Buscar

10 - Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentavel - UNP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 200 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 200 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 200 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Pós-Graduação a Distância
Adriana Carla Silva de Oliveira
Curso de Especialização em Meio Ambiente 
e Desenvolvimento Sustentável
O FuturO passa aqui
Material Didático EaD
Quem tem qualidade,
tem muito mais a oferecer:
UnP 25 ANOS.
Sempre tem mais pra você
www.unp.br
Meio Ambiente e 
Desenvolvimento Sustentável
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO – PROGRAD
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – NEaD
MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Natal/RN
Editora:
2006
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
DIRIGENTE DA APEC
Presidente
Paulo Vasconcelos de Paula
DIRIGENTES DA UNIVERSIDADE POTIGUAR
Chanceler
Paulo Vasconcelos de Paula
Reitor
Manoel Pereira dos Santos
Vice-Reitor
Mizael Araújo Barreto
Pró-Reitora de Graduação
Sâmela Soraya Gomes de Oliveira
Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação
Lecy de Maria Araújo Gadelha Fernandes
Pró-Reitora de Extensão e Ação Comunitária 
Jurema Márcia Dantas da Silva
Pró-Reitor Administrativo
Eduardo Benevides de Oliveira
Coordenador do Núcleo de Educação a Distância
Barney Silveira Arruda
Coordenadora Adjunta
Luciana Lopes Xavier
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
IRAN MARQUES DE LIMA
ILCLEIDENE PEREIRA DE FREITAS
MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Natal/RN
Editora:
2006
Coordenação editorial:
Luciana Lopes Xavier
Marcos Aurélio Felipe
S586a Lima, Iran Marques.
 Meio ambiente e desenvolvimento sustentável / Iran Marques 
Lima, Ilcleidene Pereira de Freitas; organização de Luciana Lopes 
Xavier, Marcos Aurélio Felipe. – Natal: NEAD, 2006.
 p.196
 1. Meio Ambiente. 2.Desernvolvimento sustentável. I. Freitas, I. Freitas, 
Ilcleidene Pereira de. II. Título. 
 RN/UNP/BCRF CDU: 331.108.4:65
Criação da Produção
Apuena Vieira Gomes, Dra.
Márcia de Paula Brilhante Portela Sbrussi, M.Sc.
Organizadores
Luciana Lopes Xavier, M.Sc.
Marcos Aurélio Felipe, M.Sc.
Coordenadora Pedagógica do NEaD
Márcia de Paula Brilhante Portela Sbrussi, M.Sc.
Coordenação Pedagógica para EaD
Apuena Vieira Gomes, Dra.
Coordenador de Produção de Material Didático
Marcos Aurélio Felipe, M.Sc.
Revisores de Linguagem em EaD
Luciana Lopes Xavier, M.Sc.
Marcos Aurélio Felipe, M.Sc.
Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Dra.
Revisores de Língua Portuguesa
Eliene Cunha Alves de Sena, M.Sc.
Janaina Tomas Capistrano, Mestranda
Projeto Gráfico
Lúcio Masaaki Matsuno
Capa
Setor de Marketing - UnP
Cyro Lucas Filgueira Souza, Colaboração
Equipe de Diagramação
Jádson Rodrigo Ferreira de Lima, Coordenador.
Ana Beatriz Amorim da Câmara, Estagiária
Cyro Lucas Filgueira Souza, Estagiário
Danycelly Pereira da Silva, Estagiária
Hellen Leal Jambor Nobre, Estagiária
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
ConhECEnDo oS AutorES
PROFESSOR(ES) AUTOR(ES)
IRAN MARQUES DE LIMA
Sou Graduado em Engenharia Química (UFRN), Especialista em Engenharia 
de Segurança do Trabalho (FAAP-SP), Mestre Engenharia da Produção (PEP-UFRN) e 
Doutorando em Engenharia Ambiental (PPGEQ-UFRN). Professor do Curso Adminis-
tração de Empresas da Universidade Potiguar, ministro disciplinas relacionadas às áreas de 
Meio Ambiente, Elaboração e Análise de Projetos, e Organização Industrial. Atuo igual-
mente como Consultor Empresarial nas áreas de Meio Ambiente e Gestão Industrial.
ILCLEIDENE PEREIRA DE FREITAS
Sou Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal da Paraíba – 
UFPB – e Mestre em Economia Rural e Regional pela Universidade Federal de Campina 
Grande. Professora do Curso de Administração de Empresas da Universidade Potiguar, mi-
nistro disciplinas das áreas de Economia e Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
9
Meio Ambiente e Desenvolviento Sustentável
EntEnDEnDo MEIo AMbIEntE
Entender as grandes questões ambientais, suas causas e conseqüências em nosso 
ambiente sócio-econômico representa para você, caro aluno um momento de reflexão so-
bre desenvolvimento e sustentabilidade.
Investigando as origens das não-conformidades geradoras de interferências ao meio 
ambiente, pretendemos aguçar no estudante o posicionamento crítico que esperamos ser 
essencial no desenvolvimento de uma postura proativa relativa à causa ambiental.
Discutindo ferramentas de conformidade ambiental, buscamos fornecer ao profis-
sional em formação condições para que ele exerça com eficiência o seu papel como efetivo 
ator nesse processo de transformação da sociedade.
Finalmente, discutir a questão ambiental no meio empresarial, nos leva a refletir e 
nos possibilita contribuir para uma mudança de posicionamento que desloque o trato des-
sas questões da condição de ameaça à existência da empresa, para um efetivo instrumento 
de diferenciação competitiva das organizações.
Este Módulo de estudos está dividido em dez (10) Momentos, cada um abordando 
um tema/parte de um tema específico, equivalendo a quatro horas/aula (04 h/a) semanais. 
A carga horária total da disciplina é de quarenta horas/aula (40 h/a). Os Momentos são 
compostos, predominantemente, de explanação do assunto-objeto de aprendizagem, se-
guida de uma proposta de atividade, para prática do conteúdo visto.
Esperamos que você perceba, através dos temas discutidos e das atividades realiza-
das em cada Momento de estudo, a importância e a utilidade desta disciplina para a sua 
vida pessoal, estudantil e profissional.
 Desde já, desejamos a você uma boa leitura e um ótimo aprendizado.
11
Meio Ambiente e Desenvolviento Sustentável
1 IDEntIFICAÇÃo
MODALIDADE: a Distância
DISCIPLInA: Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
PROFESSOR: Iran Marques de Lima e Ilcleidene Pereira de Freitas
PROFESSOR TUTOR:
CArGA horÁrIA
MoMEntoS A 
DIStÂnCIA
MoMEntoS 
PrESEnCIAIS
totAL
32H 8H 40H
2 EMEntA
Introdução ao estudo do Meio Ambiente. Noções gerais sobre problemas ambientais, 
impactos, práticas sustentáveis, Agenda 21, conformidade e legislação ambiental. 
Estudos sobre o processo de interação entre o homem e a meio ambiente.
3 obJEtIVoS
Geral
Conhecer as relações de interferência da questão ambiental no atual cenário de econo-
mia globalizada, e sua influência na competitividade das organizações de manufatura 
e serviços.
Específicos
• Conhecer as origens das atividades impactantes ao meio ambiente, e como elas pro-
piciam as grandes questões ambientais que interferem no contexto da sociedade.
• Examinar as principais ferramentas de conformidade disponíveis para a obtenção 
das boas práticas ambientais.
• Identificar os principais instrumentos legais a serem utilizados para a obtenção da 
conformidade ambiental na interação entre as organizações produtivas e a sociedade.
PLAno DA DISCIPLInA
12
Meio Ambiente e DesenvolvimentoSustentável
7 ProCEDIMEntoS DE AVALIAÇÃo
A avaliação será contínua, através do acompanhamento sistemático do desempenho 
do aluno (a) nas atividades propostas. Também será aplicado um exame avaliativo 
geral ao término de cada Unidade de estudos.
5 ProCEDIMEntoS MEtoDoLÓGICoS
Nesta disciplina, adota-se o método do atendimento à distância (via Internet), em que 
o (a) aluno(a)-cursista fará individualmente as leituras e as tarefas propostas em cada 
Momento de estudo, obedecendo aos critérios estabelecidos. Caberá ao (à) Professor(a)-
Tutor (a), o acompanhamento do aluno (a) através da rede virtual, fornecendo-lhe os 
esclarecimentos e as instruções convenientes, bem como prescrevendo-lhe qualquer 
outra atividade extra que se fizer necessária.
6 AtIVIDADES DISCEntES
• Ler a exposição teórica do tema em pauta.
• Resolver as atividades propostas.
• Realizar as consultas sugeridas e as demais tarefas solicitadas.4 ContEÚDo ProGrAMÁtICo
UNIDADE I
• Sensibilização ambiental.Sensibilização ambiental.
• As grandes questões ambientais.
• Meio ambiente como instrumento de competitividade e responsabilidade social 
corporativa.
• A Agenda 21
• Práticas Sustentáveis.
UNIDADE II
• A Gestão Ambiental – conceitos.
• A Gestão Ambiental – mecanismos e ferramentas.
• Análise de Ciclo de Vida.
• Direito e legislação ambiental. 
13
Meio Ambiente e Desenvolviento Sustentável
o CAMInho
UNIDADE I 
PRIMEIRO MOMENTO 
SEnSIbILIzAÇÃo AMbIEntAL 15
1 Por QuE APrEnDEr 18
2 o QuE APrEnDEr 18
3 rELEMbrAnDo
4 o QuE FAzEr
5 PArA SAbEr MAIS
onDE EnContrAr
SEGUNDO MOMENTO 
AS GrAnDES QuEStõES AMbIEntAIS 31
1 Por QuE APrEnDEr 18
2 o QuE APrEnDEr 18
2.1 O CRESCIMENTO POPULACIONAL
2.2 A CHUVA ÁCIDA
2.3 A REDUÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO E SUAS CONSEQÜÊNCIAS
2.4 O EFEITO ESTUFA
2.5 A DESTRUIÇÃO DA COBERTURA VEGETAL
2.6 A POLUIÇÃO
2.7 O PROBLEMA DA ESCASSEZ DE ÁGUA
3 rELEMbrAnDo
4 o QuE FAzEr
5 PArA SAbEr MAIS
onDE EnContrAr
TERCEIRO MOMENTO 
ConForMIDADE AMbIEntAL CoMo MECAnISMo DE CoMPEtItIVIDA-
DE E rESPonSAbILIDADE SoCIAL CorPorAtIVA 47
1 Por QuE APrEnDEr 18
2 o QuE APrEnDEr 18
2.1 O NOVO CENÁRIO DE NEGÓCIOS
2.2 A EMPRESA COMO INSTITUIÇÃO SOCIOPOLÍTICA
2.3 DISCUTINDO RESPONSABILIDADE SOCIAL
2.3.1 Evoluindo para a conscientização social
2.3.2 A variável ambiental na empresa
2.3.3 A discussão na empresa
2.3.4 A repercussão na empresa
14
Meio Ambiente e DesenvolvimentoSustentável
2.4 OS INSTRUMENTOS DE CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL
3 rELEMbrAnDo
4 o QuE FAzEr
5 PArA SAbEr MAIS
onDE EnContrAr
QUARTO MOMENTO 
A AGEnDA 21 65
1 Por QuE APrEnDEr 18
2 o QuE APrEnDEr 18
2.1 ESTRUTURA DA AGENDA 21
2.1.1 Modelo de desenvolvimento versus estilo de desenvolvimento
2.2 A CONSTRUÇÃO DA AGENDA 21 BRASILEIRA
3 rELEMbrAnDo
4 o QuE FAzEr
5 PArA SAbEr MAIS
onDE EnContrAr
QUINTO MOMENTO 
PrÁtICAS SuStEntÁVEIS 83
1 Por QuE APrEnDEr 18
2 o QuE APrEnDEr 18
2.1 COLETA SELETIVA
2.2 RECICLAGEM
2.3 LOGÍSTICA REVERSA
3 rELEMbrAnDo
4 o QuE FAzEr
5 PArA SAbEr MAIS
onDE EnContrAr
UNIDADE II 
SEXTO MOMENTO 
GEStÃo AMbIEntAL: ConCEItoS 101
1 Por QuE APrEnDEr 18
2 o QuE APrEnDEr 18
2.1 CONTROLE DA POLUIÇÃO
2.2 CONTROLE DA POLUIÇÃO
2.3 ABORDAGEM ESTRATÉGICA
3 rELEMbrAnDo
4 o QuE FAzEr
5 PArA SAbEr MAIS
onDE EnContrAr
15
Meio Ambiente e Desenvolviento Sustentável
SÉTIMO MOMENTO 
GEStÃo AMbIEntAL: FErrAMEntAS E MECAnISMoS 115
1 Por QuE APrEnDEr 18
2 o QuE APrEnDEr 18
2.1 O PROGRAMA DE ATUAÇÃO RESPONSÁVEL
2.2 ATUAÇÃO RESPONSÁVEL - PRINCÍPIOS DERIVATIVOS
2.3 O PROGRAMA DA SÉRIE ISO 14.000
2.4 REQUISITOS DO SGA
3 rELEMbrAnDo
4 o QuE FAzEr
5 PArA SAbEr MAIS
onDE EnContrAr
OITAVO MOMENTO 
ECoEFICIênCIA (ProDuÇÃo MAIS LIMPA) 135
1 Por QuE APrEnDEr 18
2 o QuE APrEnDEr 18
2.1 O QUE É PRODUÇÃO MAIS LIMPA?
2.2 P + L NO MUNDO - COMO SURGIU?
2.2.1 E no brasil, como estamos?
2.2.2 Abordagens P+L
2.2.3 Metodologia de P+L
2.2.4 Divisão do programa em etapas, tarefas e atividades
2.2.5 Etapas de implantação de um programa P+L
2.2.6 P+L na prática
3 rELEMbrAnDo
4 o QuE FAzEr
5 PArA SAbEr MAIS
onDE EnContrAr
NONO MOMENTO 
AnÁLISE DE CICLo DE VIDA DE ProDutoS 151
1 Por QuE APrEnDEr 18
2 o QuE APrEnDEr 18
2.1 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
2.1.1 buscando a padronização
2.1.2 Análise de ciclo de vida: fases do processo
2.1.3 Ferramentas de apoio à realização de ACV: métodos e programas 
computacionais
2.1.4 A análise de ciclo de vida como uma ferramenta para vários propósitos: 
tecnologias, sistemas e análises de serviços
2.1.5 Aplicação do ACV ao gerenciamento ambiental
2.1.6 Limitações da ACV
2.1.7 Desenvolvimento da ACV, evoluções de técnicas e associações com outras 
ferramentas
16
Meio Ambiente e DesenvolvimentoSustentável
2.1.8 Produtos verdes
3 rELEMbrAnDo
4 o QuE FAzEr
5 PArA SAbEr MAIS
onDE EnContrAr
AnEXo
DÉCIMO MOMENTO 
DIrEIto E LEGISLAÇÃo AMbIEntAL 167
1 Por QuE APrEnDEr 18
2 o QuE APrEnDEr 18
2.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS
2.2 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
2.3 A COMPETÊNCIA ESTADUAL
2.3.1 os conselhos estaduais
2.3.2 Instrumentos de conformidade
2.4 QUEM DEVE SE LICENCIAR?
2.5 ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL - RELATÓRIOS DE IMPACTO 
SOBRE O MEIO AMBIENTE 9EIA/RIMA)
2.6 COMPETÊNCIA DO IBAMA
2.6.1 Empreendimentos e atividades
2.6.2 Competência de órgão estadual do meio ambiente
2.6.3 Competência do órgão municapal do meio ambiente
2.7 A PROMOTORIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
3 rELEMbrAnDo
4 o QuE FAzEr
5 PArA SAbEr MAIS
onDE EnContrAr
rEFErênCIAS
19
Meio Ambiente e Desenvolviento Sustentável
PR
IM
EI
RO
 M
O
M
EN
TO
20
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
PRIMEIRO MOMENTO
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
21Anotações
PRIMEIRO MOMENTO
SEnSIbILIzAÇÃo AMbIEntAL
1 Por QuE APrEnDEr
Pensar o meio ambiente é pensar na própria condição de exis-
tência de vida no planeta, pois meio ambiente é tudo que nos cerca e 
que nos possibilita desenvolver.
A construção desse desenvolvimento parte do princípio de que 
necessitamos de recursos naturais, renováveis e não-renováveis, para se 
atender e melhorar a qualidade de nossas vidas.
Nesse sentido, no nosso primeiro Momento, você encontrará 
uma evolução da questão/problema ambiental, tendo como marco a 
Revolução Industrial e de como suas decorrências têm influenciado na 
construção do que se convencionou chamar de desenvolvimento sus-
tentável. O nosso objetivo, com essa construção históricada degrada-
ção ambiental, é que você fique sabendo que há muito tempo a relação 
dos seres humanos com o meio ambiente deixou de ser harmoniosa e 
configura-se cada vez mais nociva. Os problemas ambientais cada vez 
mais fazem parte do nosso cotidiano e isso é bastante perceptível, não 
é mesmo? Basta ligar a TV, abrir uma revista ou “passear” pela Internet 
que eles estão lá. Algumas vezes, basta olharmos pela janela de nossas 
casas, que nos deparamos com lixos nos terrenos baldios, com poluições 
visuais e tantas outras.
Nesse contexto, justifica-se o estudo da questão ambiental como 
um primeiro passo no processo de conscientização e de construção de 
ferramentas pelos profissionais/cidadãos na busca de uma sociedade 
mais sustentável.
2 o QuE APrEnDEr
Desde que passamos a utilizar os recursos naturais para atender-
mos nossas necessidades, o que já acontece há milhões de anos, a natu-
reza vem sofrendo suas conseqüências. No princípio dessa utilização, a 
produção era artesanal (feita à mão), portanto, lenta, assim dava tempo 
do meio ambiente, do qual foi extraído o recurso, se recompor. Lem-
bre-se, também, de que no início dos tempos, nós, seres humanos, não 
passávamos de poucos grupos com pequena capacidade de interferência 
no meio ambiente. Por exemplo, nos agrupávamos em Clãs, primeira 
forma de organização da sociedade.
O progresso das civilizações tem se baseado nos meios extra-
ídos da natureza para atender uma escala de necessidades cada vez 
mais crescente. Entre esses meios, as fontes de energias passaram a ser 
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
22 Anotações
PRIMEIRO MOMENTO
determinantes na conquista desse desenvolvimento e, conseqüente-
mente, em sua manutenção.
Logo a seguir, você encontrará um quadro explicando alguns dos 
principais conceitos que serão utilizados no decorrer de nossos Momentos.
Com a Revolução Industrial, as primeiras fábricas utilizavam a for-
ça das águas para gerar energia e produzir mercadorias. Com a introdução 
do carvão como matriz energética, libera-se as unidades de produção (fá-
bricas) para se instalarem onde o “capitalista empreendedor” deseja e onde 
for mais lucrativo, dessa forma as fábricas não estavam mais sujeitas às con-
dições naturais para sua instalação, tais como a existência de quedas d’água, 
mas sim onde as condições necessárias à produção pudesse ser encontradas 
a baixo custo, o que possibilitou o crescimento dos centros urbanos.
 Crescimento Econômico 
 Aumento da capacidade produtiva da 
economia e, portanto, da produção de bens e serviços 
de determinado país ou área econômica. É definido 
basicamente pelo índice de crescimento anual do Produto 
Nacional Bruto (PNB) per capita (SANDRONI, 2001).
 Desenvolvimento Econômico
 Aumento do PNB per capita acompanhado 
pela melhoria do padrão de vida da população e por alterações 
fundamentais na estrutura de sua economia (SANDRONI, 2001).
 Progresso
 Processo de mudança que seria impulsionado pelo 
desenvolvimento tecnológico e conduziria, entre outros aspectos, ao 
crescimento da riqueza socialmente produzida e a sua distribuição 
mais eqüitativa entre os indivíduos (SANDRONI, 2001).
ConCeitos
 Também conhecida como padrão energético, diz 
respeito à utilização em larga escala de um recurso 
como fonte de energia que propicia a geração de bens e serviços. 
Historicamente, o ser humano tem feito uso, por exemplo, do 
carvão, durante o período da Revolução Industrial e depois, na 
nossa era, do petróleo.
ConCeito de Matriz energétiCa
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
23Anotações
PRIMEIRO MOMENTO
A mudança na fonte de energia da queda d’água para o carvão 
provocou a destruição de muitas florestas, principalmente na Inglater-
ra, berço da Revolução Industrial. A partir dessa revolução, a produção 
deixa de ser artesanal e passa a ser manufatureira, isto é, sai simples-
mente a mão-de-obra e entra o emprego das máquinas, o que acelera 
a produção e, conseqüentemente, a utilização dos recursos passa a ser 
cada vez maior. A criação de máquinas de fiar (tecidos) e posteriormen-
te o uso da máquina a vapor revolucionaram o processo de produção 
(RIZZO ; PIRES, 2005).
Rizzo e Pires (2005) afirmam que o aparecimento do motor a 
vapor possibilitou o desenvolvimento tecnológico no processo produ-
tivo, pois não mais dependia da roda d’água. O trabalho especializado, 
iniciado pela produção manufatureira, foi intensificado pela introdução 
de máquinas-ferramentas e como a nova fonte energética exige equipa-
mentos mais resistentes, a indústria siderúrgica se desenvolveu rapida-
mente, e simultaneamente, a indústria metal-mecânica também.
Perceba que, desde a Revolução Industrial até o século XXI, o 
processo de produção de mercadorias é determinado pela evolução tec-
nológica decorrente de cada estágio energético adotado e que termina, 
por um período de tempo, tornando-se hegemônico. Foi assim com o 
carvão e ainda é assim com o petróleo.
Observe que na Revolução Industrial (meados do século XVIII) 
é que vão surgir o que hoje se conhece como problemas ambientais. Para 
você ter uma idéia, no pós-revolução industrial, o número de substân-
cias sintetizadas e tóxicas lançadas no meio ambiente passa hoje de 10 
milhões e o que mais impressiona é que esse número não para de crescer 
em função do nosso próprio desenvolvimento (BARBIERI, 2004).
Associado à Revolução Industrial, podemos destacar como pro-
blemas ambientais:
	crescimento desordenado das cidades o processo de industria-
lização atraiu grande parte da população rural para os centros 
urbanos, os quais passaram a se desenvolver em torno das fá-
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
24 Anotações
PRIMEIRO MOMENTO
bricas. Como conseqüência, gerou-se uma densidade popu-
lacional nas cidades que, associada ao crescimento vegetativo 
da população, aumentou a demanda por alimentos;
 inchaço urbano fez com que a população pobre construisse 
suas casas em áreas de risco, como em morros (favelas), mar-
gens de rios (palafitas) ou assoreando os rios;
 poluição do ar, em função das chaminés das fábricas, das 
águas e do solo pela ausência de tratamento dos resíduos quí-
micos utilizados na produção etc;
 crescente acúmulo de lixo doméstico e industrial e sua incor-
reta disposição final;
 desmatamento e desertificação. O primeiro em função da 
necessidade de matérias-primas para a produção em larga es-
cala; o segundo, pela necessidade de se gerar alimentos, tanto 
para atender a uma crescente população como a uma política 
econômica centrada num modelo exportador de produtos 
agrícolas: o uso de agrotóxicos e de técnicas de cultivo agres-
sivas ao solo provocou erosão e evoluiu para perda total da 
fertilidade da terra;
	surgimento do buraco na camada de ozônio – , a qual prote-
ge a Terra da radiação utravioleta do sol;
	desperdício da água, o que tem gerando um processo de escassez.
A percepção de que o desenvolvimento causava impactos so-
bre o meio ambiente deu-se de forma muito lenta e quase que iso-
lada por parte de algumas nações. Assim, os problemas ambientais 
foram tratados a princípio de forma isolada, embora a ação humana 
ao modificar um ecossistema termine por desencadear alterações em 
toda uma cadeia de vida. Então, surgiram os primeiros acordos para 
preservação da fauna e da flora.
Uma das primeiras vozes a questionar a interação homem/
meio ambiente foi rachel Louise Carson, escritora, cientista e 
ecologista norte-americana, nascida em 1907 na cidade rural de 
Springdale, Pensilvânia. Devemos a ela o livro que marcou o início 
da revolução ecológica nos Estados Unidos: the Silent Spring (A 
Primavera Silenciosa), o qual traz uma série de advertências sobre 
o meio ambiente. Ainda hoje, a obra é considerada uma das maisdesafio
Você poderia identificar alguns desses problemas 
na sua cidade?
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
25Anotações
PRIMEIRO MOMENTO
importantes do século, ajudando a desencadear uma mudança de 
postura dos EUA e de outros países do mundo em relação aos pes-
ticidas e poluentes.
O processo de conscientização foi e ainda é muito lento no que 
diz respeito aos problemas que envolvem o meio ambiente, mas pode-
se destacar a década de 70 como extremamente rica no que se refere às 
discussões em escala mundial da questão ambiental.
A expansão do modelo de produção em escala planetária tem su-
citado muitos debates quanto à sustentabilidade desse modelo de desen-
volvimento capitalista baseado numa matriz energética não-renovável.
Um dos principais eventos ocorridos na década de 70 foi o que 
ficou conhecido como Clube de Roma (1972), cujo caráter era pessi-
mista, defendia o crescimento zero das nações, o que consiste, na verda-
de, em parar de crescer, pois alegava-se que se continuasse a tendência 
de crescimento econômico mundial, a exaustão dos recursos dar-se-ia 
no limite de cem anos.
 
 reflexão
O homem é parte da natureza e sua guerra contra 
a natureza é inevitavelmente uma guerra contra si 
mesmo... Temos pela frente um desafio como nunca a 
humanidade teve, de provar nossa maturidade e nosso 
domínio, não da natureza, mas de nós mesmos. 
(Rachel Carson)
 
 reflexão
Parar de crescer significa que os países desenvolvidos 
(ricos) devem parar de crescer e de se desenvolver, 
mas para os países em desenvolvimento significa não 
mais poder chegar ao status de país desenvolvido. 
Os países subdesenvolvidos foram, extremamente, contra 
essa abordagem preservacionista do meio ambiente, pois queriam 
o direito de explorar seus recursos naturais, industrializar-se, ge-
rar bens e serviços para sua população e, portanto, ser um país 
desenvolvido.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
26 Anotações
PRIMEIRO MOMENTO
E NO BRASIL?
Infelizmente, nosso processo de desenvolvi-
mento não foi muito diferente do restante 
do mundo, centramos nossa industrialização 
numa matriz energética e num recurso natural 
A partir da Conferência de Estocolmo, em 1972, e do surgi-
mento do conceito de ecodesenvolvimento, em 1973, por Maurice 
Strong, e caracterizado em 1974 por Ignacy Sachs, é que se associa 
a idéia de um estilo de desenvolvimento que leva em consideração a 
variável ambiental.
Nessa mesma década, o movimento ambientalista tomava 
corpo e forma na Europa. Na Inglaterra, no ano de 1973, para você 
ter uma idéia, foi criado o primeiro partido político identificado 
com as causas do meio ambiente (Ecology Party). Esse tipo de com-
portamento, que se preocupa com as questões ambientais, expandi-
se rapidamente para a América do Norte, América do Sul, Austrália, 
Japão entre outros (ROMEIRO, 2003).
 
 desafio
Quando você tomou consciência da problemática 
ambiental?
 Refere-se à preservação dos recursos naturais sem 
deles fazer uso para a geração de bens e serviços.
ConCeito de abordageM PreservaCionista
 Desenvolvimento que leva em consideração a 
utilização e preservação dos recursos naturais e 
do meio ambiente em geral. Sendo necessário para tanto, a aceita-
ção das necessidades básicas da população e o comprometimento 
com as gerações futuras, a partir de programas educacionais e de 
um elaborado sistema social que garanta emprego, segurança so-
cial e respeito a outras culturas.
ConCeito de eCodesenvolviMento
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
27Anotações
PRIMEIRO MOMENTO
Por sua vez, a construção do pensamento ambiental no Bra-
sil foi um caso a parte. É do conhecimento de todos que na década 
de 70 vivíamos sob um Regime Militar – em uma ditadura, na 
qual a livre expressão do pensamento era considerada ato criminal. 
Em meio a tudo isso, surgiu em Porto Alegre a “Associação Gaú-
cha de Proteção ao Ambiente Natural” (AGAPAN), sob a coorde-
nação de José Lutzemberger. Em 1979, com a volta de lideranças 
políticas, intelectuais e artistas, exilados pela ditadura e abrigadas 
em diversos países, acabou-se por absorver um conhecimento pós-
materialista (atribuição de valor, qualidade, à natureza, ao que se 
está consumido e como se está vivendo) o qual ajudou a difundir o 
pensamento ambientalista no Brasil.
não-renovável: o petróleo. De acordo com Rizzo e Pires (2005), a 
utilização em larga escala do uso de petróleo e de seus derivados pro-
vocou um aumento na produção de bens de consumo nunca visto 
na história da humanidade. Gerou-se como conseqüência do nos-
so progresso e desse crescimento econômico uma distância enorme 
entre ricos e pobres, pois o crescimento não veio acompanhado de 
um desenvolvimento social. O Brasil possui a segunda pior concen-
tração de renda do mundo. Somos vice-campeões em desigualdade 
social (o campeão é um país do continente africano que se encontra 
em guerra civil há mais de 10 anos: Serra Leoa).
saiba Que
José Lutzemberg – ex-Ministro do Meio Ambiente, Agrônomo e escri-
tor. Um dos seus primeiros livros foi “Fim do futuro? Manifesto Ecológico 
Brasileiro”, considerado uma referência na questão ambiental no Brasil.
 recursos renováveis
 São aqueles que a natureza consegue regenerar, 
através de seus processos.
 recursos não-renováveis
 São aqueles que existem em uma quantidade fixa 
no planeta para uso do ser humano, embora a natureza consiga reno-
vá-los em milhões de anos. Convencionou-se chamá-los de não-reno-
váveis, pois a escala temporal de vida do ser humano não nos permite 
esperar essa renovação.
ConCeitos
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
28 Anotações
PRIMEIRO MOMENTO
saiba Que
Se você nunca ouviu falar do navio Exxon Valdez, garanto que conhece a 
empresa ExxonMobil, que atua no mundo inteiro sob a marca ESSO.
Você não precisa ir muito longe para saber as conseqüências da falta 
de cuidado com relação às práticas das empresas para com o meio ambiente.
No Brasil, por exemplo, tivemos vários incidentes associados a 
Baía da Guanabara, no estado do Rio de Janeiro. Além de derramamen-
tos de petróleo, relatórios indicam contaminação com Poluentes Orgâ-
nicos Persistentes (POPs) e metais pesados em suas águas, sem contar 
esgotos domésticos (GREENPEACE, 2005a).
É importante, observar é que, para se difundir no Brasil, o 
pensamento ambientalista teve que incorporar outros posiciona-
mentos, como a melhoria em habitação, saneamento, saúde etc., 
além dos da vertente ambiental, posto que não se conseguia ade-
sões às causas que se enfatizava exclusivamente ambientais, como 
a preservação dos mangues e das florestas. Assim, incorporou-se 
ao movimento reivindicações por uma melhor qualidade de vida 
das populações urbanas e rurais, sempre buscando fazer associações 
entre a qualidade de vida e o uso dos recursos naturais, o que cul-
minou, com a criação do Partido Verde em 1986.
 Em meio a tudo isso, ocorria no mundo uma série de acidentes 
ambientais que colocam em alerta a população de um modo geral.
 Certamente, você já ouviu falar do desastre ecológico, que 
ocorreu na costa do Alasca, provocado pelo vazamento de 41 mi-
lhões de litros de petróleo do navio Exxon Valdez no final da década 
de 80. Tal fato chamou a atenção de todo o mundo, pois constituiu-
se numa catástrofe nunca vista até então. A empresa foi responsabi-
lizada e multada em mais de US$ 5 bilhões pelos danos provocados 
(GREENPEACE, 2005).
Vale salientar que a fauna e a flora, no momento em que esta aula 
está sendo elaborada, ainda não se recuperou por completo do ocorrido. 
E a empresa continua atuando livremente por todo o mundo.
saiba Que
Poluentes orgânicos Persistentes (PoPs) – causam efeitos graves ao meio 
ambiente e tendem a aumentare acumular ao longo da cadeia alimentar. Ex: 
vegetais peixes a homens a filhos ... e segue.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
29Anotações
PRIMEIRO MOMENTO
A partir da divulgação do Relatório Brundtland, de 1987, 
o mundo passa a conhecer o conceito de desenvolvimento susten-
tável, que tem nas suas bases o atendimento das necessidades da 
geração presente sem comprometer a capacidade das próximas 
gerações de atenderem suas próprias necessidades. Isso implica 
em utilizar os recursos naturais, base da produção de bens e serviços, 
de forma cada vez mais racional. Implica também precisar termos, 
como, por exemplo: o que é exatamente necessidade; de que forma 
se irá atender essas necessidades; como será a racionalidade dos re-
cursos (FREITAS, 2002).
Diante da constatação de que a capacidade de carga (suporte de 
pessoas e de geração de recursos de que se dispõe) do planeta Terra não 
poderá ser ultrapassada sem que ocorram grandes catástrofes ambien-
tais, Romeiro (2003) advoga que é preciso criar o quanto antes as con-
dições socioeconômicas, institucionais e culturais que estimulem não 
apenas um rápido progresso tecnológico, como também uma mudança 
em direção a padrões de consumo.
É com essa intenção que surge a Agenda 21, que será objeto de 
estudo num próximo Momento.
 
 reflexão e desafio
Não é loucura o ser humano destruir o que precisa 
para sobreviver?
Nós poluímos a água que precisamos para beber; 
poluímos o ar que respiramos...
Não estamos aos poucos suicidado-nos?
Pense sobre isso e produza um texto com suas 
reflexões. 
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
30 Anotações
PRIMEIRO MOMENTO
3 rELEMbrAnDo
4 o QuE FAzEr
Seria possível identificar quais dos problemas ambientais cita-
dos neste Momento existem em sua cidade? E quais problemas, que não 
foram citados, caracterizam sua cidade/região?
5 PArA SAbEr MAIS
BURSZTYN, Marcel. Para pensar o desenvolvimento sustentável. 2. 
ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.
SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio 
de Janeiro: Garamond, 2000.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
31Anotações
PRIMEIRO MOMENTO
Nestes livros, você irá encontrar todo o processo de construção 
metodológico e interdisciplinar pelo qual passou a construção do con-
ceito de desenvolvimento sustentável.
ECONOMIA net. Conceito de desenvolvimento sustentável. Dis-
ponível em: <http://www.economiabr.net/economia>. Acesso em: 20 
out. 2005.
CULTURA Brasileira. revolução industrial. Disponível em: 
<http://www.culturabrasil.pro.br/revolucaoindustrial.htm> Acesso 
em: 20 out. 2005.
GESTIOPOLIS. A reorganização do trabalho no mundo do traba-
lho. Disponível em: <http://www.gestiopolis.com/recursos/documen-
tos/fulldocs/rrhh/trabalho.htm>. Acesso em: 20 out. 2005.
GREENPEACE. o pior desastre químico da história. Disponível em: 
<http://greenpeace.org.br/toxicos/?conteudo_id=435&content=1>. 
Acesso em: 30 set. 2005.
Nesses sites bem distintos você vai encontrar, respectivamente, 
uma abordagem sobre o conceito de desenvolvimento sustentável, um 
resumo do que foi a Revolução Industrial e o fator trabalho, enquanto 
mão-de-obra, uma análise histórica e inúmeras reportagens a respeito 
dos grandes desastres ecológicos ocorridos no mundo e no Brasil.
ERIN BROCKOVICH, uma mulher de talento. Direção de Ateven 
Soderbergh. Produção de Danny De Vito. EUA: Jersey Films, 2000. 
1 DVD.
Filme estrelado pela atriz Julia Roberts, que trabalha numa agência de 
advogados e resolve investigar a contaminação da água por uma grande empresa 
numa pequena cidade. Este filme dar-lhe-á a noção do impacto causado ao meio 
ambiente e, conseqüentemente, à vida das pessoas pelos desastres ecológicos.
onDE EnContrAr
BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, 
modelos e instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2004.
FREITAS, Ilcleidene P. o desenvolvimento sustentável da agricultura fami-
liar sob condições adversas: o caso da comunidade de Caxeiro, em Juarez Tá-
vora, PB. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Paraíba, 2002.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
32 Anotações
PRIMEIRO MOMENTO
GrEEnPEACE. baía da Guanabara é envenenada pela indús-
tria: relatório do Geenpeace expõe responsabilidade industrial na 
contaminação do cartão-postal carioca. Disponível em:<http://
www.geenpeace.org.br/toxicos/?conteudo_id=435&content=1>. 
Acesso em: 30 set. 2005a.
GrEEnPEACE. Desastre do Exxon Valdez uma contínua histó-
ria de mentiras. Disponível em: <http://greenpeace.org.br/oceanos.
php?conteudo_id=1132>. Acesso em: 30 set. 2005b.
ROMEIRO, Ademar Ribeiro. Economia ou economia política da sus-
tentabilidade. In: MAY, Peter H; LUSTOSA, Maria Cecília; VINHA, 
Valéria da. Economia do meio ambiente: teoria e prática. Rio de Ja-
neiro: Elsevier, 2003.
RIZZO, Luis Gustavo Pascual; PIRES, Marcos Cordeiro. A questão 
energética: da exaustão do modelo fóssil ao desafio da sustentabilidade. 
revista de economia e relações internacionais, São Paulo, v. 3, n. 6, 
p. 88-103, jan. 2005.
SANDRONI, Paulo. novíssimo dicionário de economia. 6. ed. São 
Paulo: Editora Best Seller, 2001.
33
Meio Ambiente e Desenvolviento Sustentável
PRIMEIRO MOMENTO
35
Meio Ambiente e Desenvolviento Sustentável
SE
G
U
N
D
O
 M
O
M
EN
TO
36
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SEGUNDO MOMENTO
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
37Anotações
SEGUNDO MOMENTO
1 Por QuE APrEnDEr
No Momento anterior você passou a conhecer a problemática 
ambiental a partir do seu contexto histórico. Foi discutido ainda de que 
maneira as atividades produtivas interferem no meio ambiente, geran-
do os aspectos ambientais capazes de originar os impactos ambien-
tais nem sempre danosos, mas reconhecíveis.
Neste Momento, discutiremos a dualidade aspecto/impacto 
ambiental como uma relação causa/efeito, ou seja, o aspecto am-
biental causa conseqüente impacto. Sua aplicabilidade será discuti-
da em detalhes posteriormente, no Quinto Momento. Evoluiremos 
assim para discutirmos as grandes questões ambientais, os aspectos 
geradores de impactos modificadores ao meio ambiente, suas causas 
e conseqüências.
Entendemos relevante a análise das questões, anteriormente 
dispostas, a partir dos seguintes argumentos:
• conhecer as grandes questões ambientais do nosso meio am-
biente, contribuindo para criar no cidadão uma postura pro-
ativa relativa à causa ambiental;
• entender que o processo gerador de impactos ambientais nos 
torna, tanto no ambiente social ou corporativo, responsáveis 
e solidários com a difusão da discussão sobre sustentabilida-
de e os seus mecanismos.
Assim, iniciaremos a nossa discussão do Segundo Momento.
2 o QuE APrEnDEr
As questões ambientais passíveis de causar modificação no nosso meio 
ambiente e, conseqüentemente, interferir no nosso cotidiano, caro aluno, re-
presentam um tema de amplitude global. O homem interfere sobre o meio 
que o cerca desde os primórdios da evolução. Mas, como vimos no Primeiro 
Momento, a partir do advento da revolução industrial, a atividade produtiva 
organizada passou a gerar impactos ambientais, por sua capacidade de gerar 
substâncias potencialmente nocivas, numa velocidade maior que a capacidade 
do ecossistema se recompor. Assim, se configura uma equação desequilibrada 
– a capacidade de depuração do planeta é menor que o ritmo de modificação 
imposto pela sociedade industrial, nos termos atualmente estabelecidos.
AS GrAnDES QuEStõES 
AMbIEntAIS
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
38 Anotações
SEGUNDO MOMENTO
Desta forma, defrontamo-nos com uma evidente situação de 
comprometimento do equilíbrio que, caso não seja restabelecido, com-
promete asustentabilidade do planeta.
Portanto, caro aluno, a seguir discutiremos as principais causas des-
te desequilíbrio e as formas de atenuação e/ou eliminação dos seus efeitos.
2.1 O CRESCIMENTO POPULACIONAL
Entre 500 a.C. e 1.700 d.C., ou seja, durante 2.200 anos, a po-
pulação do planeta sempre esteve abaixo de 500 milhões de habitantes. 
Com a revolução industrial houve a evolução da ciência, a qual permi-
tiu uma vida mais longa para a humanidade. Como conseqüência disso, 
a população, nos últimos 300 anos, cresceu de forma muito rápida, o 
que sem dúvida colaborou para o comprometimento dos recursos natu-
rais e para a degradação das águas, ar e solo (CNTL, 2003).
A partir de meados do século 18, a população humana iniciou 
um processo de migração para os centros urbanos, acarretando pro-
blemas dos mais variados, tais como a falta de saneamento básico, de 
abastecimento de água e de coleta do lixo, fatores estes que representam 
altos riscos para a saúde, e são fatores de degradação do meio ambiente 
das cidades. Somam-se a estes a deficiência no abastecimento de água 
e no tratamento de esgotos, além dos cada vez mais escassos espaços 
disponíveis para a disposição do lixo.
O cenário é preocupante. Pesquisa desenvolvida pelo Population 
Reference Bureau, organização não-governamental sediada nos Estados 
Unidos, no ano de 2001, nos remete a uma evolução do crescimento 
populacional como a disposta, a seguir, na Figura 1:
Figura 1 – Crescimento da população mundial
Fonte: Population Reference Bureau and United Nations, 2001.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
39Anotações
SEGUNDO MOMENTO
A partir dos dados dispostos na figura anterior, vemos que a 
espécie humana levou 1.800 anos para atingir o primeiro bilhão de ha-
bitantes. O fenômeno da aglomeração urbana, anteriormente descrito, 
passou a alterar drasticamente este quadro, até o final do Século XX 
quando foram necessários apenas 12 anos para evoluirmos do quinto 
para o sexto bilhão de habitantes, em termos populacionais.
Notamos uma previsão de diminuição no ritmo de aumento 
da população, na virada do milênio. Países do norte da Europa e da 
Europa Central já reduziram drasticamente o seu ritmo de crescimen-
to populacional, contribuindo para tornar menos sombrio o cenário 
futuro. Mas, ainda há muito a fazer, pois o crescimento demográfico 
cresce de forma inversamente proporcional aos principais indicadores 
de desenvolvimentos vigentes, fato que contribui sobremaneira não so-
mente para a perpetuação, mas a ampliação das desigualdades existentes 
entre os países, tornando-se assim mais um foco de exclusão social de 
suas populações. Por exemplo, tratando-se da questão ambiental, a 
quantidade de resíduos gerados por uma sociedade está diretamente 
ligada ao seu estado de desenvolvimento. Mostramos assim que nem 
sempre determinados indicadores são passíveis de orgulho para uma 
sociedade. Trataremos com mais detalhes desta discussão no Quarto 
Momento – Práticas sustentáveis.
Discutir a questão do crescimento populacional nos remete à 
geração de outros aspectos ambientais a serem tratados a seguir.
2.2 A CHUVA ÁCIDA
O termo chuva ácida foi usado pela primeira vez por Robert 
Angus Smith, químico e climatologista inglês. Ele usou a expressão para 
descrever a precipitação ácida que ocorreu sobre a cidade de Manchester 
no início da Revolução Industrial. Com o desenvolvimento e o avanço 
industrial, os problemas inerentes às chuvas ácidas têm se tornado cada 
vez mais sérios (SMITH, 2005). 
Um dos problemas das chuvas ácidas é o fato destas poderem 
ser transportadas através de grandes distâncias, podendo vir a cair em 
locais onde não há queima de combustíveis. Como vemos, poluição 
não tem pátria!
Investigue na Internet relações entre crescimento popula-
cional e pobreza, utilizando o site do DIEESE citado no 
item PArA SAbEr MAIS.
PratiCando
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
40 Anotações
SEGUNDO MOMENTO
Entenda como o problema ocorre: a atividade produtiva necessita 
de energia para a sua operacionalização. Assim, utilizam-se de forma in-
tensiva os combustíveis fósseis para esta finalidade. Esta fonte de energia 
tem como característica sempre presente residuais de nitrogênio e enxofre. 
Radicais químicos formados por estas substâncias atravessam diversos es-
tados de oxidação na atmosfera e, em presença de umidade, geram ácidos 
em suspensão que, posteriormente, se precipitam em forma de chuva.
Seus efeitos nocivos são os mais diversos: acidificação do solo, 
degradação de monumentos históricos, modificação do ecossistema 
dos lagos e rios, degradação de florestas através da destruição de espé-
cimes animais e vegetais menos resistentes com uma evidente perda 
da biodiversidade.
A busca de alternativas para diminuir o problema representa 
uma área de permanente desenvolvimento científico e tecnológico, mas 
representa ainda um desafio para os governos e suas políticas públicas. 
Dentre as medidas/soluções possíveis, destacamos as seguintes:
• incentivo ao uso de transporte coletivo, já que diminuindo-se o 
número de carros a quantidade de poluentes também diminui;
• difusão do sistema de transporte metroviário, que por ser 
elétrico polui menos do que os veículos automotores;
• priorizar a utilização de fontes de energia menos poluentes: 
energias hidrelétrica, geotérmica, utilização das marés, eólica 
(dos moinhos de vento), e nuclear (embora cause preocupa-
ções para as pessoas, em relação a possíveis acidentes e para 
onde levar o lixo nuclear);
• purificação dos escapamentos dos veículos: utilizar gasolina 
sem chumbo e implantar conversores catalíticos;
• utilizar combustíveis com baixo teor de enxofre.
2.3 A REDUÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO E SUAS CONSEQÜÊNCIAS
O ozônio é um gás naturalmente existente na atmosfera. Subs-
tância quimicamente instável, se localiza nas camadas superiores da at-
mosfera, entre 25 e 30 quilômetros de altitude. Possui o tamanho e o 
 
 desafio
O que são combustíveis fósseis? Como são obtidos? Quais 
os passivos ambientais da sua exploração?
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
41Anotações
SEGUNDO MOMENTO
formato exatos para absorver a energia do Sol, que pode ser perigosa 
para nós, formando uma camada protetora à vida existente no planeta.
Esse equilíbrio é rompido pela ação de algumas substâncias que 
o degradam. Os gases denominados Halocarbonos (CFCs, HCFCs, 
HFCs) destroem o ozônio, e são liberados pelas latinhas de spray aeros-
sol (de desodorantes e inseticidas, por exemplo), geladeiras, aparelhos 
de ar condicionado e extintores de incêndio. O cloro livre, oriundo 
desses gases, reage com o ozônio, reduzindo-o a oxigênio molecular, eli-
minando este escudo protetor natural. O acumulo da geração deste gás 
em determinadas regiões torna a camada protetora por demais tênue, 
permitindo quantidades significativas de radiações ultravioletas atingi-
rem a superfície do planeta.
As conseqüências dessa superexposição de radiação são as mais 
diversas e nefastas possíveis: queimam as plantações, destroem células 
vivas e podem provocar câncer de pele.
A forma de remediar este efeito nocivo é a mais radical – a elimi-
nação completa do HFCs do cenário produtivo mundial. A sua substitui-
ção já está em andamento, contribuindo para a diminuição das emissões 
da ordem de 40% no período compreendido entre 1988 e 1992.
O período de maior exposição à radiação ultravioleta é o compreen-
dido entre 10 horas da manhã até 3 da tarde. Evite a exposição direta 
ao sol, nesse intervalo, sem protetor solar.
saiba Mais
2.4 O EFEITO ESTUFA
A atividade industrial, como já citamos anteriormente, é forte-
mente suportada pela queima de combustíveis fósseis como fonte gera-
dora de calor. Outro fator que agrava o problema são os desmatamen-Figura 2 – Exemplo de exposição a radiação ultravioleta
Fonte: CNTL,2003
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
42 Anotações
SEGUNDO MOMENTO
tos. O gás carbônico (CO
2
), resíduo da queima, flui para as camadas 
elevadas da atmosfera, atuando como um manto protetor, permitindo 
a entrada do calor, mas não a sua eliminação. Assim, quantidades cada 
vez mais elevadas desse gás na atmosfera contribuem para o aumento 
indiscriminado da temperatura do planeta.
O aumento de CO
2
 na atmosfera tem sido significativo e, no pe-
ríodo compreendido entre 1860 e 1989, ficou em torno de 30%; entre 
1958 e 1989, em 9%. Se a quantidade de CO
2
 dobrar, a média de tem-
peratura da terra aumentará entre 3 a 4o C, e o nível dos oceanos será 
elevado de 60 centímetros a 1,2 metros, segundo se especula no meio 
acadêmico. Os maiores efeitos do aquecimento global são: os efeitos que 
a mudança climática causará na produção mundial de alimentos; mu-
danças na agricultura (que alterarão a viabilidade econômica de produ-
ção, bem como os níveis de emprego na agricultura (CNTL, 2003)).
As figura 3, a seguir dispostas, ilustram o fenômeno
Como forma de estabelecimento de uma estratégia conjunta 
para enfrentar o problema, estabeleceu-se o Protocolo de Kioto, um 
instrumento para implementar a Convenção das Nações Unidas sobre 
Mudanças Climáticas. Seu objetivo é que os países industrializados até 
2008-2012 reduzam as emissões de gases que causam o efeito estufa em 
aproximadamente 5% abaixo dos níveis registrados em 1990. 
Importante ressaltar, no entanto, que os países assumiram di-
ferentes metas percentuais dentro da meta global combinada. As partes 
(países) signatárias do documento poderão reduzir as suas emissões em 
nível doméstico, e/ou terão a possibilidade de aproveitar os chamados 
“mecanismos flexíveis” Comércio de Emissões, o Mecanismo de Desen-
volvimento Limpo e a Implementação Conjunta (WWF, 2005).
Figura 3 e 4 – Exemplo do efeito estufa
Fonte: CNTL, 2003.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
43Anotações
SEGUNDO MOMENTO
fiQue ligado
Como anda a adesão dos países a este protocolo? Qual a 
posição dos Estados Unidos da América, o maior poluidor 
do planeta?
2.5 A DESTRUIÇÃO DA COBERTURA VEGETAL
Outro aspecto de fundamental importância, no panorama am-
biental, é a retirada indiscriminada da cobertura vegetal original do meio 
ambiente. São diversos seus efeitos nocivos relativos ao ecossistema.
O desmatamento é provocado por queimadas e derru-
badas, e, agravado pelo mercado internacional de madeira. Suas 
conseqüências não ficam restritas ao local, podem afetar o plane-
ta, pois promovem alterações climáticas, como o agravamento do 
efeito estufa, além de alterar o regime hídrico local e as caracterís-
ticas do solo. 
Outro aspecto relativo às conseqüências do desmatamento é a 
perda da biodiversidade, um dos grandes patrimônios da humanidade. 
Estima-se que existam entre 5 a 10 milhões de espécies de organismos 
em todo o mundo, das quais ainda se conhece muito pouco, pois apenas 
1,7 milhões foram identificadas. A grande maioria não vai ser estudada 
ou conhecida, pois se estima que entre 20% a 50% das espécies estarão 
extintas no início do próximo século.
Estima-se que 74% a 86% das espécies animais e vegetais 
existentes vivem nas florestas tropicais. Hoje, um de cada três 
remédios brasileiros vem da floresta tropical. Este número ten-
de a aumentar, pois apenas 3% das plantas foram estudadas. As 
florestas tropicais têm importância significativa na definição do 
clima e, caso elas desapareçam, ocorrerão alterações climáticas 
profundas (CNTL, 2003).
Outra importante conseqüência da eliminação da cobertura 
vegetal é a degradação do solo. Ações humanas inadequadas estão se 
somando no sentido de trazer um desequilíbrio ambiental na gestão 
do uso do solo. Dentre elas, destacamos a disposição inadequada de 
lixo, que traz prejuízo não apenas para o solo como para as águas 
subterrâneas. Além disso, poucos municípios conseguem dispor seu 
lixo de forma adequada.
Práticas inadequadas de agricultura também têm causado a 
diminuição do solo agriculturável, fato que, sem dúvida, trará pre-
juízos a longo prazo, pois a formação do solo agrícola leva cerca de 
500 anos. O desmatamento das margens dos rios, as queimadas e 
o uso intensivo de máquinas têm provocado a erosão, que colabora 
para a diminuição do solo agriculturável e o assoreamento dos rios.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
44 Anotações
SEGUNDO MOMENTO
2.6 A POLUIÇÃO
A poluição pode ser definida como a introdução, no meio am-
biente, de qualquer matéria ou energia que venha a alterar as suas pro-
priedades físicas, químicas ou biológicas, afetando, ou podendo afetar 
a “saúde” das espécies animais ou vegetais que dependem, ou tenham 
contato com o meio, ou que nele venham a provocar modificações físi-
co-químicas nas espécies minerais presentes.
Tomando como base a espécie humana, tal definição, aplicada 
às suas ações praticadas, levaria à conclusão de que todos os seus atos são 
poluidores; como respirar, por exemplo. A fim de que se estabelecessem 
limites para considerar o que, dentro do razoável, fosse considerado 
como poluição, foram estabelecidos parâmetros e padrões (GPCA - 
Meio Ambiente, 2005).
Entende-se uma atividade como potencialmente poluidora, 
quando:
• é reconhecida como nociva à saúde, à segurança e ao bem 
estar da população;
• cria condições inadequadas de uso do meio ambiente para 
fins públicos, domésticos, agropecuários, industriais, comer-
ciais e recreativos;
• ocasiona dano à fauna, à flora, ao equilíbrio ecológico, a pro-
priedades públicas, privadas e estéticas;
• não esteja em harmonia com os arredores naturais.
São fontes de poluição:
• a poluição atmosférica, causa-
dora ou agravante de doenças 
respiratórias;
• a atividade industrial e a 
circulação rodoviária são os 
principais causadores da po-
luição do ar.
Pesquise acerca das espécies ameaçadas de extinção no nosso país e na 
nossa região. Discuta com seu tutor possíveis ações preservacionistas.
ProCure saber Mais
Figura 4 – Fontes de Poluição
Fonte: CNTL, 2003.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
45Anotações
SEGUNDO MOMENTO
Poluição das águas, principais poluentes:
• lixo industrial e doméstico;
• agrotóxicos;
• detergentes;
• metais pesados;
• petróleo.
Poluição do solo
• Os aterros sanitários das 
principais cidades do pla-
neta estão saturados, ou em 
vias de saturação;
• crescem as restrições para 
o licenciamento de novos 
aterros;
• disposição ilegal de resíduos 
industriais devido aos custos 
elevados de disposição. 
 
 
2.7 O PROBLEMA DA ESCASSEZ DE ÁGUA
Vivemos no planeta água! A partir dessa afirmação, torna-se 
difícil entendermos a seguinte citação:
A água limpa do planeta está prestes a assumir o papel que 
tinha o petróleo em 1973: uma commodity em crise, com 
potencial para lançar a economia mundial num estado de 
choque (CNTL, 2003, p.09).
Vamos explicar melhor. Apesar de grande parte do planeta ser 
constituído de água, cerca de 97% está sob a forma de mares e oceanos, 
e 2% está armazenada nas calotas polares. Assim, nos resta apenas 1% 
de água doce disponível para uso.
A água a ser utilizada pelo homem deve ter qualidade adequada, 
ou seja, não conter impurezas em níveis superiores ao padrão estabeleci-
do para a sua utilização. Seu consumo varia em função de vários fatores: 
poder aquisitivo, hábitos, nível de educação sanitária da população, além 
do tipo de cidade e das suas características climáticas (MOTA, 1997).
Mantidas a atual política de uso de água e as estimativas de 
crescimento populacional, a ONU - Organização das Nações Unidas, 
prevê o esgotamento do estoqueútil de água potável até 2025. Aliadas 
à previsível escassez de água, estão a má distribuição e a contamina-
ção dos recursos hídricos. Hoje, cerca de 1,4 bilhões de pessoas não 
Figura 4 – Poluição das águas
Fonte: CNTL, 2003.
Figura 4 – Poluição do solo
Fonte: CNTL, 2003.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
46 Anotações
SEGUNDO MOMENTO
tem acesso à água potável. A cada 8 segundos, morre uma criança por 
doença relacionada à contaminação hídrica, como disenteria e cólera, 
e 80% das enfermidades do mundo são contraídas por causa da água 
contaminada.
Em relação ao desperdício, estima-se que no Brasil as perdas se-
jam de 40% de água tratada, nos sistema de distribuição. A grande São 
Paulo desperdiça 10 m3 de água por segundo, o que poderia abastecer 
cerca de 3 milhões de pessoas por dia (Folha de São Paulo, 02/07/99).
Sua captação ocorre de várias formas:
• através do recolhimento de água da chuva, em cisternas;
• mananciais subterrâneos, tais como fontes de encostas e poços;
• mananciais superficiais, em rios, lagoas, e reservatórios artifi-
ciais (açudes).
Cremos ser de fácil entendimento que em face dos problemas 
ambientais, anteriormente descritos, (ocupação urbana, atividade in-
dustrial, etc), a contaminação dos mananciais torna-se um problema 
concreto cuja solução terá custo efetivamente crescente. Ou seja, não 
vai faltar água, mas o processo de purificação para adequá-la ao uso se 
tornará cada vez mais caro.
O que podemos fazer? A educação ambiental torna-se nova-
mente um elemento primordial no sentido de sensibilizar a população 
da necessidade da promoção do uso racional da água e do papel do 
cidadão neste processo de mudança.
Como se faz? Através de ações simples! Vejamos.
• Comece na sua residência. Elimine os vazamentos. Admi-
nistre e racionalize o uso da água em atividades como regar 
de jardins e lavar de veículos. Consolide os dados fornecidos 
mensalmente pela concessionária de serviços em planilha, 
acompanhe o seu consumo mensal, e o seu comportamento 
sazonal. Com essa ação simples, você poderá identificar facil-
mente qualquer alteração no seu perfil de consumo;
• No trabalho, racionalize o seu uso como qualquer insumo 
de fornecimento externo. Não é porque é captada em um 
poço ou em mananciais superficiais que a água deixa de 
ter valor financeiro. E o custo do seu tratamento para ade-
quação ao uso? E o custo de reposição ao meio ambiente, 
sob a forma de efluente?
• Finalmente, exercite a cidadania transmitindo estes concei-
tos no seu ambiente social. Torne-se assim um elemento de 
mudança, para a difusão de boas práticas ambientais relativas 
ao uso deste verdadeiro bem de valor do século 21.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
47Anotações
SEGUNDO MOMENTO
O termo Afluente diz respeito ao local de captação de água para sua 
posterior utilização em um determinado processo de transformação, 
enquanto o termo Efluente está diretamente relacionado ao descarte 
das frações líquidas provenientes deste processo produtivo.
saiba Mais
• As grandes questões ambientais do nosso tempo, tem como 
base o crescimento da atividade produtiva.
• O crescimento demográfico e o aumento das aglomerações 
urbanas contribuem sobremaneira para o agravamento 
deste quadro;
• A educação ambiental emerge como um instrumento de 
conscientização da sociedade no trato destas questões, 
contribuindo para formar um cidadão proativo quanto ao 
trato adequado da conformidade ambiental na coletividade.
3 rELEMbrAnDo
4 o QuE FAzEr
Este Momento foi bastante informativo para você, mas de que 
forma estas questões influenciam o seu cotidiano? Elabore uma relação 
destas interferências, citando como, no papel de cidadão, você pode exer-
cer uma ação proativa no sentido de contribuir para melhorias. Envie 
este relatório para o seu tutor e discuta com ele as suas considerações.
 
5 PArA SAbEr MAIS
FELLENBERG, G. Introdução aos problemas da poluição ambien-
tal. São Paulo: EPU, 1998.
Nesta obra, são descritos os efeitos dos fatores mais importantes 
da poluição ambiental: fatores de origem industrial, fatores devidos às 
práticas da pecuária, da medicina e da vida doméstica.
CALDERONI, S. os bilhões perdidos no lixo. São Paulo: Humanitas
Editora/FFLCH/USP, 1998.
Nesta obra, o autor discute a problemática da disposição, apro-
veitamento energético dos resíduos sólidos, e quantifica estas opções de 
gerenciamento.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
48 Anotações
SEGUNDO MOMENTO
CBDS-Disponível em: <http://www.cebds.org.br/cebds/>. Acesso em: 
24 jan. 2006. 
Site do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimen-
to Sustentável. CEBDS integra uma rede global de mais de 50 conselhos 
nacionais que estão trabalhando para disseminar uma nova maneira de 
fazer negócios ao redor do mundo.
WWWF- Disponível em: <http://www.wwf.org.br/wwf/opencms/
site/list_news.jsp?channelId=91&newsChannelId=91>. Acesso em: 
24 jan. 2005.
Site do World Wildlife Fund (Fundo Mundial para a Natu-
reza), tornou-se uma das mais respeitadas redes independentes de 
conservação da natureza.
Dieese- Disponível em: <http://www.dieese.org.br/>. Acesso em 24 
jan. 2006.
Site da organização não governamental focada no desenvolvi-
mento de atividades de pesquisa, assessoria, educação e comunicação 
nos temas relacionados ao trabalho.
Tv Cultura- Disponível em: <http://www.tvcultura.com.br/reportere-
co/arquivo.asp>. Acesso em: 24 jan. 2006.
 Link do site da TV Cultura de São Paulo, no qual o leitor 
poderá fazer o download de arquivos de vídeo indexados por assuntos 
relativos à temática ambiental.
onDE EnContrAr
Centro Nacional de Tecnologias Limpas. Meio Ambiente e a Pequena 
e Microempresa. Porto Alegre: CNTL, 2003.
 
GPCA – Meio ambiente. Dados da empresa. Disponível em: <http://
www.gpca.com.br/dadosda.htm> Acesso em 17 jan. 2006.
MOTA, S. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo: ABES, 1997.
UNIDO. Cleaner production toolkit. Introduction into cleaner 
production. Volume 1. 2001.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
49Anotações
SEGUNDO MOMENTO
SMITH, R.A. Air and Rain, the beginnings of a Chemical Climatology 
(London: Longmans, Green, & Co., 1872) http://web.lemoyne.edu/
~giunta/classicalcs/smithacid.html
 
WIKIPEDIA. World population growth-billions. Disponível em 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Worldpopulationgrowth-
billions.jpg> Acesso em 17 jan. 2006.
WWF. o protocolo de Kioto. Disponível em <http://www.wwf.org.
br/participe/minikioto_protocolo.htm> Acesso em 20 dez. 2005.
50
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SEGUNDO MOMENTO
51
Meio Ambiente e Desenvolviento Sustentável
TE
RC
EI
RO
 M
O
M
EN
TO
52
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
TERCEIRO MOMENTO
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
53Anotações
TERCEIRO MOMENTO
ConForMIDADE AMbIEntAL CoMo 
MECAnISMo DE CoMPEtItIVIDADE 
E DE rESPonSAbILIDADE SoCIAL
1 Por QuE APrEnDEr
Neste Momento, buscamos integrá-lo enquanto aluno e futu-
ro profissional a causa ambiental, sintonizando as questões relativas ao 
tema com a realidade corporativa das organizações produtivas.
Discutiremos, ao longo deste tópico, a nova postura em-
presarial relativa à interação com o meio ambiente, ação esta que 
se faz necessária, como forma de manter o patamar de competitivi-
dade nesse cenário globalizado, como também o uso das ações de 
responsabilidade social, utilizando-as como diferencial competiti-
vo das empresas.
Justifica-se estudar a conformidade ambiental como fator de 
competitividade e responsabilidade social, a partir da análise de ques-
tões como as, a seguir, dispostas:
• a conformidade ambiental e a responsabilidade social, con-
forme demonstraremos durante o correr desteMomento, se 
firmam como evidentes instrumentos de diferenciação com-
petitiva das empresas;
• a harmonia ambiental hoje emerge como um instrumento 
qualificador para o acesso da empresa, seus produtos e servi-
ços a determinados mercados;
• a integração da organização à questão ambiental a coloca 
consistente perante à comunidade, e a qualifica à obtenção 
de linhas de crédito de organizações, as quais condicionam 
concessão dos mesmos à adesão por parte da empresa, às boas 
práticas ambientais.
Assim, estudaremos, neste Momento, a conformidade am-
biental como fator de competitividade e responsabilidade social das 
organizações. Objetiva-se, com este Momento, contribuir para a for-
mação de um profissional integrado na organização focado em utilizar 
as boas práticas ambientais como uma fonte de vantagem competitiva 
para a empresa.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
54 Anotações
TERCEIRO MOMENTO
2 o QuE APrEnDEr
2.1 O NOVO CENÁRIO DE NEGÓCIOS
As empresas, no contexto que sucedeu a segunda guerra mun-
dial, particularmente nos Estados Unidos, usufruíram um período de 
grande crescimento e euforia. O mercado era francamente comprador, 
fortalecendo a posição das empresas que possuíam capacidade instalada 
robusta (DAVIS, 2000).
Imaginem que por volta do fim dos anos 50, a recuperação industrial 
de nações com forte tradição industrial como Alemanha e Inglaterra, bem 
como o surgimento do Japão como potência industrial, alteram essa conjun-
tura, tornando a competitividade um tema corrente no meio corporativo.
Na esfera acadêmica, atente para o trabalho de Wickham Skin-
ner, professor da Harvard Business School, que escreveu um artigo, mos-
trando que o setor produtivo tinha um papel fundamental na estratégia 
competitiva das organizações. Citou, ainda, que as empresas para tor-
narem-se e manterem-se competitivas deveriam formular uma estraté-
gia focada no cumprimento das ditas prioridades competitivas – custo, 
qualidade, rapidez, e flexibilidade (SKINNER, 1969).
A celeridade de movimento deste cenário evoluiu, hoje, para 
uma concorrência globalizada que agregou mais duas dimensões a estas 
prioridades competitivas – a flexibilidade e o serviço (SLACK, 2002).
Hoje, como você já conhece, o contexto global é composto de empre-
sas capazes de usar de forma intensiva os recursos da tecnologia da informação, 
como forma de buscar a excelência nos seus processos e serviços. Defrontamo-
nos, assim, com organizações sedentas de novos fatores de diferenciação.
Novamente, buscamos as afirmações de Davis (2000) no senti-
do de colocar a questão ambiental, juntamente com ações de responsa-
bilidade social corporativa emergentes, assim como as novas vantagens 
competitivas a serem exploradas pelas empresas. Assumir estas questões 
como prioritárias associa a imagem da empresa ao bem estar social, 
além de criar uma impressão favorável da mesma junto à sociedade.
Emerge, assim, uma empresa que passa a tratar a questão am-
biental como uma oportunidade, deixando para trás a fase de “coman-
do e controle”, onde a questão ambiental representava apenas custo e só 
era tratada como forma de adequação à legislação vigente.
leMbrete
Tratar a questão ambiental sob a forma de “comando 
e controle” reporta-se à postura antiga de gerir o meio 
ambiente pelo poder público através, exclusivamen-
te, do poder coercitivo das legislações. Isto será ainda 
abordado com detalhes no décimo Momento.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
55Anotações
TERCEIRO MOMENTO
2.2 A EMPRESA COMO INSTITUIÇÃO SOCIOPOLÍTICA
Neste tópico, você entrará em contato com a visão tradicional 
de negócios, onde a organização tinha um compromisso apenas com a 
maximização dos seus lucros. Interações sociais não eram estimuladas, 
sendo consideradas até pouco relevantes ou um desvio do foco organi-
zacional. Setores conservadores do meio empresarial justificavam a sua 
postura inercial com o enfoque de que “o que é bom para a as empresas 
é bom para a sociedade de forma geral”, conforme Donaire (1995). 
Impõem-se mudanças no contexto das organizações, notada-
mente ao que tange à forma com que a mesma interage com o meio 
ambiente e a sociedade. A tecnologia de informação, com os seus ins-
trumentos, provoca a sociedade para que de forma responsável e proa-
tiva exerça a cidadania, fiscalizando e questionando ações que possam 
representar eventuais danos ao seu entorno. Saliente-se ainda o papel 
das promotorias estaduais do meio ambiente, traduzindo ações popu-
lares em legítimos instrumentos de questionamento na busca pela con-
formidade ambiental.
O termo informática foi substituído nos anos 90 
pela expressão Tecnologia da informação (TI), que 
designa o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para 
geração e uso da informação, abrangendo das redes de computadores 
às centrais telefônicas inteligentes, fibra óptica e comunicação por 
satélite. (BEAL, 2003).
ConCeito de inforMátiCa
A mídia e organizações não-governamentais completam o 
elenco de atores sociais, capazes, para que de forma articulada, dis-
cutam e difundam aspectos da questão ambiental e suas interações 
com as organizações.
 
 desafio
Investigue a existência de organizações não-governamen-
tais focadas na causa ambiental na sua comunidade, e de 
que forma ela interage com a mídia para a realização de 
suas ações.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
56 Anotações
TERCEIRO MOMENTO
 
 reflexão
O que torna a empresa reativa à implementação dos 
princípios de responsabilidade social?
2.3.1 Evoluindo para a conscientização social
Distanciando-se da tradicional postura de comando e controle 
as organizações integram-se em uma nova fase de percepção e consciên-
cia no trato da questão ambiental – a conscientização social.
Donaire (1995) refere-se a esta atitude como uma forma de a em-
presa responder às expectativas e pressões da sociedade, na forma de busca 
de procedimentos, mecanismos, arranjos e padrões comportamentais de-
senvolvidos pelas empresas, capazes de responder aos anseios da sociedade.
Como forma metodológica de demonstrar esta mudança de 
postura, Ackerman e Bauer (1976) desenvolveram um quadro compa-
rativo, onde é discutido o nível de envolvimento organizacional, des-
2.3 DISCUTINDO RESPONSABILIDADE SOCIAL.
Neste tópico, apresentaremos a você, caro aluno, a um novo 
conceito – responsabilidade Social.
Entendemos que a natureza de uma postura de responsabilida-
de social pelas organizações nos remete a um conceito de que a empresa 
deve uma justa reciprocidade à sociedade, em face da liberdade que esta 
concede à empresa para existir.
A partir desta premissa, traduz-se uma forma de interação 
entre empresa e sociedade, onde a efetiva contribuição busca a me-
lhoria de aspectos econômicos, de saúde pública e educacionais de 
uma coletividade.
Entre os diversos exemplos de empresas que utilizam ações de 
responsabilidade social e cidadania corporativa, podemos citar o exem-
plo da Natura®. Esta corporação, fabricante de cosméticos, utiliza pro-
dutos fitoterápicos extraídos de forma sustentável, preferencialmente, 
utilizando-se de uma política de parcerias que transcende de ações res-
tritas ao processo produtivo, alvo da associação.
Uma fundação pertencente a esta empresa constrói escolas, ca-
pacita multiplicadores em diversas atividades desde princípios de ges-
tão, a técnicas de artesanatos. É também foco de atenção da companhia 
a sustentabilidade econômica futura desta comunidade, no caso de um 
eventual esgotamento mercadológico da matéria-prima produzida por 
aquela comunidade. Em suma, elevar o padrão social desta comunidade 
torna-se igualmente uma ação de cidadania praticada pela empresa. 
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
57AnotaçõesTERCEIRO MOMENTO
Quadro 1- Fases do envolvimento organizacional no processo de conscientização social das organizações
Fonte: Adaptado de Ackerman, R e Bauer, 1976.
tacando-se a mudança de atitude em 03 fases distintas, como pode ser 
visto no Quadro 1, a seguir.
Conforme você pode verificar, a partir da análise do quadro an-
terior, partindo de uma política de envolvimento organizacional e evo-
luindo através das fases de implantação, obtém-se uma descentralização 
do processo de conscientização social da organização, contribuindo-se, 
desse modo, para a criação de uma nova mentalidade proativa e parti-
cipativa na organização.
2.3.2 A Variável Ambiental na Empresa
A nossa discussão nos remete a uma empresa que evoluiu até 
a fase da responsabilidade/consciência social no trato da questão am-
biental. Mas como traduzir esta postura em ações? Donaire (1995) 
sugere um caminho:
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
58 Anotações
TERCEIRO MOMENTO
• prioritariamente, recuperar as áreas degradadas;
• a seguir, focar a organização na prevenção às futuras degrada-
ções ao meio ambiente;
• finalmente, promover a utilização positiva do meio ambiente 
no processo de desenvolvimento.
 
Dessa forma, é preciso entender o quanto é relevante esta-
belecer mecanismos de incentivo para que as empresas privadas se 
envolvam no trato da questão ambiental distanciando-se da postura 
reativa de comando e controle, para a de uma organização consciente 
e proativa no trato desse problema. Estes mecanismos traduzem-se 
no estabelecimento de políticas públicas voltadas ao incentivo a ações 
desta natureza, tais como redução de alíquotas de importação de equi-
pamentos focados na melhoria de eficiência produtiva e melhor con-
trole dos resíduos gerados.
Saliente-se ainda uma salutar iniciativa por parte de ins-
tituições de fomento financeiro do estabelecimento de fundos 
ecológicos. A idéia parte do princípio de motivar investidores 
conscientes, engajados à causa ambiental. a adquirirem preferen-
cialmente papéis (ações, títulos) de empresas rentáveis engajadas 
na causa ambiental. 
Outra iniciativa digna de menção é a publicação do balanço 
Social da empresa, instrumento válido para divulgação das ações reali-
zadas pela organização, em prol da conformidade ambiental e responsa-
bilidade social corporativa.
Ao mesmo tempo, não pode ser esquecido um fato que con-
tribuiu sobremaneira para a conformidade ambiental das empresas. As 
instituições de fomento estabeleceram como um dos critérios para a 
liberação de eventuais pleitos, o licenciamento ambiental em qualquer 
dos seus níveis. Saliente-se, ainda, que este mecanismo transcende de 
uma mera postura de consciência ambiental por parte destas institui-
ções. O fato de uma instituição de fomento contribuir para a implan-
tação de uma organização, que eventualmente se torne responsável por 
um passivo ambiental, a torna responsável solidária pelo mesmo, sob o 
ponto de vista legal.
 
2.3.3 A Discussão na Empresa
O cenário com o qual nos defrontamos demonstra a impor-
tante relevância do trato da questão ambiental, na qualidade de cida-
dãos conscientes dos conceitos e mecanismos da sustentabilidade (se 
lembra do primeiro Momento)?
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
59Anotações
TERCEIRO MOMENTO
É do conhecimento de todos que o movimento de for-
mação de grandes blocos comerciais (NAFTA, MERCOSUL, 
MCE), e seus mecanismos de eliminação de barreiras comerciais 
entre países, provocou um choque de competitividade entre na-
ções. A imposição da conformidade ambiental como um instru-
mento qualificador para o acesso a determinados blocos, trans-
formou a adoção dos mecanismos de conformidade ambiental 
em um instrumento de competitividade empresarial. Temas 
como análise de ciclo de vida, produção mais limpa, e sistemas 
de gestão ambiental tornaram-se rotina no cotidiano de empresas 
de classe mundial.
 
 reflexão
Mas, e a empresa, como se posiciona em relação à questão 
ambiental?
O que deve se esperar dela?
Porém, como contribuir para que mais empresas adiram a este 
círculo virtuoso?
Elkington e Burke (1989) sugerem um caminho, a partir 
da adoção dos seus dez passos da excelência ambiental. São os 
seguintes:
1 – desenvolva e publique uma política ambiental;
2 – estabeleça metas e continue a avaliar os ganhos;
3 – defina claramente as responsabilidades ambientais de cada 
uma das áreas e do pessoal administrativo;
4 – divulgue interna e externamente a política, os objetivos e 
metas e as responsabilidades;
5 – obtenha recursos adequados;
6 – eduque e treine o seu pessoal, informe aos consumidores e 
à comunidade;
7 – acompanhe a situação ambiental da empresa, realize audito-
rias e elabore relatórios;
8 – acompanhe a evolução da discussão sobre a questão am-
biental;
Qualificadores de pedidos são as características mínimas dos produtos e 
serviços de uma empresa para a mesma ser aceita em um determinado 
mercado.
saiba Que
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
60 Anotações
TERCEIRO MOMENTO
9 – contribua para os programas ambientais da comunidade e in-
vista em pesquisa e desenvolvimento aplicados à área ambiental;
10 – ajude a conciliar os diferentes interesses existentes entre 
todos os envolvidos: empresa, consumidores, comunidade, 
acionistas etc.
Procure adequar os dez passos de Elkington e Burke à em-
presa que você trabalha. Busque na Internet um exemplo e 
procure adequá-lo à realidade da sua empresa. Discuta o resultado 
com o seu tutor.
PratiCando
Portanto, cremos que, como citado por Donaire (1995), 
devemos utilizar os pressupostos acima, dispostos como forma de 
transformar ameaças em oportunidades de negócios. Entende-se 
como forma de materialização a adoção de práticas ambientalmente 
corretas, tais como a reciclagem de materiais, a instituição de bolsas 
de resíduos e o desenvolvimento de novos produtos e processos pro-
dutivos, entre outras.
Como traduzir todas estas questões para o ambiente empre-
sarial? A adoção dos dez passos de Elkington e Burke (1989) não se 
traduz em uma receita milagrosa de conformidade ambiental. O trato 
dessas questões, no meio empresarial, exige uma materialização de fa-
tos, aspectos, impactos e interferências. Neste sentido, North (1992) 
disponibilizou uma metodologia de avaliação do perfil da organização 
relativo ao trato da questão ambiental. O Quadro 2, a seguir disposto, 
apresenta essa forma de avaliação:
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
61Anotações
TERCEIRO MOMENTO
Investigue a sensibilidade ambiental da empresa em 
que você trabalha, a partir da aplicação do questionário 
inserido no contexto do Quadro 2.
PratiCando
Quadro 2 – Investigação da variável ambiental na empresa
Fonte: adaptada de North, K. 1992.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
62 Anotações
TERCEIRO MOMENTO
Ainda citando North (1992), o autor consolida um número 
considerável de razões para a empresa investir na causa ambiental, como 
se verifica a seguir.
a)- Quanto aos Benefícios econômicos.
Economia de custos
• Economias devido à redução do consumo de água, energia e 
outros insumos.
• Economias devido à reciclagem venda e aproveitamento de 
resíduos e diminuição do volume de efluentes.
• Redução de multas e penalidades por poluição.
b)- Incremento de receitas
• Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes” que 
podem ser vendidos a preços mais altos.
• Aumento da participação no mercado devido à inovação dos 
produtos e menos concorrência.
• Linhas de produtos para novos mercados.
• Aumento da demanda para produtos que contribuam para a 
diminuição da poluição.
c)- Quanto aos benefícios estratégicos
• Melhoria da imagem institucional.
• Renovação do “portfólio” de produtos.

Outros materiais