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CONTRATOS ALEATÓRIOS Carlos Roberto Gonçalves CONCEITO Os contratos bilaterais e onerosos podem ser: ● Comutativos = As prestações são certas e determinadas, podendo as partes antever os seus ganhos e seus sacrifícios. Essa dualidade forma, em regra, a equivalência das prestaçõe, isto é, uma pessoa se sujeita a uma prestação, pois vai receber algo em troca. Não envolve NENHUM RISCO! ● Contrato aleatório = O risco é de um ou para ambos os contratantes, porém, aqui, e a incerteza do evento é para ambos os contratantes, sob pena de não subsistir a obrigação. Todo contrato há um risco, mas aqui o risco está na sua essência. Caio Mário: “Aleatórios são os contratos que o montante da prestação de uma ou ambas as partes não pode ser previsto, por depender de um risco futuro, capaz de provocar variação”. Alea = sorte. Ex: contrato de jogo, aposto, seguro. OBS: Contratos aleatórios são diferentes de contratos condicionais! Contratos condicionais o contrato não está perfeito e depende de um evento futuro para que ele se torna eficaz. Já os contratos aleatórios o contrato é perfeito desde sua formação. OBS: A rescisão por lesão não ocorre nos contratos aleatórios, apenas nos comutativos! Isso ocorre devido ao risco e, por sua natureza, não precisa ser equilibrado. Única exceção é quando a vantagem obtida por uma das partes é excessiva, desproporcional em relação à álea normal do contrato. ESPÉCIES ● Aleatórios Por Natureza ● Acidentalmente Aleatórios ○ Coisas Futuras ■ Risco em relação à própria existência ■ Risco em relação à quantidade da coisa ○ Coisas Existentes, mas expostas ao risco. VENDA DE COISA FUTURA ➔ Risco em relação à própria existência da coisa (EMPTIO SPEI ou Venda de Esperança) ● Art 458 ● Ocorre quando o contratante assume o risco da coisa não existir ● O vendedor terá aqui o direito de receber integralmente o que foi acordado ● Se teve dolo ou culpa, o vendedor não tem direito de receber, pois o contrato é nulo. Ex: pessoa que propõe pagar determinado valor para o pecador pelo que ele apanhar na rede. Mesmo que, ao puxar, ele não apanhe nenhum peixe, o pescador terá direito ao valor integral. ● Risco em relação à própria quantidade da coisa esperada. (EMPTIO REI SPERATAE) ● Art 459, CC ● O adquirente toma o risco de vir em qualquer quantidade ● O vendedor vai ter direito ao valor integral, se não houver culpa ou dolo, mesmo se vier abaixo do esperado. ● Se não vier nada, o contrato é nulo. ● Se vier a existir, em qualquer quantidade, o contrato é válido e deve pagar o acordado. VENDA DE COISA EXISTENTE, MAS EXPOSTA A RISCO ● Art 460 ● A coisa já existe, mas está exposta ao risco. ● A pessoa tem direito a receber o valor integral, pois o outro assumiu o risco ● Não vai receber se houve dolo ou culpa, podendo ser anulado, não seguindo a boa fé objetiva.
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