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Aula 1 2018 Atendimento Pré Hospitalar do Traumatizado Contextualização e conceitualização

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Aula 1 - Atendimento Pré Hospitalar 
do Traumatizado Contextualização 
Conceitualização 
Prof. MSc. Tiago Pacheco Brandão Ribeiro 
 
 
 
No Brasil 
 
 
No Brasil, os primeiros 
registros acerca do serviço 
de atendimento pré- 
hospitalar datam de 1893, 
quando o Senado da 
República aprovou uma Lei 
que pretendia estabelecer 
o socorro médico de 
urgência na via pública, no 
Rio de Janeiro, no 
momento capital do país. 
 
No Brasil 
 
Em 1899, o Corpo de 
Bombeiros (CB), 
pertencente a capital 
do país, colocava em 
ação a primeira 
ambulância (de tração 
animal) para realizar 
o atendimento de 
urgência, fato este 
que caracteriza sua 
tradição na prestação 
desse serviço 
No Brasil 
Em meados de 1950, instala-se o Serviço de Assistência Médica 
Domiciliar de Urgência (SAMDU), na cidade de São Paulo, 
órgão da então Secretaria Municipal de Higiene. 
No Brasil 
A partir da década de 80, o APH passou a ser aplicado de forma 
mais sistematizada dando início à estruturação dos Serviços 
de Atendimento PréHospitalar 
1981 – Em Brasília é criado um modelo experimental de resgate 
de vítimas feridas 
1990 – São Paulo – Início do Projeto Resgate 
1995 – Iniciou-se a Implantação do SAMU 
1998 – Identificação do atendimento pré hospitalar como 
Serviço Médico pelo CFM 
2002 – Ministério da Saúde aprova a regulamentação técnica dos 
Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência 
2003 – Política Nacional de Atenção às Urgências 
2009 – Unidades não Hospitalares de Atendimento às Urgências 
 
 
 
PRINCIPAIS MODELOS DE ATENDIMENTO PRÉ-
HOSPITALAR 
a) Modelo francês 
Figura central: Médico. 
Filosofia: médico se desloca até o paciente. 
b) Modelo americano 
Figura central: paramédico 
Filosofia: 1ª intervenção pelo paramédico. 
Médico aguarda o paciente no hospital 
URGÊNCIA: ¨ Ocorrência imprevista 
de agravo à saúde com ou sem risco 
potencial de morte, cujo portador 
necessita de assistência imediata¨. 
 EMERGÊNCIA: ¨constatação médica 
de agravo à saúde que implique em 
risco iminente de morte, ou 
sofrimento intenso, exigindo, 
portanto, o tratamento imediato¨. 
Protocolo de Manchester 
Classificação de Risco: 
•Emergência - Ressucitação: Atendimento 
imediatíssimo, será identificado pela cor 
vermelha. 
•Emergência: Atendimento imediato no PS, será 
identificado pela cor laranja. Ex Febre, confusão 
mental, cefaléia, etc 
•Urgência Maior: Atendimento imediato em PA, 
será identificado pela cor amarela. Dor 
abdominal, TCE leve, etc 
 
 
•Urgência Menor: Atendimento imediato em 
UBS, será identifica pela cor verde. Ex 
Sintomas gripais, cefaléia leve, etc 
•Eletivo: Atendimento agendado em UBS, será 
identificado pela cor azul. 
Tempo Ideal: 
 
 As Regras do Socorrista: 
 
 - Primeiro eu 
 - Segundo minha equipe 
 - Terceiro os curiosos 
 - Depois a vítima. 
 
 
 
 
 
 
 O socorrista tem quatro deveres relacionados aos pacientes, que 
devem ser cumpridos no local da emergência. Estes deveres são: 
 
1. Ter acesso ao paciente, com segurança e utilizando instrumentos 
manuais, quando necessário; 
 
2. Identificar o que está errado com o paciente e providenciar a 
assistência de emergência necessária; 
 
3. Elevar ou mobilizar o paciente apenas quando for preciso e 
realizar tal procedimento sem ocasionar lesões adicionais; 
 
4. Transferir o paciente e as informações pertinentes para os 
profissionais do serviço de emergência. 
 
 
 
 
 
 
As responsabilidades do socorrista no local da emergência incluem 
o cumprimento das seguintes atividades: 
 
- Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, 
ao paciente e prevenir outros acidentes; 
 
 - Ter certeza de que a central do sistema de emergência foi 
notificada, permitindo a chegada dos profissionais no local da 
ocorrência, com o menor tempo possível; 
 
 - Identificar o que está errado com o paciente, utilizando-se 
das informações obtidas no local e pelo exame físico do 
paciente; 
 
Serviços Disponíveis 
• UR - Unidade de Resgate – Corpo de Bombeiros 
• UAC - Unidade de auto comando – Corpo de 
Bombeiros 
• ABS - Auto Bomba Salvamento – Corpo de 
Bombeiros 
• ABA - Auto Bomba Água - Corpo de Bombeiros 
• Unidade de Suporte Básico à vida - SAMU 
• Unidade de Suporte Avançado à vida - SAMU 
Zoneamento de catástrofes 
Zona quente 
Zona Morna 
Zona Fria 
Objetivos do atendimento Pré 
Hospitalar 
 
SAMU x BOMBEIROS 
 
• Controle da cena 
• Avaliação do paciente 
• Estabilização da vítima 
• Transporte rápido e seguro em tempo hábil 
 
Estabilizar a vítima ou priorizar o 
Transporte 
CARACTERÍSTICAS DO POVO 
BRASILEIRO 
“Cultura do socorrer por socorrer” 
 
 
 
 
 
“rapidez é mais importante que a 
qualidade” 
Avaliação 
• Meta: 
– determinar a condição atual do cliente. 
 
• Verificação de situações que devem ser 
corrigidas antes do transporte do paciente. 
– Há risco de morte? 
 
• Estabelecimento de valores basais para: 
– Ventilação, circulação e estado neurológico. 
Estabelecimento de Prioridades 
1. Avaliação da Cena (riscos, biomecânica...) 
2. Reconhecer a existência de múltiplas vítimas e 
definir prioridades objetivando salvar o máximo 
de vidas. 
– Prioridades: 
 a) Condições que possam resultar em perda da vida. 
 b) Condições que possam resultar em perda de 
membro. 
 c) Outras condições que não ameacem a vida. 
 
a. Prioridades Principais 
 
• Parada Cárdio-Respiratória 
• Parada Respiratória 
• Obstrução Respiratória 
• Traumatismo Crâneo-Encefálico (TCE) 
• Trauma de Tórax 
• Trauma de Abdomen 
• Grandes Hemorragias 
 
b. Prioridades Secundárias 
• Trauma de Coluna 
• Trauma de Bacia 
• Grandes Queimados 
• Fratura de Fêmur 
c. Prioridades Terciárias 
• Ferimentos 
• Fraturas de Extremidades 
• Pequenos queimados 
• Rebaixamento do Nível de consciência; 
• Alterações importantes dos sinais vitais: FR, 
SatO2, FC, PA, Enchimento Capilar; 
• Pacientes com achados potencialmente 
emergenciais: precordialgia, febre, obstrução de 
VAS, alterações neurológicas agudas, 
intoxicações exógenas agudas, hemorragias, dor 
intensa 
 
 
De uma forma geral deve-se 
priorizar: 
Exame Primário 
• Mais de 90 % dos traumatizados tem 
ferimentos que envolvem apenas um sistema, 
ex: fraturas isoladas de membro... 
 
• Par esses pacientes da tempo de fazer exame 
primário e secundário completos. 
Exame Primário 
• Em pacientes Traumatizados Graves, o 
socorrista não deve fazer mais que um exame 
primário – ênfase na avaliação rápida e 
transporte ao hospital. 
 
OBS: isso não exclui a necessidade do 
atendimento pré hospitalar. 
Exame Primário 
• Como ser eficiente e rápido. 
– É necessário seguir um sequência lógica de 
avaliação levando-se em consideração as 
características fisiológicas observadas. 
– A base das lesões com risco de morte é mais 
frequentemente a falta de oxigênio adequado ao 
tecido, levando ao metabolismo anaeróbico – 
Estado de Choque. 
Exame Primário 
• Componentes necessários ao metabolismo 
normal: 
– Oxigenação dos glóbulos vermelhos no pulmão; 
– Oferta de glóbulos vermelhos às cél. Do corpo; 
– Entrega de O² aos tecidos. 
 
• As atividades envolvidas no exame primário 
são dirigidas à identificação e correção dos 
dois primeiros. 
 
Exame Primário 
• IMPRESSÃO GERAL 
– Visão simultânea do estado respiratório, 
circulatório e neurológico – Identificar problemas 
externos significativosque possam levar à má 
oxigenação, circulação, hemorragias e 
deformidades. 
 
Exame Primário 
• ABORDAGEM 
– Sempre dentro do campo visual do paciente; 
– Estabilização de cervical; 
• A medida em que o socorrista aborda o 
paciente pode perceber se ele respira 
efetivamente, se tem pulso, se está acordado 
ou sem reposta, se tem movimentação 
expontânea; 
• 15 a 30 segundos. 
Exame Primário 
• A impressão geral ajuda o socorrista a 
determinar o tipo de suporte necessário ao 
paciente. (Básico, avançado, aeroespacial...) 
• Uma vez determinada a condição geral do 
paciente o exame primário deve continuar 
rapidamente abordando os componentes 
específicos. (ABCDE) 
Exame Primário 
• A – Atendimento da vias aéreas e controle da 
coluna cervical. 
• B – Respiração 
• C – Circulação (sangramento e perfusão) 
• D – Incapacidade (Neurológico) 
• E – Exposição e ambiente. 
Exame Primário (A) 
• Vias aéreas 
– Verificar possíveis obstruções (Levantamento do 
queixo e tração da mandíbula). 
– Retirar secreções se necessário. 
• Controle da Coluna cervical 
– Toda vítima de trauma tem lesão cervical até que 
se prove o contrário. 
– Ao permeabilizar as vias aéreas deve-se manter o 
alinhamento cervical. 
 
Exame Primário (B) 
• Ventilação 
– Verificar movimentos respiratórios 
– Se não estiver respirando 
• Ventilação com Máscara,válvula, bolsa (Ambú) e O² 
suplementar. 
• Avaliar utilização de cânula naso ou orofaríngea, ou 
entubação. 
– Se estiver respirando estime a adequação (frequência 
e profundidade) 
– Se o paciente puder falar observe se consegue 
completar frases. 
Valores da frequência respiratória 
Frequência Vent. (Vent. Por minuto) Atendimento 
Lenta (<12) Bradipneia Ventilação assistida ou total > 85% O2 
Normal (12 – 20) Considerar O2 suplementar 
Muito rápida (20 – 30) Tquipneia Acúmulo de CO2 ou diminuição de O2; 
Administrar O2 em máscara com 
reservatório 
Anormalmente rápida (> 30) Hipóxia, metabolismo ánaeróbico; 
Administrar O2 em máscara com 
reservatório 
OBS: com ventilação anormal o socorrista deve expor a 
vítima, inspecionar, palpar e auscultar o tórax 
rapidamente 
Exame Primário (C) 
• Avaliação do comprometimento circulatório 
– Avaliação do pulso 
– Controle da Hemorragia (Sangramento capilar, venoso 
e arterial) 
– Perfusão 
• O controle do sangramento é essencial porque 
influenciará na perfusão tecidual. 
– Pressão direta 
– Torniquetes 
OBS: atualmente não são indicados: elevação de 
membro e pressão sobre “pontos de pressão” 
Exame Primário (C) 
• Em caso de suspeita de hemorragia interna o 
socorrista deve expor rapidamente o abdome 
do paciente em busca de lesões. Deve 
também inspecionar a pelve em busca de 
sinais de lesões. 
• Nos casos de sangramento sem controle deve-
se priorizar o transporte Hospitalar. 
 
Exame Primário (C) 
• Perfusão 
– Pulso: qualidade, regularidade, presença ou não de 
pulso periférico, estimativa de pressão e frequência. 
– Pele e mucosas: 
• Pálida – circulação sanguínea desviada 
• Azulada – falta de O2 no tecido. 
– Temperatura 
– Umidade 
• Seca – Boa perfusão 
• Úmida Perfusão diminuída / choque 
– Tempo de enchimento capilar (<2 seg.) 
Exame Primário (D) 
• Incapacidade 
– Determinar o nível de consciência, um nível de 
consciência diminuído pode sinalizar: 
1. Oxigenação cerebral diminuída 
2. Lesão do sistema nervoso central 
3. Intoxicação por uso de álcool ou drogas 
4. Distúbios metabólicos 
 
ESCALA DE COMA DE GLASGOW 
 
RESPOSTA OCULAR 
 
• OLHOS ABERTOS - 4 
• ABERTOS POR ORDEM VERBAL – 3 
• ABERTO ESTÍMULO DOLOROSO – 2 
• SEM RESPOSTA - 1 
RESPOSTA MOTORA 
• ORDENS VERBAIS - 6 
• ESTÍMULOS DOLOROSOS: 
• LOCALIZA A DOR – 5 
• RETIRA À DOR - 4 
• FAZ FLEXÃO À DOR – 3 
• ESTENDE À DOR - 2 
• SEM RESPOSTA - 1 
RESPOSTA VERBAL 
• ORIENTADO, CONVERSANDO 5 
• DESORIENTADO, CONVERSANDO 4 
• UTILIZA PALAVRAS INADEQUADAS 3 
• EMITE SONS INCOMPREENSÍVEIS 2 
• SEM RESPOSTA 1 
PONTUAÇÃO 
• Considere-se 15 a pontuação máxima, que 
indica que o cliente está seguro. 
 
• A pontuação mínima é 3, e representa o 
máximo de perigo para o cliente, exigindo 
uma atuação mais rápida. 
PONTUAÇÃO 
• 14 a 15 = Lúcido e Orientado 
• 11 a 13 = Torporoso 
• 08 a 10 = Coma leve 
• 05 a 07 = Coma Moderado ou médio 
• 03 a 04 = Coma Profundo 
Exame Primário (E) 
• Exposição da Vítima 
– Avaliar lesões ocultas 
– Quando for necessário retirar toda a roupa do 
paciente deve-se cobri-lo com manta térmica para 
preservar a temperatura corporal. 
Análise Secundária 
S - Sinais e Sintomas 
A - Alergias 
M - Medicamentos Utilizados pela vítima 
P - Passado médico (internações, 
cirurgias, etc) 
U - Última alimentação via oral (tempo e 
características do alimento) 
M - Mecanismo das lesões 
EXAME DE PUPILA 
(FOTOREAÇÃO AO ESTÍMULO DE LUZ) 
1. Pupilas Desiguais (ANISOCORIA) 
2. Pupilas Contraídas ( MIOSE ) 
3. Pupilas Dilatadas (MIDRÍASE) 
SINAL DE PANDA 
SINAL DE BATTLE 
Sinais de Trauma de Base de Crânio 
 
Sinal de Brudizinsk 
Exame Físico Mínimo 
• Exame cardiovascular: ausculta cardíaca, 
estase de jugular, avaliação da perfusão 
periférica; 
Ausculta Cardíaca 
 
Exame Físico Mínimo 
• Exame Pulmonar: ausculta pulmonar, uso de 
musculatura acessória; 
• Observar a expansão 
torácica (movimento 
respiratório); 
• Exame do arco costal, 
tentando identificar 
fraturas ou segmentos 
soltos; 
• Observar a existência 
de pneumotórax; 
Exame Físico Mínimo 
• Exame abdominal: peristaltismo, dor, massas, 
visceromegalias 
 
Exame do Abdomen 
– Verificar a existência de nódulos, hematomas, 
ferimentos e deformações. 
Exame da Região Pélvica 
– Pressão sobre o osso ilíaco, verificando a 
existência de creptação ou rangido. 
Exame dos Membros Inferiores 
– Verificar a presença de deformidades, fraturas, 
ferimentos ou hematomas; 
– Verificar o pulso distal; 
– Verificar a perfusão capilar; 
– Se a vítima estiver consciente, devemos checar a 
resposta motora e a sensibilidade. 
Exame dos Membros Superiores 
– Verificar a presença de deformidades, fraturas, 
ferimentos ou hematomas; 
– Verificar o pulso distal; 
– Verificar a perfusão capilar; 
– Se a vítima estiver consciente, devemos checar a 
resposta motora e a sensibilidade. 
Exame da Coluna 
– Deverá ser feito no momento de se realizar o 
rolamento da vítima para imoblização na 
prancha ou maca 
– Verificar a existência de deformação, 
ferimentos, fratura ou hematomas. 
• Mucosas, cianose, icterícia, petéquias, palidez 
Aspecto Geral 
Aula Prática 
• Abordagem em Pé 
• Rolamento 90º 
• Rolamento 180º 
• Capacete 
• Imobilização de MMII 
• Desobstrução de Vias aéreas 
• Retirada de Veículo com 2 socorristas 
 
A Sala de Emergência 
BOMBA INFUSORA 
DESFIBRILADOR/CARDIOVERSOR 
DESFIBRILADOR/CARDIOVERSOR 
OXÍMETRO DE PULSO 
OXÍMETRO DE PULSO 
OXÍMETRO DE PULSO 
ELETROCARDIÓGRAFO 
 
MONITOR MULTIPARÂMETROS 
 
ASPIRADOR DE SECREÇÕES 
VENTILADOR MECÂNICO 
BOLSA VENTILATÓRIA 
CARRINHO DE PCRC

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