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Apelação no Direito Processual Penal

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
APELAÇÃO
Liga-se diretamente a questões constitucionais.
Apelação significa o Recurso que se interpõe contra decisões de primeiro grau para que o segundo grau de jurisdição verifique o acerto ou a correção da sentença. 
É o fiel cumprimento do Princípio do Duplo Grau de Jurisdição. Este princípio não encontra previsão expressa na CF, e sim, implícita, na medida em que trata da Competência Recursal. Diferente do Pacto de São José da Costa Rica, a Convenção Americana de Direitos Humanos, o Dec. 678/92, no qual possui expressamente o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição.
Pode-se por meio da Apelação, recorrer contra decisões de Juiz e do Tribunal do Júri.
- Hipóteses de cabimento de Apelação (Art. 593, CPP):
Inciso I – se o juiz condenou ou absolveu, cabe apelação. Pode alegar tudo o que a parte quiser, pois a devolutividade é ampla. Devolutividade significa que a parte devolve para o TJ toda a matéria que a parte quiser. Tudo aquilo que for objeto na sentença proferida pelo Juiz Singular, poderá ser objeto na Apelação no todo ou em parte. Essa Apelação será julgada por três Desembargadores no Tribunal, um relator, um revisor e um terceiro juiz.
Inciso II – diferentemente do Processo Civil, no qual só cabe Apelação de Sentença, no Processo Penal cabe Apelação de DECISÃO definitiva ou com força de definitiva. Ex.: Decisão de indeferimento (ou deferimento) de restituição de coisa apreendida* ou, também, cabe Apelação de Decisão que indefere (ou defere) o pedido de sequestro.
*OBS: Se o pedido for indeferido pelo Delegado, caberá Mandado de Segurança. E este MS será julgado numa Vara Criminal.
Inciso III – diferentemente do primeiro inciso, no qual é permitido alegar qualquer coisa que a parte tiver interesse na Apelação, neste inciso terceiro, só poderá ser alegado na Apelação de decisões do Tribunal do Júri que tiver permissão expressa na lei, será chamada de Apelação Vinculada, são as hipóteses contidas nas alíneas do inciso (“a”, “b”, “c” e “d”), pois quem manda no Júri são os jurados. Se puder ser alegado na Apelação o que bem entender pelas partes, estará tirando a competência do Tribunal do Júri em decidir acerca da absolvição ou condenação do acusado.
Alínea “a” – Nulidade Posterior a Pronúncia: Neste caso, o Tribunal irá ANULAR o processo, pois regularidade formal do processo cabe ao Juiz de Direito. Ex.: O Juiz deixa que leiam em Plenário um documento que não foi juntado com antecedência mínima na lei, ou, também, o acusado se entrar algemado durante o Plenário do Júri.
Alínea “b” e “c” – é hipótese de erro do juiz ao aplicar da pena. Ex.: Supondo que o juiz aumente a pena base do réu por ter um processo contra ele arquivado, considerando maus antecedentes. Ocorre que, não seria causa de maus antecedentes, portanto, um erro do Magistrado. Nesta hipótese o TJ irá RETIFICAR a pena, ou seja, irá corrigir a pena.
Alínea “d” – Quando o Tribunal do Júri decidir manifestamente contrária às provas dos autos, pois como já foi dito, quem manda no Tribunal do Júri são os jurados. Nesta hipótese, o TJ irá submeter o Réu a um NOVO JULGAMENTO (§ 3º, Art. 593, CPP), pois o Tribunal, logo, os Desembargadores não tem competência para absolver ou condenar o Réu, SOMENTE OS JURADOS. Decisão manifestamente contrária à prova dos autos é a decisão que não encontra nenhum respaldo no material probatório do processo. Oposto a isso, se houver um mínimo de respaldo no material nos autos, será mantida a decisão do Tribunal do Júri.
Se um acusado estiver respondendo ao processo em liberdade, pode o juiz decretar a prisão na sentença, fundamentada com base nas hipóteses dos requisitos da prisão preventiva (medida cautelar para a não frustração da pretensão da exordial).
Das Apelações julgadas pelo Tribunal de Justiça cabeça Embargos de Declaração, Embargos Infringentes, Recurso Extraordinário e Recurso Especial.
Se for no âmbito do Jecrim, no qual posteriormente a sentença em primeiro grau, quem julgará a Apelação será a Turma Recursal, só caberá Embargos de Declaração e Recurso Extraordinário. 
OBS: HC não é recurso e sim uma garantia fundamental, uma ação autônoma.
Não cabe retratação das decisões proferidas pro Juiz Singular.

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