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Comunicação.ppt
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Cometa Halley
De: Diretor Presidente
Para: Gerente
 
Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17 horas, o cometa Halley estará nesta área. Trata-se de um evento que ocorre somente a cada 78 anos. Assim, por favor, reúnam os funcionários no pátio da fábrica, todos usando capacete de segurança, quando explicarei o fenômeno a eles. Se estiver chovendo, não poderemos ver o raro espetáculo a olho nu. Sendo assim, todos deverão se dirigir ao refeitório, onde será exibido um documentário sobre o cometa Halley.
De: Gerente
Para: Supervisor
Por ordem do Diretor-Presidente, na sexta-feira, às 17 horas, o cometa Halley vai aparecer sobre a fábrica. Se chover, por favor, reúna os funcionários, todos com capacete de segurança e os encaminhe ao refeitório, onde o raro fenômeno terá lugar, o que acontece a cada 78 anos a olho nu.
De: Supervisor
Para: Chefe de Produção
 
A convite do nosso querido diretor, o cineasta Halley, 78 anos, vai aparecer nú no refeitório da fábrica usando capacete, pois vai ser apresentado um filme sobre o problema da chuva na segurança. O diretor levará a demonstração para o pátio da fábrica.
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De: Chefe de Produção
Para: Mestre
 
Na sexta-feira, às 17 horas, o diretor, pela primeira vez em 78 anos, vai aparecer no refeitório da fábrica para filmar o Halley nu, o cineasta famoso e sua equipe. Todo mundo deve estar lá de capacete, pois vai ser apresentado um show sobre a segurança na chuva. O diretor levará a banda para pátio da fábrica.
 
De: Mestre
Para: Funcionário
 
Todo mundo nu, sem exceção, deve estar com os seguranças na chuva (o diretor) e o senhor Halley, guitarrista famoso, estarão lá para mostrar o raro filme Dançando na chuva. O show será lá, o que acontece a cada 78 anos.
AVISO PARA TODOS
 
Na sexta-feira, o presidente fará 78 anos, e liberou geral para a festa, às 17 horas no refeitório. Vão estar lá Bill Halley e seus cometas. Todo mundo deve estar nú e de capacete, porque a banda é muito louca e o rock vai rolar solto no pátio, mesmo com chuva.
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Comunicação
Desde que passaram a viver em sociedade, os homens perceberam o poder e a importância da comunicação.
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Comunicação Não Verbal 
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Comunicação 
Verbal
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Comunicar é conviver, 
é compartilhar
Procure cumprimentar todas as pessoas que encontrar, na chegada e na saída. 
Sempre dizer: "Por favor", "Com licença", "Obrigado(a)" e "Desculpe-me". 
Seja atencioso, cordial e gentil. Evite, no trato habitual, expressões ou modismos como: "gordo”, “careca”, “mano”, “idiota”, “meu bem", "querida", "meu amor", "minha flor", ”nego”, "gata" ou "gato". Melhor perguntar às pessoas como elas querem ser tratadas: "senhor", "senhora", "senhorita" ou, simplesmente: você.
 Não fale de problemas pessoais ou profissionais especialmente na presença de pessoas estranhas.
 
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Ruídos na Comunicação
Há o problema de ruídos de comunicação, ou seja, algo está atrapalhando o processo comunicativo: pode ser uma ata de reunião mal feita, informações dadas às pressas, instruções mal explicadas, frases ambíguas em contratos e por aí vai. 
O que impede a comunicação (barreiras)? O lugar ou o momento; Perturbações ou interferências; Falta de empatia; Não escutar; não escrever corretamente.
Um simples “pode me explicar agora o que eu pedi para você fazer?” irá confirmar se a mensagem foi compreendida completamente pelo interlocutor.
 
Exemplos do Seu Lunga.pptx
O funcionário do banco veio avisar:
- Seu Lunga, a promissória venceu.
- Meu filho, pra mim podia ter perdido ou empatado. Não torço por nenhuma promissória.
Seu Lunga entrando em uma agropecuária.
-Tem veneno pra rato?
-Tem! Vai levar? – Pergunta o balconista.
- Não, vou trazer os ratos pra comer aqui!!! – responde seu Lunga.
Seu Lunga vai saindo da farmácia, quando alguém pergunta:
- Tá doente, Seu Lunga?
- Quer dizer que seu fosse saindo do cemitério, eu tava morto???
Seu Lunga dava uma bela surra no filho e o menino gritava:
- Tá bom, pai! Tá bom, pai! Tá bom, pai!
- Tá bom? Quando tiver ruim, você me avisa, que eu paro.
O amigo de seu Lunga o cumprimenta:
- Olá, seu Lunga! Tá sumido! Por onde tem andado?
- Pelo chão, não aprendi a voar ainda…
Na década de 70, Seu Lunga chega num bar e fala pro atendente:
- Traz uma cerveja e bota o disco de Luiz Gonzaga pra eu ouvir!
- Desculpe seu Lunga, não posso botar música hoje…
- Mas por que??
- Meu avô morreu!
- E ele levou os discos, foi?
Durante a madrugada, a mulher do seu Lunga passa mal:
- Lunga! Ta me dando uma coisa..
- Receba!
- Mas é uma coisa ruim!
- Então devolva!!
O telefone toca. Seu Lunga:
- Alô!
- Bom dia! Mas quem está falando?
- Você!
Exercício - identifique as funções (8 itens).doc
ATIVIDADE ASSIMILATIVA: Identifique as funções da linguagem presentes em cada item, justificando sua resposta. 
ITEM 1: 
"Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo ilusão? Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo ilusão?... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrível... Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei pregado à janela, olhando as pernas dos transeuntes" (Gracilano Ramos).
ITEM 2:
“Se tu me amas, amas-me baixinho
não o grites de cima dos telhados deixa em paz os passarinhos
deixa em paz a mim!”
(Mário Quintana).
ITEM 3:
 “Em 1665¸ Londres é assolada pela peste negra (peste bubônica) que dizimou grande parte de sua população, provocando a quase total paralisação da cidade e acarretando o fechamento de repartições públicas, colégios etc. Como conseqüências desta catástrofe, Newton retornou a sua cidade natal, refugiando-se na tranqüila fazenda de sua família, onde permaneceu durante dezoito meses, até que os males da peste fossem afastados, permitindo seu regresso a Cambridge. Este período passado no ambiente sereno e calmo do campo foi, segundo as palavras do próprio Newton, o mais importante de sua vida. Entregando-se totalmente ao estudo e à meditação, quando tinha apenas 23 a 24 anos de idade, ele conseguiu, nesta época, realizar muitas descobertas, desenvolvendo as bases de praticamente toda a sua obra” (Antônio Máximo e Beatriz Alvarenga. In. Curso de Física. São Paulo: Harbra, 1992. v. 1, p. 196). 
ITEM 4:
 “Você foi o maior dos meus casos
De todos os abraços o que eu nunca esqueci
Você foi dos amores que eu tive
O mais complicado e o mais simples pra mim. 
Você foi o melhor dos meus erros
A mais estranha história que alguém já escreveu
E é por essas e outras que a minha saudade
Faz lembrar de tudo outra vez.”
Roberto Carlos
ITEM 5:
 "Se um dia você for embora
 Ria se teu coração pedir
 Chore se teu coração mandar."
(Danilo Caymmi & Ana Terra).
ITEM 6: 
“— Como vai, Maria? 
— Vou bem. E você? 
— Eu também. 
— Ah, bem, é que eu... 
— Ah, é….”
(Dalton Trevisan)
ITEM 7: 
“Quem sabe o que quer, quer saúde. Não fume!” 
(Texto de Propaganda). 
ITEM 8: 
“Dicionário de bolso
BUZINA - é esse ruído que irrita o motorista da frente quando o de trás já está irritado.
BIQUÍNI – é um pedaço de pano cercado de mulher por todos os lados.
GUARDA DE TRÂNSITO – sujeito que só começa a trabalhar quando é posto na rua. 
PALAVRÃO – equipamento mais importante do motorista.”
(O homem ao quadrado – Leon Eliachar)
Funções da Linguagem.ppt
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A linguagem varia de acordo com a situação, com o
objetivo, com a intenção, assumindo funções.
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O emissor envia uma mensagem ao receptor. 
A mensagem requer um contexto, um código (signos organizados) e um canal (meio físico). 
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 Função emotiva
 Centrada no emissor, na 1ª pessoa (eu/nós). 
 Expressa os sentimentos de quem fala em relação àquilo de que está falando. 
 "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer acontecimento extraordinário”. 
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 Função apelativa
 
 Está centrada na 2ª pessoa (tu/vós). 
 É dirigida ao receptor com o objetivo de influenciá-lo a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa. 
 Exprime-se através do vocativo e do imperativo. 
Carolina, apague a luz da sala
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 Função referencial
 Centrada na 3ª pessoa (ele/ela/eles/elas).
 Ocorre toda vez que a mensagem faz referência a acontecimentos, fatos, pessoas, animais ou coisas, com o objetivo de transmitir informações. 
 CARACTERÍSTICAS DOS MICROONDAS
 As microondas se distribuem no interior do forno de várias maneiras. Alguns modelos possuem um difusor de ondas e um prato giratório; em certos fornos, o prato giratório pode ser desligado ou até removido para limpeza. 
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 Função fática
 Ocorre quando o emissor deseja verificar se o canal de comunicação está funcionando, ou se ele, emissor, está sendo compreendido. 
"Alô, quem está falando?"
"Boa tarde!"
"Olá, como vai? Tudo bem?“
"Não diga!..."
“Hum... num..."
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 Função metalingüística
 Toda mensagem que fala sobre a própria linguagem. 
 É a utilização da linguagem em referência ao próprio código para esclarecê-lo ou ensiná-lo a alguém. 
Desarmonia 
[de dês + harmonia] s.f. 
Falta de harmonia
Fig. Discordância
Desproporção ou má disposição das partes de um todo. 
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 Função poética
 Realça a elaboração da mensagem.
 Caracteriza-se pela criatividade da linguagem. 
 Cuidado especial na organização da mensagem.
Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
NOTA DE AULA Comunicação e Linguagem 2018.pdf
FACULDADE CEARENSE 
LÍNGUA PORTUGUESA 
PROFA. ARIANE QUEIROZ 
 
NOTA DE AULA 1 
 
1 COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM 
 
Comunicação, etimologicamente, provém do verbo latino communicare, que 
significa pôr em comum. A finalidade da comunicação é pôr em comum não apenas idéias, 
sentimentos, pensamentos, desejos, mas também compartilhar formas de comportamento, 
modos de vida, determinados por regras de caráter social. Desse ponto de vista, 
comunicação é também convivência, que traz implícita a noção de comunidade, vida em 
comum, agrupamento solidário, baseado no consenso espontâneo dos indivíduos. Em 
última análise, o objetivo da comunicação é este: o entendimento entre os homens. 
A comunicação implica fundamentalmente a utilização de uma linguagem, de um 
sistema de símbolos, seja ele uma língua ou um dialeto falado ou escrito, gestos, batidas, 
cores, uma inscrição em pedra, sinais luminosos ou sinais sonoros, como os do código 
Morse, ou, ainda, uma série de pulsos de número binário em um computador. 
A linguagem, então, é o meio pelo qual a expressão de sentimentos, idéias, 
desejos e pensamentos se concretiza, podendo ser verbal e não-verbal. 
 
A linguagem verbal é uma habilidade 
aprendida pelos homens. Trata-se de uma lenta 
invenção coletiva, que se foi aprimorando com o 
decorrer dos séculos. É fruto de aprendizagem 
social, ou de grupo, espelho da cultura de uma 
comunidade, constituindo-se em processo social 
de inserção do indivíduo em dada sociedade. 
 
Quanto à linguagem não verbal, são exemplos de comunicação pela imagem os 
sinais de trânsito, os cartazes indicativos das áreas de turismo e lazer, dos aeroportos e 
estações rodo e ferroviárias, as placas de proibição de estacionamento, de ruído próximo a 
escolas e hospitais, de fumar em determinado local, por meio de cartazes, sinais de 
televisão, cinema. A comunicação sonora formal exemplifica-se pelos apitos dos guardas de 
trânsito, sirenes de ambulância, de bombeiros, de veículos policiais, de fábricas. A 
comunicação gestual codificada tem como exemplo a linguagem dos surdos-mudos e a 
mímica formal e informal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE CEARENSE 
LÍNGUA PORTUGUESA 
PROFA. ARIANE QUEIROZ 
 
EXERCÍCIO: 
Transforme de Linguagem Não-Verbal para Linguagem Verbal. 
 
 
 
 
2 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
 
 
Para que haja comunicação, alguns elementos são essenciais. São eles: 
 
 Emissor: chamado também de locutor 
ou falante, o emissor é aquele que emite a mensagem 
para um ou mais receptores, por exemplo, uma 
pessoa, um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre 
outros. 
 Receptor: denominado de interlocutor 
ou ouvinte, o receptor é quem recebe a mensagem 
emitida pelo emissor. 
 Mensagem: é o objeto utilizado na 
comunicação, de forma que representa o conteúdo, o 
conjunto de informações transmitidas pelo locutor, por 
isso. 
 Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem 
 Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem 
será transmitida, por exemplo, jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre outros. 
 Contexto: Também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa 
em que estão inseridos o emissor e receptor. 
 
Há, ainda, dois conceitos importantes: o ruído (quando a comunicação é perturbada ou 
interrompida por algum fator - tudo aquilo que distorce a qualidade de um sinal) e a 
redundância (repetição intencional de um recurso - maneira de eliminar os ruídos na 
comunicação) 
 
Exemplo: 
Pense, por exemplo, na situação comunicativa na sala de aula. O professor é 
o emissor quando está explicando o conteúdo, os alunos são os receptores dessa 
mensagem, isto é, da matéria explicada. O código utilizado é a língua escrita, a 
falada e a não verbal, pois o professor pode escrever, falar e usar gestos e imagens 
para discutir os conceitos, e o canal pode ser o ar, o quadro, os slides. O referente é 
a situação: alunos e professor na sala de aula. 
 
 
 
 
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LÍNGUA PORTUGUESA 
PROFA. ARIANE QUEIROZ 
 
EXERCÍCIO 1: Identifique cada um dos elementos nas situações seguintes: leitura de uma 
revista ou jornal; b) conversa com um amigo; c) ouvir uma música no rádio. 
 
EXERCÍCIO 2: Qual a importância de saber os elementos envolvidos na comunicação? 
 
 
3 FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
 
As funções da linguagem relacionam-se com os elementos da comunicação, 
como demonstra o gráfico abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Função referencial ou de comunicação. 
 
A linguagem tem função referencial quando o objetivo é traduzir a realidade, 
informando ao receptor, com clareza, aquilo que se quer transmitir. Ocorre toda vez que a 
mensagem faz referência a acontecimentos, fatos, pessoas, animais ou coisas, com o 
objetivo de transmitir informações. 
A função referencial é marcada pelo uso da terceira pessoa(ele/ela/eles/elas)., 
pela ausência de valoração (portanto, adjetivação comedida) e pela pontuação racional, 
evitando, assim, reticências, aspas, interrogações e exclamações. A linguagem é exata, 
clara e denotativa. 
Essa função é utilizada para produzir textos impessoais, objetivos, que têm 
exclusivamente o propósito de levar ao conhecimento dos leitores informações úteis. 
 
Exemplos: 
O tempo amanhã será nublado/ Ela abriu a porta, entrou, sentou-se na poltrona e 
sorriu. 
Numa cesta de vime temos um
cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã 
verde, uma maçã vermelha e uma pêra. 
 
 
Função expressiva ou emotiva. 
 
A linguagem tem função emotiva quando o emissor quer expressar suas 
emoções, seu estado de espírito. Expressa os sentimentos de quem fala em relação àquilo 
de que está falando, revelando a personalidade do emissor. 
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PROFA. ARIANE QUEIROZ 
 
A função emotiva é escrita em primeira pessoa (eu/nós) e recheada com 
exclamações, reticências e interjeições marcada por interjeições, pontuação (exclamação, 
reticência, interrogação, aspas), manifestações de alegria, medo, dor, por adjetivos que 
revelam o ponto de vista do emissor, por advérbios. 
 
Exemplos: 
Estou muito feliz. 
Nós o amamos muito, Romário!! 
 
Função metalinguística 
 
A linguagem tem função metalinguística quando o objetivo é o uso do código 
para explicar o próprio código. Metalinguagem é, portanto, a linguagem sobre a linguagem, 
a utilização da linguagem em referência ao próprio código, para esclarecê-lo ou ensiná-lo a 
alguém. O dicionário é um bom exemplo dessa função, pois o significado de uma palavra é 
explicado usando as próprias palavras. 
 
Exemplos: 
Verbetes de dicionário. 
Escrevo porque gosto de escrever. Ao passar as idéias para o papel, sinto-me 
realizada... 
 
Função fática. 
 
O objetivo da função fática é estabelecer a comunicação, com sua eficácia, 
prender a atenção do receptor, ou cortar a comunicação. Está centrada no contato físico ou 
psicológico, aproximando receptor e emissor. 
Esta função proporciona unidade a um grupo social. A troca palavras serve 
sobretudo para criar laços. A palavra é utilizada não para transmitir mas como meio para 
curtir uma companhia, assim os cumprimentos e as palavras de cortesia são importantes. 
As expressões usadas nos cumprimentos (Bom dia!, Oi!), ao telefone (Pronto!, 
Alo!) e em outras situações em que se testa o canal de comunicação (Está me ouvindo?. 
Atenção!) apresentam esse tipo de função. 
Nas mensagens escritas, o uso da função fática tem em vista facilitar a 
comunicação, com técnicas utilizadas que possibilitam maior legibilidade ao texto, como uso 
de itálico, sublinhado, negrito, caracteres maiúsculos, aspas, disposição do texto na folha de 
papel. 
 
Função conativa 
 
A linguagem apresenta função conativa quando a intenção é convencer o 
receptor a ter determinado comportamento. É dirigida ao receptor com o objetivo de 
influenciá-lo a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa. 
É representada gramaticalmente pela segunda pessoa verbal(tu/vós), pelo 
imperativo e vocativo, o pronome de tratamento você. Quando a situação exige objetividade, 
atenção rigorosa do receptor e o emissor sente que é necessário influenciá-lo a tomar uma 
decisão, a função de linguagem mais indicada é a conativa. Atualmente, é a função por 
excelência das mensagens publicitárias, já que é utilizada para produzir textos impressivos, 
persuasivos, sedutores. 
 
Exemplos: 
Pedrinho, vá para casa/ Não deixe de ver aquele filme. 
Compre aqui e concorra a este lindo carro 
 
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PROFA. ARIANE QUEIROZ 
 
Função poética ou estética. 
A linguagem tem função poética quando o objetivo é dar ênfase à elaboração da 
mensagem. O emissor constrói seu texto de maneira especial, realizando um trabalho de 
seleção e combinação de palavras, com criatividade da linguagem. Percebe-se um cuidado 
especial na organização da mensagem através da exploração das figuras de linguagem, do 
ritmo, das sonoridades e da polissemia (variação de significados) das palavras. 
A função poética é muito comum nos poemas, mas ocorre também na prosa e 
em anúncios publicitários. 
 
Exemplo: 
Amor é fogo que arde sem se ver 
É ferida que dói e não se sente 
É um contentamento descontente 
É dor que desatina sem doer 
 
 
EXERCÍCIO: Identifique as funções da linguagem presentes em cada item, justificando sua 
resposta. 
 
ITEM 1: 
As microondas se distribuem no interior do forno de várias maneiras. Alguns modelos 
possuem um difusor de ondas e um prato giratório; em certos fornos, o prato giratório 
pode ser desligado ou até removido para limpeza. Os modelos dotados de painel 
digital, com teclas de controle eletrônico, são mais precisos do que os que possuem 
controle mecânico, do tipo botão giratório. 
 
ITEM 2: 
Desarmonia [de dês + harmonia] 
s.f. l. Falta de harmonia; 2. Fig. Discordância. 3. Desproporção ou má disposição das 
partes de um todo. 
 
ITEM 3: 
"Alo, quem está falando?" 
"Boa tarde!" 
"Olá, como vai? Tudo bem?" 
"Ah, é, é!" 
"Olha, seria bom se..." 
"Não diga!..." 
"Hum... num..." 
 
ITEM 4: 
“ Fica decretado que o homem 
não precisará nunca mais 
duvidar do homem. 
Que o homem confiará no homem 
Como a palmeira confia no vento, 
Como o vento confia no ar. Como o ar confia no campo azul do céu. 
O homem confiará no homem 
Como um menino confia em outro menino.” 
(Artigo 4 – Estatutos do Homem – Thiago de Mello) 
 
 
 
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LÍNGUA PORTUGUESA 
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4 MODALIDADES: FALA E ESCRITA 
 
No processo de comunicação, produz-se uma mensagem, para que ela seja recebida (lida 
ou ouvida) por alguém. Na fala, o texto é recebido pelo outro, enquanto vai sendo produzido; 
na escrita, a recepção ocorre depois da produção. Naquela, o interlocutor vai ouvindo o 
texto, à medida que ele é composto. Nesta, o texto é lido depois que está pronto. Dai 
decorrem as seguintes diferenças: 
 
 A língua falada se concretiza por meio da emissão dos sons da língua, os fonemas. 
Na escrita, utilizam-se as letras, que não mantêm uma correspondência exata com os 
fonemas: há letras que representam fonemas diferentes (a letra x, por exemplo, em exame, 
xadrez e sintaxe); há fonemas representados por mais de uma letra (/J/em chave, por 
exemplo); há até casos em que a letra não representa nenhum fonema (h em homem, por 
exemplo). 
 
 O código oral conta com elementos de expressividade que o código escrito não 
consegue reproduzir com muita eficiência. Destaca-se a acentuação e a entonação, 
capazes de modificar completamente o significado de certas frases e que só são 
parcialmente recuperáveis por certas construções da língua escrita. 
 
 A fala se dá dentro de uma dada situação de interlocução; a escrita ocorre fora dela. 
Na fala, quando se diz eu, aqui, agora, por exemplo, o ouvinte sabe quem está falando, que 
lugar é aqui ou quando é agora. Além disso, entende as frases que se referem à situação. 
Se alguém está jantando e diz que a cozinheira está sem paladar, seu interlocutor 
compreende que ele quer dizer que falta tempero ou que há tempero em excesso na 
comida. Na escrita, é preciso explicar a situação, para que o leitor saiba, por exemplo, quem 
está falando, que dia é, quando alguém diz hoje, e para que compreenda os sentidos 
relacionados à situação (assim, no caso da frase acima é preciso explicar que os 
interlocutores estavam jantando e que um, quando pôs uma colher de sopa na boca, disse 
que a cozinheira estava sem paladar). 
 
 Na fala, o planejamento e a execução do texto são simultâneos. Por isso, o texto 
falado é cheio de pausas, frases truncadas, repetições, correções, períodos começados e 
abandonados para começar um outro, desvios e voltas, acelerações. O texto escrito não 
contém marcas de planejamento e de execução. Elas são retiradas dele. Apresenta-se o 
produto pronto e não em elaboração como na fala. 
 
 Na fala, alternam-se os papéis do falante e do ouvinte. Por isso, o ouvinte pode 
interromper
o falante e tomar a palavra, o falante pode usar estratégias para segurar a 
palavra, precisa buscar a anuência do ouvinte (dizendo, por exemplo, né?, certo?, cê não 
acha?), solicitar sua colaboração (dizendo, por exemplo, como é mesmo que se diz?). Na 
escrita, não há essa possibilidade de alternância, pois, mesmo que se crie um diálogo, ele 
será uma simulação de conversa e não um diálogo real. 
 
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 Na fala, os períodos são mais curtos e simples. Na escrita, mais longos e complexos. 
O texto escrito divide-se em parágrafos, capítulos etc., que contêm unidades de sentido. O 
texto falado é recortado em turnos, isto é, cada intervenção de cada interlocutor, e em tó-
picos, ou seja, assuntos de que se fala. 
 
 Na modalidade falada, há um envolvimento maior de um interlocutor no texto do 
outro. Eles colaboram, envolvem-se no processo de elaboração do texto, dizem que 
compreenderam, concordam com a continuação da fala etc. Usamos, por exemplo, hum, 
hum; certo; é claro; ah, sim. O falante, por sua vez, monitora nosso acompanhamento (por 
exemplo, você tá me entendendo?). Se numa conversa telefónica ficamos só ouvindo, sem 
manifestar nenhum acordo, o outro logo nos pergunta: Você está ouvindo? Faz isso, porque 
é da natureza da fala a participação, o envolvimento. Na escrita, isso não ocorre. 
Exemplo: 
— Onde ele caiu? 
— Ele caiu aqui. 
 
O rapaz que testemunhou o acidente, em que Carlos foi morto, acompanhou o 
delegado até o local da tragédia. Lá o delegado perguntou-lhe onde Carlos tinha 
caído antes de ser atingido pelas rodas do caminhão que o matou. O rapaz foi até a 
faixa de pedestres da rua Bernardo Alvares, esquina com a avenida Afonso Pena, 
indicou o local exato da queda, dizendo: 
— Ele caiu aqui. 
 
5 NÍVEIS DA LINGUAGEM 
 
Para que se efetue a comunicação, é necessário haver um código comum. Diz-se que é 
preciso "falar a mesma língua": o português, por exemplo, que é a língua que utilizamos. 
Mas trata-se de uma língua portuguesa ou de várias línguas portuguesas? O português da 
Bahia é o mesmo português do Rio Grande do Sul? Não está cada um deles sujeito a 
influências diferentes - linguísticas, climáticas, ambientais? O português de um médico é 
igual ao de seu cliente? O ambiente social e o cultural não determinam a língua? Estas 
questões levam à constatação de que existem níveis de linguagem. O vocabulário, a sintaxe 
e mesmo a pronúncia variam segundo esses níveis. 
 
De acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas, a língua sofre 
variações que melhor se adaptam às necessidades de determinado grupo. Entre os tipos, 
estão os dialetos e registros: 
 
É chamada de dialeto a variedade de uma língua própria de uma região ou território. Devem 
ser consideradas também as diferenças linguísticas originadas em virtude da idade dos 
falantes, sexo, classes ou grupos sociais e da própria evolução histórica da língua. 
 
As diferenças regionais (diatópicas ou geográficas) são variações que ocorrem de acordo 
com o local onde vivem os falantes, sofrendo sua influência. Este tipo de variação ocorre 
porque diferentes regiões têm diferentes culturas, com diferentes hábitos, modos e 
tradições, estabelecendo assim diferentes estruturas linguísticas. Como exemplo: as 
variações entre o português do Brasil e de Portugal. a palavra mandioca, que em certas 
regiões é tratada por macaxeira ou aipim; e abóbora, que é conhecida como jerimum. 
Variações históricas (diacrônicas) São variações que ocorrem de acordo com as diferentes 
épocas vividas pelos falantes, sendo possível distinguir o português arcaico do português 
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moderno, bem como diversas palavras que ficam em desuso. Como por exemplo, a palavra 
“Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio 
eletrônico, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o 
caso de pharmácia 
 
Variações sociais (diastráticas) são as que ocorrem de acordo com os hábitos e cultura de 
diferentes grupos sociais. Este tipo de variação ocorre porque diferentes grupos sociais 
possuem diferentes conhecimentos, modos de atuação e sistemas de comunicação. 
Exemplos de variações sociais: Gírias próprias de um grupo com interesse comum, como os 
skatistas; Jargões próprios de um grupo profissional, como os policiais, médicos, 
profissionais da informática, dentre outros; um orador jurídico e um morador de rua. 
 
Chamamos de registros as variações que ocorrem de acordo com o grau de formalismo 
existente em uma determinada situação: há situações em que a variedade padrão, ou norma 
culta, é a melhor opção, aquela que estabelecerá uma maior sintonia entre os interlocutores. 
Nas entrevistas de emprego, em redações para concursos e vestibulares e em exposições 
públicas, por exemplo, a variedade linguística exigida, na maioria das vezes, é a padrão. Em 
contrapartida, há situações de uso em que a variedade não padrão (gírias, regionalismos, 
jargões) é aquela que melhor se encaixa no contexto comunicacional. 
 
O registro culto, chamado de norma culta, linguagem formal e registro formal, é usado na 
linguagem escrita, na escola e no trabalho, na comunicação social, em situações que 
requerem uma maior seriedade, quando não há familiaridade entre os interlocutores da 
comunicação. 
 
O registro coloquial, também chamado de linguagem coloquial, linguagem informal e 
linguagem popular, é a linguagem falada em situações cotidianas de comunicação e em 
conversas descontraídas entre familiares, amigos, conhecidos, vizinhos,..., 
Exemplo: são percebidas segundo os grupos (ou classes) sociais envolvidos, por exemplo, 
um orador jurídico e um morador de rua 
 
Exemplo: 
Um homem magro, de bigodinho e cabelo glostorado, apareceu: 
"Ah, comissário Pádua... Que prazer! Que alegria!" 
"Não quero papo-furado, Almeidinha. Quero falar com dona Laura." 
"Ela no momento está muito ocupada. Não pode ser comigo?" 
"Não, não pode ser com você. Dá o fora e chama logo a Laura." 
"Vou mandar servir um uisquinho." 
"Não queremos nenhum uisquinho. Chama a dona.” 
Rubem Fonseca. Acorro. São Paulo. Companhia da Letras 1990. p 64 
 
 
Um falante que saiba adaptar o seu discurso às diferentes situações comunicativas e aos 
diferentes interlocutores irá usar, necessariamente, a linguagem culta e a linguagem 
coloquial no seu dia a dia, como linguagens complementares. Este é um exemplo de 
variação situacional, ou seja, uma variação linguística em função do contexto. 
 
Os diferentes dialetos e registros comprovam que a língua é um conjunto de variedades, ou 
seja, há diversas maneiras de falar ou escrever. A língua portuguesa encontra-se em 
constante alteração, evolução e atualização, não sendo um sistema estático e fechado. O 
uso faz a regra e os falantes usam a língua de modo a suprir suas necessidades 
comunicativas, adaptando-a conforme suas intenções e necessidades. 
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LÍNGUA PORTUGUESA 
PROFA. ARIANE QUEIROZ 
 
ANEXO 1: TEXTO Antigamente 
 
 
 
 
 
 ANTIGAMENTE, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito 
prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, 
mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam 
longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva 
e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai 
da forca e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e 
sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse entrementes, 
esse ou aquele embarcasse
em canoa furada. Encontravam alguém que lhes passasse a 
manta e azulava, dando às de vila-diogo. Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, 
saindo para tomar fresca; e também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais 
jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de 
altéia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa 
de onze varas, e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água. 
 
HAVIA OS QUE tomaram chá em criança, e, ao visitarem família da maior consideração, 
sabiam cuspir dentro da escarradeira. Se mandavam seus respeitos a alguém, o portador 
garantia-lhes: “Farei presente.” Outros, ao cruzarem com um sacerdote, tiravam o chapéu, 
exclamando: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”, ao que o Reverendíssimo 
correspondia: “Para sempre seja louvado.” E os eruditos, se alguém espirrava — sinal de 
defluxo — eram impelidos a exortar: “Dominus tecum”. Embora sem saber da missa a 
metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso metiam a mão 
em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia de 
melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam, quando, por exemplo, insinuavam 
que seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; 
chegavam a pitar escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas 
tetéias. 
 
ANTIGAMENTE, certos tipos faziam negócios e ficavam a ver navios; outros eram pegados 
com a boca na botija, contavam tudo tintim por tintim e iam comer o pão que o diabo 
amassou, lá onde Judas perdeu as botas. Uns raros amarravam cachorro com lingüiça. E 
alguns ouviam cantar o galo, mas não sabiam onde. As famílias faziam sortimento na venda, 
tinham conta no carniceiro e arrematavam qualquer quitanda que passasse à porta, desde 
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que o moleque do tabuleiro, quase sempre um cabrito, não tivesse catinga. Acolhiam com 
satisfação a visita do cometa, que, andando por ceca e meca, trazia novidades de baixo, ou 
seja, da Corte do Rio de Janeiro. Ele vinha dar dois dedos de prosa e deixar de presente ao 
dono da casa um canivete roscofe. As donzelas punham carmim e chegavam à sacada para 
vê-lo apear do macho faceiro. Infelizmente, alguns eram mais do que velhacos: eram 
grandessíssimos tratantes. 
 
ACONTECIA o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio 
chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. 
Doença nefasta era a phtysica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados tinham 
assombrações, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os homens portavam ceroulas, 
botinas e capa-de-goma, a casimira tinha de ser superior e mesmo X.P.T.O. London, não 
havia fotógrafos, mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam. 
 
MAS TUDO ISSO era antigamente, isto é, outrora. 
 
FONTE: http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond07.htm 
 
 
ANEXO 2: TEXTO Como ser brasileiro em Lisboa sem dar (muito) na vista 
 
 
 
Sim, eu sei que não será culpa sua, mas, se você desembarcar em Lisboa sem um bom 
domínio do idioma, poderá ver-se de repente em terríveis águas de bacalhau. Está vendo? 
Você já começou a não entender. O fato é que como dizia Mark Twain a respeito da 
Inglaterra e os Estados Unidos, também Portugal e Brasil são dois países separados pela 
mesma língua. Se não acredita, vejá só esses exemplos. (...) 
 
Um casal brasileiro, amigo meu, alugou um carro e seguia tranqüilamente pela estrada 
Lisboa–Porto, quando deu de cara com um aviso: "Cuidado com as bermas". Eles ficaram 
assustados — que diabo seria uma berma? Alguns metros à frente, outro aviso: "Cuidado 
com as bermas". Não resistiram: pararam no primeiro posto de gasolina, perguntaram o que 
era uma berma e só respiraram tranqüilos quando souberam que berma era o acostamento. 
Você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas desconhecendo certas 
sutilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos — peça para ver os 
fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisol — mas não se assuste, porque 
calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma delícia?) Pelo mesmo motivo, as fraldas de 
crianças são chamadas cuequinhas de bebê. Atenção também para os nomes de certas 
utilidades caseiras. Não adianta falar em esparadrapo — deve-se dizer pensos. Pasta de 
dente é dentifrício. Ventilador é ventoinha. E no caso (gravíssimo) de você ter de tomar 
injeção na nádega, desculpe, mas eu não posso dizer porque é feio. 
 
As maiores gafes de brasileiros em Lisboa acontecem (onde mais?) nos restaurantes, claro. 
Não adianta perguntar ao gerente do hotel onde se pode beliscar alguma coisa, porque ele 
achará que você está a fim de sair aplicando beliscões pela rua. Pergunto-lhe onde se pode 
petiscar. 
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Os sanduíches são particularmente enganadores: um sanduíche de filé é chamado de 
prego; cachorros-quentes são simplesmente cachorros. E não se esqueça: um cafezinho é 
uma bica; uma média é um galão; e um chope é um imperial. E, pelo amor de Deus, não vá 
se chocar quando você tentar furar uma fila e alguém gritar lá de trás: "O gajo está a furar a 
bicha!" Você não sabia, mas em Portugal, chama-se fila de bicha. E não ria. 
 
Ah, que maravilha o futebol em Portugal! Um goleiro é um guarda-redes. Só isso e mais 
nada. Os jogadores do Benfica usam camisola encarnada — ou seja, camisa vermelha. Gol 
é golo. Bola é esférico. Pênalti é penálti. Se um jogador se contunde em campo, o locutor 
diz que ele se aleijou, mesmo que se recupere com simples massagem. Gramado é relvado, 
muito mais poético, não é? (...) 
 
Para se entender as crianças em Portugal, pedagogia não basta. É preciso traçar também 
uma outra lingüística. Para começar, não se diz criança mas miúdos. (Não confundir com 
miúdos de galinha, que lá são chamados de miudezas. Os miúdos das galinhas portuguesas 
são os pintos.) Quando o guri inferniza a vida do pai, este não o ameaça com o tradicional: 
"Dou-te uma coça" mas com "Dou-te uma tareia", ou então com o violentíssimo: "Eu chego-
te a roupa à pele". 
 
Um sujeito preguiçoso é um mandrião. Um indivíduo truculento é um matulão. Um tipo 
cabeludo é um gadelhudo. Quando não se gosta de alguém, diz-se: "Não gramo aquele 
gajo". Quando alguém fala mal de você e você não liga, deve dizer: "Estou-me nas tintas" ou 
então: "Estou-me marimbando". (...) Um homem bonito, que as brasileiras chamam de pão, 
é chamado pelas portuguesas de pessegão. E uma garota de fechar o comércio é, não sei 
por quê, um borrachinho. 
 
Mas o pior equívoco em Portugal foi quando pifou a descarga da privada do meu quarto de 
hotel e eu telefonei para a portaria: "Podem me mandar um bombeiro para consertar a 
descarga da privada?" O homem não entendeu uma única palavra. Eu devia ter dito: "Ó pá, 
manda um canalizador para reparar o autoclisma da retrete." 
 
CASTRO, Ruy. Viaje bem. Revista de bordo da Varig. Ano VIII o 3/78 
 
FONTE: http://www.ensjo.net/etc/brasileiro-lisboa.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL ADAPTADO PARA USO EM SALA DE AULA 
Andrade, Maria Margarida de & Medeiros, João Bosco. Comunicação em Língua Portuguesa para os cursos de Jornalismo, 
Propaganda e Letras. São Paulo: Atlas, 2001.pp 15-22 
INFANTE, ULISSES. DO TEXTO A TEXTO: CURSO PRÁTICO DE LEITURA E REDAÇÃO.SÃO PAULO, SCIPIONE, 1991. 
PLATÃO & FIORIN. LIÇÕES DE TEXTO: LEITURA E REDAÇÀO. SÃO PAULO, ÁTICA, 1998. 
VANOYE, FRANCIS. USOS DA LINGUAGEM: PROBLEMAS E TÉCNICAS NA PRODUÇÃO ORAL E ESCRITA. SÃO 
PAULO, MARTINS FONTES, 1991 
textos com lnV e Lv.ppt
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