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GÊNEROS TEXTUAIS BAKTIN

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GÊNERO(S) RESUMO NA PERSPECTIVA BAKHTINIANA 
 
 Maria SALETE 
 ( Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC) 
 
ABSTRACT: It analises the existent forms of the genres, facing the light of the Bakhtin discursive theory. The 
starting point the hypothesis that each form of resume is determined by the diferent discursive characteristics 
and the social mean to wich it is destined therefore changes to a diferent genres. That is to say, resume is a 
general nomination given to distinct genres. 
 
KEYWORKS: Discursive genres; resume; discursive characterístics; functions; means. 
 
 
 
0. Introdução 
 
 Mikhail Bakhtin (1895-1975), a partir de 1972, teve suas obras retomadas pelos pesquisadores e tornou-
se uma referência para os estudos da linguagem em suas relações com a história, a cultura e a sociedade. Para 
Bakhtin (1999), as relações entre linguagem e sociedade são indissociáveis,segundo o autor, as diferentes esferas 
da atividade humana, entendidas como domínios ideológicos (jurídico, religioso, educacional, jornalístico), 
dialogam entre si e produzem, em cada esfera, formas relativamente estáveis de enunciados, denominados 
gêneros discursivos. 
 Nessa perspectiva, a linguagem possibilita a construção social da realidade e a interação entre sujeitos. 
Essa linha de pensamento tem sido foco de estudos de muitos pesquisadores da área da Lingüística Aplicada e 
despertado o interesse de professores que buscam entender as novas propostas para o ensino da Língua 
Portuguesa apresentadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. 
 Seguindo tal perspectiva teórica, este artigo tem por objetivo analisar as várias formas de ‘resumo’, 
considerando as diferentes esferas sociais em que estão presentes. Parte-se da hipótese de que ‘resumo’ é um 
nome comum atribuído a gêneros distintos, os quais são determinados pelas diferentes características discursivas 
e finalidades sociais a que se destinam. Entende-se por características discursivas as condições em que o gênero 
é produzido e circula em nossa sociedade. (LOPES-ROSSI, 2002). 
 ‘Resumo’ é um texto muito comum em qualquer nível de formação, e de maneira mais significativa na 
universidade, devido ao fato de apresentar informações básicas de maneira concisa, coerente e seletiva em 
artigos publicados em periódicos científicos, dissertações ou teses. Também é produzido como forma de re-
textualização após a realização de leituras sugeridas pelos professores, além de estar presente na elaboração de 
resenhas críticas. Nas demais esferas sociais o resumo aparece em diversos momentos e com diferentes 
finalidades, como será demonstrado mais adiante. No entanto, a NBR 6028 da ABNT, os manuais de 
metodologia científica, assim como os livros de redação, não apresentam indicações de ordem prática que 
possam auxiliar os acadêmicos a perceberem que “os usos sociais dos resumos de textos, tanto em contexto 
escolar quanto não escolar, são os mais diversos e em quantidade significativa” (DIONÍSIO, 2002:138). 
 Por outro lado, os alunos não estão familiarizados com os gêneros que circulam no universo 
acadêmico, uma vez que não é papel da escola secundária ensinar tais gêneros. Assim, as dificuldades em 
relação à produção de textos dessa natureza são notáveis, em grande parte devido ao desconhecimento acerca dos 
gêneros que circulam nessa comunidade discursiva. Não obstante, no contexto universitário, espera-se que os 
alunos demonstrem competência na produção de textos próprios da esfera científica. 
 Deste modo, o aluno de 3º grau precisa aprender as características do discurso cientifico, e para tanto o 
professor de ensino superior precisa trabalhar o saber-fazer. 
 Da mesma forma que a língua é um instrumento de poder, alguns gêneros são privilegiados ou 
consagrados nas sociedades, assim, realiza -se aqui uma proposta de elaboração didática das diversas formas de 
‘resumo’, com o intuito de contribuir com a reflexão acerca da utilização e aplicação da teoria de Bakhtin e 
Anais do 6º Encontro Celsul - Círculo de Estudos Lingüísticos do Sul 
 
refletir sobre a didática da produção de textos. Atualmente, poucos são os livros didáticos que abordam o 
desenvolvimento da competência para produzir textos na perspectiva dos gêneros discursivos. 
 
 
 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 1.1- Bakthin e uma Nova Perspectiva Teórico - Metodológica 
 
 Mikhail Bakhtin (1895 – 1975) marcou uma renovação nos estudos lingüísticos e literários do Ocidente 
depois que suas idéias ultrapassaram as fronteiras da Rússia, a partir da década de 70. Assim, partir de 1972, teve 
suas obras retomadas pelos pesquisadores e tornou-se uma referência para os estudos da linguagem em suas 
relações com a história, a cultura e a sociedade. Para Bakhtin (1999), as relações entre linguagem e sociedade 
são indissociáveis. Segundo o autor, as diferentes esferas da atividade humana, entendidas como domínios 
ideológicos, dialogam entre si e produzem, em cada esfera, formas relativamente estáveis de enunciados, 
denominados gêneros discursivos. 
Nessa linha de pensamento, a utilização de uma língua ocorre sempre através de um dado gênero, ainda 
que os falantes não tenham consciência disso. A variedade dos gêneros discursivos é muito grande, abrangendo 
tanto situações de comu nicação oral como de escrita, englobando, desde as formas cotidianas mais padronizadas 
(saudações, despedidas, felicitações, etc.) até as mais livres (conversas de salão ou bares, íntimas entre amigos 
ou familiares, etc.) e formas discursivas mais elaboradas como as literárias, científicas, retóricas (jurídicos, 
políticos), etc. 
 Assim, a partir da retomada das idéias de Bakhtin, considera-se que para haver a interação verbal, são 
necessárias, além das formas da língua nacional (léxico, gramática), as formas do discurso – gêneros – formas 
relativamente estáveis, flexíveis, combináveis, mais ágeis em relação às mudanças sociais que as formas da 
língua. Esse pensamento vem mudando o conceito de ensino de língua. 
 
A língua materna — a composição de seu léxico e sua estrutura gramatical —, não a 
aprendemos nos dicionários e nas gramáticas, nós a adquirimos mediante enunciados 
concretos que ouvimos e reproduzimos durante a comunicação verbal viva que se 
efetua com os indivíduos que nos rodeiam" (BAKHTIN, 1997: 301). 
 
 Portanto, para interagirem discursivamente, as pessoas precisam saber se expressar em diferentes 
situações e, portanto, dominar os gêneros das diferentes esferas sociodiscursivas. Por isso, é comum que algumas 
pessoas, mesmo tendo um bom domínio lingüístico-discursivo em determinadas situações, não consigam se 
expressar de maneira eficaz em outro contexto. Para Bakhtin, trata-se de uma inabilidade de dominar os gêneros 
específicos daquela esfera. 
 Deste mo do, os alunos, não estando familiarizados com os gêneros que circulam no universo acadêmico, 
uma vez que não é papel da escola secundária ensinar tais gêneros, apresentam sérias dificuldades em relação à 
produção de escrita dos gêneros que circulam nessa comunidade discursiva. 
 
 
 1.2-Gêneros Discursivos e Comunicação Verbal 
 
 Na noção de gênero discursivo proposta por Bakhtin (1999), a linguagem é um fenômeno social, 
histórico e ideológico. Nesse sentido, o autor define os gêneros do discurso como formas estáveis de enunciados 
elaborados de acordo com as condições específicas de cada campo da comunicação verbal. Essa definição 
remete à situação sócio-histórica de interação que envolve o tempo, o espaço, os participantes, a finalidade 
discursiva e o suporte midiológico.Assim, cada esfera produz seus próprios gêneros. 
 
Todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem. 
Compreende-se perfeitamente que o caráter e as formas desse uso sejam tão 
multiformes quanto os campos da atividade humana, o que, é claro, não contradiz a 
unidade nacional de uma língua. O emprego da língua efetua-se em forma de 
enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse 
ou daquele campo da atividade humana. (BAKTHIN, 2003: 261). 
 
 Segundo o autor, o discurso existe em forma de enunciados, considerados unidades concretas e reais de 
comunicação discursiva. Comunicação, na sua concepção, não se restringe a “processos ativos de discurso do 
falante e de respectivos processos passivos de recepção e compreensão do discurso no ouvinte” (idem, p. 271), 
na verdade, o interlocutor assume diante do enunciado uma ação responsiva: ao compreender o significado do 
 
discurso concorda ou discorda, completa-o etc. Essa resposta pode ser dada por enunciados, ações ou até pelo 
próprio silêncio. 
 A enunciação é, portanto, o resultado da interação entre um locutor e um interlocutor, tendo este um 
papel preponderante na formação da enunciação, já que o locutor vai construir sua enunciação dependendo do 
seu interlocutor. Nesse sentido, a palavra tem duas faces: é determinada por quem fala e para quem se fala, 
sendo, portanto, o território comum do locutor e do interlocutor. Nessa perspectiva “o centro organizador de toda 
a enunciação, de toda a expressão não é interior mas exterior: está situado no meio social que envolve o 
indivíduo.” (BAKHTIN, 1999:118). 
 As palavras de um falante estão sempre atravessadas pelas palavras do outro: o discurso elaborado pelo 
falante se constitui também do discurso do outro que o atravessa, condicionando o discurso do locutor. O 
dialogismo é a característica do funcionamento discursivo em que se encontram presentes várias instâncias 
enunciadoras. É a presença destas várias instâncias que constitui a dimensão polifônica do discurso. A noção de 
que várias vozes se fazem ouvir no interior de um discurso foi lançada por Bakhtin em seus trabalhos sobre a 
obra de Dostoievski. 1 
 Para o filósofo, a língua, em seu uso concreto, é essencialmente dialógica. Essa dialogia não se restringe 
ao diálogo face a face. Ao contrário, existe uma dialogização interna da palavra que é perpassada sempre pela 
palavra do outro. O que significa que qualquer pessoa, ao falar, considera a fala do outro, e que, portanto, essa 
fala está presente na sua. 
 O dialogismo é marcado pelo discurso bivocal e pelo discurso citado direto e indireto. “O discurso citado 
é o discurso no discurso, a enunciação na enunciação, mas é, ao mesmo tempo um discurso sobre o discurso, 
uma enunciação sobre a enunciação.”(ibidem: 144). Daí depreende-se que um enunciado está inter-relacionado 
com outros enunciados (interdiscursividade). Segundo Bakhtin, a interação entre interlocutores é o princípio 
fundador da linguagem. 
 No processo de construção do enunciado deve-se considerar a situação social e as condições específicas 
de sua constituição. Os enunciados originam-se nas diferentes esferas sociais e as condições de sua construção 
são refletidas por seu tema, seu estilo e sua composição. 
 O tema são conteúdos ideologicamente conformados que se tornam comunicáveis (dizíveis) através do 
gênero; não é só o objeto (assunto) e o sentido, mas inclui a situação social - a intenção do falante determinada 
pelo lugar. O estilo está indissoluvelmente ligado ao tema e à composição, não sendo só a parte formal da língua, 
mas o sentido, o modo de uso da língua. Já a composição é o modo de organização da fala, modo como as 
esferas sociais organizam os enunciados. 
Essas três dimensões são determinadas pelos parâmetros da situação de produção dos enunciados e, 
principalmente, pela apreciação valorativa do locutor a respeito do(s) tema(s) e do(s) interlocutor(es) de seu 
discurso. Portanto, os gêneros discursivos não podem ser compreendidos, produzidos ou conhecidos sem 
referência aos elementos de sua situação de produção. Sendo que as relações entre os parceiros da enunciação 
não se dão num vácuo social, mas sim estruturadas e determinadas pelas formas de organização e de distribuição 
dos lugares sociais nas diferentes instituições e situações sociais de produção dos discursos. 
 Tais lugares sociais, denominados por Bakhtin como esferas comunicativas, subdividem-se em: esferas 
do cotidiano (familiares, íntimas, comunitárias etc.), que dão origem aos gêneros primários; e esferas dos 
sistemas ideológicos constituídos (da moral social, da ciência, da arte, da religião, da política, da imprensa etc.) 
que por sua vez dão origem aos gêneros secundários. Os participantes da comunicação ocupam, em cada uma 
dessas esferas comunicativas, determinados lugares sociais que os levam a adotar gêneros específicos de acordo 
com suas finalidades ou intenções comunicativas. 
 
 
 
 1.3 Características Comuns dos Enunciados 
 
 Os enunciados produzidos nas mais diversas esferas sociais de comunicação - esfera cotidiana, científica, 
religiosa, jornalística etc.- possuem “como unidades da comunicação discursiva certas peculiaridades estruturais 
comuns, e antes de tudo limites absolutamente precisos” (BAKHTIN, 2003:275). Na primeira peculiaridade a 
que se refere o autor, a alternância dos sujeitos discursivos, o falante termina seu discurso para possibilitar ao 
outro a sua intervenção, seja através de um enunciado responsivo, seja através de uma ação responsiva. 
 Rodrigues (2001) esclarece que os limites do enunciado estabelecem as suas fronteiras e são demarcados 
pela alternância dos sujeitos discursivos. Assim, em uma situação social determinada, de acordo com os 
propósitos discursivos e com as condições daquela situação social de interação, o falante conclui o que objetivara 
dizer (dixi conclusivo) e termina (acaba) o seu enunciado, passando a palavra ao interlocutor, para que ele possa 
dar sua resposta. 
 
1 BAKHTIN. M. Problemas da poética de Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1981. 
 
 
 
A alternância dos falantes, numa situação específica, dentro dos seus propósitos 
discursivos, constitui-se pelo fato de que o falante concluiu o que objetivara dizer 
(dixi conclusivo), termina seu enunciado, e, assim, cede a palavra ao outro, o 
interlocutor (imediato ou não), para dar lugar a sua compreensão ativa, a sua postura 
de resposta. A troca de sujeitos discursivos emoldura [“enmarca”] o enunciado, 
estabelece suas fronteiras e cria sua corporeidade específica em relação aos outros 
enunciados vinculados a ele. (p.30) 
 
 Outra característica comum a todo enunciado, a expressividade, remete à idéia de dialogismo . Se cada 
falante vale-se de outros enunciados para construir o seu, da mesma forma, seu enunciado é uma reação-resposta 
a outros enunciados já-ditos. Deste modo, não há enunciado neutro – o enunciado é a instância da expressão da 
posição do falante e dos demais participantes da comunicação. 
 A conclusividade, terceira característica apontada por Bakhtin, marca a alternância dos sujeitos 
discursivos à medida que o interlocutor percebe o dixi conclusivo do falante a partir do esgotamento do sentido 
de objeto, da intencionalidade discursiva. A conclusividade é diferente em cada gênero. 
 Essas características permitem o estabelecimento da diferença entre o enunciado e as unidades da língua 
(sistema): 1.a oração, como unidade da língua, é neutra, assim só adquire expressividade no enunciado, portanto 
não tem contato direto com a situação extraverbal do enunciado; 2. possui naturezae limites gramaticais; 3. em 
relação à conclusividade, a oração possui natureza, conclusividade e unidade gramaticais, no entanto não possui 
sentido completo, nem pode determinar por si mesma uma postura de resposta. Existe na oração uma 
potencialidade de sentido, que se concretiza no enunciado. 
 Para a interpretação do enunciado como um todo de sentido, deve-se considerar não só sua dimensão 
verbal, mas também a sua parte extraverbal, a qual não é concebida como algo que “envolve” o enunciado, mas 
como uma parte que lhe é constitutiva. Portanto, o sentido de um enunciado é determinado considerando a 
relação inextricável entre as suas dimensões verbal e social. 
 A noção de gênero bakhtiniana abre perspectiva para a análise das relações entre a expressão da 
individualidade e as pressões sociais que a determinam. Assim, considera-se que o enunciador, imerso em uma 
sociedade, possui um projeto discursivo e os gêneros do discurso apresentam recursos para sua expressão. 
Portanto, os diversos gêneros que circulam socialmente devem ser objeto de programas de ensino em todos os 
níveis de escolarização, enquanto o papel do professor será o de realizar o processo de elaboração didática de 
forma a desenvolver no aluno a capacidade de, conforme Kleiman, “(...) usar o gênero, de forma competente e 
crítica, ao fornecer-lhe uma “matriz externa”, porém sem aprisioná-lo num clichê pré-determinado.” 
(DIONISIO,2002:12). Isso significa dizer que não se pode dar uma “fôrma” aos gêneros, portanto não são 
produtos acabados, modelos pré - estabelecidos. Nesse sentido, um gênero é um lugar para se olhar uma certa 
similaridade textual, mas não se pode confundi-lo com tipologias textuais. O professor precisa, portanto, mostrar 
as regularidades presentes nos textos durante sua elaboração didática. 
 Não se pode deixar de considerar, no entanto, que no momento em que os gêneros discursivos são objetos 
de aprendizagem, não se constituem mais como instrumentos de comunicação, mas assumem o papel de objeto 
de ensino e aprendizagem. É a partir desse desdobramento que a escola precisa assumir a entrada dos textos de 
circulação social no seu ambiente, uma vez que são os gêneros que articulam as práticas sociais aos objetos 
escolares. 
 A esse respeito Schneuwly e Dolz (1999:10) afirmam que: 
 
Toda introdução de um gênero na escola é o resultado de uma decisão didática que 
visa a objetivos precisos de aprendizagem que são sempre de dois tipos: trata-se de 
aprender a dominar o gênero, primeiramente, para melhor conhecê-lo, melhor 
produzi-lo na escola e fora dela, e, em segundo lugar, para desenvolver capacidades 
que ultrapassam o gênero e que são transferíveis para outros gêneros. 
 
 Numa situação de aprendizagem dos gêneros, os professores têm, entre outros objetivos, o propósito de 
fazer os alunos aprenderem e, para tanto, precisam planejar atividades em que eles possam construir conceitos e 
aprender “a fazer”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1.4 A produção do(s) Gênero(s) ‘Resumo’ – Dificuldades e Peculiaridades 
 
 Lopes-Rossi (2002) afirma que para a produção escrita de qualquer gênero discursivo, ou seja, um texto 
com real circulação social, o aluno precisa ter consciência das condições em que é produzido e circula na nossa 
sociedade. Para se conhecer tais condições deve-se pensar, de modo geral, em quem escreve esse gênero, qual o 
seu propósito ao escrevê-lo, em que tipo de mídia circula, como as informações que aparecem nesse gênero são 
conseguidas, que tipo de resposta o leitor pode dar ao texto ou que reação ou influência pode ter devido a essa 
leitura. Enfim, em que condições esse gênero pode ser produzido e pode circular na nossa sociedade. 
 Nesse sentido, as significações são construídas por meio das práticas sociais, das mediações 
comunicativas na forma de gêneros, os quais organizam a nossa fala da mesma maneira que dispõem as formas 
gramaticais. 
 Johns (apud BLASI RODRIGUES, 1998) ressalta que para afiliar-se a uma comunidade discursiva, 
escritores iniciantes precisam entender as convenções básicas, os conceitos e os valores dos gêneros dessa 
comunidade. Assim, o professor precisa trabalhar o saber-fazer: o aluno aprenderá a ler, a observar as 
características do discurso científico, a entender como se dá o processo de produção e a escrever textos 
científicos. 
Deste modo, considerando que os gêneros existentes na academia são convenções próprias dessa 
comunidade discursiva, e que as ementas da disciplina de Produção de Texto dos cursos de graduação do campo 
em estudo não contemplam tais gêneros, considera-se importante investigar, nesse novo contexto, formas de 
elaboração didática que possibilitem aos alunos uma melhor percepção dos gêneros que circulam na esfera 
acadêmica, e, no caso desta pesquisa, especificamente o(s) gênero(s) ‘resumo’. 
Schneuwly e Dolz (1999) ressaltam que o resumo – sínteses de textos – consiste em dizer, em poucas 
palavras, mas do mesmo ponto de vista enunciativo, o que o autor do texto a resumir quis dizer, para tanto 
precisa realizar um exercício de paráfrase através da qual o “resumidor” revive, em seu resumo, a “dramatização 
discursiva” construída no texto a resumir, a partir de uma compreensão das diferentes vozes enunciativas que 
nele agem. Segundo os autores, resumir não é uma atividade que pode ser reduzida à aplicação de algumas 
regras simples, como as de condensação, de eliminação e de generalização. 
Reconhecendo que não existe somente uma forma de resumo, os autores afirmam: 
 
O resumo escolar pode assim, ser considerado uma variação de um gênero ou de um 
conjunto de gêneros tão variado quanto a ficha de leitura, o resumo incitativo e a 
resenha oral de um filme. Isso permite, por um lado, tratar e analisar o resumo, da 
perspectiva do gênero ao qual pertence — a extensa gama dos resumos — e 
descrever técnicas de escrita, no sentido mais amplo do termo, que são próprias às 
variações deste gênero e, por outro lado, definir sua especificidade em relação às 
outras variações. (SCHNEUWLY, B. DOLZ, J. 1999:15) 
 
 No entanto, desconsiderando essa variedade de resumos existentes, os manuais de metodologia, quando 
se referem a resumo, limitam-se a informar que trabalhos acadêmico-científicos tais como teses, dissertações, 
projetos de pesquisa e artigos destinados à publicação em revistas acadêmicas exigem a inclusão de um resumo 
de seu conteúdo. 
 Resumo, para França (2000:69), “[...] é a apresentação concisa e seletiva de um texto, ressaltando de 
forma clara e sintética a natureza do trabalho, seus resultados e conclusões mais importantes, seu valor e 
originalidade.” 
 De acordo com Severino (1993) o resumo de um texto é uma síntese das idéias, e não das palavras do 
texto. Ou seja, resumindo um texto com as próprias palavras, o estudante mantém-se fiel às idéias do autor 
sintetizado, sem que haja uma miniaturização da obra. Neste sentido, o resumo é feito em diferentes níveis de 
profundidade, conforme o objetivo a que se propõe, mas de qualquer maneira, é feito a partir da análise temática. 
 Já para Lakatos & Marconi (1992) o resumo consiste na apresentação concisa e seletiva de um texto, 
destacando-se os elementos de maior interesse e importância, isto é, as principais idéias do autor da obra, 
permitindo a quem o ler resolver sobre a consulta, ou não, ao texto completo. 
 Ruiz (1986) descreve o resumo pedagógico, não necessariamente científico, como o trabalho de 
condensação de um texto de maior importância. O mesmo autor traça um paralelo entre resumo, esquema e 
sumário, neste contexto o resumo difere do esquema e do sumário porque é formulado em parágrafos de sentido 
completo e sua leitura dispensa a leitura do texto original no que diz respeito ao levantamentode conteúdos. 
 Quanto ao estilo da redação e conteúdo, os manuais apenas explicam que o resumo deve constituir-se 
num texto redigido de forma cursiva, concisa e objetiva, respeitando a estrutura do original e reproduzindo 
apenas as informações mais significativas, como: objetivos, técnicas de abordagem, descobertas, valores 
numéricos e conclusões. Limita-se a um parágrafo, devendo incluir palavras representativas do assunto 
(FRANÇA, 2000: 69). 
 
 Outra observação comum é que o uso de abreviaturas, símbolos, fórmulas, equações e diagramas devem 
ser evitados, a menos que esses elementos sejam absolutamente necessários à compreensão do conteúdo. 
Também ressaltam que não cabem num resumo citações, comentários, críticas e julgamento pessoal do autor. 
 Já quanto à redação e estilo de resumos, a NBR-6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, 
estabelece, como uma das condições, que o resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as 
conclusões do trabalho. No entanto, nem todos os artigos científicos são resultados de pesquisas, portanto esses 
elementos nem sempre estão presentes. 
 Os manuais estabelecem ainda que o resumo seja composto de uma seqüência corrente de frases concisas 
e não de uma enumeração, dando-se preferência ao uso da terceira pessoa do singular e do verbo na voz ativa e 
evitando-se o uso de parágrafos. Sobre a extensão do resumo, a NBR 6028 define: - para notas e comunicações 
breves: até 100 palavras; - para monografias e artigos: até 250 palavras; - para relatórios e teses: até 500 
palavras. 
 As orientações anteriores são comuns na maioria das obras que tratam do assunto, e pode-se perceber que 
não contemplam aspectos relacionados às características discursivas de cada “gênero” de resumo, pois o termo é 
apresentado de forma generalizante, conseqüentemente cabe ao educador preocupar-se com uma elaboração 
didática que aborde o conhecimento dos parâmetros que subsidiam a produção desse gênero nas mais diversas 
esferas sociais. 
 Blasi Rodrigues (1998) ressalta que, em se tratando de resumos de gêneros acadêmicos, a distribuição das 
informações está atrelada à organização do texto-fonte, o que equivale a dizer que a organização de cada gênero 
vai refletir-se num gênero resumo correspondente. Concordando com essa idéia, acrescenta-se que cada gênero 
resumo será determinado pelas diferentes funções e finalidades sociais a que se destina. 
 Houaiss assim conceitua resumo: 
 
 s.m. (1652 cf. Agiólogo) ato ou efeito de resumir(-se); sumário, síntese, sinopse 1 
exposição sintetizada de um acontecimento ou de uma série de acontecimentos, das 
características básicas de alguma coisa, com a finalidade de transmitir uma idéia 
geral sobre seu sentido <o narrador fez um r. expressivo dos acontecimentos> 1.1 
apresentação abreviada do texto ou conteúdo de livro, peça teatral, argumento de 
filme etc. 2 recapitulação breve, sucinta <o livro apresentava um pequeno r. ao final 
de cada capítulo> 3 indivíduo ou coisa que resume, que simboliza certas qualidades 
<Gandhi é o mais perfe ito r. dos homens que defenderam a não-violência no sXX. 
(DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA , 2002) 
 
 Essas acepções demonstram o caráter polissêmico da palavra resumo, que se destaca na esfera escolar (e 
acadêmica), gerando problemas para a produção de textos com essa denominação. 
 Essa diversidade de formas de resumo gera confusões entre os estudantes, uma vez que os professores 
empregam indiscriminadamente o termo resumo para referir-se a gêneros com finalidades e estrutura diferentes. 
Outro aspecto a ser lembrado diz respeito às diversas variantes desse gênero encontradas na mídia, mas sem 
referência à palavra resumo , como destaca Dionísio (2002: 143): 
 
 [...] ao examinar a revista VEJA, a primeira observação interessante é a de que não 
há nenhuma matéria com o título de resumo, o que poderia nos levar à conclusão 
inicial de que não existiria o gênero resumo na mídia impressa. Contudo, indo mais 
além, verificamos que existem matérias com o título de resenha, na seção “Artes e 
Espetáculos – Livros”, que apresentam as características estabelecidas pelo 
“Aurélio” em seu verbete sobre resumo. 
 
 
 Pensando nas várias formas de ‘resumo’ existentes, apresenta-se a seguir um quadro com algumas dessas 
formas com suas respectivas características e suportes de divulgação, no intuito de comprovar a hipótese de que 
constituem gêneros distintos, apesar da mesma denominação. Convém esclarecer que não se trata de uma 
categorização, mas simplesmente a apresentação de alguns desses gêneros de uma forma mais sucinta. 
 
FORMA DE RESUMO ESFERA CIRCULAÇÃO AUTORIA FINALIDADE DESTINATÁRIO CARACTERÍSTICAS 
Resumos 
Escolares / 
Esquemas e 
Fichamento 
Escolar 
 
 
 
Acadêmica 
Textos escolares 
 
Texto fonte 
autor A – autor 
da obra 
 
 
Texto resumo 
autor B - 
estudante 
- Aprendizagem 
- Instrumento de 
 avaliação 
Estudantes 
(acadêmicos) 
 
 
Professores 
Apresentação concisa do 
conteúdo de uma obra sem 
apreciação pessoal ou 
interpretação. Reproduz a 
estrutura do texto fonte ou se 
apresenta em forma de mapa 
conceitual 
(ABNT) 
. 
Informativo ou analítico 
(Abstract) 
 
Indicativo ou descritivo 
Acadêmica - Artigos científicos 
- Teses 
- Dissertações 
Texto fonte 
autor A 
 
Texto 
resumido 
autor A 
Apresentação concisa 
de uma pesquisa ou um 
estudo à comunidade 
científica 
Comunidade 
acadêmica 
(Científica) 
Estruturado em um único 
parágrafo apresenta, 
geralmente, os objetivos, os 
pressupostos teóricos, a 
metodologia, os resultados e 
as conclusões da pesquisa. 
Resumos de obras Social 
 
 
Escolar 
Contracapa de livros, 
jornais e revistas 
 
Livros didáticos de 
literatura 
Texto fonte 
autor A/ 
Texto 
resumido 
autor B 
- Persuasão à leitura 
- Promoção/venda 
- Informação 
- Apresentação da obra 
para fins didáticos 
 
leitores em geral 
 
alunos 
Mesma estrutura do texto 
fonte. 
Resenhas Críticas Acadêmica 
 
 
Jornalística 
Revistas acadêmicas 
 
 
Jornais 
Texto fonte 
autor A 
 
Texto 
resumido 
autor B 
Apresentação, 
avaliação, apreciação, 
posicionamento acerca 
das idéias do autor da 
obra fonte 
Comunidade 
científica 
 
Leitores em geral 
Estruturado em parágrafos 
compreende análise e 
interpretação da obra. 
Resumo para fichas 
catalográficas. 
Escolar 
 
Acadêmica 
Bibliotecas Texto fonte 
autor A 
 
Texto resumo 
autor B 
Apresentação concisa 
do conteúdo da obra 
Usuários de 
bibliotecas. 
Estruturado em um ou dois 
parágrafos apresentando o 
conteúdo da obra 
 
Fonte: Quadro elaborado pela autora 
 
Analisando o quadro anterior pode-se dizer, em relação a cada forma de resumo, que: 
 
1) Os resumos escolares circulam na esfera escolar e têm por finalidade o ensino-aprendizagem e a 
avaliação. Em relação à autoria, considerando a interpretação, o texto escrito por A ao ser re-
textualizado assume a autoria de B. Sua finalidade pode ser tanto para estudo por parte do aluno, 
quanto para verificação de aprendizagem por parte do professor. Os fichamentos são muito 
importantes para a organização das leituras realizadas para posterior produção de artigos, ensaios, 
teses ou dissertações. 
 
2) O resumo informativo ou analítico contém todas as informações essenciais da obra e dependendo do 
objetivo, pode dispensar a leitura da mesma. Destaca o objetivo e o assunto, os métodos, os 
resultados e as conclusões. É impessoal e não deve apresentar comentários, gráficos ou tabelas. Já o 
resumo indicativo utiliza frases curtas, cada uma correspondendo a um elemento importante da obra, 
descrevendo sua natureza,propósito e forma. É o resumo apropriado para artigos de revisão (aqueles 
que não são resultados de pesquisa). 
 
 3) Resumos de obras são muito freqüentes em revistas e jornais de circulação nacional, constituindo, 
nesse caso, textos curtos que apenas apresentam o assunto da obra. Livros didáticos de Literatura 
também apresentam o tema, personagens, enredo, situando no contexto histórico para fins de ensino 
da disciplina e conhecimentos gerais. Existem publicações compilando resumos de obras indicadas 
para o vestibular. São também colocados nas contracapas das próprias obras, para dar uma noção do 
conteúdo ao leitor. 
 
 4) As resenhas críticas são textos elaborados por especialistas para tecer considerações valorativas acerca 
do conteúdo de uma determinada obra, sendo também produzidas por acadêmicos com o objetivo de 
aprendizagem e avaliação. Nessa forma são estruturadas em vários parágrafos, apresentando as 
principais idéias do autor da obra e a posição do resenhista a respeito dessa idéias. Dependendo do 
suporte de divulgação, catálogos de editoras, por exemplo, têm caráter publicitário. 
 
 5) Resumos em fichas catalográficas circulam nas bibliotecas e têm a finalidade de informar o assunto 
tratado na obra, autor, número de páginas e editora. 
 
 2- Considerações Finais 
 
 Assim como não é papel da escola ensinar os gêneros que circulam na esfera acadêmica, não é papel da 
universidade repetir os chamados “gêneros escolarizados”, que desvinculam a ideologia e a situação de 
interação, como se pode observar pelos planos de ensino da maioria das instituições de ensino superior. 
 Trabalhar com os gêneros discursivos pressupõe o desenvolvimento da capacidade comunicativa através 
da leitura e produção de textos orais e escritos que transcendam os aspectos estruturais, passando a considerar 
os aspectos interacionais, ou seja, considerem principalmente seus usos e funções numa situação 
comunicativa. 
 Assim, se cabe, principalmente à escola a construção do conhecimento, em qualquer nível de formação, 
então a sala de aula deve ser um espaço onde os conteúdos teóricos apresentados pelo professor sejam 
apropriados efetivamente pelos alunos e se transforme m em conhecimentos e capacidades que possibilitem ao 
aluno atuar em novos contextos. Para que isso ocorra, é imprescindível uma renovação na abordagem teórica 
da produção textual, a fim de evitar que a escola continue construindo “modelos de gêneros que não 
encontram referência nas práticas de linguagem escrita fora da sala de aula.” (RODRIGUES, 2000:207). 
 Considera-se que este estudo é apenas preliminar. Na verdade, há muito que se pesquisar em relação ao 
tema, mas já se pode concluir que qualquer forma de ‘resumo’, sendo a sumarização de outro gênero, ao ser 
elaborado assume outras características discursivas em conformidade com a esfera social a que se destina, 
constituindo-se assim em outro gênero. Portanto, ‘resumo’ é uma denominação generalizante atribuída a 
gêneros distintos, como se pôde perceber pelo quadro apresentado anteriormente, o qual elenca as várias 
formas de resumo e suas respectivas funções, finalidades e várias formas de resumo e suas respectivas 
funções, finalidades e suportes midiáticos, comprovando-se assim a hipótese lançada. 
 
 
RESUMO: Analisa as formas existentes do(s) gênero(s) resumo à luz da teoria de gêneros discursivos 
elaborada por Bakhtin. Parte-se da hipótese de que cada forma de resumo é determinada pelas diferentes 
características discursivas e finalidade social a que se destina, constituindo-se assim em outro 
gênero.Portanto, resumo é uma denominação generalizante atribuída a gêneros distintos. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Gêneros discursivos; resumo; características discursivas ; funções; finalidades. 
 
 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro, 1989. 
________ NBR 6028: resumos. Rio de Janeiro, 1999. 
BAKHTIN, M. M. O problema dos gêneros discursivos. In: Estética da criação verbal. 
Tradução Paulo Bezerra . São Paulo: Martins Fontes. 2003 
________ Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec. 1999. 
DIONISIO A.P, MACHADOA.R, BEZERRA M.A (orgs). Gêneros textuais & ensino. 
Lucerna. Rio de Janeiro.2002 
FRANÇA, J.L. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 4.ed. rev. 
Belo Horizonte: ed. UFMG,2000. 
HOUAISS .A Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. 
2922p 
LAKATOS, E.V, MARCONI, M. Metodologia do trabalho científico. 4..ed. São 
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 LOPES ROSSI.M.A- A produção de texto escrito com base em gêneros discursivos. IN: 
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MEDEIROS. J. B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 4. ed. 
São Paulo:Atlas, 1999. 
RODRIGUES, B.B. Estratégias de condução de informações em resumos de dissertações. 
1998 - Tese (Doutorado em Lingüística Aplicada) Universidade Federal de Santa Catarina 
–UFSC – Florianópolis 
RODRIGUES, R. H. A Constituição e o funcionamento do gênero jornalístico artigo: 
cronotopo e dialogismo., 2001. Tese (Doutorado em Lingüística Aplicada)-Pontifícia 
Universidade Católica –São Paulo 
RUIZ, J.A . Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo:Atlas, 
1986. 
SALOMON. D. V. Como fazer uma monografia : elementos de metodologia do trabalho 
científico.4ª. ed Belo Horizonte:Interlivros.1974 
SEVERINO. A.J .Metodologia do trabalho científico.18. ed. São Paulo:Cortez. 1992 
SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J. Os gêneros escolares: das práticas de linguagem aos 
objetos de ensino. Revista Brasileira de Educação – ANPED, no 11. 5-16. 1999

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