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F229 - Experimento 1: Pêndulos Físicos 1 INTRODUÇÃO O sistema composto por uma partícula de massa m, suspensa por um fio inelástico, sem massa e de comprimento l, oscilando em torno de uma posição de equilíbrio, pela ação da força da gravidade, é chamado de pêndulo simples e é um exemplo idealizado de oscilador harmônico. Para pequenos ângulos de oscilação, o período de oscilação do pêndulo não depende do ângulo de partida e é dado, por T = 2π 𝑙 g , (1) onde g é a aceleração da gravidade. Note que, nesse modelo, o período de oscilação não depende das massas e propriedades específicas da partícula ou do fio. O modelo de pêndulo simples, embora muito útil, nem sempre é uma boa aproximação para pêndulos reais. Neste experimento, será estudado um tipo de pêndulo que não pode ser tratado como pêndulo simples: o pêndulo composto. PÊNDULO COMPOSTO Um pêndulo composto, ou pêndulo físico, é um sistema em que um corpo rígido oscila em torno de um eixo fixo, pela ação da força gravitacional. O pêndulo composto usado neste experimento é constituído por uma barra rígida de alumínio, com furos ao longo da sua extensão, na extremidade da qual é presa uma placa retangular de ferro. O período de oscilação do pêndulo, T, para pequenos ângulos de oscilação, é dado por T = 2π !!!!! (2) onde I0 é o momento de inércia do pêndulo em relação ao ponto de suspensão, M é a massa do pêndulo e D a distância entre o centro de massa (CM) do sistema e o ponto de suspensão. Utilizando o teorema dos eixos paralelos, podemos reescrever I0 como I0 = ID+ICM. A primeira parte corresponde ao movimento de rotação do centro de massa do pêndulo composto em torno do seu ponto de fixação, ID = MD 2. A segunda parte, ICM, surge do fato de que o movimento de oscilação do pêndulo é uma combinação desta rotação do seu centro de massa em torno do ponto de fixação e uma rotação do próprio pêndulo em torno de seu centro de massa. Escrevendo ICM = Mk 2, sendo k chamado de raio de giração, deduz-se que T = 2π !!!!!! . (3) F229 - Experimento 1: Pêndulos Físicos 2 Na Fig. 1 é representado o pêndulo composto que você usará neste experimento, juntamente com o foto-gate e cronômetro inteligente usados na determinação do período do movimento. Figura 1. Pêndulo composto. Realizando medições do comportamento de um pêndulo composto, desejamos determinar o raio de giração do pêndulo e a aceleração da gravidade. Esta última será comparada ao valor conhecido por outros métodos. PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL (Antes de começar) Antes de começar o experimento, sigam as recomendações abaixo. Anotem as respostas às questões propostas no caderno de laboratório. Ele é a única fonte de consulta durante as provas. 1. Analise a equação (3). Quais são as grandezas a serem medidas? Qual dessas grandezas pode ser variada experimentalmente? Há mínimos ou máximos nesta equação? Se sim, que informações podem ser extraídas? 2. Linearize a equação (3). Como podemos determinar o raio de giração e a aceleração da gravidade? Há valores com os quais comparar o seu resultado? 3. Que quantidades precisam ser determinadas antes de começar as medições? 4. Qual instrumento será usado em cada medição? 5. Definam o espaço amostral: como as medições deverão ser distribuídas dentro da faixa de valores possíveis? Quais as limitações impostas pelos aparelhos e materiais ao espaço amostral? 6. Construa uma planilha de incertezas para o experimento (ver página 18 da apostila “Introdução à avaliação e expressão de incerteza em medições” elaborada pelo Prof. Luís Araújo e disponível no Moodle). Essa planilha será preenchida durante a aula, com base nos procedimentos de medição adotados. 7. Faça um esquema da montagem experimental e elabore uma lista de todos os materiais a serem usados. 8. Escrevam um primeiro plano de como realizar as medições. F229 - Experimento 1: Pêndulos Físicos 3 9. Tome algumas medições preliminares, que servirão de base para decidir se o espaço amostral foi bem definido e se há cuidados que devem ser tomados na segunda aula. Entre aulas: 1. Façam uma análise dos dados obtidos na primeira aula, incluindo o gráficos preliminares relevantes. Os resultados para a aceleração da gravidade e o raio de giração estão dentro do esperado? Há algum problema nos dados medidos? 2. Tendo como base a primeira aula, preparem um roteiro detalhado sobre como as medições devem ser realizadas, incluindo cuidados a serem tomados. 3. Organizem a coleta de dados para a segunda aula. Por exemplo, preparem uma planilha no computador na qual os dados possam ser inseridos e que já realize automaticamente cálculos intermediários. Assim, vocês saberão durante a segunda aula se as mudanças nos procedimentos surtiram efeito. Lembrem-se de anotar os dados brutos também em ao menos um caderno de laboratório. Os dados brutos com o carimbo do professor devem ser anexados ao relatório! Extra: • Tentem verificar a validade da aproximação de pequenos ângulos para o experimento realizado. É possível observar alguma diferença nos períodos? Se vocês observaram diferenças nos períodos para diferentes ângulos de partida, elas surgem a partir de qual casa decimal? Bibliografia: 1. M. Alonso e E.J. Finn, Física - Um Curso Universitário, Vol. 1, seções 12.5 e 12.6. 2. C. Kittel, Curso de Física de Berkeley – Mecânica, Vol. 1, cap. 8. (Biblioteca IFGW no. 531.K652.m). 3. D. Halliday, R. Resnick, Fundamentos de Física, Vol. 2, cap. 14.6. 4. P. Lucie, Física Básica, Vol. 2, pp. 166-167. Leitura suplementar: K. Laws, The Physics of Dance, Physics Today, Vol. 38, p. 24 (1985). Richard P. Feynman, Robert B. Leighton, Matthew Sands – Feynman Lições de Física, Vol. 1, Seção I-19.