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INTRODUÇÃO À DOR Profa. Dra. Sisi Marcondes Departamento de Farmacologia DOR experiência sensorial e emocional desagradável, associada com dano tecidual potencial ou de fato aguda – função de alerta diminuir o dano crônica – muitas vezes prejudicial ao organismo Associação Internacional para o Estudo da dor Dor Geração de sinais elétricos transmissão condução estímulos nociceptivos nociceptores • físico (calor, frio, pressão) • químico (substâncias irritantes, venenos animais) Pele, mucosas, vísceras, músculos, articulações Neurônio Aferente primário • Ad (mielinizadas) condução rápida • Fibras C (não mielinizadas) condução lenta Neurônio de segunda ordem (podem ser ativados pela substância P, glutamato, neurocinina A) gânglios das raízes dorsais Estimulo Nociceptivo Integração da sensação dolorosa Via Aferente Ascendente - excitatória Portão de controle corno dorsal Trato espinotalâmico Córtex Tálamo OPIÓIDES extraído da papoula (Papaver somniferum) ÓPIO Ópio diarréias Século III AC - Teofrastos Século XVI – alívio de dores 1806 – Sertüner MORFINA 1832 - Robiquet CODEÍNA 1972 – primeira evidência sistema opióide endógeno (Akil et al.) 1973 – locais de ligação para opiáceos (Pert e Snyder; Simon et al.; Terenius) A partir de 1976 – receptores µ, δ, κ OPIÓIDES Atenuam eficazmente a dor sem afetar outros tipos de sensibilidade ou produzir perda de consciência. Eles diferem entre si, principalmente, pela potência e duração do efeito analgésico Encefalinas Endorfinas Dinorfinas Opióides endógenos Receptores opióides m – mi (m1 e m2) k – kappa (k1, k2 e k3) d – delta (d1 e d2) s – sigma e - epsílon OPIÓIDES Fármaco RECEPTOR m d k Morfina Metadona Fentanil Sufentanil Etorfina +++ + +++ +++ +++ + + +++ +++ +++ R Gi AC ATP (+) canais de K+ K+ K+ (hiperpolarização) (-) canais de Ca++ Ca++ Opióide liberação NT neuronal AMPc Via aferente Substância P Algesia OPIÓIDES Via ascendente excitatória neurônio aferente primário Ações • Analgesia Via aferente Substância P Algesia Opióides Liberação neurotransmissor AMPc X X Via ascendente excitatória Receptores μ + + + X neurônio aferente primário Via ascendente exctaitória Opióides (-) (-) (-) (-) MORFINA Ações • Euforia – ativação via dopaminérgica mesolímbica – μ (disforia – ҡ – inibição via dopaminérgica mesolímbica) • Depressão respiratória Diminui a sensibilidade dos neurônios do centro respiratório ao dióxido de carbono • Depressão do reflexo da tosse Não se relaciona diretamente com suas propriedades analgésica e depressora da respiração MORFINA Ações • Emese Ativação da zona de gatilho quimiorreceptora do tronco encefálico • Trato gastrintestinal - diminui a motilidade - aumenta o tônus - aumenta o tônus do esfíncter anal - reduz secreções intestinais - aumenta pressão nas vias biliares constipação intestinal MORFINA Ações • Miose Ativação do nervo parassimpático • Liberação de Histamina - urticária - sudorese - vasodilatação Cuidado com indivíduos asmáticos!!! MORFINA Ações • Hormônios Diminui liberação: - hormônio liberador de gonadotrofina - hormônio luteilizante - hormônio folículo estimulante - hormônio adrenocorticotrófico - b-endorfina Aumenta liberação: - prolactina - hormônio de crescimento - hormônio antidiurético – retenção urinária MORFINA Farmacocinética - bem absorvida por via oral - significativo efeito de primeira passagem - distribui-se para todos os tecidos – FETOS! - apenas parte atravessa a BHE (Fentanil e Heroína atravessam rapidamente) - sofre conjugação com o ácido glicurônico resultando em produtos ativos e inativos morfina-6-glicuronídeo – 2 X mais potente que a morfina - excreção renal Codeína - analgésico menos potente que a morfina - 10% metabolizado (desmetilada) para morfina (CYP2D6) - produz menos euforia que a morfina - raramente produz dependência - boa atividade antitussígena - Tylex – codeína + paracetamol Agonistas opióides morfina codeína CYP2D6 Agonistas opióides Tramadol - análogo sintético da codeína - fraco agonista de receptores µ - parte do efeito analgésico – inibição da captação de noradrenalina (NA) e serotonina (5-HT) - tratamento da dor leve a moderada - menor depressão respiratória neonatal - metabólito O-desmetilado é mais potente que o fármaco original - não deve ser utilizado por pacientes que tomam inibidores da MAO Diamorfina (heroína) - obtida pela acetilação da morfina - cerca de 3 vezes mais potente que a morfina - alta lipossolubilidade - causa grande efeito euforizante Meperidina Metadona - utilizada no controle da retirada de morfina e heroína de viciados - acumula-se nos tecidos , sendo lentamente liberada - causa síndrome de abstinência mais discreta - utilizada como analgésico para qualquer tipo de dor severa - metabólito desmetilado (normeperidina) – convulsões - pode causar dependência Fentanil - apresenta potência analgésica 80 vezes maior que a morfina - início de efeito rápido e curta duração Propoxifeno - agonista moderado - utilizado no alívio de dores fracas ou moderadas - isômero levógiro é utilizado como antitussígeno Agonistas parciais - agonistas dos receptores k e agonista fraco dos receptores m e d - em indivíduos que não fizeram uso de opióides recentemente – mostram atividade agonista – são usados no alívio da dor - em indivíduos dependentes de opióides – apresentam efeitos bloqueadores - causam disforia e não euforia - exemplos – Pentazocina Buprenorfina Antagonistas opióides Naloxona - utilizada para reverter o estado de coma e a depressão respiratória nas intoxicações opióides - T1/2 – 60 – 100 min - antagonista competitivo de receptores m, k e d - causa síndrome de abstinência em usuários de morfina ou heroína Naltrexona - biodisponibilidade e duração de efeito > Naloxona Maior dose é requerida para obtenção do mesmo efeito Opióides Tolerância Redução da resposta à uma droga após administrações repetidas Ocorre tolerância aos efeitos depressores respiratórios, analgésicos, eméticos e eufóricos Tolerância cruzada Opióides Dependência A dependência física caracteriza-se por síndrome de abstinência bem definida - dilatação pupilar - febre - sudorese - piloereção - dores musculares - náusea - diarréia - insônia OPIÓIDES • Opióides sem supervisão apropriada apresentam risco potencial para abuso • Altamente lipofílicos abuso potencial (efeito rápido) • T1/2 curta mais intensa a abstinência • retirada gradual • utilização de Metadona para a dependência (longa duração)Opióides Usos Terapêuticos dores agudas, de moderadas a intensas, dores crônicas e pós-cirúrgico Antitussígeno – Codeína Tratamento da diarréia Tratamento da Dependência – Metadona Intoxicação opióide – antagonistas (Naloxona) Opióides Efeitos Adversos depressão respiratória náuseas, vômitos confusão mental, disforia constipação intestinal retenção urinária prurido aumento da pressão do trato biliar Opióides Toxicidade aguda depressão respiratória hipotermia miose musculatura esquelética flácida coma Opióides Cuidados indivíduos com problemas respiratórios (enfizema, asma) – depressão respiratória indivíduos com insuficiência renal e idosos – excreção indivíduos que fazem uso de fenotiazínicos, IMAO, antidepressivos tricíclicos – depressão respiratória indivíduos com hipertrofia prostática - retenção urinária aguda TRATAMENTO DA DOR NEUROPÁTICA antidepressivos tricíclicos anticonvulsivantes Nevralgia do trigêmeo • Carbamazepina • Gabapentina • Fenitoína • Clonazepam • Lamotrigina Nevralgia pós- herpética • Gabapentina • Amitriptilina
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