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PORTUGUÊS INSTRUMENTAL I - CCJ0214 Título SEMANA 10 Descrição Questões objetivas: Questão 1 Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa que indique as tipologias textuais às quais eles pertencem: Texto I “Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque [...]”. (Dalton Trevisan – Uma vela para Dario). Texto 2 “Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer esforço para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma cara de menino, que a expressão alegre acentuava ainda mais.” Texto 3 Novas tecnologias Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichizam” novos produtos, transformando-os em objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado. Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um aparelho capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de entretenimento. Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados. SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado). Texto 4 Modo de preparo: 1. Bata no liquidificador primeiro a cenoura com os ovos e o óleo, acrescente o açúcar e bata por 5 minutos; 2. Depois, numa tigela ou na batedeira, coloque o restante dos ingredientes, misturando tudo, menos o fermento; 3. Esse é misturado lentamente com uma colher; 4. Asse em forno preaquecido (180° C) por 40 minutos. a) narração – descrição – dissertação – prescrição. b) descrição – narração – dissertação – prescrição. c) dissertação – prescrição – descrição – narração. d) prescrição – descrição – dissertação – narração. Questões discursivas: Leia o texto a seguir e, depois, responda às questões propostas logo abaixo: Texto I A mulher ramada Marina Colasanti Verde claro, verde escuro, canteiro de flores, arbusto entalhado, e de novo verde claro, verde escuro, imenso lençol do gramado; lá longe o palácio. Assim o jardineiro via o mundo, toda vez que levantava a cabeça para ir ao trabalho. E via carruagens chegando, silhuetas de damas arrastando os mantos nas aldeias, cavaleiros partindo para a caça. Mas ele, no canto mais afastado do jardim, ninguém via. Plantando, podando, cuidando do chão, confundia-se quase com suas plantas. E se às vezes, distraído, murmurava sozinho alguma coisa, sua voz não se entrelaçava à música distante que vinha dos salões, mas se deixava ficar por entre as folhas, sem que ninguém a viesse colher. Já se fazia grande e frondosa a primeira árvore que havia plantado naquele jardim, quando uma dor de solidão começou a enraizar-se no seu peito. E passado dias, e passados meses, só não passando a dor, disse o jardineiro a si mesmo que já era tempo de ter uma companheira. No dia seguinte, trouxe num saco duas belas mudas, o homem escolheu o lugar, ajoelhou-se, cavou cuidadoso a primeira cova, mediu um palmo, cavou a segunda, e com gestos sábios de amor enterrou as raízes. Ao redor afundou um pouco a terra, para que a água de chuva mantivesse sempre molhados os pés de rosa. Foi preciso esperar. Mas ele, que há tanto esperava, não tinha pressa. E quando os primeiros, leves, galhos despontaram, carinhosamente os podou, dispondo-se a esperar novamente, até que outra brotação de galhos se fizesse mais forte. Durante meses trabalhou conduzindo os ramos de forma a preencher o desenho que só ele sabia, podando os espigões teimosos que escapavam à harmonia exigida. E aos poucos, entre suas mãos, o arbusto foi tomando forma, fazendo surgir dos pés plantados no gramado duas lindas pernas, depois o ventre, os gentis braços da mulher que seria sua. Por ultimo, cuidado maior, a cabeça, levemente inclinada para o lado. O jardineiro ainda deu os últimos retoques com a ponta da tesoura. Ajeitou o cabelo, arredondou a curva de um joelho. Depois, afastando-se para olhar, murmurou encantado: - Bom dia, Rosamulher. Agora, não procurava mais a distância do trabalho. Voltava-se sempre para o jardim? para ela, sorria, contava o longo silêncio da sua vida. E quando o vento batia no jardim, agitando os braços verdes, movendo a cintura, ele todo se sentia dobrar de amor, como se o vento o agitasse por dentro. Acabou o verão, fez-se o inverno. A neve envolveu com sua branca mármore a mulher ramada. Sem plantas para cuidar, agora que todas descansavam, ainda assim o jardineiro ia todos os dias visitá-la. Viu a neve fazer-se gelo. Viu o gelo desfazer-se em gotas. E, um dia em que o sol parecia mais morno do que costume, viu de repente, na ponta dos dedos engalhados, surgir a primeira brotação da primavera. Em pouco, o jardim vestiu-se de folhagens. Em cada tronco, em cada haste, em cada pedúnculo, a seiva empurrou para fora pétalas e botões. E, mesmo no escuro da terra, as raízes acordaram, espreguiçando-se em pequenas pontas verdes. Mas enquanto todos os arbustos se enfeitavam de flores, nem uma só gota de vermelho brilhava no corpo da roseira. Nua, obedecia ao esforço do seu jardineiro que, temendo viesse a floração romper tanta beleza, cortava todos os botões. De tanto contrariar a primavera, adoeceu, porém, o jardineiro. E, ardendo de amor e febre na cama, inutilmente chamou por sua amada. Muitos dias se passaram antes que pudesse voltar ao jardim. Quando afinal conseguiu se levantar para procurar por sua amada, percebeu que sua ausência havia a feito sumir por entre as folhagens não-podadas. Embaralhando-se aos cabelos, desfazendo a curva da testa, várias rosas cresciam sobre ela, fazendo-a desaparecer em um arbusto. Parado diante dela, ele olhava e olhava. Perdida estava a perfeição do rosto, perdida a expressão do olhar. Mas do seu amor nada se perdia. Florida, pareceu-lhe ainda mais linda. Seu perfume ainda mais doce. Nunca Rosamulher fora tão rosa. Nunca houvera no mundo beleza semelhante. Seu coração de jardineiro soube que nunca mais teria coragem de podá-la. Nem mesmo para mantê-la presa em seu desenho. Então docemente a abraçou descansando a cabeça no seu ombro. E esperou. E sentindo sua espera amulher-rosa começou a brotar: lançando galhos, abrindo folhas, envolvendo-o em botões, casulo de flores e perfumes. Ao longe, raras damas surpreenderam-se com o súbito esplendor da roseira. Um cavaleiro reteve seu cavalo. Por um instante pararam, atraídos. Depois voltaram a cabeça e a atenção, remontando seus caminhos. Sem perceber debaixo das flores o estreito abraço dos amantes. Questão 1 Durante todo o conto, o jardineiro tenta podar, numa roseira, a mulher ideal, sem deixá-la florescer com rosas que escondam a perfeição das curvas e dos detalhes que ele picota. O amor entre eles, no entanto, só se torna correspondido quando Rosamulher cresce naturalmente, sem a intervenção do seu amado. Sabemos que todo conto tem um intuito reflexivo; portanto, qual a intenção da autora ao só tornar possível o Amor entre criador e criatura? Quando a Liberdade se faz presente? Justifique sua resposta. Questão 2 O título do texto, A mulher ramada, faz um trocadilho entre as palavras ramo e amor, como se mostrasse que existe uma relação parecida entre o cuidado de um jardim e a conquista de uma pessoa. Essa mistura de real e imaginário se deve a um recurso típico dos contos fantásticos, a qual mescla estas duas diferentes realidades. Qual o nome dessa técnica e por que somos capazes de entender a ligação entre amor e ramo? Questão 3 Todo o pensamento humano costuma seguir uma determinada estrutura. O conto lido, obra do pensamento de Marina Colasanti, não é diferente. Identifique de forma concisa, a ordem seguida por ele: Introdução Complicação Clímax Desfecho Questão 4 Transcreva, a partir do texto, marcas explícitas ou implícitas das características teóricas do conto. Lembre-se de só responder àquelas que realmente estão presentes no texto lido: a) Espaço Físico: Espaço Social: b) Tempo psicológico: Tempo cronológico: c) Características psicológicas do personagem principal: Desenvolvimento
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