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Licitação e Contratos da Administração Pública

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Licitação e Contratos Administrativos 
 
1 
LICITAÇÕES E CONTRATOS 
ADMINISTRATIVOS 
 
 
Marcos Nóbrega 
Marcos-nobrega@hotmail.com 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
 LICITAÇÃO 
 
 A administração pública se submete ao Regime Jurídico Administrativo, 
sendo esse, a série de mandamentos jurídicos que estabelece prerrogativas à 
Administração e extravagantes àquelas estabelecidas no direito civil. No que se refere às 
amarras, duas delas no chamam a atenção: concurso público e licitação. Claro está que o 
particular não está adstrito à elaboração desses procedimentos, no entanto, a 
administração pública, diante da busca do interesse público sempre deve elaborá-los. 
 O primeiro aspecto a observar é que a administração antes de adquirir 
bens e serviços necessita, por óbvio, escolher quem irá ser contratado. Essa escolha 
deve ser pautada por aspectos objetivos e sempre perseguir o interesse público. Assim, 
dito de forma bem simples, licitação é um procedimento de escolha de quem irá assinar 
um contrato com a Administração Pública. 
 
1. 1 - CONCEITO E FINALIDADE 
 Podemos definir a licitação como sendo um procedimento administrativo 
que se destina a selecionar a proposta mais vantajosa para contratar com a 
Administração Pública, com observância do princípio constitucional da isonomia. 
Dentro dessa conceituação, algumas observações são importantes. Em primeiro lugar, 
errado pensar que a licitação serve para adquirir o bem mais barato para a 
administração. O objetivo final da licitação é escolher a proposta mais vantajosa que, 
circunstancialmente, pode ser a de menor preço. 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
2 
 
 Também é importante observar que a licitação é um procedimento 
administrativo, assim entendido como um somatório de atos administrativos 
concatenados. Tanto que, vários são os atos integrantes do procedimento, tais como 
edital; habilitação; julgamento; classificação, entre tantos. 
 
 Tamanha é a importância das licitações que o próprio texto constitucional 
tratou de estabelecer os seus aspectos básicos. A Constituição, art. 37, inc. XXI dispõe 
que: 
As obras, serviços, compras e alienações serão contratadas, 
ressalvados os casos especificados na legislação, mediante 
processo de licitação pública que assegure igualdade de 
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que 
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as 
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual 
somente permitirá as exigências de qualificação técnica e 
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações.” 
 
 Esse dispositivo estabelece pontos importantes sobre as licitações. Diz, 
por exemplo, que um dos fins da licitação é garantir um tratamento isonômico. Assim, 
sob hipótese alguma, poderemos admitir uma licitação direcionada para determinada 
empresa ou licitante. Além disso, deve a licitação, em seu instrumento convocatório 
estabelecer exigências de qualificação técnica e econômica apenas indispensáveis à 
garantia do cumprimento das obrigações vinculadas ao objeto da licitação. Trata-se de 
dispositivo que ressalta a importância do princípio da razoabilidade. Dessa forma, não 
poderemos admitir em uma licitação para construção de escola pública, que a 
proponente faça prova, por exemplo, de ter construído uma usina hidroelétrica. O grau 
de complexidade da obra não justifica a exigência contida no edital. 
 
 
 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
3 
1.2 - A QUEM COMPETE LEGISLAR SOBRE LICITAÇÃO. 
 
 A Constituição Federal estabelece no art. 22, inciso XXVII que compete 
privativamente à União estabelecer normas gerais sobre licitações e contratos 
administrativos. Assim, essa fixa as normas gerais, enquanto os Estados-Membros, o 
Distrito Federal e os Municípios estatuem as normas particulares de seus respectivos 
interesses. Eis o texto da Carta Magna: 
 
Art. 22 – Compete privativamente à União legislar sobre: 
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas 
as modalidades, para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e 
para as empresas públicas e sociedades de economia mista, 
nos termos do art. 173, § 1º, III 
 
 A Constituição acrescenta, no parágrafo único do art. 22, o seguinte 
dispositivo: 
Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar 
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste 
artigo". 
 
 A CF/88 estabelece a competência privativa à União para legislar sobre a 
matéria. Competência privativa significa que a mesma pode ser transferida, mediante 
parâmetros estabelecidos pela própria Constituição. Isso se dá no parágrafo único que 
vai permitir aos Estados e distrito federal legislarem sobre matérias específicas 
mediante disposto em lei complementar da União. 
 
 Tema tormentoso na doutrina é saber o que são normas gerais. Seriam 
aquelas que estabeleçam padrões genéricos, comandos básicos do estatuto jurídico das 
licitações e contratos. Assim, seriam normas gerais, por exemplo, as normas que 
estabelecem as modalidades de licitação, os seus tipos, as hipóteses de dispensa de 
licitação, e tantas outras. 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
4 
 
 Cabe a União especificamente legislar sobre esses tipos de normas. As 
normas ditas não-gerais, ou específicas, podem ser elaboradas pelos Estados, Distrito 
Federal e também municípios. Estes últimos com supedâneo no artigo 30, inc. II da 
Constituição, sendo o qual compete aos municípios suplementar a legislação federal e 
estadual, no que couber. Dessa forma, poderão esses entes federados estabelecer normas 
sobre prazos de recursos, formalidades menores, entre outros. 
 
 Em cumprimento ao mandamento constitucional, a União aprovou a lei 
8.666, de 21/07/1993, que em seu art. 1º dispõe que: 
 
Esta lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos 
administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de 
publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
 
 Cumpre lembrar que em embora o artigo 1º da lei 8666/93 afirme que 
todos os seus dispositivos são normas gerais, isso não corresponde à realidade. Nem 
todos os dispositivos da referida lei são de aplicação cogente para Estados, Distrito 
Federal e Municípios. Cabe, portanto, ao interprete determinar quais os dispositivos 
apresentam comandos gerais e quais são normas específicas. 
 
 Dando seguimento ao comando geral consignado no texto constitucional, 
a própria lei 8666/93 estatui: 
 
Art. 1º, parágrafo único- Subordinam-se ao regime desta Lei, 
além dos órgãos da administração direta, os fundos 
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas 
públicas, as sociedades de economia mista e demais 
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios. 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
5 
 Observa-se que há o imperativo de elaboração de procedimentos 
licitatórios. O dispositivo acima transcrito determina adicionalmente que os fundos 
especiais também deverão promover certames licitatórios. Tais fundos correspondem, 
nos dizeres do art. 71 da lei 4320/64, ao produto de receitas especificadas que, por lei, 
se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços. 
 
 Em resumo, e sopesando os dispositivos constitucionais que disciplinam 
a matéria, podemos observar: 
 
 a) Para contratar com a Administração exige-se préviaLicitação Pública; 
 b) As empresas públicas e as sociedades de economia mista também 
 Estão obrigadas a licitar, embora com regras específicas; 
 c) Os casos em que não haverá licitação serão previstos em lei; 
 d) A licitação será processada de modo que assegure igualdade de 
 Condições a todos os participantes; 
 e) As exigências de qualificação técnica e econômica aos participantes serão 
 Apenas às indispensáveis ao cumprimento das obrigações assumidas; 
 f) Os contratos deverão respeitar as propostas apresentadas pelos 
 Participantes; 
 g) Legislar sobre normas gerais de licitação é de competência privativa 
 Da União; 
 h) Os Estados poderão legislar sobre questões específicas, desde que autorizados por 
lei complementar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
6 
1.3 - PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO. 
 
 
 Cabe agora discutirmos os princípios norteadores dos certames 
licitatórios. A própria lei 8666/93, em seu art. 3º, elenca tais princípios: 
 
A licitação destina-se a garantir a observância do princípio 
constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais 
vantajosa para a Administração e será processada e julgada 
em estrita conformidade com os princípios básicos da 
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da 
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao 
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que 
lhe são correlatos. 
 
 Percebe-se, desde já, que dois princípios nos saltam aos olhos: isonomia 
e proposta mais vantajosa (vantajosidade). Assim, qualquer licitação que busque frustrar 
a igualdade entre os participantes será nula. 
 
 Foi feliz o legislador quando estabeleceu com princípio fundamental da 
licitação a vantajosidade. A licitação não é para, aprioristicamente, adquirir sempre o 
mais barato. É, sim, para a escolha da proposta mais vantajosa e se, porventura, venha a 
ser a mais barata, tanto melhor. Assim, em resumo, são princípios da licitação: 
 
Legalidade Isonomia 
Impessoalidade Probidade administrativa 
Moralidade Vinculação ao instrumento convocatório 
Publicidade Julgamento objetivo 
 
Percebe-se, desde já, que alguns desses princípios são nossos conhecidos, pois 
compõem o rol dos princípios constitucionais explicitados no caput do artigo 37 
da Constituição Federal. Os demais princípios merecem nossa especial atenção: 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
7 
 Isonomia - está intimamente ligado ao princípio da igualdade. A administração 
tem que pautar suas licitações dando a igual oportunidade entre os participantes do 
certame, evitando, portanto direcionamentos, preferências e subjetividades. 
 
 Probidade – está intimamente relacionado com a honestidade no trato da coisa 
pública. Ser probo, nos dizeres do dicionário Aurélio significa ter caráter íntegro; 
honesto, honrado, reto, justo. Encontra-se bastante desenvolvido na lei 8.429/92. 
 
 Princípio da vinculação ao instrumento convocatório – o instrumento 
convocatório da licitação é gênero, do qual são espécies o edital e a carta convite, 
sendo esta última utilizada exclusivamente na modalidade de licitação denominada 
convite. O instrumento convocatório é o ato administrativo que fixa as regras da 
licitação. Tal a sua importância que tornou-se célebre a frase de Hely Lopes 
Meireles ”o edital é a lei interna da licitação”. O edital pauta a conduta do licitante 
e da Administração. Sendo assim, a administração não pode descumprir as normas e 
condições nele previstas, posto que a ele encontra-se vinculada. (Lei 8.666/93, art. 
41, caput). 
 
 Princípio do julgamento objetivo - o julgamento das propostas será objetivo, 
devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em 
conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente definidos no ato 
convocatório. Mais uma vez fica claro que o espaço para subjetividades deve ser 
mitigado. A licitação deve ser pautada por critérios objetivos, claros e transparentes. 
 
 Princípio do sigilo das propostas – A licitação não será sigilosa, sendo públicos e 
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das 
propostas, até a respectiva abertura. A regra é a publicidade e não poderia ser 
diferente, posto que é princípio da administração pública. No entanto, com o fito de 
garantir a mais ampla competição, definiu a lei 8666/93 que deve ser resguardados o 
conteúdo das propostas dos licitantes até a abertura dos envelopes de preços. 
 
 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
8 
Em resumo concluímos: 
 
 a) O princípio da isonomia e a escolha da proposta mais vantajosa para a 
Administração são os dois pilares que sustentam a licitação; 
 b) O processo e julgamento da licitação deverá estar em conformidade com os 
princípios: constitucionais básicos (LIMPE); da probidade administrativa; da 
vinculação ao instrumento convocatório (edital); e do julgamento objetivo; 
 c) é vedado estabelecer cláusulas que frustrem o caráter competitivo ou estabeleçam 
tratamento diferenciado entre os licitantes. 
Jurisprudência STF 
“A licitação é um procedimento que visa à satisfação do interesse público, pautando-se pelo 
princípio da isonomia. Está voltada a um duplo objetivo: o de proporcionar à Administração a 
possibilidade de realizar o negócio mais vantajoso – o melhor negócio – e o de assegurar aos 
administrados a oportunidade de concorrerem, em igualdade de condições, à contratação 
pretendida pela Administração. (...) Procedimento que visa à satisfação do interesse público, 
pautando-se pelo princípio da isonomia, a função da licitação é a de viabilizar, através da mais 
ampla disputa, envolvendo o maior número possível de agentes econômicos capacitados, a 
satisfação do interesse público. A competição visada pela licitação, a instrumentar a seleção da 
proposta mais vantajosa para a Administração, impõe-se seja desenrolada de modo que reste 
assegurada a igualdade (isonomia) de todos quantos pretendam acesso às contratações da 
Administração. 
A conversão automática de permissões municipais em permissões intermunicipais afronta a 
igualdade – artigo 5º –, bem assim o preceito veiculado pelo artigo 175 da Constituição do Brasil. 
(...) Afronta ao princípio da isonomia, igualdade entre todos quantos pretendam acesso às 
contratações da Administração. A lei pode, sem violação do princípio da igualdade, distinguir 
situações, a fim de conferir a uma tratamento diverso do que atribui a outra. Para que possa fazê-
lo, contudo, sem que tal violação se manifeste, é necessário que a discriminação guarde 
compatibilidade com o conteúdo do princípio. A Constituição do Brasil exclui quaisquer exigências 
de qualificação técnica e econômica que não sejam indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações. A discriminação, no julgamento da concorrência, que exceda essa limitação é 
inadmissível.” 
 (ADI 2.716, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 29-11-07, Plenário, DJE de 7-3-08) 
 
"Licitação. Análise de proposta mais vantajosa. Consideração dos valores relativos aos impostos 
pagos à Fazenda Pública daquele Estado. Discriminação arbitrária. Licitação. Isonomia, princípio 
da igualdade. Distinção entre brasileiros. Afronta ao disposto nos artigos 5º, caput; 19, inciso III; 
37, inciso XXI, e 175, da Constituição do Brasil. É inconstitucional o preceito, segundo o qual, na 
análise de licitações, serão considerados, para averiguação da proposta mais vantajosa, entre outros 
itens os valores relativos aos impostos pagos à Fazenda Pública daquele Estado-membro. Afrontaao princípio da isonomia, igualdade entre todos quantos pretendam acesso às contratações da 
Administração. (...) A Constituição do Brasil exclui quaisquer exigências de qualificação técnica e 
econômica que não sejam indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. A 
discriminação, no julgamento da concorrência, que exceda essa limitação é inadmissível. Ação 
direta julgada procedente para declarar inconstitucional o § 4º do artigo 111 da Constituição do 
Estado do Rio Grande do Norte." 
 (ADI 3.070, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 29-11-07, Plenário, DJ de 19-12-07) 
 
"A Constituição Federal, no art. 37, XXI, determina a obrigatoriedade de obediência aos 
procedimentos licitatórios para aAdministração Pública Direta e Indireta de qualquer um dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicípios. A mesma regra não existe 
para as entidades privadas que atuam em colaboração com a Administração Pública,como é o caso 
do PARANAEDUCAÇÃO.” 
 (ADI 1.864, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 8-8-07, Plenário, DJE de 2-5-08) 
 
1.4 - VEDAÇÕES. 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
9 
 
 A lei de licitações estabelece uma série de vedação aos agentes públicos que 
aplicam as normas referentes à licitação: (lei 8.666/93, § 1º , art. 3º) 
 
Art. 3º - 
§1º É vedado aos agentes públicos: 
I - Admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de 
convocação, cláusulas ou condições que comprometam, 
restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e 
estabeleçam preferências ou distinções em razão da 
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes. 
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza 
comercial, legal, trabalhista, previdenciário ou qualquer 
outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras. 
 
 Percebe-se, mais uma vez, que o princípio da isonomia, da igualdade 
deve permear toda a atuação da administração pública. 
 
 
1.5 - FASES DA LICITAÇÃO. 
 
 Já vimos que licitação é um procedimento administrativo, ou seja, não 
corresponde a um simples ato administrativo mas sim a uma série deles. Um conjunto 
de atos seguindo uma seqüência pré determinada , o que nos permite falar em fases de 
licitação. Cumpre lembrar que alguns autores vislumbram a existência de duas grandes 
fases: fase interna e fase externa. 
 
 O fase interna corresponderia a todas as tratativas no sentido de 
demonstrar , por parte da administração, a necessidade da realização do certame 
licitatório. Trata-se portanto, de documentos de circulação restrita à administração com 
esse propósito, conforme estabelece os arts. 7, 14 e 38 da lei 8666/93. A fase externa, 
como o próprio nome diz, é aquele que exterioriza a intenção da administração da 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
10 
aquisição de determinado bem ou serviço. Tal fase inicia-se com o edital ou carta 
convite e encerra-se com a homologação e adjudicação do procedimento. 
 
A fase externa está submetida aos seguintes procedimentos seqüenciais, em que a 
realização de determinado ato depende da conclusão do antecedente: 
 
• publicação do resumo do ato convocatório; 
• recebimento dos envelopes com a documentação e as propostas; 
• abertura dos envelopes com a documentação; 
• recebimento verificação da habilitação ou inabilitação das licitantes; 
• fase recursal, com efeito suspensivo até a decisão do recurso; 
• abertura dos envelopes com as propostas; 
• julgamento, classificação ou desclassificação das propostas; 
• declaração do licitante vencedor; 
• fase recursal, com efeito suspensivo até a decisão do recurso; 
• homologação/aprovação dos atos praticados no procedimento; 
• adjudicação do objeto à licitante vencedora; 
• assinatura do contrato. 
 
Vejamos as características básicas de algumas dessas fases: 
 
- EDITAL. : É o ato convocatório pelo qual a Administração dá conhecimento da 
abertura da licitação, fixa as regras a serem aplicadas ao certame e convoca os 
interessados para a apresentação das propostas. Para Hely Lopes Meirelles o edital 
é a "lei interna da licitação" não podendo ser descumprido pela Administração nem 
pelos licitantes, face ao respeito ao princípio da vinculação ao instrumento 
convocatório. A administração vincula-se ao instrumento convocatório. A esse 
respeito, cito essa decisão do STJ
1
: 
 
“Vinculada que está , a administração , ao Edital – que constitui lei entre as partes -, não 
poderá dele desbordar-se para, em pleno curso do procedimento licitatório , instituir novas 
exigências aos licitantes que não constaram originalmente na convocação (...) 
É lícito, à administração, introduzir alterações no Edital , 
devendo, em tal caso, renovar a publicidade do Aviso por 
prazo igual ao original , sob pena de frustrar a garantia da 
publicidade plena (do processo licitatório).” 
 
 
 
 
1
 STJ, MS 5601/DF. Rel. Demócrito Reinaldo, DJ, 14/12/98, p. 81, JSTJ, vol. 2, pag 92, RSTJ, vol. 119, 
pag. 57. 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
11 
Jurisprudência TCU 
 
A definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensável da competição, até 
mesmo como pressuposto do postulado de igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o 
princípio da publicidade, que envolve o conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições 
básicas da licitação, constituindo, na hipótese particular da licitação para compra, a quantidade 
demandada uma das Especificações mínimas e essenciais à definição do objeto do pregão. 
SÚMULA 177 
 
Cumpra rigorosamente as normas e condições do edital, na forma do art. 41 da Lei nº 8.666/1993, 
respeitando o princípio da publicidade estabelecido no art. 37 da Constituição Federal sempre que 
a alteração que se fizer necessária no edital puder vir a afetar a formulação das propostas, hipótese 
em que 
deverá reabrir o prazo inicialmente fixado, divulgando a modificação pelos mesmos meios que se 
deu a divulgação do texto original, haja vista o que dispõe o art. 21, § 4º, da referida Lei. 
Acórdão 799/2005 Segunda Câmara 
 
Estabeleça o preço do edital considerando apenas o seu custo de reprodução gráfica, como 
estipulado no art. 32, parágrafo 5º, da Lei de Licitações. 
Acórdão 301/2005 Plenário 
 
Determina que, quando da abertura de novo procedimento licitatório observe o disposto no art. 3° 
da Lei 8.666/1993 e os seguintes preceitos na elaboração do edital: 
(...) 
• inclua cláusulas contratuais que estabeleçam, como condição de efetivação de pagamento à 
contratada, a comprovação da regularidade com o sistema de seguridade social em observância ao 
art. 195, § 3º, da 
CF (...); 
• inclua, nos editais licitatórios e nos respectivos contratos, disposições que expressem claramente a 
obrigação de os futuros contratados manterem todas as condições ofertadas em suas propostas 
técnicas durante a execução contratual, em consonância com o que dispõe o art. 55, inciso XIII, da 
Lei 8.666/1993. 
Acórdão 1094/2004 Plenário 
Nos futuros processos licitatórios, em observância ao que dispõe o art. 40 da Lei nº 8.666/1993, que 
os editais sejam suficientemente claros e sem inconsistências quanto aos critérios de julgamento, de 
modo a evitar interpretações dúbias por parte dos licitantes e da CPL e desclassificações por mero 
rigorismo formal (...). 
Acórdão 642/2004 Plenário 
 
Atente para os termos do inciso I do art. 40 c/c o §4o do art. 7o e o inciso II do §7o do art. 15, da Lei 
n. 8.666/1993, bem como do inciso I do art. 8o do Regulamento aprovado pelo Decreto n. 
3.555/2000, de forma que o objeto da licitação seja descrito de maneira clara e precisa, devendo oinstrumento convocatório especificá-lo com as qualidades e quantidades desejadas ou previstas (...). 
Acórdão 1705/2003 Plenário 
 
Faça constar dos atos convocatórios a minuta dos futuros instrumentos de contrato a serem 
firmados, consoante preceituado no art. 62, § 1°, da Lei n° 8.666/93. 
Acórdão 1292/2003 Plenário 
 
Observe o dispositivo do art. 40, § 1°, da Lei n. 8.666/1993, segundo o qual o edital deve ser 
assinado pela autoridade que o expedir. 
Acórdão 1203/2005 Primeira Câmara 
 
 
 - HABILITAÇÃO: É a fase em que se verifica quais os proponentes que estão aptos a 
participar das fases seguintes. A lei 8.666/93 , em seu artigo 27, elenca a documentação 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
12 
necessária para a habilitação dos interessados e é bom lembrar que esse rol é 
exaustivo, ou seja, não podendo ser acrescentado , exceto por lei , qualquer outra 
exigência: 
 
 I - habilitação jurídica; 
 II - qualificação técnica; 
 III - qualificação econômico-financeira; 
 IV - regularidade fiscal. 
 V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal. 
 
 Habilitação jurídica – Trata-se de pressuposto básico de qualquer contratação, pois 
é condição de validade de ato jurídico. A lei 8666/93, em seu art. 28, estabelece uma 
série de documentos que devem ser apresentados pelo licitante, a saber, cédula de 
identidade; registro comercial no caso de empresa individual; ato constitutivo, 
estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de 
sociedades comerciais e, no caso de sociedade por ações , acompanhado de 
documentos de eleição de seus administradores; 
 
Jurisprudência TCU 
 
Faça constar a exigência, para empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no país, dos 
documentos de habilitação jurídica previstos no inciso v do art. 28 da Lei nº 8.666/1993. 
Decisão 192/1998 Plenário 
 Regularidade fiscal – prova de inscrição no CPF; prova de inscrição no CGC; 
inscrição nos cadastros estaduais e municipais: prova de regularidade com as 
fazendas Federal, Estadual e Municipal; prova de regularidade com o FGTS e com a 
Seguridade Social (art. 29). 
Jurisprudência TCU 
Quando juntar ao processo licitatório cópia de Certidão Negativa de Débito, observe o disposto no 
caput do art. 32 da Lei 8.666/1993, no sentido de ela ser autenticada por cartório competente. 
Acórdão 628/2005 Segunda Câmara 
 
Observe com rigor o art. 195, § 3º, da Constituição Federal c/c o art. 47, inc. I, alínea a da Lei 
8.212/91 e com o art. 27, alínea a da Lei 8.036/90, no que tange à obrigatoriedade de exigir-se das 
pessoas jurídicas a serem contratadas, assim como durante a manutenção do contrato, a 
comprovação de sua regularidade com a seguridade social (INSS e FGTS). 
Acórdão 524/2005 Primeira Câmara 
 
Exija dos licitantes a comprovação da regularidade com a Seguridade Social, de acordo com o 
disposto no art. 195, § 3º, da Constituição Federal. 
Acórdão 301/2005 Plenário 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
13 
Faça constar dos processos os comprovantes de Regularidade com a Previdência Social e com o 
FGTS, nos termos do art. 195, § 3º, da Constituição Federal e art. 27, alínea “a”, da Lei nº 8.036/90. 
Acórdão 251/2005 Plenário 
 
Abstenha-se de substituir documentos antigos dos autos por outros emitidos mais recentemente, 
sobretudo aqueles relativos à demonstração da regularidade fiscal das instituições, de modo a evitar 
perda do registro de fatos ocorridos (providência relacionada ao item 9.1.5 do Acórdão 1077/2003 - 
Plenário - TCU). 
Acórdão 214/2005 Plenário 
 
Abstenha-se de exigir documentos expedidos por entidades de classe, com o intuito de comprovar a 
regularidade junto ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, quando esta situação já estiver 
demonstrada mediante outros documentos, expedidos pelo SICAF ou pelo INSS. 
Acórdão 36/2005 Plenário 
 
Oriente suas unidades regionais quanto à necessidade de exigência, a cada pagamento referente a 
contrato de execução continuada ou parcelada, da comprovação da regularidade fiscal para com a 
Seguridade Social, em observância à Constituição Federal (art. 195, § 3º), à Lei 8.666/1993 (arts. 29, 
incisos III e IV, e 55, inciso XIII). 
Acórdão 2684/2004 Primeira Câmara 
 
Inclua, em futuros editais e contratos de execução continuada ou parcelada, cláusula que estabeleça 
a possibilidade de subordinação do pagamento à comprovação, por parte da contratada, da 
manutenção de todas as condições de habilitação, aí incluídas a regularidade fiscal para com o 
FGTS e a Fazenda Federal, com o objetivo de assegurar o cumprimento da Lei 9.012/1995 (art. 2º) 
e da Lei 8.666/1993 (arts. 29, incisos III e IV, e 55, inciso XIII). 
Acórdão 2684/2004 Primeira Câmara 
 
 Qualificação técnica – Definir qualificação técnica não é tarefa fácil. Caberia, no 
nosso entender, definir na fase interna da licitação, as exigências que lhe convém. 
Em linhas gerais, a qualificação técnica pode ser genérica; específica ou operativa. 
Será genérica quando a exigência recair sobre necessidade de inscrição em órgãos 
de classe, por exemplo. A inscrição específica, por sua vez, trata da exigência de 
prova de que o licitante executou obra ou serviço semelhante. A qualificação 
operativa, por fim, corresponderia a prova de que o licitante teria condições 
operacionais para executar o objeto licitado. Como exemplos de exigências que 
poderiam ser feitas pela lei temos: inscrição na entidade profissional competente; 
indicação do aparelhamento e do pessoal técnico e comprovação de aptidão para 
desempenho de atividade compatível em características e prazos com o objeto da 
licitação, entre outras (lei 8666, art. 30). 
 
Jurisprudência TCU 
Ao inserir exigências de qualificação técnica, consigne os motivos de tais exigências e atente para 
que sejam indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações, de modo a atender o art. 37, 
inciso XXI, da Constituição Federal, bem como o art. 30 da Lei n.º 8.666/1993. 
Acórdão 1390/2005 Segunda Câmara 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
14 
Nesse sentido, estou de acordo com as conclusões obtidas pela Unidade Técnica no exame 
pontual de todas as alegações contidas na representação, as quais resultaram improcedentes, tendo 
em vista, basicamente, que: 
_ a exigência de, no mínimo, dois atestados ou declarações acerca de pelo menos três dos cinco 
macroprocessos, para efeito de qualificação técnica de licitantes, não se mostrou, no caso concreto, 
desarrazoada, considerando que a condição representou um equilíbrio entre o atendimento do 
interesse da administração e a preservação da competitividade, não se vislumbrando restrição a 
licitantes por conta desse aspecto. Ademais, não há impedimento legal em facultar a comprovação 
de experiência por meio de documentos emitidos por empresas estrangeiras. 
Acórdão 2813/2004 Primeira Câmara 
 
 Qualificação econômico-financeira – Esta qualificação busca evidenciar a 
“saúde” financeira do licitante, para assegurar que terá condições de executar o 
objeto licitado. Podem ser solicitados, por exemplo, certidão negativa de 
falência ou concordata; 
 
Também pode ser exigido do licitante uma garantia que estará limitada a 1% do 
valor estimado do objeto da contratação. Cabe ao licitante a escolha da 
modalidade de garantia que pode ser caução, seguro-garantia ou fiança bancária. 
 
Ainda quanto ao aspecto de qualificação econômico-financeira , a lei 8666 (art. 
31 e §3º) dispõe que excepcionalmente, nas compras para entrega futura e na 
execução de obras e serviços, aAdministração poderá exigir que o capital 
mínimo ou valor do patrimônio líquido até 10% do valor estimado da 
contratação. Além disso, cumpre lembrar o cumprimento, por parte do licitante, 
disposto no inciso XXXIII do art. 7
o
 da Constituição Federal, ou seja, proibição 
de trabalho, noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e de qualquer 
trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz a partir de 14 
anos”. 
 
 Cumpre observar que, segundo a lei 8666 (art. 43, §5º), ultrapassada a fase de 
habilitação e abertas as propostas, não caberá desclassificá-los por motivo 
relacionado com a habilitação, exceto mediante fatos supervenientes ou só 
conhecidos após o julgamento. Além disso, após a fase de habilitação, não há de 
se falar em de desistência de proposta, salvo por motivo justo decorrente , 
novamente, de fato superveniente e mediante apreciação da comissão de 
licitação. 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
15 
Jurisprudência TCU 
Faça constar do edital de convocação exigência de comprovação de qualificação técnica por meio da 
apresentação de atestados que mencionem: 
 
_ as características; 
_ as quantidades; 
_ os prazos relativos às ações de qualificação desenvolvidas pela instituição, indicando, quando 
possível, a descrição dos cursos/ações realizados, a data de realização, a duração, a natureza do 
público alvo, a quantidade de treinandos, entre outras julgadas necessárias. 
Acórdão 214/2005 Plenário 
 
Abstenha-se de vedar a apresentação de atestados que façam referência a serviços prestados em 
mais de um contrato para fins de comprovação de atendimento a quesitos de pontuação, nos casos 
em que a aptidão 
técnica das empresas puder ser satisfatoriamente demonstrada mediante a comprovação de 
prestação de serviços em vários contratos. 
Acórdão 1094/2004 Plenário 
 
Abstenha-se de vedar o somatório de atestados para fins de comprovação de atendimento a quesitos 
de pontuação, nos casos em que a aptidão técnica das empresas puder ser satisfatoriamente 
demonstrada por mais de um atestado. 
Acórdão 1094/2004 Plenário 
 
(...) as exigências de quantidades de atestados para a comprovação técnica têm por parâmetro as 
condições peculiares do objeto licitado, tal como definido em seu projeto básico, desde que não se 
imponham limitações desnecessárias com a inequívoca finalidade de comprometer a amplitude do 
rol de interessados em participar da licitação. 
Acórdão 1049/2004 Plenário 
 
 JULGAMENTO/CLASSIFICAÇÃO - fase em que a comissão de licitação efetua 
exame do envelope contendo as propostas de preço dos licitantes habilitados na fase 
anterior, ver art. 43, incisos IV e V, da lei 8.666/93. 
 
 HOMOLOGAÇÃO - é a fase que representa o ato de controle pelo qual a 
autoridade competente confirma a legalidade da classificação das propostas e 
adjudica o objeto da licitação ao vencedor, art. 43, inciso V, da lei 8.666/93. O ato 
de homologação será editado pela autoridade competente. 
 
 ADJUDICAÇÃO - é a fase em que a autoridade competente elabora o ato pelo qual 
se atribui ao vencedor o objeto da licitação para subseqüente assinatura do contrato, 
ver art. 43, inciso V. A exemplo da homologação, o ato de adjudicação também será 
editado pela autoridade competente. 
 
 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
16 
Jurisprudência TCU 
É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por preço global, nos editais das licitações 
para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, cujo objeto seja divisível, desde que 
não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou perda de economia de escala, tendo em vista o 
objetivo de propiciar a ampla participação de licitantes que, embora não dispondo de capacidade 
para a execução, fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com relação a 
itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de habilitação adequar-se a essa divisibilidade. 
SÚMULA 247 
 
Se abstenha de homologar procedimentos licitatórios, inclusive por meio de dispensa, cujos preços 
constantes de cada proposta estejam superiores, conforme o caso, com os preços correntes no 
mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou, ainda, com os constantes do sistema de 
registro de preços, promovendo a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis 
(art. 43, IV). 
Acórdão 1049/2004 Primeira Câmara 
 
Atente para que não sejam homologados itens cujos preços estejam superiores aos preços correntes 
no mercado, apurados por meio de pesquisa de preços, de modo a observar os instrumentos 
convocatórios, 
evitando o ocorrido em diversos procedimentos licitatórios, no ano de 2001 (Lei nº 8.666/1993, arts. 
3º, 41, 43, iv, 44, 45 e 48, i, ii). 
Acórdão 100/2004 Segunda Câmara 
 
A elaboração do edital e atos de habilitação, classificação e julgamento cabem a 
comissão de licitação composta por, no mínimo 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 
(dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da 
Administração responsável pela licitação (art. 51, caput). No caso de convite, a 
comissão de licitação poderá ser substituída por um servidor (art. 51, § 1º). 
 
1.6 - ROTEIRO SIMPLIFICADO DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. 
 
 O art. 43, I a VI, da lei 8666, estabelece os procedimentos do certame, que em 
síntese, são: 
 
a) na fase de habilitação ocorrerá, inicialmente, a abertura dos envelopes contendo a 
documentação. Em seguida, a comissão de licitação decidirá pela habilitação e 
inabilitação do licitante, concedendo, a partir daí, prazo para interposição de recursos. 
Dá-se, por fim, a devolução dos envelopes contendo as propostas aos licitantes 
inabilitados (incisos I e II, art. 43) 
 
b) Vencida a fase de habilitação, ocorrerá a abertura dos envelopes contendo as propostas 
de preço dos concorrentes habilitados. Nessa etapa, dar-se-á a verificação da 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
17 
conformidade com os requisitos do edital. Alem disso, será observado a 
compatibilidade dos preços propostos com os preços correntes de mercado; fixados por 
órgão oficial, ou ainda, com os constantes do sistema de registro de preços. Serão, por 
óbvio, desclassificadas as propostas desconformes ou incompatíveis (incisos, II e III, art. 
43) 
 
c) julgamento e classificação das propostas de acordo com os tipos de licitação, pela 
comissão de licitação (inciso, IV, art. 43); 
 
d) deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto 
da licitação ao vencedor do certame (inciso V, art. 43); 
 
1.7 - MODALIDADES DE LICITAÇÃO. 
 
 São 5 (cinco) as modalidades de licitação previstas na lei 8.666/93 (art. 
22, lei n. 8666/93): 
 
I - concorrência; II - tomada de preços; III - convite; IV - concurso; V - leilão. 
 
 Cumpre lembrar que é vedada a criação de outras modalidades de 
licitação ou a combinação entre modalidades já existentes.(lei 8666, art. 22, § 8º). Além 
disso, a lei 10520/02 criou uma nova modalidade de licitação chamada pregão aplicável 
às licitações da União , dos Estados, dos Distrito Federal e dos Municípios. A escolha 
da modalidade está intrinsecamente ligada ao objeto a ser licitado. É exatamente as 
peculiaridades desse objeto que determinará a escolha da modalidade. 
 As primeiras modalidades de licitação – convite, tomada de preços e 
concorrência – seguem , em linhas gerais, uma lógica comum, qual seja, quanto maior o 
valor do objeto licitado mais rigorosas serão as exigências estabelecidas no certame e 
portanto a escolha da modalidade deve se pautar por esse fator. Para valores maismodestos, a escolha recairá sobre convite ; em seguida tomada de preços e , por fim, 
concorrência. 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
18 
 O próprio texto legal abraça a máxima “quem pode o mais, pode o 
menos” e determina que nos casos em que couber convite, a Administração poderá 
utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência (art. 23, § 4º, da lei 
8.666/93). 
Jurisprudência TCU 
 
Escolha a modalidade de licitação com base nos gastos estimados para todo o período de vigência 
do contrato a ser firmado, consideradas as prorrogações previstas no edital, nos termos dos arts. 8° 
e 23 da Lei n° 8.666/1993. 
Acórdão 1395/2005 Segunda Câmara 
 
Observe os limites de modalidade de licitação, conforme o disposto no art. 23 da Lei nº 8.666/1993. 
Acórdão 254/2004 Segunda Câmara 
 
Proceda a adequado planejamento das licitações, de modo a demonstrar, nos autos, que o 
enquadramento na modalidade adotada foi precedido de avaliação dos custos totais de sua 
conclusão, levando-se em consideração, inclusive, as despesas decorrentes de prorrogações 
contratuais, nos termos do art. 57 da Lei nº 8.666/93, observando-se as disposições contidas nos 
arts. 40, 41, 43 e 48 da Lei nº 8.666/93. 
Acórdão 90/2004 Segunda Câmara 
 
 Vejamos um pouco mais das modalidades. 
CONVITE – Segundo o art. 22, §3º da lei 8666, “é a modalidade de licitação entre 
interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e 
convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, 
em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais 
cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com 
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas de apresentação das propostas.“ Para obras 
e serviços de engenharia até R$ 150.000,00; para compras e demais serviços até R$ 
80.000,00. 
 
 prazo de publicidade : 5 dias úteis 
 
 O instrumento convocatório na modalidade convite chama-se carta 
convite e deve, conforme definido em lei , ser enviada a pelo menos três interessados do 
ramos pertinente ao objeto. Percebe-se que o prazo de publicidade do convite é bastante 
restrito, apenas cinco dias úteis. Vale lembrar que é a única modalidade de licitação da 
lei 8666 que utiliza “dias úteis”, nas demais os dias são corridos (sem falar no pregão 
cujo prazo é de oito dias úteis). Sendo assim, utilizam-se os chamados “prazos 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
19 
dilatórios” do Código de Processo Civil, ou seja, não é considerado para contagem o 
dia inicial e se computa o dia final do prazo. 
Jurisprudência TCU 
 
Não se obtendo o número legal mínimo de três propostas aptas à seleção, na licitação sob a 
modalidade Convite, impõe-se a repetição do ato, com a convocação de outros possíveis 
interessados, ressalvadas as hipóteses previstas no parágrafo 7º, do art. 22, da Lei nº 8.666/1993. 
SÚMULA 248 
 
Anexe aos processos licitatórios a confirmação do recebimento de convite por empresas convocadas 
por e-mail, evitando prejuízos à transparência e à publicidade do certame. 
Acórdão 845/2005 Segunda Câmara 
 
Ao realizar licitações sob a modalidade de convite, somente convide as empresas do ramo 
pertinente ao objeto licitado, conforme exigido pelo art. 22, § 3º, da Lei 8.666/1993 e repita o 
certame quando não obtiver três propostas válidas, ressalvadas as hipóteses de limitação de 
mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, circunstâncias essas que devem estar 
justificadas no processo, consoante § 7º do mesmo artigo. 
Acórdão 819/2005 Plenário 
 
Proceda ao preenchimento da data, no recibo de entrega do convite, somente por ocasião do efetivo 
recebimento do convite, atendendo, assim, adequadamente, ao princípio da publicidade: art. 3º da 
Lei 8.666/1993. 
Acórdão 628/2005 Segunda Câmara 
 
Adote providências, nos casos de convite, para cumprir o disposto no art. 22, § 3º, da Lei n. 
8.666/1993, no sentido de que os interessados sejam do ramo pertinente ao objeto do certame. 
Acórdão 301/2005 Plenário 
 
TOMADA DE PREÇOS - é a modalidade de licitação entre interessados devidamente 
cadastrados, ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o 
terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária 
qualificação. Os valores limites são: para obras e serviços de engenharia entre R$ 
150.000,00 e R$ 1.500.000,00; para compras e demais serviços entre R$ 80.000,00 e R$ 
650.000,00. 
 
 prazo de publicidade : 30 dias - licitação do tipo melhor técnica ou técnica e 
preço; 
 15 dias - nos demais casos. 
 
 Ficando mais vultoso o objeto licitado, deverá a Administração promover 
a licitação na modalidade tomada de preços. Percebe-se que o prazo de publicidade é 
mais dilatado e que há , ao contrário do convite , a necessidade de prévio cadastramento. 
 
Jurisprudência TCU 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
20 
 
Nas tomadas de preços, do mesmo modo que nas concorrências para contratação de obra, serviço 
ou fornecimento de bens, deve ser exigida obrigatoriamente também a comprovação de que trata o 
inciso III do art. 29 da Lei nº 8.666/1993 a par daquela a que se refere o inciso IV do mesmo 
dispositivo legal. 
Decisão 705/1994 Plenário 
 
CONCORRÊNCIA - O art. 22, §1º da lei 8666 determina que concorrência “é a 
modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação 
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital 
para execução de seu objeto”. 
 Cabível nas contratações de grande valor, (obras e serviços de engenharia acima de 
R$1.500.000,00; para compras e demais serviços acima de R$ 650.000,00) bem 
como, qualquer que seja o valor, para alienação de imóveis e nas licitações 
internacionais (§ 3º, art. 23) ; 
 
 Prazo de publicidade : 45 dias - quando o regime for de empreitada integral; ou 
o tipo de licitação for melhor técnica ou tipo técnica e preço; 
 
 30 dias - nos demais casos. 
 
 Cumpre lembrar que Regime de empreitada integral se dá quando se 
contrata um empreendimento em sua integralidade compreendendo todas as etapas das 
obras, serviços e instalações sob inteira responsabilidade da contratada (lei 8.666/93, 
art. 6º ,VIII, “e”). 
 
 A concorrência vai ser caracterizada por dois aspectos: formalismo mais 
acentuado e publicidade mais ampla. Justifica-se tal rigorismo diante dos vultosos 
valores envolvidos que leva à Administração se cercar de mais garantias 
 
 Vimos que convite , tomada de preços e concorrência, seguem , a 
princípio, um escalonamento segundo o valor do objeto licitado. No entanto, a 
concorrência extrapola esse parâmetro e será , obrigatoriamente , a modalidade de 
licitação escolhida em outras situações. 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
21 
 Independente do valor do objeto licitado, a modalidade concorrência 
será obrigatoriamente escolhida nos seguintes casos (lei 8666, art. 23, §3º): 
 
- compra de imóveis; 
- alienação de imóveis para os casos em que não seja cabível o leilão. Nesse caso, 
serão também obrigatórias a avaliação prévia e autorização legislativa 
(administração direta, autarquias e fundações), conforme art. 17 da lei 8666; 
- concessão de direito real de uso; 
- registro de preços; 
- concessão de obra ou serviço público , nos termos das leis 8.987/95 e 9074/95; 
- parcelamento do objeto , toda vez que o valor das parcelas em seu conjunto alcance 
o montante previstapara concorrência (lei 8666, art. 23, §5º); 
- licitações internacionais. 
 
Observar, nos procedimentos licitatórios sob a modalidade concorrência, o disposto no 
art. 22, § 1º, da Lei nº 8.666/1993, o qual não prevê a distinção entre cadastrados e não 
cadastrados nos registros cadastrais da administração. Acórdão 108/1999 Plenário 
 
CONCURSO - é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de 
trabalho técnico, científico, ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou 
remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na 
imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. 
 
 prazo de publicidade : 45 dias 
 
 Cumpre lembrar que o concurso – modalidade de licitação - não tem 
nenhuma identidade com o concurso público, que é forma de seleção para ingresso no 
serviço público. O concurso como modalidade de licitação apresenta algumas 
particularidades. Em primeiro lugar, o prazo de publicidade é bastante amplo: quarenta 
e cinco dias, no mínimo. É assim para que haja tempo suficiente dos licitantes 
produzirem o objeto a ser submetido à seleção. Logo, no concurso , ao contrário das 
outras modalidades, o objeto é realizado antes do julgamento. No caso do concurso, isso 
é óbvio. 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
22 
 
 O prêmio pela vitória no certame licitatório somente será pago ao 
licitante vencedor após o mesmo abrir mão dos direitos autorais sobre a obra. 
 
LEILÃO – Mais uma vez, a lei 8666 fala por si ao definir que leilão “é a modalidade de 
licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a 
Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a 
alienação de bens imóveis cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou 
de dação em pagamento, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da 
avaliação. 
 
 prazo de publicidade : 15 dias 
 
 A primeira aplicação do leilão será para venda de bens móveis 
inservíveis para a Administração. Caso a Administração deseje, por exemplo, renovar 
sua frota de veículos pode leiloar os automóveis antigos seguindo os procedimentos 
legais. Também será utilizado o leilão para venda de bens legalmente apreendidos, 
como , por exemplo, bebidas, aparelhos eletrônicos, entre tanto, apreendidos pela 
Receita Federal. Da mesma forma, os bens empenhados (o correto é empenhado e não 
penhorados , como diz a lei) que são aqueles bens dados em garantia de uma dívida, 
como , por exemplo, jóias empenhadas na Caixa Econômica Federal. 
 
 Também será utilizada a modalidade leilão, para a venda de imóveis cuja 
aquisição advenha de procedimentos judiciais, como ocorre nos leilões de imóveis da 
Caixa Econômica Federal. Por fim, também será cabível essa modalidade de licitação 
para bens adquiridos mediante dação em pagamento, que corresponde a entrega de um 
imóvel para a administração para saldar uma dívida pré existente. 
 
 Resta lembra que leilão é uma modalidade usada para venda de bens e 
não para a compra. Dessa forma, será sempre o vencedor aquele que ofertar o maior 
preço. Assim, será sempre processada na modalidade maior lance ou oferta. 
 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
23 
1.8 - PUBLICIDADE 
 
 Já vimos sobre princípios de direito administrativo que o princípio da 
publicidade, tamanha a sua importância , está expresso no artigo 37 da Constituição 
federal . Sendo assim e pelo fato da licitação ser um procedimento administrativo, aos 
seus atos deve ser dado a mais ampla publicidade possível. 
 
 Sendo assim, a lei 8666 estabelece uma série de regras. No que se refere 
aos avisos contendo o resumo dos editais das concorrências e das tomadas de preços, 
dos concursos e dos leilões: 
 
a) Deverão ser publicados no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação da 
Administração Federal (inciso I, art. 21); 
 
b) serão publicados no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal, quando se 
tratar respectivamente de licitação feita por órgão ou entidade da Administração 
Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal (inciso II, art. 21); 
 
c) também deverá ser dada publicidade em jornal diário de grande circulação no Estado 
e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será 
realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem. É facultado 
à Administração, conforme o valor da obra, utilizar-se de outros meios de divulgação 
para ampliar a área de competição (inciso III, art. 21). 
 
d) os prazos mínimos de publicidade para apresentação das propostas são contados a 
partir da publicação dos avisos contendo o resumo dos editais ou da expedição da carta 
convite (§ 3º, art. 21, lei 8.666/93). Qualquer modificação no edital exige divulgação 
pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente 
estabelecido, exceção se dá quando a mudança no edital na afeta a formulação das 
propostas, tendo cunho meramente formal.(§ 4º do art. 21, lei 8.666/93). 
 
 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
24 
1.9 - TIPOS DE LICITAÇÃO (arts. 45 e 46, lei 8.666/93) 
 
 Os tipos de licitação representam , grosso modo , os critérios de definição 
que serão adotados pela Administração para a escolha da proposta vencedora na 
licitação. A escolha do tipo estará intimamente ligado ao objeto licitados. Os tipos 
estabelecidos na lei 8666 são de obrigatória observância, não podendo a Administração, 
exceto por lei , criar outros tipos ou mesclá-los (§ 5º, art. 45). Cumpre lembrar a lei 
8666 avançou em relação à legislação anterior (dec. Lei 2300/86) e extinguiu a licitação 
tipo preço base. 
 Os tipo de licitação determinados pela lei 8666 são :Menor preço; Melhor 
técnica; Técnica e preço; e Maior lance ou oferta Vejamos cada um deles: 
 
- MENOR PREÇO. 
 
 É o mais usual tipo de licitação. Por este critério sairá vencedor o licitante que 
atender as exigências do ato convocatório e oferte o menor preço. É o tipo de licitação 
mais utilizado na prestação de serviços, exceção de obras, e fornecimento de bens. Em 
caso de empate entre duas ou mais propostas a classificação se fará por sorteio. 
 
 - MELHOR TÉCNICA. 
 
 No tipo melhor técnica, o critério escolhido para determinar o licitante vencedor 
será baseado em aspectos eminentemente técnicos. Assim, serão abertos os envelopes 
contendo as propostas técnicas que serão avaliadas e classificadas de acordo com 
critérios definidos no instrumento convocatório. Logo após serão abertas as propostas 
de preço e proceder-se-á à negociação das condições propostas, com a proponente 
melhor classificada, tendo como referência o limite apresentado pela proposta de menor 
preço, entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima. 
 
- TÉCNICA E PREÇO. 
 
 Neste tipo a classificação far-se-á de acordo com a média ponderada das 
valorizações (notas) das propostas técnicas e de preços. 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
25 
 Os tipos Melhor Técnica e Técnica e Preço serão utilizados 
exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, tais como : 
elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de 
engenharia consultiva. Excepcionalmente estes tipos poderão ser utilizados para 
serviços, obras e fornecimentos de grande vulto dependentes de tecnologia sofisticada e 
de domínio restrito. (arte. 45 e 46). 
 Para a contratação de bens e serviços de informática será obrigatoriamente 
adotado o tipo de licitação “técnica e preço”,permitido o emprego de outro tipo de 
licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo (§4º, art. 45) . 
 
- MAIOR LANCE OU OFERTA. 
 
 Este tipo é adotado nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de 
uso, especialmente na modalidade leilão. Sairá vencedor quem oferecer o maior lance 
de valor igual ou superior à avaliação. 
Jurisprudência TCU 
 
Somente utilize a licitação do tipo técnica e preço para serviços com características eminentemente 
de natureza intelectual, de modo a atender o disposto nos arte. 45 e 46 da Lei 8.666/1993, excluindo 
dessa licitação a aquisição de bens que, ainda de informática, sejam de fácil obtenção no mercado, 
mediante a prévia especificação, e ainda os serviços comuns para a operação do sistema a ser 
desenvolvido/adquirido. 
Acórdão 1631/2005 Primeira Câmara 
 
Abstenha-se de incluir, em suas licitações do tipo técnica e preço, como item de pontuação técnica: 
_ questão não relacionada ao aspecto técnico da proposta, (...). 
 
_ quesito que não guarde estrita correlação técnica e operacional com os serviços a serem 
prestados, como ocorreu com a inclusão do item 11.5.1 do anexo ii do edital da TFP nº 3/2004, que 
consistia em ter o licitante 
desenvolvido sistema de gestão empresarial. 
Acórdão 611/2005 Plenário 
 
Não inclua critérios de pontuação técnica que estabeleçam tratamento desigual entre empresas com 
experiência na prestação de serviços em atividades similares no setor público e no setor privado, 
(...). 
Acórdão 330/2005 Plenário 
 
Estude a viabilidade de incluir nos editais de licitação do tipo técnica e preço ou somente técnica, 
critérios para graduação das notas que permitam escalonamento de pontuação, de forma a tornar o 
menos subjetivo e o mais equânime possível o julgamento das propostas, em observância ao 
disposto no caput do art. 3º da lei 8.666/1993. 
Acórdão 222/2005 Plenário 
 
Consigne nas licitações tipo técnica e preço para aquisição e/ou contratação de bens e serviços de 
informática a justificativa para exclusão de até dois fatores de pontuação técnica, conforme exige o 
Decreto nº 1.070/94, art. 3º, § 1º. 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
26 
Acórdão 838/2004 Plenário 
 
Faça constar, nos processos de aquisição e contratação de bens e serviços de informática: 
_ estudo que demonstre a necessidade; 
_ a prioridade e a conveniência da contratação; 
_ sua adequação com o plano diretor de informática da empresa; 
_ projeto a que se refere; e 
_ sua vinculação a objetivos atuais ou a estratégias de longo prazo da empresa. 
Acórdão 838/2004 Plenário 
 
Observe o art. 45, § 4º, da Lei nº 8.666/1993, e o art. 1º do Decreto nº 1.070/94, adotando nas 
licitações de bens e serviços de processamento de dados e automação o tipo “técnica e preço”. 
Acórdão 89/2000 Plenário 
 
O TCU respondeu ao consulente de que não é juridicamente possível afastar a aplicação da regra 
de preferência de que trata o art. 3º da Lei 8.248/91, alterado pelas Leis 10.176/2001 e 11.077/2004, 
nos procedimentos licitatórios realizados sob a modalidade Pregão, cujo objeto seja o fornecimento 
de bens 
e serviços comuns de informática e automação, assim definidos pelo art. 1º, parágrafo único, da Lei 
10.520/2002, estando essas licitações franqueadas a todos os interessados, independentemente de 
desenvolverem bens e produtos com tecnologia nacional e cumprirem o Processo Produtivo Básico, 
definido pela Lei 8.387, de 30 de dezembro de 1991. 
Acórdão 2.138/2005 Plenário 
 
O TCU esclareceu ao consulente de que é juridicamente possível a aquisição de bens e serviços 
comuns de informática e automação nas contratações realizadas por intermédio da modalidade 
Pregão, mesmo nas hipóteses em que não seja tecnicamente viável a aplicação da regra da 
preferência a que alude o art. 3º da Lei nº 8.248/1991, com redação alterada pelas Leis nº 
10.176/2001 e 11.077/2004, vale dizer, nas situações em que não haja licitantes que possam fornecer 
produto ou serviço com tecnologia desenvolvida no Pais ou não cumpram o Processo Produtivo 
Básico, assim definido pela Lei nº 8.387/1991. 
Acórdão 2.138/2005 Plenário 
 
Nos processos licitatórios sob a modalidade Pregão que se destinem ao fornecimento de bens e 
serviços comuns de informática e automação, a Administração Pública Federal deverá adotar os 
seguintes procedimentos: 
_ verificado empate entre propostas comerciais, adotar as providências seguintes: 
 
- primeiro, analisar se algum dos licitantes está ofertando bem ou serviço que preencha 
simultaneamente às seguintes condições, hipótese em que deverá ser aplicado o direito de 
prefer6encia estabelecido no art. 
3º da Lei nº 8.248/91, alterado pelas Leis 10.176/2001 e 11.077/2004: 
 
_ bens e serviços com tecnologia desenvolvida no Brasil, a ser devidamente comprovada pelo 
interessado, conforme dispõe o art. 9º da Lei 10.520/2002, c/c o art. 45, § 2º, da Lei 8.666/1993; 
 
_ bens e serviços produzidos de acordo com o processo produtivo básico, na forma definida pelo 
Poder Executivo (Lei nº 8.387/1991); 
 
· persistindo o empate entre as melhores propostas licitantes, ou comprovada à inviabilidade da 
aplicação da regra de preferência estabelecida pela redação atualizada do art. 3º da Lei nº 
8.248/1991, proceder ao sorteio da oferta que atenderá ao interesse público, observado o disposto 
no art. 45, § 2°, da Lei nº 8.666/93, aplicável subsidiariamente ao Pregão por força do art. 9º da Lei 
10.520/2002; 
Acórdão 2.138/2005 Plenário 
1.10- INEXIGIBILIDADE E DISPENSA DE LICITAÇÃO. 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
27 
 Vimos que quando a administração deseja adquirir bens ou serviços ou 
mesmo alienar móveis ou imóveis, a regra, segundo o texto constitucional, é fazer 
licitação. As exceções ao certamente licitatório somente podem ser estabelecidas por lei. 
Logo , são de caráter restrito. 
 
 Este é sem dúvida o tema mais polêmico em licitação. Os concursos 
públicos o exploram demasiadamente. Buscam do candidato principalmente a distinção 
entre as hipóteses de dispensa e as de inexigibilidade. A Lei 8.666/93 trata da dispensa 
da licitação dispensável no artigo 24; da licitação dispensada no art. 17, I, II, §§2º e 4º, 
da inexigibilidade no artigo 25. Vejamos: 
 
 - INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO. 
 
 A maioria das pessoas confunde as hipóteses de inexigibilidade com as 
de dispensa de licitação. Não há como confundir. A inexigibilidade só se caracteriza 
quando ocorrer inviabilidade de competição. É o que diz o artigo 25 da lei 8666 além de 
elencar, de modo exemplificativo (não é exaustivo), algumas situações nas quais se dá a 
inviabilidade de competição, portanto a impossibilidade de promoção do certame 
licitatório. 
 Assim, o referido artigo nos diz que “É inexigível a licitação quando 
houver inviabilidade de competição em especial : 
 
I – Para a aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser 
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a 
preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de 
atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a 
licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, 
ou, ainda, pelas entidades equivalentes; 
 
II – Para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou 
através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou 
pela opinião pública; 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
28 
III – Para a contratação dos serviços técnicos de naturezasingular, com 
profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para 
serviços de publicidade e divulgação. 
 Dos incisos do art. 25, o III é o que requer maior atenção do intérprete e 
também o que proporciona maiores questionamentos. Cumpre , inicialmente, observar 
que fica vedada a inexigibilidade de licitação para serviços de publicidade e divulgação. 
 
 O inciso III do art. 25 também menciona serviços técnicos. Estes estão relacionados no artigo 13 
da lei 8.666/93, a saber: 
 
 estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; 
 pareceres, perícias e avaliações em geral; 
 assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; 
 fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; 
 patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; 
 treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
 restauração de obras-de-arte e bens de valor histórico. 
 
 Por fim, observar que poderão ser contratados com por inexigibilidade de 
licitação esses serviços técnicos desde que sejam singulares e executados por 
profissional de notória especialização. Percebe-se que não é qualquer serviço que pode 
ser considerado como de natureza singular. Tem que ser próprio, específico e complexo. 
Assim, por exemplo, um serviço de reparo em uma usina nuclear demandará um 
engenheiro notório especialista, diante da complexidade da situação. Porém o serviço 
também será singular. Consertar usinas nucleares não é serviço comum; muito menos 
corriqueiro. Nesse caso, poderá o profissional ser contratado por inexigibilidade de 
licitação. 
 
 
 
Jurisprudência STF. 
 
"Ação penal pública. Contratação emergencial de advogados face ao caos administrativo herdado 
da administração municipal sucedida. Licitação. Art. 37, XXI da Constituição do Brasil. Dispensa 
de licitação não configurada. Inexigibilidade de licitação caracterizada pela notória especialização 
dos profissionais contratados, comprovada nos autos, aliada à confiança da Administração por eles 
desfrutada. Previsão legal. A hipótese dos autos não é de dispensa de licitação, eis que não 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
29 
caracterizado o requisito da emergência. Caracterização de situação na qual há inviabilidade de 
competição e, logo, inexigibilidade de licitação. „Serviços técnicos profissionais especializados‟ são 
serviços que a Administração deve contratar sem licitação, escolhendo o contratado de acordo, em 
última instância, com o grau de confiança que ela própria, Administração, deposite na 
especialização desse contratado. Nesses casos, o requisito da confiança da Administração em quem 
deseje contratar é subjetivo. 
 
Daí que a realização de procedimento licitatório para a contratação de tais serviços –procedimento 
regido, entre outros, pelo princípio do julgamento objetivo – é incompatível com a atribuição de 
Exercício de subjetividade que o direito positivo confere à Administração para a escolha do 
trabalho essencial e indiscutivelmente mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato‟ (cf. 
o § 1º do art. 25 da Lei 8.666/93). O que a norma extraída do texto legal exige é a notória 
Especialização, associada ao elemento subjetivo confiança. Há, no caso concreto, requisitos 
suficientes para o seu enquadramento em situação na qual não incide o dever de licitar, ou seja, de 
inexigibilidade de licitação: os profissionais contratados possuem notória especialização, 
comprovada nos autos, além de desfrutarem da confiança da Administração. Ação Penal que se 
julga improcedente." 
(AP 348, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 15-12-06, Plenário, DJ de 3-8-07)" 
 
Jurisprudência TCU 
A dispensa de licitação para a contratação de serviços com profissionais ou firmas de notória 
especialização, de acordo com alínea “d” do art. 126, § 2º, do Decreto-lei 200, de 25/02/67, só tem 
lugar quando se trate de serviço inédito ou incomum, capaz de exigir, na seleção do executor de 
confiança, um grau de subjetividade, insuscetível de ser medido pelos critérios objetivos de 
qualificação inerentes ao processo de licitação. 
Súmula 039 
 
Inclua nos processos de inexigibilidade de licitação a declaração de exclusividade ou, na 
impossibilidade, documento que comprove ser o contratado o único fornecedor das respectivas 
áreas e/ou serviços. 
Acórdão 822/2005 Plenário 
 
Quando contratar a realização de cursos, palestras, apresentações, shows, espetáculos ou eventos 
similares, demonstre, a título de justificativa de preços, que o fornecedor cobra igual ou similar 
preço de outros com quem contrata para evento de mesmo porte, ou apresente as devidas 
justificativas, de forma a atender ao inc. III do parágrafo único do art. 26 da Lei 8.666/1993. 
Acórdão 819/2005 Plenário 
 
Nas dispensas ou inexigibilidades de licitação, faça constar nos autos as necessárias justificativas da 
despesa, atendendo a exigência constante no artigo 26, caput, da Lei 8.666/1993. 
Acórdão 819/2005 Plenário 
 
Considere válidos apenas os certificados de exclusividade emitidos pelos entes enumerados no art. 
25, I, da Lei n.º 8.666/1993, para fins de evidenciar a exclusividade de produtor, empresa ou 
representante comercial nas aquisições de que tratam este dispositivo. 
Acórdão 723/2005 Plenário 
 
Abstenha-se de contratar serviços jurídicos por inexigibilidade de licitação, com fundamento no 
art. 25 da Lei n. 8.666/1993, se não restarem comprovados os requisitos da inviabilidade de 
competição previstos no 
citado dispositivo legal, especialmente quanto à singularidade do objeto e à notória especialização. 
Acórdão 717/2005 Plenário 
 
Ao proceder contratação de serviços profissionais por meio de inexigibilidade, financiadas com 
recursos públicos federais, cumpra a determinação contida no art. 38, inciso VI e parágrafo único 
da Lei de Licitações. 
Acórdão 301/2005 Plenário 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
30 
Restrinja a aplicação do que dispõe o inciso I do art. 25 da Lei n° 8.666/1993 aos casos em que 
inequivocamente ficar caracterizada a inviabilidade de competição pela existência de um único 
fornecedor do produto pretendido, de modo a evitar nova contratação direta sem preenchimento 
dos requisitos legais e com afronta aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e 
da probidade administrativa, insculpidos no art. 3º da referida Lei de Licitações. 
Acórdão 295/2005 Plenário 
Determina que, quando do fornecimento de atestados de exclusividade de materiais, equipamentos 
ou gêneros (art. 25, inciso I, da Lei n.º 8.666/1993), adote procedimentos criteriosos visando a 
comprovar a autenticidade das informações que constarão dos certificados. 
Acórdão 223/2005 Plenário 
 
Recomenda que, quando do recebimento de atestados de exclusividade de fornecimento de 
materiais, equipamentos ou gêneros (art. 25, inciso I, da Lei n.o 8.666/1993), adote medidas 
cautelares visando a assegurar a veracidade das declarações prestadas pelos órgãos e entidades 
emitentes. 
Acórdão 223/2005 Plenário 
 
(...) o Administrador deve, na situação do inciso II do art. 25, escolher o mais adequado à satisfação 
do objeto. O legislador admitiu, no caso, a existência de outros menos adequados, e colocou, 
portanto, sob o poder discricionário do Administrador a escolha do contratado, sob a devida e 
indispensável motivação, inclusive quanto ao preço, ao prazo e, principalmente, o aspecto do 
interesse público, que deverá estar acima de qualquer outra razão. 
Acórdão 204/2005 Plenário 
 
Atente, no caso de dispensa ou inexigibilidade de licitação, para que a situação seja 
circunstanciadamente justificada inclusivequanto ao preço e ratificada pela autoridade 
competente, (...). 
Acórdão 150/2005 Primeira Câmara 
 
Nos casos em que for aplicável a aquisição por inexigibilidade ou por dispensa de licitação, que seja 
feita a devida justificativa da escolha do fornecedor e do preço do produto adquirido ou do serviço 
contratado, nos termos do artigo 26, parágrafo único, incisos II e III, da Lei 8.666/1993. 
Acórdão 125/2005 Plenário 
 
Não efetue aquisições e contratações por inexigibilidade de licitação quando houver viabilidade de 
competição, e também nos casos em que houver apenas exclusividade de marca e não exclusividade 
do produto de interesse da empresa. 
Acórdão 125/2005 Plenário 
 
1.11 - LICITAÇÃO DISPENSADA E DISPENSÁVEL. 
 
 A lei 8666 faz a distinção entre licitação dispensável (art. 24) e licitação 
dispensada (art. 17). Em ambas existe a possibilidade de competição, no entanto, o 
legislador achou por bem , no caso da licitação dispensada, de pronto obstar a realização 
do procedimento licitatório. Na licitação dispensável (art. 24), diferentemente, fica a 
livre discrição da Administração de promover ou não a licitação , posto que haja a 
possibilidade de competição. 
 
 - licitação dispensável. 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
31 
 Nas hipóteses de licitação dispensável, a lei autoriza ao Administrador 
Público não realizar a licitação. Vejam bem, nestes casos existe possibilidade jurídica 
de competição. A lei autoriza o Administrador, tendo em vista critérios de conveniência 
e oportunidade, a decisão de não realizar o procedimento licitatório. No entanto, a 
dispensa da licitação terá que ser devidamente justificada com a caracterização da 
situação emergencial ou calamitosa, razão de escolha do fornecedor e justificativa do 
preço, tais exigências constam do artigo 26 da lei 8.666/93. 
 
 O Administrador Público estará autorizado a dispensar a realização de 
certame licitatório apenas nos casos descritos no artigo 24 da Lei 8.666/93 (elenco 
exaustivo), relacionados a seguir: 
 
É dispensável a licitação, nas seguintes hipóteses : 
Lei 8.666/93 
 
Art. 24. É dispensável a licitação: 
 
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite 
previsto na alínea 
"a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma 
obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local 
que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; 
 
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto 
na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos 
nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou 
alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; 
 
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; 
 
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada 
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a 
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou 
particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação 
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser 
concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, 
contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos 
respectivos contratos; 
 
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não 
puder ser 
repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições 
preestabelecidas; 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
32 
 
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou 
normalizar o 
abastecimento; 
 
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores 
aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos 
órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou 
serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; 
(Vide § 3º do art. 48) 
 
 
Jurisprudência TCU 
 
Determina, no âmbito das licitações e contratações vindouras, que exija da empresa contratada por 
meio de dispensa de licitação, com fulcro no art. 24, inciso VII, da Lei nº 8.666/1993, a comprovação 
das condições de habilitação e da proposta estipuladas no edital da licitação precedente à qual a 
contratação direta se vincula, salvo motivo devidamente comprovado. 
Acórdão 1315/2004 Plenário 
 
Não obstante, compreendo que as alegações de defesa apresentadas não alteram o entendimento 
que defendi no voto condutor da Decisão nº 417/2002-Plenário, no sentido de que, na assinatura de 
contratos, seja com fundamento no art. 24, inciso XI, seja com fundamento no art. 64, § 2º, da Lei 
nº 8.666/1993, devem ser observadas todas as condições da proposta apresentada pelo primeiro 
classificado, tais como, prazos, preços globais e unitários, formas de reajuste. Esta é a única 
maneira de se manter, ao longo da execução do contrato, as mesmas condições ofertadas pela 
empresa vencedora da licitação. Qualquer alteração implicará, ao longo do tempo, desajustes em 
favor ou em desfavor da administração ou do contratado. 
Acórdão 580/2002 Segunda Câmara 
 
O art. 24, inciso VII, da Lei n. 8.666/1993, nesse tipo de situação, permite a contratação direta de 
serviços, desde que observadas as prescrições ali estabelecidas, quais sejam, adoção do 
procedimento previsto no parágrafo único do art. 48, e que os preços contratados diretamente não 
sejam superiores “ao constantes do registro de preços ou serviços”. No presente caso, além de ter 
sido fixado o prazo de 08 (oito) dias para a 
apresentação de novas propostas, conforme previsto no aludido parágrafo único do art. 48, o 
Hospital contratou por preço condizente com a pesquisa de mercado. Conclui-se, por conseguinte, 
que a decisão do Hospital foi adotada segundo a legislação que rege a matéria. 
Quanto ao fato da empresa (...) ter sido contemplada com a contratação direta, quando deixou de 
apresentar, no certame antes instaurado, elementos atinentes à qualificação técnica, considero não 
haver irregularidade no procedimento porque a referida empresa, no processo de dispensa de 
licitação, apresentou todos os documentos exigidos. 
Decisão 119/1999 Plenário (Voto do Ministro Relator) 
 
 
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens 
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração 
Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência 
desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado 
 
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos 
casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de 
Defesa Nacional; 
 
 
Licitação e Contratos Administrativos 
 
33 
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades 
precípuas da 
administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua 
escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação 
prévia; 
 
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em 
conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da 
licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas

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