas e detalhes. 
 
Da mesma forma que da conceituação de mapa, pode-se generalizar: 
 
“Carta é a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais e 
naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, subdividida em folhas e 
delimitadas por linhas convencionais – paralelos e meridianos – com a finalidade de 
possibilitar a avaliação de pormenores, com grau de precisão compatível com a escala.” 
 
 
PLANTA – a planta é um caso particular de carta. A representação se restringe a uma área muito 
limitada e a escala é grande, conseqüentemente o nº de detalhes é bem maior. 
 
“Carta que representa uma área de extensão suficientemente restrita para que sua 
curvatura não precise ser levada em consideração, e que, em conseqüência, a escala possa 
ser considerada constante”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
5
3 - PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS 
Um dos grandes problemas enfrentados para uma boa representação cartográfica diz 
respeito à forma da Terra. Por possuir uma superfície específica,esférica, imperfeita e, sendo um 
mapa uma representação plana, não se têm condições físicas de se transformar as características 
superficiais do planeta num plano sem incorrer em grandes problemas de representação.A melhor 
maneira de se representar a Terra ou de outro planetas é feita através de globos. 
Um globo é uma representação cartográfica que utiliza como figura matemática uma esfera 
onde os principais aspectos da superfície a ser representada são mostrados através de uma 
simbologia adequada à sua escala. Sua apresentação, entretanto, incorre em alguns problemas 
exatamente em função de sua esfericidade, o que acarreta em certas dificuldades quanto ao seu 
manuseio e à realização de medições. Também, a necessidade de se trabalhar em uma escala 
muito reduzida é outro fator que dificulta sua utilização. 
A fim de solucionar as questões relacionadas com a forma do planeta, foram feitas 
algumas adaptações, buscando-se aproximar a realidade da superfície terrestre para uma forma 
possível de ser geometricamente transformada em uma superfície plana e facilmente manuseada: 
um mapa. 
Em função destas dificuldades de representação, escolheu-se uma figura o mais próximo 
possível da própria superfície terrestre e que pudesse ser matematicamente trabalhada. Esta 
superfície é conhecida como elipsóide de revolução. 
A fim de se transportar os pontos constantes no elipsóide para um plano, foi criado um 
sistema denominado de “Projeções Cartográficas”, o qual, através de alguns ajustes, 
transporta, do modo mais fiel possível, os pontos notáveis da superfície da Terra para os mapas. 
As projeções cartográficas, apoiadas em funções matemáticas definidas, realizam este 
transporte de pontos utilizando diferentes figuras geométricas como superfícies de projeção. Estas 
funções levam a infinitas soluções sobre as quais um sistema de quadrículas busca localizar todos 
os pontos a serem representados. O caso é que o transporte de pontos da realidade para este 
mapa plano acaba por transferir uma série de incorreções gerando deformações que podem ser 
mais ou menos controladas. 
Quando a superfície terrestre é desenhada em projeções cartográficas diferentes, assume 
as características do sistema adotado, apresentando deformações em alguns pontos e mantendo-
se fiel em outros. Então, um mapa nunca será, em sua totalidade, a representação perfeita da 
superfície terrestre (figura 3.1). 
 
Figura 3.1 – Nas três figuras acima, temos um mesmo rosto desenhado 
em sistemas diferentes de projeção. Podemos perceber que em cada 
caso o rosto assume uma feição diferente. É o que acontece também 
com os mapas 
 
As projeções cartográficas podem ser classificadas de acordo com diferentes metodologias 
que buscam sempre um melhor ajuste da superfície a ser representada. Os tipos básicos de 
projeções são: 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
6
3.1 - Quanto à superfície de projeção 
• Planas - quando a superfície de projeção é um plano; 
• Cônicas - quando a superfície de projeção é um cone; 
• Cilíndricas - quando a superfície de projeção é um cilindro. (figura 3.2) 
 
Figura 3.2 – Projeções cartográficas 
 
 
 
 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
7
3.2 - Quanto às propriedades 
• Projeções conformes ou semelhantes - mantêm a verdadeira forma das áreas a serem 
representadas, não deformando os ângulos existentes nos mapas. Para se manter a 
similitude das formas, são alteradas as áreas (figura 3.3); 
• Projeções equivalentes - possuem a propriedade de manter constante as dimensões 
relativas das áreas representadas, isto é, não as deformam. Estas projeções, entretanto, 
não se constituem como projeções conformes (figura 3.3); 
• Projeções eqüidistantes - apresentam constância entre as distâncias representadas, ou 
seja, não possuem deformações lineares (figura 3.3); 
 
 
Figura 3.3 – Projeções e anamorfoses 
 
 
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8
3.3 - Quanto à posição da superfície de projeção 
 
• Polar - quando o centro do plano de projeção é um plano; 
• Equatorial - quando o centro da superfície de projeção situa-se no equador terrestre; 
• Obliqua (horizontal) - quando está em qualquer posição; 
• Transversa - quando o eixo da superfície de projeção (um cilindro ou cone) encontra-se 
perpendicular em relação ao eixo de rotação da Terra; 
3.5 - Quanto ao tipo de contato entre as superfícies de projeção e referência 
• Tangente - quando a superfície de projeção tangencia o elipsóide em um ponto (planas) 
ou em uma linha (cilíndricas ou cônicas); 
• Secante - quando a superfície de projeção corta o elipsóide em dois pontos (plana) ou em 
duas linhas (cilíndricas ou cônicas) de secância (Figura 3.4) 
 
 
Figura 3.4 – Projeções quanto ao tipo de contato entre as superfícies de projeção e referência 
 
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9
 
4 - ESCALA 
 
4.1 - Introdução 
Uma carta ou mapa é a representação convencional ou digital da configuração da 
superfície topográfica 
Esta representação consiste em projetarmos esta superfície, com detalhes nela existente, 
sobre um plano horizontal ou em arquivos digitais. 
Os detalhes representados podem ser: 
Naturais: são os elementos existentes na natureza como os rios, mares, lagos, montanhas, 
serras, etc. 
Artificiais: são os elementos criados pelo homem como: represas, estradas, pontes, edificações, 
etc. 
Uma carta ou mapa, dependendo dos seus objetivos, só estará completo se trouxer esses 
elementos devidamente representados. 
Esta representação gera dois problemas: 
 
1. A necessidade de reduzir as proporções dos acidentes à representar, a fim de tornar 
possível a representação dos mesmos em um espaço limitado. 
 
Essa proporção é chamada de ESCALA 
 
2. Determinados acidentes, dependendo da escala, não permitem uma redução acentuada, 
pois tornar-se-iam imperceptíveis, no entanto são acidentes que por sua importância 
devem ser representados nos documentos cartográficos. 
 
A solução é a utilização de símbolos cartográficos. 
 
 
4.2 - Definição 
Pode-se definir escala como sendo a relação ou proporção existente entre as distâncias 
lineares existentes em um mapa, e aquelas representadas no terreno, ou seja, na superfície real, 
respectivamente. 
 
Em geral, as escalas são representadas em mapas nas formas numérica, gráfica ou nominal. 
 
 
4.2.1 Escala numérica 
A escala numérica é representada por uma fração onde o numerador é sempre a unidade, 
designando a distância mediada no mapa, e o denominador representa a distância 
correspondente no terreno. É a forma de representação comumente mais utilizada em mapas 
impressos. 
 
 
Exemplos: 
 
1:50.000 
1/50.000 
 
Em ambos os casos, a leitura é feita da seguinte forma: a escala é de uma para cinqüenta mil; ou 
seja, cada unidade medida no mapa corresponde a cinqüenta mil unidades, na realidade. Assim, 
por exemplo, cada centímetro representado no mapa corresponderá, no terreno, a cinqüenta mil 
centímetros, ou seja, quinhentos metros. 
 
 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
10
4.2.2 Escala Gráfica 
 
A Escala Gráfica é representada por uma linha ou barra (régua) graduada contendo 
subdivisões, denominadas talões. Cada talão apresenta a relação de seu comprimento com o 
valor correspondente no terreno, indicado sob a forma numérica, na sua parte inferior. O talão, 
preferencialmente, deve ser expresso por um valor inteiro. 
Normalmente utilizada em mapas digitais, a escala gráfica, consta de duas porções: a 
principal, desenhada do zero para a direita e a fracionária, do zero para a esquerda, que 
corresponde ao talão da fração principal em dez partes. 
A aplicação prática desta maneira de representação se dá de forma direta, bastando 
utiliza-la como uma régua comum. Para isto, basta copiá-la num pedaçode papel a fim de 
relacionar as distâncias existentes no mapa e na realidade. 
 
Exemplos: 
 
 
Figura 4.1 – Exemplos de escalas gráficas 
 
 
 
 
2.2.3 Escala nominal 
 
A Escala Nominal ou equivalente é apresentada nominalmente, por extenso, por uma igualdade 
entre o valor representado no mapa e sua correspondência no terreno. 
 
Exemplo: 
 
• 1cm=10km 
• 1cm=50m 
 
Nestes casos, a leitura será: um centímetro corresponde a dez quilômetros e um centímetro 
corresponde a cinqüenta metros, respectivamente. 
 
 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
11
Exemplos de mapeamentos em escalas diferentes de uma mesma região: 
 
 
Figura 4.1 - Exemplos de mapeamentos em escalas diferentes de uma mesma região: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
12
 
4.3 - Utilização prática 
 
A utilização prática da escala contida em um mapa diz respeito às medições possíveis a 
serem realizadas no mesmo. 
Assim, as distâncias entre quaisquer localidades podem ser facilmente calculadas através de uma 
simples regra de três, a qual pode ser montada como se segue: 
 
D=E x d, onde: 
 
D= distância real no terreno; 
E= denominador da escala; 
d= distância medida no mapa 
 
 
4.3.1 - Exercícios resolvidos 
 
1. Medindo-se uma distância em uma carta achou-se 22cm. Sendo a escala da carta 
1:50.000, ou seja, cada centímetro, na carta, representando 50.000 centímetros (ou 500 
metros) na realidade, a distância no terreno será: 
D = E x d 
D = 50.000 x 22cm = 1.100.000cm = 11.000m = 11km 
 
 
2. Ao encontrar-se um mapa geográfico antigo, cuja escala aparece pouco visível, mediu-se a 
distância entre duas cidades, tendo sido encontrado o valor de 30cm. Sabendo-se que a 
distância real entre ambas é de, aproximadamente 270km em linha reta, pergunta-se: qual 
era a verdadeira escala do mapa? 
D = E x d → E = D ÷ d 
E = 270km ÷ 30cm 
E = 27.000.000cm ÷ 30cm = 900.000, ou seja, 
Escala = 1:900.000 
 
3. Após a impressão de parte de uma carta topográfica que encontrava-se em um arquivo 
digital, observou-se que houve uma ampliação da mesma. Um trecho de uma estrada que 
apresentava, na escala original de 1:25.000, 7cm, ficou com 12,5cm. Como será calculada 
a nova escala do mapa impresso? 
 
Cálculo da distância real: D = E x d 
D = 25.000 x 7cm = 175.000cm = 1.750.000cm = 11.750m 
 
Cálculo da nova escala: 
D = E x d → E = D ÷ d 
E = 175.000cm ÷ 12,5cm = 14.000, ou seja, 
Nova escala = 1:14.000 
 
 
 
 
 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
13
 
5 - ORIENTAÇÃO 
 
Um dos aspectos mais importantes para uma utilização eficaz e satisfatória de um mapa 
diz respeito ao sistema de orientação empregado pelo mesmo. 
O verbo orientar está relacionado com a busca do oriente, palavra de origem latina que 
significa nascente. Assim, o “nascer” do Sol, nesta, posição, relaciona-se à direção leste, ou seja, 
oriente. 
Positivamente o emprego desta convenção esteja ligado a um dos mais antigos métodos 
de orientação conhecidos. Este método baseia-se em estendermos nossa mão direita na direção 
do nascer do Sol, apontando, assim, para a direção Leste ou oriental; o braço esquerdo esticado, 
conseqüentemente, prolongar-se-á na direção oposta, Oeste ou ocidental e a nossa frente estará 
voltada para o Norte, na direção setentrional ou boreal. Finalmente, as costas indicarão a direção 
do Sul, ou meridional ou, ainda, austral. A figura 5.1 apresenta esta forma de orientação. 
 
 
Figura 5.1 – Forma de orientação 
 
A fim de se ter uma adequada orientação do espaço nele representado, um mapa deve 
conter, no mínimo, a indicação norte. Normalmente, por convenção, esta orientação se dá com o 
Norte indicando o sentido superior do mapa e o Sul, o inferior. 
 
 
 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
14
Tomando por base as direções Norte e Sul como principais, pode-se construir a chamada 
“Rosa dos Ventos” (figura 5.2), a qual contém direções intermediárias estabelecidas como o intuito 
de auxiliar a orientação do usuário. 
 
Figura 5.2 – Rosa dos Ventos 
 
Estas indicações podem, no entanto ser alteradas desde que explicitadas ao usuário. A 
figura 5.3, a seguir, apresenta um mapa contendo a divisão do Brasil, invertido em relação à 
orientação tradicional, com a indicação da direção Norte “para baixo” da folha. 
 
 
Figura 5.3– Mapa da divisão regional do Brasil “invertido” em relação ao 
posicionamento tradicional 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
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5.1 - Direção Norte e ângulos notórios 
Uma observação a ser feita, diz respeito às possíveis indicações de norte existentes em 
um mapa ou carta, a saber: Norte Geográfico ou Verdadeiro, Norte Magnético e Norte da 
Quadrícula. (Figura 5.4) 
 
 
Figura 5.4.– Esquema de representação dos Nortes 
Geográfico, Magnético e Quadrícula. 
 
O Norte Geográfico (NG), ou Norte Verdadeiro (NV), é aquele indicado por qualquer meridiano 
geográfico, ou seja, na direção do eixo de rotação do planeta. 
O Norte Magnético (NM), apresenta a direção do pólo norte magnético, aquela indicada pela 
agulha imantada de uma bússola. 
O Norte da Quadrícula (NQ) é aquele representado nas cartas topográficas seguindo-se, no 
sentido sul-norte, a direção das quadriculas apresentadas pelas mesmas. 
O ângulo formado pelos Nortes Geográfico e Magnético, expresso em graus, denomina-se 
de declinação magnética. A declinação magnética possui grandes variações em diferentes partes 
do globo terrestre, em função, entre outros fenômenos, da posição relativa entre os pólos 
geográfico e magnético. As cartas topográficas devem apresentar a variação anual deste ângulo 
em suas margens a fim de que se possa saber, no caso de uso da bússola, a real direção a ser 
seguida. 
A figura 5.4 apresenta declinação magnética = 13º11`. Conforme consta da carta, a 
declinação magnética em 1989, cresce 7, 7`ao ano. Para o ano de 2000, teríamos a variação de 
7,7`x 11 anos, ou seja, 84,7`, ou ainda, 1º24,7`; para o ano de 2001, 7,7´x 12 anos = 92,4`, ou, 
1º32,4 e assim por diante. Desta maneira, dever-se-á corrigir os Ângulos para 14º35,7`(14º35`42”) 
para o ano de 2000 e de 14º43,4`(14º43`24”) para o ano de 2001, respectivamente, de acordo 
com o apontado pela bússola. 
 
 
 
 
 
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5.2 Rumos e Azimute 
Uma forma de orientação bastante usual em cartografia se dá através do uso de rumos e 
azimutes de um alinhamento. 
O azimute de um alinhamento pode ser definido como sendo o ângulo medido no sentido horário, 
entre a linha Norte-Sul e um alinhamento qualquer, com variação entre 0º e 360º. 
O rumo de um alinhamento é conhecido como o menor ângulo formado entre a linha Norte-Sul e 
um alinhamento qualquer. Sua variação se dá entre 0º e 90º devendo ser indicado o quadrante 
correspondente: NE, SE, SW ou NW, isto é, primeiro, segundo, terceiro ou quarto quadrante, 
respectivamente. 
As figuras, a seguir, apresentam exemplos contemplando as relações existentes entre 
rumos e azimutes de acordo com o quadrante representado. 
 
 
Figura 5.5 – Rumos e azimutes no quarto quadrante (NW) 
 
Figura 5.6– Rumos e azimutes no primeiro quadrante (NE) 
 
Figura 5.7 – Rumos e azimutes no terceiro quadrante (SW) 
 
 
Figura 5.8 – Rumos e azimutes no segundo quadrante (SE) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 - REDE GEOGRÁFICA 
Entende-se por rede geográfica o conjunto formado por paralelos e meridianos, ou seja, 
pelas linhas de referência que cobrem o globo terrestre com a finalidade de permitir a localização 
precisa de qualquer ponto sobre a superfície, bem como orientar a confecção de mapas. (figura 
6.1) 
 
Figura 6.1 – Planisfério com algumas linhas da rede geográfica6.1 - As linhas da rede geográfica 
As linhas dispostas no sentido norte-sul (vertical) recebem o nome de meridianos, enquanto que 
aquelas dispostas no sentido leste-oeste(horizontal) são denominadas paralelos. (Figura 6.2) 
 
 
Figura 6.2 – Hemisférios da Terra 
 
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• Meridianos são semicircunferências de círculos máximos, cujas extremidades são os dois 
pólos geográficos da Terra. O plano de cada meridiano contém o eixo da Terra e todos 
eles têm como ponto comum os pólos verdadeiros. (figura 6.3) 
 
Figura 6.3 - Meridianos 
 
Um meridiano é somente a semicircunferência de círculo máximo. Qualquer deles divide a 
Terra em dois hemisférios: um a leste e outro a oeste, mas uma convenção Internacional adotou 
aquele que passa por Greenwich, em Londres, como sendo o meridiano-base para determinação 
dos hemisférios (oriental e ocidental) e também para contagem da longitude. 
O Antimeridiano fica sempre no hemisfério contrário ao meridiano. 
 
 
Figura 6.4 – A todo meridiano corresponde um antimeridiano situado no hemisfério contrário 
 
 
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• Paralelos são círculos concêntricos, cujo ponto central é um dos pólos (norte ou sul). São 
perpendiculares aos meridianos. 
Existem alguns paralelos que recebem nomes especiais, sendo definido a partir de situações 
estratégicas relacionadas com o movimento de rotação da Terra e o movimento de revolução. 
Equador – é o paralelo cujo plano é perpendicular ao eixo de rotação da terra e esta eqüidistante 
dos pólos geográficos, dividindo o globo em dois hemisférios: norte e sul. 
Além do Equador, existem outros paralelos que ocupam posições geográficas estratégicas, 
recebendo também nomes especiais. São eles: Trópico de Câncer, Trópico de Capricórnio, 
Círculo Polar Ártico e Círculo Polar Antártico. (figura 6.5) 
 
 
Figura 6.5 – Paralelos com nomes especiais 
 
6.2 - Latitude e Longitude 
• Latitude de um ponto é a distância angular entre o plano do Equador e um ponto na 
superfície da Terra unido perpendicularmente ao centro do Planeta; 
• Longitude é o ângulo formado entre o ponto considerado e o meridiano de origem 
(normalmente Greenwich=0º) (figura 6.6) 
 
 
Figura 6.6 – Latitude / longitude 
 
 
 
 
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7 - SISTEMA DE REFERÊNCIA (NOMENCLATURA) 
 
O sistema de referência utilizado para as folhas topográficas é baseado no sistema da 
Carta Internacional do Brasil ao Milionésimo, o qual faz parte a Carta Internacional do Mundo 
(CIM) na escala de 1:1.000.000. 
Quando se tem que mapear, sistematicamente, uma unidade geográfica, em uma 
determinada escala, tem-se que recorrer ao método da série cartográfica. 
Série cartográfica é o conjunto de folhas de formato uniforme e na mesma escala, com 
título e índice de referência, cobrindo uma região, um estado, um país, um determinado continente 
ou globo terrestre. 
Quanto à denominação e localização das folhas, foi estabelecido um código combinando 
LETRAS e NÚMEROS. 
A folha 1:1.000.000 abrange, como regra, uma área de 4º em latitude por 6º em longitude. 
O sistema de referência das folhas compreende fusos (faixas delimitadas por meridianos) e séries 
de zonas (faixas delimitadas por paralelos), em faixas paralelas de 4º de latitude até os paralelos 
88º N e S (figura 7.1). Estas zonas são designadas pelas letras de A a V ao Norte e ao Sul do 
Equador, as duas calotas polares (de 88º a 90º) levarão a letra Z. Cada zona está dividida em seis 
fusos de 6º de longitude, contados a partir de 180º de longitude, de oeste para leste (figura 7.2). 
Cada folha leva um símbolo composto da letra da zona (de A a Z) e do número do fuso (de 
1 a 60) correspondente à folha, e precedido da letra N, se a folha estiver situada no hemisfério 
Norte, ou S se estiver no hemisfério Sul. 
 
1:1.000.000 N ou S - para hemisférios Norte e Sul 
 A a V - limite para cada 4º de latitude, à partir do Equador 
 1 a 60 - limite de fuso (6º) de longitude, à partir do antimeridiano de 
 Greenwich (180º), de Oeste para Leste 
 
 
O território brasileiro foi mapeado na escala de 1:1.000.000 através de 46 folhas. O 
desdobramento de uma folha nesta escala resulta no diagrama abaixo: 
 
Escala 
 
código longitude latitude Número de folhas 
(desdobramento) 
1:1.000.000 
x 4 
 6º x 6º 1 folha 
1:500.000 
x 4 
V,X,Y,Z 3º x 2º 4 folhas 
1:250.000 
x 6 
Z,B,C,D 1º30’ x 1º 16 folhas 
1:100.000 
x 4 
I,II,III,IV,V,VI 30’ x 30’ 96 folhas 
1:50.000 
x 4 
1,2,3,4 15’ x 15’ 384 folhas 
1:25.000 
x 6 
NO,NE,SO,SE 7’30” x 7’30” 1.536 folhas 
1:10.000 
 
A,B,C,D,E,F 3’45” x 2’30” 9.216 folhas 
 
 
 
EX: folha SF-23-Y-A-III-2-NE-D (figuras 7.3 e 7.4) 
 
 
 
 
 
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Figura 7.1 – Diagrama de referência das folhas da Carta Internacional ao 
Milionésimo (hemisférios Norte e Sul). 
 
 
 
 
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Figura 7.2 – Posição das 60 zonas UTM em relação ao Meridiano de Greenwich 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 7.3 – Articulação das folhas da Carta do Brasil ao Milionésimo 
(em destaque a folha SF23) 
 
 
Figura 7.4 – Desdobramento da folha SF23 
 
 
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8 – AS COORDENADAS PLANAS OU UTM 
 
As coordenadas planas ou UTM derivam de um sistema de projeção denominado 
Universal Transversa de Mercator, que foi adotado internacionalmente para cartografia básica de 
precisão. Este sistema tem a propriedade da conformidade, isto é, os ângulos das figuras não 
ficam alterados e, em conseqüência, as formas dessas figuras são preservadas. Outra vantagem 
do sistema consiste na fácil medição das distâncias, dado que as coordenadas UTM são 
expressas em metros ou quilômetros e não valores angulares, como é o caso das coordenadas 
geográficas. O uso desse sistema é normatizado no Brasil para cartas com escalas entre 
1:1.000.000 e 1:25.000. 
O princípio do sistema UTM fundamenta-se na projeção da superfície do elipsóide terrestre 
sobre 60 cilindros, transversais ao eixo de rotação e secantes com aquela superfície de 
referência, que definem fusos com amplitude de 6º de longitude. A seqüência numérica dos fusos, 
de 1 a 60 e contados de oeste para leste, inicia no meridiano oposto a Greenwich, de modo tal 
que correspondem ao território brasileiro 8 fusos UTM, do 18 ao 25 (figuras 7.2 e 7.3). 
Cada fuso UTM fica definido por dois meridianos extremos ou laterais, afastados por 6º de 
longitude, e por um meridiano central cujo valor de longitude varia também 6º em relação a 
longitude dos meridianos centrais dos fusos anterior e posterior (figuras 7.2 e 7.3). O Rio Grande 
do Sul (figura 8.1), por exemplo, reparte seu território entre os fusos 21 (meridianos extremos 
60ºW e 54ºW, meridiano central 57ºW) e 22 (meridianos extremos 54ºW e 48ºW, meridiano 
central 51ºW). 
 
 
Figura 8.1 – Inserção do Sul do Brasil nos fusos UTM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A cada fuso associamos um sistema cartesiano métrico de referência. Atribuindo à origem 
do sistema (interseção da linha do Equador com o meridiano central) as coordenadas 500.000 m, 
para contagem de coordenadas ao longo do Equador, e 10.000.000 m ou 0 (zero) m, para 
contagem de coordenadas ao longo do meridiano central, para os hemisfério sul e norte 
respectivamente. Isto elimina a possibilidade de ocorrência de valores negativos de coordenadas. 
O quadriculado UTM está associado ao sistema de coordenadas plano-retangulares, tal 
que um eixo coincide com a projeção do Meridiano Central do fuso (eixo Napontando para Norte) 
e outro eixo, com o do Equador (E). Assim cada ponto do elipsóide de referência (descrito por 
latitude e longitude) está biunivocamente associado ao terno de valores Meridiano Central, 
coordenada E e coordenada N 
 
 
 
 
 
 
 A 
 
 
2.000.000 m N 
Fuso NA-22 
 
 
 Fuso NA-23 Fuso NA-24 
 
 
 
 
 
0 m N (Equador) 
 
 
 
 10.000.000 m N
Fuso SA-22 
 
 
 Fuso SA-23 
 
B 
Fuso SA-24 
 
8.000.000 m N 
 
 
 
 C 
 54º 51º 48º 45º 42º 39º 36º 
 1.000.000 m E 500.000 m E 1.000.000 m E 500.000 m E 1.000.000 m E 500.000 m E 1.000.000 m E 
 
 
Coordenadas UTM dos pontos A e B: 
 
Ponto A: E 500.000 m 
 N 2.000.000 m (fuso NA-24) 
 
Ponto B: E 500.000 m 
 N 8.000.000 m (fuso SA-23) 
 
Ponto C: E 500.000 m 
 N 8.000.000 m (fuso SA-24) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 - FUSOS HORÁRIOS 
A medição do tempo sempre foi uma das preocupações do homem desde a antiguidade, e 
sempre baseou-se no fenômeno regular de alternância de períodos de luz e escuridão causada 
pela rotação do planeta. Cada localidade marcava o tempo segundo o movimento aparente do sol, 
que atingia o ponto mais alto (culminante) às 12 horas; esse tempo fornecia a hora local, que 
difere segundo a posição geográfica de cada região. 
Com o avanço da Ciência e da Tecnologia, junto com o aumento da velocidade das 
comunicações, acabou impondo a necessidade de unificação da hora em todo o mundo. Para 
tanto na Conferência Internacional do Meridiano ocorrida em Washington em 1884, foi proposto e 
aceito pelos representantes de 25 países, inclusive o Brasil, o Sistema de Fusos Horários. Os 
fusos foram criados para pôr ordem no horário mundial. Dessa forma passou a ser possível saber 
que horas são em determinado lugar neste exato momento (figura 8.1) 
A questão das horas e datas no mundo está estreitamente relacionada com a rede 
geográfica, em especial com os meridianos. O movimento de rotação da Terra (figura 8.1), feito de 
oeste para leste, determina um movimento aparente da abóbada celeste sobre nossas cabeças no 
sentido contrário. Por essa razão, o Sol nasce no leste e se põe no oeste, bem como todos os 
demais astros. Devido a este movimento de nosso planeta, todos os meridianos passam pela 
frente do Sol num determinado momento, voltando a faze-lo somente depois de 24 horas, o que 
quer dizer que os 360º de circunferência terrestre passam pela frente do Sol no período de um 
dia. Um rápido raciocínio aritmético nos leva a concluir que, se 24 horas correspondem a 360º, 
então 1 hora irá valer 15º. Assim, cada fuso, corresponde a 1hora, fica delimitado pelo espaço de 
15º. 
De forma simplificada, pode-se estabelecer a seguinte situação: 
• esfera terrestre com 360º; 
• movimento de rotação da Terra com duração de 24 horas; 
• então: 360º ÷ 24h = 15º/h, ou seja, cada um dos 24 fusos horários terá 15º de 
amplitude (figura 8.1). 
Fusos horários podem ser definidos como sendo as zonas delimitadas por dois meridianos 
consecutivos da superfície terrestre cuja hora legal, por convenção é a mesma. 
 
Figura 8.1 – Fusos Horários 
 
 
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8.1 - Hora local, Hora legal e Hora de aproveitamento da luz diurna. 
• Hora Legal ou Hora Oficial - ou seja, o intervalo de tempo considerado por um país como 
sendo igual para um determinado fuso, diz respeito a uma zona de marcada politicamente 
por uma nação. Assim sendo, a hora região ou hora oficial pode variar de país para país 
ou mesmo dentro do próprio território que delimita (figuras 8.1 e 8.3); 
• Hora Local - é aquela referida a um local específico. Este horário é determinado de forma 
que, quando o Sol estiver exatamente sobre o meridiano escolhido, ao “meio-dia”, ajustam-
se os relógios para marcarem 12 horas. Pode-se dizer, assim, que cada ponto localizado 
sobre a superfície terrestre possui uma hora diferente de qualquer outro situado em um 
meridiano que não fora o escolhido inicialmente como padrão. 
• Horário de Aproveitamento da Luz Diurna (Horário de Verão) - esta forma de interferir 
nos horário ditos “normais” diz respeito ao melhor aproveitamento da luz solar no período 
de verão através do simples adiantamento da hora, normalmente de uma hora. O Horário 
de Verão é adotado como medida de conservação de energia elétrica utilizada na 
iluminação, pois adiantando-se uma hora ao horário normal aproveita-se melhor a luz do 
sol nos dias mais longos de verão, com o final de cada dia de trabalho ocorrendo antes do 
anoitecer. O fuso horário da região que adota o Horário de Verão é acrescido de uma hora. 
Como exemplo, o fuso normal do Rio de Janeiro é UTC-3 horas, no horário de verão passa 
a ser UTC-2 horas, assim como o de Paris passa de UTC+1 hora para UTC+2 horas. Mas 
em épocas diferentes, pois quando é verão no hemisfério norte é inverno no hemisfério sul, 
e vice-versa. O adiantamento de uma hora nos meses de verão, adotado em muitos 
países, conhecido como Horário de Verão (Daylight Saving Time ou Summer Time), 
impossibilita que as diferenças dos fusos horários sejam constantes ao longo do ano, 
dificultando o cálculo. Cada país tem a sua própria política em relação ao Horário de 
Verão, não sendo possível prever as transições entre os horários para os diversos países 
que o utilizam. Portanto, para se determinar com precisão as diferenças de horários entre 
duas localidades é necessário que se conheça, além dos fusos horários dessas 
localidades, se elas estão ou não em Horário de Verão. 
 
 
8.2 - Fuso Horário Teórico e Fuso Horário Prático 
• Fuso Horário Teórico - segue exatamente o traçado dos meridianos. Obedecem ao limite 
de 15º para intervalo de 1 hora (figura 8.1) 
• Fuso Horário Prático – não seguem exatamente o traçado dos meridianos. Uma série de 
conveniências locais levam a algumas adaptações dos fusos, fazendo com que estes não 
coincidam com os meridianos e se apresentem, em certos casos, bastante distorcidos 
(figura 8.3) 
 
 
 
8.3 – Meridiano Internacional de Origem e Linha Internacional de Mudança de Data 
• Meridiano Internacional de Origem - O Fuso Horário de referência, em relação ao qual 
as diferenças de horários são computadas, tem como linha central o meridiano de 
longitude igual a 0°, que passa nos arredores de Londres, na Inglaterra, sobre o Royal 
Observatory, na localidade de Greenwich. O horário do fuso universal de referência é 
conhecido como GMT (Greenwich Mean Time), tendo sido instituído no século XIX. 
Posteriormente, em 1970, foi instituído o Universal Time Coordinated (UTC), baseado no 
horário GMT. O horário UTC é corrigido periodicamente, mantendo a diferença em relação 
ao horário real relativo à rotação da terra inferior a 0,9 segundos (figura 8.1). 
• Linha Internacional de Mudança de Data ou Linha Internacional da Data (LID) - Linha 
que acompanha o antimeridiano de Greenwich (180º), atravessando o oceano Pacífico. 
Por convenção internacional, esse meridiano determina a mudança de data civil em todo o 
planeta (figura 8.1). Ao ultrapassar essa linha, exatamente no ponto em que ela se 
localiza, tem-se de alterar a data para o dia anterior (a leste) ou seguinte (a oeste) à 
partida. A hora, no entanto, é a mesma nas duas zonas (figura 8.2). 
 
 
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28
 
Figura 8.2 – Linha Internacional da Data 
 
 
8.4 - Fusos horários do Brasil 
O território brasileiro está localizado a oeste do meridiano de Greenwich (longitude 0º) e, 
em virtude de sua grande extensão longitudinal, compreende quatro fusos horários, variando de 
duas a cinco horas a menos que a hora do meridiano de Greenwich (GMT). O primeiro fuso (30º 
O) tem duas horas a menos que a GMT.O segundo fuso (45º WGr.), o horário oficial de Brasília, é 
três horas atrasado em relação a GMT. O terceiro fuso (60º WGr.) tem quatro horas a menos que 
a GMT. O quarto e último possui cinco horas a menos em relação à GMT. 
No Brasil, a Hora Legal é a definida pelo relógio atômico do Observatório Nacional, embora 
o país use quatro fusos horários: UTC -2 no arquipélago de Fernando de Noronha, UTC-3 em todo 
o litoral atlântico, UTC-4 na Amazônia e no Centro-Oeste e UTC-5 no Acre. 
 
Figura 8.3 – Fusos horários do Brasil 
 
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29
8.5 - Principais denominações e siglas utilizadas 
GMT - Greenwich Mean Time - Tempo Médio de Greenwich - refere-se à cidade inglesa e seu 
observatório astronômico que foram convencionados como base para os cálculos internacionais 
de horário. Usado principalmente na Europa, segue o padrão UTC. 
ST - Standard Time - Tempo Padrão - Hora oficial em cada fuso horário. 
DST - Daylight Saving Time ou Summer Time - Horário de verão - geralmente uma hora a 
mais que o tempo padrão (há registros de uso de adiantamentos de 20 ou 40 minutos e de duas 
horas). No dia marcado para o seu início, em cada pais que o adota, os relógios são adiantados 
geralmente de uma hora, voltando ao horário normal (com o correspondente atraso nos relógios) 
ao término do período especificado. A alteração nos relógios geralmente é feita no início da 
madrugada. Assim, o primeiro dia do ciclo tem 23 horas e o último, 25 horas. O método foi 
sugerido em 1784 por Benjamin Franklin e adotado pela primeira vez em países europeus em 
1916, durante a I Guerra Mundial. Nos EUA, com o nome de War Time, foi usado de forma 
contínua desde 3/2/1942 até 30/9/1945, na II Guerra. Atualmente, é usado principalmente entre 
março e setembro no Hemisfério Norte e de outubro a fevereiro no Hemisfério Sul. 
UTC - Universal Time Zone - Civil Time - Horário Universal - Tempo civil. Todas os fusos 
horários são relativos a ele. O UTC não inclui os horários de verão é algumas vezes é ajustado 
com as diferenças de segundos em relação ao tempo de rotação da Terra, de forma a não 
exceder 0,9 segundo. O ajuste entre UTC e o Tempo Atômico (TAI) é sempre feito em número 
inteiro de segundos. O último ajuste, adicionando um segundo ao UTC, ocorreu em 31/12/1998 às 
23:59:60 UTC, de forma que 1998 teve um segundo extra, 23:59:61. Em 12/2001 deverá ser 
decidida a possível inclusão de um segundo extra no UTC em 6/2002. O nome Tempo Civil é 
citado por ser o UTC o mais usado pelas pessoas comuns, em contraposição aos horários 
astronômicos, por exemplo. 
UT - Universal Time - Tempo Universal - baseado na rotação da Terra, é usado em astronomia. 
TAI - International Atomic Time - Tempo Atômico Internacional - é baseado em relógios 
atômicos. 
A.M./P.M. - Povos que consideram ciclos de 12 horas, como os ingleses, definem as horas antes 
do meio dia como Ante Meridian (A.M.) e as horas após o meio dia como Post Meridian (P.M.). 
Assim, 6h00 = 6:00 AM e 18h00 = 18:00 PM, por exemplo. 
 
 
8.6 – Algumas considerações sobre as datas e horários 
 
1. Sempre será mais tarde em todo lugar que estiver a leste de outro; obviamente, sempre será 
mais cedo em todo lugar que estiver a oeste de outro. Quando tivermos, por exemplo, meio dia no 
Fuso “A”, vamos ter 13 horas no fuso “B”, 14 horas no fuso “C”, 11 horas no fuso “D”, 10 horas no 
fuso “E” (figura 4) 
 
Figura 4 
 
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2. Há dois pontos estratégicos que determinam os limites das datas: A linha Internacional da Data 
e o fuso em que temos meia-noite. Sabemos que meia noite é o final de um dia e começo do dia 
seguinte. Assim, ficou convencionado que o dia anterior fica compreendido entre o lado oeste da 
Linha Internacional da Data (LID) e o fuso em que é meia-noite. Por sua vez, o dia seguinte vai do 
fuso em que é meia-noite até o lado leste da LID (figura 5). 
 
 
Figura 5 
 
 
3. De modo geral, temos sempre duas datas que abrangem o globo terrestre. Há apenas um 
momento em que temos todos os fusos do globo terrestre abrangidos por uma só data: é quando 
temos meio-dia no fuso de Greenwich. No nosso exemplo, teríamos apenas o dia 3 de novembro 
(figura 6) 
 
 
Figura 6 
 
 
 
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4. Quando a Terra gira o equivalente a 15º, o Sol se posiciona um fuso a oeste. Considerando-se 
o exemplo anterior, quando tínhamos o sol em Greenwich e somente o dia 3 de novembro, vamos 
supor que a Terra tenha girado 15º. Com isso, o Sol estará agora sobre o fuso número um do 
hemisfério ocidental. Se antes tínhamos meia-noite no fuso 12, vamos ter meia-noite agora sobre 
o fuso 11 do hemisfério oriental. Deste modo, o dia 4 de novembro começa a aparecer (figura 7). 
Quando a Terra tiver girado o equivalente a 90º, o Sol estará sobre o fuso 6 (oeste), enquanto que 
teremos meia-noite no fuso 6 (leste), ficando agora o dia 3 de novembro com uma abrangência de 
18 horas e o dia 4 de novembro com 6 horas (figura 8). 
 
 
Figura 7 
 
 
 
Figura 8 
 
 
 
 
 
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5. A Linha Internacional da Data deveria em princípio coincidir com o meridiano de 180º. No 
entanto, em razão de conveniências horárias locais, ela sofre alguns desvios (figura 9) 
 
6. Cruzando-se a LID do hemisfério oriental para o ocidental, passamos para o dia anterior, 
ou seja, podemos fazer uma viagem hoje e chegar ontem ao nosso destino (figura 9) 
 
7. Como o fuso 12 é dividido pela LID, ficando uma parte em cada hemisfério, pode acontecer 
que dois lugares “A” e “B” situados no mesmo fuso, tenham a mesma hora e datas diferentes. 
Neste exemplo, se tivéssemos 16 horas do dia 28 de maio no lugar “A”, teríamos também 16 
horas no lugar “B”, só que do dia 29 de maio (figura 9) 
 
 Fuso +12 / Fuso –12 
(16 horas do dia 29 de maio) / (16 horas do dia 28 de maio) 
Hemisfério Oriental (E) / Hemisfério Ocidental (W) 
Figura 9 
 
 
 
 
 
 
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9 – CARTAS TOPOGRÁFICAS: APLICAÇÕES E USOS 
 
A representação cartográfica do relevo resulta de traduzir para duas dimensões de um 
plano um fenômeno tridimensional que no terreno apresenta variações quantitativas contínuas. A 
representação das elevações no terreno sempre constituiu um sério problema cartográfico, ao 
contrário da relativa facilidade do delineamento dos detalhes horizontais do terreno. O relevo de 
uma determinada área pode ser representado das seguintes maneiras: Curvas de nível, perfis 
topográficos, relevo sombreado, cores hipsométricas, pontos cotados, etc. 
Nas cartas topográficas, a dificuldade de assimilar a superfície topográfica a uma 
superfície matemática á minimizada utilizando elementos pontuais e lineares fictícios (não 
materializados sobre o terreno) que, levando em conta os princípios de simplificação e 
generalização cartográfica, conseguem apresentar uma imagem precisa da superfície topográfica. 
Estes elementos fictícios (símbolos) são as curvas de nível e os pontos cotados. 
 
9.1 – Curvas de nível 
O método, por excelência, para a representação do relevo terrestre é o das curvas de 
nível, porque fornece ao usuário, em qualquer parte da carta, um valor aproximado da 
altitude que ele precisa. Ao contrário das hachuras, que são uma representação artística, é 
um método puramente matemático, e que, em conseqüência, só pode ser traçado depois 
que se obtém um sem-número de pontos de altitude determinados geodesicamente. Com o 
advento da fotogrametria, o seu traçado mecânico passou a ser mais exato, além da 
rapidez da elaboração. E, nos dias atuais, com a automatização da cartografia, os mais 
modernos instrumentos podem traçar as curvas, automaticamente, sem a contribuição do 
operador. 
As curvas de nível, também chamadas isoípsas oulinhas Hipsométricas, constituem 
linhas imaginárias do terreno, em que todos os pontos da referida linha têm a mesma (iso) altitude 
(hipso), acima ou abaixo de uma determinada superfície de referência, geralmente o nível médio 
do mar. De igual forma que as isóbatas ou linhas batimétricas são utilizadas para representar 
os fundos lacustres, marinhos e oceânicos. 
Figurativamente, as curvas de nível resultam de fatiar a superfície topográfica com planos 
horizontais, eqüidistantes em altura, e projetar sobre um plano horizontal as linhas de interseção 
de cada plano com o terreno. 
Um conjunto de curvas de nível define corretamente o relevo quando a sua densidade é tal 
que a altitude de qualquer ponto pode ser obtida, com precisão desejada, através de uma simples 
interpolação linear entre duas curvas contíguas. Além de produzir sensação de relevo 
(tridimensionalidade), as curvas de nível permitem determinar altitudes ou cotas, desníveis 
topográficos ou alturas, declividades e orientações no terreno. 
As curvas de nível são impressas em castanho, que á a cor que imita o terreno. As curvas 
de nível das regiões de gelo ou neve permanentes são impressas em azul. 
As curvas batimétricas são impressas em preto, a fim de realçá-las, já que, em geral, 
as extensões de água são impressas em tonalidade azul. Quando não há esta tonalidade, 
as curvas podem ser em azul. 
 
9.1.1) Eqüidistância 
Na representação cartográfica sistemática, a eqüidistância entre uma determinada curva e 
outra tem que ser constante. A tabela seguinte apresenta o intervalo regular que tem que ser 
obedecido nas quatro escalas topográficas e na Carta Internacional do Mundo (CIM) ao 
milionésimo (tabela 9.1). 
 
 
 
 
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Tabela 9.1 – Eqüidistância das curvas de nível, de acordo com a escala da carta 
 
EQÜIDISTÂNCIA 
(em metros) 
ESCALAS TOPOGRÁFICAS
1:25.000 1:50.000 1:100.000 1:250.000 1:1.000.000 
10 
20 
(25)* 
50 
100 
200 
*Na escala em 1:50.000 o intervalo é de 20 metros, mas as curvas de 25m e os seus múltiplos são 
representados, a fim de haver mais facilidade na elaboração em na elaboração em 1:250.000, que 
se trata duma carta derivada de 1:100.000 e, igualmente, de 1:50.000 
 
É importante ressaltar que eqüidistância não significa a distância de uma curva de nível em 
relação à outra, e sim a altitude entre elas, ou seja, o desnível entre as curvas. A distância 
apresentada na carta entre uma curvas de nível contíguas é uma dimensão horizontal cujo valor 
varia com o afastamento entre curvas e está sempre na mesma escala da carta. 
Para a finalidade de ser facilitada à leitura e a identificação de cada curva, pois elas, em 
seu conjunto, em uma folha, podem confundir-nos a vista, adota-se o sistema de apresentar, 
dentro de um mesmo sistema ou intervalo altimétrico, determinadas curvas, mediante um traço 
mais grosso. Tais curvas são chamadas "mestras", assim como as outras, finas, denominam-se 
"intermediárias". Há, ainda, as curvas "auxiliares" (tabela 9.2) 
Só deve haver, numa escala, duas alterações quanto à eqüidistância. Dá-se a primeira 
quando, numa área predominantemente plana – a Amazônia, por exemplo – se precisa ressaltar 
pequenas altitudes, as quais, ali, são de grande importância. Estas são as curvas auxiliares. No 
segundo caso, quando o detalhe é muito escarpado, deixa-se de representar uma curva ou outra 
porque, além de carregar a área, poderá dificultar-lhe a leitura. Da mesma forma, as cotas 
altimétricas mais significativas, tais como cumes de morros, colos e depressões topográficas, 
podem ser representadas nas cartas topográficas por pontos cotados, com indicação do valor da 
altitude absoluta do ponto. A representação gráfica dos pontos cotados varia segundo a sua 
precisão: ponto trigonométrico (triângulo com ponto central), referência de nível (X preto), cotas 
comprovadas e não comprovadas (X marrom). 
Outro detalhe imprescindível na representação altimétrica em curvas de nível é a 
colocação, bem disposta, dos valores quantitativos das curvas mestras. Assim, de espaço em 
espaço, acham-se as curvas com os seus respectivos valores. Lembrando que a curva mestra é a 
quinta (5ª) curva dentro da eqüidistância normal. 
 
Tabela 9.2 – Valores das curvas mestras de acordo com a escala da carta 
 
Escala Eqüidistância Curvas mestras 
1:25.000 10 m 50 m 
1:50.000 20 m 100 m 
1:100.000 50 m 250 m 
1:250.00 100 m 500 m 
1:1.000.000 100 m 500 m 
 
As regras que pautam o traçado das curvas de nível são: 
 
a) As curvas de nível nunca se cruzam, podendo se tocar em saltos d´água ou 
despenhadeiros; 
b) As curvas de nível tendem a ser quase que paralelas entre si; 
c) Todos os pontos de uma curva de nível se encontram na mesma altitude 
 
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d) Cada curva de nível fecha-se sempre sobre si mesma; 
e) Em geral, as curvas de nível cruzam os cursos d’água em forma de “V”, com o vértice 
apontado para a nascente; 
f) As curvas de nível formam um “M” acima das confluências fluviais; 
g) Em geral, as curvas de nível formam um “U” nas elevações, cuja base aponta para o pé da 
elevação. 
h) 
Conhecendo todas as características das curvas de nível resulta fácil leitura da topografia 
do terreno. Nos terrenos planos ou pouco acidentados, as curvas são poucas e aparecem muito 
espaçadas, já nos terrenos acidentados e escarpados ocorre o inverso. Assim, a forma e a 
separação entre as curvas de nível possibilitam identificar os elementos e as formas do relevo, 
dando idéia da tridimensionalidade da superfície topográfica. (Figura 9.1) 
 
 
Figura 9.1 – Representação do relevo através de curvas de nível 
 
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9.1.2) Interpolação 
Vem a ser este processo a determinação de valores médios entre valores fixos existentes. 
No caso das curvas de nível, a interpolação de uma ou mais curvas é conseguida com a adoção 
de duas curvas consecutivas. Entre estas duas curvas é que se interpola, isto é, estima-se, 
aproximadamente, uma cota e traçamos outras curvas. 
 
 
9.2 - Hipsometria (carta hipsométrica) 
A hipsometria trata da representação cartográfica do relevo de uma região em faixas 
altitudinais, delimitadas através de curvas de nível. 
As cartas topográficas classificam o território em intervalos de altitudes eqüidistantes, 
como por exemplo de 20 metros. No entanto, a efeitos de análise de conjunto(regional) pode 
interessar conhecer como se distribui o território em intervalos de altitude com amplitude superior 
a 20 metros, quando o que se quer é visualizar as áreas que superam ou estão por baixo de 
determinadas altitudes, sem que importe a perda de informação topográfica intermediária. Neste 
caso, recorre-se ao método da carta hipsométrica. (figura 9.1) 
Para construir uma carta hipsométrica procede-se da forma seguinte: 
a) definir os intervalos de altitude mais apropriados aos objetivos do trabalho; 
b) sobrepor à carta uma transparência e transferir as curvas de nível cujas altitudes 
coincidam com os limites de cad um dos intervalos já definidos; 
c) elaborar uma legenda apropriada que mostre visualmente as variações de valor de 
altitude entre os intervalos. 
 
Exemplos de classes hipsométricas 
 Maior altitude 
 
 
 
 
 
 
 (Menor profundidade) 
Nível do mar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 (menor altitude) 
 Nível do mar 
 
 Maior profundidade 
 
 
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Figura 9.2 – Exemplo de Mapa Hipsométrico - Estados de Santa Catarina 
 
Como se observa no mapa hipsométrico de Santa Catarina, a representação é feita 
através de cores convencionais. Dessa forma, nota-se a distribuição do relevo segundosuas 
diferentes classes de altitudes a partir da cota 0 (zero), ou seja, o nível do mar. 
As menores altitudes de Santa Catarina, representadas pela faixa de 0 – 200 m, 
encontram-se ao longo do litoral, formando as planícies Costeiras, e num pequeno trecho do 
extremo oeste catarinense, no vale do rio Uruguai, entre os rios das Antas e Peperi-Guaçu. 
As planícies costeiras são formadas por sedimentos marinhos, fluviomarinhos e aluviais, 
correspondendo ao baixo curso dos principais rios da vertente atlântica. Apresentam terrenos 
planos ou levemente ondulados, delimitados por aclives, com largura variável. 
No Norte do Estado, no município de Garuva, a largura dessas planícies costeiras é de 
26km até a encosta da Serra do Mar. já a sua maior largura, aproximadamente 85km, se encontra 
no vale do rio Itajaí, quando a cota 200 m se adentra até o limite entre os municípios de lbirama e 
Indaial. A menor largura, aproximadamente 500 m, situa-se no sopé do morro do Cambirela, na 
baía sul, defronte à ilha de Santa Catarina. Mais ao sul, a cota 200 m afasta-se novamente, 
formando duas grandes planícies: a do rio Tubarão e a do rio Araranguá. 
A faixa de 200 - 400 m ocupa menor porção no Estado. Esta faixa se estende entre as 
planícies costeiras e as serras litorâneas, constituindo-se numa área intermediária. No Sul do 
Estado, esta faixa corresponde ao sopé da Serra Geral. Ocorre também ao longo dos principais 
afluentes do rio Uruguai.Na faixa de 400 - 800 m, encontram-se as serras litorâneas e grande 
parte do planalto Ocidental. 
As Serras Litorâneas são formadas por antigas estruturas cristalinas e metamórficas do 
Pré-Cambriano. Dispostas, em sua maioria, obliquamente à costa, elas vão em média até 600 m, 
porém, algumas serras e morros ultrapassam esta cota, como as serras do Itajaí, do Tijucas e do 
Tabuleiro e os morros do Baú, do Spitzkopf e do Cambirela. 
Esta faixa ocupa grande parte da zona basáltica (que integra o planalto Ocidental), 
principalmente no extremo oeste, e acompanhando os vales dos rios do Peixe, Canoas e outros.A 
faixa de 800 - 1.200 m é a de maior ocorrência no Estado, correspondendo a grande parte do 
planalto Ocidental e às áreas mais elevadas das serras litorâneas. 
Dentro desta faixa encontramos, no Norte do Estado, trechos das serras do Mar, de 
jaraguá e da Moema. Enquanto que no oeste, tem-se as serras do Gregório, do lrani, do Ariranha, 
do Pedrão, do Bonito, do Sertãozinho, da Anta, do Capanema e da Fartura, sendo que as duas 
últimas delimitam os Estados de Santa Catarina e do Paraná. Ainda nesta faixa, encontram-se, 
 
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nos altos do rio ltajaí do sul, as serras da Boa Vista e dos Faxinais. A faixa de 1.200 - 1.600 m 
constitui as maiores altitudes da serra do Chapecó, da Taquara, do Espigão, da Pedra Branca, da 
Farofa, da Anta Corda, do Mar e Geral. 
O trecho meridional da Serra Geral é a única região do Estado onde as altitudes 
ultrapassam a cota de 1.600 m, como por exemplo, no morro da Boa Vista, o mais elevado do 
Estado com 1.827 m, e no Bela Vista do Guizoni, que possui 1.823,49 m de altitude. Além destes, 
têm-se os morros da Igreja e Campo dos Padres, com 1.822 m e 1.790 m, respectivamente, 
ambos na Serra Geral 
 
9.3 - Perfil Topográfico 
Perfil topográfico é a representação cartográfica de uma seção vertical da superfície 
terrestre. Se, partindo-se de figuras de perfil, podemos levantar as curva de nível, o contrário é 
igualmente possível, isto é, das curvas de nível podemos construir os perfis, chamados 
topográficos (figura1). 
Para levantar um perfil topográfico são necessários os seguintes passos: 
1- traçar uma linha de corte,o mais perpendicular possível às curvas de nível, na direção 
onde se deseja representa-lo; 
2- estender uma tira reta de papel ao longo da linha escolhida no mapa. Em seguida marcam-
se, cuidadosamente, com um lápis afiado, os seguintes sinais: todas as interseções das 
curvas de nível com a linha básica; os pontos de altitudes (cotas), os rios os picos e outros 
pontos definidos, como cidades, estradas, etc. tratam-se, depois, a linha básica do perfil 
(no caso duma ilha, a linha é o nível mar) num papel milimetrado, e transferem-se, com 
precisão aqueles sinais para a linha básica. 
3- Levantam-se, depois, perpendiculares no princípio e no fim dessa linha, e determina-se 
uma escala vertical. Esta escala deve ser escolhida com todo cuidado, tendo-se em mente 
a altitude média do perfil, bem como a natureza da região. Sejam, por exemplo, 10 metros 
para cada linha horizontal do papel milimetrado, ou seja 10 m = 1mm. 
4- Numera-se a escala vertical de acordo com intervalos apropriados. Quando se opta por 
manter na escala vertical a mesma escala horizontal da carta, será obtida uma reprodução 
fiel (escala 1X1) do perfil do relevo. A menos que a escala horizontal seja grande, e a 
média das altitudes considerável, a escala vertical deverá ser muito maior do que a 
horizontal, do contrario as ondulações, ao longo do perfil, dificilmente serão perceptíveis. 
Por outro lado, uma escala vertical muito grande redundará num efeito ridiculamente 
caricaturado da superfície do terreno. A relação entre a escalas horizontal e vertical é 
conhecida como exagero vertical. Em geral, adota-se para a escala vertical um número 5 a 
10 vezes maior que a escala horizontal. Assim, se a escala horizontal é, por exemplo, 1:50 
000 e a vertical 1: 10 000, o exagero é igual a 5. A tabela 9.3 orienta os exageros 
recomendados na escala de altitude para diferentes desníveis altimétricos máximos. 
5- Depois de transferidos todos os pontos que representam as curvas de nível interceptadas 
pela linha do perfil, unem-se estes pontos com uma linha curva suavizada. Completa-se o 
perfil com as informações que irão auxiliar na sua identificação: escalas horizontal e 
vertical, orientação, vias de comunicação, canais fluviais, núcleos populacionais, etc. 
 
Tabela 9.3 - Desníveis altimétricos e exageros verticais recomendados 
 
Desnível máximo do 
terreno (m) 
Altura dos segmentos 
da escala (cm) 
Escala vertical de 
altitudes 
Exagero vertical 
(vezes) 
100 1 1:10.000 5 
200 1 1:20.000 2,5 
500 2 1:25.000 2 
1.000 4 1:25.000 2 
2.000 5 1:40.000 1 
Fonte: Granell-Pérez, M. C., 2001. 
 
 
 
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No desenho do perfil, devem ser tomados estes cuidados: 
1) Partir da altitude exata em qualquer extremidade; 
2) Distinguir entre descidas e subidas, quando existem duas curvas sucessivas de igual valor; 
3) Desenhar rigorosamente os contornos dos picos (se pontiagudos, se achados). 
 
Figura 9.3 – Perfil topográfico do Pão de Açúcar e Morro da Urca/RJ 
 
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BIBLIOGRAFIA: 
 
• DUARTE, Paulo Araújo Fundamentos de cartografia. Florianópolis: UFSC, 2002. 
• FITZ, Paulo Roberto Cartografia básica. Canoas: La Salle, 2000. 
• IBGE Noções Básicas de Cartografia (Manuais Técnicos de Geociência, nº8). Rio de 
Janeiro: IBGE. 1999. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CARTOGRAFIA TEMÁTICA 1 
 
Com o florescimento dos diferentes ramos de estudo operados com a divisão do trabalho 
científico no fim do século XVIII e início do século XIX, desenvolveu-se outro tipo de cartografia, a 
Cartografia Temática. Embora a Cartografia Temática seja considerada como ramo da 
Cartografia, ao lado da Cartografia Topográfica (de Base), as visões topográficas e temáticas do 
mundo são historicamente sucessivas: as representações temáticas não substituem as 
representações topográficas e sim se acrescentam a elas. 
Essa nova demanda norteou a passagem da representação das propriedades apenas“vista” (Cartografia Topográfica) para a representação das propriedades “conhecidas” dos objetos 
(Cartografia Temática). Assim, não basta que os mapas respondam apenas à pergunta “Onde?”. 
Hoje, eles precisam responder também a outras questões como: “Por quê?”, “Quando”, “Por 
quem”, “Para que finalidade?” e “Para quem?” 
Fazer um mapa significa explorar sobre o plano as correspondências entre todos os 
elementos de um mesmo componente da informação – o componente locacional. As duas 
dimensões (X, Y) do plano identificam a posição do lugar (longitude e latitude). 
Mas os mapas podem mostrar algo mais do que apenas a posição do lugar, isto é, de 
somente capacita-los para dar resposta à questão “Onde?”. Eles podem dizer muito sobre cada 
lugar, caracterizando-os. 
Entramos, assim, no domínio dos mapas temáticos. 
 
11 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 
A Representação Gráfica é uma linguagem de comunicação visual, porém de caráter 
monossêmico (significado único). Sua especificidade reside essencialmente no fato de estar 
fundamentalmente vinculada ao âmago das relações que podem se dar entre os significados dos 
signos. Interessa, portanto, observar instantaneamente as relações que existem entre os signos 
que significam os objetos geográficos, deixando para um segundo plano à preocupação com a 
relação entre o significado e significante dos signos, característica básica dos sistemas 
semiológicos polissêmicos (significados múltiplos) É o que acontece na comunicação visual feita 
por intermédio da fotografia, da pintura, da publicidade, etc. Que criam imagens figurativas. 
Ao pretendermos elaborar gráficos e mapas, devemos nos conscientizar de estar 
trabalhando no domínio da representação gráfica, e para tanto faz-se necessário, como em toda 
comunicação visual, aprender a ver. 
A tarefa essencial da Representação Gráfica, portanto, é a de transcrever as três relações 
fundamentais – de diversidade (≠), de ordem (O), de proporcionalidade (Q) – entre os objetos, 
por relações visuais de mesma natureza. Assim, a diversidade será transcrita por uma diversidade 
visual; a ordem por uma ordem visual e a proporcionalidade por uma proporcionalidade visual. 
Essa transcrição será universal, sem ambigüidades. (tabela 11.1) 
 
 
Tabela 11.1 
 
 
 
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A fim de representar o tema, seja no aspecto qualitativo (≠), seja no ordenado (O), seja no 
quantitativo (Q), temos de explorar variações visuais sensíveis com propriedades perceptivas 
compatíveis; o aspecto qualitativo (≠) responde à questão “o que?”, caracterizando relações de 
diversidade entre lugares; o aspecto ordenado (O) responde à questão “em que ordem?”, 
caracterizando relações de ordem entre os lugares; e o aspecto quantitativo (Q) responde à 
questão “Quanto?”, caracterizando relações de propriedade entre os lugares. 
 
 
11.1 - MODOS DE IMPLANTAÇÃO (MI) 
 
Referem-se as maneiras de colocar a informação no plano da folha de papel. Os três modos de 
implantação utilizados são o Pontual, Linear e Zonal. 
 
1. Pontual: refere-se àqueles elementos cuja representação simbólica pode ser reduzida à 
forma de um ponto, tais como: cidades, casas, indústrias, animais, pessoas, portos, etc.Tal 
como no modo linear, aqui poderão ocorrer também variações com base na espessura ou 
então na descontinuidade do traço, além de combinação de símbolos, inclusão de 
desenhos subsidiários e cores. Os símbolos pontuais transmitem a idéia de localização 
exata no espaço territorial, podendo ser usado o próprio ponto, além de figuras 
geométricas e evocativas. 
 
2. Linear: refere-se àqueles elementos cujo desenvolvimento requer um traçado, tal como: 
estradas, rios, correntes marinhas, ventos, além de outros. De modo geral a espessura 
do traço tem um significado simbólico, haja vista que sua largura, em muitos mapas, 
não tem relação com a escala do documento. A experiência tem mostrado que para 
uma boa distinção dos símbolos lineares não se deve usar mais de quatro ou cinco 
espessuras. 
 
3. Zonal: trata-se da representação de elementos que ocupam ou pressupõem ocupar uma 
determinada extensão sobre a superfície terrestre. Além da área que ocupa sobre a região, 
a intenção é mostrar também como certo fenômeno se distribui no espaço geográfico. 
 
 
11.2 - OS NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO (NO) 
Após a escolha do modo de implantação dos símbolos, é necessário também, durante a fase 
de planejamento do mapa, verificar o nível de organização da informação que se pretende 
alcançar, ou seja, significado qualitativo ou quantitativo dos componentes de um mapa, os quais 
poderão ser ainda ordenados, seletivos e associativos. 
• Nível qualitativo: pode ser usado quando o documento cartográfico permite que sejam 
extraídas informações sobre as propriedades ou atributos dos elementos representados, não 
havendo nenhuma intenção do autor do mapa em dar ênfase para valores ou quantidades. 
• Nível quantitativo (Q): deve ser usado quando queremos mostrar grandezas dos elementos 
representados. 
Tanto do nível qualitativo como o quantitativo podem trazer embutida a idéia de ordenação, 
seleção ou associação, o que nos leva a três outros níveis de informação. 
• Nível ordenado (O): quando a representação expressa uma hierarquia ou um ordem dos 
elementos. 
• Nível seletivo (≠): quando a intenção é mostrar a distinção dos elementos entre si. 
• Nível associativo: quando os elementos no mapa ficam agrupados de acordo com 
determinadas características comuns 
 
 
 
 
 
 
 
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11.3 - AS VARIÁVEIS VISUAIS (VV) 
Considera-se variável visual toda diversificação imposta aos símbolos, de modo a traduzir uma 
informação para a linguagem gráfica. Ao cair um pingo de tinta sobre uma folha de papel branco, 
formando um borrão, imediatamente percebemos que o borrão está em determinado lugar em 
relação às duas dimensões do plano (à direita e no alto). 
Essa mancha visível, além de ter uma posição, pode assumir modulações visuais sensíveis. 
Assim, as duas dimensões do plano mais seis modulações visuais possíveis que a mancha visual 
pode assumir constituem as variáveis visuais. 
 
 
 
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• Tamanho: diz respeito à variação da dimensão do símbolo, permitindo que sejam extraídas 
informações sobre a grandeza dos componentes do mapa, sendo a variável mais apropriada 
quando se pretende que o nível de informação seja quantitativo. 
• Valor: trata-se da diversificação da tonalidade de uma cor, quando valores fortes e fracos são 
representados, respectivamente, por tons escuros e claros. No caso de uma só linha, a técnica 
do degrade (passagem contínua do valor mais forte até outro mais fraco por meio do 
afastamento da hachura) é que demonstrará a intensidade do fenômeno. O variável visual 
valor é mais apropriada para mostrar a ordenação ou seqüência de um fenômeno. Eis alguns 
temas cabíveis para uso desta variável: altimetria, batimetria, temperatura, precipitação, 
densidade demográfica, esperança de vida, etc. 
• Granulação: trata-se de uma representação semelhante às hachuras, porém definida como a 
mesma repartição do preto no branco, sendo a variável visual pouco usada. 
• Cor: corresponde à sensação subjetiva das pessoas ao perceberem uma radiação 
eletromagnética com determinado comprimento de onda e que depende do fluxo luminoso e 
da composição espectral da luz. O que se entende por cor em Cartografia implica tanto o 
colorido de uma Rosa cromática como, por extensão, as representações em uma só tinta – por 
meio de hachuras, tramas e símbolos subsidiários. 
• Orientação: corresponde à inclinação do traço nas representações em uma só tinta, quando 
então usamos hachuras e tramas, variando a posição entre vertical, oblíqua e horizontal. 
• Forma: trata-sedo feitio ou da configuração dos símbolos, podendo ser usados variações 
geométricas, combinações de traços e figuras, além de símbolos evocativos. A forma é a 
variável visual bastante apropriada para representação do nível de informação qualitativo, 
especialmente quando se quer “associar” ou “selecionar” os componentes do mapa. 
 
 
11.3.1 - As propriedades perceptivas das variáveis visuais 
 
- As variáveis visuais apresentam propriedades perceptivas características diante do nosso 
olhar. Devem ser levadas em conta na representação gráfica: 
 
• Percepção dissociativa ( ≡ ). A visibilidade é variável: afastando-se da vista tamanhos e 
valores visuais diferentes, somem sucessivamente (tamanho, valor). 
 
• Percepção associativa ( ≡ ). A visibilidade é constante: as categorias se confundem; 
afastando-se da vista, entretanto, não somem (forma, granulação, cores de mesmo valor 
visual, orientação). 
 
• Percepção seletiva (≠ ). O olho consegue isolar os elementos distintos (cor, tamanho, valor, 
granulação, forma). 
 
• Percepção ordenada (O). As categorias se ordenam espontaneamente (valor, tamanho). 
 
• Percepção quantitativa (Q). A relação de proporção é imediata (tão-só e unicamente o 
tamanho). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Sendo: Q (Quantitativa); O (Ordenado) e ≠ (Qualitativa/seletiva) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 - CONSTRUÇÃO DOS MAPAS TEMÁTICOS 
A construção dos mapas temáticos tem início com a delimitação da parte da realidade a 
ser problematizada pelo pesquisador interessado na realização da representação, com vistas a 
estabelecer diretrizes que orientem a busca de às questões a ela colocadas. Define-se, assim, o 
tema. 
O mapa temático, é composto por elementos externos e internos. 
 
12.1 - Elementos Externos de um Mapa 
12.1.1 - Título 
O título expõe o tema do mapa temático. Além de dizer do que se trata, deve especificar onde se 
dá o acontecimento e em que data. Deve expor, assim, o “O que?”, o “Onde?” e o “Quando?” 
Deve ser colocado na parte superior do documento, com letras em caixa alta. 
12.1.2 – Subtítulo 
Caso necessário. Deve ser colocado com letras menores às do título 
12.1.3 – Escala 
Deve ser colocada na parte inferior, perto do mapa-base (fundo de mapa). Pode ser representada 
de forma gráfica nominal ou numérica. A gráfica é mais indicada. 
12.1.4 – Orientação 
Indica a posição geográfica do os objetos representados. (norte e coordenadas: longitude e 
latitude) 
12.1.5 – Encarte 
Recurso gráfico. Podem ser de Ampliação, aproximação, localização e temático. 
12.1.6 – Legenda 
Uma das partes mais importantes do mapa. “Tradução do tema representado no mapa”. Deve 
obedecer às regras da semiologia gráfica (Nível de organização. Modo de implantação e variáveis 
visuais). Deve ser colocada na metade inferior da folha 
12.1.7 – Fonte 
Informa a origem das informações mapeadas. Mostram confiabilidade das informações e 
permitem pesquisas posteriores. Deve ser citada como uma referência bibliográfica. É colocada 
na parte inferior da folha 
12.1.8 – Autor 
Informa o responsável pela elaboração/desenho do mapa. Pode ser nome, sobrenome, iniciais, ou 
nome completo. Deve se colocado na parte inferior da folha. 
12.1.9 – Órgão/Instituição 
Órgão ou Instituição responsável pela elaboração do mapa. Deve ser colocado na parte inferior da 
folha. 
12.1.10 – Data 
Devem ser informadas as data de execução do mapa e das informações representadas. A data da 
informação, quando importante, deve ser colocada junto com o título. 
 
 
 
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Figura 12.1 - Exemplo de disposição dos elementos Externos e Internos (representação) em um mapa 
 
12.1 - Elementos Internos do Mapa 
O elemento interno de um mapa corresponde ao tema a ser representado no mapa base 
(fundo de mapa). Devem ser observadas as características da informação a ser representada – 
seu Nível de Organização, Modo de Implantação e Variável Visual - levando em conta o método 
mais apropriado dentro da semiologia gráfica. 
 
13 - O USO DOS MAPAS TEMÁTICOS: LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO – O 
“COMETÁRIO” 
1- Leitura - nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como. 
Para tanto, é preciso atentar para o título para saber do que se trata, onde se dá o 
acontecimento e em que data: “O quê?”, “Onde?”, e “Quando?” 
Depois, deve-se examinar o método de representação escolhido e decifrar a respectiva 
legenda, avaliando se foram os mais adequados para o tema em questão. Neste sentido, 
deve-se observar o correto emprego das variáveis visuais tendo em vista as respectivas 
propriedades perceptivas. Caso contrário deve-se fazer as críticas necessárias, corrigindo 
ou sugerindo soluções alternativas. 
2- Análise – nesta atividade controlamos o que existe em cada lugar, em que ordem se 
manifesta e em que quantidade aparece. Depois, verificamos onde está cada atributo que 
nos interessa e controlamos como se distribui. Em seguida, podemos aprofundar esta 
abordagem, ou seja, delimitar zonas com esta ou aquela característica; marcar as áreas 
díspares; atentar para as evidências contrastantes como por exemplo, o máximo, o 
mínimo; verificar a situação média e as transições; avaliar agrupamentos e dispersões, 
regularidades e irregularidades; notar sítios ou eixos preferenciais; vislumbrar correlações: 
direta, inversa ou indiferenciada entre os fenômenos expostos; verificar tendências de 
evoluções crescentes, decrescentes, estacionárias; nos movimentos, atentar para pólos e 
redes de interligações e relacionamentos; avaliar os eixos ou trechos de maior ou menos 
intensidade; detectar os centros de dispersão; a direção e a magnitude dos movimentos e 
das transformações. 
 
Prof. Jorge Batista de Souza - 2007 
 
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3- Interpretação - nesta última atividade devemos buscar as explicações a partir do que se 
vê. Para isto, deveremos lançar mão dos conhecimentos já adquiridos. Portanto, 
passaremos a levantar questões e a aventar hipóteses que possam dar explicação, não só 
aos “Por quê?” mas também aos “Como?”; porque tal configuração é regular?; porque é 
irregular?; O que justifica regularidades, irregularidades, agrupamentos, dispersões?; 
quais fatores as explicam?; que elementos – ambientais, sociais, culturais, políticos, 
ideológicos – interviriam, e de que maneira? 
O comentário do mapa deve reunir o comentário metodológico (Porque o mapa foi feito 
assim?) e o comentário interpretativo (O que nos diz o mapa?). 
 
 
 
14 – OS MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO DA CARTOGRAFIA TEMÁTICA 
 
Os mapas temáticos podem ser construídos levando em conta vários métodos, cada um 
mais apropriado às características e forma de manifestação (em pontos, em linhas, em áreas) dos 
fenômenos considerados em cada tema, seja na abordagem qualitativa, ordenada ou quantitativa. 
Podemos empreender também ema apreciação do ponto de vista estático ou dinâmico. 
Assim, podemos agrupar estes métodos em quatro categorias: 
1 - Métodos para Representações Qualitativas; 
2 - Métodos para Representações Ordenadas; 
3 - Métodos para Representações Quantitativas; 
4 - Métodos para Representações Dinâmicas. 
 
 
14.1 - Representações Qualitativas 
As representações qualitativas em mapas são empregadas para mostrar a presença, a 
localização e a extensão das ocorrências dos fenômenos que se diferenciam pela natureza e tipo, 
podendo ser classificados por critérios estabelecidos pelas ciências que estudam tais fenômenos. 
Conforme os fenômenos de manifestam em pontos, linhas ou áreas, no mapa utilizamos 
respectivamente pontos, linhas e áreas, que terão ema variação visual com propriedade de 
perspectiva compatível com a diversidade:

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