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Pergunta 1 1. A Filosofia Ocidental foi utilizada durante séculos como meio de colonização, para justificar a dominação, as injustiças e a barbárie. Os povos colonizados eram considerados inferiores. Sobre essa realidade, observe as seguintes afirmações: I. Somente os humanos do Ocidente (os brancos) eram dotados de razão. II. O não branco (índios e negros) é considerado como força de trabalho, mas desprovido de inteligência. III. A filosofia africana tem como preocupações a identidade do africano, a supremacia do branco, a desconstrução dos mitos eurocêntricos. IV. A inferioridade dos povos colonizados contava com o suporte da filosofia imperialista da época. V. Os africanos não podem formular correntes de pensamentos que provoquem mudanças Quais dos argumentos acima demonstram o “olhar” superior do europeu sobre os africanos, responsável pela construção de um discurso racista que se manifesta até os dias de hoje em nossas sociedades: a. I, III e V b. I, II, III e IV c. II e IV d. I, II, IV e V e. II, III e IV Pergunta 2 1. Leia o excerto a seguir. “Um dos mais fascinantes mistérios da Pré-história é o surgimento do ser humano. Até 1859, apenas livros religiosos, como a Bíblia, davam resposta a esse enigma, naturalmente em sua linguagem simbólica. Nesse ano, o naturalista inglês Charles Darwin publicou seu livro „A origem das espécies‟, apresentando evidências de que as espécies animais são capazes de modificações gradativas, ou de evolução, através do tempo, de modo que novas espécies possam surgir”. UOL EDUCAÇÃO. Pré-história: o surgimento do ser humano e os períodos pré-históricos. Pedagogia & Educação, 16 fev. 2015, p. 3. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/pre-historia-2-o-surgimento-do-ser-humano-e-os- periodos-pre-historicos.htm>. Acesso em: 19/02/2018. Considerando o excerto lido e os estudos no texto-base da disciplina, é correto afirmar que os primeiros Homo sapiens surgiram em qual continente? a. Europa b. África c. Ásia d. Oceania e. América Pergunta 3 1. Para abrilhantar a importância das manifestações culturais no Brasil, ao contar a história da nossa formação, Ribeiro (1995), no livro “O povo brasileiro”, trabalha com a tese central da mestiçagem como composição da cultura em cenários regionais, resultado da junção de matrizes étnicas muito diferentes umas das outras: a matriz indígena, a europeia, a africana. Mas, apesar dessas confluências e diferenças, nos comportamos como uma só gente e falamos a mesma língua. RIBEIRO, D. O povo brasileiro. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Ao abordar a formação do povo brasileiro, Ribeiro (1995) destaca cinco vertentes. A partir de nossos estudos sobre “os cinco brasis”, associe cada vertente numerada a seguir com seus respectivos fundamentos. 1. Crioulo (2 ) Este povoamento foi resultado da miscigenação entre indígenas e bandeirantes. A base alimentar indígena era a partir da mandioca, feijão, milho, abóbora, tubérculos, urucum e pimenta. No cultivo da terra, praticavam a técnica da coivara. Herdaram dos bandeirantes o toucinho de porco a rapadura, a pinga de cana. 2. Caboclo (5 ) A produção era com base nos engenhos açucareiros exportadores para o mercado europeu. O povo era formado a partir da miscigenação entre brancos, indígenas e negros. Ocupava a faixa litorânea nordestina. 3. Sertanejo (4 ) A principal característica é a heterogeneidade cultural, pois reúne antigos paulistas, portugueses, espanhóis e mulheres guarani, formando os gaúchos. 4. Caipira ( 1) Povoamento formado no sertão nordestino por trabalhadores vaqueiros em terras de proprietários latifundiários. Não obtinham salário, recebiam como pagamento alimentos, sal e por vezes, uma rês de rebanho. Considerada uma das regiões mais pobres do país. 5. Sulino (3 ) É o resultado das matrizes étnicas indígena e europeia. A localização é na região amazônica. A economia baseia-se no extrativismo vegetal – que teve como principal produto a borracha–, do ouro, do estanho, drogas da mata, cacau, cravo, canela, urucum, baunilha, óleos e resinas. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. a. 4, 1, 5, 3, 2 b. 4, 1, 5, 2, 3 c. 2, 4, 1, 3, 5 d. 3, 1, 5, 2, 4 e. 2, 3, 4, 1, 5 Pergunta 4 1. “Eu não sou racista, mas....” ou “Eu tenho até um amigo negro, a questão não é essa” são duas falas ainda bastante comuns. Em realidade, elas escondem o preconceito racial latente na sociedade brasileira, a que chamamos, comumente, de “racismo à brasileira”. De que maneira podemos definir o termo “racismo à brasileira”? a. “Racismo à brasileira” é um termo utilizado para falar do racismo como ele aparece no Brasil: um racismo escancarado que ainda hoje é marcado por leis que separam negros e brancos, inclusive fisicamente. b. “Racismo à brasileira” é um termo utilizado para falar do racismo contra brasileiros fora do Brasil, ou seja, quando são estrangeiros: trata-se de um racismo protegido por leis que nos impedem, por exemplo, de ir a certos países. c. “Racismo à brasileira” é um termo utilizado para falar do racismo como ele aparece no Brasil: um racismo velado que aparece por trás do discurso de que não somos racistas, porque somos um povo só, misturado e harmonioso. d. “Racismo à brasileira” é um termo utilizado para falar do racismo contra brasileiros fora do Brasil, ou seja, quando são estrangeiros: trata-se de um racismo velado. e. “Racismo à brasileira” é um termo recente, utilizado para definir a forma como o racismo aparece no Brasil, exclusivamente nas escolas. Ele não é utilizado em outras situações. Pergunta 5 1. As identidades culturais nacionais são, necessariamente, afetadas pela globalização. A cultura do país em que nascemos é a principal fonte da identidade cultural, porque cria sentimentos de lealdade e de identidade. Cada país possui um sistema de educação e símbolos construídos ao longo da vida do indivíduo, de acordo com alguns elementos. Um desses elementos é a ênfase nas origens, na continuidade, na tradição e na intemporalidade. Sobre esse elemento podemos afirmar que: a. Significa um conjunto de práticas de natureza ritual ou simbólica, que busca inculcar certos valores e normas de comportamentos através da repetição e implica, automaticamente, em continuidade com um passado histórico adequado”. b. Trata-se de uma história inventada para explicar e entender a origem de um povo e da nação. Por exemplo, a história da Grécia antiga narrada pelos helenos. c. É representado como primordial – está lá, na verdadeira natureza das coisas, algumas vezes adormecida, mas sempre pronta para ser “acordada” de sua “longa, persistente e misteriosa sonolência” para reassumir sua inquebrantável existência”. d. É o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista, presidido por técnicas de informação. e. Fornece todo o processo de formação cultural da nação, por meio da literatura nacional, eventos históricos, heróis, triunfos, derrotas e desastres, a fim de fornecer e preservar a tradição e a herança dos antepassados, para que a cultura seja vista como um processo de continuidade e evolução. Pergunta 6 1. Observe o gráfico a seguir e, em seguida, selecione a alternativa que melhor o explica à luz das discussões que tivemos a respeito de racismo e educação. a. Os números que aparecem no gráfico foram retirados do Censo Demográfico de 2010. Como o Censo não leva em consideração as teorias pedagógicas mais inovadoras, não há como utilizar suas conclusões para pensar sobre a educação e seu papel social.b. O gráfico nos mostra que há certa mudança no panorama da educação brasileira. Embora ainda existam mais brancos no Ensino Superior, o fato de que existem mais negros e pardos no Ensino Médio nos leva a crer que, possivelmente, no futuro, essa diferença de escolaridade poderá diminuir. c. Não podemos fazer uma análise sobre o gráfico que nos leve a uma conclusão sobre o racismo na sociedade brasileira porque sabemos que a sociedade brasileira não é racista. O discurso do “racismo à brasileira” só aparece, afinal, quando o brasileiro está no exterior, como estrangeiro. d. O gráfico nos mostra que há mais ou menos a mesma porcentagem de brancos, negros e pardos que frequentavam a Educação Fundamental no Censo de 2010, o que indica que a educação brasileira não contribui para a perpetuação do racismo em nenhum de seus níveis. e. O fato de que há mais negros e pardos nos programas de alfabetização de jovens e adultos não indica uma tradicional maior evasão escolar desse grupo da população. Indica apenas que há mais instituições que oferecem esse tipo de educação em áreas com maior concentração de pessoas negras e pardas. Pergunta 7 1. Leia o excerto a seguir. “Todo racismo, inclusive o culturalismo racista dominante no mundo inteiro, precisa escravizar o oprimido no seu espírito e não apenas no seu corpo. Colonizar o espírito e as ideias de alguém é o primeiro passo para controlar seu corpo e seu bolso. De nada adianta americanos e europeus proclamarem suas supostas virtudes inatas, se africanos, asiáticos e latino-americanos não se convencerem disso. Do mesmo modo, de nada adianta nossa elite do dinheiro construir uma concepção de país e de nação para viabilizar seus interesses venais se a classe média e a população como um todo não for convencida disso”. SOUZA, J. A elite do atraso. Rio de Janeiro: Leya, 2017, p. 24. Considerando a leitura do excerto e os conteúdos abordados no texto-base sobre a noção de colonização, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. São muitos os impactos da colonização para a sociedade brasileira, um deles é ainda o fato de perpetuar papéis sociais fundados na escravidão. PORQUE II. Um dos sentidos de colonização está relacionado à introjeção de marcadores construídos pela lógica eurocêntrica, a qual impõe a outras etnias – que não a branca europeia – uma condição de inferiorização e invisibilidade. Essa inculcação ocorre ao longo dos séculos de colonização e, além disso, contamina a elite brasileira, assim como os intelectuais e a população em geral. A seguir, assinale a alternativa correta. a. As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. b. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. c. As asserções I e II são proposições falsas. d. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. e. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. Pergunta 8 1. Por que quando falamos da chegada dos portugueses e espanhóis à América, muitas vezes encontramos, dentro dos grupos de resistência, a defesa de que podemos falar em invasão e não apenas colonização? a. Porque entender que eles vieram civilizar aos bárbaros que aqui viviam é pensar de forma eurocêntrica e desconsiderar o fato de que os nativos eram os legítimos donos da terra, embora não necessariamente trabalhassem com a categoria de posse privada. b. Porque houve uma releitura nos termos utilizados pelas ciências humanas. Essa releitura está ligada à compreensão de que a Antropologia sempre foi feita a partir do ponto de vista dos diferentes povos e, na verdade, seria melhor vê-la a partir da visão europeia, que é mais neutra. c. Porque o termo invasão explica melhor a maneira como os índios lidavam com a questão da terra entre si e, portanto, oferece uma ilusão de continuidade na história. d. Porque houve um grande planejamento por trás de todo o movimento de vinda dos europeus para as Américas. Não foi, como se imaginava anteriormente, o resultado de um golpe de sorte ou um acaso gerido pelas correntezas marítimas imprevisíveis. e. Porque eles utilizaram de armas para civilizar aos bárbaros que aqui viviam, muitas vezes sendo obrigados a dizimar parte das populações locais. Pergunta 9 1. Leia o excerto a seguir. “Como se deu a construção do paradigma racista/culturalista entre nós [brasileiros]? Como é possível que alguns de nossos indivíduos mais inteligentes tenham construído concepções de mundo que nos humilham, nos rebaixam e nos animalizam?”. A formação que busca a descolonização do currículo escolar passa a entender o Brasil, inclusive, a partir de intelectuais brasileiros. Porém, como nos alerta Jessé Souza (2017), boa parte dos nossos intelectuais também ajudaram a solidificar uma visão culturalista do povo brasileiro, que passa a ser tratado como inferior. SOUZA, J. A elite do atraso. Rio de Janeiro: Leya, 2017, p. 23. Considerando as informações apresentadas e o conteúdo estudado no texto-base, qual é o termo amplamente utilizado na antropologia para qualificar a visão de uma pessoa (ou grupo) que se julga superior e utiliza critérios culturais para essa classificação? a. Logocentrismo b. Falocentrismo c. Etnocentrismo d. Alocentrismo e. Egocentrismo Pergunta 10 1. Faz-se urgente a discussão sobre a necessidade de ações afirmativas na educação contra atos racistas, uma vez que a III Conferência Mundial Contra o Racismo, organizada pela ONU, impuseram que o Brasil reconhecesse a existência deste preconceito no país. Sobre a atuação do movimento negro no Brasil, analise as afirmativas a seguir. I. O conceito de raça, construído negativamente para marginalizar e diminuir a população indígena e negra, é retomado pelo movimento negro. Por meio de experiências e práticas históricas são atribuídos outros sentidos ao conceito. II. O movimento negro no Brasil busca ressignificar e politizar a ideia de raça, sendo encarada como fator emancipador e não conservador, demonstrando sua importância para a construção de identidades étnico-raciais. III. A noção de raça passa a ser um instrumento de reivindicação para melhorias – principalmente na educação – e não um estorvo para a igualdade de direitos. É preciso o reconhecimento na diferença para que todos sejam tratados com igualdade de direitos. IV. O movimento negro vem reivindicando direitos na última década e se utilizando do mito da democracia racial, tão arraigado em nossa sociedade. Está correto apenas o que se afirma em: a. I, II e III b. I, II e IV c. II e IV d. III e IV e. II, III e IV