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1 PARASITOLOGIA CLÍNICA – AVALIAÇÃO II Protozoários; Doença Zoonótica; Ciclo heteroxeno ─ Hospedeiros vertebrados Roedores, edentados, marsupiais, canídeos e primatas ─ Hospedeiro invertebrado Mosquito-palha Mosquito-palha; Nas Américas: flebotomíneos (Lutzomyia); Velho mundo: flebotomíneos (Phlebotomus); Põem seus ovos no solo úmido; As larvas transformam-se em adultos em cerca de 1 mês; Fêmeas hematófagas: sobretudo animais silvestres, mas podem infectar humanos. Leishmanioses tegumentares ─ Leishmania braziliensis Lutzomyia intermedia Lutzomyia whitmani Lutzomyia pessoai Lutzomyia wellcomei ─ Leishmania guyanenesis Lutzomyia umbratilis ─ Leishmania amazonensis Lutzomyia flaviscutellata Leishmaniose visceral ─ Leishmania chagasi (=infantum) Lutzomyia longipalpis Forma evolutiva: ─ Amastigotas, nos vertebrados; Fig. 1.1 ─ Promastigotas, no tubo digestivo dos insetos. Fig. 1.2 Os hospedeiros vertebrados são infectados quando formas promastigotas metacíclicas são inoculadas pelas fêmeas dos insetos vetores, durante o repasto sanguíneo. Essas promastigotas são fagocitadas por macrófagos, formando fagolisossomo, esse fagolisossomo torna mais ácido, o que favorece, e se transforma de promastigota para amastigota. Ela se reproduz por divisão binária (sistema fagocítico mononuclear - SFM), o que rompe o macrófago e acaba recrutando outros, aumentando a quantidade de amastigotas. Durante o repasse sanguíneo, o mosquito vai sugar o sangue do indivíduo, contendo o SFM também, ingere a forma amastigota dento das células, no intestino dele, as células rompem, no tubo digestivo vai ser tornar promastigotas novamente, vai se reproduzir por divisão binária e vai migrar de volta para o probóscida completando o ciclo. As leishmanias têm por hábitat os vacúolos de células do sistema fagocíticos mononuclear, onde se multiplicam sob a forma amastigota. No interior do macrófago ela se multiplica até destruí-lo, quando então passa a invadir novas células. Leishmaniose Tegumentar Americana ─ Cutâneas: lesões cutâneas, ulcerosas ou não, limitadas; benignas; ─ Mucocutânea: lesões nas mucosas do nariz, boca, faringe; mutilante; ─ Cutânea difusa: disseminada; indivíduos anérgicos ou tiveram calazar; Visceral ou calazar; tropismo parasitário pelo SFM do baço, fígado, medula óssea e tecidos linfoides. Leishmaniose cutânea: zoonose de animais silvestres; Predomina: Amazônia, Am. Central e México. Brasil: BA, MG, ES, MS, GO e Região Norte. Mata silvestre: Lutzomyia migonei, L. whitmani e L. pessoai; Vegetação secundária: Lutzomyia intermedia e L. pessoai casos em humanos Risco aumentado: ─ Urbanização; ─ Ocupação de mata silvestre; ─ Criação de animais domésticos nessas regiões; eqüinos; ─ Período de chuvas. LEISHMANIOSE VETORES PRINCIPAIS VETORES NO BRASIL MORFOLOGIA CICLO BIOLÓGICO (TRANSMISSÃO) A REPRODUÇÃO EM MACRÓFAGOS TIPOS DE LEISHMANIOSE LEISHMANIOSE CUTÂNEA OU MUCOCUTÂNEA EPIDEMIOLOGIA 2 PARASITOLOGIA CLÍNICA – AVALIAÇÃO II Presentes em regiões quentes do velho e do novo mundo; Nas Américas: “complexos”: ─ Complexo Leishmania braziliensis; ─ Complexo Leishmania mexicana; ─ Complexo Leishmania donovani. Forma amastigota pequena (2-4 µm); Lesões simples ou múltiplas na pele; Metástases: mucosas nasais e orofaríngeas; Leishmaniose Tegumentar Americana; Não crescem muito bem em meio de cultura; Fazem parte: ─ Leishmania (Viannia) braziliensis; ─ Leishmania (Viannia) panamensis; ─ Leishmania (Viannia) guyanensis; ─ Leishmania (Viannia) peruviana Forma amastigota (3-6 µm); Lesões benignas sem metástases; Crescem bem em meio de cultura e no hamster; Fazem parte pelo menos: ─ Leishmania (Leishmania) mexicana; ─ Leishmania (Leishmania) amazonensis; ─ Leishmania (Leishmania) pifanoi *Talhada a pique Conhecida como: Leishmaniose cutâneo- mucosa; Espúndia; Úlcera de Bauru; Ferida brava. Parasitos fagocitados por macrófagos da pele (histiócitos) transformam-se em amastigotas e permanecem no interior dos vacúolos rompem as células. Promovem dos histiócitos - células infectadas - lesões Nas lesões não-ulceradas, há hipertrofia do epitélio e um crescimento tecidual que pode ser tipo verrucoso ou papilomatoso – várias formas clínicas diferentes. Lesão inicial: papulo-vesiculoso ulcerada; Ulcerada: ─ Bordas salientes, talhadas a pique e com fundo granuloso; ─ Pouco exsudativa e indolor; ─ Lesão inicial, no local da picada, pode acompanhar-se de outras, de natureza metastática; ─ Disseminação: lesão inicial, no local da picada, pode acompanhar de outras, de natureza metastática; Não tratado tende à cronicidade – infecção bacteriana associada; Após lesão cutânea inicial ulcerações cutâneas + lesões secundárias (mucosas nasal e bucofaríngea); Extensão direta ou disseminação hematogênica Processo inflamatório discreto; Processo inflamatório mais intenso destruição septo nasal – dorso do nariz, palato, faringe; Não tratado tende à cronicidade infecção bacteriana associada odor fétido – vida social/econômica; Casos graves: afetam fala e deglutição graus de desnutrição Clínico ─ Fácil – se esteve em áreas endêmicas; Diferencial ─ Cutânea: Úlceras traumáticas, úlceras vasculares, paracoccidioidomicose, esporotricose, cromomicose, neoplasias cutâneas, sífilis, tuberculose cutânea; ─ Mucosa: Hanseníase virchowiana, paracoccidioidomicose, sífilis terciária, neoplasias. Laboratorial: presença dos parasitos O COMPLEXO “L. braziliensis” O COMPLEXO “L. mexicana” PATOGENIA LEISHMANÍASE CUTÂNEA LEISHMANÍASE MUCOCUTÂNEA DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA 3 PARASITOLOGIA CLÍNICA – AVALIAÇÃO II ─ Microscópio: material raspado de punção ou biópsia (borda da lesão); ─ Coloração com Giemsa; ─ Cultura em meio NNN; ─ Imunológico: Reação de Montenegro, ELISA, imunofluorescência indireta – parasitos raros. Imunológico: podem dar positivo algum tempo depois da cura. Antimoniais trivalentes ─ Mais recomendado: glucantime (inibe enzimas e a fosfofrutoquinase - bloqueio da produção de adenosina trifosfato); ─ Via intramuscular; ─ 70% cura. Pentamidinas ─ Menos eficazes e mais tóxicas que glucantime (liga-se a ácidos nucléicos - inibição da síntese de DNA e RNA); ─ 2ª opção, via intramuscular; ─ L. guianensis. Anfotericina B – altera a permeabilidade de membrana – administrada gota a gota, por via intravenosa. Azitromicina – bloqueio da subunidade 50S ribossomal da bactéria: inibição à síntese de proteínas - via oral, sem efeitos colaterais. 85% de cura. Efeitos colaterais: cefaleia, artralgia, mialgia, depressão da medula óssea. Forma mais benigna; Afeta pouco a população humana; Lutzomyia flaviscutellata; Úlceras únicas ou em número limitado; não produzem metástase na mucosa oronasal; Diagnóstico e tratamento semelhante à forma mucocutânea por L. braziliensis; Amazônia, MA, BA e MG. Leishmania pifanoi; Dermotropismo; disseminação de lesões cutâneas não ulceradas contendo muitas amastigotas; Pode ocorrer: L. amazonensis e L. mexicana; Sorologia: baixa produção de anticorpos; imunidade celular ausente. Conhecida como calazar; Causa: complexo Leishmania donovani: ─ Leishmania (Leishmania) donovani ─ Leishmania (Leishmania) infantum = L. (Leishmania) chagasi (no Novo mundo) Adaptados à 37°C: vísceras e estruturas profundas gravidade; Quadro clínico: ─ Febre irregular; ─ Hepatoesplenomegalia; ─ Anemia. Caquexia (redução do crescimento) e mortalidade elevada; Leishmaniose visceral: zoonose de animais silvestres e domésticos (canídeos). Predomina: Zonas rurais; Brasil: Amazônia, NE, BA, MS e Norte de MG. Pará: NE e Sudoeste. Leishmaniose visceral ou calazar indiano: ─ L. donovani; humanos adultos; ─ Lesões ricas em parasitos; ─ NÃO HÁ reservatórios animais; ─ Pode haver epidemias; Calazar infantil do Mediterrâneo: ─ L. infantum; 1-2% adultos; ─ Cães domésticos e outros canídeos são os reservatórios animais; ─ Caráter endemo-epidêmico. Transmissão pelo vetor Outros Mecanismos ─ Acidentes de laboratório ─ Transfusão sanguínea Poucos casos descritos ─ Uso de drogas injetáveis ─ Transmissão congênita Vetor: Lutzomyia longipalpis; Infectam-se ao sugar sangue de pessoas parasitadas; ─ Promastigota metacíclica TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA LEISHMANÍASE MUCOCUTÂNEA – L. amazonensis LEISHMANÍASE CUTÂNEA DIFUSA LEISHMANIOSE VISCERAL EPIDEMIOLOGIA E ECOLOGIA TRANSMISSÃO O VETOR E O RESERVATÓRIO 4 PARASITOLOGIA CLÍNICA – AVALIAÇÃO II Reservatório: cães e outros canídeos: Alopecia; Emagrecimento; Apatia; Diarreia e Caquexia; Onicogrifose (aumento das unhas). Amastigota ─ Células de Kupffer (fígado); ─ SFM do baço, medula óssea e linfonodos; ─ Pulmões, rins, intestino e pele; Destruição das células hospedeiras ─ Disseminação dos parasitos via corrente sanguínea; ─ Monócitos. Resposta Inicial ─ Processo inflamatório local: pápula ou nódulo endurecido; Pode evoluir para cura (imunidade do paciente) ou regredir localmente após infecção: ↑↑↑IgG – distúrbio do sistema imune. Reação de Montenegro +: imunidade celular; Hepatoesplenomegalia, alterações na medula óssea: ─ Devido hiperplasia e hipertrofia do sistema macrofágico (comprimindo e substituindo estruturas normais) – anemia, leucopenia, plaquetopenia = pancitopenia. Período de Incubação: 2-4 meses; Início Clínico: ─ Lento e progressivo (anemia, palidez e mais tarde febre), ou abrupta: febre alta e contínua; ─ Anemia e desnutrição aumentam com o tempo; ─ Podem ocorrer hemorragias. Esplenomegalia: 2ª em importância. O baço endurecido pode ultrapassar a cicatriz umbilical. Órgãos atingidos o baço, fígado, medula óssea, rins, pulmões, linfonodos, tubo digestivo, pele. Quadro clínico geral. Por ter caráter debilitante e imunodepressivo, infecções bacterianas são importantes: ─ Pneumonia e broncopneumonia; ─ Tuberculose: geralmente fulminante; ─ Diarreia e disenteria: amebíase e shigelose; ─ Otite média, gengivite, estomatite; ─ Plasmodium ou Schistosoma: em áreas endêmicas; ─ HIV. Clínico: Fácil – se esteve em áreas endêmicas; Laboratorial: presença dos parasitos; ─ Aspirado da medula óssea, baço ou linfonodos; *Punção do externo ou crista ilíaca (crianças); ─ Microscópico: esfregaço – fixação e coloração; ─ Sorológico: ELISA, Imunofluorescência Indireta, Imunoeletroforese – parasitos raros. Tratamento: ─ *Antimoniato de meglutamine; ─ *Estibogluconato de sódio (ou gluconato de sódio e antimônio). ─ Pentamidina, por via intra-venosa; ─ Anfotericina B, para perfusão intravenosa; ─ Alopurinol, por via oral – bloqueio da xantina oxidase: ↓ ác. Úrico; LEISHMANIOSE VISCERAL PATOLOGIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL COMPLICAÇÕES DO CALAZAR DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 5 PARASITOLOGIA CLÍNICA – AVALIAÇÃO II Controlar os efeitos colaterais dessas drogas. Inseticidas; Repelentes; Telagem de portas e janelas; Construção de casas longe das matas; Animais domésticos infectados devem ser tratados (difícil) ou eliminados; Eliminar animais errantes; Requer estudos epidemiológicos preliminares: Conhecimento da área endêmica e da incidência da doença na população; Estudo da fauna flebotômica local e sua densidade no decurso do ano; Inquérito sorológico na população canina; Estudo sobre os eventuais reservatórios silvestres; Reconhecimento geográfico e mapeamento da área endêmica. Planejamento das operações de controle e proceder a sua efetivação: Combater os flebotomíneos vetores da infecção, aplicando inseticidas de ação residual nas casas e nos anexos, bem como nos abrigos de animais domésticos. Tratar todos os doentes, inclusive os assintomáticos. Eliminar os cães sorologicamente positivos e os cães errantes o Portaria 1426/2008 Manter um serviço permanente de avaliação desse controle a curto e a longo prazo. __________________________________________ Ciclo biológico - Chagas Trypanosoma cruzi 2 flagelos emergem da bolsa flagelar; Distribuição ─ Problema de saúde pública por todos os países da América Latina; ─ América do Sul: Chile e Argentina, até o sul dos Estados Unidos por onde existam vetores adequados ao parasito (Fiocruz, 2007); ─ Brasil: Norte, Nordeste, Sudeste e Sul. Heteroxeno Hospedeiros vertebrados e hospedeiros invertebrados. Morfologia do protozoário podem estar condicionadas ao: ─ Tipo de hospedeiro; ─ Tecido parasitado; ─ Posição ocupada no órgão Cinetoplasto: determina a forma evolutiva. Fase de multiplicação: ─ Intracelular no hospedeiro vertebrado; ─ Extracelular no inseto vetor (triatomíneos). CONTROLE DAS INFECÇÕES CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL DOENÇA DE CHAGAS OU TRIPANOSSOMÍASE CICLO BIOLÓGICO 6 PARASITOLOGIA CLÍNICA – AVALIAÇÃO II Forma amastigota: – intracelular, arredondada ou oval, flagelo curto e não se exterioriza. Forma tripomastigota: extracelular – sangue, alongada, cinetoplasto posterior ao núcleo, flagelo circunda membrana ondulante e livre anterior Trypanosoma cruzi - vermelha - núcleo; azul - membrana ondulante; verde - flagelo. Hospedeiro invertebrado: Triatoma infestans Forma epimastigota (tubo digestivo) e tripomastigota (ingestão e reto). Forma epimastigota: intestino, alongada, cinetoplasto junto ao núcleo, flagelo estende-se e emerge da extremidade anterior; Pelo vetor: ─ Barbeiros (Bahia: 25 tipos) Transfusão de sangue ─ Principalmente em grandes cidades Transmissão congênita ─ Ninhos de amastigotas na placenta, tripomastigotas podem atingir circulação fetal. Acidentes laboratórios; Transmissão oral ─ Amamentação, ingestão de alimentos contaminados com fezes ou urina de triatomíneos: Casos de Santa Catarina, e na Venezuela. Transplante Sexual ─ Isolados tripomastigotas de menstruação de mulheres. FASE AGUDA assintomática ou sintomática; Fase aguda assintomática ─ Problema epidemiológico, pois, continuam a transmitir; ─ Estudos visam achar marcadores em hospedeiros assintomáticos, de formaprecoce e ainda na fase aguda da doença de Chagas. Fase aguda sintomática: características clínicas de uma infecção comum ─ Febre, linfadenopatia (aumento dos linfonodos - gânglios linfáticos) e hepatoesplenomegalia; Diagnóstico sugerido por manifestações locais como: ─ Presença dos sinais de porta de entrada: Olho (conjuntiva): sinal de Romaña (edema bipalpebral unilateral); Qualquer lugar da pele: Chagoma cutâneo Exame a fresco ou gota espessa Casos fatais exibem nas necropsias - miocardite e/ou meningoencefalite, por vezes com grave broncopneumonia bacteriana como complicação. De forma concomitante ─ A infecção abrange mais tecidos e a parasitemia aumenta (ciclo do vertebrado); MORFOLOGIA MECANISMOS DE TRANSMISSÃO PATOGENIA 7 PARASITOLOGIA CLÍNICA – AVALIAÇÃO II ─ Resposta imune aumenta com a produção de anticorpos. Resposta imunológica mais intensa leva: ─ A redução do número de parasitos circulantes até que sejam completamente eliminados da circulação, caracterizando o fim da fase aguda da doença; Parasitas viáveis dentro das células. FORMA CRÔNICA INDETERMINADA Estado de infecção silenciosa - latente 10 a 30 anos; Maioria absoluta dos indivíduos infectados; Tenha ou não apresentado uma forma aguda; Geralmente evolui para um estado de aparente equilíbrio parasito-hospedeiro; Sem manifestações clínicas. Para ser mais preciso o diagnóstico, exige-se que a forma indeterminada: ─ Identificação não só pelas evidências sorológicas e/ou parasitológicas da infecção; ─ Demonstração radiológica e eletrocardiográfica dos aparelhos digestivo e circulatório; Fase crônica sintomática Sistema cardiocirculatório (forma cardíaca); Sistema digestório (forma digestiva); Ambos (forma cardiodigestiva ou mista) – observa-se reativação intensa do processo inflamatório; FORMA CARDÍACA – CARDIOPATIA CRÔNICA Alterações eletrocardiográficas; Sintomas clínicos: palpitações e tonturas; Aumento do coração; Forma crônica cardíaca é representada por uma: - miocardiopatia inflamatória fibrosante, arrítmica que leva a uma insuficiência cardíaca progressiva, de curso fatal, muitas vezes ocorre uma lesão na ponta do ventrículo esquerdo. A lesão da ponta do ventrículo esquerdo do coração - trata-se de um adelgaçamento, sem fibrose, com atrofia das fibras miocárdicas. Insuficiência Cardíaca Congestiva Quando os mecanismos do corpo são incapazes de superar as deficiências de sua força de contração; Cardiomegalia intensa; Características clínicas: ─ Dispneia de esforço; ─ Insônia; ─ Congestão visceral; ─ Edema dos membros inferiores; ─ Evoluindo para dispneia contínua e morte. FORMA DIGESTIVA Principalmente no Brasil e Argentina; Megaesôfago seguida o megacólon; Manifestações iniciam como: ─ Incoordenação motora, devido ao comprometimento do sistema nervoso autônomo (plexos mioentéricos). Megaesôfago Sintomas – dificuldade de deglutição, dor retroesternal, regurgitação, pirose (azia), soluço, tosse; Megacólon – diagnóstico mais tardio Constipação (sintoma mais frequente); Complicações mais graves – obstrução intestinal e perfuração levando a peritonite. Ligada as condições de vida e modificação do ambiente; Promoção de educação ambiental e sanitária; Melhoria das habitações rurais; Combate ao barbeiro; Controle de doador de sangue; Controle de transmissão congênita – mãe sorologia positiva bebê examinado imediatamente; FASE AGUDA (alta parasitemia) Visualização do protozoário através de métodos diretos de esfregaços e gotas espessas de sangue e cultura; Xenodiagnóstico; PCR; Biópsias de linfonodos; Métodos de Concentração; FASE CRÔNICA Xenodiagnóstico; Hemocultura; Inoculação de camundongos; FORMAS PROFILAXIA DIAGNÓSTICO 8 PARASITOLOGIA CLÍNICA – AVALIAÇÃO II Métodos de imunodiagnóstico, imunofluorescência, ELISA. EXAME DIRETO Exame a fresco: movimentação intensa dos tripomastigotas o Pequeno volume de sangue faz necessário a repetição Método de Strout modificado: coleta em tubo capilar, centrifugação e exame; Preparações Coradas Esfregaço Giemsa ou Leishman. XENODIAGNÓSTICO É um método diagnóstico usado para documentar a presença de um patógeno causador de uma doença infecciosa pela exposição de material infectado a um vetor e então examina-lo para a detecção do micro- organismo. Multiplicação do T. cruzi no trato digestivo do triatomíneo detecção nas fezes ou na urina dos insetos após um período de um a dois meses. Perfeitamente aplicável para a pesquisa de campo e/ou isolamento de amostras de T. cruzi de pacientes e/ou animais. o Pode ocasionar reações alérgicas decorrentes da saliva dos triatomíneos rejeição do exame pelo paciente. 30 a 40 ninfas do 3.º ao 5.º estágio de desenvolvimento criadas em laboratório. Ninfas em jejum alimentar de 20 a 30 dias são acondicionadas em pequenas caixas cobertas com tela; Diretamente aplicadas sobre o hospedeiro por 30 a 60 minutos até completar-se a alimentação dos insetos. o Humanos Antebraço; o Animais local onde os pelos não dificultem a alimentação dos triatomíneos. Exame dos insetos realizado 30 e 60 dias após o repasto sanguíneo; As fezes ou urina dos triatomíneos compressão do abdômen dos insetos adiciona gota de solução salina exame a fresco ou preparação corada e lidas no microscópio; Sangue colhido com anticoagulante, mantido a 37°C e oferecido aos insetos através de uma membrana. Específica - contra o parasita, visando eliminá- lo; Sintomática - para atenuação dos sintomas, uso de cardiotônicos e antiarrítmicos, para o coração, ou através de cirurgias corretivas do esôfago e do cólon. Nifurtimox e Benzonidazol – medicamentos oferecem pouca eficiência sobre as formas intracelulares (amastigotas) apresentando um melhor resultado sob as formas tripomastigotas (sangue); O tratamento aplicado e os resultados dependem também da fase em que o paciente se encontra. PACIENTES – FASE AGUDA Transmissão da infecção dependendo da idade, os medicamentos reduzem a parasitemia e levam a diminuição da sintomatologia. PACIENTES – FASE CRÔNICA Quando as lesões cardíacas e digestivas ainda estão no início ou são ausentes, o emprego das drogas proporciona redução ou retardamento do aparecimento das lesões; SITUAÇÕES DOS MEGAS (ESÔFAGO, CÓLON) Recomenda-se a correção cirúrgica. Apesar de ocorrer em pequeno número, a cura da infecção chagásica, necessita de um rigoroso critério. Atualmente só se consideram curados pacientes que após algum tempo de tratamento apresentam exames parasitológicos e sorológicos negativos. __________________________________________ TRATAMENTO 9 PARASITOLOGIA CLÍNICA – AVALIAÇÃO II Agente etiológico: Filo – Apicomplexa (sem flagelo) Classe – Sporozoea. Família – Plasmodiidae Gênero: Plasmodium. Principais espécies: P. falciparum (Febre Terçã Maligna – 36 a 48h); P. vivax (Febre Terçã Benigna – 48h); P. malariae (Febre Quartã – 72h). Vetor: Filo – Arthropoda, Classe – Insecta, Família – Culicidae, Gênero: Anopheles. Principais espécies: A. darlingi, A. aquasalis, A. cruzi e A. bellator. Cerca de 150 espécies causadoras de maláriaem diferentes hospedeiros vertebrados. Mosquito transmissor Homem susceptível Não são todos os pacientes que apresentam gametócitos circulantes; Não são todas as espécies de Anopheles que são boas transmissoras; A distribuição geográfica do plasmódio está ligada a presença do vetor; Afrodescendentes e ameríndios são mais resistentes; Pessoas com malformações hemoglobínicas também são resistentes (anemia falciforme…) Resistência inata (fatores genéticos) – independente de contatos prévios com o parasita. ─ Pode ser absoluta ou de autolimitação do processo infeccioso. ─ Anemia falciforme, Talassemia, Falta do antígeno de Duffy. • Imunidade adquirida ─ Áreas endêmicas – recém-nascido, proteção por 6 meses – hemoglobina fetal – não é digerida pelo parasito; ─ Transferência de IgG da mãe para o filho, suscetibilidade após esse período de proteção (principalmente nos 3 primeiros anos de vida), na idade adulta os sintomas são menos pronunciados, níveis de parasitas baixos. ─ Áreas de baixa transmissão – Acometimento de adultos e crianças por igual. A característica migratória da população aumenta a suscetibilidade da mesma. Diferentes tipos de coleções de água Hábitos crepusculares e noturnos Hematófagos (fêmeas) Antropofilia Longevidade: ─ Machos: poucos dias ─ Fêmeas: ± 60 dias No hospedeiro vertebrado ─ Hepatócito Fase pré-eritrocítica ─ Hemácias Fase eritrocítica No hospedeiro invertebrado ─ Estômago e glândulas salivares NO HOMEM: Mosquito Anopheles infectado pica o homem, injetando esporozoítos (forma infectante) na corrente sanguínea. Os esporozoítos chegarão ao fígado infectando os hepatócitos. Nos hepatócitos, os esporozoítos se multiplicam assexuadamente dando origem aos merozoítos. Após diversas divisões, os merozoítos rompem os hepatócitos, caindo na circulação sanguínea. Os merozoítos vão invadir as hemácias. Dentro das hemácias, os merozoítos se diferenciam em trofozoíto jovem, depois disso o jovem se diferencia em trofozoíto maduro que vão formar o pigmento malárico pela cristalização do ferro. O trofozoíto se diferenciará em esquizonte que se diferenciará em vários novos merozoítos que romperão a membrana da hemácia e vão infectar novas hemácias, reiniciando a fase intra-eritrocítica. Febre de 48 em 48 é terçã, febre MALÁRIA EPIDEMIOLOGIA IMUNIDADE CARACTERÍSTICAS DO VETOR HABITAT CICLO BIOLÓGICO 10 PARASITOLOGIA CLÍNICA – AVALIAÇÃO II de 72 em 72h é febre quartã que se devem à ruptura maciças de hemácias. NO MOSQUITO: Em algumas hemácias, os trofozoítos não viraram esquizontes, mas se modificaram em gametócitos (infecta o mosquito). No intestino do Anopheles, os gametócitos rompem as hemácias e iniciam a fase sexuada do ciclo. O gametócito se diferencia em micro-gametócito (macho) e macro-gametócito (fêmea). O micro gametócito fecunda o macro dando origem ao zigoto. Do zigoto vai se originar o oocineto. O oocineto perfura o intestino do mosquito e se transforma em oocisto. Dentro do oocisto vão ocorrer várias divisões celulares gerando vários esporozoítos que vão romper a membrana do oocisto e migrar para as glândulas salivares do inseto, onde irão se alojar. Agora o mosquito é um transmissor da malária. Preferência por hemácias maduras e jovens; Formas pré-eritrocíticas; ─ Evoluem rapidamente no fígado para produzir uma única geração. ─ Após cinco dias observa-se 40.000 merozoitas no esquizonte Formas Eritrocíticas ─ Encontram-se no sangue circulante com formações pequenas, hialinas e anulares no interior das hemácias; ─ Apresentam Granulações de Maurer, manchas vermelhas, grosseiras e relativamente grandes Gametócitos ─ Alongados e curvos; ─ Macrogametócito - Forma de banana ou crescente e de extremidades afiladas; ─ Microgametócito - Curto e menos alongados, citoplasma fracamente corado em azul. Aparecem no sangue após a primeira crise febril. Preferência por hemácias jovens; Pré-Eritrocítico ─ Completam evolução no oitavo dia, produz cerca de 10000 merozoitas. ─ Hipnozoitas permanecem quiescentes durante longos períodos Trofozoítas ─ Apresentam-se em forma de disco arredondado, apresenta granulações (pigmento malárico); ─ Tem massa azul no citoplasma, ovoide ou redonda, com cromatina densa e fortemente corada em vermelho; ─ Os esquizontes apresentam-se em forma de rosáceas, cada núcleo formará um merozoito. Gametócitos ─ Citoplasma abundante, contorno regular, arredondado, e núcleo grande; ─ Macrogametócitos - são mais freqüentes que os microgametócitos. Preferência por hemácias maduras; Pré-eritrocíticas ─ Esquizontes com 12 dias apresentam 1500 núcleos; ─ Desenvolvimento mais lento. Trofozoítas ─ Apresentam-se em forma de anel, formam faixas azuis que cortam o eritrócito transversalmente, estreitas nas fases mais jovens e largas nas fases mais tardias. Gametócitos ─ Seguem o padrão dos P. vivax, contudo apresentam-se em diâmetros menores. Inoculação de esporozoítos durante a picada de mosquitos fêmeas do gênero Anopheles. Outros mecanismos – Transfusão sanguínea e transmissão congênita. MORFOLOGIA Plasmodium falciparum Plasmodium malarie TRANSMISSÃO PATOGENIA Plasmodium vivax 11 PARASITOLOGIA CLÍNICA – AVALIAÇÃO II Causados apenas pelo ciclo eritrocitário Destruição dos eritrócitos parasitados anemia sem correlação com níveis de parasitemia; Sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar citoaderência em redes capilares (cérebro, rins e fígado); Toxicidade resultante da liberação de citocinas febre causada pela liberação intensa de pirogênio endógeno; Lesão capilar por deposição de imunocomplexos lesões renais. Período de incubação varia de acordo com a espécie do parasita; Inicialmente: dores de cabeça, mal-estar, febre branda, dores pelo corpo. ACESSO MALÁRICO Calafrios: Tremores intensos e incontroláveis, náuseas, vômitos – 15min a 1 hora. Febre: Cefaleia intensa, rosto afogueado. Temperatura entre 39 e 41°C, pode ocorrer delírios – 2 a 4 horas; Sudorese: – Temperatura cai, intensa sudorese, sensação de alívio e fadiga. O acesso se repete a cada 48h nas infecções por P. vivax e ovale, a 72h por P. malariae e 36 a 48h por P. falciparum. Malária grave – alterações cerebrais, anemia grave, insuficiência renal, edema agudo do pulmão, sangramento, convulsões, morte. Pigmento malárico Hemozoína – Fagocitado pelas células de Kupffer no fígado ou pelos macrófagos do baço e de outros órgãos induz a liberação de pirogênio. Principais sinais e sintomas patognomônicos da malária: Febre: A febre tem como causa os pigmentos maláricos, que são substâncias pirogênicas e a liberação do pirogênio endógeno pelos monócitos e macrófagos, ativados pelo parasito. Acesso malárico No início da doença o paciente se queixa de: mal-estar, dor de cabeça, indisposição e ligeira hipertemia. Alguns dias depois: Calafrio, febre e suor (ocorre com a intermitência característica para cada espécie de Plasmodium, em dia e hora previsto pelo próprio paciente. Anemia: destruição de hemácias parasitadas após a esquizogonia; destruição de hemácias parasitadas no baço; destruição de hemácias sadias no baço, hemólise de hemácias normais, porauto anticorpos. Incubação: ─ Febre aguda Início da Doença: ─ Acessos febris; ─ Cefaleia; ─ Mal-estar; ─ Dores no corpo. Acesso malárico: ─ Calafrios; ─ Sensação de calor intenso; ─ Sudorese intensa. Reincidivas P. vivax e P. malarie ─ Recaídas entre 1 e 3 anos; ─ No caso do P. malarie pode decorrer até 20 anos. P. falciparum ─ Recaídas mais curtas; ─ O risco é extremamente grande em crianças de baixa idade, em gestantes e pessoas procedentes de áreas não endêmicas; ─ Sua mortalidade varia entre 5 e 25%, e na presença de convulsões ou coma é de cerca de 80%. Clínico: ─ Febre intermitente e cíclica; ─ Esplenomegalia dolorosa; ─ Anemia hipocrômica; ─ Resposta favorável a antimaláricos Laboratorial: ─ Gota espessa ─ Imunoglobulinas SINTOMAS PATOGENIA E QUADRO CLÍNICO SINTOMATOLOGIA PROGNÓSTICO DIAGNÓSTICO 12 PARASITOLOGIA CLÍNICA – AVALIAÇÃO II Dosagens de IgM/ IgG ─ Caracterização e diferenciação das espécies de Plasmodium para tratamento adequado Quinina: age sobre os trofozoítos, esquizontes e merozoítos; Amino-4-quinolonas (Cloroquina, Aralen, Amodiaquina ou camoquim): age sobre as formas sanguíneas exceto gametócitos de P. falciparum; Amino-8-quinolinas (Plasmoquina, Primaquina): age sobre os esquizontes hepáticos e sobre os gametócitos; Pirimidina (pirimetamina): age sobre formas hepáticas e sanguíneas; Sulfonamida: P. falciparum cloroquino resistente. Controle de insetos adultos ─ Inseticidas ─ Destruição de criadouros ─ Destruição de formas larvares Exaustão de fontes de infecção ─ Diminuir a parasitemia em pacientes Profilaxia individual ─ Uso de quimioprofilaxia, especialmente a aqueles que devem expor-se ao risco em áreas endêmicas. Uso de cloroquina. INDIVIDUAL Evitar a aproximação às áreas de risco após o entardecer e logo ao amanhecer do dia; Uso de repelentes, dormir com mosquiteiros, telar janelas e portas; Uso de quimioprofiláticos: iniciar 1 semana antes; (Mefloquina): terminar 30 dias após. COLETIVA Reduzir a incidência da doença em determinadas áreas; Medidas de combate ao vetor; Medidas de combate às larvas; Medidas de saneamento básico; Medidas para melhorar as condições de vida; Tratamento dos doentes. TRATAMENTO PROFILAXIA
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