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147 PROCESSOS DE USINAGEM DOS METAIS 1. Introdução Usinagem é um processo de fabricação mecânica onde a peça acabada é obtida através da retirada de cavacos (aparas de metal) de uma peça bruta, através de ferramentas adequadas. A usinagem confere à peça uma precisão dimensional e um acabamento superficial que não podem ser obtidos por nenhum outro processo de fabricação É por este motivo que a maioria das peças, mesmo quando obtidas através de outros processos, recebe seu formato final através de usinagem. É claro, entretanto, que quanto maior o grau de precisão exigido no acabamento, mais sofisticado se torna o processo de usinagem e, portanto, com maiores custos. É possível executar-se a retirada de cavacos através de trabalho manual (limagem, serragem, etc) ou por meio de trabalho mecânico executado através de máquinas que usam ferramentas apropriadas para a execução de cada etapa do processo de fabricação de uma peça. Essas máquinas são conhecidas como "Máquinas operatrizes" ou "Máquinas- ferramentas" e podemos destacar como principais as seguintes: tornos, fresas, furadeiras e retíficas. 2. Operação de torneamento. Operações de torneamento são aquelas executadas através das máquinas operatrizes denominadas "tornos mecânicos", nos quais a retirada de cavaco da peça é executada por uma ou mais ferramentas que possuem o movimento de avanço e translação, enquanto a peça que se trabalha tem o movimento de rotação. 2.1.Operações fundamentais. Obtêm-se diferentes formas de corpos de revolução mediante diversas operações de torneamento. Podemos destacar como principais as mostradas na figura ao lado: Prof. Fernando Penteado 148 2.2. Tipos de tornos mecânicos. Devido à variedade de peças que são torneadas, bem como das Operações que são executadas, existe uma diversidade bastante grande de tipos e tamanhos de tornos disponíveis no mercado. Como principais tipos poderíamos citar: horizontal ou universal, de placa, vertical, revólver, copiador, automático, automático com CNC e especiais. 2.3. Movimentos para obtenção de uma peça no torno O movimento de rotação da peça a trabalh esigna-se como movimento principal de corte O movimento longitudinal da ferramenta q causa a retirada progressiva e uniforme do cavaco é conhecido pelo nome de av A ferramenta é graduada para uma determinada profundidade ou espessura de cavaco. Este movimento é chamado de penetração. 2.4. Torno m O torno unive permite traba grande produ revólver ou au Caixa d Prof. Fernando Pentead ecânico universal (horizontal) rsal é o mais conhecido e o mais usado, principalmente devi lhar os mais variados tipos de peças. Entretanto, não é um ção em série, pois seu trabalho é lento quando comparado tomáticos. Cabeçote Carrinho Porta-ferramPlaca Fuso Vara Aventa e avanços o ue ar d anço. do t , p Ca en a sua versatilidade, que orno recomendado para or exemplo, com tornos beçote móvel ta Barramento 149 2.4.1. Partes principais do torno mecânico universal • Cabeçote fixo No cabeçote fixo está montada a árvore principal ou de trabalho, por meio da qual a peça recebe o movimento de rotação. Esta árvore gira apoiada em mancais (de escorregamento ou de rolamento) e é feita dos melhores aços. A maioria das vezes, é uma árvore furada através da qual se pode, por exemplo, passar uma barra que será trabalhada no torno. As partes da árvore que se apóiam nos mancais são temperadas e retificadas. A árvore deve girar nos mancais sem folga. Caso exista folga, aparecerão marcas indesejáveis deixadas pela ferramenta na peça, como conseqüência da vibração transmitida pela árvore. Além disso, as peças com forma de corpos de revolução podem não ficar perfeitamente redondas. A ponta externa da árvore está dotada duma rosca que serve para fixação de dispositivos. A árvore principal recebe o seu acionamento através da caixa de velocidades principal, a qual pode trabalhar através de um cone de polias ou através de engrenagem, como mostra a figura ao lado. • Caixa de mecanismos de avanço (Caixa Norton) Para que a ferramenta sofra um movimento de avanço, é necessário o deslocamento longitudinal do carro principal do torno. Isto pode se dar através de comando manual ou automático. O comando automático acontece com o acoplamento de mecanismos do carro à vara ou ao fuso que estão animados de movimento circular (vide desenho de conjunto do torno universal). Os movimentos circulares da vara e do fuso são obtidos através da caixa de mecanismos de avanço a qual, por sua vez, obtém sua força motora por intermédio da caixa de velocidades principal. A caixa de mecanismos mais conhecida é a "caixa Norton" (vide figura). • Mecanismo de inversão do sentido de rotação da vara e do fuso A fim de que o carro principal do torno possa deslocar-se, tanto da esquerda para a direita, como em sentido inverso, é necessário que o fuso e a vara possuam um mecanismo de reversão de rotações acoplado à caixa de avanços. Um exemplo deste mecanismo pode ser visto na figura ao lado onde, por deslocamento da alavanca X, a engrenagem b muda seu sentido de rotação. Prof. Fernando Penteado 150 • O carro e seus mecanismos O carro que se apóia sobre o barramento do torno é chamado de carro principal ou longitudinal. Ele oferece apoio à ferramenta e proporciona os movimentos de avanço e penetração. Além do carro longitudinal, que se apóia sobre o barramento, e ao qual está ligado o avental, que é atravessado pelo fuso e pela vara; existem, também, o carro transversal, sobre o qual está montado o limbo graduado; e o carro superior, onde estão montados a espera e o porta-ferramentas. Os carros devem mover-se nas guias respectivas sem folga alguma. Os carros longitudinal e transversal podem ser deslocados através de comando manual ou por meio do fuso ou da vara acionados pela caixa de avanços. Porta-ferramenta • Avental O mecanismo de engrenagens incorporado no avental do carro longitudinal tem a missão de transformar o movimento de rotação do fuso ou da vara em movimento longitudinal ou transversal, além de permitir estes movimentos através de manivelas externas. Embora o carro possa avançar por meio do fuso, isto só deve ser feito para execução de rosca, para evitar-se desgaste e perda de precisão. O avanço para outros tipos de trabalho deve ser dado pela vara. Prof. Fernando Penteado Prof. Fernando Penteado 151 Carro sendo conduzido através do comando manual pelo engate do pinhão na cremalheira Carro sendo conduzido pelo fuso através da porca bi-partida Movimento automático do carro longitudinal. • Cabeçote móvel A base e o corpo do cabeçote são fixos às guias do barramento por um parafuso de fixação. Com esse parafuso frouxo, o cabeçote pode mover-se nos dois sentidos ao longo do barramento e ser fixado na posição desejada. Soltando-se outro parafuso, situado geralmente na parte de trás do cabeçote, o corpo do cabeçote pode ter um pequeno deslocamento transversal ao barramento. Isso permite a usinagem de peças com pequena conicidade.
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