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FACULDADE PITÁGORAS UNIDADE GOVERNADOR VALADARES/M.G. CURSO: ADMINISTRAÇÃO APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO 1º PERÍODO Apostila elaborada pela Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira, da Disciplina Fundamentos da Administração (F.A.) para o 1º Período, turmas “A/B” - do Ano de 2014-2 (Segundo semestre), do Curso de Administração da Faculdade Pitágoras - Unidade de Governador Valadares/MG. GOV. VALADARES, AGOSTO DE 2014. “PAIXÃO POR ENSINAR” “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 2 SUMÁRIO CAP. PRIMEIRO BIMESTRE PÁG. APRESENTAÇÃO ........................................................................................ 6 1. INTRODUÇÃO A TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO ....................................... 7 1.1. ABORDAGEM GENÉRICA ................................................................................................ 7 1.2. DEFINIÇÃO DE EMPRESA .............................................................................................. 7 1.2.1. Considerações Iniciais ................................................................................................... 7 1.2.2. Definição da Empresa: Foco em seus Aspectos Conceituais .............................................. 8 1.2.3. Definição da Empresa: Foco em seus Aspectos Estruturais ............................................... 9 1.2.4. Definição da Empresa: Foco em seus Aspectos Funcionais e\ou Sistêmicos ....................... 10 1.3. A EMPRESA COMO UM SISTEMA ABERTO (SISTEMA/EMPRESA) ....................................... 13 1.4. EVOLUÇÃO DA EMPRESA ............................................................................................... 14 1.5. OBJETIVOS E CAMPO DE APLICAÇÃO DA TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO............................ 15 1.6. O QUE É A ADMINISTRAÇÃO .............................................................................................. 16 1.7. O QUE É ADMINISTRAR ...................................................................................................... 16 1.8. FORMAÇÃO DO ADMINISTRADOR ...................................................................................... 17 1.8.1. Perfil Básico do Administrador ........................................................................................ 18 1.9. UNIVERSALIDADE DAS FUNÇÕES E CONHECIMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO .................... 21 1.9.1. Funções da Administração ............................................................................................. 21 1.9.2. Conhecimentos da Administração ................................................................................... 21 1.10. ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA E ARTE ...................................................................... 21 1.10.1. Relacionamento entre Teoria e Prática ........................................................................... 21 1.10.2. A Administração como Combinação de Ambas ................................................................ 22 2. O AMBIENTE ORGANIZACIONAL .............................................................. 23 2.1. O Ambiente Doméstico ou Interno (Endógeno) ............................................................... 23 2.2. Componentes do Ambiente Externo (Exógeno) ............................................................... 24 2.2.1. Forças Ambientais Gerais .............................................................................................. 24 2.2.2. Forças Ambientais Específicas ........................................................................................ 25 2.3. A FLEXIBILIDADE DE OBJETIVOS .................................................................................. 26 2.4. AS FUNÇOES DO ADMINISTRADOR ................................................................................ 28 2.4.1. Atividades Interagentes (Papéis dos Administradores) ..................................................... 28 2.4.2. Papéis Interpessoais ..................................................................................................... 29 2.4.3. Papéis Informativos ...................................................................................................... 30 2.4.4. Papéis Decisórios .......................................................................................................... 31 2.4.5. Papéis dos Administradores: Uma Avaliação .................................................................... 31 2.5. EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE .......................................................................... 32 2.5.1. Eficiência ............................................................................................................................. 32 2.5.2. Eficácia ................................................................................................................................ 32 2.5.3. Diferenças Básicas entre Eficiência e Eficácia ...................................................................... 33 2.5.4. Algumas Considerações sobre Eficiência e Eficácia .................................................................. 33 2.5.5. O que é a Eficácia Gerencial .................................................................................................. 34 2.5.5.1. Eficácia Pessoal ................................................................................................................... 34 2.5.5.2. Eficácia Aparente ................................................................................................................ 34 2.5.5.3. Eficácia Gerencial ................................................................................................................ 34 2.5.6. Efetividade ........................................................................................................................... 35 3. AS HABILITAÇÕES DE UM ADMINISTRADOR EFICAZ ............................... 36 3.1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 36 “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 3 CAP. PRIMEIRO BIMESTRE – CONTINUAÇÃO PAG. 3.2. ESPECIFICANDO AS QUATRO HABILITAÇÕES ......................................................................... 37 3.2.1. Habilitação Técnica ............................................................................................................... 37 3.2.2. Habilitação Humana .............................................................................................................. 38 3.2.3. Habilitação Conceitual ........................................................................................................... 39 3.2.4. Habilitação Intrapessoal ........................................................................................................ 403.3. IMPORTÂNCIA RELATIVA DAS QUATRO HABILITAÇÕES .......................................................... 40 3.3.1. Considerações Gerais ............................................................................................................ 40 3.3.2. Nos Níveis Inferiores ............................................................................................................. 41 3.3.3. Em Qualquer Nível ................................................................................................................ 41 3.3.4. Ao Nível Máximo ................................................................................................................... 42 3.4 O GERENTE COMO MAESTRO OU CIRURGIÃO ........................................................................ 43 3.5. DESENVOLVENDO AS QUATRO HABILITAÇÕES ...................................................................... 43 3.5.1. Fundamentação ................................................................................................................... 43 3.5.2. Desenvolvimento da Habilitação Técnica ................................................................................ 44 3.5.3. Desenvolvimento da Habilitação Humana e Intrapessoal .......................................................... 44 3.5.4. Desenvolvimento da Habilitação Conceitual ............................................................................ 45 3.6. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 46 CAP. SEGUNDO BIMESTRE PÁG. APRESENTAÇÃO ....................................................................................... 49 4. OS PRECURSORES DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA .............................. 50 4.1. IDÉIAS PRECURSORAS E PIONEIRAS DA ADMINISTRAÇÃO ..................................................... 50 4.2. A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO ................................................................. 51 4.3. DESENVOLVIMENTO DA TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................... 51 4.4. AS CONTRIBUIÇÕES DAS CIVILIZAÇÕES PRIMITIVAS ............................................................. 51 4.4.1. As Contribuições da Grécia .................................................................................................... 52 4.4.2. As Contribuições do Império Romano ..................................................................................... 52 4.4.3. As Contribuições da Igreja Católica ........................................................................................ 53 4.4.4. As Contribuições das Organizações Militares ........................................................................... 53 4.5. AS FASES DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................. 54 4.5.1. Fase Teocrática .................................................................................................................... 54 4.5.2. Fase Empírico-Prática ............................................................................................................ 55 4.5.3. Fase Científica ...................................................................................................................... 55 4.6. GALERIA DOS GRANDES PRECURSORES DA ADMINISTRAÇÃO ................................................ 55 4.6.1. Hamurabi ............................................................................................................................. 55 4.6.2 Platão .................................................................................................................................. 55 4.6.3. Aristóteles ............................................................................................................................ 56 4.6.4. Machiavelli (ou Maquiavel) .................................................................................................... 56 4.6.5. Luca Paccioli ........................................................................................................................ 56 4.6.6. Bacon .................................................................................................................................. 56 4.6.7. René Descartes .................................................................................................................... 56 4.6.8. Von Moltke ........................................................................................................................... 57 4.6.9. Augusto Comte. .................................................................................................................... 57 4.6.10. Emile Durkheim .................................................................................................................... 57 4.6.11. Henry Laurence Gantt ........................................................................................................... 58 4.6.12. Max Weber .......................................................................................................................... 58 4.6.13. Mary Parker Follett ............................................................................................................... 59 4.6.14. George Elton Mayo ............................................................................................................... 59 4.6.15. Chester Barnard ................................................................................................................... 59 4.6.16. Frank e Lillian Gilbreth .......................................................................................................... 59 5. PRINCIPAIS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA ........................ 60 5.1. ABORDAGENS À PRÁTICA DE ADMINISTRAÇÃO ..................................................................... 60 5.1.1. A Abordagem Mecanicista ..................................................................................................... 60 5.1.1.1. Precursor da Abordagem Mecanicista .................................................................................... 61 5.1.1.2. Perspectiva da Abordagem Mecanicista ................................................................................. 61 5.1.1.3. Razões para usar a Abordagem Mecanicista .......................................................................... 61 5.1.1.4. Razões para o Declínio do Uso da Abordagem Mecanicista ..................................................... 61 5.1.1.5. Pressupostos Básicos da Abordagem Mecanicista .................................................................... 62 5.1.2. A Abordagem Humanística .................................................................................................... 62 5.1.2.1. A Experiência de Hawthorne .................................................................................................. 63 “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 4 CAP. SEGUNDO BIMESTRE – CONTINUAÇÃO PAG. 5.1.2.2. Precursor da Abordagem Humanística .................................................................................... 64 5.1.2.3. Perspectiva da Abordagem Humanística ................................................................................. 65 5.1.2.4. Razões para usar a Abordagem Humanística .......................................................................... 65 5.1.2.5. Razões para o Declínio do Uso da Abordagem Humanística ......................................................66 5.1.2.6. Pressupostos Básicos da Abordagem Humanística ................................................................... 66 5.1.3. A Abordagem Contingencial ................................................................................................... 66 5.1.3.1. A Metodologia da Abordagem Contingencial ........................................................................... 68 5.1.3.2. A Avaliação da Abordagem Contingencial ............................................................................... 68 5.2. AS CONTRIBUIÇÕES DE FREDERICK WINSLOW TAYLOR ......................................................... 69 5.2.1. Pioneirismo de Taylor – Antecedentes .................................................................................... 69 5.2.2. Taylorismo ........................................................................................................................... 70 5.2.2.1. Elementos do Taylorismo ...................................................................................................... 70 5.2.2.2. Princípios Estabelecidos por Taylor ......................................................................................... 70 5.2.2.3. Organização Funcional Taylorista ........................................................................................... 71 5.2.3. Conclusões Sobre a Obra de Taylor ........................................................................................ 72 5.2.4. Avaliação das contribuições de Taylor .................................................................................... 72 5.3. AS CONTRIBUIÇÕES DE HENRI FAYOL ................................................................................... 72 5.3.1. Histórico - A Obra ................................................................................................................. 72 5.3.2. Fayolismo ............................................................................................................................ 73 5.3.2.1. Funções Essenciais ............................................................................................................... 74 5.3.2.2. Definição de Administração ................................................................................................... 74 5.3.2.3. Qualidade dos Agentes ......................................................................................................... 75 5.3.2.4. Princípios Gerais da Administração ......................................................................................... 75 5.3.2.5. Estrutura do Tipo Hierárquico ................................................................................................ 77 5.3.3. Regras de Eficiência de Fayol (Responsabilidades dos Chefes) ................................................. 77 5.3.4. Conclusões sobre a Obra de Fayol ......................................................................................... 78 5.4. AS CONTRIBUIÇÕES DE HENRY FORD ................................................................................... 79 5.4.1. Fordismo – Histórico ............................................................................................................. 79 5.4.2. O Neocapitalismo de Ford ..................................................................................................... 79 5.4.3. Princípios Estabelecidos ......................................................................................................... 80 5.4.4. Pioneirismo de Ford .............................................................................................................. 81 5.4.5. Administração Autocrática de Ford: Suas Consequências ......................................................... 81 5.4.6. Causas da Decadência da Ford Motor Company ...................................................................... 81 5.4.7. Críticas a Ford ...................................................................................................................... 82 5.5. CONCLUSÕES SOBRE O TAYLORISMO, FAYOLISMO E FORDISMO ............................................ 83 PLANO DE ENSINO DE FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO (F.A.) ....... 84 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO (BÁSICO) ................................................ 88 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO (COMPLEMENTAR) ................................. 88 FONTES DE LEITURA PARA ENRIQUECIMENTO DO CONTEÚDO ............... 89 MEIOS PARA CONTATO (PROFESSORA) ................................................... 89 "Uma jornada de mil milhas começa sempre com um simples passo” - (LAO-TSÉ). "Com o tempo você aprende... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais." - (WILLIAM SHAKESPEARE). “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 5 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO -- PPRRIIMMEEIIRROO BBIIMMEESSTTRREE -- AGENDA DO 1º BIMESTRE: OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 6 APRESENTAÇÃO Caro aluno do 1º Período, A formação de profissionais qualificados deve levar em conta, especialmente, a demanda do mercado de trabalho - cada vez mais exigente e seletivo - buscando pessoas dinâmicas, criativas e competentes. E, acredito, que uma das responsabilidades da escola moderna é fomentar a qualificação do ser humano na execução do seu trabalho, presente e futuro, mediante o desenvolvimento de novas técnicas, conhecimentos e atitudes, além de hábitos que favoreçam o pensamento e a ação. Nesse sentido, elaborei esta apostila para ser um dos suportes da disciplina FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO (FA), que pretende de modo simples e objetivo, servir de orientação e instrumento para aqueles alunos que, de uma forma ou de outra, estejam realmente comprometidos com a qualidade em sua qualificação como Administradores. A Administração, como definida em vários dicionários, é “o ato, a arte ou a maneira de administrar ou lidar, controlar, dirigir...”; é “a realização dos objetivos organizacionais, a organização do trabalho, a motivação da equipe e a avaliação do esforço total”. Sabemos que gestores são gestores não apenas pelo que são, mas, principalmente por causa do que sabem e fazem e, em consonância com o conteúdo a ser trabalhado no 1º BIMESTRE de F.A. - o meu objetivo nesta apostila é descrever e analisar as funções da administração e do administrador moderno. Mas, considerando-se que o administrador moderno precisa atuar em um mundo cada vez mais complexo e em permanente transformação, abordei também o ambiente externo da organização e suas influências no papel gerencial. O êxito do administrador não depende mais apenas do conhecimento da empresa. Conhecida a empresa, é importante saber o papel da missão, os objetivos e suas origens no sistema empresarial. A necessidade de aprimorar nossa atuação, acompanhando as tendências que se apresentam naatualidade, exige de nós, profissionais da administração (presentes e futuros) o constante aperfeiçoamento em nossas práticas profissionais. A qualidade e a excelência são os grandes desafios dos novos - e estimulantes - tempos em todas as funções empresariais. Esta apostila é minha modesta contribuição a todos os alunos que tem por meta de vida ser um administrador de sucesso. Um feliz período letivo para você!!! Um abraço, Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora da Disciplina Fundamentos da Administração "Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos". (Eduardo Galeano) “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 7 PRIMEIRO BIMESTRE “O coelhinho branco perguntou ao rei, em Alice no País das maravilhas: „Por onde começar?‟ „Comece pelo princípio‟, disse o rei, „Siga em frente. Quando chegar ao fim, pare!‟”. CAPÍTULO 1 "Precisamos agir onde estamos, mas à luz de uma visão do todo." - Willis Harmman 1. INTRODUÇÃO A FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO (F.A.) 1.1. ABORDAGEM GENÉRICA Todas as instituições que compõem a sociedade moderna não vivem ao acaso. Elas precisam ser administradas. Essas instituições são chamadas empresas ou organizações. Todas as empresas ou organizações são constituídas de recursos humanos (pessoas) e de recursos não-humanos (recursos físicos e materiais, recursos financeiros, recursos tecnológicos, recursos mercadológicos etc.). Toda a produção de bens (produtos) e de serviços (atividades especializadas) é realizada dentro de organizações. A sociedade moderna repousa sobre as organizações: ela é basicamente uma sociedade de organizações. Para que as organizações possam ser administradas, elas precisam ser estudadas, analisadas e conhecidas. Daí o fato de que a Teoria da Administração (TA) deve caminhar lado a lado com a Teoria das Organizações (TO), para juntas desenvolverem as bases teóricas de suporte para a compreensão e gerência das organizações. A Teoria da Administração (TA) trata do estudo da administração das organizações. A Teoria das Organizações (TO) é o campo do conhecimento humano que se ocupa do estudo das organizações em geral. Numa época de complexidade, mudanças e incertezas como a que atravessamos hoje, a Administração tornou-se uma das mais importantes áreas de atividade humana. 1.2. DEFINIÇÃO DE EMPRESA 1.2.1. Considerações Iniciais Há uma enorme variedade de empresas ou organizações: empresas industriais, empresas comerciais, organizações de serviços, organizações militares, públicas, etc. Podem estar voltadas tanto para a produção de bens ou produtos como para a produção ou prestação de serviços. Assim, existem organizações industriais, econômicas, comerciais, “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 8 religiosas, militares, educacionais, sociais, políticas etc. Todas elas passam a exercer um impacto sobre a vida dos indivíduos. Fazem parte do ambiente onde o homem trabalha, recreia, estuda, compra suas coisas, satisfaz suas necessidades etc. A influência das organizações sobre a vida dos indivíduos é fundamental: a maneira pela qual as pessoas vivem, se alimentam, se vestem, seus sistemas de valores, suas expectativas e convicções são profundamente influenciados pelas organizações. E vice-versa: as organizações são influenciadas pelas maneiras de pensar e sentir dos seus participantes (interações de interdependência). A sociedade moderna é uma sociedade de organizações. Essas organizações são complexas e altamente diferenciadas. O grande teorista da administração, Argyris alega que: "quando observadas atentamente, elas se revelam compostas de atividades humanas em diversos níveis de análise. Personalidades, pequenos grupos, intergrupos, normas, valores, atitudes, tudo isso existe sob um padrão extremamente complexo e multidimensional. A complexidade às vezes parece ultrapassar a compreensão. Contudo, é precisamente essa complexidade que, por um lado, constitui a base de compreensão dos fenômenos organizacionais e que, por outro, torna difícil a vida de um administrador". FIGURA 1: VISÃO MACROSISTÊMICA DA EMPRESA – COMPLEXIDADE NAS INTER-RELAÇÕES 1.2.2. Definição da Empresa: Foco em seus Aspectos Conceituais A vida das pessoas constitui uma infinidade de interações com outras pessoas e com organizações. O ser humano é eminentemente social e interativo. Não vive isoladamente, mas em constante convívio e relacionamento com seus semelhantes. Devido a suas limitações individuais, os seres humanos são obrigados a cooperar uns com os outros, formando organizações para alcançar certos objetivos que a ação individual isolada não conseguiria alcançar. A organização é um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas. A cooperação entre elas é essencial para a existência da organização. Uma organização somente existe quando: 1. Há pessoas capazes de se comunicarem; e que... “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 9 2. Estão dispostas a contribuir com ação conjunta; 3. A fim de alcançarem um objetivo comum. As organizações constituem uma das mais admiráveis instituições sociais que a criatividade e engenhosidade humana já construíram. As organizações de hoje são diferentes das de ontem e, provavelmente, amanhã e no futuro distante apresentarão diferenças ainda maiores. Não existem duas organizações análogas (= iguais): as organizações podem assumir diferentes tamanhos e estruturas organizacionais. Existem organizações dos mais diversos ramos de atividade e utilizando diferentes tecnologias para produzir bens ou serviços dos mais variados tipos, que são vendidos e distribuídos de maneiras diferentes para os mais diversos tipos de mercados, a fim de serem utilizados pelos mais diversos clientes. Ademais, as organizações precisam ser contextuadas em uma visão macrossistêmica, pois operam em diferentes ambientes, sofrendo os mais variados impactos, coações e contingências, que se modificam no tempo e no espaço e reagem a eles através de estratégias para alcançar resultados diferentes. Tudo isso faz com que as organizações - além é de sua enorme diversidade - apresentem uma incrível complexidade. Assim sendo, pode-se afirmar que uma empresa está sendo estrategicamente bem administrada quando é uma organização dirigida com visão estratégica e sistêmica, que implica na capacidade de ver o “todo”, descortinar cenários, situar oportunidades e/ou ameaças ambientais e desenhar seu mapa de operações, a fim de realizar atividades que satisfaçam a seu público, criando assim os meios necessários para garantir sua sobrevivência,em condições de competitividade. FIGURA 2: VISÃO MACROSSISTÊMICA DA EMPRESA – CENÁRIO AMBIENTAL EXTERNO 1.2.3. Definição da Empresa: Foco em seus Aspectos Estruturais Qualquer que seja o regime político, uma empresa é, sempre, o produto de uma certa dosagem de recursos financeiros (RF), técnicos (Rt), tecnológicos (RT), materiais (RM), mercadológicos (RMKT), físicos (Rf) e humanos (RH). Por isso, todo progresso da empresa é “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 10 expresso na arte de dosar esses elementos e lhes dar uma estrutura que assegure a qualquer um deles a sua maior eficiência. Não obstante o caráter particularmente concreto de suas atividades executivas, o administrador não pode se abster de refletir sobre os problemas que se situam fora das atividades normais de seu negócio, sobre a evolução nacional e internacional do seu ramo de atividade, sobre as regras jurídicas das suas ações e atividades e sobre as técnicas de suas operações normais. Um grande chefe de empresa, um administrador responsável é, antes de tudo, um teórico que se consagra a uma determinada empresa. Só um exame das noções comuns lhe permite renovar os problemas e determinar as posições mais indicadas. Os negócios são como as guerras: uma arte toda de execução que requer reflexão, preparo e decisão, depois, saber executar. Sobretudo, os negócios têm suas tradições. Os administradores universitários analisam as instituições, demonstram os mecanismos e expõem as grandes linhas de operações. A prática é indispensável. Há, mesmo, muitas vezes, pelo menos aparentemente, tão forte distinção entre a teoria e a prática, que o administrador recém formado poderá ter a impressão de uma certa inutilidade dos seus estudos teóricos. FIGURA 3 - PRINCIPAIS COMPONENTES DA EMPRESA E SEU FLUXO DE AÇÃO 1.2.4. Definição da Empresa: Foco em seus Aspectos Funcionais e\ou Sistêmicos Entender o enfoque sistêmico das empresas significa estudar as influências mútuas exercidas pelos seus diversos elementos internos, e também a influência exercida sobre eles pelo meio ambiente. Em outras palavras, o enfoque sistêmico interpreta as empresas como um conjunto de elementos distintos, porém inter-relacionados, que controlam seu próprio desempenho visando à realização de objetivos situados no meio ambiente. O enfoque sistêmico vem ganhando importância na área organizacional. O trabalho de Kirby (apud Stahl, 1991) mostra que o enfoque sistêmico oferece um meio efetivo de prover as capacidades estratégicas que são valorizadas pelos clientes e pelos segmentos de mercado onde a empresa atua, sendo essas capacidades a base para se alcançar uma posição competitiva a longo prazo. Peter Senge (1990), criador do conceito de Learning Organization, propõe em seu livro o pensamento ou enfoque sistêmico como a “Quinta disciplina” que RECURSOS HUMANOS MATERIAIS FINANCEIROS MERCADOLÓGICOS TECNOLÓGICOS FÍSICOS PRODUÇÃO TRANSFORMAÇÃO DIVISÃO DO TRABALHO PRODUTOS SERVIÇOS EXCELÊNCIA COMPETITIVIDADE S OBREVIVÊNCIA TÉCNICOS SATISFAÇÃO DO CLIENTE PROCESSOS RESULTADOS OBJETIVOS “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 11 integra as outras quatro que compõem a base de seu conceito “fundindo-as em um corpo coerente de teoria e prática”. A importância do enfoque sistêmico no universo empresarial é corroborada também pelo saber profundo, fundamento dos princípios da gestão da qualidade segundo Deming (Neave, 1990), o qual tem como um dos quatro elementos que o compõe a necessidade de se compreender sistemas. Pode-se citar entre diversos outros autores reconhecidos na área da qualidade, Scholtes (1998) que afirma que a qualidade está baseada em seis princípios, entre eles “entender e administrar sistemas”; a esse respeito Scholtes afirma que: “não podemos entender quais são os problemas, descobrir como resolvê-los, saber como executar um bom trabalho e satisfazer os clientes, a menos que compreendamos os sistemas”; elaborar sistemas é, aliás, uma das novas competências que se exigem dos líderes. Harrington (1998) é ainda mais enfático a esse respeito, afirmando em recente artigo que a tarefa de garantir a qualidade vai dar lugar a uma nova função, mais abrangente, que se chamará “garantia de sistemas”; essa nova função, segundo Harrington, fornecerá uma segunda avaliação de quão bem estão funcionando os sistemas dentro da organização e avaliará seu impacto sobre todos os interessados da empresa, e não só sobre seus clientes externos (visão exógena e endógena dos sistemas). É necessário, portanto, reconhecer que a empresa é um sistema em transformação, formado por múltiplos níveis de subsistemas que são interdependentes e que interagem entre si buscando prover aquilo que o mercado valoriza. Diversos trabalhos publicados enfocam a empresa como um SISTEMA ABERTO – dotado de mecanismos de entrada, processamento e saída – que troca informação, energia e materiais com seu ambiente. FIGURA 4 - EMPRESA COMO UM SISTEMA ABERTO E SUA INTERAÇÃO COM O AMBIENTE Um sistema aberto consiste em um conjunto de elementos que interagem entre si e com o meio ambiente, envolvendo intercâmbio de material e de informações; Portanto, uma empresa pode ser classificada como um Sub-sistema inserido em um Sistema Social maior (Macro-sistema), que o engloba; Composto de partes interdependentes, interna e externamente; Entradas Informação Recursos Materiais Saídas Informação Recursos Materiais A m b i e n t e Feedback (Retro-alimentação) Processamento Produção ou Transformação A m b i e n t e “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 12 Os elementos individuais do sistema têm cada um funções específicas a desempenhar para o funcionamento do todo (funcionalismo); O todo não é o resultado da soma simples das partes somente - diz-se que é o resultado de sua sinergia. As partes que constituem o sistema são denominadas de sub-sistemas, que se combinam para produzir os resultados que vão garantir o equilíbrio do macro-sistema. Um sistema é aberto à medida que efetua transações ou intercâmbio com o ambiente externo. Em outros termos, o sistema aberto apresenta interdependência com o meio ambiente. FIGURA Nº 5: INTERAÇÕES DE INTERDEPÊNCIA DA EMPRESA COM O MACRO-AMBIENTE A empresa, contemplada como um sistemaaberto, realiza suas interações com o ambiente onde está inserida através dos mecanismos de entrada, processamento e saída – que podem, assim, ser descritos: Entradas (inputs = importação). As entradas ou componentes compreendem os elementos ou recursos físicos e abstratos de que o sistema é feito, incluindo todas as influências e recursos recebidos do meio ambiente. Processamento (throughputs = conversão). Todo sistema é dinâmico e tem processos que interligam os componentes e transformam os elementos de entrada em resultados. Saídas (outputs = exportação). As saídas ou resultados são os produtos do sistema. Para uma empresa, as saídas compreendem os produtos e serviços para clientes ou usuários, os salários e impostos que paga, os eqüitativos dividendos de seus acionistas, o aumento das qualificações de sua mão-de-obra e outros efeitos de sua ação, como a poluição que provoca ou o aumento do nível de renda na cidade em que se localiza. O sistema empresa é formado de inúmeros sub-sistemas “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 13 menores, como o sistema de produção e o sistema administrativo, cada um dos quais tem suas saídas específicas. Retro-alimentação (Feedback = resposta). Os sistemas abertos possuem finalidades objetivas e para atingi-las estes se auto-regulam autonomamente; a partir de alguma perturbação ou informação, o sistema remete à entrada um feedback que visa controlar e corrigir o seu funcionamento (descontinuidades). Feedback significa retorno da informação, efeito retroativo ou realimentação. É o que ocorre quando a energia, informação ou saída de um sistema a ele retorna. O feedback reforça ou modifica o comportamento do sistema. FIGURA Nº 6: ELEMENTOS FUNCIONAIS DO SISTEMA EMPRESA 1.3. A EMPRESA COMO UM SISTEMA ABERTO (SISTEMA/EMPRESA) Podemos conceituar a empresa como um sistema aberto, ou seja, um conglomerado de organismos separados, porém interdependentes, que influenciam e são influenciados pelo ambiente (micro e macro) e estão em constante busca de maior equilíbrio, que é o que mantém a sobrevivência e a eficácia da organização. Com base nos pressupostos supra apresentados, podemos caracterizar a empresa, na abordagem sistêmica, como: “Sistema sócio-técnico de integrações complexas, com elementos interdependentes e articulados por elos de energia e informações, orientado para a consecução de objetivos econômicos e sociais, visando satisfazer necessidades de outros sistemas com os quais interage; através de uma unidade coerente e capaz de realizar trabalho e cumprir objetivos próprios ou atribuídos”. Portanto, podemos afirmar que a empresa é um “Sistema Técnico Social”, uma vez que pode ser definida como: Um conjunto de elementos (que são as partes ou órgãos componentes do sistema), Dinamicamente relacionados, isto é, em interação (formando uma rede de comunicações em decorrência da interação entre os elementos), Que desenvolvem uma atividade (que é a operação ou processo do sistema), Para atingir um objetivo ou propósito (que é a própria finalidade do sistema), Parte de um (macro) ecossistema (sociedade) que tem objetivos próprios; Operando sobre dados/energia/matéria (que são os insumos ou entradas de recursos para o sistema operar), Retro-alimentação (Feedback) Processamento (throughputs) Entrada (Input) Saída (Output) Ambiente Ambiente “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 14 Colhidos no meio ambiente que circunda o sistema (e com o qual o sistema interage dinamicamente), Para fornecer informação/energia/matéria (que são a saída ou os resultados da atividade do sistema). Congregando pessoas com objetivos próprios; Tendo como resultados desejados o atendimento das necessidades e desejos de todos os envolvidos, e não somente os dos acionistas; Sobrevivência e crescimento se tornando um meio ao invés de fim; O fim passando a ser o desenvolvimento sistêmico. Assim sendo, podemos situar a empresa na categoria de sistema aberto, pelo fato da mesma ser um elemento dinâmico e em constante processo de interação e interdependência com o meio. FIGURA 7 – O SISTEMA/EMPRESA E SUAS INTERAÇÕES COM O MACRO AMBIENTE. Para entendimento e compreensão da abordagem sistêmica no comportamento organizacional, é necessária uma consideração não só das atividades internas de uma empresa, como também das transações que ultrapassam essas atividades, que caracterizam as relações entre as várias partes desse ambiente. Com isso surgiu o conceito de ambiente externo e ambiente interno da organização. 1.4. EVOLUÇÃO DA EMPRESA Nada, no mundo moderno, evolui mais que a empresa. A noção de empresa não cessa de evoluir, enquanto que no ambiente da empresa a tradição mantém uma estabilidade aparente que tende a ocultar a evolução. Assim, faz-se necessária, sempre, a presença do administrador que, consciente das necessidades sociais, realize a evolução requerida pela revolução técnica e estrutural. Os investimentos são, dia-a-dia, maiores, as amortizações cada vez em prazos mais curtos e ameaçados. Uma descoberta, um progresso qualquer pode modificar uma técnica e um mercado, de um mês para outro. As conseqüências financeiras de tais ocorrências são consideráveis. REPRESENTAÇÃO DAS INTERAÇÕES DE INTERDEPENDÊNCIA MACRO E MICRO AMBIENTAL DO SISTEMA/EMPRESA: TECNOLOGIA PROCESSOS PESSOAS PRODUTOS INFORMAÇÕES A m b i e n t e A m b i e n t e “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 15 Estas circunstâncias não só implicam na necessidade de adoção de novas técnicas, como, também, apresentam sérios problemas estruturais para as organizações. É preciso considerar ainda que, as pessoas nascem, crescem, são educadas, trabalham e se divertem dentro de organizações. Sejam quais forem os seus objetivos - lucrativos, educacionais, religiosos, políticos, sociais, filantrópicos, econômicos etc., as organizações envolvem tentacularmente as pessoas que se tornam mais e mais dependentes da atividade organizacional. À medida que as organizações crescem e se multiplicam, maior se torna a complexidade dos recursos necessários à sua sobrevivência, ao seu crescimento e a sua evolução. De um lado as organizações são constituídas de pessoas. Por outro lado, as organizações constituem para as pessoas um meio pelo qual elas podem alcançar muitos e variados objetivos pessoais com um mínimo de custo, de tempo, de esforço e de conflito, os quais não poderiam ser alcançados apenas através do esforço individual. 1.5.OBJETIVOS E CAMPO DE APLICAÇÃO DA TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO A Teoria Geral da Administração abrange os conhecimentos descritivos ou prescritivos (apresentados no quadro abaixo) que se relacionam com as organizações, os administradores e o processo administrativo. Seu objetivo final é a preparação de administradores para todos os tipos de organizações. Derivados desse objetivo final, os grandes objetivos específicos da Teoria Geral da Administração são os seguintes: a) Entender e explicar as organizações. b) Entender e explicar o papel da administração e dos administradores nas organizações. c) Identificar e propor diretrizes e técnicas para administrar as organizações. FIGURA 8 – CONHECIMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES. 1. CONHECIMENTOS DESCRITIVOS Procuram explicar o que são as organizações e como são administradas. Há muitas teorias que explicam de forma diferente as mesmas coisas. Diferentes autores têm diferentes explicações. 2. CONHECIMENTOS PRESCRITIVOS Procuram explicar como as organizações devem ser administradas. Compreendem doutrinas (ou filosofias) e técnicas (ou ferramentas) para administrar as organizações. “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 16 A Teoria Geral da Administração abrange grande variedade de assuntos específicos. Esses assuntos específicos correspondem a teorias específicas ou campos do conhecimento com vida própria (Por exemplo: Teoria das Organizações, Teoria da Decisão, Liderança, Papel Gerencial, Administração Estratégica, Estrutura Organizacional), de tal maneira que a Teoria Geral da Administração é um sistema que abrange diversas teorias distintas e interdependentes. Os conhecimentos que compõem a Teoria Geral da Administração agrupam-se em três categorias principais: enfoques, modelos e escolas. As fronteiras entre essas três categorias não são rígidas, de forma que há muita sobreposição entre elas. 1.6. O QUE É A ADMINISTRAÇÃO Segundo Idalberto Chiavenato, em seu livro Introdução a Teoria da Administração: “a palavra administração vem do latim ad (direção para, tendência para) e minister (subordinação ou obediência) e significa aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro”. No entanto, a palavra administração sofre uma radical transformação no seu significado original. A tarefa da Administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional através de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação. Portanto, pode-se definir administração como “o ato de trabalhar ATRAVÉS/PARA/COM as pessoas para determinar, interpretar e alcançar os objetivos tanto da empresa quanto de seus membros” , pelo desempenho das funções de planejamento, organização, comando, coordenação e controle. A administração é necessária em todas e quaisquer organizações, porque sem ela as pessoas estariam entregues a si próprias e trabalhariam para a obtenção de seus objetivos pessoais independentemente das demais. Ela é necessária, ainda, para o alcance dos objetivos organizacionais e pessoais, uma vez que é uma arte baseada em um modo operativo científico. Os administradores efetivos precisam estar constantemente abertos para novas e melhores maneiras de executar suas atividades gerenciais, pois a administração é dinâmica e flexível e, ainda, a área de conhecimento mais sujeita à mudanças. Portanto, estes profissionais precisam estar dispostos a ajustar-se e adaptar-se à situações que se modificam em função das mudanças ocorridas nos contextos social, político, religioso, tecnológico e econômico em que operam. Os administradores incapazes de fazer essa transição, ou seja, passar de uma situação gerencial para outra e ainda assim operar com bons resultados, não permanecerão por muito tempo competindo no mercado. 1.7. O QUE É ADMINISTRAR Embora a tarefa que cabe ao administrador possa variar infinitamente, e um dirigente máximo de uma organização possa ter uma área de autoridade muito mais ampla e elevada do que aquela que tem o supervisor de nível mais baixo, um fato é inconteste: todos os que “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 17 obtêm resultados através do desempenho dos subordinados executam basicamente as mesmas funções como administrador. A tarefa de administrar aplica-se a qualquer tipo ou tamanho de organização, seja ela uma grande indústria, uma cadeia de supermercados, uma escola, um clube, um hospital ou uma empresa de consultoria. Toda organização seja ela industrial ou prestadora de qualquer tipo de serviço, precisa ser administrada adequadamente para alcançar os seus objetivos com a maior eficiência, eficácia e economia de ação e de recursos. Onde quer que a cooperação de indivíduos no sentido de alcançar um ou mais objetivos comuns se torne organizada e formal, o componente essencial e fundamental dessa associação é a Administração - a função de conseguir melhores resultados, realizando as coisas através das pessoas, com as pessoas e para as pessoas. Portanto, podemos afirmar que: 1º - “Administrar é conseguir realizações sociais satisfatórias” . (André Vlerirk). 2º - “Administrar é a atividade humana que obtém a realização de objetivos sociais com o máximo de satisfação e o mínimo de dispêndio, inclusive de tempo e esforço” . (Fayol e Taylor). 3º - “Administração é um conjunto constituído de: previsões, planejamentos, organizações, comandos, coordenações, relatos, relações públicas e controles, para obter realizações sociais com o máximo de satisfação e o mínimo de dispêndio, inclusive de tempo” (Fayol e outros pioneiros). 1.8. FORMAÇÃO DO ADMINISTRADOR “A empresa é um mundo onde se realizam todos os atos da vida” . A nova ordem econômica aponta para o fato de que é preciso, hoje, que o administrador domine mais áreas de conhecimentos e saiba lidar de forma eficaz com “pessoas”. A capacidade de inspirar confiança e conquistar o apoio dos diversos públicos com os quais a empresa se defronta, requer deste profissional a habilidade de ouvir, o comprometimento, a capacidade de olhar a realidade sob vários pontos de vista e a habilidade de criar uma organização que produza metas e desafios individuais para cada um de seus membros. Na busca pela sobrevivência, a empresa necessita de administradores, com habilidade de se contextuar neste novo mercado e de buscar, com criatividade, a permanente sintonia com seu público alvo. Com o progresso dos métodos estatísticos, da teoria das probabilidades e da álgebra, encontra o administrador ferramentas de trabalho de primeira qualidade. Os computadores modernos permitem automatizar o tratamento das informações e manipular grandes massas de dados. Existem já, um conjunto de técnicas eficazes e efetivasde administração e uma teoria moderna de produção que nos deixam muito distantes do tempo em que o “empirismo” era a marca do administrador tido como “nato”. As empresas necessitam de administradores que conheçam tais técnicas, por que a administração é uma das áreas de atuação - dentre as ciências sociais - que mais requer cultura geral de seu profissional. “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 18 Para acompanhar a nova realidade empresarial, marcada por mudanças aceleradas e informações voláteis, as empresas exigem dos administradores, uma postura diferenciada em relação aos anos anteriores. Dentre tais habilidades e posturas, a mais requerida do administrador moderno, repousa em sua capacidade de encontrar soluções diferentes e originais face a novas situações e problemas. Em suma, a tão solicitada criatividade gerencial. Hoje, se faz necessário que todo administrador perceba que o processo criativo implica não apenas em uma nova forma de pensar, mas especialmente, no cultivo de uma atitude positiva diante da vida, marcada pela coragem de correr riscos, experimentar e inovar. Consciente que, a criatividade tem algo de mágico e misterioso e diz respeito a uma disposição para pensar diferente e “brincar” com idéias. Tal evolução impõe ao administrador a necessidade de possuir uma cultura científica e técnica que o conduza à concepção global da empresa. Por isso, a formação do administrador é, antes de tudo, uma questão de ensino, aperfeiçoamento e, principalmente, constante busca de informação. Isto posto, verifica-se que os cursos de Administração buscam formar profissionais dotados de uma visão sistêmica, com conhecimento dos principais enfoques necessários para a gestão das organizações. Em suma, Administradores que tenham por princípio e por meta, a busca incessante do sucesso das empresas, através do domínio dos principais métodos e instrumentos científicos, que possibilitem melhores resultados na gestão de todos os recursos presentes nos processos empresariais. Enfim, espera-se que os administradores tenham um perfil em consonância com as atuais exigências deste novo mercado e que possuam características tais que os habilitem a se tornarem profissionais capazes de transformar a organização e seu entorno, perfil este com características específicas conforme as apresentadas a seguir. 1.8.1. Perfil Básico do Administrador Considerando-se que o administrador moderno precisa atuar em um mundo cada vez mais complexo e em permanente transformação, é necessário que em sua formação sejam contempladas características que o habilitem a compreender e atuar no ambiente interno e externo da organização. O êxito do administrador não depende mais apenas do conhecimento da empresa. Conhecida a empresa, é importante saber o papel da missão, os objetivos e suas origens no sistema empresarial. A necessidade de aprimorar sua atuação, acompanhando as tendências que se apresentam na atualidade, exige dos profissionais da administração o constante aperfeiçoamento de suas práticas profissionais. Em um mundo cada vez mais globalizado, com comunicação em tempo real, volatilidade financeira e rápidas mudanças tecnológicas, principalmente no campo da informática, aumentam a concorrência e a competitividade no mercado empresarial. Todo este movimento vem afetando o perfil dos profissionais da alta cúpula das empresas. As organizações, cada vez mais enxutas, necessitam de pessoas capacitadas a fim de assegurar a liderança de mercado, pessoas que não deixem as empresas ficarem para trás nas mudanças, sejam elas ocorridas no mercado com reflexos na empresa (exógenas) ou na empresa com reflexos no mercado (endógenas), precisam de pessoas empreendedoras que sempre estão pondo em ação novas idéias, determinadas a vencer. “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 19 Espera-se, portanto, que o Administrador desenvolva algumas características, habilidades e competências que o tornem apto para atuar neste ambiente onde “mudança” é a palavra de ordem. Apresentamos abaixo o perfil básico do moderno administrador, que inclui as características de ser: 1. Educador: Repassar o conhecimento deixa de ser um compromisso e passa a ser um ato de cidadania. 2. Aprendiz: A multifuncionalidade exige o conhecimento profissional mais largo. A busca continuada do conhecimento implica em investir em si próprio de uma maneira planejada buscando a complementação do aprendizado anterior ou o aprofundamento de conhecimentos que abra novas perspectivas profissionais. 3. Corajoso: A coragem de correr riscos e enfrentar desafios. Estar sempre preparado para ir além da zona de conforto e ter a coragem de enfrentar um eventual fracasso, ultrapassar os limites e fazer mais que o esperado. 4. Flexível: Possuir a flexibilidade de um contorcionista para adaptar-se rapidamente às mudanças e entender as alterações de tendências na organização e nos negócios. 5. Curioso: Detetive que busca sempre os porquês, pergunta e investiga. Interessado em descobrir novidades que agreguem valor à sua performance profissional. A concorrência no mercado de trabalho é acirrada e o profissional precisa saber surpreender e somar ganhos para a organização. 6. Questionador: Ser rebelde com causa, estar sempre insatisfeito com a realidade preestabelecida. Desafiar seus argumentos de novos projetos assim como o dos outros. 7. Sonhador: Sonhar com os pés no chão e a cabeça na lua, procurando evocar cenários ousados a fim de perceber possibilidades dentro do que parece ser impossível. 8. Bem-humorado: Viver sempre com alto astral, criando um ambiente em seu redor de empatia, facilitando o bom relacionamento e entrosamento de equipe. Ser bem-humorado não é ser contador de piadas ou pensar que pode fazer do ambiente de trabalho um picadeiro para suas palhaçadas. 9. Articulado: Saber manter o equilíbrio entre o trabalho individual e o trabalho em equipe, ser fornecedor e cliente ao mesmo tempo. 10. Conectado: Ter sempre a informação precisa do que ocorre ao seu redor e no mundo. Ficar bem informado a fim de fazer sempre as conexões daquilo que à primeira vista parece ser totalmente desconexo. 11. Pró-ativo: Ter sempre em mente que é preferível ser o arquiteto do futuro do que ser o construtor do passado. 12. Trabalhar com qualidade: Qualidade implica em eficiência e eficácia, significa ter capacidade para reduzir custos e aumentar a produtividade. Ter habilidade para envolver todas as pessoas pensando em uma gestão globalizada dos processos organizacionais, buscando cada vez mais melhorar as relações entre todos os parceiros (clientes, fornecedores e colaboradores), reduzindo as perdas e provocando a satisfação plena das necessidades e expectativas de todos os que participam do processo empresarial. “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas:Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 20 Além das características, habilidades, conhecimentos e competências apresentadas acima – indispensáveis ao sucesso em um cargo de gestão – ressalta-se, ainda, que o novo profissional da administração deverá preocupar-se em desenvolver outras qualidades essenciais ao papel de liderança, dentre elas podendo se destacar: 1a. Visão holística e estratégica. 2a. Valores éticos bem definidos. 3a. Otimismo e Energia vital. 4a. Autoestima e autocrítica. 5a. Crença em sua capacidade de transformação. 6a. Crença nas possibilidades humanas. 7a. Disponibilidade de autodesenvolvimento. 8a. Disciplina e comprometimento. 9ª. Equilíbrio emocional e Resiliência 10a. Disponibilidade para desenvolver as pessoas à sua volta. 11a. Empatia e respeito pelo outro. 12a. Disponibilidade para provocar e/ou acompanhar mudança. 13a. Gosto pela controvérsia, pelo diverso e pela negociação. 14a. Ser reflexivo – Criativo – Intuitivo. 15a. Humildade para aprender sempre. 16a. Capacidade de criar redes de ajuda mútua (sinergia positiva). Em síntese, podemos afirmar que “aperfeiçoamento” é a palavra-chave para o administrador sobreviver em um mercado em permanente mutação, que passa a exigir um novo profissional com um perfil diferente, ou seja, um perfil que o qualifica frente às novas necessidades das empresas. FIGURA Nº 9: PROJEÇÃO ESQUEMÁTICA DA FORMAÇÃO DO NOVO PERFIL DO ADMINISTRADOR FORMAÇÃO E COMPOSIÇÃO DO NOVO PERFIL DO ADMINISTRADOR (IDEAL EXIGIDO PELO MERCADO ATUAL) CONHECIMENTOS HABILIDADES COMPETÊNCIAS ATITUDES + + + SIGNIFICANDO: PRÉ-REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA: SABER SER TER FAZER + + “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 21 1.9. UNIVERSALIDADE DAS FUNÇÕES E CONHECIMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO 1.9.1. Funções de Administração Para se compreender onde e porque a administração é necessária, é preciso, antes, compreender o conceito de universalidade da administração. A natureza universal da administração resulta deste fato: as funções de administração são as mesmas em todos os lugares, em todas as organizações e em qualquer ocasião. A função do administrador é planejar, organizar, recrutar, coordenar, motivar, liderar e controlar, independente da organização onde atua. As funções gerenciais são as mesmas tanto para as pequenas empresas como para as grandes; para as organizações públicas bem como para as privadas; para as empresas manufatureiras, organizações de serviços e lojas; para as empresas nacionais e multinacionais. Em outras palavras, as funções de administração são basicamente as mesmas para qualquer espécie de organização. Embora possam ser diversamente aplicadas dependendo de variáveis tais como: o tipo de organização, filosofia, cultura e tipos de colaboradores - as funções permanecem as mesmas. Visto que todos os administradores operam pela consecução de metas através de esforços coordenados de outras pessoas, o tipo de organização em que se encontram faz relativamente pouca diferença. 1.9.2. Conhecimentos de Administração A administração também é universal porque usa uma massa sistemática de conhecimento, incluindo leis, princípios e conceitos que tendem a ser verdadeiros em todas as situações gerenciais. Este conhecimento pode ser aplicado a todos os esforços humanos organizados, quer sejam empresas, governos, instituições educacionais, sociais, religiosas ou outros. É igualmente aplicável em todos os níveis de administração na mesma organização, dos mais altos aos mais baixos. Por conseguinte, pode-se concluir que, se um administrador tem este conhecimento e sabe como aplicá-lo em uma dada situação, deve ser capaz de desempenhar as funções gerenciais eficiente e efetivamente, desde que seja suficientemente flexível para adaptar-se e ajustar-se à nova situação e ao ambiente. 1.10. ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA E ARTE O pressuposto demonstrado anteriormente, de que há uma massa sistemática de conhecimento, constitui o núcleo de “princípios” de administração que tendem a ser verdadeiros na maioria das situações gerenciais. Também foi feita a suposição de que se os administradores compreendem essa massa de conhecimento e sabem como aplicá-la em dadas situações, devem ser capazes de executar as funções gerenciais eficiente e eficazmente. 1.10.1. Relacionamento entre Teoria e Prática A necessidade de uma teoria de administração foi manifestada por Henri Fayol, um industrial francês de vanguarda, há cerca de um (1) século, quando disse: “A verdadeira razão da ausência do ensino de administração... é a ausência de teoria; sem teoria, “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 22 não há ensino possível” . Fayol indicou a necessidade de uma teoria que incluísse uma coletânea de princípios, papéis, métodos e procedimentos que fossem experimentados e verificados pela experiência geral. Esta queixa ainda está sendo manifestada por muitos outros acadêmicos e profissionais da administração. Leonardo da Vinci disse: “Os que se acham enamorados da prática sem ciência são como um piloto que embarca em um navio sem leme ou bússola e nunca tem certeza do lugar para onde está indo. A prática deve sempre basear-se em um sólido conhecimento da teoria”. Não se pode desenvolver uma teoria em um vácuo; ela precisa basear-se na experiência prática e na observação dos profissionais atuantes. Por sua vez, os teóricos desenvolvem a teoria que explica os relacionamentos causais envolvidos em um conjunto de fenômenos. A partir da teoria, derivam-se princípios que precisam ser testados pelo profissional. Se for provado que são verdadeiros em todos os casos, tornam-se leis e regem as ações futuras. Se falsos demonstrarem ser, o teórico precisa tentar novamente desenvolver uma nova teoria ou enunciar novos princípios. Por conseguinte, o relacionamento é: Prática que leva a uma teoria que resulta em princípios que se tornam leis que devem ser aplicados na prática. Em conclusão, a teoria de administração, bem compreendida, é uma base para melhorar a ação da administração de todos os administradores atuantes. 1.10.2. Administração como Combinação de Ambas Neste ponto, deve-se ressaltar que não estamos dizendo que a administração é uma ciência. Não podemos aceitar a suposição de Frederick Winslow Taylor, “Pai da administração Científica”, de que a administração é a aplicação mecânica de certos princípios. Ao contrário, acreditamos que Oliver Sheldon, o eminente filósofo e profissional britânico de administração, estava certo quando há cerca de meio século disse que: “indubitavelmente há uma ciência de administração, mas que tem de ser nitidamente distinguida da arte que emprega essa ciência”. Assim, pois, não se trata de uma questão de a administração ser uma arte ou uma ciência. É uma combinação de ambas,e esta combinação não é uma proporção fixa, mas encontrada em proporções variáveis. Em geral, os administradores efetivos usam a abordagem científica na tomada de decisões. Contudo, em muitos aspectos de planejamento, direção, comunicação e relacionamento com o homem, os administradores também precisam usar a abordagem artística. Em suma, embora a administração não seja uma ciência exata como a Química ou a Física, ela tem muito em comum com as ciências sociais, como a Psicologia e a Sociologia. ◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊◊ “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 23 CAPÍTULO 2 "Dirigir um negócio é administrar seu futuro. Dirigir o futuro é administrar informações." - Marion Harper 2. O AMBIENTE ORGANIZACIONAL 2.1. O Ambiente Doméstico ou Interno (Endógeno) O ambiente interno é representado pelo organismo funcional da empresa, enquanto o ambiente externo é representado pelos elementos vinculados a ela, porém capazes de alterar seu equilíbrio conquistado. Isso traz a preocupação constante, segundo uma concepção sistêmica de ambiente organizacional, de monitorização do ambiente externo em função de suas mudanças constantes e da capacidade da organização de acompanhar essas mudanças. Os fatores do ambiente interno que influenciam diretamente as empresas e seus administradores, serão de fácil identificação e assimilação, uma vez que os mesmos, a todo instante, são abordados nas diversas disciplinas que compõem o curso de Administração. Interessa-nos aqui enfatizar os fatores do ambiente externo. Sabe-se que um grande número de fatores no mundo exterior pode influenciar o trabalho dos administradores, e assim o faz. Particularmente desafiador é o fato de que a lista dos fatores influenciadores se mantém em mutação. FIGURA Nº 10: O AMBIENTE INTERNO DA EMPRESA “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 24 2.2. Componentes do Ambiente Externo (Exógeno) O ambiente externo da Organização é dividido em forças ambientais gerais e específicas. Ambos os tipos de forças ambientais estão fora do controle da empresa. Uma força ambiental geral influencia as metas da organização, estratégias e tarefas de um modo geral. Uma força ambiental específica influencia a empresa de um modo regular e específico. Reconhece-se, no entanto, que a distinção entre forças gerais e específicas não é absoluta, porém relativa, dependendo do tipo de organização, estilo de gestão, área de atuação, dentre outros fatores. FIGURA Nº 11: O AMBIENTE EXTERNO DA EMPRESA 2.2.1. Forças Ambientais Gerais As forças ambientais gerais (aquelas que provocam impactos mediatos) que as organizações e seus administradores enfrentam podem ser aglutinadas nos cinco (05) tipos que serão descritos em seguida. 1. Forças econômicas. As organizações públicas e privadas são profundamente influenciadas pelas condições econômicas gerais. Durante as épocas de “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 25 prosperidade, por exemplo, os administradores estão mais propensos a investir e a contratar pessoas. No atual ambiente de trabalho competitivo, até a previsão de uma recessão influencia alguns administradores a reduzir despesas ou a adiar um novo programa. 2. Forças sociais/culturais. Mudanças nos valores sociais e demográficos podem exercer importantes influências nas práticas administrativas. Hoje, muitos trabalhadores desejam participar das decisões de seu próprio trabalho. Em resposta, muitos administradores agora solicitam idéias de membros do grupo antes da tomada de decisões importantes. Uma importante mudança demográfica que influencia as empresas é o decréscimo no número de jovens e o crescimento do de idosos. Muitas empresas agora recrutam ativamente pessoas da terceira idade para preencher cargos tradicionalmente exercidos por adultos jovens. 3. Forças políticas/legais. Muitos executivos acreditam que o partido no poder e os políticos eleitos podem influenciar as condições dos negócios. Conseqüentemente, muitos executivos estão desejando engajar-se em expansão dos negócios quando o partido de sua escolha retém ou ganha o poder. A legislação exerce uma influência central nas atividades de trabalho dos administradores. Leis e decretos influenciam incontáveis atividades. Entre elas estão as práticas de contratação, de investimento e de acomodação das edificações para atender às demandas dos deficientes físicos. 4. Forças tecnológicas. As organizações e seus administradores são forçados a se adaptarem à tecnologia existente para permanecerem competitivos. A mudança tecnológica é uma das preocupações mais críticas que os executivos enfrentam, particularmente nas indústrias de alta tecnologia. Tecnologia, neste contexto, é a aplicação sistemática de conhecimento científico, ou conhecimento organizado de outro tipo, à tarefas práticas. Isso significa que a tecnologia inclui as idéias e os novos conhecimentos, além dos equipamentos. 5. Forças internacionais. Em função de diversos fatores - dentre eles a globalização - os negócios têm-se tornado internacionais. Todas as principais corporações e a maior parte das pequenas empresas estão engajadas em algum comércio com outros países. Os administradores precisam agora competir com empresas estrangeiras em termos de custo e qualidade dos produtos. Muitos administradores, nos dias atuais, precisam manter contato com operações e clientes em outros países e freqüentemente conversar em outra língua. Além disso, muitos administradores trabalham para empresas cujos proprietários são estrangeiros com escritórios operando em outros países. Como resultado, é importante para esses administradores compreenderem as diferenças culturais da matriz. 2.2.2. Forças Ambientais Específicas As forças ambientais específicas (aquelas que provocam impactos imediatos) que as organizações e seus administradores enfrentam podem ser aglutinadas nos cinco (05) tipos que serão descritos em seguida. “PAIXÃO POR ENSINAR” Apostila elaborada por: Professora Maria Aparecida Pouzas de Oliveira Professora das Disciplinas: Fundamentos da Administração (FA), Teoria Geral da Administração (TGA) e Gestão de Pessoas – FACULDADE PITÁGORAS/GOV. VALADARES. 26 1. Clientes. Como a maior parte dos empresários, especialistas de marketing e entusiastas da qualidade afirma: “o verdadeiro patrão
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