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PRINCIPAIS OBRAS DE MICHEL FOUCAULT
Michel Foucault, filosofo francês, se dedicou a estudar o poder e o conhecimento. Se dedicou a estudar principalmente o sistema penitenciário vigente na França, sendo ativista para a reforma deste e contra o racismo, como também estudou diversos problemas sociais, como em relação a instituição escolar, a psiquiatria e a psicanálise aplicadas tradicionalmente e a sexualidade. Foucault escreveu muitas obras, mais de 30, e dentre essas se destacam algumas, que são: História da Loucura; O Nascimento da Clínica; As Palavras e as Coisas; Vigiar e Punir; História da Sexualidade, dividida em 3 volumes mais um póstumas.
Em a História da Loucura, lançada em 1964, Foucault busca explicar como o conceito de loucura se desenvolveu ao passar dos anos. Para ele, a loucura não é natural, muito menos uma doença como acreditavam os psiquiatras, e sim, resultante de um fato cultural. Em sua obra, nota-se quatro momentos na História da Loucura: o primeiro durante a Idade Média; o segundo no Renascimento; o terceiro no começo da Idade Clássica – com influência de Descartes –, e o último no final desta. Assim, a obra é banhada com diversos conceitos de loucura e cita alguns filósofos importantes perante a linha do tempo em que decorre, além de mostrar a atuação do médico sobre o louco mais dependente de seu conhecimento de sua cultura do que da própria medicina. O livro foi a tese de doutorado do pensador francês tendo Georges Canguilhem como seu orientador. 
Em sua obra As Palavras e as coisas (1966), Foucault expressa que a obra surgiu de uma leitura do texto de Borges – escritor espanhol – logo no prefácio. Para Michel, a filosofia deve estar ao lado da leitura, e que para a elaboração da filosofia é necessário o exercício da leitura, principalmente os textos legados de filósofos ao longo da história. A partir do exercício de leitura surge o exercício de crítica, que é desconfiar da ordem das coisas, da divisão entre o que é certo e errado, normal ou anormal, racional e irracional, lógico ou ilógico. Dentre as inúmeras questões suscitadas por Foucault ao longo da referida obra, há especificamente uma que é questão central a partir da qual se organiza toda a obra, a saber: “Que relação existe entre a linguagem e o ser do homem?”. Essa questão fez com que Foucault investigasse na linha do tempo da filosofia os seguintes filósofos e suas ideologias: KANT, Adam SMITH, NIETZSCHE e CONDILLAC e muitos outros. Após esse período de estudo, Foucault elabora um projeto no intuito de se investigar a relação entre o sujeito e a linguagem, as palavras e as coisas, daí o nome do livro. Portanto, diante de nós, desvela-se a obra de Foucault, que mobiliza no seu interior a tentativa de compreender o fenômeno humano, bem como sua relação com o mundo por meio da linguagem, mas, para além do próprio sujeito e para além da própria linguagem.
A noção de sujeito na obra se dá a partir da contraposição ao existencialismo, que pensa o sujeito a partir da sua produtora angústia frente ao nada da existência, o estruturalismo pensará esse sujeito sob a matriz da estrutura, ou seja, pensará o sujeito a partir daquilo que o precede, e que o constitui levando em consideração as condições necessárias ao conhecimento. 
Já a linguagem nessa obra é muito debatida e nota-se que Foucault se atem muitas vezes a essa questão, agora, por que é tão abordada durante a obra?
A linguagem é o único meio disponível para se chegar a certo conhecimento do homem, enquanto sujeito, e do mundo, enquanto fenômeno, pois o que há entre as palavras e as coisas? Há a linguagem. E é ela que é enunciada por este sujeito que é ao mesmo tempo seu enunciador e enunciado. É ela, a linguagem, que permite ao homem a ordenação e a representação do pensamento, portanto é impossível falar do homem sem falar antes da linguagem, pois não é o homem que pensa a linguagem, é a linguagem que pensa o homem, é ela que diz o sujeito, pois sem ela todo o acesso ao mundo estaria fadado à incomunicabilidade do universo fechado e desconhecido. Dessa forma, para se conhecer esse homem, sujeito recente, é antes necessário debruçar-se sobre as malhas da linguagem. É ela o principal instrumento para pensar o homem.
O Nascimento da Clínica é outra obra de Michel Foucault, em que busca compreender a racionalidade anátomo-clínica que permeou a consolidação do saber médico na modernidade, donde o principal objeto investigativo se configura na doença ou no corpo do ser que adoece (FOUCAULT,1977). Hoje em dia, sob os efeitos de um desconforto físico ou emocional qualquer, é mais lógico imaginar que uma pessoa recorra a um médico ou um psicólogo, até mesmo à farmácia, para conhecer e tratar sua condição desagradável. Vivemos em um período histórico em que recorremos, primordialmente, à Ciência para a resolução de nossos problemas. É pertinente presumir esta conduta, pois, tanto na clínica médica quanto na psicológica, projetamos um lugar de saber e poder acerca da constituição e funcionamento de nossos corpos. A Clínica domina um saber – legitimado pelo poder científico – de nossa natureza humana, que nos impõem um estado ideal e saudável – normal – de como deveríamos ser e estar no mundo. Se, porventura, desviamos do presumido idealizado estado “natural” do qual deveríamos nos apresentar, logo nos martirizamos ao olhar clínico da medicalização, único capaz de nos conduzir ao imperativo maior de normalização.
Agora, uma de suas principais obras: Vigiar e Punir. Aborda questões relacionadas ao poder e disciplina dentro das instituições sociais (hospital, escola, prisão...) do seu país natal – França -, entretanto, as questões abordadas na obra, nesse contexto, aplicam-se nas sociedades contemporâneas. Foi publicado originalmente em 1975 e revolucionou a maneira de se pensar e fazer política no mundo ocidental. Porém foi publicado no Brasil, 13 anos após seu lançamento, traduzido em 1987. A obra é subdividida em quatro tópicos: "Suplício", "Punição", "Disciplina" e "Prisão".
No primeiro, “Suplício”, o autor tenta persuadir o leitor a se questionar sobre a brusca mudança que se ocorreu, em menos de um século, dentro dos sistemas penais ocidentais – quando no século XVIII se buscava a punição por meio do suplício público e após algumas décadas, já no século XIX, se programavam as atividades cotidianas de um detento –, buscando recursos para descobrir os motivos de tais transformações. Destarte, Foucault demonstra as possíveis vantagens e desvantagens que tais sistemas proporcionavam ao Estado. Ainda, já no capítulo denominado “Punição”, o filosofo francês afirmou que a transformação do suplício público em homens acorrentados condenados a trabalhos forçados era uma forma de punição mais “gentil”, entretanto sem conotação humanista, e sim por interesse dos reformistas que almejavam um Estado representante do poder público. E assim, a punição tornou-se mais generalizada. Isto teria permitido ao público ver os condenados cumprindo suas condenações e assim refletir sobre os crimes cometidos. Mas estas experiências duraram menos de vinte anos. Posteriormente, no capítulo “Disciplina” as análises do autor se voltam a criação de formas particularmente refinadas de disciplina, tendo como objeto os mais pequenos e detalhados aspectos do corpo de cada pessoa. As instituições modernas pediam que os corpos fossem individualizados segundo os seus escopos, e para o adestramento, a observação e o controle. Portanto, sustenta, a disciplina criou uma forma de individualidade totalmente nova para os corpos, que lhes permitiu adimplir o dever nas formas das organizações econômicas, políticas e militares que emergiam na idade moderna e ainda continuam. Para uma melhor explicação, Foucault utiliza-se do fenômeno denominado “Panóptico” para prisões. O fenômeno acontece quando se tem uma estrutura circular dentro de uma prisão onde um observador central consegue visualizar todas as atividades do detento que por sua vez, sabia que estava sendo “vigiado”. O efeito do Panóptico é criar aaparente onipresença do inspetor na mente dos ocupantes, “induzir no detento um estado consciente e permanente de visibilidade, que assegura o funcionamento automático do poder. Fazer com que a vigilância seja permanente em seus efeitos, mesmo se é descontínua em sua ação. O sucesso do poder disciplinar se deve sem dúvida ao uso de instrumentos simples: o olhar hierárquico, a sanção normalizadora e sua combinação com o exame”. O poder, portanto, é visível, pois o detento sempre verá a torre central, e inverificável, pois o detento nunca saberá se está de fato sendo vigiado. Sua essência, assim, repousa na centralidade da situação do inspetor, combinada com as mais eficazes ferramentas para ver sem ser visto. Segundo Foucault, o Panóptico não apenas aumenta o poder das autoridades, como também induz os indivíduos a internalizar aqueles que os vigiam, garantindo o funcionamento automático do poder. “Nossa sociedade não é de espetáculos, mas de vigilância. Não estamos nem nas arquibancadas nem no palco, mas na máquina panóptica, investidos por seus efeitos de poder que nós mesmos renovamos, pois somos suas engrenagens”. Dessa maneira, em seu capítulo final, Michel finca a ideia de que, ao examinar a construção da prisão como meio central da punição criminal, cria-se uma moldura à ideia que a prisão tenha se tornado parte de um mais amplo “sistema carcerário”, que se tornou uma instituição soberana – que tudo hegemoniza – na sociedade moderna. A prisão pertence a uma rede mais vasta, compreendendo escolas, instituições militares, hospitais e fábricas, que materializa uma sociedade panóptica para seus próprios membros, usando destas instituições como disciplinadores de corpos para enfim, o indivíduo estar apto a viver em sociedade.
Diante de História da Sexualidade, dividida em 4 volumes, Foucault vislumbra no primeiro – A vontade de saber -, a “hipótese repressiva” criticando-a e caracterizando-a como um empecilho do desenvolvimento da sexualidade durante o intervalo entre os séculos XVII e XX por conta da ascensão do capitalismo e da sociedade burguesa. Segundo ele, durante esse período, o discurso sobre sexualidade tinha se expandido e a sociedade cada vez mais buscava as sexualidades que não se adequavam ao “padrão” conjugal - seja por meio da confissão ou por investigação cientifica -, os dirigindo ao “mundo da perversão”. Assim, Foucault escorado em seu primeiro livro, redige O uso dos prazeres, discutindo a maneira pela qual aconteceu a problematização da atividade sexual por conta de médicos e filósofos durante a civilização grega clássica no século IV a.C., como no terceiro volume O cuidado de si em que Foucault busca criticar obras de filósofos gregos e ainda acresce que, naquele período histórico, houve uma profusão do que ele chama de “práticas de si” presentes em diversas prescrições elaboradas por pensadores como Sêneca e Marco Aurélio, dessa maneira, o artigo dedica suas reflexões à tentativa de situar as ressonâncias desse cuidado de si na contemporaneidade, particularmente na experiência histórica e ontológica da amizade como modo de vida. Enfim, o último volume que viria a ser: Os prazeres da carne. Não chegou a ser concluído – por conta de sua morte em 1984 – e como Michel Foucault deixou manifesta em testamento a vontade de que nenhum de seus textos inacabados fossem publicados, o conteúdo do quarto volume nunca foi divulgado, até que em 2018, a título de póstumas, o livro foi lançado em fevereiro, abordando o consentimento e a sexualidade nos primórdios do cristianismo. Essa obra recebeu diversas críticas de autores filósofos, assim, tornando-se mista a recepção da obra.
Referências Bibliográficas
GUIA DO ESTUDANTE. Michel Foucault. Disponível em: <https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/michel-foucault/.> Acesso em 04/08/2018.
SIQUEIRA, Vinicius. História da Loucura – Michel Foucault. Disponível em: <http://colunastortas.com.br/historia-da-loucura-michel-foucault/>. Acesso em 04/08/2018.
PEREIRA, Everton Almeida. Sujeito e linguagem em As palavras e as coisas, de Michel Foucault. Estudos Semióticos. Disponível em: <http://www.fflch.usp.br/dl/semiotica/es>. Editores Responsáveis: Francisco E. S. Merçon e Mariana Luz P. de Barros. Volume 7, Número 2, São Paulo, novembro de2011, p. 94–101. Acesso em 06/08/2018.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 36ª ed. Petrópolis: Vozes, 2009 (292 páginas) ISBN 978-85-326-0508-5. Acesso em 06/08/2018.
TAVIRA, Larissa Vasques. O Nascimento da Clínica em Foucault: um poder-saber sobre a vida. Disponível em: <http://encenasaudemental.net/series/o-nascimento-da-clinica-em-foucault-um-poder-saber-sobre-a-vida/>. Acesso em 06/08/2018.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade [traduzido]. Paris: Gallimard, 2001. ISBN 2020308002. Acesso em 07/08/2018.

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