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15 Piroplasmasida

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Parasitologia Veterinária – Piroplasmasida
- Classe Piroplasmasida:
	- Ordem Piropasmorida: 
	- Família Babesidae:
	- Gênero Babesia:
	- São parasitos de hemácias de diferentes animais domésticos e silvestres e homens.
	- Primeiro protozoário conhecido por ser transmitido por artrópode.
	- Podem ser pequenas ou grandes. Multiplica-se por divisão binária e após a multiplicação apresentam um formato piriforme.
	- Conhecidas popularmente por piroplasmas.
	- Ciclo biológico: 
	- Após o carrapato se alimentar do sangue do hospedeiro vertebrado, ele ingere os merozoítos e os gamontes. Os merozoítos são destruídos no intestino do carrapato enquanto os gametócitos se diferenciam em gametas masculinos e femininos e iniciam a reprodução sexuada. A fusão dos gametas resulta em um zigoto, chamado de oocineto por possuir mobilidade, que penetra nas células do tubo digestivo do carrapato e nelas se multiplica por divisão binária ou múltipla, dando origem aos esporocinetos, chamados também de vermículos, organismos claviformes e alongados. As células infectadas se rompem e liberam os esporocinetos, que são móveis e migram através da hemolinfa para os tecidos do carrapato. Nas fêmeas, os esporocinetos atingem os ovários, os ovos e as larvas. Os esporocinetos podem atingir as glândulas salivares onde vão realizar novamente a multiplicação assexuada por esporogonia, originando as formas infectantes dos hospedeiros vertebrados, que são os esporozoítos. Ao sugar o sangue do hospedeiro vertebrado, o carrapato inocula os esporozoítos penetrando em novas hemácias e reiniciando a multiplicação. Uma pequena porcentagem de merozoítos não se divide e se transforma em gametócitos esféricos que iniciarão o ciclo sexuado quando forem ingeridas pelo carrapato vetor.
	- Tipos de transmissão: 
	- Transestadial: a infecção persiste por duas ecdises de carrapato, ocorre de um estágio do carrapato para outro.
	- Transovariana: as fêmeas infectadas transmitem Babesia para seus ovos e progênie. Chamada de transmissão vertical. Importante nas babesiose transmitidas por carrapatos monoxenos, como Rhipicephalus microplus e Dermacentor nitens. Por possuírem um hospedeiro, a transmissão ocorrerá da fêmea para seus ovos, que originarão larvas e ninfas parasitadas e que irão contaminar outros animais.
	- Babesiose canina:
	- Babesia canis:
		- Subespécies:
		- Babesia canis canis: é de patogenicidade moderada, transmitida por Dermacentor reticulatus e ocorre na Europa.
		- Babesia canis rossi: é de alta patogenicidade, transmitida pelo Haemophysalis leachi e ocorre na África do Sul. 
		- Babesia canis vogeli: é de baixa patogenicidade, transmitida por Rhipicephalus sanguineus e ocorre em países tropicais e subtropicais.
		- Características morfológicas:
		- Grande Babesia.
		- Mede 3-5µm de comprimento.
		- Pode apresentar formas piriformes, redondas, ovais, alongadas e ameboides. As hemácias geralmente são parasitarás por dois trofozoítos, mas podem ser encontrados quatro ou mais deles em uma célula.
		- Hospedeiro intermediário: cães.
		- Hospedeiro definitivo: carrapato Rhipicephalus sanguineus. Transmissão transovariana e transestadial.
	- Babesia gibsoni: 
		- Características morfológicas:
		- Pequena Babesia.
		- Mede 1,5-2,5µm de comprimento. Possui forma que varia de redonda a oval e ocupa menos da metade do raio da hemácia. No geral, aparece individualmente no eritrócito, mas é possível o encontro de inúmeros parasitos em uma mesma célula.
		- Hospedeiro intermediário: cães.
		- Hospedeiro definitivo: Haemaphysalis longicornis e Haemophysalis bispinosa, não ocorre no Brasil. R. sanguineus é considerado vetor potencial. Não se sabe o tipo de transmissão no Brasil.
	- Babesiose felina:
	- Há relatos de infecção por pequenas e grandes babésias.
	- Há poucos relatos de babesiose felina no Brasil.
	- Babesiose bovina: 
	- Caracterizada por uma síndrome hemolítica e febril, cuja gravidade está relacionada à espécie e cepa do parasito e idade, raça, imunidade e espécie do hospedeiro.
	- Babesia bovis:
		- Características morfológicas:
		- Pequena Babesia. Suas formas eritrocíticas piriformes medem cerca de 2µm. Formam um ângulo obtuso quando pareadas. São comuns formas redondas também.
		- Hospedeiro intermediário: bovinos.
		- Hospedeiro definitivo: carrapato R. microplus. Transmissão transovariana. Transmissão feita por larvas do carrapato no hospedeiro.
	- Babesia bigemina:
		- Características morfológicas:
		- Grande Babesia. Mede 4-5µm.
		- Trofozoítos piriformes e bigeminados que formam um ângulo agudo quando pareados.
		- Altas parasitemias frequentes.
		- Hospedeiro intermediário: bovinos.
		- Hospedeiro definitivo: carrapato R. microplus. Transmissão transovariana. A infecção dos bovinos ocorre 8-10 dias após a fixação do carrapato, quando as larvas já fizeram a muda pra ninfa. Sua transmissão se da pelos estágios de ninfas e adultos do carrapato. De 12-18 dias após a fixação do carrapato, já podem ser observadas babésias no sangue dos animais.
	- Babesiose esquina:
	- Os parasitos de equinos só se infectam e se reproduzem por divisão binária nas hemácias dos hospedeiros vertebrados e aqueles parasitos que realizam esquizogonia em qualquer célula do hospedeiro não podem ser considerados pertencentes ao gênero.
	- Theileria equi:
	- Quando os esporozoítos são inoculados no equino, eles penetram nos linfócitos e iniciam uma divisão esquizogônica que resulta na produção de merozoítos, que invadem as hemácias e iniciam o processo de divisão assexuada. 
	- Os carrapatos que são usualmente encontrados parasitando equinos são Amblyomma cajennense e D. nitens e não eram considerados vetores aqui no Brasil. O carrapato do boi R. microplus foi identificado como vetor natural de T. equi. Em outros países os vetores são Dermacentor, Rhipicephalus e Hyalomma, em que a infecção ocorre no estágio de linfa e a transmissão ocorre no estágio adulto. R. microplus possui grande mobilidade e pode passar de um animal para outro.
		- Características morfológicas:
		- Pequeno piroplasma.
		- Podem aparecer como trofozoítos pequenos e arredondados, piriformes e formando um ângulo obtuso quando bigerminados. Aparecem quatro merozoítos ligados por uma das extremidades, conhecidos como forma de cruz-de-malta.
		- Alta parasitemia.
		- Hospedeiro intermediário: equinos e asininos.
		- Hospedeiro definitivo: carrapato R. Boophilus microplus. Transmissão transestadial e instraestadial.
- Babesia caballi:
	- Características morfológicas:
		- Grande Babesia.
		- Aparecem 1-2 trofozoítos no interior da hemácia, podem ser arredondados ou piriformes e formam um ângulo agudo entre eles quando estão pareados.
		- Hospedeiro intermediário: equinos e asininos.
		- Hospedeiro definitivo: carrapato D. nitens. Transmissão transovariana e transestadial.

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