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MATERIAL DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO ATUALIZADO 2019 (4)

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 FATEC - FACULDADE DE TECNOLOGIA 
DE SERTÃOZINHO DEPUTADO WALDYR 
ALCEU TRIGO 
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM 
GESTÃO EMPRESARIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SERTÃOZINHO 
2019 
Profª. Me. Mara R. Mellini Jabur 
 
 
2 
 
 
 
TRINTA DICAS PARA ESCREVER BEM 
 
1. Deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc. 
 
2. É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal 
prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico. 
 
3. Anule aliterações (repetição da mesma consoante) altamente abusivas. 
 
4. não esqueça as maiúsculas no início das frases. 
 
5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz. 
 
6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário. 
 
7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in. 
 
8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou?? Então valeu! 
 
9. Palavras de baixo calão, po..., podem transformar o seu texto numa droga. 
 
10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações. 
 
11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição 
da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra 
repetida. 
 
12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: 'Quem cita os outros não tem 
ideias próprias'. 
 
13. Frases incompletas podem causar 
 
14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta 
mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma ideia várias 
vezes. 
 
15. Seja mais ou menos específico. 
 
16. Frases com apenas uma palavra? Jamais! 
 
17. A voz passiva deve ser evitada. 
 
18. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar sem sentido 
especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação 
 
19. Quem precisa de perguntas retóricas? 
 
20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas. 
3 
 
 
21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação. 
 
22. Evite mesóclises. Repita comigo: 'mesóclises: evitá-las-ei!' 
 
23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha. 
 
24. Não abuse das exclamações! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!!!! 
 
25. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da ideia nelas 
contida e, por conterem mais que uma ideia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo 
acessível, forçam, desta forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes de forma 
a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, 
hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas. 
 
26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza. 
 
27. Seja incisivo e coerente, ou não. 
 
28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e 
estar causando ambigüidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar 
ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo 
este texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus 
amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando desta maneira 
irritante. 
 
29. Outra barbaridade que tu deves evitar chê, é usar muitas expressões que acabem por 
denunciar a região onde tu moras, lazarento!... nada de mandar esse trem... vixi... entendeu 
bichinho? 
 
30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá aguentar já que é 
insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar. 
 
Autor: Professor João Pedro da UNICAMP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
« Como é mesmo que dizia Riobaldo? Mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é 
isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas 
vão sempre mudando, tal como a linguagem. » 
(ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias. 15. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001, 
p.42.) 
 
EMENTA : Semiótica da comunicação: o que é comunicação. Estudo da linguagem, da 
língua, da fala e do discurso. Elementos da comunicação. Funções da linguagem. Língua 
falada e língua escrita. Tipos de discurso. Gêneros e tipologias textuais: leitura, análise e 
produção de textos. Coesão e coerência textuais. Elementos estruturais do texto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Como surgiu a nossa língua? 
 
Os romanos têm muita relação com nossa língua. Os antigos romanos habitavam um pequeno 
território chamado Lácio, uma planície que era constantemente atacada por povos vizinhos. 
Para defendê-lo, seus habitantes construíram cidadelas. Uma delas era Roma, que comandava um 
conjunto de cerca de trinta cidades. 
Os romanos falavam uma língua chamada latim. Havia um latim falado pelo povo (soldados, 
lavradores, comerciantes) que era o latim vulgar, e um latim escrito, usado pelas pessoas instruídas 
(oradores, poetas e escritores de Roma), denominado latim clássico. O latim vulgar não era muito 
elegante ou bem cuidado. 
O Império Romano foi muito poderoso durante séculos e conquistou quase todo o mundo 
conhecido da época. Por isso, a língua latina passou a ser o meio de expressão dos mais diversos povos. 
Obrigados a falar uma língua nova, os habitantes das regiões conquistadas misturavam a sua língua 
original com o latim e acabavam formando uma terceira língua. 
Entre as regiões conquistadas estavam a Península Ibérica, onde hoje se localizam Portugal e 
Espanha. O latim vulgar foi a língua predominante em toda a região. 
Como as regiões habitadas pelo Império Romano eram habitadas por povos diferentes, cada um 
com sua própria língua, diversos modos de falar o latim foram se estabelecendo. 
Com o tempo, o Império Romano foi entrando em decadência. Assim, os habitantes das 
províncias dominadas deixaram de ter contato com os de Roma e, por isso, o latim das províncias foi 
sofrendo transformações profundas. 
Os povos que invadiram as terras do Império Romano acabaram com as escolas nas quais se 
ensinava o latim e destruíram boa parte da cultura dos romanos. Mas não conseguiram impor suas línguas. 
Os árabes também dominaram a Península Ibérica e lá ficaram durante setecentos anos. 
O domínio árabe contribuiu para aumentar as diferenças entre as várias línguas que haviam se 
formado a partir do latim vulgar. Surgiram, assim, as línguas neolatinas ou românicas (línguas 
originárias do latim vulgar), como o português, o espanhol, o francês, o italiano e o romeno. 
O português é uma língua neolatina, pois originou-se do latim vulgar, o idioma falado pelos 
antigos habitantes do Lácio. 
(FERREIRA, Luiz Antônio. Lições de Gramática. 1999.) 
 
 As línguas modernas como a portuguesa, por exemplo, possuem cerca de 500 mil palavras, e o 
homem é capaz de aprender de 3500 a 4000 palavras ao longo da existência. A Língua Portuguesa é falada 
por aproximadamente 250 milhões de pessoas e é a sexta língua mais falada no mundo. 
 
 
 
 
6 
 
COMUNICAÇÃO 
 
O que é comunicação? 
 
 No final do século XIX, comunicação era troca, entendimento, compreensão, intercâmbio 
de mensagens; no século XX, esse conceito foi ampliado e comunicação passou a ser definida 
como troca, entendimento,compreensão, intercâmbio de mensagens entre seres da mesma 
espécie e atualmente é troca, entendimento, compreensão, intercâmbio de mensagens entre seres 
da mesma espécie desde que haja interação/colaboração/cooperação por parte do emissor (E) e do 
receptor (R). 
Então, podemos concluir que tudo é comunicação, pois ela é de fundamental importância 
na vida de todos os seres vivos. Todos os animais que vivem em sociedade utilizam a 
comunicação. As formigas e as abelhas, por exemplo, desenvolveram um sistema de 
comunicação essencial para a sobrevivência da espécie. A essa capacidade de se comunicar, 
damos o nome de linguagem e cada espécie possui uma linguagem própria. 
 A comunicação ocorre nas situações em que há intenção de comunicar algo a alguém 
causando uma reação ou um efeito sobre o outro. 
O interlocutor de um texto é o leitor/ouvinte a quem ele, o texto, dirige-se 
preferencialmente, ou, em outras palavras, é o leitor/ouvinte em quem pensa o autor no momento 
da produção de um texto. Há, para cada texto, não só um contexto, mas também um interlocutor 
preferencial. 
 
COMUNICAÇÃO → MENSAGEM → TEXTO → LINGUAGEM 
 
LINGUAGEM: A linguagem é a expressão do pensamento. Ela tem caráter universal porque é a 
capacidade que todos os seres vivos têm de trocar ou de compreender mensagens. A principal 
função da linguagem é garantir a comunicação. A linguagem não é uma faculdade específica do 
homem, já que outros animais podem estabelecer comunicação com seus semelhantes. Não 
devemos achar que existe uma comunicação entre os homens e os papagaios, pois o ser humano é 
o único animal capaz de criar e utilizar a palavra como meio de comunicação. Se assim o fosse, 
os papagaios poderiam sair do local onde vivem e ir para outros lugares e, lá chegando, 
estabelecer comunicação com outras pessoas ou com outros papagaios. Mesmo que sejam 
treinados para repetir algumas palavras, nunca seriam vistos conversando com outros papagaios 
ou com outras pessoas. 
É importante ressaltar que somente se comunicam seres da mesma espécie. Por exemplo, 
as abelhas comunicam ao enxame o local onde se encontra o néctar por meio de uma dança. 
Também os golfinhos modulam sons para comunicar entre si a aflição, a alegria, o apelo à ajuda. 
Existem dois tipos de linguagem: a verbal e a não verbal 
● Não verbal (simbólica): é aquela que não utiliza palavras. São exemplos de linguagem não 
verbal os sinais, os símbolos, as expressões faciais e corporais, os gestos, as cores, as imagens, os 
sons. 
● Verbal (sígnica): é aquela que utiliza sempre as palavras. É também conhecida como língua. 
Portanto, linguagem verbal ou língua são a mesma coisa. Os homens são os únicos seres dotados 
de linguagem verbal, ou seja, são os únicos seres capazes de se expressar por meio de palavras. 
A linguagem é a forma concreta por meio da qual o homem expressa os próprios 
pensamentos, sentimentos e ideologias. 
 
 
 
7 
 
LÍNGUA: é um conjunto de signos e de regras de combinação desses signos com a finalidade de 
externar um pensamento. A língua existe em estado potencial, pois está armazenada na memória 
dos falantes de uma coletividade. Sendo assim, ela é uma entidade abstrata e também social 
porque foi instituída ou imposta, ou seja, é um contrato social firmado e, como tal, deve ser 
obedecida e seguida. Nenhum usuário da língua pôde, em momento algum, opinar por meio de 
que idioma queria se comunicar. 
 A língua é uma consequência da evolução da linguagem, já que se trata de uma 
sistematização de elementos representativos (signos). 
 A língua é única, mas ela tem vários usos, pois dentro de uma unidade, há variações: 
regionais, faixa etária, sociais, econômicas, fatores interacionais (dependem da situação). 
 
Não te amo mais 
Estarei mentindo dizendo que 
Ainda te quero como sempre quis 
Tenho certeza de que 
Nada foi em vão 
Sinto dentro de mim que 
Você não significa nada 
Não poderia dizer mais que 
Alimento um grande amor 
Sinto cada vez mais que 
Já te esqueci! 
E jamais usarei a frase 
Eu te amo! 
Sinto, mas tenho que dizer a verdade 
É tarde demais... 
 
FALA: é a utilização da língua pelo falante a seu modo, ou seja, segundo as possibilidades dele. 
É a escolha pessoal que o indivíduo faz dos signos (palavras/vocábulos) da língua, para a 
expressão do pensamento. É um ato individual, já que cada pessoa tem uma maneira própria de se 
expressar. Consiste na emissão de determinados sons combinados de modo a transmitir 
significações a outras pessoas. Na fala, deixamos expressa nossa crença, nossa filosofia, nossa 
ideologia, nossa maneira de encarar o mundo ou determinada situação; enfim, nossa marca. 
Podemos afirmar que a fala é também concreta, pois é por meio dela que a língua se materializa e 
toma forma. 
 Cada indivíduo se apropria da língua de modo ímpar, ou seja, de maneira própria para se 
expressar, pois procura selecionar as formas de enunciação que melhor exprimam gostos e 
pensamentos. 
 
 
DISCURSO: O conceito de discurso é mais abrangente que o de fala, já que aquele compreende 
tanto a modalidade realizada oral (fala) quanto a realizada graficamente (escrita). Então, discurso 
é a apropriação da língua na modalidade falada (oral) ou escrita. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
O SENTIDO DAS PALAVRAS: DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 
 
 Dependendo do contexto em que se encontra, uma palavra pode ter uma significação 
objetiva, clara, comum a todos, ou seja, a palavra é empregada em sentido real. É o valor 
denotativo da palavra (sentido do dicionário) 
Exs.: 
O leão é o rei dos animais. 
Aquele garfo é de inox. 
O mel é produzido pelas abelhas. 
 
A mesma palavra, em outro contexto, pode sugerir outros significados, outras 
interpretações. É o valor conotativo da palavra. 
Exs.: Aquele homem é um leão. 
Aquele homem é um bom garfo. 
Iracema era a jovem índia dos lábios de mel. 
 
 
 
EXERCÍCIO 
 
Dê a significação que as palavras abaixo adquirem quando empregadas para atribuir sentido 
conotativo aos humanos. Escreva uma frase com sentido figurado para cada uma delas. 
 
a) rato: ________________________________________________________________________ 
 
b) cobra: ______________________________________________________________________ 
 
c) coruja: ______________________________________________________________________ 
 
d) toupeira: ____________________________________________________________________ 
 
e) gata: _______________________________________________________________________ 
 
f) víbora: ______________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
 
 Conforme dito anteriormente, todo ato de comunicação é um processo no qual estão 
envolvidos seis elementos: emissor, receptor, mensagem, código, canal e referente. 
 
EMISSOR: também conhecido como enunciador, codificador, fonte ou remetente, é quem 
elabora ou formula a mensagem ou toma a iniciativa de enviá-la. Pode ser individual ou coletivo. 
 
RECEPTOR: também conhecido como enunciatário, decodificador ou destinatário, é quem 
recebe a mensagem e pode tornar-se, em seguida, também um emissor (resposta). Pode ser 
individual ou coletivo, ouvinte ou leitor. 
 
MENSAGEM: também conhecida como enunciado, é o conteúdo das informações transmitidas. 
Mais especificamente, o conjunto de signos bem organizados ou não, mais claros ou menos 
claros, que o emissor envia ao receptor. 
 
CÓDIGO: é a linguagem verbal ou não verbal utilizada. Mais especificamente, um conjunto de 
signos e de regras de combinaçãodesses signos, as quais o emissor e o receptor devem conhecer 
muito bem para se comunicarem com eficiência. 
 
CANAL: é o meio concreto que possibilita a transmissão da mensagem. 
Canal visual: desenhos, imagens fixas ou animadas, escrita, etc. 
Canal sonoro: fala, música, ruídos, etc. 
 
REFERENTE: São o contexto, a situação e os objetos aos quais a mensagem remete. É a situação 
concreta ou real da mensagem, ou seja, é a concretização da mensagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1) Nas situações de comunicação abaixo, indique os elementos do processo. 
a) Pedro enviou um msn para Carla convidando-a para ir ao teatro. 
 ___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
 
b) A mãe liga para a filha e diz que vai chegar atrasada para o almoço. 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
 
c) Um brasileiro toma uma cerveja em um barzinho. Ao perceber que um gringo está olhando, 
dirige-se a este, aponta para a cerveja e diz: “Good”. 
 ___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
___________________________________________________________________________ 
 
d) Um motorista ultrapassa o sinal fechado. Do outro lado da rua, o guarda de trânsito aponta-lhe 
o sinal vermelho e notifica-o de que foi multado mostrando a ocorrência por escrito. 
____________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________ 
11 
 
 
NOME: _______________________________________________________________________ 
CURSO: ______________________________________________________________________ 
PERÍODO: ____________________________________________________________________ 
DATA: ___________________________ 
 (Folha separada) 
 2) Crie uma situação de comunicação e indique todos os elementos da comunicação. 
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
 Os textos, orais ou escritos, buscam sempre um efeito. Isso nos permite classificá-los com 
base nos elementos que eles destacam na situação de comunicação. De acordo com o elemento 
destacado, existe uma função presente na situação de comunicação. Portanto, se há seis 
elementos de comunicação, consequentemente, há seis funções de linguagem. São elas: 
 
1) Função emotiva ou expressiva: Está centrada no emissor, na 1ª pessoa (eu). Expressa os 
sentimentos, as emoções, a opinião, os julgamentos de quem fala em relação àquilo de que está 
falando.O texto é subjetivo (texto subjetivo é aquele centrado na 1ª pessoa, em que o emissor fala 
dos próprios sentimentos e emoções). 
 
Ex.: Como estou feliz hoje! 
 
2) Função conativa ou apelativa: Está centrada no receptor, na 2ª pessoa (tu/ você). É dirigida 
ao receptor com o objetivo de influenciá-lo a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa. Principais 
características: 
 
a) verbos no imperativo: 
Exs.: Beba coca cola. 
Compre batom. 
 
b) presença do pronome de tratamento “você”. 
Ex. Se eu fosse você, só usava Havaianas. 
 
c) presença dos pronomes possessivos “seu(s), sua(s)”. 
Ex.: Fusion, o carro que tem o seu estilo. 
 
3) Função poética: Está centrada na própria mensagem. Valoriza a informação pela forma como 
é veiculada. A função poética realça a elaboração da mensagem e caracteriza-se pela criação da 
linguagem. Percebe-se um cuidado especial na organização da mensagem por meio da exploração 
das figuras de linguagem, do ritmo e das sonoridades. 
Exs.: 
girafas 
 africanas 
 como meus avós 
 quem me dera 
 ver o mundo 
 tão do alto 
 quanto vós. 
 
“Quem cabritos vende, e cabras não tem, de algum lugar lhe vêm.” 
 
 4) Função metalinguística: Está centrada no código. Traz sempre uma explicação, 
procurando definir o que não está claro. Toda mensagem que fala sobre a própria linguagem é 
metalinguística. Metalinguagem é, portanto, a linguagem sobre a linguagem, a utilização da 
linguagem para esclarecer ou explicar o próprio código a alguém. 
Ex.: O que significa a palavra “televisão”? 
13 
 
 Trata-se de um vocábulo híbrido porque é constituído por dois radicais distintos: um grego e um 
latino: tele = a distância + visão = ver. Portanto, significa “visão a distância”. 
 
5) Função fática: Está centrada no canal ou apenas no contato. Ocorre quando o emissor deseja 
verificar se o canal de comunicação está funcionando. 
Ex.: “Alô, alô, marciano, aqui quem fala é da Terra!” 
 
6) Função referencial ou informativa: Centrada no referente ou no assunto. Ocorre toda vez 
que a mensagem faz referência a acontecimentos, fatos, pessoas, animais ou coisas, com o 
objetivo de transmitir informações. Nesta função, o objetivo é informar apenas. 
Exs.: O Sol é o centro do nosso sistema planetário. 
 O serviço de meteorologia prevê chuvas e queda de temperatura neste final de semana. 
 
OBS.: Numa mensagem, podem ser encontradas duas ou mais funções, porém, sempre haverá 
predominância de uma delas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
NOME: _______________________________________________________________________CURSO: ______________________________________________________________________ 
PERÍODO: ____________________________________________________________________ 
DATA: ___________________________ 
 
EXERCÍCIOS 
Identifique as funções de linguagem presentes nos textos abaixo: 
1) Impressão digital a olhos vistos: Vai chegar o dia em que você vai abrir portas com um 
simples olhar. É o que pretende a empresa americana Sensar, que criou um sistema de 
identificação pela íris. O processo começa com uma câmera que fotografa o olho em preto-e-
branco. Depois, computadores classificam as áreas escuras que aparecem na foto e criam uma 
espécie de código de barras para a íris. Na hora de identificar o dono do olho, o computador 
simplesmente puxa o código gravado e compara com a íris do indivíduo. A Sensar acredita que o 
novo sistema, chamado Irisdent, estará em uso em caixas eletrônicos até o final deste ano. Com a 
promessa de fazer identificações mais confiáveis até que as tradicionais impressões digitais. 
______________________________________________________________________________ 
 
2) – Pois é… 
- Então… 
- É fogo! 
- Ô. 
- Nem fale. 
- É! 
- Ô se é! ____________________________________________________________________ 
 
3) “(…) Acho, no entanto, que me falta inteligência para explicar essa imagem, mas não me 
falta emoção para sentir o remoto e silencioso fascínio de seus segredos. Por isso limito-me a 
fixar meus olhos neste quadro de Magritte e, sem saber o que dizer, atino tão-somente com um 
vago e contraditório sentimento de atração. (…) Prego mais uma vez meus olhos nesta imagem e 
revivo a impressão de que ela fita algum enigma em meu olhar e, sem achar expressão para meu 
desconcerto, deixo que estas palavras digam o que realmente sinto e não sei dizer.” 
______________________________________________________________________________ 
4) O essencial é saber ver 
Saber ver sem estar a pensar. 
Saber ver quando se vê. 
E nem pensar quando se vê 
Nem ver quando se pensa. _______________________________________________________ 
 
5) Em terra de olho quem tem um cego… Ih! Errei! _________________________________ 
 
6) O que significa “olhar vulpino”? 
– Significa “olhar de raposa”. __________________________________________________ 
15 
 
 
7) – Melhoral é melhor e não faz mal! ___________________________________________ 
 
8) – Alô, alô, responde! 
 – Ahn? Quem? 
 – Sei lá. _____________________________________________________________________ 
 
9) Na propaganda: “um filtro solar em que você poderá ser a musa dos próximos verões”, temos 
um exemplo de função de linguagem: 
a) ( ) referencial b) ( ) metalinguística 
c) ( ) fática d) ( ) emotiva 
e) ( ) apelativa 
10) A função conativa ou apelativa está centrada no receptor da mensagem e solicita a atenção 
dele. É uma função muito utilizada nas propagandas por meio do uso de verbos no imperativo, 
usos do pronome possessivo ou do pronome de tratamento “você”. Abaixo, encontramos alguns 
dos mais conhecidos slogans; assinale os que apresentam função conativa: 
a) Um diamante é para sempre. ( ) 
b) Deu duro, tome um Dreher. ( ) 
c) Knorr é melhor. ( ) 
d) Põe na Cônsul. ( ) 
e) Fogos Caramuru não dão chabu. ( ) 
f) Abuse, use C&A. ( ) 
g) O Itaú está onde você precisa. ( ) 
h) Costurar é um ato de amor. ( ) 
i) Legítimas, só Havaianas. ( ) 
j) Se eu fosse você, só usava Valisère. ( ) 
k) Se a marca é Cica, bons produtos indica. ( ) 
l) Os elogios são para você. ( ) 
m) Dá o branco que a sua família merece. ( ) 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
RUÍDOS 
 
Problemas gerais da comunicação 
 
 Tudo o que interfere positiva ou negativamente na transmissão de uma mensagem é 
considerado ruído. São geralmente causas de ruído: a má transmissão do emissor, a falta de 
atenção do receptor, o conhecimento insatisfatório do código. 
 
 a) Tipos de comunicação: unilateral e bilateral 
 
 A comunicação unilateral é estabelecida de um emissor para um receptor, sem alternância 
ou troca de papéis. Por exemplo, um professor durante uma aula expositiva, um aparelho de 
televisão, um cartaz numa parede difundem mensagens sem receber resposta. 
 Já a comunicação bilateral se estabelece quando o emissor e o receptor alternam seus 
papéis. É o que ocorre durante uma conversa, um bate-papo, em que há intercâmbio de 
mensagens. 
 Certos organismos, limitados, pela própria essência, à difusão (jornais, rádio, televisão, 
por exemplo), tentam, às vezes, estabelecer intercâmbio de mensagens com os destinatários, mas 
isto só lhes é possível por intermédio de um novo canal de comunicação: correio ou telefone (por 
exemplo, a rubrica “cartas dos leitores” nos jornais ou revistas, ou as perguntas feitas por telefone 
durante certos programas radiofônicos). 
 Cabe dizer, também, que a mensagem proveniente de um emissor pode ser recebida por 
diferentes receptores e, para cada um deles, tomar um sentido ou um valor diferente, de acordo 
com suas respectivas situações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E 
 
R R R R R 
DIFUSÃO 
 
E R E R E 
R E R E R 
INTERCÂMBIO 
E = emissor 
R = receptor 
17 
 
 
b) Ruído e redundância 
Pelo termo ruído, designa-se tudo o que afeta, em graus diversos, a transmissão da 
mensagem: voz muito baixa ou encoberta pela música, falta de atenção do receptor, erros de 
codificação, etc. O termo ruído não se refere apenas a uma perturbação de ordem sonora, 
aplicando-se tanto à comunicação visual (uma mancha numa folha de papel ou numa tela, um 
erro de digitação ou datilográfico são “ruídos”), quanto aos outros tipos de comunicação. Um 
ruído, no sentido corrente do termo, pode também não ser uma perturbação, mas constituir em si 
mesmo uma mensagem (aplausos). 
 O ruído pode provir. 
 - do canal de comunicação (“parasitas” em geral); 
 - do emissor ou do receptor; 
 - da mensagem (insuficientemente clara) ou do código (mal adaptado à mensagem). 
 Para combater os riscos de perturbação na transmissão das mensagens faladas ou escritas, 
a língua tem mecanismos paliativos – as redundâncias. Considera-se como redundante todo 
elemento da mensagem que não traz informação alguma nova. Por exemplo, o texto de um 
telegrama é despojado de toda informação supérflua (exemplo: em “enviamos remessa 
imediatamente”, acrescentar “nós” seria redundante, uma vez que a primeira pessoa do plural já 
está indicada na terminação – amos do verbo). A economia da mensagem exige a supressão das 
redundâncias. No entanto, uma mensagem sem redundância torna-se muito densa para ser 
recebida e compreendida. Avalia-se em 50% a porcentagem média de redundância das línguas: 
vale dizer, numa mensagem, 50% das informações são inúteis, mas estas redundâncias 
compensam as perdas de informações causadas pelos ruídos (por exemplo, um emissor 
compensará a surdez parcial de seu interlocutor – o que constitui um “ruído” – levantando a voz – 
o que constitui uma redundância sonora). 
 A redundância se manifesta de diversas formas: 
 - sintáticas (“nós chegamos”: redundância da marca de pessoa); 
 - gestuais (é redundante unir o gesto à palavra); 
 - tonais (uma entonação característica acompanhando uma frase exagerada, como “ele 
está morto de fome!” é redundante); etc. 
 
 
 
 
 
18 
 
LÍNGUA – NORMAS CULTA E COLOQUIAL 
 
A língua, conforme já visto, é um código de que se serve o homem paraelaborar mensagens, 
com o objetivo de se comunicar. Existem basicamente duas modalidades de língua, ou seja, duas 
línguas funcionais: 
1 – Língua culta ou língua-padrão: é a língua vernácula, ou da Nação. Ela obedece ao padrão 
culto, ou seja, segue as regras ditadas pela Gramática Normativa. É utilizada pelo segmento mais 
culto e influente de uma sociedade (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas, etc.). Essa 
modalidade deve ser preservada porque assegura a unidade da língua nacional. É justamente em 
nome dessa unidade, tão importante do ponto de vista político e cultural, que é ensinada nas 
escolas e difundida nas gramáticas. 
2 – Língua popular, cotidiana ou coloquial: É mais espontânea, mais criativa, mais dinâmica, 
mais expressiva e bem menos presa às regras gramaticais. Apresenta altos níveis de variação 
(social, cultural, econômica, geográfica, etc.). 
Para viver, é preciso conhecer a língua popular com sua espontaneidade, criatividade, 
dinamismo e expressividade; para conviver, é preciso conhecer a língua culta. A língua 
coloquial garante vivência, a culta garante convivência. 
 
 
LÍNGUA ESCRITA (NORMA CULTA) E LÍNGUA FALADA (NORMA COLOQUIAL) 
 
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos econômica, não dispõe de recursos 
próprios da língua falada. Existem sociedades ágrafas, ou seja, aquelas em que não existe a língua 
escrita, mas sim somente a falada. 
 A acentuação (relevo da sílaba ou sílabas), a entoação (melodia da frase), as pausas 
(intervalos significativos no decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, olhares, 
piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade mais expressiva, mais criativa, mais 
espontânea e natural, estando, por esse motivo, mais sujeita a transformações/modificações. 
 Nenhuma, porém, se sobrepõe a outra em importância. Cabe à escola ensinar as duas 
modalidades, mostrando as características e as vantagens de uma e de outra, sem deixar 
transparecer nenhum caráter de superioridade ou inferioridade, já que, na verdade, não existe. 
Isso não significa dizer que se deve admitir tudo na língua falada, pois a nenhum povo interessa a 
multiplicação de línguas; a nação alguma interessa o surgimento de dialetos, consequência 
natural do enorme distanciamento entre uma modalidade e outra. 
 A língua escrita é, foi e sempre será mais elaborada que a língua falada, porque é a 
modalidade que mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a que faz o pensamento 
atravessar o espaço e o tempo. 
 É importante salientar que a norma a ser empregada deve variar de acordo com a 
situação em que se desenvolver o discurso, ou seja, o ambiente sociocultural determina o nível da 
língua que deverá ser utilizado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a entoação variam, 
segundo esse nível. 
 Portanto, na escrita, deve sempre prevalecer o padrão culto; na fala, o nível coloquial pode 
ser empregado, dependendo da situação de comunicação. 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
O CONCEITO DE ERRO EM LÍNGUA 
 
 Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto em ortografia; o que se comete, 
normalmente, são transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do 
discurso, diz: “Ninguém deixou ele falar”, não comete propriamente erro, mas transgressão da 
norma culta. Um repórter, ao cometer uma transgressão na fala, transgride tanto quanto um 
indivíduo que comparece a um jantar trajando bermuda e camiseta. O que deve ser levado em 
consideração é o momento do discurso que pode ser íntimo, neutro ou solene. 
O momento íntimo é aquele em que as falas são livres e descontraídas: em casa com os 
parentes, em reuniões com os amigos ou qualquer outra situação de informalidade em que os 
interlocutores estão livres para falar. 
Exs.: 
Eu não vi ela hoje. 
Eu lhe amo. 
Não assisti o futebol. 
Deixe eu ver isso. 
Entrou e saiu do ônibus. 
Nos momentos neutros, deve prevalecer a língua-padrão, que á a língua da Nação, como 
forma de respeito. O momento neutro é o utilizado nos meios de comunicação de massa (rádio, 
televisão, jornais, revistas). Eis por que a transgressões não são admitidas. 
Nesse momento, as construções devem ser: 
(Eu) Não a vi hoje. 
Eu o/a amo. 
Não assisti ao futebol. 
Deixe-me ver isso. 
Entrou no ônibus e saiu dele. 
 
O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poética, caracterizado por momentos de 
rara beleza. Em se tratando de arte, tudo é permitido, eis o que designamos de “licença poética”. 
Ex.: 
“Toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro fino, de longe eu avistava a figura de um menino, 
que corria, abria a porteira, depois vinha me pedindo: „Toque o berrante seu moço e é pra mim 
ficar ouvindo‟.” 
 
GÍRIA: Ao contrário do que muitos pensam, a gíria não constitui um flagelo da língua. O mal 
maior da gíria reside na adoção dela como forma permanente de comunicação, desencadeando 
um processo não só de esquecimento, como de desprezo do vocabulário oficial. Usada no 
momento certo, porém, a gíria é um elemento da língua que denota expressividade e revela 
grande criatividade, desde que, naturalmente, adequada à mensagem, ao receptor e ao meio. 
Ainda que criativa e expressiva, a gíria só é admitida na língua falada. A língua escrita não a 
tolera, a não ser na reprodução da fala de determinado meio ou época, cuja intenção é apenas 
documentar um fato, ou em casos especiais de comunicação entre amigos, familiares, 
caracterizada pela língua informal. 
 
JARGÃO: É a gíria das profissões. Visa à precisão técnica e normalmente aparece também na 
forma escrita: juridiquês, informatiquês, pedagogês, tecnologês. 
 
 
 
20 
 
O QUE É TEXTO? 
 
A palavra texto vem do latim TEXTUS e significa tecido. Sem dúvida alguma, a 
palavra texto é familiar a qualquer pessoa, mas não há como falar do que seja um texto sem 
ter uma ideia do que é a significação e do que é a linguagem. 
Não existe texto inocente, ou seja, todo texto tem uma intenção: expressar uma 
opinião, informar algo, apresentar um assunto, contar uma história. A essa intenção chama-
se intenção comunicativa ou intenção discursiva. 
Quanto à linguagem, nós a consideramos como uma ação constitutiva e 
transformadora que o homem estabelece com a realidade natural e social. Para observar de 
que modo a linguagem funciona, utilizamos o ponto de vista da Análise do Discurso (AD), 
cuja característica fundamental consiste em trabalhar com os processos que constituem os 
fatos da linguagem e não somente com os produtos já prontos desse processo. 
Os processos básicos da constituição do sentido são a paráfrase e a polissemia. 
Qualquer uso da linguagem está marcado pela tensão entre esses dois processos. A 
paráfrase é o processo pelo qual se diz (e entende-se) a mesma coisa com palavras 
diferentes. A polissemia é a possibilidade de dizerem-se (e entenderem-se) coisas 
diferentes. Por exemplo, quando pedimos ao aluno para que ele reproduza o que o autor 
disse no texto, estamos valorizando a paráfrase; quando pedimos que ele interprete 
livremente, segundo as próprias ideias, estamos enfatizando a polissemia. 
 
DEFININDO TEXTO 
 
 “Texto é toda a construção cultural que adquire um significado devido a um sistema 
de códigos e invenções: um romance, uma carta, uma palestra, um quadro, uma foto, uma 
tabela são atualizações desses sistemas de significados, podendo ser interpretados como 
textos” (PLATÃO & FIORIN. Lições de texto. p.25). 
 Podemos considerar um conjunto de palavras um texto? Se as palavras estiverem 
ordenadas numa sequência de modo que transmitam uma mensagem e que o conjunto de 
frases que formou o texto é afim com o códigoutilizado pelos falantes e ouvintes, numa 
certa situação espaço-temporal e com certas finalidades, sim. Ou seja, não é possível falar 
que um conjunto de frases é um texto se este conjunto não mantém relações entre si e com a 
situação em que são produzidas. Então, o que um texto significa, tem a ver, 
necessariamente, com a situação com a qual as sequências linguísticas estão relacionadas. 
No entanto, é possível constatar que não é só a situação imediata que é constitutiva do 
sentido de um texto. As condições histórico-sociais e ideológicas são também elementos da 
situação discursiva e constituem as chamadas condições de produção do discurso, nas quais 
se produz um texto. 
 Concluindo, podemos dizer que texto é um todo significativo que, 
independentemente da sua extensão, transmite uma mensagem, já que um texto pode ser 
constituído por uma palavra, uma frase, ou uma sequência de várias frases. Ainda podemos 
definir texto como uma unidade global de sentido. O que define um texto não é a sua 
extensão, mas o fato de ele ser uma unidade de sentido em relação à situação (contexto). 
 
 
 
 
21 
 
Para se entender um texto na sua totalidade, três conhecimentos têm que ser 
acionados: 
● Conhecimento linguístico (domínio do léxico: vocabulário de uma língua) 
● Conhecimento textual (diz respeito ao gênero textual) 
● Conhecimento prévio, de mundo ou repertório 
Contexto: São as condições de produção de um texto. No momento da interpretação de um 
texto, considerar o contexto é de suma importância. 
 Além dos três conhecimentos citados acima, também dois níveis têm de ser levados 
em consideração, já que a leitura de um texto exige o domínio desses dois níveis de 
entendimento: São eles: 
 
I – Nível horizontal (ou superficial): o leitor compreende os significados explícitos, as 
relações sintáticas entre as palavras, entre as frases e entre os parágrafos; os significados 
das palavras no contexto, os marcadores temporais, espaciais e lógicos; enfim, os 
significados mais gerais do texto. 
II – Nível vertical (ou profundo): o leitor torna explícitos os significados implícitos. Nesse 
nível, o leitor interpreta o que não é dito, mas apenas sugerido: as intenções do autor, os 
significados não intencionais, os sentimentos expressos veladamente, as ambiguidades – em 
suma, estabelece relações mais profundas entre as partes do texto e entre o texto e o 
contexto (situação). 
→ leitura horizontal: constatação 
↓ leitura vertical: interpretação 
 
Chamaremos o nível horizontal de constatação e o vertical de interpretação. Esses 
dois níveis são interdependentes: o leitor poderá enganar-se na interpretação de uma 
passagem, se constatar incorretamente, por exemplo, o significado de uma palavra. 
 
Conforme definimos, texto é uma manifestação linguística produzida por alguém, 
em alguma situação concreta – contexto –, com determinada intenção. 
O que dá sentido a um texto é a combinação destes fatores: o linguístico, o 
contextual e o intencional. 
 
Exs.: Mulher seca / Mulher enxuta. 
 Toalha seca / toalha enxuta. 
 
Podemos dizer que o contexto é constitutivo do sentido 
 
No momento da interpretação, é muito importante levar-se em consideração o 
contexto. Em alguns casos, se não o conhecermos, estaremos simplesmente 
impossibilitados de compreender a intenção do autor ao produzir um texto. 
Outro importante aspecto deve ser considerado ao falarmos em texto: ele é sempre 
dirigido a alguém, ou seja, a situação de produção de um texto supõe a existência de um 
interlocutor a quem ele se dirige. 
 
 
22 
 
Método Indutivo X Método Dedutivo: 
 
O método indutivo parte do particular para o geral, ou seja, começa com exemplos e 
termina com a ideia geral, ou seja, a indução é um tipo de raciocínio que caminha do 
registro de fatos particulares para chegar à conclusão ampliada que estabelece uma 
proposição geral. Exemplo: ”Cobre conduz energia (premissa). Ouro conduz energia.” 
(premissa). Ferro conduz energia (premissa). Conclusão: Todo metal conduz energia.” 
Indução é, pois, um processo mental que, partindo de dados particulares, estabelece uma 
verdade geral, não contida nas partes examinadas. 
O argumento indutivo conduz a conclusões prováveis. Portanto, exige reflexão para 
não se cair em sofisma (Há raciocínios que são válidos apenas aparentemente, uma vez que 
partem de premissas tidas como verdadeiras; daí levarem a conclusões ilógicas. Se as 
premissas não são verdadeiras, não se pode chegar a uma conclusão verdadeira. Esses 
argumentos são denominados sofismas). 
Exemplos: 
 1) Gato são duas sílabas. 
 O gato mia. 
 Logo, duas sílabas miam. 
 2) A bolacha é feita de água e sal 
 O mar é feito de água e sal. 
 Portanto, o mar é um enorme bolachão. 
 
No raciocínio indutivo: 
 Se as premissas são verdadeiras, a conclusão provavelmente será verdadeira, 
mas não necessariamente verdadeira. 
 A conclusão encerra informação que não constava das premissas. 
DEDUÇÃO 
O método dedutivo parte do geral para o particular, ou seja, começar pela ideia geral 
e terminar com exemplos. Aqui, o raciocínio procede de modo contrário ao anterior. Parte-
se de uma verdade estabelecida (geral) para provar a validade de um fato particular. 
Caminha-se da causa para o efeito. Exemplo: “Todo homem é inteligente (premissa maior). 
Fulano é homem (premissa menor). Fulano é inteligente” (conclusão). 
 No raciocínio dedutivo: 
 Se as premissas são verdadeiras, a conclusão só pode ser verdadeira. 
 As informações contidas na conclusão já estavam implícitas nas premissas. 
 
 
 
 
23 
 
GÊNEROS E TIPOLOGIAS TEXTUAIS 
Gêneros textuais são tipos específicos de texto de qualquer natureza, 
literários ou não. Tanto na forma oral como na escrita, os gêneros textuais são 
caracterizados por funções específicas e organização retórica mais ou menos 
típica. São reconhecíveis pelas características funcionais e organizacionais que 
exibem e pelos contextos onde são utilizados. Gêneros textuais são formas de 
interação, reprodução e possível alteração social que constituem ao mesmo tempo, 
processos e ações sociais e envolvem questões de acesso (quem usa quais textos) 
e poder. 
Uma das habilidades relacionadas à leitura refere-se ao conhecimento do 
gênero textual ou gênero discursivo. 
É importante desenvolvermos a consciência de como a linguagem se 
articula em ação humana sobre o mundo, constituindo-se assim em gênero textual. 
A formação de um leitor crítico envolve o conhecimento das relações sociais, 
formas de conhecimento veiculadas por meio de textos em diferentes situações de 
interação, a interação escritor-texto-leitor, a pluralidade de discursos e as 
possibilidades de organização do universo. 
Podemos falar em gêneros variados que vão do cartão-postal e do telegrama 
ao texto científico e conto, fábula, anedota, poema, cartaz, crônica, e-mail, 
receita, manual, ofício, charge, etc. 
São textos que circulam no mundo, que têm uma função específica, para um 
público específico e com características próprias. Aliás, essas características 
peculiares de um gênero discursivo nos permitem abordar aspectos da 
textualidade, tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, técnicas de 
argumentação e outros aspectos pertinentes ao gênero em questão. Os gêneros são 
como processos e ações sociais. São processos por estarem intimamente 
relacionados ao social, ou seja, se há mudanças sociais, por conseguinte, há 
alterações na constituição do gênero, por não serem entidades prontas e acabadas. 
São ações sociais por promoverem modificações no mundo, na realidade, isto é, 
por meio dos gêneros são realizadas ações, coisassão feitas causando, com isso, 
mudanças de estado. 
Os gêneros são língua em uso, são língua viva, são instrumentos de 
comunicação. 
Como são instrumentos de comunicação indispensáveis, todas as pessoas 
usam gêneros para se comunicar. O fato de todas as pessoas dominarem pelo 
menos alguns gêneros, dá uma base para que elas possam aprender outros e mais 
outros, de forma infinita. 
A apropriação de gêneros é um mecanismo fundamental de socialização, de 
inserção prática nas atividades comunicativas humanas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
A fim de simplificar o entendimento de diversos estudos em torno desse 
assunto, foi criado o quadro abaixo, pautando-se no estudo de Luiz Antônio 
Marcuschi. 
 
Tipos textuais Gêneros textuais 
Designam uma sequência definida pela 
natureza linguística de sua composição. 
São observados aspectos lexicais, 
sintáticos, tempos verbais, relações 
lógicas. 
São os textos materializados encontrados 
em nosso cotidiano. Esses apresentam 
características sociocomunicativas 
definidas por seu estilo, função, 
composição, conteúdo e canal. 
♣ Descrição 
♣ Narração 
♣ Dissertação: argumentativa 
(argumentação com o objetivo de 
convencer), e expositiva ou opinativa 
(exposição de uma ideia sem tentativa de 
convencimento) 
♣ Injunção (texto apelativo) 
♣ Informativo ou explicativo 
♣ Poético 
 
♣ Carta pessoal 
♣ Bilhete 
♣ Diário pessoal 
♣ Agenda 
♣ Anotações 
♣ Romance 
♣ Resenha 
♣ Blog 
♣ E-mail 
♣ Bate-papo (Chat) 
♣ Orkut, MSN, Facebook 
♣ Videoconferência 
♣ Fórum 
♣ Aula expositiva, virtual 
♣ Reunião de condomínio 
♣ Debate 
♣ Entrevista 
♣ Lista de compras 
♣ Piada 
♣ Sermão 
♣ Cardápio 
♣ Horóscopo 
♣ Manual de instruções de uso 
♣ Inquérito policial 
♣ Telefonema 
♣ Receitas 
♣ Bulas de remédio, etc. 
♣ Histórias em quadrinhos (HQ) 
 
De acordo com o quadro acima, percebe-se que não existe gênero que não 
tenha tipo(s) textuais; todo gênero, materializado em alguma configuração textual, 
virá, por conseguinte, „encarnado‟ em uma ou mais sequências tipológicas. 
 
 
 
 
 
25 
 
TIPOLOGIAS TEXTUAIS 
 
Os textos variam conforme as intenções do autor, podendo ser descritivos, 
narrativos, informativos ou explicativos, dissertativos ou argumentativos, 
injuntivos ou apelativos e poéticos. 
Raramente um texto é construído com as características de um só tipo. O mais 
comum é encontrarmos os vários tipos em um só texto. A esse fenômeno, damos o 
nome de texto misto (aquele em que as tipologias aparecem mescladas). 
 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS TIPOLOGIAS TEXTUAIS 
Resumo 
1) DESCRIÇÃO – (texto descritivo). Descrever é caracterizar pessoas, animais, 
objetos, situações, lugares, por meio de adjetivos, verbos de estado (de ligação) 
metáforas e comparações. O texto descritivo é estático, isto é, não possui ações. 
Também não obedece a uma estrutura; ele, geralmente, está contido numa outra 
tipologia, por exemplo, num texto narrativo, informativo, poético, etc. Os verbos de 
ação, quando utilizados, devem ser flexionados no pretérito imperfeito do modo 
indicativo. 
 
2) POÉTICO – (Função de linguagem presente: Poética). Texto estruturado em 
forma de poesia; valoriza a forma, explora rimas, sonoridade, métrica, figuras de 
linguagem. Presente nos textos literários, poesias de modo geral, letras de músicas, 
parlendas, trava-línguas, provérbios, slogans. 
 
3) INJUNTIVO ou APELATIVO – (Função de linguagem presente: Conativa ou 
Apelativa). Texto presente nas propagandas, busca sensibilizar o interlocutor por meio 
da persuasão (elemento fundamental nesta tipologia), apelando para os sentimentos e 
emoções do interlocutor, cujo objetivo é vender uma ideia ou um produto. 
São características desta tipologia: 
- Pronome de tratamento “você” Ex.: UNIMED: o plano de saúde que você merece. 
- pronome possessivo “seu(s)”, “sua(s)” Ex.: “Omo, o sabão que dá o branco que sua 
família merece.” 
- verbos no imperativo (modo verbal que designa ordem, desejo, convite). Ex.: 
Venha nos conhecer e seja nosso cliente. 
 
4) INFORMATIVO ou EXPLICATIVO – (Função de linguagem presente: 
Referencial, informativa, ou explicativa) Como o próprio nome diz, tem a função de 
informar algo a alguém. Está presente nos textos de jornais, revistas, livros didáticos, 
trabalhos científicos, bulas de remédio, manuais de instrução. 
 
 
 
26 
 
 
5) NARRAÇÃO – (texto narrativo). Os textos narrativos têm a função de narrar, 
contar, relatar um fato, um acontecimento (real ou não) numa sequência temporal linear, 
possui uma estrutura (introdução, desenvolvimento: complicação e clímax, desfecho ou 
conclusão), possui elementos: personagem, tempo, espaço, enredo, conclusão) e foco 
narrativo: 1ª ou 3ª pessoa. A narração, ao contrário da descrição, é um texto dinâmico, 
então, por essa razão, possui verbos de ação flexionados no pretérito perfeito do modo 
indicativo. 
 
6) DISSERTAÇÃO – (texto dissertativo: núcleo é a ideia). Esta tipologia 
caracteriza-se pela “defesa de uma opinião” com ou sem o objetivo de convencer 
(elemento presente nas dissertações que leva o interlocutor a refletir, por meio de um 
raciocínio, sobre o ponto de vista defendido pelo autor do texto). Existem dois tipos de 
dissertação: a opinativa ou expositiva: esta não tem a intenção de convencer o 
interlocutor e a argumentativa: esta trabalha com o convencimento, portanto, busca 
convencer o interlocutor. O convencimento ocorre por meio de argumentos 
(argumentum: palavra de origem latina que significa “fazer brilhar ou cintilar uma 
ideia”). A estrutura desta tipologia compreende: introdução ou apresentação, 
desenvolvimento ou argumentação, desfecho ou conclusão. Os verbos devem estar 
flexionados no presente do modo indicativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
TEXTO DESCRITIVO 
No texto descritivo, a intenção do autor é a de caracterizar (por meio de 
adjetivos), apresentar aspectos ou atributos dos seres (imaginários ou reais, animados ou 
inanimados) retratados. Estilisticamente, as figuras de linguagem que predominam são 
as metáforas e as comparações. Linguisticamente, são os substantivos acompanhados de 
adjetivos. Normalmente, os verbos estão no pretérito imperfeito do indicativo ou são 
verbos de ligação. O texto descritivo pode ser comparado a uma fotografia, com a 
diferença de que, aquela utiliza a imagem e este, a palavra. 
 Quando se descreve apenas um ser, o texto pode ser estruturado num único 
parágrafo. E quando se descrevem pessoas, a descrição pode também incluir uma parte 
psicológica. 
 A boa descrição consiste em descrever tão fiel e perfeitamente algo que nem se 
faz necessário citar o que foi descrito. 
Ex.: “Era grande, branco, com crina brilhante de vento e luz, caída sobre o pescoço 
firme. As patas pisavam duras e elegantes, os cascos negros. O peito de músculos 
avançava com a certeza de um deus. Os olhos grandes, brilhantes, belos, revelavam a 
raça dele.” 
 (VASCONCELOS, J. M. Coração Dourado. 1972, p.72) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
NOME: __________________________________________________________________ 
CURSO: __________________________________________________________________ 
PERÍODO: ________________________________________________________________ 
DATA: _________________________ 
(Folha separada) 
EXERCÍCIOS 
1)O texto abaixo é descritivo. Justifique por quê citando os elementos dessa tipologia. 
Para cada elemento, retire um exemplo do texto. 
A grama era bem-aparada e nela destacava-se o bico-de-papagaio em tons de 
vermelho e verde. Marias-sem-vergonha vibravam todas as cores delas ao redor do 
jardim. 
À esquerda, rosas vermelhas com bordas amarelas como o sol, degradês de rosa 
e estranhos tons azulados como o céu. 
À direita ficava o caramanchão, de onde se observavam as uvas verdes e as 
amoras roxas. 
 
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
TEXTO INJUNTIVO OU APELATIVO 
 (Função de linguagem presente: Conativa ou Apelativa). A palavra injunção significa 
“ordem formal, imposição, exigência”. Uma das formas verbais do texto injuntivo é o modo 
imperativo. Os textos injuntivos exemplificam o uso da linguagem na função apelativa (ou 
conativa). 
Exs.: Beba coca-cola. 
Compre batom, coma batom! 
Vem pra Caixa você também! 
UNIMED, o plano de saúde que tem o atendimento que a sua família merece! 
 
TEXTO POÉTICO 
 (Função de linguagem presente: Poética) No texto poético, o objetivo é a própria 
construção da mensagem. O texto poético valoriza sons, ritmos e a variedade de sentidos. 
Podemos encontrar textos poéticos narrativos, descritivos, apelativos ou injuntivos, como 
algumas mensagens publicitárias. 
 
 
SONETO DE SEPARAÇÃO 
 
De repente do riso fez-se o pranto 
Silencioso e branco como a bruma 
E das bocas unidas fez-se a espuma 
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. 
 
De repente da calma fez-se o vento 
Que dos olhos desfez a última chama 
E da paixão fez-se o pressentimento 
E do momento imóvel fez-se o drama. 
 
De repente, não mais que de repente 
Fez-se de triste o que se fez amante 
E de sozinho o que se fez contente. 
 
Fez-se do amigo próximo o distante 
Fez-se da vida uma aventura errante 
De repente, não mais que de repente. 
 
(MORAES, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986, 
p. 226-227.) 
30 
 
TEXTO INFORMATIVO OU EXPLICATIVO 
(Função de linguagem presente: Referencial ou Informativa) É aquele tipo de texto 
presente em jornais (texto de imprensa), revistas, livros didáticos, trabalhos científicos, 
relatórios. Como o próprio nome diz, tem a função de informar o leitor sobre algum 
acontecimento. 
O texto informativo deve ter uma linguagem objetiva e não se confunde com os 
textos de natureza artística ou literária. Procura transmitir conhecimentos ou analisar um 
fenômeno ou uma teoria. 
Ex.: CADERNO TRAZ NOVO DICIONÁRIO DE IDEIAS FEITAS 
Quatorze intelectuais apontam os principais clichês do discurso atual, inspirados no 
Dicionário de idéias feitas, do escritor francês Gustave Flaubert (1821 – 1880). Entre 
os principais lugares-comuns, estão: “Fome Zero”, “globalização”, neoliberalismo”, 
e “retomada do cinema brasileiro”. 
 (Folha de S. Paulo, 21/9/2003) 
Aplicação das diferentes formas de composição deste tipo de texto 
EDITORIAL 
1. Conceito: O editorial veicula a opinião do jornal ou, mais especificamente, da direção 
do órgão jornalístico. Consiste em um comentário sobre o mais importante fato noticiado, 
seja anteriormente, seja na mesma edição ou até mesmo em outro jornal ou meio de 
comunicação. 
 
2. Características: Tem caráter opinativo, e, assim, aproxima-se da dissertação, pela 
exposição de opinião; distingue-se da notícia, que veicula informação. Por representar a 
opinião da direção do jornal, geralmente não traz assinatura e deve adotar um tom, quanto 
possível, impessoal. 
3. Estruturação: O editorial, por ter caráter dissertativo, estrutura-se nas três partes 
fundamentais: introdução, explanação, desenvolvimento ou argumentação e conclusão ou 
fecho. A introdução não deve ser longa; deve ser breve, clara, instigante para chamar a 
atenção do leitor. A explanação deve ser concatenada, lógica, organizada, levando à 
conclusão do texto. 
Características do texto jornalístico: Uma notícia ou reportagem costuma ser dividida 
em três partes: manchete ou título, primeiro parágrafo e restante da notícia. 
a) Manchete ou título: Tem o objetivo de tentar despertar o interesse do leitor pela 
leitura. É uma mensagem condensada, rápida e, muitas vezes, surpreendente; 
destaca-se graficamente do resto da notícia, pois vem sempre em letras maiúsculas, 
em negrito e centralizada. 
b) “olho” da notícia: Vem logo abaixo do título. Frase de impacto que tem a função de 
criar no leitor interesse pela notícia, por meio de uma síntese dela. Distingue-se do 
título por apresentar um tamanho de letra menor, em geral, em estilo itálico. Isso faz 
com que também se diferencie do corpo do texto, já que este aparece num tamanho 
ainda menor. 
Nem todas as notícias possuem “olho”. 
 
 
31 
 
 
c) Lide (lead): É o primeiro parágrafo da notícia e o mais importante. Caracteriza-se 
por: 
- conter as primeiras informações; 
- ser breve: apenas um parágrafo; 
- responder às perguntas: QUEM? O QUÊ? QUANDO? ONDE? POR QUÊ? COMO?; 
- citar o local de origem da notícia, quando esta não for local. 
O redator da notícia deve resumir os fatos no primeiro parágrafo (lide) com o cuidado 
de manter o interesse do leitor pelo resto da coluna. Portanto, seleciona os elementos mais 
importantes para o lide. 
d) Sublead: pode aparecer ou não (2º parágrafo) 
e) Restante da notícia: é tudo o que vem depois do primeiro parágrafo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
NOME: __________________________________________________________________ 
CURSO: __________________________________________________________________ 
PERÍODO: ________________________________________________________________ 
DATA: ________________________________ 
 
(Folha separada) 
 
EXERCÍCIO 
Selecione uma notícia de jornal que contenha todos os elementos citados acima. Em 
seguida, indique-os. No lide, identifique todos os elementos: 
QUEM? 
 
O QUÊ? 
 
QUANDO? 
 
ONDE? 
 
POR QUÊ? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
TEXTO NARRATIVO 
No texto narrativo, a intenção do autor é a de narrar/relatar/contar fatos, 
acontecimentos reais ou imaginários que se sucedem no tempo (sequência linear), 
envolvendo personagens e ação. 
a) A estrutura da narração é: 
- INTRODUÇÃO 
- DESENVOLVIMENTO: → complicação: recurso utilizado pelo narrador para 
prender a atenção do leitor, e as tensões provenientes dessa situação de desequilíbrio 
devem aumentar gradativamente até atingir o clímax. 
 → clímax: é o ponto máximo do conflito, o momento decisivo. As novelas ou filmes 
a que assistimos, por exemplo, fazem sucesso porque apresentam diversos conflitos 
que se desencadeiam até alcançar o clímax. 
- CONCLUSÃO OU DESFECHO: é o final da narrativa. 
Normalmente, os verbos estão no pretérito perfeito do indicativo. 
b) Os elementos da narração são: 
- Personagem(ns): QUEM? 
- Tempo: QUANDO? 
- Espaço ou lugar: ONDE? 
- Enredo: COMO?/QUAL A HISTÓRIA QUE SE CONTA? 
- Desfecho ou Conclusão: POR ISSO. 
c) O foco narrativo é o ponto de vista que o escritor utiliza para contar a história. 
Ele pode ser em 1ª ou 3ª pessoa. 
● 1ª pessoa: narrador-personagem: narrador participa da história como personagem, 
ou seja, ela não só conta, como também vivencia a história. Os verbos e os pronomes 
são empregados na 1ª pessoa. O narrador se funde com a personagem, que pode ou 
não ser a principal. 
● 3ª pessoa: narrador observador: o narrador observa os fatos de fora e registra-os. 
Nesse caso, os verbos e os pronomes são empregados na 3ª pessoa. 
Narrador onisciente: sempre em 3ª pessoa. Ocorre quando o narrador “invade”o 
pensamento das personagens e mostra o que elas pensam ou sentem. 
Exemplo de texto narrativo: “Poema tirado de uma notícia de jornal 
 João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro 
 da Babilônia num barracão sem número. 
 Uma noite, ele chegou no bar Vinte de Novembro 
 Bebeu 
 Cantou 
 Dançou 
 Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.” 
 (BANDEIRA, Manuel. Estrela da manhã. 1974, p. 2) 
34 
 
EXEMPLO DE TEXTO MISTO: INFORMATIVO, NARRATIVO, DESCRITIVO E 
LITERÁRIO 
 
ANÚNCIO DE JOÃO ALVES 
 
Figura o anúncio em um jornal que o amigo me mandou, e está assim redigido: 
 
À procura de uma besta. – A partir de 6 de outubro do ano cadente, sumiu-me uma 
besta vermelho-escura com as seguintes características: calçada e ferrada de todos os membros 
locomotores, um pequeno quisto na base da orelha direita e crina dividida em duas seções em 
consequência de um golpe, cuja extensão pode alcançar de 4 a 6 centímetros, produzido por 
jumento. 
Essa besta, muito domiciliada nas cercanias deste comércio, é muito mansa e boa de 
sela, e tudo me induz ao cálculo de que foi roubada, assim que hão sido falhas todas as 
indagações. 
Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a fizer entregue aqui ou pelo menos notícia 
exata ministrar, será razoavelmente remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro de 
1899. (a) João Alves Júnior. 
 
55 anos depois, prezado João Alves Júnior, tua besta vermelho-escura, mesmo que 
tenha aparecido, já é pó no pó. E tu mesmo, se não estou enganado, repousa suavemente no 
pequeno cemitério de Itambé. Mas teu anúncio continua um modelo no gênero, se não para ser 
imitado, ao menos como objeto de admiração literária. 
Reparo antes de tudo na limpeza de tua linguagem. Não escreveste apressada e 
toscamente, como seria de esperar de tua condição rural. Pressa, não a tiveste, pois o animal 
desapareceu a 6 de outubro, e só a 19 de novembro recorreste à Cidade de Itabira. Antes, 
procedeste a indagações. Falharam. Formulaste depois um raciocínio: houve roubo. Só então 
pegaste da pena, e traçaste um belo e nítido retrato da besta. 
Não disseste que todos os seus cascos estavam ferrados; preferiste dizê-lo “de todos os 
seus membros locomotores”. Nem esqueceste esse pequeno quisto na orelha e essa divisão na 
crina em duas seções, que teu zelo naturalista e histórico atribuiu com segurança a um jumento. 
Por ser “muito domiciliada nas cercanias deste comércio, isto é, do povoado e sua 
feirinha semanal, inferiste que não teria fugido, mas antes foi roubada. Contudo, não o afirmas 
em tom peremptório: “tudo me induz a esse cálculo”. Revelas aí a prudência mineira, que não 
avança (ou não avançava) aquilo que não seja a evidência mesma. É cálculo, raciocínio, 
operação mental e desapaixonada como qualquer outra, e não denúncia formal. 
Finalmente – deixando de lado outras excelências de tua prosa útil – a declaração final: 
quem a apreender ou pelo menos “notícia exata ministrar”, será “razoavelmente remunerado”. 
Não prometes recompensa tentadora; não fazes praças de generosidade ou largueza; acenas com 
o razoável, com a justa medida das coisas, que deve prevalecer mesmo no caso de bestas 
perdidas e entregues. 
Já é muito tarde para sairmos à procura de tua besta, meu caro João Alves do Itambé; 
entretanto essa criação volta a existir, porque soubeste descrevê-la com decoro e propriedade, 
num dia remoto, e o jornal a guardou e alguém hoje a descobre, e muitos outros são informados 
da ocorrência. Se lesses os anúncios de objetos e animais perdidos, na imprensa de hoje, ficarias 
triste. Já não há essa precisão de termos e essa graça no dizer, nem essa moderação nem essa 
atitude crítica. Não há, sobretudo, esse amor à tarefa bem feita, que se pode manifestar até 
mesmo num anúncio de besta sumida. 
(ANDRADE, Carlos Drummond de) 
 
 
 
 
35 
 
EXERCÍCIO 
No texto narrativo abaixo, indique a estrutura, os elementos constitutivos e o foco 
narrativo. 
 
TRAGÉDIA BRASILEIRA 
 
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade. 
Conheceu Maria Elvira na Lapa, - prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, 
uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria. 
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou 
médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria. 
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. 
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez 
nada disso: mudou de casa. 
Viveram três anos assim. 
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa. 
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, 
Ramos, Bonsucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado, Rua 
Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, 
Inválidos... 
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e de 
inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em 
decúbito dorsal, vestida de organdi azul. 
 
(Manuel Bandeira, Estrela da vida inteira) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
NOME: _______________________________________________________________ 
CURSO: _______________________________________________________________ 
PERÍODO: _____________________________________________________________ 
DATA: __________________________ (Folha separada) 
EXERCÍCIO 
No texto narrativo abaixo, indique a estrutura, os elementos constitutivos e o foco 
narrativo. 
HISTÓRIA DE UMA GATA 
 
(Luiz Henriques, Sérgio Bardotti, Chico Buarque) 
 
Me alimentaram 
me acariciaram 
me aliciaram 
me acostumaram. 
O meu mundo era o apartamento. 
Detefon, almofada e trato 
todo dia filé-mignon 
ou mesmo um bom filé ... de gato 
me diziam, todo momento: 
Fique em casa, não tome vento. 
Mas é duro ficar na sua 
quando à luz da lua 
tantos gatos pela rua 
toda noite vão cantando assim: 
 
Nós, gatos, já nascemos pobres 
porém, já nascemos livres. 
REFRÃO Senhor, senhora, senhorio. 
Felino, não reconhecerás. 
 
De manhã, eu voltei para casa 
fui barrada na portaria, 
sem filé e sem almofada 
por causa da cantoria. 
Mas agora o meu dia a dia 
é no meio da gataria 
pela rua virando lata 
eu sou mais eu, mais gata 
numa louca serenata 
que de noite sai cantando assim: 
 
 
 
Nós, gatos, já nascemos pobres 
REFRÃO porém, já nascemos livres. 
Senhor, senhora, senhorio. 
Felino, não reconhecerás. 
37 
 
TEXTO DISSERTATIVO OU ARGUMENTATIVO 
 A intenção do autor de um texto dissertativo é a de expor e discutir ideias, por 
meio de argumentos (exemplos, justificativas, evidências).A palavra “argumento” é de 
origem latina “argumentum” em que “argu” significa: fazer brilhar, iluminar, cintilar uma 
ideia. Portanto, argumentação é todo procedimento linguístico que visa a convencer, a fazer 
o receptor aceitar o que foi comunicado, a levá-lo a crer no que foi dito e a fazer o que foi 
proposto. 
O texto dissertativo deve ter, pelo menos, três parágrafos: 
Estrutura: 
- Introdução ou Apresentação: Esta parte consiste na apresentação do tema + argumentos 
resumidos. 
- Desenvolvimento ou Argumentação: Os argumentos apresentados na primeira parte (na 
introdução) são desenvolvidos aqui buscando convencer ou influenciar o leitor. 
- Desfecho ou Conclusão: Reafirmação do tema + posicionamento do autor (proposta de 
solução). 
O texto argumentativo procura convencer, propondo ou impondo ao receptor uma 
interpretação particular de quem o produz. Por isso, mesmo, visa a defender uma tese ou 
rejeitá-la. O texto argumentativo não se confunde com os textos informativos, pois nestes os 
fatos e ideias não são geralmente expostos com o objetivo de convencer o receptor. Em 
geral, o desenvolvimento de uma argumentação comporta três etapas: 
- uma tese, que enuncia o ponto de vista que será objeto de demonstração; 
- os argumentos, elementos abstratos geralmente apresentados em ordem crescente de 
importância e que justificam a tese; 
- e as provas que sustentam os argumentos e que devem ser elementos concretos (fatos 
ocorridos, depoimentos ou citações de intelectuais reconhecidos, fatos históricos). 
 
DIFERENÇA ENTRE CONVENCER E PERSUADIR 
 
CONVENCER PERSUADIR 
● é um exercício lógico ● é um exercício retórico 
● dirige-se unicamente à razão ● procura atingir o sentimento 
● possui caráter puramente 
demonstrativo e atemporal 
● tem caráter ideológico, 
subjetivo e temporal 
● é capaz de atingir um “auditório 
universal” 
● dirige-se a um “auditório 
particular” 
 
 
TEMA: O tema é geral, ou seja é o assunto que será abordado por todos. 
TÍTULO: Dizemos que o título é particular porque cada autor do texto atribuirá a ele 
um título que será criação própria, única. 
 
38 
 
Características do título 
● deve vir centralizado na folha; 
● deve conter no máximo três palavras (lembre-se de que artigos, preposições, 
conjunções e pronomes são contados como palavras); 
● deve ser bastante criativo e original (atraente) para atrair a atenção do leitor e este 
sinta-se interessado em ler o texto); 
● nunca deve vir sublinhado; 
● nunca deve vir entre aspas; 
● no final do título, nunca usar ponto-final; pontos de exclamação podem ser usados e 
pontos de interrogação também podem desde que a pergunta feita no título seja 
respondida no texto; 
● pular uma linha entre o título e o corpo do texto. 
 
ARGUMENTAÇÃO 
 Que é necessário para convencer? É preciso argumentar apresentando razões 
relevantes. Quando um advogado defende a causa de um cliente, ele nada mais faz que 
argumentar, apresentando fatos para inocentá-lo. Quem argumenta quer provar uma 
verdade, convencer outra pessoa de que se está com a razão. A finalidade, portanto, é 
convencer o leitor ou ouvinte. 
 Há raciocínios que são válidos apenas aparentemente, uma vez que partem de 
premissas tidas como verdadeiras; daí levarem a conclusões ilógicas. Se as premissas 
não são verdadeiras, não se pode chegar a uma conclusão verdadeira. Esses argumentos 
são denominados sofismas. Exemplo: 
 Gato são duas sílabas. 
 O gato mia. 
 Logo, duas sílabas miam. 
 Há um exemplo de Stuart Mill, apresentado por Edmundo Dantes Nascimento 
(1981, p.165), que merece ser citado: 
 “Os fazedores de projeto não merecem confiança. Ora, este homem fez um 
projeto. 
 Logo, este homem não merece confiança.” 
A ideia de que “o elemento persuasivo está colado ao discurso como a pele ao 
corpo” (CITELLI, 1985, p.6 apud MEDEIROS, 2009, p.35) permite concluir que o 
estudo da linguagem persuasiva/de convencimento serve também para se conscientizar 
de que não existe comunicação neutra e que, de certa forma, toda comunicação visa a 
convencer o interlocutor sobre algo. 
 
Contra-argumentação: contra-argumentação significa refutar uma ideia qualquer por meio 
de argumentos. 
 
39 
 
MODELOS DE TEXTOS DISSERTATIVOS 
 
TEXTO 1 
 
Participação do aluno 
 
O aluno tem direito de participar das decisões escolares, pois possui informações, tem 
ideias próprias como qualquer pessoa e a vida dele é afetada por aquilo que ocorre na escola. 
Hoje, a maioria das crianças e adolescentes têm acesso aos meios de comunicação de 
massa. Por meio da televisão, dos jornais, das revistas, das redes informatizadas como a 
INTERNET, recebe todo tipo de informação que lhe permite saber o que ocorre no país e no 
mundo. Ora, deter informações é um primeiro e importante requisito para tomar decisões 
adequadas. 
Além de ter informações, o aluno, como qualquer ser humano dotado de inteligência, é 
capaz de pensar, de formular ideias originais, de analisá-las, criticá-las e, quando for o caso, 
de reformulá-las se lhe apresentam um argumento contrário convincente. Tem, portanto, 
mais uma condição necessária à participação. 
Em terceiro lugar, o aluno tem um direito legítimo de participar das decisões escolares: 
ele é o elemento principal da escola, que só existe para formá-lo, transmitindo-lhe 
conhecimentos e valores adequados à vida pessoal e social. Ou seja, a escola tem uma 
influência considerável na vida do aluno. Deixá-lo à margem das decisões significa tirar-lhe 
o direito de decidir sobre a própria vida. 
Por tudo isso, o aluno deve ser solicitado a dar opiniões e a ajudar na solução dos 
problemas do cotidiano escolar, não só porque esse é um direito de qualquer pessoa e ele é 
capaz de exercê-lo, mas também para que se torne um cidadão habituado a participar das 
decisões. 
 
TEXTO 2 
 
Participar ou não? 
 
A participação do aluno nas decisões escolares, embora considerada desejável por 
muitos, é um assunto controvertido. Nem todos concordam que aquilo que seria democrático 
é viável na realidade atual. 
Os que defendem a maior participação do aluno argumentam em favor de um direito de 
alguém que tem plenas condições de exercê-lo – condições que consistem em ter 
informações e discernimento na análise. 
Outros, porém, alegam que as informações de que o aluno dispõe são insuficientes para 
dar opinião sobre assuntos complexos, como a necessidade de estudar um conteúdo ou de 
estabelecer uma norma escolar. Ainda, não acreditam que a capacidade de discernimento de 
uma criança ou adolescente equipara-se àquela do adulto. Temem que a participação do 
aluno seja um ato inconsequente, marcado somente pela opinião vazia como: “gosto”, “não 
gosto”, “quero”, “não quero”, sem apresentação de justificativas fundamentais. 
Todos estes argumentos parecem ter sua dose de verdade. No entanto, é importante 
lembrar que a participação se aprende como qualquer outra atividade. 
Se não for permitido ao aluno participar, dificilmente ele aprenderá a basear as opiniões 
em informações, a justificar os próprios pontos de vista e até mesmo a deixar de expressar a 
posição ao perceber que o conhecimento e a maturidade dele são insuficientes para isso. 
 
 
40 
 
TEXTO 3 
 
Aluno X leitura 
 
Atualmente, constata-se que os jovens, de maneira geral, leem muito pouco e o fazem 
mais por imposição da escola do que por prazer ou interesse pela literatura. 
São vários os fatores responsáveis por esse desinteresse. Só para citar alguns, é 
importante lembrar a atração que exercem sobre os jovens a televisão, o computador e os 
jogos eletrônicos, roubando-lhes o tempo e o interesse

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