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1 2 Alminhas queridas, Sejam bem-vindas ao estudo do Processo Penal! Preparei este material com todo o carinho para auxiliar a tua preparação. Lembre-se que o momento exige muita dedicação e persistência para que o objetivo seja alcançado. Você não está sozinho nesta missão, tem toda uma equipe junto contigo que também está focada na tua aprovação. Para aprimorar o estudo sugiro que, após assistir as aulas você revise o conteúdo novamente, no mínimo uma vez, e realize as questões indicadas. Isso auxiliará na memorização e compreensão da matéria. Assim, ficarei confiante com o teu estudo. A ideia é ter presente a seguinte expressão: “treino forte, jogo fácil”. Desta forma, iniciaremos a nossa caminhada, com PASSOS PEQUENOS E FIRMES, rumo à segunda fase, mas para isso, neste momento de preparação, contamos com o teu comprometimento e confiança, desde o início, agora, na primeira fase do Exame da OAB com todo o comprometimento. Bora? Estamos juntos e no caminho certo! Para ter acesso a outros materiais, acompanhe as minhas redes socais: /prof.leticianeves /prof.leticiasinatoradasneves Um abraço e bons estudos! Profª. Ma. Letícia Neves https://www.instagram.com/prof.leticianeves/ https://www.instagram.com/prof.leticianeves/ https://www.facebook.com/prof.leticiasinatoradasneves 3 SUMÁRIO 1. DO PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI .................................................... 7 1.1. Recebimento da denúncia .................................................................................... 8 1.2. Indispensabilidade da Resposta à Acusação ....................................................... 8 1.3. Contraditório: Específico do Procedimento do Júri .............................................. 8 1.4. Providências judiciais .......................................................................................... 8 1.5. Instrução concentrada .......................................................................................... 9 1.6. Mutatio Libelli ..................................................................................................... 11 1.7. Fase de apreciação da admissibilidade da acusação ........................................ 11 1.7.1. Pronúncia .................................................................................................... 11 1.7.2. Impronúncia ................................................................................................ 11 1.7.3. Absolvição Sumária .................................................................................... 12 1.7.4. Desclassificação ......................................................................................... 12 1.8. Aditamento da denúncia ou queixa para inclusão de Co-Réus .......................... 12 1.9. Emendatio Libelli ................................................................................................ 12 1.10. Intimação da decisão de Pronúncia ................................................................. 13 1.11. Preclusão da decisão de pronúncia ................................................................. 13 1.12. Preparação e organização do júri ..................................................................... 15 1.13. Desaforamento ................................................................................................. 15 1.13.1. Conceito .................................................................................................... 15 1.13.2. Interesse da ordem pública ....................................................................... 15 1.13.3. Dúvida sobre a imparcialidade do júri ....................................................... 16 1.13.4. Segurança pessoal do réu ........................................................................ 16 1.13.5. Iniciativa do desaforamento ...................................................................... 16 1.13.6. Suspensão do julgamento pelo relator ...................................................... 16 1.13.7. Inadmissibilidade do pedido de desaforamento ........................................ 16 1.13.8. Excesso de Serviço ................................................................................... 16 1.14. Ausência do defensor ....................................................................................... 17 1.15. Ausência do acusado ...................................................................................... 17 1.16. Imprescindibilidade do depoimento da testemunha ......................................... 17 1.16.1. Suspensão dos trabalhos para condução coercitiva ou adiamento da sessão ....................................................................................................................... 17 1.16.2. Infrutífera condução coercitiva .................................................................. 18 1.16.3. Realização do julgamento, independentemente da inquirição de testemunha arrolada .................................................................................................. 18 1.17. Preparo para a composição do conselho de sentença ..................................... 18 1.18. Abertura dos trabalhos ..................................................................................... 18 1.19. Ausência de quórum......................................................................................... 19 1.20. Reunião prévia do juiz com os jurados ............................................................. 19 1.20.1. Reunião prévia do juiz com os jurados ..................................................... 19 1.20.2. Incomunicabilidade dos jurados ................................................................ 19 4 1.20.3. Manifestação da opinião acerca do processo ........................................... 20 1.20.4. Fiscalização da incomunicabilidade durante o julgamento ....................... 20 1.20.5. Certidão do oficial de justiça ..................................................................... 20 1.21. Formação do Conselho de sentença ................................................................ 20 1.23. Separação do julgamento ................................................................................. 21 1.24. Arguição de impedimento, suspeição ou incompatibilidade ............................. 22 1.25. Estouro da urna ................................................................................................ 22 1.26. Compromisso e entrega de peças aos jurados ................................................ 23 1.27. Instrução em Plenário....................................................................................... 23 1.28. Interrogatório do acusado ................................................................................. 23 1.29. Dos debates ..................................................................................................... 24 1.29.1. Correlação entre acusação e pronúncia ................................................... 24 1.29.2. Manifestação inicial do querelante ............................................................ 24 1.30. Limite de tempo para as partes ........................................................................ 24 1.31. Referências proibidas ....................................................................................... 24 1.32. Do questionário e sua votação ......................................................................... 25 1.32.1. Quesito sobre a materialidade do fato ...................................................... 25 1.32.2. Quesito sobre a autoria ou participação .................................................... 25 1.33. Sentença ..........................................................................................................26 1.34. Execução antecipada da pena no Júri ............................................................. 27 2. RESPOSTA À ACUSAÇÃO NO PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI .... 29 2.1. Base legal ........................................................................................................... 29 2.2. Identificação ....................................................................................................... 29 2.3. Conteúdo ............................................................................................................ 29 2.4. Pedido ................................................................................................................ 30 2.5. Estruturação da peça Resposta à Acusação no Tribunal do Júri ....................... 31 3. MEMORIAIS DO JÚRI OU ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS ................. 33 3.1. Base legal ........................................................................................................... 33 3.2. Identificação ....................................................................................................... 33 3.3. Conteúdo dos Memoriais do Júri ........................................................................ 34 3.3.1. Preliminar .................................................................................................... 34 3.3.2. Mérito .......................................................................................................... 34 3.3.2.1. Pronúncia ................................................................................................. 35 3.3.2.2. Impronúncia ............................................................................................. 35 3.3.2.3. Absolvição sumária .................................................................................. 35 3.3.2.4. Desclassificação ...................................................................................... 37 3.3.3. Pedido ......................................................................................................... 37 3.4. Estruturação da peça Memoriais do Júri ............................................................ 38 3.4.1. Sistema Recursal ........................................................................................ 38 3.4.2. Estruturação da peça Memoriais no Tribunal do Júri .................................. 39 5 4. APELAÇÃO DAS DECISÕES DO JÚRI ............................................................... 44 4.1. Identificação ....................................................................................................... 44 4.2. Base legal ........................................................................................................... 44 4.3. Hipóteses de cabimento ..................................................................................... 45 4.3.1. Nulidade posterior à pronúncia ................................................................... 45 4.3.2. Sentença do juiz presidente contrária à letra expressa da lei ou à decisão dos jurados ................................................................................................................ 45 4.3.3. Quando houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança ................................................................................................ 46 4.3.4. Quando a decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos ......................................................................................................................... 47 4.4. Prazo .................................................................................................................. 48 4.5. Peça de interposição .......................................................................................... 49 4.6. Peça razões ....................................................................................................... 50 5. APELAÇÃO DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO NO PROCEDIMENTO DO JÚRI .......................................................................................................................... 56 5.1. Considerações iniciais ........................................................................................ 56 5.2. Procedimento ..................................................................................................... 57 5.3 Prazo para o Assistente de Acusação interpor Apelação das decisões no Tribunal do Júri ......................................................................................................... 58 5.4. Peça de Interposição de Recurso com Pedido de Habilitação ........................... 59 5.5. Proposta de Peça Prático-Processual ................................................................ 60 PADRÃO DE RESPOSTAS ...................................................................................... 63 6 PROCEDIMENTO DO JÚRI DO PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI 1.1. Recebimento da denúncia 1.2. Indispensabilidade da Resposta à Acusação 1.3. Contraditório: Específico do Procedimento do Júri 1.4. Providências judiciais 1.5. Instrução concentrada 1.6. Mutatio Libelli 1.7. Fase de apreciação da admissibilidade da acusação 1.8. Aditamento da denúncia ou queixa para inclusão de Co-Réus 1.9. Emendatio Libelli 1.10. Intimação da decisão de Pronúncia 1.11. Preclusão da decisão de pronúncia 1.12. Preparação e organização do júri 1.13. Desaforamento 1.14. Ausência do defensor 1.15. Ausência do acusado 1.16. Imprescindibilidade do depoimento da testemunha 1.17. Preparo para a composição do conselho de sentença 1.18. Abertura dos trabalhos 1.19. Ausência de quórum 1.20. Reunião prévia do juiz com os jurados 1.21. Formação do Conselho de sentença 1.23. Separação do julgamento 1.24. Arguição de impedimento, suspeição ou incompatibilidade 1.25. Estouro da urna 1.26. Compromisso e entrega de peças aos jurados 1.27. Instrução em Plenário 1.28. Interrogatório do acusado 1.29. Dos debates 1.30. Limite de tempo para as partes 1.31. Referências proibidas 7 1.32. Do questionário e sua votação 1.33. Sentença 1.34. Execução antecipada da pena no Júri 1. DO PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI É o rito procedimento destinado para processar e julgar crimes dolosos contra a vida, previsto nos artigos 406 a 497, todos do Código de Processo Penal. A competência constitucional está firmada no artigo 5º, inciso XXXVIII, da Constituição Federal/88. Nos termos do artigo 5º, inciso XXXVIII, alínea “d”, da Constituição Federal/88, o procedimento do Tribunal do Júri é o procedimento destinado a processar e julgar crimes dolosos contra a vida, que são, segundo o artigo 74, § 1º, e artigo 394, § 3º, ambos do Código de Processo Penal: O rito procedimental para os processos de competência do Júri comporta duas fases: a primeira fase inicia-se com o oferecimento da denúncia e se encerra com a decisão de pronúncia (judicium accusationis ou sumário de culpa); já a segunda tem início com o recebimento dos autos pelo juiz presidente do tribunal do júri, e termina com o julgamento pelo Tribunal do Júri (judicium causae). Procedimento da primeira fase – Sumário da Culpa (judicium accusationis) artigos 406 ao 421, todos do Código de Processo Penal *para todos verem: esquema abaixo a) Homicídio (art. 121, CP) b) Induzimento, instigação ou auxilio ao suicídio (art. 122, CP) c) Infanticídio (art. 123, CP) d) Aborto (art. 124 a 128, CP) DICA: Não é de competência do Júri o julgamento de crimes culposos contra a vida. DICA: Latrocínio, “roubo seguido de morte”, é crime contra o patrimônio, portanto, não é de competência de julgamento do Júri. 81.1. Recebimento da denúncia – Art. 406 do CPP O Juiz, ao receber a denúncia, abre prazo para a defesa responder, no prazo de 10 (dez) dias. A defesa poderá arguir preliminares e alegar tudo que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário; as exceções são processadas em apartado. Lembre-se: A base legal da Resposta à Acusação no procedimento do Júri é o artigo 406 do Código de Processo Penal e não o artigo 396 do Código de Processo Penal. 1.2. Indispensabilidade da Resposta à Acusação – Art. 408 do CPP Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos. 1.3. Contraditório: Específico do Procedimento do Júri – Art. 409 do CPP Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. 1.4. Providências judiciais – Art. 410 do CPP Recebida a defesa prévia e, eventualmente, a manifestação do órgão acusatório acerca de preliminares que tenham sido levantadas ou documentos juntados, deve o magistrado deliberar a respeito do encaminhamento a ser dado o processo. Em seguida, determinará as diligências cabíveis (produção de prova pericial, reconstituição do crime, entre outros). O mais relevante será designar a audiência de instrução e julgamento, uma vez que as partes, quase sempre, arrolam testemunhas. Observe que não há previsão expressa de absolvição sumária antes da audiência de instrução e julgamento, visto que neste procedimento a absolvição sumária está prevista como uma das decisões que encerram a primeira fase do Júri. Logo, há discussão doutrinária a respeito do cabimento, existindo dois posicionamentos: 9 a) É possível a aplicação da absolvição sumária para evitar a audiência de instrução, aplicando-se analogicamente o artigo 397 do Código de Processo Penal1 b) Não é possível, pois somente se utilizam as regras do procedimento comum ordinário de forma subsidiária. No caso, há previsão expressa de aplicação do instituto para evitar o Plenário. Dessa forma, já se manifestou o STJ. Inobstante os posicionamentos acima, é importante verificar nos enunciados as informações constantes, pois somente será o caso de pedir em eventual Resposta à Acusação que seja o acusado Absolvido Sumariamente, nos termos do artigo 397 do Código de Processo Penal, aplicando-se subsidiariamente a regra do procedimento comum ordinário (Art. 394, § 4º, do CPP), se houver indicação de causa manifesta que permita um juízo de certeza, antes mesmo da audiência de instrução, do contrário, seguiremos as regras expressas para o Procedimento Especial do Júri. 1.5. Instrução concentrada – Art. 411 do CPP O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das diligências requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias. Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento e de deferimento pelo juiz. Todas as provas serão produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer. A audiência terá a seguinte ordem: 1°) declarações do ofendido, se possível; 2°) declarações de testemunhas; 3°) interrogatório do acusado; 4°) debates; 5°) decisão. As alegações escritas foram substituídas por debates orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10; havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa de cada um deles será individual; ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa. 1Nesse sentindo: Nestor Tavora e Rosmar Alencar sustentam: “Entendemos possível a antecipação da absolvição sumária para momento anterior à audiência de instrução, com esteio no artigo 397 do CPP, aplicado analogicamente com base no artigo 2º do mesmo Código.” in: Curso de Direito Processual Penal. Editora JusPodivm. 2017. P. 1235. 10 Lembre-se: É possível converter as alegações orais por Memoriais, no prazo de 5 dias, utilizando-se da regra contida no artigo 394, § 5°, do Código de Processo Penal, ou seja das disposições do procedimento comum ordinário (Arts. 403, §3º e 404, parágrafo único, ambos do CPP). Por fim, no tocante às alegações finais na primeira fase do Júri há um posicionamento do Superior Tribunal de Justiça que merece atenção, vejamos. Para o respectivo Tribunal Superior, não há nulidade na primeira fase do júri, quando o defensor deixar de apresentar alegações finais, inclusive há tese firmando o posicionamento no seguinte sentido: A ausência do oferecimento das alegações finais em processos de competência do Tribunal do Júri não acarreta nulidade, uma vez que a decisão de pronúncia encerra juízo provisório acerca da culpa (Tese n. 69 – ver Info n. 399). Nesse sentido: Lima, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Volume Único. Editora JusPodivm. 2017. P. 100. Vejamos a ementa do julgado: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME DE HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO. NULIDADES. PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI. 1. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA APÓS A APRESENTAÇÃO DE RESPOSTA ESCRITA. INAPLICABILIDADE DA REGRA. 2. CITAÇÃO POR EDITAL. NÃO ESGOTAMENTO DOS MEIOS PARA CITAR O RECORRENTE. TENTATIVAS INFRUTÍFERAS. PROCESSO E PRAZO PRESCRICIONAL SUSPENSOS. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. 3. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO. RISCO DE REITERAÇÃO. NECESSIDADE DE GARANTIR A ORDEM PÚBLICA. FUGA. ASSEGURAR A APLICAÇÃO DA LEI PENAL. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 4. RECURSO IMPROVIDO. 1. Caso em que não se aplica a regra do art. 397 do CPP. Nos processos que tramitam pelo rito do Tribunal do Júri, a avaliação acerca da absolvição é regulada pelo art. 415 do Código de Processo Penal. Precedentes. 5. Recurso ordinário em habeas corpus a que se nega provimento. (RHC 68.765/ES, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 17/11/2016, DJe 28/11/2016). 11 1.6. Mutatio Libelli - Art. 411, §3º, do CPP Ao final da instrução, pode-se constatar que os fatos narrados na denúncia ou queixa não coincidem com as provas colhidas. Portanto, pode ser necessário adaptar a peça acusatória ao contexto das provas produzidas. Evitando-se qualquer surpresa ao réu, segue-se o disposto no artigo 384 do Código de Processo Penal. 1.7. Fase de apreciação da admissibilidade da acusação O procedimento da primeira fase, de acordo com o artigo 412 do Código de Processo Penal, terá duração de 90 (noventa) dias. Finda a instrução do processo relacionado ao Tribunal do Júri, cuidando de crimes dolosos contra a vida e infrações conexas, o magistrado possui quatro opções: a) pronunciar o réu; b) impronunciá-lo; c) absolvê-lo sumariamente; d) desclassificar a infração penal. 1.7.1. Pronúncia – Art. 413 do CPP É decisão interlocutória mista não terminativa, que julga admissível a acusação, remetendo o caso à apreciação do Tribunal do Júri. Na pronúncia, há um mero juízo de prelibação, pelo qual o juiz admite ou rejeita a acusação, sem penetrar no exame do mérito. No caso de o juiz se convencer da existência do crime e de indícios suficientes da autoria, deve proferir sentença de pronúncia, fundamentando os motivos de seu convencimento. Observe que a decisão de pronúncia atualmente possui uma função bem determina em lei, pois o artigo 476 do Código de Processo Penal diz que a acusação está atrelada aos limites da denúncia ou de eventuais decisões de recursosque a tenham confirmado. 1.7.2. Impronúncia – Art. 414 do CPP É a decisão interlocutória mista de conteúdo terminativo, visto que encerra a primeira fase, deixando de inaugurar a segunda, sem haver juízo de mérito. Assim, inexistindo prova da materialidade do fato ou não havendo indícios suficientes de autoria, deve o magistrado impronunciar o réu, que significa julgar improcedente a 12 denúncia e não a pretensão punitiva do Estado. 1.7.3. Absolvição Sumária – Art. 415 do CPP Ocorrerá quando estiver provada a inexistência do fato, provado não ser o réu autor ou partícipe do fato, o fato não constituir infração penal ou estiver demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. No caso de inimputáveis, a absolvição sumária só é possível, agora por disposição expressa, se a inimputabilidade for a única tese defensiva. IMPORTANTE: Recurso de Apelação Art. 416 do CPP: Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. 1.7.4. Desclassificação – Art. 419 do CPP O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime não doloso contra a vida e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja, ficando à disposição deste o acusado preso. 1.8. Aditamento da denúncia ou queixa para inclusão de Co-Réus – Art. 417 do CPP Havendo prova, colhida durante a instrução, de que outras pessoas estão envolvidas na infração penal pela qual está o juiz pronunciando o acusado, é preciso determinar a remessa dos autos ao Ministério Público para o necessário aditamento. 1.9. Emendatio Libelli – Art. 418 do CPP O Juiz não está adstrito à classificação feita pelo órgão do Ministério Público e o réu não se defende da definição jurídica do fato, mas, sim, dos fatos imputados. Logo, se, porventura, no momento de pronunciar, verificar o magistrado que não se trata de infanticídio, mas de homicídio, desde que todas as circunstâncias estejam bem descritas na denúncia, pode pronunciar, alterando a classificação, ainda que o réu fique sujeito a pena mais grave. 13 1.10. Intimação da decisão de Pronúncia – Art. 420 do CPP O acusado será intimado pessoalmente, esteja preso ou solto. O defensor nomeado (dativo ou defensor público) e o Ministério Público (Art. 420, inciso I, do CPP). Quanto ao defensor constituído, ao querelante (por seu advogado) e ao assistente do Ministério Público (também é o advogado contratado pelo ofendido), pode-se fazer a intimação pela imprensa. No mais, se o acusado estiver solto e não for localizado para a intimação pessoal, far-se-á por edital. 1.11. Preclusão da decisão de pronúncia – Art. 421 do CPP Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri. Havendo circunstância superveniente que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público, em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão. 14 PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXVIII EXAME Túlio, nascido em 01/01/1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que recém completou 15 anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido pela informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Túlio para realizar um aborto. Diante disso, no dia 03/01/2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo cuja venda era proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto. Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade, Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um feto. Após investigação, no dia 20/01/2014, Túlio vem a ser denunciado pelo crime do Art. 126, caput, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto despenalizador, apesar do reclamo defensivo. A inicial acusatória foi recebida em 22/01/2014. Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, são ouvidas as testemunhas e Joaquina, assim como interrogado o réu, todos confirmando o ocorrido. As partes apresentaram alegações finais orais, e o juiz determinou a conclusão do feito para decisão. Antes de ser proferida decisão, mas após manifestação das partes em alegações finais, foram juntados aos autos o boletim de atendimento médico de Joaquina, no qual consta a informação de que ela não estivera grávida no momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio sem outras anotações e um exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado não causara lesões na adolescente. Com a juntada da documentação, de imediato, sem a adoção de qualquer medida, o magistrado proferiu decisão de pronúncia nos termos da denúncia, sendo publicada na mesma data, qual seja, 18 de junho de 2018, segundafeira, ocasião em que as partes foram intimadas. Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, 15 redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando-se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. (Valor: 5,00) Procedimento da segunda fase/ Fase da Causa (Judicium Causae) - Arts 422 ao 497, todos do CPP 1.12. Preparação e organização do júri O libelo foi extinto pela nova redação dada pela Lei nº 11.689/2008. No entanto, de acordo com este artigo, o legislador os substituiu por duas novas peças (inominadas). Assim, ao receber os autos, após a preclusão da pronúncia, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência. 1.13. Desaforamento – Art. 427 do CPP 1.13.1. Conceito É a decisão jurisdicional que altera a competência inicialmente fixada pelos critérios do artigo 69 do Código de Processo Penal, com a aplicação estrita no procedimento do Tribunal do Júri, dentro dos requisitos legais previamente estabelecidos. A competência, para tal, é sempre da Instância Superior (Câmara ou Turma do Tribunal de Justiça). 1.13.2. Interesse da ordem pública A ordem pública é a segurança existente na Comarca onde o júri deverá realizar-se. Assim, havendo razoáveis motivos e comprovados de que a ocorrência do julgamento provocará distúrbios, gerando intranquilidade na sociedade local, constituído está o fundamento para desaforar o caso. 16 1.13.3. Dúvida sobre a imparcialidade do júri Não há possibilidade de haver um julgamento justo com um corpo de jurados parcial. Tal situação pode dar-se quando a cidade for muito pequena e o crime tenha sido gravíssimo, levando à comoção geral, de modo que o caso vem sendo discutido em todos os setores da sociedade muito antes do julgamento ocorrer. 1.13.4. Segurança pessoal do réu Em casos anormais e excepcionais, de pequenas cidades, onde o efetivo da polícia é diminuto e não há possibilidade de reforço, por qualquer motivo, é razoávelo desaforamento. 1.13.5. Iniciativa do desaforamento Podem pleitear o desaforamento as partes, agora enumerados pela Lei (Ministério Público, assistente, querelante ou acusado). O acusado pode propor por intermédio de seu defensor, mas também diretamente, por petição sua, afinal no processo penal, há a autodefesa. O Juiz que preside a instrução pode representar pelo desaforamento, exceto quando houver excesso de prazo. 1.13.6. Suspensão do julgamento pelo relator O Código de Processo Penal permite que seja determinada a suspensão do julgamento pelo júri até que o Tribunal possa apreciar o pedido de desaforamento. 1.13.7. Inadmissibilidade do pedido de desaforamento Considerando-se que o pleito de desaforamento somente é admissível entre a decisão de pronúncia, com o trânsito em julgado, e a data de realização da sessão de julgamento em plenário, não há fundamento para ingressar com o pedido enquanto pende recurso contra a referida decisão de pronúncia. Afinal, pode esta ser rejeitada pelo Tribunal e o réu, impronunciado ou absolvido. 1.13.8. Excesso de Serviço – Art. 428 do CPP Na regra atual, somente se poderá pleitear o desaforamento pela demora no julgamento, caso seja ultrapassado o período de seis meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia, mas fundado em excesso de serviço comprovado. 17 1.14. Ausência do defensor – Art. 456 do CPP Em primeiro lugar, deve-se frisar que, havendo escusa legítima, adia-se a sessão de julgamento, sem qualquer outra providência. É preciso que a justificativa seja oferecida ao magistrado até a abertura da sessão em plenário. Se não houver motivo razoável, o juiz comunica à OAB, seção local, marcando nova data para o julgamento. Nesta o réu deverá ser, necessariamente, julgado (§ 1º). Para tanto, pode o réu apresentar outro defensor constituído, logo após a determinação de adiamento. Não o fazendo, o magistrado intima a Defensoria Pública para que assuma o patrocínio da defesa, observando o prazo mínimo de 10 dias. 1.15. Ausência do acusado – Art. 457 do CPP O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado. Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor. 1.16. Imprescindibilidade do depoimento da testemunha – Art. 461 do CPP É fundamental que as partes, entendendo ser indispensável o depoimento de alguma testemunha, arrolem-na na fase de preparação para o plenário, com o caráter de imprescindibilidade. Não o fazendo, deixa de haver a possibilidade de insistência na sua oitiva, caso alguma delas não compareça à sessão plenária. O momento para arrolar testemunhas, no procedimento preparatório, é o previsto no artigo 422 do Código de Processo Penal, após a intimação determinada pelo juiz. 1.16.1. Suspensão dos trabalhos para condução coercitiva ou adiamento da sessão Somente ocorre se a testemunha tiver sido arrolada com o caráter de imprescindibilidade e houver sido intimada. 18 1.16.2. Infrutífera condução coercitiva É possível que, a despeito da tentativa, falhe a condução coercitiva, razão pela qual não se pode adiar eternamente a realização do julgamento. Assim, se a testemunha não for localizada para a condução ou tiver alterado o domicílio, instala-se a sessão. 1.16.3. Realização do julgamento, independentemente da inquirição de testemunha arrolada Caso a testemunha tenha sido arrolada sem o caráter de imprescindibilidade, não comparecendo, o julgamento realiza-se de qualquer modo, tendo sido ela intimada ou não; Se tiver sido arrolada com o caráter de imprescindibildade, se for intimada e não comparecer, é cabível o adiamento, como regra, para que possa ser conduzida coercitivamente na sessão seguinte. Entretanto, arrolada com o caráter de imprescindibilidade, mas não localizada, tomando ciência a parte de que não foi intimada e não indicando o seu paradeiro, com prazo hábil para nova intimação ser feita, perde a oportunidade de insistir no depoimento. 1.17. Preparo para a composição do conselho de sentença – Art. 462 do CPP Para a composição do Conselho de Sentença, o juiz presidente deve checar se as partes estão presentes, assim como todas as testemunhas indispensáveis, convenientemente separadas e incomunicáveis. Ultrapassada essa fase, poderá voltar-se à formação do Conselho. 1.18. Abertura dos trabalhos – Art. 463 do CPP Comparecendo ao menos 15 (quinze) jurados, há quorum para a instalação da sessão, que será dada por aberta pelo juiz presidente. O próprio magistrado anuncia o processo a ser julgado (número do processo, nomes do autor e do réu, classificação do crime) e pede ao oficial que faça o pregão (anúncio na porta do plenário para que todos tomem ciência, vez que o julgamento é público). 19 1.19. Ausência de quórum – Art. 464 do CPP Se o quorum de 15 (quinze) jurados não foi atingido, é impossível instalar a sessão. Deve o magistrado providenciar o sorteio de suplentes e adiar o julgamento para a data seguinte desimpedida. A partir da edição da Lei 11.689/2008, somente se faz o sorteio dos suplentes, caso não se atinja o quorum mínimo 15 (quinze) e não mais o número legal 25 (vinte e cinco). Ou seja, se comparecerem 18 (dezoito) jurados, instala-se a sessão, sem sorteio de suplentes. Se vierem apenas treze, adia-se a sessão e sorteiam-se suplentes até o número máximo 25 (vinte e cinco). 1.20. Reunião prévia do juiz com os jurados – Art. 466 do CPP 1.20.1. Reunião prévia do juiz com os jurados Somente pode realizar-se, a fim de que o magistrado forneça algumas instruções a respeito da forma e do julgamento e do procedimento do Tribunal do Júri, se as partes estiverem cientes e, desejando, possam estar presentes. 1.20.2. Incomunicabilidade dos jurados Significa que os jurados não podem conversar entre si, durantes os trabalhos, nem nos intervalos, a respeito de qualquer aspecto da causa posta em julgamento, especialmente deixando transparecer sua opinião. Logicamente, sobre os fatos desvinculados do feito podem os jurados conversar, desde que não seja durante a sessão – e sim nos intervalos -, pois não se quer a mudez dos juízes leigos e sim a preservação da sua íntima convicção. A troca de ideias sobre os fatos relacionados ao processo poderia influenciar o julgamento, fazendo com que o jurado pendesse para um ou outro lado. A incomunicabilidade dos jurados existe para resguardar o princípio do sigilo das votações do júri (Art. 5º, inciso XXXVIII, alínea “b”, da CF/88), que constitui garantia das liberdades individuais e, por isso, sua violação configura nulidade absoluta (Art. 564, inciso III, alínea “j”, c/c o Art. 458, § 1º (atual, 466, § 1º). 20 1.20.3. Manifestação da opinião acerca do processo Em razão da incomunicabilidade, deseja-se que o jurado decida livremente, sem qualquer tipo de influência, ainda que seja proveniente de outro jurado. Deve formar o seu convencimento sozinho, através da captação das provas apresentadas, valorando-as segundo o seu entendimento. Portanto, cabe ao juiz presidente impedir a manifestação de opinião do jurado sobre o processo, sob pena de nulidade da sessão de julgamento. 1.20.4. Fiscalização da incomunicabilidade durante o julgamento É atribuição do juiz presidente, razão pela qual não pode ele afastar-se do plenário por muito tempo, o que coloca em risco a validade do julgamento. Se algum jurado desejar esclarecer alguma dúvida, a ausência do magistrado prejudica a formação do seu convencimento, além do que o jurado pode fazer alguma observação inoportuna, gerando nulidade insanável. 1.20.5. Certidãodo oficial de justiça A principal autoridade a controlar a manifestação dos jurados é o juiz presidente. Entretanto, vale-se dos oficiais de justiça presentes para auxiliá-lo. Exemplo: na sala especial, quando estiverem reunidos em intervalos, o juiz pode não estar presente, razão pela qual o oficial incumbe-se de fiscalizar a incomunicabilidade. Em suma, ao final do julgamento, cumpre ao oficial lançar certidão de que a incomunicabilidade foi preservada durante todos os momentos processuais. 1.21. Formação do Conselho de sentença – Art. 467 do CPP O Conselho de Sentença no Tribunal do Júri é composta por sete jurados, escolhidos aleatoriamente, por sorteio, dentre os que comparecerem (mínimo de quinze e máximo de vinte e cinco). 1.22. Recusas motivadas e imotivadas – Art. 468 do CPP Para a formação do Conselho de Sentença, essas são as duas possibilidades 21 de recusa do jurado, formuladas por qualquer das partes. A recusa motivada baseia-se em circunstâncias legais de impedimento ou suspeição (Arts. 448 e 449, ambos do CPP). Logo, não pode ser jurado, por exemplo, aquele que for filho do réu, nem tampouco o seu inimigo capital. A recusa imotivada – também chamada peremptória – fundamenta-se em sentimentos de ordem pessoal do réu, de seu defensor ou do órgão da acusação. Na constituição do Conselho de Sentença, cada parte pode recusar até três jurados, sem dar qualquer razão para o ato. A nova sistemática, introduzida pela Lei nº 11.689/2008, impõe que, havida a recusa peremptória por qualquer das partes, o jurado está automaticamente excluído da formação do Conselho de Sentença. Anteriormente, seria preciso coincidir a recusa da defesa com a da acusação. 1.23. Separação do julgamento – Art. 469 do CPP Conforme disposto no artigo 468, parágrafo único, do Código de Processo Penal quando o jurado for recusado imotivadamente (recusa peremptória) por qualquer das partes será excluída daquela sessão, prosseguindo-se o sorteio para a formação do Conselho de Sentença. Logo, a cada recusa de jurado, este não mais permanecerá, independentemente de haver também recusa por parte de outro defensor ou da acusação. Em ilustração, computando-se 25 (vinte e cinco) jurados presentes, com dois co-réus. Imaginemos que o primeiro defensor recuse os três primeiros jurados sorteados. Serão excluídos, com ou sem a recusa do segundo defensor e do promotor. Após, outros três jurados, sorteados na sequência, são recusados por parte do segundo defensor. Serão, também, excluídos, independentemente da manifestação do promotor. Serão afastados. Ao todo, nove jurados sorteados foram rechaçados e os envolvidos (dois defensores e um promotor) já não podem exercer o direito de recusa imotivada (são três para cada parte). Logo, dos 16 jurados restantes, por sorteio, serão escolhidos obrigatoriamente 7 para compor o Conselho de Sentença. Não haverá cisão do julgamento. Caso estivessem presentes apenas 15 jurados, a exclusão de 9, recusados pelas partes presentes, faria com que restassem apenas 6 e ocorreria o denominado 22 estouro da urna. Se tal se desse, haveria então a separação do julgamento. O juiz verifica qual é o autor do fato. Será ele julgado em primeiro lugar, como determina o artigo 469, § 2º, do Código de Processo Penal. Com relação à preferência de julgamento em caso de separação, impõe-se que, em caso de separação, seja julgado em primeiro lugar o acusado a quem se atribuiu a autoria do fato, ou, em caso de coautoria, aplica-se o critério de preferência do artigo 429 do Código de Processo Penal (presos em primeiro lugar; dentre os presos, os que estiverem há mais tempo na prisão; em igualdade de condições, os que estiverem há mais tempo pronunciado). 1.24. Arguição de impedimento, suspeição ou incompatibilidade – Art. 470 do CPP Tão logo sejam instalados os trabalhos, deve a parte interessada em levantar qualquer causa de impedimento ou suspeição do juiz presidente, do promotor (no caso da defesa arguir) ou de qualquer funcionário fazê-lo de imediato, apresentando as provas que possuir. Assim, cabe levar testemunhas, se for o caso, ou documentos para exibição em plenário. Aceita a suspeição, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido. Rejeitada, realiza-se o julgamento, embora todo o ocorrido – inclusive a inquirição das testemunhas – deva constar da ata. Futuramente, caberá ao Tribunal analisar se houve ou não a causa de impedimento ou suspeição. Caso seja arguida contra o jurado, deve ser levantada tão logo seja ele sorteado, procedendo-se da mesma forma, isto é, com a apresentação imediata das provas. 1.25. Estouro da urna – Art. 471 do CPP Outra hipótese de adiamento da sessão para outra data é a impossibilidade de formação do conselho de sentença por insuficiência do número de jurados presentes, com potencial para o sorteio. Se comparecerem, por exemplo, quinze jurados (quantum mínimo para a instalação dos trabalhos), mas houver a recusa motivada, calcada em causas de impedimento ou suspeição, de vários deles, é possível que o afastamento ocorra em número tal a ponto de inviabilizar o sorteio de sete jurados para compor o Conselho. 23 1.26. Compromisso e entrega de peças aos jurados - Art. 472 do CPP Formado o conselho de sentença, os jurados prestarão compromisso e receberão cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo. A lei não mais prevê a realização de relatório pelo Juiz, em plenário. 1.27. Instrução em Plenário – Art. 473 do CPP Em primeiro lugar, ouve-se o ofendido. O Juiz Presidente dirige-lhes as perguntas que entender necessárias. Em seguida, passa a palavra ao representante do Ministério Público e ao assistente de acusação, se houver, ou ao querelante (se a ação for privada). Na sequência, poderá a defesa reperguntar. Finda a oitiva da vítima, passa-se à inquirição das testemunhas de acusação. Primeiramente, o juiz faz as perguntas cabíveis. Em seguida, concede a palavra ao Ministério Público e ao assistente, se houver. Depois, à defesa. Após, ouvem-se as testemunhas de defesa. Inicialmente, as perguntas são formuladas pelo juiz. Na sequência, pela defesa. Em seguida, pelo Ministério Público e assistente. 1.28. Interrogatório do acusado – Art. 474 do CPP Ao final da colheita das provas em plenário, Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, poderão formular, diretamente, perguntas ao acusado; os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz presidente; Nos termos do § 3º, do artigo 474 do Código de Processo Penal, não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes. Por exceção e quando for absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes poderá o réu permanecer algemado. Por unanimidade, o STF decidiu que o uso de algemas deve ser adotado em situações excepcionalíssimas, pois, do contrário, violam-se importantes princípios constitucionais, dentre eles a dignidade da pessoa humana. 24 1.29. Dos debates – Art. 476 do CPP 1.29.1. Correlação entre acusação e pronúncia Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante. O assistente falará depois do Ministério Público. 1.29.2. Manifestação inicial do querelante Ocorre na hipótese de ação privada, em conexão com ação pública, mas com desmembramento. Exemplo: dois crimessão cometidos no mesmo cenário, um deles é doloso contra a vida e o outro, de ação exclusivamente privada, ocorrendo o julgamento isolado do delito cujo titular da ação é o ofendido. Nesse caso, manifesta-se o querelante (por meio de advogado) e, na sequência, fala o Ministério Público, como custos legis (fiscal da lei). 1.30. Limite de tempo para as partes – Art. 477 do CPP A Lei 11.689/2008 alterou o tempo de manifestação reservado às partes. De duas horas para acusação e defesa, como tempo original, passou-se a uma hora e meia. Em relação à réplica e à tréplica modificou-se o tempo de trinta minutos para uma hora. Havendo mais de um acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de uma hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no § 1º deste artigo. 1.31. Referências proibidas – Art. 478 do CPP É vedado às partes: • fazer referência à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado, bem como ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta derequerimento, em 25 seu prejuízo (trata-se de dispositivo nitidamente direcionado ao Ministério Público, com prejuízo à acusação); • a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte, abrangendo a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados. 1.32. Do questionário e sua votação – Arts. 482 e 483 do CPP Questionário é o conjunto dos quesitos elaborados pelo juiz presidente, que serão submetidos à votação pelo Conselho de Sentença, para obtenção do veredicto final. Nos termos do artigo 483 do Código de Processo Penal, os quesitos serão formulados na seguinte ordem: 1.32.1. Quesito sobre a materialidade do fato Se o conselho de sentença responder de forma afirmativa a essa questão, seguirá a votação com a questão seguinte. Se responder negativamente, encerra-se o julgamento com a absolvição do réu. 1.32.2. Quesito sobre a autoria ou participação O juiz indagará aos jurados se o réu de qualquer modo contribuiu para o cometimento do delito. Respondendo o Conselho de Sentença de forma afirmativa, seguirá com a pergunta seguinte. Caso contrário, encerra-se o julgamento com a absolvição do acusado pelo júri. Duas situações podem acontecer aqui: I) Caso não haja tese de desclassificação do delito doloso contra a vida para outro que não seja, o quesito seguinte que deve ser inserido perguntará se “o jurado absolve o acusado?” II) Se houver alegação de tese de desclassificação para delito diverso do doloso contra a vida, a questão desclassificatória será dirigida aos jurados sempre antes do quesito que indaga se “o jurado absolve o acusado?” 26 É o que se extrai do artigo 483, § 4º, do Código de Processo Penal, ao destacar que uma vez sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após o segundo ou terceiro quesito, conforme o caso. Da mesma forma, deve ser usado para hipótese de tentativa, nos termos do artigo 483, § 5º, do Código de Processo Penal, que enfatiza que se sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas questões, para ser respondido após o segundo quesito. III) O quesito seguinte será em relação à causa de diminuição da pena alegada pela defesa, que somente será formulado se o acusado, a essa altura, tiver sido condenado pelos jurados. IV) Por fim, os jurados são inquiridos sobre a existência de circunstâncias qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. 1.33. Sentença – Art. 492 do CPP A sentença pode ser: a) de condenação, devendo, nesse caso, o juiz fixar a pena. b) absolvição, caso em que o réu deverá ser posto imediatamente em liberdade, caso esteja preso. Atente-se para a hipótese de desclassificação do crime pelo Conselho de Sentença, nos casos do artigo 492, §§ 1º e 2º, do Código de Processo Penal. Diz-se desclassificação própria quando o Conselho desclassifica para outro crime que não é da sua competência, sem especificar qual crime, assim o Juiz presidente deverá decidir. Por exemplo, jurados não reconhecem a tentativa de homicídio, caberá o juiz o julgamento da lesão corporal. Vale frisar que o Juiz aqui assume capacidade decisória integral, poderá até mesmo absolver. Sempre lembrar que sendo possível suspensão condicional do processo ou outra medida despenalizadora devem ser oportunizadas. Súmula 337 do STJ: É cabível a suspensão condicional do processo na desclassifi cação do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva. 27 Já a desclassificação imprópria os jurados reconhecem a incompetência para julgar, mas indicam o delito cometido. Como ocorre quando reconhecem materialidade e lesões, mas desclassificam para homicídio culposo. Aqui o juiz deve julgar com base na decisão dos jurados, estando vinculado. Caso haja desclassificação o crime conexo que não seja da competência do Júri será julgado pelo Juiz Presidente. 1.34. Execução antecipada da pena no Júri – Art. 492, inciso I, alínea “e”, 2ª parte, do CPP Em caso de condenação pelo Tribunal do Júri é competência do Juiz Presidente determinar a prisão do condenado, se presentes os requisitos da prisão preventiva previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal. Entretanto, destaca- se que com a publicação da Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime), foi inserida a regra de execução provisória de pena nos processos julgados pelo Tribunal do Júri quando o quantum aplicado na sentença condenatória for igual ou superior a 15 anos (Art. 492, inciso I, Alínea “e”, 2ª parte, do CPP), sem prejuízo do conhecimento de eventual recurso a ser interposto. O juiz presidente, excepcionalmente, poderá deixar de autorizar a execução provisória se houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação. Caso não obtido o efeito suspensivo através de decisão do Juiz Presidente, o Tribunal que julgar o recurso de apelação poderá atribuir efeito suspensivo à apelação quando verificar que o recurso interposto não tem propósito meramente protelatório; e a que há questão substancial que poderá resultar em absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 anos. O pedido do efeito suspensivo poderá ser feito no corpo da apelação ou, por meio de petição endereçada ao relator, instruída com cópias da sentença, razões de apelação e prova da tempestividade, além das contrarrazões e das demais peças necessárias à controvérsia (Art. 492, § 6º, do CPP). Observação: Caso a peça prática seja uma Apelação da 2ª fase do Júri envolvendo uma condenação cuja pena aplicada seja igual ou superior a 15 anos, tendo o enunciado informado que o juiz presidente determinou a execução 28 antecipada, deverá ser elaborado um item na peça processual, a fim de requerer ao Tribunal que conceda efeito suspensivo à apelação (Pedido de Efeito Suspensivo) – nos termos do art. 492, §6º, CPP. O pedido deverá ser explorar os fundamentos do §5º, demonstrando que o recurso em questão: I - não tem propósito meramente protelatório; e II - levanta questão substancial e que pode resultarem absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou redução da pena. Importante! Aqui o Recurso cabível é APELAÇÃO, nos termos do artigo 593, inciso III, do Código de Processo Penal. PAROU! PEDIU PRA PARAR PEÇA: RECURSO DE APELAÇÃO Lembrar da Súmula 713 do STF *para todos verem: esquema abaixo 29 PROCEDIMENTO DO JÚRI RESPOSTA À ACUSAÇÃO NO PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI 2.1. Base legal 2.2. Identificação 2.3. Conteúdo 2.4. Pedido 2.5. Estruturação da peça Resposta à Acusação no Tribunal do Júri 2. RESPOSTA À ACUSAÇÃO NO PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI 2.1. Base legal 2.2. Identificação A resposta à acusação é oferecida após o recebimento da denúncia e citação do acusado. Antes, por óbvio, da instrução. Logo, deve haver denúncia, o recebimento da denúncia e a citação do réu. Não poderá ter sido realizada audiência de instrução e julgamento. 2.3. Conteúdo Nos termos do artigo 406, § 3º, do Código de Processo Penal, na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. Em síntese, além de eventuais nulidades, deve-se buscar no enunciado informações relacionadas a causas evidentes de exclusão de ilicitude, tipicidade e culpabilidade, salvo a inimputabilidade por doença mental. *para todos verem: esquema abaixo Base legal: Art. 406 do CPP 30 2.4. Pedido No procedimento do júri, não há previsão legal de absolvição sumária logo após o oferecimento da resposta à acusação. Neste procedimento, a possibilidade de absolvição sumária está prevista após o encerramento da instrução, nos termos do artigo 415 do Código de Processo Penal. Todavia, sugere-se, para esse caso excepcional, adotar, por analogia, o artigo 397 do Código de Processo Penal. É o entendimento de Gustavo Badaró, segundo o qual “Embora o procedimento especial dos crimes dolosos contra a vida haja a previsão de uma ‘absolvição sumária’ ao término do juízo da acusação (Art. 415 do CPP), isso não impede de que seja aplicado o artigo 397 do Código de Processo Penal, sendo possível ao juiz, logo após o oferecimento da resposta, absolver sumariamente o acusado. Aliás, o § 4º do artigo 394 do Código de Processo Penal prevê que “as disposições dos artigos 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código". Aplica-se, pois, o art. 397 ao procedimento dos crimes dolosos contra a vida”.2 2 BADARÓ, Gustavo Henrique. Processo Penal. 3ª ed. São Paulo: RT. 2015, p. 656. 31 2.5. Estruturação da peça Resposta à Acusação no Tribunal do Júri EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA... (se crime da competência da Justiça Estadual) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... (se crime da comeptência da Justiça Federal) 3 Processo nº... FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por seu procurador infra- assinado, conforme procuração em anexo, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base no artigo 406 do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: I) DOS FATOS4 II) DO DIREITO5 A) DAS PRELIMINARES6 B) DO MÉRITO7 III) DO PEDIDO8 Ante o exposto, requer o denunciado: a) Seja rejeitada a denúncia; b) Nulidades (referir todas as nulidades enfrentadas na peça); c) Absolvição, com base no artigo 397 e inciso correspondente (por analogia); d) A produção de provas, com designação de audiência de instrução e julgamento e oitiva das testemunhas arroladas. 3 Competência da Justiça Federal – Art. 109 CF/88. 4 Narrar o fato, fazendo um breve relato. Não inventar dados nem transcrever o enunciado. Relatar o crime pelo qual o réu foi denunciado. O oferecimento e recebimento da denúncia. Que o réu foi citado. 5 Com relação aos fundamentos jurídicos, sugere-se dividir a peça em preliminares (questões formais e procedimentais) e mérito (materiais que levam à absolvição). 6 As preliminares são questões que envolvem vícios formais processuais e procedimentais. São questões que levam à nulidade do ato ou do próprio processo. Não guardam nenhuma relação com a absolvição (que trata de matéria de mérito). 7 No mérito, deve-se buscar no enunciado causas manifestas de excludentes do crime: ilicitude, culpabilidade, tipicidade. 8 Deve-se elaborar os pedidos de modo articulado, seguindo-se a ordem das teses desenvolvidas, desde as preliminares até o mérito. 32 ROL DE TESTEMUNHAS9 A) Fulano de Tal... B) Fulano de Tal... Local..., data... 10 ADVOGADO... OAB... 9 colocar somente os nomes e dados fornecidos pela banca, não inventar nada. 10 CUIDADO com o prazo. A FGV pode pedir para que seja apontado o último dia do prazo. 33 PROCEDIMENTO DO JÚRI MEMORIAIS DO JÚRI OU ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 3.1. Base legal 3.2. Identificação 3.3. Conteúdo dos Memoriais do Júri 3.4. Estruturação da peça Memoriais do Júri 3. MEMORIAIS DO JÚRI OU ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 3.1. Base legal Embora não tenha previsão na lei, admite-se, no procedimento do júri, a substituição dos debates orais em memoriais escritos, por analogia aos artigos 403, § 3º e 404, ambos do Código de Processo Penal. Aliás, foi o que ocorreu na peça da OAB 2010-01. 3.2. Identificação Os memoriais são oferecidos após a instrução e antes da decisão de impronúncia, absolvição sumária ou desclassificação. PEDIU PRA PARAR EXPRESSÃO MÁGICA: “Encerrada a instrução” PEÇA: MEMORIAIS DO JÚRI PAROU! *para todos verem: esquema abaixo Base legal: Art. 403, § 3º, do CPP OU Art. 404, parágrafo único, do CPP. 34 3.3. Conteúdo dos Memoriais do Júri Assim como nas demais peças, deve-se buscar no enunciado preliminares e mérito. 3.3.1. Preliminar Como já referido, as questões preliminares são aquelas que não observam aspectos formais de determinado ato processual, gerando, invariavelmente, nulidade. Aqui, por questão de organização, recomenda-se que as causas extintivas de punibilidade, notadamente prescrição, sejam abordadas no campo destinado às preliminares. 3.3.2. Mérito Finda a instrução do processo relacionado ao Tribunal do Júri, cuidando de crimes dolososcontra a vida e infrações conexas, o magistrado poderá proferir decisão de: a) Pronúncia b) Impronúncia c) Absolvição sumária d) Desclassificação Conforme abordado, nas peças práticas profissionais deverá ser desenvolvida uma tese que, ao final, viabilizará o correspondente pedido. Ou seja, somente se aborda na peça aquilo que, ao final, poderá ser objeto de pedido. No caso dos memoriais escritos do procedimento do júri, as teses de mérito guardam relação com as hipóteses que podem ensejar decisão de: a) impronúncia (Art. 414 do CPP); b) absolvição sumária (Art. 415 do CPP); c) ou desclassificação (Art. 419 do CPP). Para melhor visualização do conteúdo dos memoriais do júri, convém destacar as hipóteses de decisões que podem ser proferidas nesta primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri: *para todos verem: esquema abaixo 35 3.3.2.1. Pronúncia – Art. 413 do CPP É decisão interlocutória mista não terminativa, que julga admissível a acusação, remetendo o caso à apreciação do Tribunal do Júri. Na pronúncia, há um mero juízo de admissibilidade, pelo qual o juiz admite ou rejeita a acusação, sem penetrar no exame do mérito. Nocaso de o juiz se convencer da existência do crime e de indícios suficientes da autoria, deve proferir sentença de pronúncia, fundamentando os motivos de seu convencimento. Assim, nos termos do artigo 413, § 1º, do Código de Processo Penal, a decisão de pronúncia deve se limitar à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. Se o Magistrado se aprofundar na análise do mérito, extrapolando na linguagem, enfatizando, por exemplo, ser o réu efetivo autor do delito ou que não agiu sob o amparo de excludente de crime, caracteriza-se o que se denomina eloquência acusatória, gerando nulidade da decisão de pronúncia. 3.3.2.2. Impronúncia – Art. 414 do CPP É a decisão interlocutória mista de conteúdo terminativo, visto que encerra a primeira fase, deixando de inaugurar a segunda, sem haver juízo de mérito. Assim, inexistindo prova da materialidade do fato ou não havendo indícios suficientes de autoria, deve o magistrado impronunciar o réu, que significa julgar improcedente a denúncia e não a pretensão punitiva do Estado. 3.3.2.3. Absolvição sumária – Art. 415 do CPP A absolvição sumária ocorrerá quando estiver provada a inexistência do fato, provado não ser o réu autor ou partícipe do fato, o fato não constituir infração penal ou estiver demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. No caso de inimputáveis, a absolvição sumária só é possível, agora por disposição expressa, se a inimputabilidade for a única tese defensiva. Nos termos do artigo 415 do Código de Processo Penal, o juiz absolverá, desde logo (sumariamente, portanto), o acusado quando: 36 De acordo com o parágrafo único do artigo 415 do Código de Processo Penal, “não se aplica o disposto no inciso IV do caput do art. 26 do CP, salvo quando esta for a única tese defensiva”. Dessa forma, ainda que a inimputabilidade se encontre comprovada por exame de insanidade mental, o Código de Processo Penal não autoriza a absolvição imprópria do agente, pois esta implicará na imposição de medida de segurança, o que poderá ser prejudicial ao réu, uma vez que não lhe será viabilizado demonstrar, no plenário do Júri, outras teses defensivas a sua inocência, sem a imposição de qualquer medida restritiva. Assim, havendo outra tese defensiva e não sendo caso de absolvição sumária por outro fundamento, o Magistrado deverá pronunciar o réu, para que seja submetido a julgamento pelo plenário do Júri. Agora, se, por conta dessa outra tese, ficar evidenciada hipótese de absolvição sumária, que não a inimputabilidade, o juiz deverá absolver o réu sumariamente, sem imposição de medida de segurança (absolvição Provada não ser ele o autor ou partícipe do fato Prova indiscutível de que o réu não cometeu ou participou de sua execução Provada a inexistência do fato Prova cabal de que os fatos narrados na inicial acusatória não aconteceram O fato não constituir infração penal Fato atípico Demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime Vide notas de excludentes de ilicitude e culpabilidade CUIDADO COM O SOCO MISSIONEIRO! IMPORTANTE! Não confundir a absolvição sumária prevista no Art. 397 do CPP (que decorre da resposta à acusação), com a absolvição sumária do Art. 415 do CPP, adstrita ao Procedimento do Júri. *para todos verem: esquema abaixo *para todos verem: esquema abaixo 37 própria). De outro lado, se a inimputabilidade for a única tese da defesa, admite-se a absolvição sumária imprópria, com a imposição de medida de segurança. No caso de não haver prova da autoria, ainda que o acusado seja inimputável, deverá ser impronunciado, pois a medida de segurança só poderá ser imposta se ficar provada a prática de um fato típico e ilícito. 3.3.2.4. Desclassificação – Art. 419 do CPP Nos termos do artigo 419 do Código de Processo Penal, quando o juiz se convencer, em discordância com o que consta na peça acusatória, da existência de crime não doloso contra a vida e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja, ficando à disposição deste o acusado preso. Exemplo: o agente ser denunciado por crime de homicídio doloso e, ao final, constatar-se que agiu sem a intenção de matar, passando a ser, em tese, homicídio culposo. 3.3.3. Pedido No campo destinado aos pedidos, deve-se formular pedido específico para cada uma das teses desenvolvidas ao longo da peça. Exemplo: Se sustentou alguma preliminar, nulidade, por exemplo, deve-se, ao final, formular pedido expresso no sentido de que seja declarada a nulidade. No que tange ao mérito, o pedido deve guardar relação com a(s) tese(s) invocadas: a) impronúncia, com base no artigo 414 do Código de Processo Penal; e/ou b) Absolvição sumária, com base no artigo 415 do Código de Processo Penal; e/ou c) Desclassificação, com base no artigo 419 do Código de Processo Penal. 38 No procedimento do júri, as teses e pedidos subsidiários guardam relação, invariavelmente, com o afastamento da qualificadora ou causa de aumento de pena. 3.4. Estruturação da peça Memoriais do Júri A) Endereçamento: Juiz de Direito da Vara do Tribunal do Júri (se crime da competência da Justiça Estadual) ou Juiz Federal da Vara do Tribunal do Júri da Seção Judiciária (se crime da competência da Justiça Federal) B) Preâmbulo: nome e qualificação do acusado (não inventar dados), capacidade postulatória (por seu procurador infra-assinado), fundamento legal (403, § 3º ou 404, parágrafo único), nome da peça (Memoriais escritos), frase final (pelas fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos); C) Corpo da peça (teses defensivas) D) Pedidos: I) Nulidades (acompanhar a ordem das preliminares) II) Absolvição sumária (art. 415), impronúncia (art. 414) e/ou desclassificação (art. 419) – teses alternativas, em caso de pronúncia, afastamento de qualificadoras, causas de aumento de pena ... E) Parte final (local, data, advogado e OAB) 3.4.1. Sistema Recursal *para todos verem: esquema abaixo Pronúncia Impronúncia Desclassificação Absolvição sumária RESE (art. 581, IV, CPP) Apelação (art. 416, CPP) RESE (art. 581, II, CPP) Apelação (art. 416, CPP) 39 3.4.2. Estruturação da peça Memoriais no Tribunal do Júri A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA... (se crime da competência da Justiça Estadual) B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ... VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... (se crime da competência da Justiça Federal) Processo nº ... FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por seu procurador infra- assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar MEMORIAIS ESCRITOS, com base no artigo 403, § 3º, parágrafo único do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I) DOS FATOS11 II) DO DIREITO A) DAS PRELIMINARES B) DO MÉRITO * Impronúncia: ausência de prova da materialidade e não restar provada a autoria (Art. 414 do CPP); * Absolvição sumária (Art. 415 do CPP) * Desclassificação: fato imputado não constitui crime doloso contra a vida (Art. 419 do CPP) C) SUBSIDIARIAMENTE12 III) DO PEDIDO13 a) Preliminares (nulidades, prescrição, etc – acompanhar a ordem das preliminares); b) impronúncia, com base no artigo 414 do Código de Processo Penal; c) Absolvição sumária, com base no artigo 415 do Código de Processo Penal; d) Desclassificação, com base no artigo 419 do Código de Processo Penal; 11 Narrar o fato, fazendo um breverelato. Não inventar dados nem simplesmente transcrever o enunciado. 12 Afastar qualificadora ou causa de aumento de pena. 13 OBS: CONFORME O ENUNCIADO DA PEÇA OU DA QUESTÃO, OS PEDIDOS PODEM SER CUMULATIVOS 40 e) Afastar qualificadora ou causa de aumento de pena. Nestes termos, Pede deferimento. Local..., data... 14 ADVOGADO... OAB... 14 A FGV pode pedir para que seja apontado o último dia do prazo. 41 EM RESUMO: *para todos verem: esquema abaixo 42 QUESTÃO 2 - VI EXAME Hugo é inimigo de longa data de José e há muitos anos deseja matá-lo. Para conseguir seu intento, Hugo induz o próprio José a matar Luiz, afirmando falsamente que Luiz estava se insinuando para a esposa de José. Ocorre que Hugo sabia que Luiz é pessoa de pouca paciência e que sempre anda armado. Cego de ódio, José espera Luiz sair do trabalho e, ao vê-lo, corre em direção dele com um facão em punho, mirando na altura da cabeça. Luiz, assustado e sem saber o motivo daquela injusta agressão, rapidamente saca sua arma e atira justamente no coração de José, que morre instantaneamente. Instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte de José, ao final das investigações, o Ministério Público formou sua opinio no seguinte sentido: Luiz deve responder pelo excesso doloso em sua conduta, ou seja, deve responder por homicídio doloso; Hugo por sua vez, deve responder como partícipe de tal homicídio. A denúncia foi oferecida e recebida. Considerando que você é o advogado de Hugo e Luiz, responda: a) Qual peça deverá ser oferecida, em que prazo e endereçada a quem? (Valor: 0,30) b) Qual a tese defensiva aplicável a Luiz? (Valor: 0,5) c) Qual a tese defensiva aplicável a Hugo? (Valor: 0,45) QUESTÃO 04 - EXAME 2010/03 Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista extremamente qualificado, guiava seu automóvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal começa a discutir asperamente, o que faz com que Caio empreenda altíssima velocidade ao automóvel. Muito assustada, Madalena pede insistentemente para Caio reduzir a marcha do veículo, pois àquela velocidade não seria possível controlar o automóvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. Todavia, o automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade empreendida, acaba se desgovernando, vindo a atropelar três pessoas que estavam na calçada, vitimando-as fatalmente. Realizada perícia de local, que constatou o excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que relataram à autoridade policial o diálogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de homicídio na modalidade de dolo eventual, três vezes em concurso formal. Recebida 43 a denúncia pelo magistrado da vara criminal vinculada ao Tribunal do Júri da localidade e colhida a prova, o Ministério Público pugnou pela pronúncia de Caio, nos exatos termos da inicial. Na qualidade de advogado de Caio, chamado aos debates orais, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) qual(is) argumento(s) poderia(m) ser deduzidos em favor de seu constituinte? (Valor: 0,40) b) qual pedido deveria ser realizado? (Valor: 0,30) c) Caso Caio fosse pronunciado, qual recurso poderia ser interposto e a quem a peça de interposição deveria ser dirigida? (Valor: 0,30) FAÇA VOCÊ MESMO! Para exercitar a peça acima (XI Exame – Adaptado), consulte o material disponível na pasta “Procedimento do Júri”, no Sistema EAD. Acesse Procedimento do Júri clicando aqui. O enunciado correspondente está na apostila “E-book: Caderno de peças”, na pág. 3. E a resolução consta na mesma apostila, na pág. 15. Clique aqui e acesse o E-book. Após realizar a peça, assista à respectiva aula de estruturação! Acesse a aula clicando aqui. https://ceisc.com.br/ead/curso/aulas_categoria/586/1301 https://d1ly1csstr22jg.cloudfront.net/arquivos/E4XSLnael8xKYw5YXoW8Vhxqi4QI0k4Hpxf8LxUf.pdf https://ceisc.com.br/ead/aula/586/90425/37 44 PROCEDIMENTO DO JÚRI APELAÇÃO DAS DECISÕES DO JÚRI 4.1. Identificação 4.2. Base legal 4.3. Hipóteses de cabimento 4.4. Prazo 4.5. Peça de interposição 4.6. Peça razões 4. APELAÇÃO DAS DECISÕES DO JÚRI 4.1. Identificação Após a decisão dos jurados no Plenário do Júri, o Juiz Presidente passa a proferir a sentença, restringindo-se, se for sentença condenatória, a fixar a pena. Assim, a apelação das decisões do Júri tem cabimento contra a decisão proferida pelo Juiz após o julgamento no Plenário do Júri. 4.2. Base legal A base legal do recurso de apelação contra decisão do Plenário do Júri guarda relação com o artigo 593, inciso III, do Código de Processo Penal, devendo, ainda, o recorrente mencionar a(s) alínea(s) pelo qual está recorrendo, ou seja, artigo 593, inciso III, alinea “a” e/ou alínea “b” e/ou alínea “c” e/ou alínea “d”, sem prejuízo da possibilidade de recorrer por mais de um fundamento. Quando a parte pretender recorrer de decisão proferida no Tribunal do Júri deve apresentar logo na petição de interposição qual o motivo que o leva a apelar, deixando expressa a alínea eleita do inciso III do art. 593 do CPP, ficando vinculado, nas razões de apelação aos argumentos relacionados ao motivo declinado na interposição. Assim sendo, o Tribunal somente pode julgar nos limites da interposição. Base legal: Art. 593, inciso III, do CPP *para todos verem: esquema abaixo 45 Nesse sentido é a Súmula 713 do STF: “O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição”. 4.3. Hipóteses de cabimento 4.3.1. Nulidade posterior à pronúncia Tratando-se de nulidade anterior à pronúncia, a questão já foi analisada na própria decisão ou em recurso contra ela interposto, operando-se, por conseguinte, a preclusão. LOPES JÚNIOR (2012, p. 1224) elenca algumas hipóteses: • a juntada de documentos fora do prazo estipulado no art. 479; • participação de jurado impedido; • inversão da ordem de oitiva das testemunhas de plenário; • produção, em plenário, de prova ilícita; • uso injustificado de algemas durante o julgamento; • referências, durante os debates, à decisão de pronúncia ou posteriores, que julgaram admissível a acusação; • referências, durante os debates, ao silêncio do acusado, em seu prejuízo; • e, o mais recorrente: defeitos na formulação dos quesitos. Se a nulidade ocorrer na própria sentença de pronúncia, o recurso cabível é o Recurso em Sentido Estrito (Art. 581, inciso IV, do CPP). Na hipótese de provimento do recurso, o Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal deverá determinar a renovação do ato viciado e, até mesmo do próprio julgamento em plenário. 4.3.2. Sentença do juiz presidente contrária à letra expressa da lei ou à decisão dos jurados O juiz está obrigado a cumprir as decisões do Júri, não havendo supremacia do juiz togado sobre os jurados, mas simples atribuições diversas de funções. Os jurados decidem o fato e o juiz- presidente aplica a pena, de acordo com esta decisão, não podendo dela desgarrar-se. Como se vê, há duas hipóteses concentradas nesse inciso: a) decisão contra lei expressa; b) decisão de forma contrária à decisão dos jurados. Alguns exemplos de decisão contrária à lei expressa (LOPES JÚNIOR, 2012, 46 p. 1226): a) a sentença substitui a pena aplicada pelo homicídio doloso por prestação de serviços à comunidade em desacordo com os limites do art. 44 do CP; b) fixar o regime fechado para o réu primário condenado a uma pena inferior a 8 anos; c) decidir sobre o crime conexo sem submetê-lo a julgamento pelo júri.
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