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Introdução ao Direito I Apostila 2016

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Introdução ao ESTUDO DO Direito 
Professor Marcelo Carneiro
APRESENTAÇÃO
A presente apostila tem como função primordial, criar um roteiro para que o aluno de Introdução consiga focar os principais pontos da matéria. 
Baseado nessa premissa, não se pretende aqui substituir os livros indicados para a matéria. Muito pelo contrário, conforme dito acima, a intenção é facilitar ao aluno, que, por falta de referencial, acaba por despender esforços demasiados em pontos não tão fundamentais, em detrimento daquilo que efetivamente deve ser assimilado no início do curso.
A Introdução, como sabemos, abre o curso de Direito com uma árdua função, pois lhe cabe fazer a “ponte” entre a cultura leiga do aluno e o ensino jurídico. Árdua a missão, já que a matéria é trans-disciplinar e agrega conceitos de Filosofia, Sociologia e História, bem como trabalha com valores estritamente jurídicos ao passar noções de alguns ramos do Direito, notadamente, Direito Civil e Constitucional.
Paralelamente a isso, some-se o fato de que o aluno do ensino médio não recebe formação filosófica e, lamentavelmente é treinado antes para a lógica das ciências exatas, do que para a interpretação, de forma que busca no Direito, respostas diretas, quando na verdade, a experiência mostra que cada caso exige uma interpretação própria dentro do escopo legal a que está inserido.
Por fim, aos que “torcem o nariz” às apostilas e proferem a famosa expressão “por que não lança um livro?”, apenas ressalto que os autores desconhecidos e, em especial, aqueles que vivem fora dos grandes centros, não recebem qualquer acolhida das editoras, independentemente da qualidade do trabalho.
Assim, a despeito das “caras feias”, apresento uma despretensiosa apostila que, repito, não tem a intenção de ferir suscetibilidades, mas sim atender ao aluno, já 
que os livros de IED continuam a ser escritos para mestres e Doutores de Direito e não para iniciantes na Ciência do Direito.
Marcelo Carneiro
SUMÁRIO
Aula 1 
O Direito. A importância e o objeto da Disciplina Introdução ao Estudo do Direito. Acepções da palavra Direito. O Mundo Natural e o Mundo Cultural. Juízo de Realidade e Juízo de Valor. O Ser e o Dever ser.......................................................................p. 06
Aula 2
Sociedade e Direito – Relação de dependência. A Qualificação do Direito como Ciência: (Normativa, Social, Cultural e Histórica). O Direito e sua Função Social. Finalidades do Direito. Relação entre o Direito e a Moral (Teorias dos Círculos). Noções sobre a Teoria Tridimensional do Direito. ...................................................p. 12 
Aula 3
Divisões do Direito. O Direito Natural. O Direito Positivo. O Direito Objetivo. O Direito Subjetivo. Diferenças entre o Direito Público Interno e Externo e o Direito Privado Interno e Externo. ....................................................................................................p. 20 
Aula 4
Principais ramos do Direito Público Interno: Constitucional, Administrativo, Tributário, Penal, Processual Civil e Penal. A questão do Direito do Trabalho. Ramos do Direito Privado Interno: Civil e Empresarial. A Unificação do Direito Privado. A Questão da Superação da Dicotomia do Direito Público e do Direito Privado. ...........................p. 24 
Aula 5
Fontes do Direito Positivo. Conceito de Fontes do Direito e Classificação. Distinção entre fontes materiais e formais do direito. A Lei. Os Costumes. O papel da doutrina e da jurisprudência no sistema jurídico brasileiro. Súmula Vinculante.........................p. 31
Anexo I – Súmulas Vinculantes.................................................................................p. 38
Anexo II – Técnica Legislativa...................................................................................p. 41
Aula 6
Aplicação e integração das leis. O problema das lacunas e recursos às fontes secundárias do Direito. Elementos de Integração do Direito: analogia, costumes, princípios gerais do direito e eqüidade. ...................................................................p. 43
Aula 7
Parte I
A Norma Jurídica. Conceito. Estrutura da Norma Jurídica. Principais Características: abstração, generalidade ou universalidade, imperatividade, heteronomia, alteridade, coercibilidade, bilateralidade e atributividade. ..........................................................p. 48
Parte II
A Norma Jurídica. Os diversos critérios de classificação das normas jurídicas: critério da destinação, critério da existência, critério da extensão territorial, critério do conteúdo e critério da imperatividade. ......................................................................p. 53
Aula 8
Parte I
A Lei e o Ordenamento Jurídico à luz da Constituição Brasileira. A Hierarquia normativa. O processo de elaboração legislativa. Espécies legislativas. Técnica Legislativa. ................................................................................................................p. 58
Parte II
Validade das Normas (técnico-formal ou vigência, social e ética). O início da vigência da lei. A vacância da lei: conceito e cômputo. O princípio da obrigatoriedade das leis. O princípio da continuidade das leis. Término da vigência das leis: revogação (ab-rogação e derrogação). Revogação expressa e tácita. A questão da repristinação...p. 64
Aula 9
Parte I
Conflitos de leis no tempo. Direito Intertemporal. A questão da retroatividade e da irretroatividade das leis. Visão sistemática do ordenamento jurídico: antinomia e critérios de solução. ..................................................................................................p. 69
Parte II
O Direito Adquirido (doutrinas de Gabba, Roubier e Lassalle), o Ato Jurídico Perfeito e a Coisa Julgada no contexto da Lei de Introdução ao Código Civil, da Constituição da República e do Código Civil de 2002........................................................................p. 71
Aula 10 
Parte I
Hermenêutica Jurídica e Interpretação do Direito numa abordagem Constitucional. A Leitura do Ordenamento Jurídico à luz dos Princípios Constitucionais (implícitos e explícitos). Conflitos principiológicos no âmbito Constitucional. Critério da ponderação de interesses e valores. ............................................................................................p. 76
Parte II
Tipos de Interpretação: autêntica, judicial, administrativa, doutrinária, literal, racional, lógico-sistemática, sociológica, histórica, teleológica, declarativa, extensiva e restritiva.
..................................................................................................................................p. 79
Aula 11
Parte I
Apresentação da Disciplina. Indicação da Bibliografia. A Relação Jurídica: Conceito. Relações Sociais comuns e Relações Jurídicas: Características e distinções. Elementos da Relação Jurídica: Sujeito, Objeto, Vínculo, Garantia. O Fato Jurídico como elemento da Relação Jurídica. .....................................................................p. 84
Parte II
As Espécies de relações jurídicas: Simples e complexas; abstratas e relativas. Principais e acessórias. Pessoais, obrigacionais e reais. Públicas e privadas. Direito Material: Constitucional, penal, administrativas, tributárias, trabalho, civil e comercial.
...................................................................................................................................p. 88
Aula 12
Posição jurídica dos indivíduos. Posição jurídica ativa: Direito subjetivo, direito potestativo, poder jurídico e faculdade jurídica. Posições jurídicas passivas: dever jurídico, sujeição, obrigação e ônus. ........................................................................p.93
Aula 13
Parte I
Direito Subjetivo. Classificação: absolutos, relativos, patrimoniais, extrapatrimoniais, originários, derivados, principais, acessórios, transmissíveis, intransmissíveis. A questão da inalienabilidade, da sub-rogação e da sucessão..................................p. 103
Parte II
Direito Adquirido. Distinção entre Direito Adquirido e Expectativa de Direito. A tutela constitucional do Direito Adquirido. A figura do Abuso do Direito...........................p. 107
Bibliografia ............................................................................................................p. 111
Introdução ao Direito I
 
Aula 1 
 
Apresentação da Disciplina
Indicação da Bibliografia
Direito
 
	O Direito
	O Mundo Natural e o Mundo Cultural;
	O Ser Humano como produtor de cultura;
	Concepção introdutória da palavra Direito;
	O Direito e sua Função Social;
	Finalidade do Direito: controle social, prevenção, e composição de interesses, promoção de ordem, segurança e Justiça;
	Juízo de Valor e Juízo de Realidade;
 
 
O Direito:
O Direito, na verdade, vem a ser um conjunto de normas que visa regular a vida em sociedade, estabelecendo limites para as condutas individuais e coletivas, de forma a harmonizar as múltiplas aspirações dos indivíduos que a compõem.
	De todo modo, relacionamos alguns conceitos da palavra Direito, da lavra dos mais diversos e renomados autores:
	Direito é uma ordem de conduta humana. Uma ordem é um sistema de regras. (Hans Kelsen)
	 “Direito é um conjunto de normas de conduta social, imposto coercitivamente pelo Estado, para a realização da segurança, segundo os critérios da justiça.” �
	“Direito é norma de conduta e organização coativamente imposta.” �
	“Direito é o conjunto de normas gerais e positivas que regulam a vida social.” Radbruch (Curso de Direito Civil,1º vol., 31a edição, página 1, Editora Saraiva)
“Ao conjunto de normas, gerais e positivas, ditadas por um poder soberano e que disciplinam a vida social, se denomina direito”.�
	   Concepção introdutória do vocábulo Direito;
 
	A palavra Direito se origina do latim directum e traduz à idéia de regra, direção, algo que se deve seguir direto.
	No Ocidente, em alemão recht, em italiano diritto, em francês droit, em espanhol derecho, o vocábulo possui o mesmo significado;
	No Direito Romano denominava-se jus, que não se confunde com justitia, que corresponde ao nosso sentido de Justiça.
A coercibilidade como ponto basilar do Direito.
O Direito tem como principal característica a coercibilidade. Difere da Moral, na medida em que nesta não existe coação, já que o conceito moral é opção do indivíduo, enquanto que o Direito está intimamente relacionado à coercibilidade, ou seja, é imposto.
Se a busca da Justiça é o coração do Direito, a coercibilidade é o pulmão. É o medo da força do Estado que faz com a maioria da sociedade acate as leis. 
	 O Ser Humano como produtor de cultura;
 
Cultura é o conjunto de tudo aquilo que, nos planos material e espiritual, o homem
 constrói sobre a base da natureza, quer para modificá-la, quer para modificar a si mesmo.
Objeto cultural é qualquer ente criado pela experiência do homem. Cultura pode ser definida como a expressão da criatividade humana. Ao contrário do objeto natural que existe por si próprio na natureza, O objeto cultural é manufaturado. Via de regra o homem transforma um objeto natural, cujo produto final é invariavelmente um objeto cultural.
	 O Mundo Natural e o Mundo Cultural;
 
Uma das finalidades da IED consiste em localizar o Direito no mundo da cultura, no universo do saber humano. O Direito insere-se no mundo da cultura, típica criação cultural do homem. Logo, a IED vem a ser o elo entre a cultura geral e a jurídica.
Cultura - como se viu acima - é todo resultado de algo produzido pela mente humana. Algo que existe na natureza, tangível ou não, após ser processado pela mente humana torna-se uma criação cultural.
Exemplo 1: Dado: É aquilo que a natureza oferece;
Exemplo 2: Construído: É aquilo que o homem acrescenta ao que foi dado pela natureza.
Assim, o Direito, como fruto da criação humana, está inserido na ideia de mundo cultural.
O ALUNO DEVE SE QUESTIONAR DESDE OS PRIMEIROS INSTANTES: POR QUE A SOCIEDADE NECESSITA DO DIREITO?
	O Direito e sua Função Social;
 
De todas as chamadas Ciências Sociais, somente o Direito interfere de forma direta e drástica no cotidiano da sociedade. Enquanto as demais ciências se exteriorizam através de doutrinas, o Direito funciona por intermédio de regras – as normas – e, destarte, tem o poder de submeter o cidadão.
Produto cultural da mente humana, o Direito surge da angústia do mais fraco que busca Justiça e do poder do mais forte que impõe regras para perpetuar seu poder.
Assim, podemos notar ambas as características nas principais finalidades do Direito: controle social, prevenção, e composição de interesses, promoção de ordem, segurança e justiça;
Como bem salienta a prof. Raquel Hoggeman:
 
Resolver os conflitos de interesse, reprimindo e penalizando os comportamentos socialmente inadequados, organizar a produção e uma justa distribuição de bens e serviços, e institucionalizar os Poderes do Estado e da Administração Pública; tendo sempre como meta final e superior, a realização da justiça e o respeito aos direitos humanos.�
Segundo San Tiago Dantas, são finalidades do direito a composição e a prevenção de conflitos, com justiça, e a segurança nas relações entre os indivíduos.
No entender de Paulo Nader, o Direito se propõe à realização da segurança segundo os critérios da justiça. Dividiu os princípios de segurança em 3 grupos:
Princípios relativos à organização do Estado:
	divisão dos poderes
	poder judiciário atuando de forma rápida 
	poder judiciário dotado de aparato coercitivo
	garantias da magistratura
Princípios de direito estabelecido
	positividade do Direito (manifestar-se em normas ou costumes)
	segurança de orientação (normas claras, simples e coerentes)
	irretroatividade da lei (garantia contra a arbitrariedade)
	estabilidade relativa do direito
Princípios de direito aplicado
	previsibilidade da sentença
	respeito à coisa julgada
	uniformidade e continuidade jurisprudencial
	Outros autores sustentam que o direito visa à realização do Bem comum, sendo este uma resultante do somatório da justiça geral, distributiva e social.
	Observamos que os autores citados são unívocos ao afirmarem que a segurança e a justiça constituem o fim precípuo do direito, neles incluídos a paz social e o bem comum (sob a ótica do desenvolvimento social).
	Podemos assim concluir que a justiça deve ser entendida, ao menos até aonde caminhou o desenvolvimento da ciência e da filosofia jurídica, como uma das finalidades do direito.
O direito deve garantir o bem estar comum. Tem a função de conciliar e compor interesses, pois (no entender de Paulo Dourado Gusmão) sem a conciliação da justiça com a segurança jurídica não há direito justo. 
segurança pressupõe a estabilidade razoável da ordem jurídica, enquanto a justiça pretende reforma-la constantemente, para que atenda às suas exigências fundamentais.
Considerando que o Direito deve ser instrumento de ordem e paz social, a Justiça há de prevalecer sobre a segurança como prioridade entre os fins do Direito.
Se por um lado, consideramos que, sem segurança não há justiça; por outro, sabe-se que a preferência da segurança indiferente à Justiça proporciona meios para a instalação do despotismo, tirania e abuso de poder.
 
	JUSTIÇA
"Significa nunca ninguém pretender alguma coisa senão seja sua, nem que não possa ser legitimamente adquirida."  São Tomás de Aquino
	“A justiça é o magno tema do Direito e, ao mesmo tempo, permanente desafio aos filósofos do Direito, que pretendemconceituá-la, e ao próprio legislador que, movido por interesse de ordem prática, pretende consagrá-la nos textos legislativos”.�
Segundo Chaim Perelman, a Justiça pode ser definida como “um princípio de ação segundo o qual os seres de uma mesma categoria essencial devem ser tratados da mesma forma”.�
Muitos autores – para espanto dos alunos iniciantes – tratam a Justiça como utopia. Na verdade, nenhum Estado há de prover Justiça a todos, em igual quantidade e qualidade e, ao mesmo tempo. O que se pretende dizer é que a cada vez que se combate a injustiça, mais a sociedade se aproxima do conceito de Justiça, ainda que jamais se alcance a perfeição. 
Vale lembrar que o conceito de Justiça é fluido e muda com os tempos. Durante séculos, a humanidade entendeu como justa a escravidão. Nada garante que isso não possa ocorrer novamente no futuro. o conceito de Justiça reflete valores morais, de forma que a soma desses valores tende afetar a visão do que é Justiça em cada sociedade, no seu devido tempo. 
	É comum o fato de os autores dividirem o conceito Justiça em:
	Justiça Distributiva - repartição dos bens e dos encargos aos membros da sociedade pelo Estado. Orienta-se pelo critério da igualdade proporcional. 
Ex.: Ensino gratuito, assistência médico hospitalar, justiça penal.
	Justiça Comutativa - preside a relação de troca entre os particulares. Orienta-se pelo critério da igualdade quantitativa e não aritmética: “O valor de todas as coisas contratadas é medido pelo apetite dos contratantes, portanto o valor justo é aquele que eles acham conveniente oferecer.” - Hobbes. 
Ex.: Contrato de compra e venda. 
	Justiça Geral - contribuição dos membros da comunidade para o bem comum. Também chamada de Justiça Legal, pois geralmente decorre da lei.
Ex.: Serviço militar, o exercício do voto, etc. 
	Justiça Social - proteção dos mais pobres e desamparados através da repartição mais equilibrada das riquezas. Pode coincidir com outras espécies: O justo salário é ao mesmo tempo justiça social e comutativa. 
Ex.: As nações mais ricas e poderosas devem favorecer as que se acham em fase de desenvolvimento.
	Alternativa – Nova tendência, com a concepção de que o julgador pode e deve ignorar a lei, quando incompatível com a noção de justiça. Aceitam a decisão “contra legem”. Para tal, são requisitos de validade a boa fé da parte e a extensão do poder de eqüidade do magistrado.*�
	Juízo de Valor e Juízo de Realidade;�
 
	Axiologia – É a parte da Filosofia que estuda a teoria dos valores, ou seja, estuda os valores e seu caráter abstrato, sem considerar a sua projeção nas diferentes ciências.
	A idéia de valor, por sua vez, está vinculada às necessidades humanas. Só se atribui valor a algo passível de ser útil.
	Paulo Nader assinala quatro caracteres fundamentais para os valores:
Correspondem a uma necessidade humana;
São relativos;
Bipolaridade;
Possuem hierarquia.
	O Juízo de Realidade é a constatação dos fatos, como é o caso dos fatos naturais, enquanto que o Juízo de valor é estabelecer prioridade sobre algo que interessa ao ser humano. 
	As normas éticas (moral, política, religiosa) geram juízos de valor. Elas elegem certos valores a preservar e, a partir deles, impõem condutas aos homens.As leis da natureza retratam a pura realidade dos fatos. Uma fruta cai da árvore por força da lei de gravidade, não há juízo de valor, mas mera constatação de um fato natural.
	Quando alguém pratica algum ato repudiado ou aceito pelo restante de sua coletividade, tal ato recebe um julgamento, ou seja as pessoas lhe atribuem um valor negativo ou positivo, conforme o caso.
	A interdisciplinaridade do Direito;
O Direito, enquanto Ciência Social atua em consonância com outras disciplinas, em especial: Filosofia, Sociologia, Psicologia e História. 
Tais matérias, devidamente aplicadas ao Direito buscam entender fenômenos decorrentes da aplicação daquele no cotidiano da sociedade. 
Sociologia: Foca na efetividade das leis e sua efetividade social;
Filosofia: Se foca nos "bens" da vida, como a justiça, o fundamento das leis, o bem comum, etc;
Psicologia: Estuda os fenômenos mentais relevantes ao Direito;
História: Fundamental conhecer o passado, para se entender o Direito atual.
É importante frisar que, dentre as Ciências Sociais, o Direito é a única ciência com o poder de intervir efetivamente na vida do cidadão.
CONCLUSÃO: O Direito vem a ser um instrumento criado pela inteligência humana, visando à busca da Justiça. O Direito é meio, ao passo que a Justiça é fim.
Das chamadas Ciências Sociais, o Direito é o único instrumento social com poder real de intervir no cotidiano das pessoas, devido a sua capacidade coativa. Enquanto ciências como Sociologia, Filosofia, dentre outras, sugerem, o Direito impõe.
Na medida em que as regras coletivas são impostas pelo Estado, não cabe ao cidadão discutir ou optar, mas sim cumpri-las sob pena de sofrer uma punição.
AUla 02. 
 
A Evolução do Direito
 
	Debate Sobre a Qualificação do Direito como Ciência (Histórica, Cultural, Social e Normativa);�
	Mecanismos de Controle Social (Religião, Moral, Normas de Trato Social e o Direito);�
	Relação entre o Direito e a Moral � (Teoria dos Círculos).�
​​	Noções sobre a Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale;�
   
	Debate Sobre a Qualificação do Direito como Ciência (Histórica, Cultural, Social e Normativa);
	Paulo D. Gusmão define a Ciência do Direito como “conhecimentos, metodicamente coordenados, resultantes do estudo ordenado das normas jurídicas com o propósito de aprender o significado objetivo das mesmas e construir o sistema jurídico, bem como de descobrir as suas raízes sociais e históricas”.
	Discute-se a natureza da ciência jurídica, o que não constitui surpresa, visto que, como todo problema cultural, não comporta resposta definitiva.
	A despeito das divergências quanto ao objeto, existe um consenso de que as normas jurídicas constituem dado concreto, conquanto integrem a realidade histórico-social, ou mesmo a realidade cultural. Forçoso dizer que o Direito integra o mundo da Cultura. A Ciência do Direito É Ciência Cultural.
	No entanto, não é pacífico o entendimento, já que juristas como Kirchman defenderam a tese de que o Direito não é ciência, na medida em que a simples alteração da lei é capaz de inviabilizar todo um sistema jurídico.
	 Capograssi, no entanto, respondeu a essa clássica objeção, defendendo que o objeto da Ciência do Direito é a “experiência jurídica” e não a “norma jurídica”. Segundo Paulo D. Gusmão “não é a norma que é mutável, mas sim o seu conteúdo”.
	 Mecanismos de Controle Social (Religião, Moral, Normas de Trato Social e o Direito.
	O Direito não vem a ser o único instrumento responsável pela harmonia da vida social. Também o são assim considerados a Religião, a Moral e o Trato Social. Cada qual a sua maneira, ajudam na formação do ser humano, contribuindo para o bem estar social.
	Direito e Religião:
	 Aspectos Históricos:
	Desde a mais remota antiguidade, a falta de conhecimento jurídico era substituída pela fé. O próprio Direito era considerado como expressão da vontade divina. Durante todo o (longo) tempo em que o Direito permaneceu mergulhado na Religião, o conhecimento jurídico ficou restrito à classe sacerdotal.
	Na Idade Média (não por acaso, conhecida como a Idade das Trevas) ficaram famosos os ditos “Juízos de Deus”, baseados na crença de que Deus interferia nos julgamentos e, consequentemente, na Justiça.
	Nesse período era comum a aplicação dos “Ordálios”. Se uma pessoa era acusada de crime era submetida a julgamento divino. Assim, dentre outras modalidades, uma barra de ferro incandescente era colocada no braço do acusado, sendo que, se fosse inocente aos olhos de Deus, a barra não deixaria marcas.
	Já sob Carlos Magno, provavelmente o único grande legislador na Idade Média, houve nítidapreocupação com a separação do Direito Civil e o Direito Canônico. Foi qualificado, posteriormente, como doutor “in utroque jure, “doutor em ambos os direitos”, o que então é o título recebido pelos que acumularam um duplo doutorado, o do direito civil e o do direito canônico”.�Todavia, foi uma ilha de lucidez em um oceano de ignorância.
	A laicização do Direito tomou força em meados do século XVII, com o holandês Hugo Grócio (Grotius) que desvinculou a idéia de Direito Natural, de Deus�. No Século XVIII, principalmente na França à época da Revolução Francesa, a separação entre o Direito e a Religião sofreu grande impulso.
	 Na sociedade atual, basicamente, sob o Islamismo é que o Direito ainda se encontra enraizado à religião. Salvo a Turquia que efetivamente adotou o Estado Laico, a maioria dos demais países islâmicos são (de formas variadas) teocracias.
Peculiaridades e convergências:
 Há vários pontos convergentes entre Religião e Direito, dentre os quais, o bem. A Justiça como objeto final do Direito, integra a idéia do bem. O valor Justiça, portanto, não é privilégio do Direito.
 Duas diferenças estruturais separam o Direito da Religião. Em primeiro lugar, a alteridade, elemento indissociável ao Direito, é desnecessário na Religião. Por outro prisma, o Direito tem por meta a segurança, ao passo que esse conceito do ponto de vista religioso é inatingível.
	Direito e Moral: 
	Direito e Moral são instrumentos de controle social que não se excluem, muito pelo contrário, se complementam e se influenciam mutuamente. 
	O Direito, a despeito de distinguir-se cientificamente da Moral, é enormemente influenciado por ela, sugando grande dose de conteúdo.
	A Moral, assim como a Religião, tem como finalidade o bem, confluindo, destarte com o Direito.
	 A Moral pode ser categorizada em três esferas:
	Autônoma: Corresponde à noção de bem particular a cada consciência, de caráter individualizado e isenta que qualquer condicionamento;
	Ética superior: Consiste na noção do Bem que as seitas religiosas consagram, transmitem e mesmo impõem aos seus seguidores;
Social: Constitui um conjunto predominante de critérios e princípios que, 
cada sociedade, em dado lapso de tempo, orienta a conduta de seus membros.
	Embora os princípios da Moral e o Direito, tenham berço na Grécia Antiga, nem a sua sabedoria soube dissocia-los. Somente em Roma com a instituição do Corpus Juris Civilis, é que os fenômenos jurídicos se diferenciaram da Moral.
	Da mesma forma que ocorreu com a Religião, durante a Idade Média, a Moral novamente não se distinguiu do Direito. Carlos Magno, em suas capitulares� deixou de forma expressa a sua preocupação com valores morais. Segundo o historiador Jean Favier, “Embora o rigor de Carlos seja implacável, sua preocupação com a equidade e sua benevolência com os humildes não são menos patentes”.�
	O mesmo autor cita, dentre o rol dos preceitos morais de Carlos Magno “Dai esmolas aos pobres...acolhei os peregrinos...visitai os enfermos ...tende compaixão dos encarcerados...pagai as vossas dívidas ... resgatai os cativos...evitai a embriaguez e os exageros à mesa”. Pregava que as multas não deviam arruinar o condenado e que os condes dessem prioridade aos humildes e não aos poderosos, dentre outras normas de cunho essencialmente moral.� 
	Porém, foi com Tomasius, em 1705, que se deu a primeira diferenciação entre o Direito e a Moral. Radicalizou, na medida em que rejeitava-a completamente. Tal corrente (ampliada por Kant e Fichte) gerou reações futuras entre jusfilósofos, que buscaram reaproximar as duas ordens. Posteriormente, Kelsen formularia sua própria teoria sobre a total separação entre o Direito e a Moral.
	Temos ainda critérios de distinção:
	Determinação do Direito e a Forma não Concreta da Moral: Enquanto o Direito se manifesta em normas, a Moral, com suas três esferas, estabelece uma diretiva mais geral, sem particularizações;
	Bilateralidade do Direito e Unilateralidade da Moral: Para cada Direito existe um dever correspondente, portanto, relação bilateral. A Moral exige apenas deveres, sendo, destarte, unilateral;
	Exterioridade do Direito e Interioridade da Moral: Enquanto a Moral se ocupa da vida interior, caso típico da consciência, o Direito se preocupa com das ações humanas e, somente quando necessário é que apura o “animus” do agente;
	Autonomia e Heteronomia: Ao passo que a Moral é autônoma e representam o querer espontâneo, o Direito é heterônomo, na medida em heteronomia nada mais é do que sujeição ao querer alheio. As normas são impostas independentemente da vontade individual. E mesmo a adesão espontânea à lei, não descaracteriza a heteronomia.
	Coercibilidade do Direito e Incoercibilidade da Moral: Entre os processos que regem a conduta social, apenas o Direito é coercível. A Moral dispensa o caráter coativo, muito embora exerça função intimidativa.
	Em suma, a moral, com sua individualidade, pode ajudar o ser humano a viver em nível maior de harmonia com o restante da sociedade, dependendo, inclusive dos valores assimilados no decorrer da vida. No entanto, somente o Direito tem o condão de obrigar o cidadão a fazer ou deixar de fazer algo, a despeito de seus valores morais.
 	O Direito e as Regras de Trato Social.
	Segundo Nader, “Se o homem observasse apenas os preceitos jurídicos, o relacionamento humano, como já vimos, se tornaria mais difícil, mais áspero e por isso, menos agradável”. E daí profere “são padrões de conduta social, elaboradas pela sociedade e que, não resguardando os interesses de segurança do homem, visam tornar o ambiente social mais ameno, sob pressão da própria sociedade.”
	Podemos destacar facilmente algumas dessas condutas: Educação, etiqueta, moda, cortesia, cerimonial, protocolo, amizade, gentileza, companheirismo, linguagem, dentre outros.
	Pode o ser humano desrespeitar qualquer das condutas sociais acima mencionadas, sem que haja qualquer espécie de sanção. Ou seja, caso determinado morador de um condomínio não costume cumprimentar os vizinhos, por mais que seja antipática sua conduta, a mesma não ensejará punição.
A título de compreensão, impõe-se conhecimento sobre aspectos históricos.�
	Caracteres das Regras de Trato Social:
�
	1.    aspecto social;
	2.    exterioridade;
	3.    unilateralidade;
	4.    heteronomia;
	5.    incoercibilidade;
	6.    sanção difusa;
	7.    isonomia por classes e níveis de cultura.
�
�
Todos os instrumentos de controle social buscam, portanto, o aprimoramento das relações sociais, com a diferenciação de que apenas o Direito detém 
a característica da coercibilidade.
	Direito
	Moral
	Regras de 
	Preceitos 
	 
	 
	Trato Social
	Religiosos
	Bilateral
	Unilateral
	Unilaterais
	Unilaterais
	Heterônomo
	Autônoma *
	Heterônomas
	Autônomos
	Exterior
	Interior
	Exteriores
	Interiores
	Coercível
	Incoercível
	Incoercíveis
	Incoercíveis
	Sanção Prefixada
	Sanção Difusa
	Sanção Difusa
	Sanção Prefixada
	 
	 
	 
	(geralmente)
	* (ressalvas a Ética Superior Moral Social)
	 
	 A Teoria dos Círculos e o Mínimo Ético.
Teoria dos Círculos Concêntricos: Jeremy Bentham (1748-1832), concebeu a relação entre o Direito e a Moral, recorrendo a figura geométrica dos círculos. Em sua teoria, o Direito está totalmente inserido no campo da Moral.
 
Teoria Dos Círculos Secantes: Du Pasquier entendeu que a representação geométrica da relação não seria de círculos concêntricos, porém, secantes. Direito e Moral teriam campos em comum, mas, concomitantemente áreas diferentes.
Visão Kelseniana: Ao desvincular o Direito da Moral, pretendeu um sistema de círculos independentes, visto entender que a norma é o único elemento essencial do Direito.
Teoria do Mínimo Ético: Desenvolvida por Jellinek. Pretende que o Direito representa o mínimo de preceitos morais necessários ao bem-estar comum. Daforma posta por Jellinek, o Direito integraria, portanto, o campo da Moral dotado de garantias específicas. Tal situação convergiria com a Teoria dos Círculos Concêntricos. Tem-se que essa teoria é equivocada.
	Ao se adotar as teorias dos círculos, inevitavelmente, o melhor hipótese recairá sobre a Teoria dos Círculos Secantes, visto que, como já foi demonstrado, o Direito recebe valores morais, logo, da Moral não está totalmente dissociado como pretende Kelsen, nem nela está inserido como pensou Bentham. Pelo mesmo motivo, rejeita-se a teoria formulada por Georg Jellinek (foto).
	De todo modo, a despeito de facilitar o entendimento, as representações gráficas carregam a desvantagem de simplificar demasiadamente os problemas.
	Noções sobre a Teoria Tridimensional do Direito de Miguel Reale.
 
	Fato, valor e norma. Todas as teses tridimensionais concebem a trilogia fato valor e norma. No entanto, é com o jusfilósofo Miguel Reale (1910/2006) que o conceito alcança a sua melhor síntese.
	Enquanto que nas fórmulas (chamadas por Reale de) abstratas ou genéricas, os três elementos se somam, porém sempre com a prevalência de um deles, para Reale, a realidade fático-axiológico-normativa se apresenta de forma unitária. Somente encontram sentido em conjunto, sob estreita simbiose. 
	As notas dominantes do fato, valor e norma se refletem respectivamente na eficácia, fundamento e vigência. Toda experiência jurídica pressupõe a existência dos três elementos, ou seja, “um elemento de fato, ordenado valorativamente em um processo normativo”.
	O Direito pode ter as seguintes dimensões:
	Direito como valor (o que é justo ou injusto, certo ou errado,...): apreciação da Política Jurídica (legislador), da Deontologia;
	Direito como norma jurídica: Dogmática Jurídica ou Ciência do Direito;
	Direito como fato social: Sociologia, História.
	Em sua concepção, o fenômeno jurídico é uma realidade fático-axiológico-normativa, que se revela como produto histórico-cultural, dirigido à realização do bem-comum. É realidade cultural, conquanto resultado da experiência do homem. 
Portanto, a norma seria o instrumento prático do Direito, regulando um fato em função de determinado valor que se pretende adotar no meio social.
	Em suma, para que haja um fenômeno jurídico, é necessário que haja:
fato (social, econômico, geográfico, demográfico, de ordem técnica, etc.)
valor (captação da significação social - o valor social - que deve ser preservada)
norma (regra que integra o fato ao valor) 
	Vale lembrar que, embora outros autores tenham tratado da Teoria Tridimensional do Direito, Reale foi capaz de captar os novos valores advindos do Pós Positivismo, constatando que, para que o Direito possa efetivamente proteger, os três elementos devem estar sempre em equilíbrio.
• Ética é teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano. 
• Moral é o conjunto de práticas, costumes e padrões de conduta formadores da ambiência ética destinadas a regular as relações dos indivíduos numa determinada sociedade, em um determinado momento histórico.
CONCLUSÃO: O Direito não atua sozinho no que tange ao chamado controle social. A religião, a moral e as regras de trato social também o fazem. Contudo, o Direito deles se diferencia, pois possui poder legal de punir.
Para isso, cria regras, estabelece punição para os casos de descumprimento e, nesse caso, tem o dever de aplicar as punições previstas na norma jurídica.
Ainda que as religiões tenham normas internas e prevejam algumas sanções, tais punições não são absolutas, na medida em que o membro da congregação não está obrigado legalmente a acatá-las. Nada impede que um fiel insatisfeito mude de seita. 
No caso do Direito, não há como desprezar a norma nem a punição por ela prevista. Uma vez estabelecida a norma, é dever de todos cumpri-la, sob pena de sofrer alguma punição.
Aula 03
 
	Divisões do Direito: Direito Natural e Direito Positivo; Direito Objetivo e Direito Subjetivo; 
	Diferenças entre Direito Público Interno e Externo e o Direito Privado Interno e Externo;
 	Direito Objetivo e Direito Subjetivo
	Aqui não se trata de dicotomia, mas sim, de conceitos que se completam. É necessária a existência da norma agendi (a norma) para que apareça a facultas agendi (o direito de usufruir da norma). Ou seja, é preciso que exista o direito em sentido objetivo, para que o agente possa invocar os direitos (subjetivos) por ela concedidos.
	Direito Objetivo
 
	Direito Objetivo e Subjetivo não são realidades díspares, muito pelo contrário, são como duas faces da mesma moeda. Não são antagônicos. Sob o aspecto objetivo, o Direito é regra (norma) de organização social.
	Na visão de Paulo Dourado de Gusmão “Quando consideramos o direito como norma obrigatória, ou como conjunto de normas obrigatórias, entendemo-lo como direito objetivo, ou seja, direito em sentido objetivo”. É objetivo, na medida em que decorre da norma, expresso em lei. Toda lei ou norma nela contida é exemplo de direito objetivo.
 
	 Direito Subjetivo
 
	O Direito Subjetivo corresponde às possibilidades ou poderes de agir que a ordem jurídica garante ao indivíduo. Quando dizemos, por exemplo: “Fulano tem direito de pedir uma indenização” – podemos afirmar que esse indivíduo possui direito subjetivo, identificado na faculdade (garantida pela lei) de poder exigir uma reparação.
	Especial a definição de Paulo Dourado de Gusmão para quem “Direito Subjetivo, de modo geral, pode ser entendido como a prerrogativa ou faculdade outorgada, por lei ou por contrato, a uma pessoa, para praticar certo ato”. Assevera ainda que “É subjetivo por ser direito de uma pessoa, opondo-se por isso ao direito objetivo”.
	Divisões e Dicotomias do Direito: Direito Natural e Direito Positivo; Direito Objetivo e Direito Subjetivo; 
	DICOTOMIA: Divisão lógica de um conceito em dois outros conceitos.
 O estudo do Direito está dividido em duas grandes dicotomias:
	Direito Natural x Direito Positivo
	Direito Público x Direito Privado
A PEQUENA DICOTOMIA:
	Uma das peculiaridades do direito é a existência de divisões e dicotomias. Dentre as chamadas dicotomias, eis a renomada “Pequena Dicotomia” que expõe de forma antagônica as correntes do jusnaturalismo e juspositivismo.
	Direito Natural - JUSNATURALISMO:
	Segundo Paulo Nader, “O motivo fundamental que canaliza o Direito Natural é a permanente aspiração de Justiça que acompanha o homem”. Assevera, ainda, que o Direito Natural vem a ser o eixo em torno do qual gira a Filosofia do Direito.
	Via de regra, ou o jusfilosofo adota o jusnaturalismo ou cai no monismo jurídico voltado apenas ao positivismo jurídico. Por sua vez, o jusnaturalismo é a corrente jurídica que engloba todos pensamentos surgidos no decorrer da história em torno do Direito Natural, ainda que, sob diferentes faces.
	Em face do fortalecimento do positivismo na primeira metade do século XX, aliado aos excessos praticados ao final do Século IX pela Escola do Direito Natural (que não se confunde com o Direito Natural, sendo apenas mais uma espécie do gênero), o Jusnaturalismo passou por momentos críticos, vivendo, contudo, uma fase de renascimento.
	Defendem os Jusnaturalistas que a lei, para que atinja a realização da justiça, deve estar irremediavelmente apoiada em princípios de Direito Natural.
 
Direito Positivo - JUSPOSITIVISMO:
 	Enquanto o Direito Natural reflete a uma ordem de justiça que a natureza ensina ao homem através da razão e da experiência, o Direito Positivo é aquele que o Estado impõe à sociedade. Contudo o entendimento correto é o de que o Direito Positivo deve estar adaptado aos princípios fundamentais do Direito Natural, refletidos no respeito à vida, à liberdade e aos desdobramentos filosóficos que lhe são inerentes.
No entender dePaulo Nader “Positivo é o Direito institucionalizado pelo Estado. É a ordem jurídica obrigatória em determinado lugar e tempo”. Conquanto tenha como característica a regra escrita, admite normas costumeiras orais. Daí ser o Direito Consuetudinário (Costumeiro) fonte do Direito. �
	Isto apenas como expressão da vontade do Estado, é um instrumento que tanto pode servir à causa humana e, dessa forma cumprir com a sua finalidade, como pode agir negativamente consagrando valores nocivos à humanidade.
	O Positivismo Jurídico, enquanto escola de pensamento, rejeita todos os elementos abstratos na área do Direito, inclusive o ideário de Direito Natural. A lei assume a condição de valor único. Tem como próceres Hans Kelsen e Leon Duguit, e no Brasil, Tobias Barreto, Clovis Beviláqua, Sílvio Romero, Pedro Lessa e Pontes de Miranda.
Na definição de Paulo de Dourado Gusmão, Direito Positivo “é o direito vigente, histórico, efetivamente observado, passível de ser imposto coercitivamente”. É o direito vigente, estabelecido nas constituições, códigos, 
leis, decretos, resoluções, tratados internacionais, costumes, decisões de tribunais, dentre outros.� 
	Possui dimensão temporal, pois é direito promulgado (legislação) ou declarado (precedente judicial), tendo vigência a partir de determinado momento histórico, perdendo-a quando revogado em determinada época. Reflete valores, necessidade e ideais históricos. É o direito que tem ou teve vigência.�
“Ordem e progresso” - a frase existente na bandeira do Brasil - é um dos conceitos fundamentais dos positivistas, pois, segundo eles, esses conceitos seriam imprescindíveis para a organização de uma sociedade.
A justiça é absoluta?�
Linha positivista - Não. É algo subjetivo e as medidas do justo são variáveis e variam de grupo para grupo e até de pessoa para pessoa. “É um ideal irracional, um bonito sonho da humanidade”. Justo é aquilo que o legislador dispõe.
Linha jusnaturalista - Sim. A medida do justo deriva do Direito Natural que é eterno, imutável e universal.
	A superação da Pequena Dicotomia: 
	Como se pode notar, de um lado havia a corrente dos jusnaturalistas, que, na prática, pregava que alguns valores (tais como a vida, liberdade, etc...) eram tão inatos à humanidade que não haveria sequer a necessidade de o Direito protegê-los. 
Ocorre que a História mostra que tal situação é impossível, tanto que, hoje, mesmo havendo leis que protegem a vida, isso não garante efetivamente que o ser humano respeitará a integridade do próximo.
Embora do ponto de vista conceitual e filosófico seja uma ideia magnífica, o Direito colocado dessa forma não seria capaz de proteger a sociedade.
	Por outro lado, a corrente dos juspositivistas, pregava que o Direito se resumia basicamente ao cumprimento das normas, de forma que toda abstração, em especial, os valores morais não importavam.
Ocorre que, no início do Século XX, justamente no auge do normativismo de Kelsen, boa parte dos governos ocidentais eram ditaduras - seja de esquerda ou direita – onde a Lei representava apenas a vontade de governos despóticos (Itália, Alemanha, Polônia, Turquia, etc...).
Kelsen, judeu austríaco, temeroso das chamadas "Leis de Nuremberg" de Hitler, que alijavam os judeus da sociedade e possibilidade da anexação da Áustria e aplicação das mesmas em seu País, foge para os EUA. Nesse momento, até mesmo ele constata na própria carne que o Direito visto apenas como o dever de cumprir regras, não protege, pois - como ocorria em todas as ditaduras da época -as leis podem eram feitas sem qualquer respeito à vontade coletiva.
	Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo jurídico entra em choque moral. Como o Direito que devia proteger a humanidade, simplesmente serviu como instrumento institucional para a aniquilação de diversas sociedades?
Daí que, de um lado, os jusnaturalistas aceitam que sem a presença do Direito normatizando os valores do chamado "Direito Natural" é impossível efetivá-los, ou seja, não são verdadeiramente direitos, já não são passíveis de serem utilizados.
Por outro lado, os positivistas ficam estarrecidos ao ver como a Lei pode ser instrumento da maldade, quando desprovida de valores em seu conteúdo. A constatação de que seguir regras não era suficiente, pois as regras podem ser criadas para oprimir, ao invés de proteger - que é o objetivo primordial do Direito - deitou em terra as premissas básicas do Juspositivismo. Os filósofos juspositivistas, então, passaram a aceitar a tese de que os valores são importantes para o Direito, no momento de sua criação.
O fato de ambas as correntes cederem em suas principais premissas, permitiu, na prática, o surgimento de uma terceira corrente: o Pós Positivismo. O Direito passa a assumir uma feição mais moderna, onde os jusnaturalistas aceitam que os valores do Direito Natural sejam efetivamente protegidos pelo Direito, na mesma forma que os juspositivistas, se preocupam com os valores, durante a formação das leis. 
Não por acaso, a Declaração dos Direitos do Homem é considerada a primeira legislação de feição pós positivista e seu artigo 1º declara peremptoriamente que "todos são iguais perante a lei".
Considerando que uma dicotomia é basicamente a divisão de um conceito em dois conceitos antagônicos, o surgimento de uma terceira corrente, fulmina a ideia de uma dicotomia, ou seja, com o advento do Pós Positivismo, perde sentido o conflito entre as correntes dos jusnaturalismo e o juspositivismo.
Por fim, é importante ressaltar que, o Pós Positivismo mais do que serenar esse conflito ideológico, abriu espaço para o que chamamos hoje de DIREITOS HUMANOS.
CONCLUSÃO: Com o fim da II Grande Guerra e o advento do Pós Positivismo, de um lado os jusnaturalistas compreendem que os chamados Direitos Naturais não são efetivos, se não constarem da Lei, pois sem a sua existência legal, o cidadão não pode evocar a proteção do Estado. Por outro lado, os juspositivistas, compreendem que a Lei não pode ser um fim, em si mesma. Passam a entender que ela só tem legitimidade se estiver imbuída de valores sociais, ou seja, se representa uma necessidade da sociedade.
Diferenças entre Direito Público Interno e Externo e o Direito Privado Interno e Externo – A GRANDE DICOTOMIA.
 
	A GRANDE DICOTOMIA DO DIREITO: 
	Para se compreender a questão tratada na chamada Grande Dicotomia do Direito - Direito Público x Direito Privado -, é primordial que se conheça ambos os institutos jurídicos.
	DIREITO PÚBLICO: 
	Direito Público Interno: Quando o Estado participa da relação jurídica com seu poder de mando (imperium) que lhe é inerente. Ocorrem quando são disciplinados os interesses gerais da coletividade, nos quais o interesse público se impõe. Exemplo: Relações entre o Fisco e o contribuinte, relações entre o Estado e seus funcionários, relações entre o Estado e cidadão que teve seu imóvel desapropriado, etc;
	Direito Público Externo: Estabelece as relações entre países. Nesse caso, não há poder de “imperium”. As relações entre as partes não são de subordinação, mas sim, de coordenação.
 
DIREITO PRIVADO: 
	É o Direito em que predomina o interesse privado e em que as partes se apresentam em condições de igualdade, podendo nelas o Estado participar, desde que não investido de sua autoridade ius imperium. Exemplo: As relações decorrentes de um contrato, seja entre particulares, seja entre o Estado e uma pessoa física ou jurídica, é uma relação de direito regulada pelos instintos constantes do Direito Civil.
	Segundo Tércio Sampaio Ferraz Jr. “No direito privado vige, supremamente, o princípio da autonomia privada. Os entes privados gozam dessa capacidade de estabelecer normas conforme seus interesses”.�
Vivendo o Pós Positivismo...
Retorno ao Direito Natural após 1945� 
Ministra do STF reconhece adoção de criança por casal homoafetivo.
A ministraCármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou recurso do Ministério Público do Paraná e manteve decisão que autorizou a adoção de crianças por um casal homoafetivo. Na decisão, a ministra argumentou que o conceito de família não pode ser restrito por se tratar de casais homoafetivos.
No entendimento de Cármen Lúcia, o conceito de família, com regras de visibilidade, continuidade e durabilidade, também pode ser aplicado a pessoas do mesmo sexo.
"O conceito contrário implicaria forçar o nosso Magno Texto a incorrer, ele mesmo, em discurso indisfarçavelmente preconceituoso ou homofóbico”, justificou a ministra na decisão.
A decisão de Cármen Lúcia foi baseada na decisão do plenário do Supremo que reconheceu, em 2011, por unanimidade, a união estável para parceiros do mesmo sexo. Na ocasião, o ministro aposentado Ayres Britto, então relator da ação, entendeu que “a Constituição Federal não faz a menor diferenciação entre a família formalmente constituída e aquela existente ao rés dos fatos. Como também não distingue entre a família que se forma por sujeitos heteroafetivos e a que se constitui por pessoas de inclinação homoafetiva".
A decisão foi publicada no dia 17 de março de 2015.
Perceba que com esta decisão, o STF pacificou um conflito social, por meio da aplicação do direito.
Observação: Para saber mais e ter acesso ao inteiro teor da decisão da Ministra Cármen Lúcia acesse o link: http://www.conjur.com.br/2015-mar-20/carmen-lucia-reconhece-adocao-restricao-idade-casal-gay
Aula 04
	Principais ramos do Direito Público Interno;
	Principais ramos do Direito Privado Interno;
Unificação do Direito Privado;
O Direito Misto
	A Questão do Direito do Trabalho;
	A Questão da superação da Dicotomia do Direito Público e Privado 
  
Principais ramos do Direito Público Interno 
 
	Direito Constitucional - 
	Regula a estrutura fundamental do Estado e determina as funções dos respectivos órgãos. As suas normas referem-se à organização fundamental do estado e regem a estruturação e o funcionamento dos seus órgãos, alem das relações mantidas com os cidadãos.
As normas constitucionais dispõem sobre a auto-organização do Estado, limitando a ação de governo ao estabelecer faixas de competência; bem como consagram o Direito de garantia das pessoas, sendo certo que as constituições modernas estabelecem todo um rol de garantias fundamentais do homem.�
	Direito Administrativo
	Regula não só a organização como também o funcionamento da administração pública. As suas normas referem-se às relações dos órgãos do estado entre si ou com os particulares. Esse direito, estabelece as bases para a realização do serviço público, isto é, da atividade estatal dirigida à satisfação das necessidades coletivas consideradas de fundamental importância.
Está profundamente inserida no nosso cotidiano, pois não apenas estabelece as regras internas da administração pública, como tecem parâmetros de conduta externa, tais como os códigos de postura, caça e pesca, extratividade mineral, e outros. 
Ainda em plena fase desenvolvimento no Brasil, busca dar à administração pública uma “performance” mais profissional de modo a dar mais eficiência no atendimento à demanda dos serviços públicos. �
	Direito Penal
	É o ramo do Direito Público que define os crimes, estabelece as penalidades correspondentes e dispõe sobre as medidas de segurança. Também recebe a denominação de Direito Criminal. O Direito Penal é bastante influenciado pela Moral, sendo que na definição das infrações, baseia-se em princípios morais relevantes e essenciais ao bem-estar público.�
O Direito Penal visa garantir a segurança individual, a ordem pública e paz social. Tutela bens existenciais (vida, saúde, honra, liberdade, integridade física, etc) e bens patrimoniais, bem como a ordem pública, bons costumes, funcionamento do Estado, bens e interesses do Estado.�
	Direito Processual (Direito Judiciário)
	Regula o exercício do direito de ação, assim como a organização e funcionamento dos órgãos judiciais. As suas normas disciplinam todos os atos judiciais, tendo em vista a aplicação do Direito ao caso concreto. É o ramo que se dedica à organização e que regula a atividade jurisdicional do Estado para a aplicação das leis a cada caso.
	Direito Financeiro
	O direito financeiro é uma disciplina que tem por objeto toda a atividade financeira do Estado concernente à realização da receita e despesa necessárias à execução do interesse da coletividade.
	Direito Tributário
	O direito tributário disciplina às relações entre o Fisco e os contribuintes, tendo como objeto primordial o campo das receitas de caráter compulsório, isto é, as relativas à imposição, fiscalização e arrecadação de impostos, taxas e contribuições, determinando-se, de maneira complementar os poderes do Estado e a situação subjetiva dos contribuintes, como complexo de direitos e deveres.
Suas sanções são tanto patrimoniais (multa, correção monetária, etc) quanto pessoais (prisão), nesse caso com o diferencial de que, a prisão pode ser atenuada caso o contribuinte infrator quitar o débito fiscal, quando notificado para tal.�
	Direito Canônico
	O que regula as relações da Igreja. Consiste em um conjunto de normas disciplinares que regulam a vida de uma comunidade religiosa ou as decisões dos seus concílios.
	Direito Internacional Público
	Regula as relações dos Estados soberanos entre si. As normas tutelam as relações dos titulares de direitos subjetivos no plano Internacional e estabelecem o regime jurídico da convivência dos Estados soberanos, regulando as relações dos países considerados como sujeitos de direito e de deveres, estabelecidos por acordo, ou por costume.
	Direito do Menor
	Regula todos os aspectos e medidas à assistência, proteção e vigilância a menores de dezoito anos que se encontrem em situação irregular, segundo a definição legal, e a menores de dezoito a vinte um anos de idade nos casos expressos em lei.
	Direito de Minas
	Regula as questões concernentes aos recursos minerais, sua industrialização e produção, assim como a distribuição, o comércio e o consumo de produtos minerais.
	Direito Eleitoral
	Regula todos os aspectos pertinentes ao sufrágio. As suas normas destinam-se a assegurar a organização e o exercício do direito de votar a ser votado.
	Direito Político
	Regula os direitos e os deveres do estado no âmbito interno, abrangendo a denominada Teoria Geral do Estado e a História das Idéias Políticas.
	Observações sobre o Dir. Processual: 
	O Direito Processual Civil regulamenta o processo que tem por objeto, matéria cível, ou seja, todo litígio não encampado na âmbito penal. A iniciativa depende da vontade das partes e seus efeitos alcançam somente os indivíduos que são parte no processo.
	O Direito Processual Penal dispõe sobre a ação penal, ou seja, o exercício do poder punitivo do Estado e, ao contrário de que ocorre no cível, a ação pode sofrer alteração no seu decorrer, atingindo indivíduos que inicialmente não integravam o processo. 
	Além das distinções clássicas, no Brasil, começa-se a discutir a existência de relação processual administrativa, o que, num primeiro instante faz bastante sentido, na medida em que o processo administrativo segue ritualística bastante similar à do Direito Processual.�
	Ramos do Direito Privado Interno;�
	Direito Civil
	Regula os interesses fundamentais do homem no que concerne às relações dos indivíduos com as próprias pessoas, com os seus bens, com suas obrigações e ainda no que diz respeito às sucessões. 
É o conjunto de normas que regulam os interesses fundamentais do homem, pela simples condição de ente humano. Vinha perdendo prestígio, na medida em que suas subdivisões se tornam autônomas, mas resgatou sua força com a tendência unificadora atual do D. Privado.
Certamente, o mais cotidiano dos direitos, trata do dia a dia do cidadão em suas relações particulares. ODireito Civil já era praticado no Direito Romano, ante a constatação de que os direitos individuais, em nada interessavam ao Estado.
	Direito Empresarial
	Regula as relações jurídicas inerentes ao comércio e às atividades empresariais. Normas que disciplinam sob os mais variados aspectos a atividade mercantil.
De apêndice do Direito Civil, tornou-se autônomo na medida em que, a partir da Idade Média, o comércio naval se agigantou e necessitou alto grau de normatização. Com a unificação do D.Privado e a sua assimilação pelo Código Civil, dizem alguns autores que se tornou novamente um sub-ramo do D. Civil.
	Direito Industrial
	Regula a propriedade industrial, envolvendo principalmente os aspectos relacionados à concessão de privilégios e de registro, assim como os concernentes à repressão a falsas indicações de procedência e a concorrência desleal.
	Direito Internacional Privado
	Dedica-se à solução dos conflitos de leis no espaço.
Direito do Trabalho*: É o corpo de princípios e normas jurídicas que ordenam a prestação do trabalho subordinado ou a este equivalente, bem como os riscos e as relações que dela se originam. Normatiza a convivência entre empregador e empregado dentro da empresa moderna. Até meados do século XX, ainda se encontrava sujeito ao Direito Civil.
A posição do Direito Misto há décadas desperta dissonância doutrinária, pois, quando de sua aparição no Brasil era considerado D. Público. Mais tarde, por sua natureza híbrida, foi considerada como Direito Misto (ver abaixo). Atualmente, autores o identificam ora como Direito Privado, ora como Direito Social, conforme a corrente filosófica do autor.
A Unificação do Direito Privado.
A unificação do Direito Civil no Brasil partiu da idéia de Teixeira de Freitas, que à época do Império recebeu a incumbência de elaborar um Código Civil, concluindo seu trabalho em 4.098 artigos no monumental esboço de Código Civil, declarou haver chegado à conclusão de que as obrigações civis e mercantis deviam ser disciplinadas num só Código.�
Hoje, com o novel Código Civil essa tendência retorna já que o Direito Financeiro, por exemplo, foi completamente assimilado por ele. O Direito do Trabalho, como foi dito, grande parte dos autores modernos o enquadra como Direito Social. 
Por essa visão, tanto o Direito de Família quanto o Direito empresarial, por exemplo, estariam subordinados ao Direito Civil, o que justificaria essa tendência de unificação.
Principais teorias contrárias à divisão clássica:
	Teoria Monista (Hans Kelsen) – Suprime a bipartição do Direito Positivo em Público e Privado. Partindo de sua Teoria Pura do Direito, desenvolveu a tese de que toda a produção jurídica emana do Estado, de forma que todo Direito é, em essência, público. Jellinek, com menos rigor, limitou-se a declarar a dependência do Direito Privado ao Público.
Trialismo – Admite a existência do Direito Misto, como pretende Paulo Dourado de Gusmão, entendendo que o mesmo tutela, tanto o interesse público ou social, como o interesse 
privado. Paulo Nader discorda, na medida em que a sua admissão implicaria na supressão dos demais, pois em todos os ramos do Direito há normas de um ou outro gênero.
	A Questão do Direito do Trabalho;
	Inicialmente classificado como ramo do Direito Público, em razão da presença de normas públicas, autores como Paulo Nader evoluíram para o conceito de que o Direito do Trabalho está melhor classificado dentro do Direito Privado, já que as suas relações jurídicas não são de subordinação. O Estado interfere criando normas, mas não é sujeito da relação e, mesmo quando é, não detém o “imperium”.
Já Paulo Dourado de Gusmão, defende que, justamente por possuir tanto características de Direito Público e Privado deve ser categorizado como DIREITO MISTO. Outros autores, como a Prof. Raquel Hogeman acreditam pertencer ao novo ramo denominado Direito Social. 
O Direito Misto
No Brasil, Paulo Dourado de Gusmão, conforme indicado acima é o prócer da corrente que defende a figura do DIREITO MISTO. Entende-se por Direito Misto ramo ou instituto jurídico que tenha tanto características de Direito Público e Privado.
Assim, a questão da propriedade no Brasil há de ser analisada sob um prisma diferenciado. Com base no Direito Romano, o Direito Brasileiro sempre teve a propriedade como um direito privado de natureza absoluta. Ocorre que a Constituição Brasileira optou pelo modelo de propriedade social, impondo ao proprietário dar função social ao seu imóvel, sob pena de perdê-lo. Assim, o Estado ganha um poder interventivo efetivo sobre a propriedade privada, equilibrando as relações de natureza pública e privada. Tem-se, portanto que a propriedade no Brasil é tipicamente de Direito Misto.
Ramos como o Direito Marítimo, o Direito aeroespacial, dentre outros, igualmente são norteados tanto pelo Direito Público quanto pelo Privado, de forma que seriam categorizados como Direito Misto.
Cabe mencionar que a corrente do Direito Misto é majoritária no Direito Brasileiro
O Direito Social
Tendência nova na Doutrina Brasileira, cujos principais autores defendem que alguns ramos do Direito, por sua natureza são estritamente sociais. Com o Advento da Constituição de 1988, com efeito, alguns institutos jurídicos receberam maior proteção jurídica, por estarem adstritos a questões de natureza social. O Direito de Propriedade, por exemplo, é caso emblemático já que o mau uso da propriedade pode acarretar na sua perda.�
A Teoria do Direito Social é sustentada pelos doutrinadores que reconhecem a existência de um terceiro gênero na Enciclopédia Jurídica, ao lado do Direito Público e do Direito Privado, chamado "Direito Social". Seu principal representante é CESARINO JÚNIOR.
Para os adeptos desta teoria, o Direito Social abrange todas as normas de proteção às pessoas economicamente fracas. Assim, seriam ramos do Direito Social, o Direito do Trabalho e o Direito da Seguridade Social.
	DIREITO SOCIAL
	
	Direito do Trabalho
	Regula as relações trabalhistas. Suas normas referem-se à organização do trabalho, privado e subordinado, sob os mais variados aspectos, inclusive acerca dos direitos e interesses legítimos dos trabalhadores.
	
	Direito da Previdência e Assistência Social
	Disciplina precipuamente a garantia dos meios indispensáveis à manutenção, por idade avançada, incapacidade, tempo de serviço, encargos familiares, prisão ou morte, dos trabalhadores, à manutenção dos seus beneficiários, assim como a organização dos serviços destinados à proteção da saúde e bem-estar deles.
	
Na visão deste autor, lamentavelmente, em que pese a Constituição Brasileira tratar o Direito Previdenciário como Direito Social, na prática é Direito Financeiro. Enquanto a doutrina e a legislação se importam com o lado social, os governos basicamente se ocupam das questões atuariais e a sua capacidade de custeio.
Teoria do Direito Unitário ou do Direito Misto com Unicidade Conceitual
Esta teoria é sustentada por EVARISTO DE MORAES FILHO e ARNALDO SUSSEKIND. O primeiro utiliza o termo: "Direito Unitário", o segundo prefere "Direito Misto com Unicidade Conceitual". Os demais defensores desta teoria adotam uma ou outra denominação.
Segundo esta orientação doutrinária, o Direito do Trabalho é resultado da fusão de ramos do Direito Público e de Direito Privado que origina um todo orgânico, totalmente distinto dos dois ramos que lhe deram origem.
A teoria do Direito Unitário difere-se da Teoria do Direito Misto por entender o Direito do Trabalho como um amálgama e não uma mera mistura de substâncias dos dois gêneros clássicos. Do ponto de vista científico, é, indubitavelmente, mais coerente”.�
A Questão Da Superação Da Dicotomia Do Direito Público e Privado
	Como é comum no Direito, o debate de idéias é freqüente e muito se aplica na questão da Dicotomia entre o Direito Público e o Privado. O tema ainda é motivos de acaloradas discussões acadêmicas, já que muitosautores e professores modernos adotam a tese do Direito Misto e, destarte, consideram superada tal dicotomia. Outros, como Paulo Nader, rejeitam tal superação e continuam adotando a divisão clássica.
	A Dicotomia entre o Direito Público e o Privado é histórica, servindo a propósitos ideológicos. Com início em Roma, a divisão foi praticamente abandonada na Idade Média e resgatada pelo Direito liberal burguês, que pretendia o afastamento do Estado nas relações jurídicas, sobretudo, no que se referia a direitos trabalhistas.
Como bem salienta J.M.Leoni Lopes de Oliveira, partindo dos ensinamentos de Norberto Bobbio, o simples fato de o estudo das diferenças entre o Direito Público e Privado, ser fundamental para a compreensão futura do Direito Civil, o estudo de tal dicotomia se torna essencial.� 
CONCLUSÃO: As novas teorias trialistas, em especial, a do Direito Misto, muito difundida entre os doutrinadores brasileiros, por exemplo, faz que reste superada a velha contenda entre Direito Público e Privado. Na medida em que uma dicotomia é a divisão antagônica de dois conceitos, o surgimento de um terceiro, acaba por fulminar a velha questão.
Aula 05
 
	Fontes do Direito �
	Conceito e Classificação
	Distinção entre Fontes Materiais e Formais do Direito
	A Lei
	Os Costumes
O Papel da Doutrina e Jurisprudência no Sistema Jurídico Brasileiro
Súmula Vinculante
 
  
	Fontes do Direito: 
 
	Aspectos Gerais:
	Segundo Paulo Nader, “A doutrina jurídica não se apresenta uniforme quanto ao estudo das fontes do Direito”. A divergência se dá, sobretudo, em relação ao elenco das fontes.
	O termo “Fonte do Direito” é sempre utilizado de forma metafórica, já que em sentido estrito, fonte vem a ser uma nascente donde brota uma corrente de água.
	Conceito:
	A fonte do direito é o seu elemento formador. Donde o Direito vai buscar sua essência. Significa a origem do direito, é de onde provém o Direito. 
 
Classificação:
As fontes do Direito, via de regra, são classificadas em materiais e formais. No entanto, Paulo Nader defende que apesar das mutações do direito no tempo e no espaço, ele contém idéias permanentes que se conservam presentes da ordem jurídica, pelo que, defende a existência de Fontes Históricas.
	Fontes Materiais.
	A fonte material ou real aponta a origem do direito, configurando sua gênese, daí ser fonte de produção, aludindo a fatores éticos, sociológicos, históricos, políticos, etc., que produzem o direito, condicionam o seu desenvolvimento e determinam o conteúdo das normas.�
	Fontes Formais.
	A Fonte Formal dá forma às fontes materiais. Refere-se ao modo de manifestação do direito mediante os quais o jurista conhece e descreve o fenômeno jurídico, sendo, portanto, fonte de cognição. Podem ser Estatais e Não estatais.� Paulo D. Gusmão admite ainda a subdivisão normas Supra-estatais.
	Fontes Estatais: Lei, regulamento, decreto, medida provisória;
	Fontes Infra-Estatais: Costume, contrato coletivo de trabalho, jurisprudência, doutrina;
	Fontes Supra-Estatais: Tratados Internacionais, costumes internacionais, princípios gerais do direito dos povos civilizados.
 
( materiais ou reais: apontam a origem do Direito; são as forças sociais criadoras do Direito.
Fontes 					 
 ( formais: são os modos ou formas de manutenção do Direito.
 
	Distinção entre Fontes Materiais e Formais do Direito
	Fontes Materiais: As fontes materiais são o conjunto de valores ou circunstâncias sociais que, constituindo o antecedente do direito, contribuem para a formação do conteúdo das normas jurídicas. Consistem no conjunto de fatos sociais determinantes do conteúdo do direito nos valores que ele busca realizar fundamentalmente sintetizados no conceito amplo de justiça.
	Segundo Paulo Dourado de Gusmão, as fontes materiais “São as constituídas por fenômenos sociais e por dados extraídos da realidade social, das tradições e dos ideais dominantes, com as quais o legislador resolvendo questões que dele exigem solução, dá conteúdo ou matéria às regras jurídicas, isto é, às fontes formais do direito (lei, regulamento etc)”.�
	Por sua vez, define as fontes formais como os “meios ou as formas pelas quais o direito positivo se apresenta na História” ou ainda “os meios pelos quais o direito positivo pode ser conhecido.
	São os meios ou formas (lei, costume�, decreto, etc) pelos quais a matéria (econômica, moral, técnica, etc), que não é jurídica, mas que necessita de disciplina jurídica, transforma-se em jurídica.
	A Lei
	A Lei é a principal fonte do Direito Moderno. Historicamente, a primeira legislação de que se tem notícia é o Código de Hamurabi, da Babilônia, que depois se apurou não ser o mais antigo, mas o mais completo que se conhece.
	Lei: Norma escrita, geral e abstrata, garantida pelo poder público, aplicável por órgãos do Estado, enquanto não revogada.�
Para Paulo Nader “A lei é a forma moderna de produção do Direito Positivo. É ato do Poder Legislativo, que estabelece normas de acordo com os interesses sociais. Não constitui, como outrora, a expressão de uma vontade individual (L´État c´est moi), pois traduz as aspirações coletivas”. 
	Apesar de ser uma elaboração intelectual que exige técnica específica, não tem por base os artifícios da razão, pois se estrutura na realidade social. Sua fonte material é representada pelos próprios fatos e valores que a sociedade oferece.�
	Como obra humana, o processo legislativo apresenta pontos vulneráveis e críticos. Hervath indica dois aspectos negativos das leis, como fatores da crise do Direito escrito: a) o Decretismo, isto é, excesso de leis; b) vícios do parlamentarismo, quando o legislativo se perde em discussões estéreis sem se atentar para as exigências atuais da sociedade.
	O que Hervath aponta como Decretismo, denomino fúria legiferante. Fosse a justiça medida pelo número de leis existentes, seria o Brasil, provavelmente, o mais justo dos países. Num período extremamente curto do ponto de vista histórico, ou seja, em pouco mais de 100 anos de república, já convivemos com nada menos que seis Constituições.�
	Se a lei deve corresponder a uma determinada necessidade social, não pode, evidentemente, ser um fim em si mesma. Ou seja, o legislador não tem legitimidade para criar leis ao seu alvedrio, apenas para ilustrar o seu currículo eleitoral.
	A lei não é mero pedaço de papel. Não é vaga teoria. Pelo contrário, recai sobre si uma das mais relevantes funções sociais e, como tal, deve merecer todo o cuidado inerente, sob pena de recair sobre si, o estigma da leviandade.�
	LEI EM SENTIDO AMPLO: Em sentido amplo, emprega-se o vocábulo lei para indicar o jus scriptum (direito escrito).
	LEI EM SENTIDO ESTRITO: Nesse sentido, lei é o preceito comum e obrigatório, emanado do Poder Legislativo, no âmbito de sua competência.
	Formação da Lei
	
	Iniciativa;
	Exame pelas Comissões Técnicas, Discussão e Aprovação; 
	Revisão do Projeto;
	Sanção;
	Promulgação;
Publicação.
	Os Costumes�
	Através dos tempos, o Direito Positivo sempre manteve uma íntima conexão com os fatos sociais que constituem, na realidade, a sua fonte material. 
	O Costume é o uso implantado numa coletividade e considerado por ela como juridicamente obrigatório, provém da prática reiterada e uniforme de um certo procedimento.
	O Direito Costumeiro ou Consuetudinário pode ser definido como um conjunto de normas de conduta social, criadas espontaneamente pelo povo, utilizadas reiteradamente, e que geram certeza de obrigatoriedade, reconhecidas e impostas pelo Estado.
	Enquanto a lei é um processo intelectual que se baseia em fatos e expressa a opinião do Estado, o costume é uma prática gerada espontaneamente pelas forças sociais. A lei é Direito que aspira à efetividade e o costume é a norma efetiva que aspira à validade.
�
	ReferênciasLei
	Costume
	Autor
	Poder Legislativo
	Povo
	Forma
	Escrita
	Oral
	Obrigatoriedade
	Início da Vigência
	A partir da efetividade
	Criação
	Reflexiva
	Espontânea
	Positividade
	Validade que aspira à
	Efetividade que aspira à 
	 
	Efetividade
	validade
	Condições de validade
	Cumprimento de formas e respeito
	Ser admitido como fonte e respeito
	 
	à hierarquia das fontes
	à hierarquia das fontes
	Quanto à legitimidadade
	Quando traduz os costumes e valo-
	Presumida
	 
	res sociais
	 
	Mesmo em países, como a Inglaterra, onde a jurisprudência é fonte essencial, a lei votada pelo Legislativo vem ganhando espaço no sistema jurídico.
	O Papel da Doutrina e Jurisprudência no Sistema Jurídico Brasileiro
	Doutrina
	A Doutrina ou Direito Científico compõe-se de estudos e teorias, desenvolvidos pelos juristas, com o objetivo de sistematizar e interpretar normas vigentes e de conceber novos institutos, reclamados pelo momento histórico.�
	Paulo Nader ensina que a doutrina se revela em três direções: Na formação das leis, no processo de interpretação do Direito Positivo e na crítica aos institutos vigentes.
	Atividade Criadora: A fim de acompanhar a dinâmica da sociedade, deve o 
Direito evoluir sob a criação de novos princípios e formas. Ao jurista cabe captar as necessidades sociais e converte-las em novos conceitos jurídicos. A doutrina, portanto, introduz novos ensinamentos, conceitos e teorias no mundo jurídico. 
	Função Prática: Ao estudar o Direito Positivo, tende o jurista a lidar com vasta gama de normas jurídicas dispersas, devendo, portanto, sistematiza-las, pois somente tal organização permitirá conhecer o alcance da pesquisa. O resultado dessa seleção e interpretação do Direito Vigente vem a ser útil não apenas para os profissionais do Direito, como para aquele que está sujeito às normas e que a elas estão obrigados a cumprir.
	Atividade Crítica: O papel dos juristas não deve se limitar a interpretar a mensagem contida nas normas. É fundamental que tenha visão axiológica, avaliando a legislação sob vários prismas. Deve acusar suas falhas conceituais. Há de gerar divergências, sendo que o embate no campo das idéias é que germina em novas fórmulas que irão se refletir nas futuras leis.
	Com relação à doutrina, no sistema continental ou Civil Law é utilizada apenas como fonte de consulta, na medida que este se baseia na lei, como principal fonte formal. É a doutrina, portanto, fonte material e auxilia na formação de norma jurídica ou de decisões judiciais, despida de caráter obrigatório.
	Para efeitos práticos ao aluno. Doutrina é sinônimo de ensinamento.
	Jurisprudência
	O conceito atual de JURISPRUDÊNCIA serve para indicar os precedentes judiciais, ou seja, a reunião de decisões judiciais, interpretadoras do Direito Vigente.� A Jurisprudência vem a ser, no entender de Paulo Nader, a definição do Direito elaborada pelos tribunais.
	A Jurisprudência se apresenta sob três espécies:
secundum legem:
praeter legem:
contra legem:
	Tecnicamente, a Jurisprudência situa-se entra a lei e o costume. Enquanto carrega um processo de reflexão na sua formação, tal como ocorre com a lei, necessita de uma pluralidade de atos, conforme o costume.
	Em relação ao costume, possui similaridades e distinções. Ambos tem como elemento formador a prática reiterada, de um lado a repetição de determinada prática pelo povo, o Costume; e de outro, a Jurisprudência que requer uma série de decisões judiciais sobre determinada questão legal.
	Distinguem-se, sobretudo, em três aspectos:�
Enquanto a norma costumeira é obra de uma coletividade de indivíduos que integram a sociedade, a jurisprudência é produto de um setor da organização social;
norma costumeira é criada no relacionamento comum dos indivíduos, no exercício natural direitos e de cumprimento de deveres; a jurisprudência forma-se, geralmente, diante de conflitos e é produto dos tribunais;
a norma costumeira é criação espontânea, enquanto a jurisprudência é elaboração intelectual, reflexiva.
	A despeito de correntes doutrinárias divergentes, prevalece o entendimento de que são a doutrina e a jurisprudência, fontes do Direito. No entanto, ao contrário do que ocorre nos países de origem anglo-saxônica, onde os costumes podem ser reconhecidos pelos tribunais e, destarte, constituir norma jurídica, no Brasil é apenas fonte de consulta.
	O Brasil adota o Civil-Law, também denominado sistema continental ou Sistema Romano Germânico, com base no direito romano e no direito consuetudinário germânico. Nesse sistema, a Lei é a principal fonte do Direito.�
	Nos países que adotam a Commom Law ou Sistema Anglo-Saxônico, via de regra, o Direito é declarado pelo juiz e tem no precedente judicial a sua fonte principal. Nesse sistema, a lei ocupa papel secundário, provocada por situações excepcionais. No entanto, a lei confeccionada pelo Legislativo vem alçando cada vez mais espaço naquele sistema legal.
Súmula: Mero enunciado de uma jurisprudência, ou seja, resumo da decisão. 
Ex: Súmula 413 (STJ): “O farmacêutico pode acumular a responsabilidade técnica por uma farmácia e uma drogaria ou por duas drogarias”.
	Súmula Vinculante
Cabe mencionar, porém que com o advento da – malfadada – Emenda Constitucional 45, passamos a adotar a súmula vinculante, através da qual uma decisão judicial pode em deteminados casos, ter força de lei, conforme ocorre nos países que adotam o Common Law.
	“É preciso, portanto, ponderar o fato de que ao introduzir instrumento alienígena incompatível com nosso sistema jurídico, a despeito de engessar o direito, atribui ao Poder Judiciário verdadeiro poder legiferante. Deixa, de ser legislador atípico negativo para ser criador de norma jurídica com força de lei. Passa a positivar norma jurídica com o mesmo alcance daquela produzida pelo Poder Legislativo. Torna-se legislador”.�
	Dessa forma, a jurisprudência como fonte de direito, em nosso ordenamento jurídico deve ser apreciada com cautela. Em se tratando apenas de precedente judicial ordinário, ainda que sumulado, é mera fonte de consulta, ou seja, fonte material. Um vez transformada uma súmula, pelo STF em Súmula Vinculante, é norma em sentido objetivo, ou seja, fonte formal...lamentavelmente!
CONCLUSÃO: É importante lembrar que existem sistemas jurídicos diferentes, em virtude do processo histórico em que se desenvolveram.
Na medida em que herdou de Portugal o Civil Law, o Brasil tem na LEI (stricto sensu) a sua principal fonte formal. A Doutrina e a Jurisprudência são fontes de consulta, logo, fontes materiais, pois não são de uso obrigatório.
Contudo, com o advento das Súmulas Vinculantes, essa espécie de jurisprusdência é considerada fonte formal, já que tem força de lei e, assim, se constitui em norma jurídica.
ANEXO I AULA V
Abaixo, a demonstração de como tal produção tende a ser rápida e abundante:�
SÚMULA VINCULANTE Nº 1
ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante de termo de adesão instituído pela lei complementar nº 110/2001.
SÚMULA VINCULANTE Nº 2
é inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
SÚMULA VINCULANTE Nº 3
nos processos perante o tribunal de contas da união asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
SÚMULA VINCULANTE Nº 4
salvo nos casos previstos na constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão

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