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A MAÇONARIA E A REVOLUÇÃO FRANCESA

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A Maconaria foi o cérebro
da Revolucão Francesa,
A Maçonaria francesa exerceu influência decisiva para a concretização da Revolução Francesa. Além de
abrigar representantes de todas as classes sociais - nobreza, clero e burguesia - a Maçonaria difundiu os ideais
libertários, sintetizados no pensamento de filósofos como os Irmãos Rousseau e Voltaire.
Irmão José Castellani
Loja Coluna Paulista n° 109 - SP.
A Maçonaria Francesa, na época da Revo-
lução de 1789, possuia uma extraordinária
força social,e política, graças à sua presen-
ça em t,odas as classes sociais, por meio do
Grande Oriente da.França, que, atravéz da
evolução Maçônica em território francês,
era a Obediência principal do pais.
A primeira Maçonaria, de forma modema,
surgida na França, foi a escocesa, stuartista
(lá iria nascer o Rito Escocês Antigo eAcei-
to). As Lojas escocesas implantaram-se, na
França, no séquito dos Stuarts, refugiados
no Castelo de Saint-Germain, após a deca-
pitação do rei Carlos I, pelos partidários de
Oliver Cromwell; esse tipo de Maçonaria,já
vigente na metade do século XVII, traba-
lhava segundo as Antigas Obrigações e não
de acordo com os padrões estabelecidos pe-
la Grande Loja de Londres, a partir de
1717.
Após a fundação da Grande Loja de Lon-
dres, nesse ano, podiam-se notar dois dife-
rentes Grupos de Lojas na França: as esco-
cesas derivadas do stuartismo, e as ingle-
sas, em menor número; estas últimas per-
tenciam à jurisdição da obediência britânica,
enquanto as primeiras ainda seguiam as anti-
gas regras, segundo as quais os Maçons
podiam constituir Lojas livres.
A partir de 1735, pela grande quantidade
de Lojas escocesas surgidas, sentiu-se a ne-
cessidade de designar um Grão-Mestre, ini-
ciando-se o processo de formação de uma
Potência Maçônica, segundo o modelo in-
glês. Em contrapartida, as Lojas "inglesas",
dependentes da Grande Loja de Londres,
resolveram em 1736, fundar a Grande Loja
Provincial, embora contra a vontade da
Obediência inglesa.
A 24 dejunho de 1738, era realizada uma
assembléia geral dos Maçons, na qual era
conferida ao Duque d'Antin (Irmão Louis
Pardaillon de Gondrin), o título de Grão-
Mestre Geral e Perpétuo dos Maçans do
Reino de França, constituindo, assim, de fa-
to, a Grande Loja da França, embora essa
denominação só aparecesse, oficialmente,
em 1765. Esse fato desmembrava, da Gran-
de Loja de Londres, a Maçonaria francesa,
o que provocou grandés criticas dos ingle-
ses, que, por certo, pretendiam, para si, a ex-
clusividade obediencial. A edição de 1738,
das Constituiçôes de Anderson, mostra,
bem, esse ressentimento, traduzido nas se-
guintes palavras: "Esses ingratos se esque-
cem de que o esplendor de que gozam pro-
vém, unicamente, da Inglaterra". Palavras
injustas, evidentemente! Mas esse egocen-
trismo seria o germe da crise, desencadea-
da em 1887, entre a Maçonaria inglesa e a
francesa.
Com amorte do Irmão Duque d'Antin, em
1743, assume o Grão-Mestrado o Conde de
Clennont (Irmão Louis de Bourbon Con-
dé), fato que traria graves conseqüências
para a Maçonaria Francesa, já que o Irmão
Conde de Clermont não se interessava mui-
to pelas práticas Maçônicas, colocando, em
seu lugar, prepostos, que exerciam todo o
poder, fraccionalldo a Grande Loja, pelas
oposições que provocavam. Isso culmina-
ria num extraordinário tumulto, ocorrido na
festa da Ordem, dedicada a São João Evan-
gelista, no dia 27 de dezembro de 1766
quando membros excluídos, em conseqüên~
cia das rixas internas, forçaram a sua entra-
da no local onde se realizavam os trabalhos.
Foi necessário a intervenção policial para
restabelecer a ordem e as reuniões Maçôni-
cas foram suspensas, por tempo indetermi-
nado, tendo, a paralização, durado até
1771.
Em 1771, com o falecimento do Irmão
Conde de Clermont, os Maçons que ha-
viam sido excluídosda Ordem,conseguem o
aval do Irmão Duque de Luxemburgo, para
conseguir que o Irmão Duque de Chartes,
primo do rei, aceite o Grão-Mestrado. Este
aceita, mas, desconhecedor das coisas Ma-
çônicas e pouco ligado a elas, deixa toda a
parte administrativa a cargo do Irmão Du-
que de Luxemburgo, contentando-se em
deixar a Ordem aproveitar o prestígio de seu
nome e de seus parentescos, o que, diga-se
de passagem, foi a intenção dos Maçons que
o convidaram, pois, era a única maneira de
reerguer a Instituição.
Em agosto de 1771, o grupo dos Maçons
reintegrados, juntamente com o Conselho
dos Imperadores do Oriente e do Ocidente
(esse Conselho, criado pelo Irmão Pirlet,
em 1758, foi a origem dos altos graus, ten-
do implantado o Rito de Perfeição, ou de
Héredom, com 25 graus), constituía uma
comissão para estudar a reforma adminis-
trativa da Ordem, a elaboração de novos es-
tatutos e a reorganização dos altos graus. A
24 de dezembro, uma assembléia, especial-
mente convocada para esse fim, declarava
extinta a Grande Loja da França A 9 de
março de 1772, a mesma assembléia decla-
rava criada uma nova Obediência, intitula-
da Grande Loja Nacional da França. Toda-
via, a 22 de outubro domesmo ano, essa Po-
tência reune-se, em Assembléia Geral, e re-
solve passar a intitular-sc Grande Oriente
da França, o primeiro Grande Oriente do
mundo, que introduzia uma maneira nova
de administração Maçônica. Na mesma
ocasião, o Irmão Duque de Chartes era, so-
lenemente, empossado como Serenissimo
Grão-Mestre da Ordem na França.
Essa Obediência, nascida na pátria da
Luz, da Cultura e da Liberdade, é que iria
ter ações de relevo, na História da França e
do Mundo, como participação na Revolu-
ção Francesa, influência. na Declaração
Universal dos Direitos Humanos, influên-
cia na abolição da escravatura no Brasil,
participação ativa na Resistência Francesa
na Segunda Guerra Mundial, etc. A princi-
pal, sem sombras de dúvida, foi aRevolução
Francesa.
A monarquia, impedindo a
ascenção da burguesia
Pelas suas conseqüências e pela grande in-
fluência, que, nitidamente, exerceu sobre a
evolução social, política e cultural dos pai-
ses mais desenvolvidos da Europa, a Revo-
lução Francesa é considerada a mais impor-
tante revolução burguesa da história da hu-
manidade.
A nobreza e o alto clero da França viviam
na opulência nababesca, explorando gran-
des latifúndios, sustentados pelo campesi-
nato, que, esmagado pelo sistema feudal, ar-
cava com ônus representado pelos direitos
senhoriais, pelos impostos reais e pelo dizi-
mo eclesiástico. Enquanto isso, a burgue-
sia, classe mais instruída e sustentáculo eco-
nômico do país, tinha, na monarquia absolu-
ta, um entrave, que impedia a sua ascenção
aos postos de comando político.
A nobreza gozava de inúmeros privilégios
e somente os seus membros podiam ter
acesso aos vinte mil cargos da Corte, aos co-
mando militares e às dignidades eclesiásti-
cas, sendo que, nessas últimas funçôes, ou
seja, as eclesiásticas, reservavam, para si,
a maior parte da receita da Igreja. Entretan-
to, os rendimentos auferidos através desses
cargos e dos direitos feudais, eram facilmen-
te dissipados, fazendo com que, na metade
do século XVIII, a nobreza já se encontras-
se em plena decadência.
Por outro lado, a burguesia prosperava,
apoiada no desenvolvimento da indústria e
do comércio, e não se conformava em de-
sempenhar um papel secundário na vida po-
lítica da nação. Além disso, a má adminis-
tração financeira afetava diretamente os
seus interesses, fazendo com que ela dese-
jasse uma mudança de regime, que permitisse
a sua participação na administração pública.
Assim, foi essa classe a grande responsável
pela Revolução, que surgiubaseada nas idéias
dos Maçons, Innãos Rousseau, Condorce~
D'Alember~ Turgot, Diderot e, também, nas
dolnnão Voltaire, o demolidorFrançois Ma-
rie Aroue~ tardio Maçom, Iniciado aos 84
anos de idade, na importante Loja Neuj
Soeurs (Nove Irmãs), de Paris, ondej á pontifi-
cavam nomes de proa, como os do astrônomo
Irmão Lalande, dos geômetrasInhaos Lapla-
ce e D'Alembert, do físico americano Irmão
Benjamin Franklin (figura exponencial da
independência norte americana), do filóso-
fo Irmão Diderot, do matemático e filósofo
Irmão Condorcet, dos naturalistas Irmãos
Daubeton e Lamarck, entre outros.
Na realidade, a Maçonaria francesa, nos
dias que antecederam a Revolução, ocupa-
va um lugar de destaque e exercia extraordi-
nária influência, pois abrigava elementos de
todas as classes sociais: nobreza, clero, bur-
guesia, militares, serventuários da justiça,
parlamentares, intelectuais, etc. Era a épo-
ca em que aMaçonaria desfrutava de grande
prestígio na Europa, sendo protegida e esti-
.mulada, inclusive, pela imperatriz da Rus-
sia, Catarina lI, a Grande, o maior cérebro
político da Europa.
As idéias do Irmão Rosseau e do Irmão Vol-
taire influenciavam, de maneira extraordi-
nária, o pensamento Maçônico e o do povo
em geral. A obra máxima do Irmão Rosseau,
"Contrato Social", era lida e aplaudida em
praça pública; inspirados nas idéias alí
contidas, os revolucionários passaram a
defender o princípio da soberania popular e
da igualdade de direitos.
Outro Maçom, Irmão Mirabeau, já em
1776, sonhava utilizar a Maçonaria na
grande revolução social e política, que acha-
va ser necessária; Irmão Condorcet, por
outro lado, exprimia, com fidelidade, as
aspirações revolucionárias da época, base-
ando-se pela liberdade econômica e elabo-
rando o princípio dos direitos do homem.
Outros Maçons, que se distinguiram nessa
luta, foram os Irmãos Brissot, TaUeyrand,
Lafayette e Guilotin (este o inventor da gui-
lhotina); todavia Danton e Robespierre,
certamente, não foram Maçons.
No período revolucionário
a cisão da família Maçônica
o dia 14 de julho de 1789, quando ocor-
reu a Queda da Bastilha (famosa prisão
francesa), fato de importância decisiva para
o triunfo da revolução e a capitulação de
Luis XVI, é comemorado, até hoje, pelos
Maçons, por significar a destruição das
masmorras, a queda dos privilégios, a pul-
verizacão da tiranta e o advento de melhores
condições de vida, com mais liberdade, con-
substanciando os ideais Maçônicos, que o
Grande Oriente da França, Instituição de
capital importância no processo revolucio-
nário, legou ao mundo.
É evidente, entretanto, que a conturbação
daquele periodo revolucionário iria pro-.
duzir uma cizâo na família Maçônica, pois a
nobreza e o clero, de maneira geral, não
podiam ver, com bons olhos, o movimento,
que extinguia seus privilégios. Houve, en-
J+
tão, grande defecção nas hostes Maçônicas,
atingindo, inclusive, a sua cúpula: o Irmão
Duque de Luxemburgo, alta dignidade Ma-
çônica, comojá foi visto, acabou emigrando,
enquanto que o Grão-Mestre do Grande
Oriente, o Irmão Duque de Chartes, que se
tornara Duque de Orleans e, depois, Philip-
pe-Egalité, demitiu-se do Grão-mestrado à
5 de janeiro de 1793, tendo, posteriormen-
te, a 22 de fevereiro, escrito no Jornal de
Paris, um artigo contendo ataques à Maço-
naria, onde dizia que "não conhecendo a
maneira pela qual se compôe o Grande
Oriente e não devendo haver, na minha
opinião, nenhum mistério e nenhuma as-
sembléia secreta em uma República, sobre-
'tudono princípio de seu estabelecimento, já
não quero envolver-me em coisa alguma do
Grande Oriente, nem saber das assembléias
de franco-maçons".
Diante dessa notória traição, uma assem-
bléia do Grande Oriente, a 13 de maio de
1793, considerava-o desempossado do car-
go de Grão-Mestre e a 6 de novembro do
mesmo ano, ele era executado na guilhotina.
A partir dessa assembléia de 13 de maio, o
Grande Oriente entrava em recesso e a
grande maioria das Lojas suspendia as suas
reuniões, situação, essa, que iria perdurar
por vários anos.
Cabe, aqui, uma análise do que foi verda-
deiramente, a real participação da Maço-
naria francesa (e também norte-americana,
através de vários Irmãos, a começar por
Benjamin Franklin) na preparação, no de-
sencadeamento e na evolução do movimen-
to revolucionário. Afirmar que omovimento
foi uma exclusiva obra Maçônica, é uma
inverdade histórica e um cabotinismo, que
muitos autores Maçônicos tem lançado
mão, numa atitude ufana, mas absoluta-
mente tendenciosa e deletéria, em contra-
partida, há autores, principalmente adver-
sários da Maçonaria, que têm caido no
extremo oposto, negando-lhe qualquer par-
ticipação na Revolução.
A ~.:íaçonariafoi O veículo
poli tico das idéias liberais.
Na realidade, todavia, uma análise fria e
desapaixonada dos fatos, não pode colocar
o pesquisador em nenhuma dos dois extre-
mos, pois se não houve, de fato, uma cons-
piração revolucionária interna na Maçona-
ria Francesa, deve-se convir que ela fun-
cionou como um extraordinário veículo po-
lítico das idéias liberais e libertárias de
equidade, amor fraternal, tolerãncia e livre
arbítrio, consubstanciadas no ideal Maçô-
nico.
Essas idéias, caindo no terreno fértil do
descontentamento causado pelas crises so-
ciais, econômicas e políticas, levaram à
eclosão da Revolução, marco histórico da
ascenção da burguesia e da decadência da
monarquia absoluta, e fato de grandes con-
seqüências para os povos de todo o mundo,
até os dias atuais.
Sendo, a Maçonaria francesa de época,
uma Instituição que abrigava homens de
todas as classes sociais, é claro que as suas
idéias, através desses homens, teria que se
infiltrar e ser difundida em todas as classes.
Daí a grande importãncia dela no movi-
mento: ela foi o cérebro, embora nem sem-
pre tenha sido o braço.
A Revolução Francesa foi, também, um
marco histórico para a própria Maçonaria,
'tanto que, após omovimento, todas as Lojas
e Obediências do mundo passaram a adotar
a divisa" Liberdade, Igualdade e Fratemi-
dade" como síntese de sua doutrina moral e
social. Alguns autores, mais ufanos do que
realistas, afirmam que essa divisa já existia
nas hostes Maçônicas, sendo aproveitada
pela Revolução, o que é na verdade, pois ela
só foi introduzida na Ordem, depois de ter
sido popularizada pelo movimento revolu-
cionário.
O importante, todavia, não é saber se essa
divisajá existia antes do movimento; o que
interessa é saber que a Maçonaria pugnava,
já bem antes de 1789, pela Igualdade entre
os povos, pela Tolerância que leva ao bom
entendimento, pela Fratemidade entre to-
dos os homens, mas, principalmente, pela
Liberdade, máximo ideal Maçônico, colo-
cado a serviço do homem na Revolução
Francesa. Como bem salientou Miguel de
Cervantes, pela boca de Dom Quixote: "A
Liberdade é um dos dons mais preciosos que
nos outorgaram os céus. Com ela não
podem comparar-se todos os tesouros que o
mar encerra e a terra cobre. Por ela se pode e
deve sacrificar e vida". •
A Satisfacáo de Vo/faire
!I
Irmão Juan Antonio Lopes Moreno
Loja Harmonia Universal n° 58 - Jundiaí - SP.
Ilustre escritor, historiador e filósofo
francês, o Irmão Voltaire nasceu em
1694 e morreu em 1778. Pouco antes
da sua morte, foi Iniciado na Loja das
Nove Irmãs, de Paris, que era presidida
pelo célebre matemático Irmão Jeróni-
mo de Lelande. A esta Loja pertenciam
os homens mais iminentes e esclareci-
dos da França.
Em sua cerim6nia de Iniciação foram
suprimidas as provas físicas, limitan-
do-se apenas as provas morais. O Irmão
Volta ire mostrou-se altamente satisfei-
to com sua entrada na Maçonaria por
considerar que as doutrinas e os prin-
cípios Maç6nicos eram os mesmos por
ele professadàs e difundidos, durante
toda a sua vida.
Nessa cerim6nia, o Irmão Lalande en-
tregou-lhe o par de luvas brancas - que
segundo a tradição devem ser dedi-
cada a uma mulher de estima. O Irmão
Voltaire as tomou e voltando-se a seu
parente, o Marquês de Vil/e te, disse-
lhe: "Posto que estas luvas estão desti-
nadas a uma dama à que se professe
um afeto puro, honesto e bem mere-
cido, vos rogo que as ofereça em meu
nome, a Boa e Bella", Boa e Bel/a era o
afetuoso apelido que o filósofo dava a
suasobrinha, a Marquesa Villete, a
quem amava estranhavelmente, e que
pertencia à Maçonaria de Adoção.

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