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Apostila Saúde Coletiva

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SANTA CATARINA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
APOSTILA
ENSINO CLINICO I
Docentes: Msc. Deyse Ilza de Aquino
Msc. Maria Catarina da Rosa
2018
1
APRESENTAÇÃO
A apostila da disciplina Ensino Clinico I para os discentes do Curso de
Enfermagem traz da apostila I de uma série de 3 apostilas que compõem ao plano de
ensino.
Aqui serão encontrados o plano de ensino, o plano de aula e um conjunto de
textos cuidadosamente selecionados pelas docentes.
Ressalta-se que esta não se caracteriza como publicação e sim como subsídio
para as discussões a serem realizadas durante as aulas. Desta forma, a autoria dos textos
de apoio propostos será mantida.
2
PLANO DE DISCIPLINA
ENSINO CLÍNICO I TEÓRICO SAÚDE COLETIVA -SDE0074
Ementa: Conceito Ampliado de Saúde e Doença. Conceito Positivo de Saúde.
Integralidade. Eqüidade. Universalidade. Formas de organização da sociedade. Modos
de viver. Saúde da população e organização da sociedade. Conceito de risco. Processo
Saúde /doença no contexto político, econômico, educativo e sócio-ambiental da
sociedade brasileira. A Rede Básica de Saúde. Abordagem educativa em grupos e sala
de espera. Consulta de enfermagem em vários programas Ministeriais. Imunização e
Rede de Frios. Doenças de notificação compulsória. Importância da informação para o
planejamento das ações em saúde para a transformação do atual cenário de assistência
da população brasileira.
Objetivos Gerais:
1. Despertar no graduando uma visão reflexiva sobre saúde e doença para atuar de
modo a reconhecer os determinantes do processo saúde-doença da sociedade brasileira.
2. Refletir sobre a política atual de intervenção na assistência em saúde coletiva.
3. Conhecer os Programas de Saúde para atenção básica proposta pelo Ministério de
Saúde, promovendo a visão de formação generalista e interdisciplinar exigida pela
saúde coletiva.
Objetivos Específicos
1. Identificar e discutir os determinantes do processo saúde-doença da sociedade 
brasileira.
2. Associar as inter-relações entre estilo de vida e modo de vida no processo saúde 
doença.
3. Refletir sobre as propostas políticas de intervenção na assistência à saúdecoletiva.
4. Discutir os Programas de Saúde para atenção básica proposta pelo Ministério de 
Saúde.
5. Aplicar os conhecimentos apreendidos, utilizando visão crítica, sobre as atividades 
profissionais desenvolvidas em saúde coletiva.
3
SUMÁRIO
Conteúdo Programático
UNIDADE I – SAÚDE E DOENÇA
1.1Opiniões sobre o que é saúde e doença
1.2 Representação social do adoecimento
1.3Os conceitos de saúde e doença predominantes
1.4Modos de viver
1.5 Características
1.6 Promoção da saúde e prevenção de
doenças
1.7 Diferentes grupossociais
1.8 Formas de organização da sociedade
1.9 Modos de viver e forma de produção e consumo das pessoas
UNIDADE II – RISCO E SAÚDE
2.1 Conceito de risco
2.2 Risco e problema
2.3 Risco causa
UNIDADE III – A UNIDADE BÁSICA E O SUS
3.1 Processo Saúde /doença e a rede básica de saúde
3.2 A Reforma Sanitária
3.3 VIII Conferência de Saúde
3.4 A implantação do Sistema Único de Saúde(SUS)
3.5 SUS – Diretrizes e Bases
UNIDADE IV – SAÚDE E EDUCAÇÃO NA REDE BÁSICA
4.1Abordagem educativa em grupos e sala de espera
4.2Consulta de enfermagem
4
UNIDADE V – PROGRAMAS DE SAÚDE
5.1PNI – Doenças Imunopreviníveis, Imunização e Rede de Frio
5.2Adolescente
5.3 DST/AIDS
5.4 Hanseníase
5.5 Tuberculose
5.6 HipertensãoArterial
5.7DiabetesMellitus
UNIDADE VI – VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
6.1 Doenças de notificaçãocompulsória
6.2 Importância da informação para planejar asações
6.3 Priorização dosproblemas
5
UNIDADE I – SAÚDE EDOENÇA
 DOENÇA
A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas,
pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim os
valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece (CANGUILHEM;
CAPONI apud BRÊTAS e GAMBA, 2006).
Para Evans & Stoddart (1990) a doença não é mais que um constructo que guarda
relação com o sofrimento, com o mal.
Quadros clínicos semelhantes, ou seja, com os mesmos parâmetros biológicos,
prognóstico e implicações para o tratamento, podem afetar pessoas diferentes de forma
distinta, resultando em diferentes manifestações de sintomas e desconforto, com
comprometimento diferenciado de suas habilidades de atuar em sociedade.
 SAÚDE
A saúde é silenciosa, geralmente não a percebemos em sua plenitude; na maior parte
das vezes apenas a identificamos quando adoecemos.
Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para assegurar a saúde com qualidade, pois
não existe um limite preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de
reciprocidade entreambas;
entre a normalidade e a patologia, na qual os mesmos fatores que permitem ao ser
humano viver (alimento, água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações
familiares e sociais) podem causar doenças.
Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres humanos, pelos determinantes
biológicos, psicológicos e sociais.
Tal constatação nos remete à reflexão de que o processo saúde-doença-adoecimento
ocorre de maneira desigual entre os indivíduos, as classes e os povos, recebendo
influência direta do local que os seres ocupam na sociedade (BERLINGUER, 2006).
No entanto, do ponto de vista do bem-estar individual e do desempenho social, a
percepção individual sobre a saúde é que conta.
Canguilhem (apud BRÊTASe GAMBA, 2006) considera que, para a saúde, é
necessário partir da dimensão do ser, pois é nele que ocorrem as definições do normal
ou patológico.
6
O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não há rigidez no
processo.
Dessa maneira, podemos deduzir que o ser humano precisa conhecer-se, necessita saber
avaliar as transformações sofridas por seu corpo e identificar os sinais expressos por
ele.
Nessa dimensão, a saúde torna-se a capacidade que o ser humano tem de gastar,
consumir a própria vida.
Entretanto, é importante destacar que a vida não admite a reversibilidade, ela aceita
apenas reparações.
Cada vez que o indivíduo fica doente, está reduzindo o poder que tem de enfrentar
outros agravos; ele gasta seu seguro biológico, sem o qual não estaria vivo (BRÊTAS e
GAMBA, 2006).
HISTÓRICO
Na antiguidade, quando das religiões politeístas, acreditava-se que a saúde era dádiva e
a doença castigo dos deuses, com o decorrer dos séculos e com o advento das religiões
monoteístas a dádiva da saúde e o castigo da doença passou a ser da responsabilidade
de um únicoDeus.
No entanto, 400 anos AC, Hipócrates desenvolve o tratado ―Os Ares e os Lugares‖
onde relaciona os locais da moradia, a água para beber, os ventos, com a saúde e a
doença.
Séculos mais tarde, as populações passam a viver em comunidade e a teoria miasmática
toma lugar. Tal teoria consiste na crença de que a doença é transmitida pela inspiração
de ―gases‖ de animais e dejetos em decomposição (BUCK et al., 1988).
Tal teoria permanece até o século XIX; no entanto, ―ao final do século XVIII,
predominavam na Europa como forma de explicação para o adoecimento humano os
paradigmas socioambientais, vinculados à concepção dinâmica, tendo se esboçado as
primeiras evidências da determinação social do processo saúde-doença.
Com o advento da Bacteriologia, a concepção ontológica firmou-se vitoriosa e suas
conquistas levaram ao abandono dos critérios sociais na formulação e no enfrentamento
dos problemas de saúde das populações‖ (OLIVEIRA; EGRY, 2000).
Duas concepções têm marcado o percurso da Medicina (MYERS e BENSON, 1992):
Concepção Fisiológica Iniciada por Hipócrates,explica as origens das doenças a partir
de um desequilíbrio entre as forças da natureza que estão dentro e fora da pessoa.
Esta medicina, segundo Myers e Benson (1992), centra-se no paciente como um todo, e
no seu ambiente, evitando ligar a doença a perturbações de órgãos corporais
particulares.
7
A concepção ontológica, por seu lado, defende que as doenças são ―entidades‖
exteriores ao organismo, que o invadem para se localizarem em várias das suas partes.
Estas entidades não têm sempre o mesmo significado.
Na medicina da Mesopotâmia e do Egito Antigo eram conotadas com processos
mágico-religiosos ou com castigos resultantes de pecados cometidos pelos pacientes
(DUBOS, 1980).
Na medicina moderna, com vírus. A teoria microbiana passa a ter, já nos fins do século
XIX, uma predominância de tal ordem que, em boa medida, fez obscurecer algumas
concepções que destacavam a multicausalidade das doenças.
Na atualidade, identifica-se o predomínio da multicausalidade, com ênfase nos
condicionantes individuais.
A base conceitual do movimento da medicina preventiva surge em 1958: sobre a tríade
ecológica que define o modelo de causalidade das doenças a partir das relações entre
agente, hospedeiro e meio-ambiente.
Com o passar dos anos, as mudanças nas sociedades levaram à necessidade de uma
ampliação do entendimento sobre saúde: é quando após a II Guerra Mundial, a
Organização das Nações Unidas (ONU) cria a Organização Mundial de Saúde (OMS),
composta por técnicos de vários países, com o objetivo de estudar e sugerir alternativas
para melhorar a saúde mundial.
Entre 6 e 12 de setembro de 1978, a OMS e a Fundação das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) promoveram em Alma-Ata, ex-União Soviética, uma Conferência
Internacional sobre cuidados primários de saúde.
desenvolvendo o conceito de saúde, sendo assim divulgado na carta de princípios de 7
de abril de 1948 (desde então o Dia Mundial da Saúde), implicando o reconhecimento
do direito à saúde e da obrigação do Estado na promoção e proteção da saúde, diz que:
―Saúde – estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente à
ausência de doença ou enfermidade – é um direito fundamental, e que a consecução do
mais alto nível de saúde é a mais importante meta social mundial, cuja realização
requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além do setor
saúde‖(OMS,1976).
Esta conferência ressaltou o íntimo inter-relacionamento e independência da saúde com
o desenvolvimento econômico e social, sendo a primeira causa e consequência da
progressiva melhoria das condições e da qualidade de vida.
A chave do plano da Conferência de Alma-Ata está na prevenção, no desenvolvimento
social e nos cuidados de saúde.
8
Já no Brasil, em 1986, foi desenvolvida a VII Conferência Nacional de Saúde, na qual
foram discutidos os temas: saúde como direito; reformulação do Sistema Nacional de
Saúde (SUS) e financiamento setorial. Nesta conferência adotou-se o seguinte conceito
sobre saúde:
―... em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de
alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer,
liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o
resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes
desigualdades nos níveis de vida‖ (BRASIL, 1986).
Contudo, podemos observar a saúde em outro aspecto. Partindo da análise do conceito
da saúde da OMS (1976), Ferrara (1976), propõe um novo conceito, no qual a saúde é
concebida como ―o contínuo agir do ser humano ante o universo físico, mental e
social em que vive, sem regatear um só esforço para modificar, transformar e recriar
aquilo que deve ser mudado‖.
Atribuem ao conceito uma dimensão dinâmica, valorizando o papel dos seres humanos
na manutenção e na transformação da saúde (individual e coletiva), colocando-os como
atores sociais do processo da própria vida (BRÊTAS, GAMBA et al., 2006).
Assim, vários autores afirmam que ―a saúde deve ser entendida em sentido mais
amplo, como componente da qualidade de vida e, assim, não é um bem de troca, mas
um bem comum, um bem e um direito social, no sentido de que cada um e todos
possam ter assegurado o exercício e a prática deste direito à saúde, a partir da aplicação
e utilização de toda a riqueza disponível, conhecimento e tecnologia que a sociedade
desenvolveu e vem desenvolvendo neste campo, adequados as suas necessidades,
envolvendo promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento e
reabilitação dedoenças.
Ou seja, deve-se considerar este bem e este direito como componente e exercício da
cidadania, compreensão esta que é um referencial e um valor básico a ser assimilado
pelo poder público para o balizamento e orientação de sua conduta, decisões,
estratégias eações.
Ao prestar a assistência ao indivíduo, à família ou à comunidade, há que se considerar
quem é ou quem são os clientes, como se apresentam na situação de necessidade de
saúde, seus direitos, deveres, valores e prerrogativas.
O ser humano é complexo e não há como abranger sua totalidade por uma única
definição.
Mesmo que se considere a pessoa um ser biopsicossocial e espiritual, não se consegue
expressar toda sua individualidade e singularidade.
9
Os profissionais da saúde aprendem sobre estrutura e função humanas pelo estudo da
anatomia, da fisiologia, da psicologia, da sociologia, da patologia, além das várias
maneiras de assistir, de abordar e se relacionar profissionalmente com o indivíduo, a
família ou a comunidade.
Não podemos nos esquecer que o ambiente é o local onde a pessoa se encontra com 
as coisas ao seu redor e que exercem nela influências, afetando-a de várias maneiras.
Por exemplo: uma família de seis a oito pessoas que habitam um único cômodo
provavelmente terão conflitos entre si, problemas que atingirão sua saúde mental; por
outro lado, viver num quarto úmido, ou seja, num ambiente insalubre, provavelmente
acarretará doenças como bronquite, tuberculose etc.
SAÚDE E DOENÇA
PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO / REABILITAÇÃO
Promoção
• Educação em Saúde, relação intersetorial com a companhia de água e esgoto,
relação intersetorial com a companhia de coleta delixo.
• Eliminar ou controlar as causas das doenças ouagravos.
• Estímulos a hábitossaudáveis.
• Informação, orientações e educação parapopulação.
Prevenção
• Prevençãoprimária
• Prevenir riscos e exposições ádoença
• Manter o estado desaúde
• Ação de tratamento daágua
• Prevenir complicações degravidez
• Ferver a água ou colocar uma gota de cloreto para cada litro deágua
• Prevenir DST/AIDS, cárie dental, câncer de mama, de próstata, depulmão...
Recuperação ereabilitação
• Tratar a giardíase commetronidazol
• Atenção terciária asaúde
• Prevençãoterciária
• Ações que evite a morte da pessoa e complicações dadoença.
• Reparo de toda sequela (dano) deixada por umadoença.
10
• Restabelecer o estadonutricional
Política de Promoção da Saúde
Implementar a Política de Promoção à Saúde voltada para a qualidade de vida, com
ênfase na necessidade de mudança de comportamento (internalizar a responsabilidade
individual) privilegiando o auto cuidado, o desenvolvimento de hábitos saudáveis
como: atividades física regular, alimentação saudável e combate ao tabagismo.
Eixos da Política Nacional de Promoção a Saúde (aprovada em através da Portaria nº
687, de 30/03/2006):
1. AlimentaçãoSaudável
2. Prática Corporal/AtividadeFísica
3. Prevenção e Controle doTabagismo
4. Redução da morbidade e mortalidade em decorrência uso abusivo de álcool e 
outras drogas
5. Redução da morbidadee mortalidade por acidentes detrânsito
6. Prevenção da violência e estímulo à cultura depaz
7. Promoção do desenvolvimentosustentável
11
UNIDADE II –
RISCO E SAÚDE
O trabalho do ACS é considerado uma extensão dos serviços de saúde dentro
das comunidades, já que o ACS é um membro da comunidade e possui com ela um
envolvimento pessoal. O agente, é um personagem fundamental, pois é quem está mais
próximo dos problemas que afetam a comunidade, é alguém que se destaca pela
capacidade de se comunicar com as pessoas e pela liderança natural que exerce. Sua
ação favorece a transformação de situações-problema que afetam a qualidade de vida
das famílias, como aquelas associadas ao saneamento básico, destinação do lixo,
condições precárias de moradia, situações de exclusão social, desemprego, violência
intrafamiliar, drogas lícitas e ilícitas, acidentesetc.
O trabalho do ACS tem como principal objetivo contribuir para a qualidade de
vida das pessoas e da comunidade. Todas as famílias e pessoas do seu território devem
ser acompanhadas por meio da visita domiciliar, na qual se desenvolvem ações de
educação em saúde. Entretanto, sua atuação não está restrita ao domicílio, ocorrendo
também nos diversos espaços comunitários. Todas essas ações que estão voltadas para
a qualidade de vida das famílias necessitam de posturas empreendedoras por parte da
população. Pessoas com deficiência, por exemplo, podem ter dificuldade no convívio
familiar, na participação na comunidade, na inclusão na escola, no mercado detrabalho,
no acesso a serviços de saúde, sejam estes voltados à reabilitação ou consultasgerais.
Conhecer essa realidade, envolver a equipe de saúde e a comunidade na busca
de recursos e estratégias que possibilitem superar essas situações são atitudes muito
importantes que podem ser desencadeadas por você, repercutindo na mudança da
qualidade de vida e no aumento de oportunidades para essas pessoas na construção de
uma comunidade mais solidária ecidadã.
Para realizar um bom trabalho, o ACS precisa:
• Conhecer oterritório;
• Conhecer não só os problemas da comunidade, mas também suas potencialidades de
crescer e se desenvolver social eeconomicamente;
• Ser ativo e ter iniciativa; • Gostar de aprender coisasnovas;
• Observar as pessoas, as coisas, osambientes;
•Agir com respeito e ética perante a comunidade e os demaisprofissionais.
12
A atuação do ACS valoriza questões culturais da comunidade, integrando o
saber popular e o conhecimento técnico e, na maioria das vezes, é o ACS que exerce a
função de estimular e organizar as reivindicações da comunidade.
Detalhando um pouco mais as ações do ACS, o mesmo deve estar sempreatento
ao que acontece com as famílias de seu território, identificando com elas os fatores
socioeconômicos, culturais e ambientais que interferem na saúde. Ao identificar ou
tomar conhecimento da situação-problema, você precisa conversar com a pessoa e/ou
familiares e depois encaminhá-la(los) à unidade de saúde para uma avaliação mais
detalhada.
Caso a situação-problema seja difícil de ser abordada ou não encontre abertura
das pessoas para falar sobre o assunto, o ACS deve relatar a situação para a sua equipe.
Os diferentes aspectos de um problema deverão ser examinados cuidadosamente com
as pessoas, para que sejam encontradas as melhores soluções. O ACS orienta ações de
prevenção de doenças, promoção à saúde, entre outras estabelecidas pelo planejamento
da equipe. Todas as pessoas da comunidade deverão ser acompanhadas, principalmente
aquelas em situação derisco.
Há situações em que será necessária a atuação de outros profissionais da equipe,
sendo indicado o encaminhamento para a unidade de saúde. Podemos dizer que o ACS
deve: • Identificar áreas e situações de risco individual e coletivo;
• Encaminhar as pessoas aos serviços de saúde sempre quenecessário;
• Orientar as pessoas, de acordo com as instruções da equipe desaúde;
• Acompanhar a situação de saúde das pessoas, para ajudá-las a conseguir bons
resultados.
Você deverá comunicar à equipe quanto à situação encontrada, pois, caso não
ocorra o comparecimento à unidade de saúde, deverá ser realizada busca-ativa ou visita
domiciliar. Todas as ações são importantes e a soma delas qualifica seu trabalho. No
entanto você deve compreender a importância da participação popular na construção da
saúde, estimulando assim as pessoas da comunidade a participarem das discussões
sobre sua saúde e o meio ambiente em que vivem, ajudando a promover a saúde e a
construir ambientessaudáveis.
Situações de risco são aquelas em que uma pessoa ou grupo de pessoas ―corre
perigo‖, isto é, tem maior possibilidade ou chance de adoecer ou até mesmo de morrer.
Todas as pessoas são responsáveis por sua saúde e de sua comunidade.
Alguns exemplos de situação de risco:
• Bebês que nascem com menos de dois quilos emeio;
13
• Crianças que estãodesnutridas;
• Filhos de mães que fumam, bebem bebidas alcoólicas e usam drogas nagravidez;
• Gestantes que não fazem opré-natal;
• Gestantes quefumam;
• Gestantes com diabetes e/ou pressãoalta;
•Acamados;
• Pessoas que precisam de cuidadores, mas não possuem alguém que exerça essa
função;
• Pessoas com deficiência que não têm acesso às ações e serviços de saúde, sejam estes
de promoção, proteção, diagnóstico, tratamento oureabilitação;
• Pessoas em situação deviolência;
• Pessoas que estão com peso acima da média e vida sedentária com ou sem uso do
tabaco ou doálcool.
Nesses casos, as pessoas têm mais chance de adoecer e morrer se não forem
tomadas as providências necessárias. É necessário considerar ainda condições que
aumentam o risco de as pessoas adoecerem, por exemplo:
• Baixarenda;
• Desemprego;
•Acesso precário a bens e serviços: água, luz elétrica, transporteetc.);
• Falta de águatratada;
• Lixo armazenado em locaisinadequados;
• Uso incorreto de venenos nalavoura;
• Poluição do ar ou daágua;
• Esgoto a céuaberto;
• Falta de alimentação ou alimentaçãoinadequada;
• Uso inadequado de medicamentosprescritos;
•Automedicação;
• Descontinuidade detratamento.
14
A situação de risco pode ser agravada por obstáculos ou fatores que 
dificultam ou impedem as pessoas de terem acesso às unidades de saúde, como:
• Localização do serviço com barreiras geográficas ou distante dacomunidade;
• Ausência de condições para acesso das pessoas com deficiência física: falta deespaço
para cadeira de rodas, banheiros nãoadequados;
• Serviços de transporte urbanoinsuficientes;
• Horários e dias de atendimento restritos ou em desacordo com a disponibilidade da
população;
• Capacidade de atendimentoinsuficiente;
• Burocratização noatendimento;
• Preconceitos raciais, religiosos, culturais, sociais, entreoutros.
Haverá acessibilidade quando esse conjunto de fatores contribuir para o acesso do
usuário aos serviços de saúde. Existem situações de risco que afetam a pessoa
individualmente e, portanto, têm soluções individuais. Outras atingem um número
maior de pessoas em uma mesma comunidade, o que irá exigir uma mobilização
coletiva, por meio da participação da comunidade integrada às autoridades e serviços
públicos. Os Conselhos de Saúde (locais, municipais, estaduais e nacional) e as
Conferências são espaços que permitem a participação democrática e organizada da
comunidade na busca de soluções. É importante ressaltar que essa participação não
deve restringir apenas aos Conselhos e Conferências, podendo se dar de outras formas
– reunião das equipes de saúde com a comunidade e associação de moradores, caixas
de sugestões, ouvidoria, disque-denúncia, entre outras. Risco é qualquer tipo de
―perigo‖ para a saúde daspessoas.
15
UNIDADE III – A UNIDADE BÁSICA E O SUS
RELATOHISTÓRICO DA SAÚDE NO BRASIL
• O século XIX assinala para o Brasil o início de um processo de transformação
política e econômica que atinge igualmente o âmbito da medicina, inaugurando duas de
suas características, que têm vigorado até opresente:
• o início da medicina na sociedade, que incorpora o meio urbano como alvo da
reflexão e da prática médica, e a situação da medicina como apoio científico
indispensável ao exercício de poder doEstado.
• Nasce um tipo específico de medicina que pode ser chamado de medicinasocial
• Efetivamente, somente no século XX, iniciam-se políticas de saúde para 
enfrentar o quadro sanitário existente nopaís.
1 - A saúde na Colônia e noimpério
A vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 determinou mudanças na 
administração pública colonial, até mesmo na área da saúde.
• Como sede provisória do império português e principal porto do país, a cidade 
do Rio de Janeiro tornou-se centro das açõessanitárias.
• Era necessário, então, criar rapidamente centros de formação de médicos, que 
até então eram quaseinexistentes.
• Assim, por ordem real, foram fundadas as academias médico-cirúrgicas, no Rio
de Janeiro e na Bahia, na primeira década do século XIX, logo transformadas nas duas
primeiras escolas de medicina dopaís.
• Por volta de 1829, foi criada a Junta de Higiene Pública, que se mostrou pouco
eficaz e, apesar de várias reformulações, não alcançou o objetivo de cuidar da saúde da
população.
• No entanto, é o momento em que instâncias médicas assumem o controle das
medidas de higiene pública. Seu regulamento é editado em 20 de setembro de 1851 e a
transforma em Junta Central de HigienePública.
• Tem como objetivos a inspeção da vacinação, o controle do exercício da
medicina e a polícia sanitária da terra, que engloba a inspeção de alimentos, farmácias,
armazéns de mantimentos, restaurantes, açougues, hospitais, colégios, cadeias,
cemitérios, oficinas, laboratórios, fabricas e, em geral, todos os lugares de onde possa
provir dano à saúdepública.
16
• Até 1850, as atividades de saúde pública estavam limitadas: - delegação das 
atribuições sanitárias às juntas municipais e - controle de navios e saúde dosportos.
• Verifica-se que o interesse primordial estava limitado ao estabelecimento de um
controle sanitário mínimo da capital do Império, tendência que se alongou por quase
umséculo.
• A Junta não resolveu os problemas de saúde pública. Mas, embora não tenha
destruído as epidemias, ela marca uma nova etapa na organização da higiene pública no
Brasil.
• Essa forma é que será mantida durante o séculoXIX.
• A fase imperial da história brasileira encerrou-se sem que o Estado solucionasse
os graves problemas de saúde dacoletividade.
2 - A saúde narepública
• A abolição da escravatura em1888.
• A Proclamação da República, em 1889, foi embalada na idéia de modernizar o
Brasil.
• A necessidade urgente de atualizar a economia e a sociedade, escravistas até
pouco antes, com o mundo capitalista mais avançado favoreceu a redefinição dos
trabalhadores brasileiros como capitalhumano.
• Assim, a capacitação física e intelectual dos operários e dos camponeses seria o
caminho indicado para alterar a história do país, considerado no exterior como ―região
bárbara‖.
• Nesse contexto, a medicina assumiu o papel de guia do Estado para assuntos
sanitários, comprometendo-se a garantir a melhoria da saúde individual e coletiva e,
por extensão, a defesa do projeto de modernização dopaís.
• País predominantemente rural, com um contingente de analfabetos estimado em
70% no censo de 1920, esse era o Brasil das três primeiras décadas do séculoXX.
• Emergia a questão social associada às primeiras manifestações operárias
urbanas, com intensos conflitos entre capital e trabalho acompanhados de violenta
repressão e ausência de canais legais de articulação deinteresses.
• No âmbito das políticas sociais, pela Constituição de 1891 (2) (Atual:
Constituição da república Federativa do Brasil, de 05/10/1988 (7)), cabia aos estados a
responsabilidade pelas ações de saúde, de saneamento e deeducação.
• As políticas de saúde, cujo início efetivo pode ser indicado em fins de 1910,
encontravam-se associadas aos problemas da integração nacional e à consciência da
interdependência gerada pelas doençastransmissíveis.
17
• Foi o resultado do encontro de um movimento sanitarista, organizado em torno
da proposta de políticas de saúde e saneamento, com a crescente consciência por parte
das elites políticas sobre os efeitos negativos do quadro sanitário existente nopaís.
• A falta de um modelo sanitário para o país deixava as cidades brasileiras à 
mercê dasepidemias.
• No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro apresentava um quadro
sanitário caótico, caracterizado pela presença de diversas doenças graves que
acometiam a população, como a varíola, a malária, a febre amarela e, posteriormente, a
peste.
• Gerando problemas: para a saúde coletiva, para o comércio exterior, visto que
os navios estrangeiros não mais queriam atracar no porto do Rio de Janeiro em razão da
situação sanitária existente nacidade.
• A incorporação dos novos conhecimentos clínicos e epidemiológicos às práticas
de proteção da saúde coletiva levou os governos republicanos, pela primeira vez na
história do país, a elaborar planos de combate às enfermidades que reduziam a vida
produtiva, ou útil, dapopulação.
• Diferentemente dos períodos anteriores, a participação do Estado na área da
saúde tornou-se global: não se limitava às épocas de surto epidêmico, mas se estendia
por todo o tempo e a todos os setores dasociedade.
• A contínua intervenção estatal nas questões relativas à saúde individual e 
coletiva revela a criação de uma ―política desaúde‖.
• A atenção para as epidemias nas cidades, como a de peste bubônica em 1899,
no porto de Santos, esteve na origem da criação, em 1900, das duas principais
instituições de pesquisa biomédica e saúde pública dopaís:
• o Instituto Soroterápico Federal – transformado posteriormente em Instituto
Oswaldo Cruz (1908) e Fundação Oswaldo Cruz (1970) –, no Rio de Janeiro, e o
Instituto Butantan, em SãoPaulo.
• Nessas instituições, uma nova geração de médicos, formados segundo o
paradigma da bacteriologia e influenciados pela pesquisa científica praticada na França
e naAlemanha.
• No inicio do século XX, a situação da saúde no Brasil ainda se apresentava
muito precária, apesar do desenvolvimento da tecnologia medica sanitária neste
período.
As políticas de saúde desta época tinham como característica o Sanitarismo
Campanhista, além da ação preventiva, a organização sanitária, passou a expandir acão
da assistência médica curativa, em uma tendência de medicalizar a sociedade.
18
• 1904: Foi promulgada a lei sobre a vacinação e revacinação obrigatória contra a
varíola. Organização sanitária através da Reforma Sanitária, coordenada por Osvaldo
Cruz;
• 1909: É fundado o instituto Osvaldo Cruz. Carlos Chagas descobriu a doença 
provocada pelo Tripanosoma crusi que passou a ser chama de doença deChagas;
• 1920: Reforma de Carlos Chagas que reorganizou os serviços de Saúde Pública,
criou o Departamento Nacional de Saúde Pública dirigido por CarlosChagas;
• Além de Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, Adolpho Lutz, Arthur Neiva e Vital
Brasil, entre outros, destacam-se na definição de rumos para a saúde pública e na
criação deinstituições.
• Um ativo movimento de Reforma Sanitária emergiu no Brasil durante a
Primeira República, sob a liderança da nova geração de médicos higienistas, que
alcançou importantesresultados.
• Entre as conquistas, destaca-se a criação do Departamento Nacional de Saúde 
Pública (DNSP), em1920.
• Durante a PrimeiraRepública, foram estabelecidas as bases para a criação de
um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela concentração e pela verticalização
das ações no governocentral.
• As medidas de proteção social e, em particular, a assistência médica só viriam a
ter reconhecimento legal como política pública com a aprovação da Lei Eloi Chaves, de
1923, resultado do crescente impacto do que passou a ser definido como a questão
social nopaís.
• Até então, muitas categorias de trabalhadores organizavam associações de 
auxílio mútuo para lidar com problemas de invalidez, doença emorte.
• A Lei que regulamentou a criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões
(CAPs) tem sido indicada como o momento inicial da responsabilização do Estado pela
regulação da concessão de benefícios e serviços, especialmente da assistênciamédica.
• Tratava-se de organizações de direito privado, criadas para grupos específicos
de servidores e organizadas segundo princípios de seguro social, ou seja, um modelo
em que os benefícios dependiam das contribuições dossegurados.
• A Lei deveria ser aplicada a todos os trabalhadores. Para que fosse aprovada no
Congresso Nacional, dominado na sua maioria pela oligarquia rural, foi imposta a
condição de que esse benefício não seria estendido aos trabalhadoresrurais.
• Fato que, na história da previdência do Brasil, perdurou até a década de 1960, 
quando foi criado oFunrural.
19
• Tratando-se de um sistema por empresa, restrito ao âmbito das grandes
empresas privadas e públicas, as CAPs possuíam administração própria para os seus
fundos, formada por um conselho composto de representantes dos empregados e dos
empregadores.
• O Estado não participava propriamente do custeio das Caixas, que, de acordo
com o determinado pelo artigo 3° da Lei Eloi Chaves, era mantido por empregados das
empresas (3% dos respectivos vencimentos), empresas (1% da renda bruta) e
consumidores dos serviçosdestas.
• 1923: Formação da CAPS (Caixas de Aposentadorias e Pensões). Foi fundada a
primeira escola de Enfermagem no Brasil, a Escola AnaNeri;
• 1933: Criação do Instituto de Aposentadorias e Pensões (IAPS), organizado por
categoriasprofissionais;
• 1942: Foi criado o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) convenio firmado
entre Brasil e EstadoUnidos;
• 1953: Foi criado o Ministério da Saúde, que evidenciou a importância da Saúde 
Pública;
3 - A institucionalização da saúdepública
• O primeiro governo Vargas é reconhecido pela literatura como um marco na 
configuração de políticas sociais no Brasil (entre 1930 e1945).
• As mudanças institucionais que ocorreram, a partir de 1930, moldaram a
política pública brasileira, estabelecendo um arcabouço jurídico e material que
conformaria o sistema de proteção social até um períodorecente.
• Coube ao Estado Novo acentuar e dirigir o processo de expansão do capitalismo
no campo, de maneira a impedir que nele ocorressem alterações radicais na estrutura da
grande propriedadeagrária.
• Em 1937, é promulgada nova Constituição, que reforça o centralismo e a 
autoridade presidencial(ditadura).
• O trabalhismo oficial e as suas práticas foram reforçados a partir de 1940 com a
imposição de um sindicatoúnico.
• Em1939,regulamenta-seajustiçadotrabalhoe,em1943,éhomologadaa
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
• A crescente massa assalariada urbana passa a constituir-se no ponto de
sustentação política do novo governo de Getúlio Vargas, por meio de um regime
corporativista.
20
• Essas ações transparecem como dádivas do Governo e do Estado, e não como 
conquista dostrabalhadores.
• No que tange à Previdência Social, a política de Estado pretendeu estender a 
todas as categorias do operariado urbano organizado os benefícios daprevidência.
• Dessa forma, as antigas CAPs são substituídas pelos Institutos deAposentadoria
e Pensões (IAP). Nesses institutos, os trabalhadores eram organizados por categoria
profissional (marítimos, comerciários e bancários) e não porempresa.
• Em 1933, foi criado o primeiro Instituto de Aposentadoria e Pensões, o dos
Marítimos (IAPM). Seu decreto de constituição definia, no artigo 46, os benefícios
assegurados aos associados:a. aposentadoria; b. pensão em caso de morte: para os
membros de suas famílias ou para os beneficiários; c. assistência médica e hospitalar;d.
socorros farmacêuticos, mediante indenização pelo preço do custo acrescido das
despesas deadministração.
• Até o fim dos anos 1950, a assistência médica previdenciária não era 
importante.
• Os técnicos do setor consideravam-na secundária no sistema previdenciário 
brasileiro, e os segurados não faziam dela parte importante de suasreivindicações.
• As políticas de saúde, então implementadas, corresponderam a alterações em 
diversoscampos.
• Na esfera institucional, a principal mudança consistiu na criação do Ministério 
da Educação e Saúde Pública (Mesp), o qual passou por sucessivasreformulações.
Ao Mesp cabia a saúde pública, ou melhor, tudo que dissesse respeito à saúde da
população e que não se encontrava na área da medicina previdenciária, desenvolvida no
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
• O Mesp fazia a prestação de serviços para aqueles identificados como pré-
cidadãos: os pobres, os desempregados, os que exerciam atividadesinformais.
• Tal dualidade tornou-se uma das marcas do sistema de proteção social de saúde
no Brasil, formalizando no campo da saúde uma separação, uma distinção institucional
entre duas áreas de gestão em políticas públicas de saúde, que marcaria definitivamente
as ações de saúde noBrasil.
• Com a promulgação de uma nova Constituição em 1946, o país inicia um 
período de 19 anos de experiênciademocrática.
• A saúde pública, ainda que herdeira dos aparatos estatais construídos nos
primeiros anos do governo Vargas, teve sua estrutura centralizada com múltiplos
programaseserviçosverticalizadosparaimplementarcampanhaseaçõessanitárias,
21
assim como sua burocracia foi confrontada com novos contextos e contornos políticose 
sociais que caracterizaram o Brasil até1964.
• Os marcos institucionais desse período foram:1. criação do Ministério da Saúde,
em 1953, velha aspiração dos médicos da saúde pública; 2. reorganização dos serviços
nacionais no Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu), em 1956; 3.
implementação da campanha nacional contra a lepra e das campanhas de controle e
erradicação de doenças, como a malária, de 1958 a 1964; 4. realização da 3ª
Conferência Nacional de Saúde, em1963.
• Esses marcos reforçavam aspectos importantes, tais como:1. permanência da
disjunção entre saúde pública e assistência médica com ênfase da primeira nas
populações rurais; 2. foco das ações sobre doenças específicas; 3. deslocamento do
processo de discussão e decisão para arenas fora da burocracia pública, tais como o
Congresso Nacional e a politização da saúde nos congressos de higiene e nas
conferênciasnacionais.
• A dinâmica política da sociedade brasileira começava, desde meados da década
de 1950, a permitir a compreensão das proposições de mudanças nas políticas da saúde,
promovida pelos ―desenvolvimentistas‖, que defendiam a idéia da saúde como questão
de superestrutura, isto é, não como causa do desenvolvimento econômico e social, mas
uma consequênciadele.
• A 3ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1963, foi o último evento na 
experiênciademocrática.
• Os principais pontos da 3ª CNS eram a rediscussão da distribuição de
responsabilidades entre os entes federativos, uma avaliação crítica da realidade
sanitária do país e uma clara proposição de municipalização dos serviços de saúde,
intenção revelada no temário da Conferência e explicitada nosdiscursos do presidente
da República, João Goulart, e do ministro da Saúde, WilsonFadul.
O Sistema Nacional de Saúde implantado no Brasil no período militar (1964-1985)
caracterizou- se pelo predomínio financeiro das instituições previdenciárias e pela
hegemonia de uma burocracia técnica que atuava no sentido da mercantilização
crescente da saúde.
• O governo militar implantou reformas institucionais que afetaram 
profundamente a saúde pública e a medicinaprevidenciária.
• Com a unificação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) no Instituto
Nacional de Previdência Social (INPS), em 1966, concentraram-se todas as
contribuições previdenciárias, ao mesmo tempo em que o novo órgão passou a gerir as
aposentadorias, as pensões e a assistência médica de todos os trabalhadores formais,
embora excluísse dos benefícios os trabalhadores rurais e uma gama de trabalhadores
urbanosinformais.
22
• A saúde pública, relegada ao segundo plano, tornou-se uma máquina ineficiente
e conservadora, cuja atuação restringia-se a campanhas de baixaeficácia.
• A carência de recursos — que não chegavam a 2% do PIB — colaborava com o
quadro de penúria e decadência, com graves consequências para a saúde dapopulação.
• Os habitantes das regiões metropolitanas, submetidos a uma política
concentradora de renda, eram vítimas das péssimas condições de vida que resultavam
em altas taxas demortalidade.
• Esse quadro seria ainda agravado com a repressão política, que atingiu também
o campo da saúde, com cassações de direitos políticos, exílio, intimidações, inquéritos
policial-militares, aposentadoria compulsória de pesquisadores, falta de financiamento
e fechamento de centros depesquisas.
• Na década de 1970, a assistência médica financiada pela Previdência Social
conheceu seu período de maior expansão em número de leitos disponíveis, em
cobertura e em volume de recursos arrecadados, além de dispor do maior orçamento de
suahistória.
• Entretanto, os serviços médicos prestados pelas empresas privadas aos
previdenciários eram pagos por Unidade de Serviço (US) e essa forma de pagamento
tornou-se uma fonte incontrolável decorrupção.
• A construção ou a reforma de inúmeras clínicas e hospitais privados com
dinheiro público, mais especificamente com recursos financeiros da Previdência Social,
associada ao enfoque na medicina curativa, foi concomitante à grande expansão das
faculdades particulares de medicina por todo oPaís.
• O INPS financiou a fundo perdido as empresas privadas que desejassem 
construir seushospitais.
• Em 1975, o modelo econômico implantado pela ditadura militar entra emcrise.
• A população com baixos salários, contidos pela política econômica e pela
repressão, passou a conviver com o desemprego e as suas graves consequências sociais,
como aumento da marginalidade, das favelas e da mortalidadeinfantil.
• O modelo de saúde previdenciário começa a mostrar as suasmazelas:
a. por ter priorizado a medicina curativa, o modelo proposto foi incapaz de solucionar
os principais problemas de saúde coletiva, como as endemias, as epidemias e os
indicadores de saúde (mortalidade infantil, porexemplo);
b. aumentos constantes dos custos da medicina curativa, centrada na atenção médico-
hospitalar de complexidadecrescente;
c. diminuição do crescimento econômico com a respectiva repercussão na arrecadação
do sistema previdenciário, reduzindo as suasreceitas;
23
d. incapacidade do sistema em atender uma população cada vez maior de
marginalizados que, sem carteira assinada e contribuição previdenciária, se via
excluídos dosistema;
e. desvios de verba do sistema previdenciário para cobrir despesas de outros setores e
para realização de obras por parte do governofederal;
f. o não repasse pela União de recursos do Tesouro Nacional para o sistema
previdenciário, visto ser esse tripartite (empregador, empregado eUnião).
• 1966: Unificação das IAPS ao Instituto Nacional de Previdência Social(INPS);
• 1976: Foi formulado o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e 
Saneamento(PIASS);
• 1978: Conferencia de Saúde em Alma Ata que preconiza saúde para todos no
amo 2000, principalmente por atenção primária à saúde. Inicia-se o movimento de
Reforma Sanitáriabrasileira;
• 1980: Foi criado o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (Prev-
Saúde);
• 1982: Plano do Conselho de Administração da Saúde Previdenciária 
(CONASP). Implantado a Política de Ações Integradas de Saúde(AIS);
• 1986: 8° Conferencia Nacional de Saúde, considerado marco histórico, 
consagra os princípios preconizados pelo movimento da ReformaSanitária;
• 1987: Implementado Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde(SUDS);
• 1988: Criado o Sistema Único de Saúde- SUS, e determinado que ―a saúde é
direito de todos e dever do estado‖. A constituição Federal prevê o acesso universal e
igualitário as ações e serviços desaúde;
• 1990: Promulgado a Lei n°8080 e 8142 que regulamenta os serviços a 
participação da sociedade e as bases de funcionamento doSUS.
REFORMA SANITÁRIA
• Com foco no usuário, a Reforma Sanitária institui a criação de um padrão de
integralidade para atender aos cidadãos de forma completa com listas públicas de
acesso aos serviços sem intermediaçãopolítica.
• Além disso, o trabalho define os papéis de cada ente federado na gestão do SUS
e abre o debate sobre a desjudicialização da saúde na medida em que, através de
contratos de ação pública, estabelece o que o sistema vai ofertar e torna transparentesas
responsabilidades dos municípios, Estado eUnião.
24
O nascimento do SUS
• A constituinte de 1988 no capítulo VIII da Ordem social e na secção II 
referente à Saúde define no artigo 196que:
• ―A saúde é direito de todos e dever do estado, garantindo mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação‖.
• O SUS é definido pelo artigo 198 do seguintemodo:
• ―As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada
e hierarquizada, e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes: Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviçosassistenciais;
• Participação dacomunidade:
• ―Parágrafo único - o sistema único de saúde será financiado, com recursos do
orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, além de outrasfontes‖.
O QUE É O SUS
• Conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições
públicas federais, estaduais e municipais e da administração direta e indireta e
fundações mantidas pelo poder público e de forma complementar pela iniciativa
privada.
• AiniciativaprivadapoderáparticipardoSUSemcarátercomplementar.
• O Sistema Único de Saúde é a forma como o governo deve prestar saúde 
pública e gratuita a todocidadão.
REGULAMENTAÇÃO DO SUS
• Leis 8080 de 19 de setembro de1990.
• Lei 8142 de 28 de dezembro de1990
Essas Leis são denominadas Leis Orgânicas da Saúde.
• A partir da regulamentação do SUS, iniciou-se o processo de implantação e 
organização do SUS, no sentido de atender os seus princípios ediretrizes.
• Lei Nº 8.080, de 19 de setembro de1990
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Define o modelo operacional do SUS.
• Lei Nº 8.142, de 28 de dezembro de1990
25
Dispõe sobre a participação da comunidadena gestão do Sistema Único de Saúde
(SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da
saúde e dá outras providências.
Trata da alocação dos recursos do Fundo Nacional de Saúde, do repasse de forma
regular e automática para os Municípios, Estado e Distrito Federal.
A Concepção do SUS se deu na Constituição Federal de 1988 (Art. 196 a 200)
• Art. 196 daConstituição:
―A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação‖.
• Art.197:
São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público
dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física
ou jurídica de direitoprivado
• Art. 198:
―As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera degoverno;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo 
dos serviçosassistenciais;
III - participação dacomunidade‖.
• Oart.199:Aassistênciaàsaúdeélivreàiniciativaprivada.
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema
único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às 
instituições privadas com finslucrativos.
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na
assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de
órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento,
bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo
vedado todo tipo de comercialização.
• O art. 200: Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos 
termos dalei:
26
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde
e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
hemoderivados e outrosinsumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde 
dotrabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área desaúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento 
básico;
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico etecnológico;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor 
nutricional, bem como bebidas e águas para consumohumano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização 
de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos eradioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o dotrabalho.
PRINCÍPIOS DOS SUS
• Universalidade: todas as pessoas tem acesso a todos os serviços, sem distinção
de cor, local de moradia, emprego ou renda. Saúde é direito detodos
• Equidade: todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme as suas
necessidades. Disponibilizar de acordo com as necessidades de cada um, tratando
diferentemente os diferentes. Diminuir asdesigualdades.
• Integralidade: A Constituição afirma que o atendimento integral deve priorizar
as ações preventiva, sem prejuízo das ações de assistência. Os usuários do SUS tem o
direito a serviços que atendam as suas necessidades, ou seja, de todos os níveis de
complexidade (da vacina ao transplante), com prioridade para o desenvolvimento de
ações preventivas. As ações de saúdes devem ser combinadas e voltadas para a
prevenção, promoção ereabilitação.
• Descentralização: o repasse de competências da União para estados e
municípios. É como uma redistribuição das responsabilidades quanto ás ações e
serviços de saúde entre os vários níveis de governo, quanto mais perto do fato a decisão
for tomada, mais chance haverá deacerto.
• Regionalização: a forma regionalizada tenta integrar os municípios de maneira
que os serviços disponíveis em um compensem os não disponíveis em outro. Essa
forma de organização objetiva possibilitar o atendimento integral, que abrange toda a
assistência necessária à saúde doindivíduo.
• Hierarquização: Conota uma ordem de complexidade dos serviços (e não de
importância) de maneira que exista, dentro de cada região, o procedimento mais
simples até o mais complexo, organizado pela procura direta oureferenciada.
27
• Participação da sociedade: Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990, é a garantia
constitucional de que a população através de entidades representativas (conferências de
Saúde e Conselhos de Saúde), poderá participar do processo de formação das políticas
de saúde e do controle de sua execução, em todos os níveis desde o federal até olocal.
• Complemetariedade do Setor Privado: A constituição definiu que quando,
por insuficiência do setor público, for necessário à contratação de serviçosprivados.
• Resolubilidade: É a exigência de que o indivíduo busca o atendimento ou
quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviçocorrespondente
esteja capacitado para enfrentá-lo até o nível de suacomplexidade.
Onde está o CONTROLE SOCIAL?
• Conselhos deSaúde;
• Conferências deSaúde;
• ConselhosLocais;
• ConselhosGestores;
• Fóruns detrabalhadores;
• MinistérioPúblico;
• Ouvidorias;
• Gestãoparticipativa;
• Pressão popular sobre oCongresso...
• Lei nº 8.142/90
• Participação popular noSUS;
• Conferências de 4 em 4 anos (avaliar e propordiretrizes);
• Conselhos permanentes, deliberativos e paritários (formular estratégias e
controlar a execução das políticas desaúde);
CONTROLE SOCIAL
• Controle Social é a descentralização do Estado motivando grupos de pessoas a
solucionar problemas sociais, tendo este amparo legal e constitucional, ou seja, é a
participação social na gestãopública.
• Esta participação se torna mais eficiente e constante porque a sociedade 
brasileira esta mais participativa e mais preparada para reparar os conflitossociais.
• Esta solução se torna mais rápida porque a própria sociedade que sofre com os
conflitos é a mesma que busca os mecanismos para reparar essasdeficiências.
28
• O Controle Social é um instrumento democrático no qual há a participação dos
cidadãos no exercício do poder colocando a vontade social como fator de avaliação
para a criação e metas a serem alcançadas no âmbito de algumas políticaspublicas.
• A ampliação do controle social incide de maneira expressiva na administração,
podemos citar constitucionalmente a edição de lei regulamentando aas formas de
participação do administrado seja direta ou indiretamente. O exemplo disso pode citar a
Lei que cria o Programa Bolsa Família que estabelece o controle social como um de
seus componentes que garante a participação efetiva da sociedade na execução do
programa. (Lei n°10.836/2004).
• É a integração da sociedade com a administração publica, com a finalidade de 
solucionar problemas e as deficiências sociais com maiseficiência.
• Dá-se efetivação do Controle Social por duasmaneiras:
Controle Natural, que é executado diretamente pelas comunidades (como é o caso das 
associações, fundações, sindicatos, etc.).
Controle Institucional, que é exercido por entidades e órgãos doPoder Público 
instituídos de interesse da coletividade.
• Portanto, Controle Social é uma maneira de estabelecer um compromisso entre
o poder publico e a sociedade com a finalidade de encontrar saída para os problemas
econômicos esociais.
• Existem três formas de controle: Controle Interno, Controle Externo e Controle
Social.
• O Controle Social é a integração da sociedade com a administração publica, 
com a finalidade de solucionar problemas e as deficiências sociais com maiseficiência.
CONSELHO DE SAÚDE
• O Conselho de Saúde é órgão colegiado, deliberativo e permanente do Sistema
Único de Saúde - SUS em cada esfera de Governo, integrante da estrutura básica do
Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, com composição, organização e competência fixadas na Lei nº 8.142/90
(resolução n.º 333, de 04 de novembro de 2003, do Conselho Nacional deSaúde).
• O processo bem-sucedido de descentralização tem determinado a ampliação dos
conselhos de saúde que ora se estabelecem também em Conselhos Regionais,
Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos Distritais
Sanitários Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera
correspondente.
• O Conselho de Saúde atua na formulação e proposição de estratégias e no
controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive, nos seus aspectos econômicos e
financeiros.
• Criação e reformulação dos conselhos desaúde
29
A criação dos Conselhos de Saúde é estabelecida por lei municipal, estadual ou federal,
com base na Lei nº 8.142/90. Na criação e reformulação dos Conselhos de Saúde o
poder executivo, respeitando os princípios da democracia, deverá acolher às demandas
da população, consubstanciadas nas conferências de saúde.
• Organização dos conselhos desaúde
A participação da sociedade organizada, garantida na Legislação, torna os Conselhosde
Saúde uma instância privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento,
deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da Política de Saúde, inclusive
nos seus aspectos econômicos efinanceiros.
• A Legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários, em relação
ao conjunto dos demais segmentos representados. O Conselho de Saúde será composto
por representantes de Usuários, de Trabalhadores de Saúde, do Governo e de
Prestadores de Serviços de Saúde, sendo o seu Presidente eleito entre os membros do
Conselho, em ReuniãoPlenária.
CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE
• As conferências nacionais de Saúde são espaços destinados a analisar os
avanços e retrocessos do SUS e a propor diretrizes para a formulação das políticas de
saúde. Elas contam com a participação de representantes de diversos segmentos da
sociedade e, atualmente, são realizadas a cada quatroanos.
• Conferências estaduais e municipais antecedem a Conferência Nacional e são 
realizadas em todo opaís.
• Elas tratam dos mesmos temas já previstos para a etapa nacional e servem para
discutir e aprovar propostas prévias que contribuam com as políticas de saúde e que
serão levadas, posteriormente, para discussão mais ampla durante a Conferência
Nacional.
• 8ªConferência
A 8ª CNS foi o grande marco nas histórias das conferências de saúde no Brasil. Foi a
primeira vez que a população participou das discussões da conferência. Suas propostas
foram contempladas tanto no texto da Constituição Federal/1988 como nas leis
orgânicas da saúde, nº. 8.080/90 e nº. 8.142/90. Participaram dessa conferência mais de
4.0 delegados, impulsionados pelo movimento da Reforma Sanitária, e propuseram a
criação de uma ação institucional correspondente ao conceito ampliado de saúde, que
envolve promoção, proteção erecuperação.
 9ªConferência
Em 1992, a 9ª CNS indicou o caminho da descentralização, municipalização e
participação social, descentralizando e democratizando o conhecimento. A partir dessa
conferência as administrações que se seguiram no Ministério da Saúde atuaram na
mesma direção, formulando soluções e adotando providências sobre gestão municipal,
criação de comissões intergestores bipartite, em nível estadual, e tripartite, em nível
federal.
30
• 10ªConferência
Na 10ª CNS, o principal assunto abordado foi a questão da construção de modelo de
atenção à saúde. Nesse mesmo ano de 1996 foi criada a NOB 96 - Norma de Operação
Básica do SUS. Na 10ª CNS os mecanismos de participação já estavam consolidados.
• 11ªConferência
A 11ª CNS, que ocorreu no ano 2000, destaca o processo de implementação do SUS
com as dificuldades e propostas para sua efetivação, afirmando que "a efetivação do
SUS só é possível com controle social" (Brasil, 2001), além disso, foi a primeira
conferência que apareceu o tema da humanização na atenção à saúde.
 12ªConferência
A 12ª CNS ocorreu em um momento importante para a saúde pública brasileira. Foi
antecipada em um ano, para que suas propostas norteassem as ações de governo no
período de 2003-2007. Teve uma importante participação da população, tanto nas
etapas municipais, estaduais, quanto na nacional. Com o objetivo principal de reafirmar
o direito à saúde, os principais temas foram divididos em eixos temáticos: direito à
saúde; a seguridade social e a saúde; a intersetorialidade das ações de saúde; as três
esferas de governo e a construção do SUS; a organização da atenção à saúde; controle
social e gestão participativa; o trabalho na saúde; ciência e tecnologia e a saúde; o
financiamento da saúde; e comunicação e informação emsaúde.
 13ªConferência
A 13º Conferência Nacional de Saúde, realizada em novembro de 2007, em Brasília
(DF), teve como tema central ―Saúde e Qualidade de Vida: Políticas de Estado e
Desenvolvimento‖, com os seguintes eixos temáticos:
Desafios para a efetivação do direito humano à saúde no Século XXI: Estado,
Sociedade e Padrões de Desenvolvimento;
Políticas públicas para a saúde e qualidade de vida: o SUS na Seguridade Social e o
Pacto pela Saúde;
A participação da sociedade na efetivação do direito humano à saúde
Cada um dos temas foi discutido em mesa-redonda e contou com a participação de
quatro expositores e um debatedor, que coordenou as discussões entre delegados e
convidados. A estrutura instalada para a 13ª Conferência Nacional de Saúde mobilizou
milhares de pessoas em todo o país.
 14ªConferência
Tema: ―Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social, Política Pública, patrimônio 
do Povo Brasileiro‖ 2011
Eixo:―Acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS‖
Política de saúde na seguridade social, segundo os princípios da integralidade, 
universalidade e equidade;
31
Participação da comunidade e controle social;
Gestão do SUS (Financiamento; Pacto pela Saúde e Relação Público x Privado; Gestão
do Sistema, do Trabalho e da Educação em Saúde).
Gestão do SUS (Financiamento; Pacto pela Saúde e Relação Público x Privado; Gestão
do Sistema, do Trabalho e da Educação em Saúde).
 15ªConferência
A saúde reafirmada enquanto direito cidadão de todos as brasileiras e brasileiros. Este
foi o norte que guiou os quatro dias de debates e proposições para o desenvolvimento
do Sistema Único de Saúde (SUS) realizados durante a 15ª Conferência Nacional de
Saúde (15ª CNS), em 2015 em Brasília. A partir de agora, a Conferência se desdobrará
numa nova etapa: a construção das diretrizes que vão nortear Plano Plurianual de Saúde
para o período 2016-2019, a ser executado de forma tripartite por municípios, estados e
governofederal.
OPERACIONALIZAÇÃO DO SUS
• 1991 - NOB/SUS/91. Estabelece o pagamento por produção de serviços, define
o número de AIH ‗S para os estados. A 91 e 92 são editadas ainda pelo INAMPS. Os
recursos continuam centralizados noINAMPS.
• 1992 – NOB/92.Éuma continuação da NOB/91, mantém o pagamento por
produção. Mas aloca recursos do INAMPS para o Fundo Nacional de Saúde. Mas,
continua a cota da AIH de 10% e os serviços ambulatoriais pagos porprodução.
• 1993 - NOB/SUS/93. Esta NOB considerou os diferentes estágios de cada 
município, na estruturação doSUS.
• Estabeleceu formas de gestão: incipiente, parcial esemi-plena.
• Criou instâncias de articulação, negociação e decisão, nas quais os três gestores 
pactuarão as políticas de saúde e a operacionalização doSUS.
• Em 1996- NOB/SUS/96. Estabelece novos modelos de gestão para estados e
municípios, considerando os estágios alcançados pelos municípios na construção de
uma gestãoplena.
• Inicia-se o pagamento percapita
• Formas de gestão: gestão plena da atenção básica e gestão plena do sistema 
municipal.
• Instâncias de negociação: mantidas efortalecidas
• 2001- NOAS/01/2001. regionalização da assistência. Elaborou-se o PDR, 
definindo as macrorregiões desaúde.
32
De acordo com a portaria 373, de 27 de fevereiro de 2002: Aprovar na forma do anexo
desta portaria, a norma operacional da assistência a saúde (NOAS) 01\2002 que amplia
as responsabilidades dos municípios na atenção básica, estabelece o processo de
regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de busca de
maior equidade, cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do
SUS e procede a atualização dos critérios de habilitação de estados emunicípios.
2006 – Pacto pela Saúde
O pacto contempla três dimensões que ser correlacionam:
1. Pacto pelaVida;
2. Pacto em Defesa doSUS;
3.Pacto de Gestão doSUS.
Publicado em 23/02/2006 através da Portaria GM/MS nº 399/2006.
É um conjunto de instrumentos que abrangem a repolitização (fazer uma nova
política) do debate do SUS e a qualificação do controle social – permitindo seu
acompanhamento através de metas e responsabilidade claras.
Uma possibilidade de avançar no processo da reforma sanitária, assim embarca,
também, um conjunto de compromissos sanitários oriundos da análise da situação
de saúde do país e definidos pelos governos: federal; estaduais; e municipais.
• Na perspectivas de superar as dificuldades apontadas, os gestores do SUS 
assumem o compromisso público da construção do pacto pela saúde2006.
• ênfase nas necessidades de saúde da população e que implicará o exercício
simultâneo de definição de prioridades articuladas e integradas nos três componentes:
pacto pela vida, pacto em defesa do SUS e pacto de gestão doSUS.
• Pacto pela Saúde busca preservar os princípios norteadores e organizacionais do
SUS – previstos na CF /1988 e nas Leis 8080/1990 e8142/1990.
DECRETO FEDERAL No 7508, DE 28 DE JUNHO DE 2011
Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a
organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a
assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências.
A Presidenta da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 8.080, 19 de setembro de
1990,
33
Decreta:
CAPÍTULO I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º. Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para
dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da
saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa.
Art. 2º. Para efeito deste Decreto, considera-se:
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de
Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e
sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados,
com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações
e serviços desaúde;
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde–
O que é? acordo de colaboração firmado entre entes federativos
Qual a finalidade? organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede
regionalizada e hierarquizada,
O que contém? com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde,
critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão
disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais
elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde
(artigos 33 e II).
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário noSUS;
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes
federativos para definição das regras da gestão compartilhada doSUS;
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de
ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada,
considerando a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho
aferido a partir dos indicadores de saúde dosistema;
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde articulados em
36 níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade
da assistência àsaúde;
34
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos para o
atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita
de atendimento especial;e
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece: critérios
para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado,
com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as
posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; eo
acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos
pelos gestores doSUS.
35
UNIDADE IV – SAÚDE E EDUCAÇÃO NA REDE BÁSICA
ABORDAGEM EDUCATIVA EM GRUPOS E SALA DE ESPERA
A Educação em Saúde (ES) é uma ferramenta importante para promoção
da saúde e para garantia dos direitos humanos fundamentais (OLIVEIRA; SANTOS;
2011). Educar está associado e complementa todas as práticas de cuidados prestados
em qualquer etapa de vida do ser humano e, por essa razão, vem sendo implantada cada
vez na rotina dos profissionais da saúde. A ES é inerente a todas as práticas
desenvolvidas no âmbito do SUS. Por meio do princípio da integralidade, diretriz que
rege o SUS, o usuário tem direito à atenção integral em todos os níveis do sistema,
como também à integralidade de saberes, práticas, vivências e espaços de cuidado
(BRASIL;2007).
Ainda relacionando-se aos direitos dos usuários, as ações educativas em saúde
proporcionam a emancipação e contribuem para a autonomia do usuário, permitindo
que esse seja um protagonista de sua trajetória de saúde, cobrando qualidade de serviço
e humanização em qualquer nível de assistência. Rosa, Barth e Germani (2010) ainda
acrescentam que o processo da educação em saúde possibilita aos sujeitos informação e
ferramentas essenciais para a tomada de decisões conscientes, contribuindo para a
promoção da saúde destes. Em 1978, a Conferência Internacional sobre Cuidados
Primários de Saúde, ocorrida em Alma-Ata, em 1978, explanou a necessidade de
proteger e promover a saúde de todos os povos do mundo, como um direito humano
fundamental (RODRIGUES et al. 2009).
No entanto, a Promoção da Saúde passa a ser mais evidente com a Primeira
Conferência Internacional sobre a Promoção da Saúde, realizada no ano de 1986 em
Ottawa, Canadá que conceituava o tema como capacitação da comunidade,
potencializando a melhoria de qualidade de vida por meio da atuação da própria
população.
Assim, a Conferência desenvolvia uma nova ideia de Promoção da Saúde,
baseando-se na reflexão de fazer com acomunidade, e não sobre a comunidade,
destacando principalmente as atividades educativas (ROSA; BATH; GERMANI,2011).
Segundo Machado e colaboradores (2007), o conceito de educação em saúde está
aportado no conceito de promoção da saúde, tratando de processos que abrangem a
participação de toda a população no contexto de sua vida cotidiana e não apenas de
pessoas com risco de adoecer. Rosa, Barth e Germani (2010) ainda acrescentam que a
promoção da saúde e da educação em saúde é uma prática indissociável, ao passo que
ambas andam juntas no processo de trabalho dos profissionais desaúde.
As práticas educativas devem estar presentes em todos os níveis de atenção,
entretanto é na atenção básica que esta prática é mais desenvolvida. Na educação em
saúde torna-se necessária uma integração de toda a equipe para a prática de atividades
36
educativas, permitindo a multidisciplinaridade, ou seja, a integração de várias áreas do
conhecimento para a resolução de problemas (BORGES et al., 2012).
Assim, as atividades educativas desenvolvidas por todos os profissionais de saúde
permitem que a abordagem do conteúdo discutido seja explanada por meio de um olhar
holístico, integral e, portanto, completo. Dessa forma, quando realizada por toda a
equipe dentro de todas as funções dos profissionais da saúde, a educação em saúde
ultrapassa os limites da assistência, desenvolvendo efetivamente a promoção e a
prevenção da saúde.
Para que as atividades educativas sejam eficazes, é preciso conhecer a realidade da
população a qual se deseja intervir, considerando a cultura, os aspectos sociais e
econômicos e também o conhecimento prévio sobre o tema, pois caso contrário, as
informações podem não ser captadas, não haver interesse dos sujeitos, principalmente,
quando estas são distantes e imperativas (BORGES et al., 2012).
A sala de espera
A sala de espera tem o intuito de garantir um cuidado humanizado, efetivando a
aproximação cada vez maior entre a comunidade e os serviços de saúde. É por meio da
sala de espera os profissionais da área da saúde tem a oportunidade de estar
desenvolvendo atividades que extrapolam o cuidado, como a educação em saúde,
auxiliando na prevenção de doenças e na promoção da saúde; proporcionando também
uma melhora na qualidade do atendimento, garantindo maior acolhimento aos usuários,
e melhorando a inter-relação usuário/sistema/trabalhador de saúde, além de constituir-
se em uma forma de humanizar muitas vezes os burocratizados serviços prestados.
Procurando estabelecer vínculos com a população, é que se estabelecem os
momentos de sala de espera, que, segundo Teixeira e Veloso (2006), pode ser
considerada um espaço dinâmico, onde ocorrem vários fenômenos psíquicos, culturais,
singulares e coletivos. Podemos dizer que a sala de espera ameniza o desgaste físico e
emocional associado ao tempo de espera por algum atendimento, espera essa que pode
gerar ansiedade, angustia, revolta, tensão, e comentários negativos entorno do
atendimento dos serviços públicos de saúde.
Veríssimo e Valle (2006) mencionam que o grupo de sala de espera é caracterizado
como uma forma produtiva de ocupar um tempo ocioso nas instituições, com a
transformação do período de espera pelas consultas médicas em momento de trabalho;
espaço esse em que podem ser desenvolvidos processos educativos e de troca de
experiências comuns entre os usuários, possibilitando a interação do conhecimento
popular com os saberes dos profissionais de saúde.
Nesta direção, os grupos de sala de espera podem funcionar como ―espaço
potencial‖, sendo um território onde ocorrem trocas entre o indivíduo e o meio. No
mesmo sentido, o processo de educação pode estimular nos pacientes a
responsabilidade do auto-cuidado, gerando a interpretação de que muitas situações são
37
previníveis, sem ter a necessidade de buscar atendimento especializado. Dessa forma, é
através dos diálogos que acontecem na sala de espera que podemos detectar problemas
de saúde, através de expressões faciais dos pacientes e de suas dimensões físicas e
psicossociais; nesse espaço também avaliamos, interagimos, desmistificamos
determinados tabus e entendemos determinadas crenças, e consequentemente ver e
entender o usuário na sua totalidade.
De acordo com Japur e Borges (2008), é necessário abrir espaços de diálogo com a
população, gerando espaços de reflexão e problematização, que possibilitem a
construção de uma relação de co-responsabilidade, favorecendo formas mais humanase
efetivas no processo de trabalho em saúde, tanto para os usuários, como para os
profissionais.
Face a essas considerações, podemos ressaltar que o enfermeiro é um agente
fundamental na construção de um fazer em saúde, e através da ferramenta assistencial,
sala de espera, o profissional pode compreender as necessidades dos usuários,
convocando-os para a co-construção dealternativas viáveis para solucionar os possíveis
problemas que venham a surgir, assim é construído um processo de trabalho em saúde
comum entre usuários e profissionais. Nesta perspectiva, considera-se que, por meio da
sala de espera, a enfermagem tem a oportunidade de contribuir para a promoção da
saúde, prevenção de doenças, bem como, para a recuperação da saúde, além da mesma
facilitar o encaminhamento dos usuários para outras atividades de saúde ligadas ao
profissional enfermeiro(a), como a consulta de enfermagem, os grupos educativos, as
visitas domiciliares, os agendamentos de consultas, além de encaminhamento para
atendimento com a equipe interdisciplinar quando necessário. (TEIXEIRA e VELOSO,
2006).
Através do espaço da sala de espera é permitido o desenvolvimento de ações
educativas em saúde, pois é neste ambiente que é feito o acolhimento dos usuários
pelos profissionais. Com isso, o enfermeiro(a) tem a oportunidade de desenvolver
habilidades relacionadas à comunicação e interação, assim a sala de espera não
constitui apenas mais uma atividade de enfermagem, e sim um instrumento que permite
também a troca de conhecimentos entre os participantes, reconhecimento da realidade
sócio-cultural, bem como, crenças e a expressão dos sentimentos dosparticipantes.
Referencias:
RODRIGUES Andréia Dornelles; DALLANORA, Carlise Rigon; ROSA, Jonathan da ;
GERMANI, Alessandra Regina Müller. SALA DE ESPERA: UM AMBIENTE PARA
EFETIVAR A EDUCAÇÃO EM SAÚDE. Vivências. Vol.5, N.7: p.101-106,
Maio/2009
38
CONSULTA DE ENFERMAGEM
Porto (2007) define a consulta de enfermagem como prestação de assistência
realizada pelo profissional de enfermagem, tanto para o indivíduo sadio quanto para
aquele que se encontra hospitalizado. Em muitos casos é o primeiro contato com o
cliente para que sejam identificados seus problemas de saúde.
Campos et al. (2007) afirmam que a consulta de enfermagem tem o objetivo
de prestar assistência sistematizada de enfermagem, identificando os problemas de
saúde-doença, executando e avaliando cuidados que contribuam para a promoção,
proteção, recuperação e reabilitação da saúde.
Deve ser o mais rápido possível, do histórico de enfermagem ao exame
físico, diagnóstico de enfermagem, plano terapêutico ou prescrição de enfermagem e
avaliação da consulta. Sua prática está prevista na Lei n.º 7.498/86, a qual prevê que a
consulta de enfermagem é ato privativo do enfermeiro. A consulta de enfermagem é
capaz de dar respostas às complexidades do indivíduo, com base em um saber
acumulado de disciplinas que desvendam também relações humanas.
De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem – COFEN (1993),
conforme Resolução n.º 159/1993, a consulta de enfermagem deve serobrigatoriamente

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