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Farmacologia | P5 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS Opioides – todas as substâncias naturais, semissintéticas ou sintéticos que reagem com os receptores opioides como agonista quer como antagonista. Ópio, extraído da papoula. Naturais Ópio, morfina (agonista mi), codeína Semissintético Heroína, oxicodona Sintético Metadona (risco cardiovascular), meperidina (convulsão), fentanil Agonista antagonista Buprenorfina Antagonistas puros Naloxona (efeito rápido, reversão de intoxicações), Naltrexona (usado no tratamento da dependência, uso off-label para obesidade). Usado em casos de intoxicações – tríade dos sinais de intoxicação: letargia ou coma, depressão respiratória e pupilas puntiformes/dilatadas. Definição: ❖ Opioide – qualquer substância, endógena ou sintética, que produza efeitos semelhantes aos da morfina e que sejam bloqueados por antagonistas como a naloxona; ❖ Opiáceos – compostos como a morfina e a codeína que são encontrados na papoula; ❖ Analgésicos narcóticos – termo antigo para opioides, o termo narcótico refere-se a capacidade de induzir o sono. Tratamento da dor neuropática: antidepressivos tricíclicos (amitriptilina), fármacos como a duloxetina e venlafaxina IRSN, gabapentina e pregabalina, lidocaína – uso tópico e fármacos antiarrítmicos. ❖ Semelhantes a morfina que reduzem a dor e induzem tolerância e dependência física; ❖ Produzem a analgesia em decorrência da sua ação no cérebro, tronco encefálico, medula espinal e terminações periféricas dos neurônios aferentes primários. Classificados de acordo com sua potência (fracos e fortes), proporção entre efeitos agonistas e antagonistas (agonistas puros, agonistas- antagonistas mistos e antagonistas) e em relação a suas ações (analgésico – dores intensas, moderadas/refratárias, antitussígenos e antidiarreicos). Opioides endógenos: moléculas que interagem com diferentes tipos de receptores ❖ Encefalinas – ampla distribuição; ❖ Endorfinas – SNC; ❖ Dinorfinas – ampla distribuição Receptores: μ(mi), k(capa), d (delta), s(sigma), são receptores ligados à proteína G μ Analgesia supra-espinhal, depressão respiratória, euforia e dependência física. k Analgesia espinhal, miose, sedação e disforia. d Alterações no comportamento afetivo s Disforia, alucinações, estimulação vasomotora. Os receptores mi, são a maioria dos receptores analgésicos, possuem muita afinidade com opioides e tem ação em diferentes sistemas como constrição pupilar, supressão da tosse, diminuição do tônus e motilidade TGI. Escada analgésica da OMS Farmacologia | P5 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS Mecanismo de ação: ligam-se a receptores acoplados a proteína G reduzindo a atividade da adenilato ciclase, reduzindo a condutância do cálcio pré-sináptico, o que resulta numa diminuição na liberação de neurotransmissor como o glutamato, facilitam abertura de canais de potássio (pós-sináptica), fechando assim os canais de sódio levando a uma hiperpolarização (não haverá exocitose de neurotransmissor). A maioria dos opioides são bem absorvidos, são biotransformados pelo fígado, excreção é principalmente através dos rins. A barreira hematoencefálica fetal e facilmente atravessada. Tramadol: inibição da recaptação neuronal de noradrenalina e o aumento da liberação de serotonina. Efeito antitussígeno, em geral não apresenta efeito depressor sobre o sistema respiratório, nem sobre a motilidade grastrointestinal. Convulsões podem ocorrer em pacientes com IRA devido a ação do metabolito da morfina, morfina-3-glicuronida. Locais de ação: ❖ Medula espinal, em que os opioides atuam diretamente sobre os receptores nos terminais de neurônios sensoriais aferentes primários no corno dorsal da medula espinal inibindo a liberação da substância P. ❖ Tálamo, em que opioides atuam em vias ascendentes para inibir diretamente a transmissão da dor da medula espinal para centros superiores do cérebro (via trato espinotalâmico e trato espinorreticular). ❖ Área cinzenta periaquedutal do mesencéfalo e medula ventral rostral (núcleo da rafe magna), em que os opioides ativam neurônios inibitórios descendentes até a medula espinal, impedindo a transmissão da dor. ❖ Os opioides também atuam sobre o córtex cerebral, a amígdala e o hipocampo diminuindo a reatividade emocional à dor (diminuindo a percepção de dor). Agentes opioides Fenantrênicos Fenilepitilamidas Fenilpiperidinas Agonistas Fortes: Morfina, Pico de efeito em 20 minutos; Duração da ação por 4 horas; Depressão respiratória em doses terapêuticas; Hidromorfona, Oximorfona Leves: Codeína, Tratamento da diarreia, dispneia associada a edema pulmonar secundário e insuficiência aguda do ventrículo esquerdo; Dor moderada; Boa biodisponibilidade por VO; Pouca depressão respiratória; Frequentemente associados a outros analgésicos; Biotransformada em morfina; Oxicodona, Hidrocodona Fortes: Metadona Biotransformada em normeperidina que provoca convulsões; Prolongamento de QTc; Abstinência de outras drogas; Tratar dor difícil (ex. câncer); Longa duração de ação e metabolismo lento; Leves: Propoxifeno Fortes: Meperidina, Pico de efeito em 15 minutos; Duração da ação por 2-4 horas; Pode excitar o SNC (tremores, delirium); Metabolito pode causar convulsões (normeperidina); Midríase-taquicardia; Uso desencorajado. Fentanil Pico de efeito em 5 minutos; Duração da ação por 15 a 30 minutos; Apenas uso parenteral; Pré-anestésica e para dor pré e pós-operatória; Patch; Leves: Difenoxilato Agonistas- antagonistas Nalbufina Buprenorfina Agonista parcial – dissocia lentamente do receptor mi; Resistente a naloxona; Usada na desintoxicação de heroína; Em doses mais elevadas tem atividade antagonista no receptor μ Antagonistas Naloxona Má absorção oral, adm via intravenosa; Tratar overdose de opioides aguda; Pode ser necessária múltipla dosagem, por sua rápida ação; Farmacologia | P5 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS Principais ações e efeitos colaterais: Efeitos centrais e periféricos Efeitos centrais (receptores μ) exemplo: tramadol – com exceções Analgesia - alteração da percepção da dor e da reação do paciente a esta dor. Euforia - sensação agradável de flutuar e estar livre da ansiedade e do desconforto. Sedação - sonolência e turvação da consciência Depressão respiratória - inibição dos mecanismos do tronco cerebral – centro respiratório Supressão da tosse - mais especificamente a codeína. Miose – pode ocorrer em doses terapêuticas. Rigidez no tronco - aumento do tônus nos grandes músculos do tronco, interferindo na ventilação Náuseas e vômitos - ativação da zona desencadeante quimiorreceptora do tronco cerebral. Efeitos periféricos Trato Gastrointestinal • Efeitos constipantes: diminuição da motilidade do estômago e aumento do tônus, diminuição da produção de secreção gástrica. • Aumento do tônus do intestino delgado e espasmos periódicos. • Aumento do tônus do intestino grosso e diminuição das ondas propulsivas: constipação. Trato Biliar • Contração do músculo liso biliar, pode ocasionar cólicas biliares. Trato Genitourinário • Depressão da função renal (diminuição do fluxo plasmático renal) • Aumento do tônus do esfíncter uretral pode levar à retenção urinária. Útero • Prolongamento do trabalho de parto. Neuroendócrino • Estimulação da liberação do hormônio antidiurético, prolactina e somatotropina. Efeitos colaterais e adversos Depressão respiratória (ocorre em doses terapêuticas). Disforia paradoxal (crianças e mulheres). Pneumonia (↓ reflexo da tosse). Infecções Hipotensão (↓ centro vasomotor). Obstipação Retenção urinária – atenção aos pacientes com hiperplasia prostática. Alvimopan e o naloxegol são antagonistas do receptor que não atravessam a barreira hematencefálica. Bloqueiam náuseas, vômitos e constipação intestinal induzidos por opioides.Combinações analgésicas: ❖ Codeína/acetamiofeno (paracetamol) ❖ Codeína/aspirina ❖ Hidrocodona/acetaminofeno ❖ Oxicodona/acetaminofeno ❖ Oxicodona/aspirina ❖ Propoxifeno/aspirina Interação farmacológica: ❖ Sedativo-hipnóticos: maior depressão do SNC, particularmente depressão respiratória; ❖ Tranquilizantes antipsicóticos: sedação maior, efeitos variáveis sobre a depressão respiratória, acentuação dos efeitos cardiovasculares (ações muscarínicas e alfa-bloqueadoras); ❖ Inibidores da MAO: contraindicação relativa a todos os analgésicos opioides pela elevada incidência de coma, hiperpirético e hipertensão. Contraindicação absoluta para meperidina. Mecanismo de reversão com a Naloxona: Os antagonistas opioides se ligam com alta afinidade aos receptores opioides, mas não ativam a resposta mediada pelo receptor, por isso reverte os efeitos dos agonistas opioides como morfina e a heroína. A naltrexona tem ações similares às da naloxona. Ela apresenta duração de ação mais longa do que a naloxona, e uma única dose oral de naltrexona bloqueia o efeito da heroína injetada por até 48 horas. Farmacologia | P5 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS Síndrome da abstinência: A gravidade dos sintomas de abstinência ao opioide após suspensão abrupta de dosagens equivalentes de heroína, buprenorfina e metadona. A duração e gravidade varia de acordo com a droga. Questões para fixação do assunto: 1. Qual o mecanismo de ação dos opiódes? 2. Um homem de 25 anos de idade foi submetido à cirurgia de hérnia inguinal. No pós-operatório, ele recebe sulfato de morfina para a dor. A morfina produz analgesia por meio de qual das seguintes ações? a) Ativação de adenililciclase neuronal b) Aumento da liberação pré-sináptica de neurotransmissores c) Redução da condutância de potássio neuronal pós-sináptica d) Redução da condutância de cálcio neuronal pré-sináptica 3. Qualdosseguintesagonistasdeopioidesnãoébiotransformadoemumagente ativo com atividade analgésica? a) Morfina b) Codeína c) Heroína d) Meperidina 4. Prolongamento de QTc é um efeito adverso potencialmente fatal associado a qual opioide? a) Metadona b) Hidrocona c) Fentanila d) Morfina RESPOSTAS 1. A ação dos opióides envolve mecanismos celulares inibitórios e sobre a medula espinal. Os três receptores opióides, por estarem acoplado a proteína Gi, atuam inibindo a adenilato ciclase, reduzindo, assim o AMPc intracelular e afetando a fosforilação das proteínas (não ativa proteína quinase). Os opióides também exercem efeito sobre os canais de potássio e de cálcio: abrem os canais de potássio, ocorrendo influxo deste íon e causando uma hiperpolarização da membrana, dificultando a sua excitação; fecham os canais de cálcio e, por isso, prejudicam a liberação de neurotransmissores, processo que depende da entrada do cálcio. No nível espinal, inibem a transmissão de impulsos nociceptivos através da substância P porque bloqueiam a sua liberação pelas terminações aferentes primárias nos neurônios do corno posterior. 2. D 3. D 4. A
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