Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Considerando-se as expectativas de vantagens ou benefícios que as partes aguardam e alimentam por ocasião de sua celebração, os contratos bilaterais e onerosos podem revelar -se comutativos ou aleatórios. Contrato aleatório é o bilateral e oneroso em que pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá em troca da prestação fornecida. Caracteriza-se, ao contrário do comutativo, pela incerteza, para ambas as partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem advir. Alea significa sorte, risco, acaso. Exemplos de contratos aleatórios: contratos de jogo (loteria oficial), aposta (hipódromos) e seguros. Assim, o risco de perder ou de ganhar pode ser de um ou de ambos; mas a incerteza do evento tem de ser dos contratantes, sob pena de não subsistir a obrigação. Contratos aleatórios e contratos condicionais: os contratos aleatórios não se confundem com os contratos condicionais. Enquanto a eficácia destes depende de um evento futuro e incerto, nos aleatórios o contrato é perfeito desde logo, surgindo apenas um risco de a prestação de uma das partes ser maior, menor ou mesmo não ser nenhuma. Contrários aleatórios e lesão: a rescisão por lesão não ocorre nos contratos aleatórios, mas apenas nos comutativos. Somente se poderá invocar a lesão nos contratos aleatórios, todavia, quando a vantagem que obtém uma das partes é excessiva, desproporcional em relação à álea normal do contrato. Semelhante a situação de caso do fortuito e da força maior. Além dos aleatórios por natureza, há contratos tipicamente comutativos, como a compra e venda, que, em razão de certas circunstâncias, tornam -se aleatórios. São os contratos acidentalmente aleatórios. Os contratos aleatórios classificam-se da seguinte maneira: 1) Aleatórios por natureza 2) Acidentalmente Aleatórios Venda de coisa futuras Emptio spei (venda da esperança): um dos contratantes, na alienação de coisa futura, toma para si o risco relativo à existência da coisa, ajustando um preço, que será devido integralmente, mesmo que nada se produza. Ex. Todo o peixe retirado da rede de um pescador, ou uma colheita de café da próxima safra. (art.458 CC). Risco concernente à própria existência da coisa; Contratos que dizem respeito a coisas existentes, sujeitas ao risco de se perderem, danificarem, ou sofrerem depreciação (art. 460 e 461 CC). Ex. Mercadoria embarcada que é vendida, assumindo o comprador o risco dela chegar ou não. O alienante não responde se a mercadoria se perder sem culpa ou má-fé deste. Risco concernente à sua quantidade Emptio rei esperata (venda da coisa esperada) ocorre se o risco versar sobre quantidade maior ou menor da coisa esperada (art. 459 e § 1). Basta que a coisa venha existir, do contrário, a venda será nula. 3) Venda de coisas existentes, mas expostas a risco. Aleatórios por natureza RIsco a própria existencia da coisa Contratos Venda de coisas Aleatórios futuras Acidentalmente aleatórios Venda de coisas existentes, mas expostas a risco Risco a quantidade da coisa
Compartilhar