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Gestão Ambiental Modalidade a Distância Alcantaro Corrêa Presidente do Sistema FIESC Sérgio Roberto Arruda Diretor Regional do SENAI/SC Antônio José Carradore Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC Marco Antônio Dociatti Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC Hildegarde Schlupp Diretora do SENAI/SC - Unidade Joinville Equipe técnica que participou da elaboração da obra Conteúdo Organizado por Especialista - Adilson Gorniack – SENAI/SC MSc Carla Micheline Israel – SENAI/SC MSc - Fabiana Beckert Gorniack – SENAI/SC Projeto Gráfico, Design Instrucional, Ilustração e Diagramação FabriCO (www.fabrico.com.br) Coordenação geral / EaD Raphael da Silveira Geremias – SENAI/SC Bibliotecária Simoni Casimiro de Oliveira Coordenação do curso – SENAI/SC Vania Maria da Conceição Lopes SENAI/SC - Unidade Joinville Revisão Gramatical Simone Rejane Martins Confederação Nacional das Indústrias - CNI Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI Departamento Regional de Santa Catarina – SENAI/DR Unidade SENAI/SC Joinville Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial Gestão Ambiental Modalidade a Distância Joinville 2007 © 2007. SENAI1 - Departamento Regional de Santa Catarina Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. SENAI/SC DR – Direção Regional 1 Instituição credenciada conforme portaria MEC 4388, de 15/12/2005. Ficha catalográfica elaborada pela biblioteca do SENAI/SC – Unidade Joinville. G671g Gorniack, Adilson Gestão ambiental: modalidade a distância / Adilson Gorniack, Fabiana Beckert Gorniack, Carla Micheline Israel. Brasília: SENAI. DN, 2007. 76 p. : il. color.; 28 cm. Inclui bibliografia 1. Gestão ambiental. 2. Desenvolvimento sustentável. I. Gorniack, Fabiana Beckert. II. Israel, Carla Micheline. III. SENAI. Departamento Nacional. II. Título. CDU 504.06 SENAI/SC – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de Santa Catarina Rodovia Admar Gonzaga, 2765. Itacorubi – CEP 88034-001 Florianópolis/SC Fone: (48) 3231-4100 Fax: (48) 3334-1578 http://www.sc.senai.br SENAI/SC - Unidade Joinville Avenida Procópio Gomes, 911. Bairro Bucarein - CEP 89202 - 300 Joinville/SC Fone: (47) 3441-7600 Fax: (47) 3441-7610 5 Este espaço foi reservado para que você possa fazer as suas anotações! Aproveite-o! Apresentação Bem-vindo à unidade de competência Gestão Ambiental. Eu sou o Mark e vou acompanhá- lo neste curso. Estes são meus colegas, Akira e Serena. Eles também estarão juntos com a gente neste estudo! 6 Gestão Ambiental Para ajudá-lo a entender o conteúdo das aulas, conheça alguns ícones presentes em todo o seu estudo. Todos os recursos utilizados no material foram pensados especialmente para você. Eles servem para chamar a sua atenção para algum ponto importante do conteúdo ou para alguma atividade. Visualize-os a seguir! Pesquisa Dica Atenção Destaque Informação relevante ReflexãoSaiba mais Links 7 Apresentação A unidade de competência Gestão Ambiental é composta por 8 aulas estudadas na modalidade a distância. Estas oito aulas foram estruturadas com base em três temas distintos, que são: PRODUÇÃO E MEIO AMBIENTE AULA 4 – Economia ambiental e ciclo de vida de um produto AULA 5 – Tecnologias limpas INTRODUÇÃO ÀS QUESTÕES AMBIENTAIS AULA 1 – Conceitos ambientais relevantes AULA 2 – Evolução da questão ambiental no mundo AULA 3 – Padrão de consumo e comportamento do consumidor Exercícios Avaliação Atividade em grupo Referências 8 Gestão Ambiental Quais serão os principais assuntos abordados em cada aula? Aulas 1, 2 e 3 Nas duas primeiras aulas, você vai estudar a Introdução às questões ambientais, traçando um panorama da evolução das questões ambientais e a sua relação em nível global e local. Também vai conhecer os padrões de consumo e de comporta- mento do consumidor. Para complementar o estudo, ao final deste assunto,você poderá participar de algumas discussões com os colegas de equipe sobre o assun- to abordado. Aulas 4 e 5 Nas aulas 4 e 5 cujo tema é Produção e meio ambiente, você estudará a econo- mia ambiental e a produção de tecnologias limpas. Aulas 6, 7 e 8 E nas aulas 6, 7 e 8, cujo tema é Desenvolvimento sustentável, você compreenderá os princípios que regem tal desenvolvimento com vistas a aplicá-los na empresa e no seu cotidiano. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL AULA 6 – Desenvolvimento sustentável – pressupostos teóricos AULA 7 – Desenvolvimento sustentável e suas aplicações AULA 8 – Uma proposta para o desenvolvimento sustentável Você já parou para pensar se é possível produzir respeitando o meio ambiente? Se preferir, você também pode estudar todo o conteúdo apresen- tado aqui pelo computador, disponibilizado no SENAI Virtual pelo endereço <http://www.sc.senai.br/senaivirtual/>. O conteúdo do material on-line é o mesmo do impresso, porém lá você encontrará jogos, animações e fórum. Confira e bons estudos! 9 Apresentação Ao final das aulas, você encontrará exercícios de passagem e atividades comple- mentares. Fique atento, pois em alguns momentos você deverá entregá-los ao seu tutor ou fazê-los no Ambiente Virtual de Aprendizagem! Antes de iniciar o estudo das aulas, lembre de que há inúmeras relações acontecendo neste exato momento. Você sabe quais são? Confira as relações a seguir. Relação consigo mesmo. ■ Relação com os demais. ■ Relação com a natureza. ■ Autores como Merleau-Ponty (1999) citam que o homem é um só laço de relações. Dias (2002) descreve estas relações a ponto de detalhar desde o indivíduo até a sua relação com o todo. Neste contexto, o SENAI Santa Catarina busca cumprir a sua missão como instituição que contribui para elevar a competitividade do setor industrial, de- senvolvendo competências por meio da Educação Profissional e Serviços Técni- cos e Tecnológicos, comprometida com a inovação e o crescimento sustentável do país. Você se insere e compartilha quando almeja formar-se Tecnólogo em Gestão da Produção Industrial e secunda o juramento: Cada átomo, molécula, tecido do nosso corpo vem da Terra por meio da alimentação e respiração. Nosso corpo é um empréstimo da Terra. Utilizamos esse aglomerado de matéria para nos comu- nicar. Somos uma extensão do planeta. Uma extensão que pensa, vibra, evolui. Quando morremos, devolvemos todos os compo- nentes materiais à Terra e fechamos o ciclo. Aquela bola suspensa no ar abriga a vida, sustentada por sofisticados, complexos e intrincados serviços ecossistêmicos, prestados silenciosamente pela Natureza, por meio de seus processos cíclicos, interconectados, interdependentes e auto-regula- dos. (DIAS, 2002). 10 Gestão Ambiental “... no cumprimento do meu dever, não me deixarei cegar pelo brilho excessivo da tecnologia, esquecendo-me completamente de que trabalho para o bem do homem e não para o da máquina; respeitarei a natureza, evitando projetar ou construir equipamentos que destruam o equilíbrio ecológico ou que o poluam [...]” Agora que já conhecemos toda a estrutura da unidade de compe- tência, bem como os seus ícones, vamos iniciar o estudo de Ges- tão Ambiental? Se necessário, estude a mesma aula mais de uma vez. Em um curso a distância você tem a liberda- de de estudar o conteúdo no melhor horário que preferir e no local que for mais agradável para você. Você também pode utilizar a biblioteca física do SENAI para estudar e também para pesquisar. Dedique-se bastante! O seu bom desempenho em cada unidade de competência só depende de você. Bons estudos! Procure esclarecer todas as suas dúvidas sempre que necessário, e lembre- se que você não está sozinho neste processo. Você pode contar sempre com uma equipe de professores, tutores e monitores disponíveis em diver- sos momentos de seu estudo. 11 Aula1 – Conceitos ambientais relevantes ............................................................13 Aula 2 – Evolução da questão ambiental no mundo ........................................ 19 Aula 3 – Padrão de consumo e comportamento do consumidor ................ 29 Aula 4 – Economia ambiental e ciclo de vida de um produto ....................... 37 Aula 5 – Tecnologias limpas ...................................................................................... 43 Aula 6 – Desenvolvimento sustentável – pressupostos teóricos .................. 49 Aula 7 – Desenvolvimento sustentável e suas aplicações ............................... 55 Aula 8 – Uma proposta para o desenvolvimento sustentável ....................... 63 Referências......................................................................................................................................75 Sumário 13 Este espaço foi reservado para que você possa fazer as suas anotações! Aproveite-o! Conceitos ambientais relevantes Aula1 Você sabe qual é o objetivo desta aula? Nesta aula vamos conhecer conceitos relaciona- dos ao meio ambiente, ecossistemas e biodiversidade bastante relevantes e comentados ultimamente na mídia face às mudanças climáticas que vêm ocorrendo e que estão sendo sentidas pela humanidade. Introdução Para compreender melhor este tema, você vai estudar a evolução da questão am- biental e a situação mundial. Qual tem sido a relação SER HUMANO x MEIO AMBIENTE nas últimas décadas? Do conceito de meio ambiente, ecossistemas, biodiversidade De acordo com Frank (2000), pode-se dizer que: Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, 1) influências e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas, inclusive socioeconômicas. O meio ambiente constitui o conjunto de 2) meios naturais ou artificializados da ecosfera. É o meio onde o homem se instalou, explorando-o Com certeza você já ouviu muitas vezes falar em meio ambiente, mas você sabe o que esse termo realmente significa? 14 Gestão Ambiental e administrando-o. É o conjunto dos meios não submetidos à ação antrópica e que são considerados necessários à sua sobrevivência. De acordo com a ISO: Corresponde, ainda, aos arredores nos quais uma organização opera, in-1) cluindo ar, água, terra, recursos naturais, flora, fauna, homem e suas relações (ISO/WD 14031.2). Agora que você já sabe o significado de meio ambiente, reflita so- bre a seguinte questão: como pode ser caracterizado esse meio? Pode ser caracterizado Podem ser caracterizados por diversos fatores, que podem ser: Para que possamos entender melhor o conteúdo da unidade de competência, vamos relem- brar alguns conceitos básicos. Ecossistema Você sabe o que significa ecossistema? O ECOSSISTEMA pode ser qualquer contexto, espaço físico, em que haja troca de energia dos seres vivos com o meio. Em ecologia, o ecossistema é a unidade funcional básica, uma vez que inclui tanto os organismos (comunidades bióticas) como o ambiente abiótico, cada um deles influenciando as propriedades do outro. Os dois são necessários para a conservação da vida tal como ela existe na terra. por sua geometria, seus componentes físicos, químicos, biológicos e humanos e ■ pela distribuição espacial desses componentes; pelos processos de transformação, de ação ou de interação envolvendo esses com- ■ ponentes e condicionando sua mudança no espaço e no tempo; por suas múltiplas dependências com relação às ações humanas; ■ por sua importância, tendo em vista o desenvolvimento das sociedades humanas. ■ 15 Conceitos ambientais relevantes Biodiversidade A BIODIVERSIDADE compreende a “gama” de espécies que ocorre em uma determinada área, a variedade de formas de vida, os papéis ecológicos que elas desempenham e a diversidade genética que contêm (WILCOX, 1984 apud DIAS, 2003). Riqueza A RIQUEZA é o conjunto das diferentes espécies encontradas em uma determina- da área. Espécie A ESPÉCIE é o conjunto de populações dentro das quais fluem genes livremente (reprodução) sob condições naturais (conceito não unânime). Impacto ambiental Entende-se por IMPACTO AMBIENTAL qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indireta- mente, afetam os fatores abaixo. Saúde, segurança e bem-estar da população.1) Atividades sociais e econômicas.2) Biota (seres vivos).3) Condições estéticas e sanitárias do meio ambiente.4) Qualidade dos recursos ambientais.5) Poluidor A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividades causadoras de degradação ambiental é denomina- da POLUIDOR. 16 Gestão Ambiental Degradação ambiental A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL representa a alteração adversa das características do meio ambiente. Resíduo Qualquer substância ou objeto residual de um processo de pro- dução ou do consumo final é um RESÍDUO. Estudo de impacto ambiental O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL corresponde à análise dos impactos ambientais como instrumento de decisão para prognosticar o impacto que um projeto terá sobre o meio ambiente, a fim de encontrar meios para reduzir impactos inaceitáveis. Sistema de gerenciamento ambiental O SISTEMA DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL é a estrutura organizacional, as responsabilidades, as práticas, os procedimentos, os processos e os recursos para implementar e manter o gerenciamento ambiental. Desenvolvimento sustentável Para finalizar, entende-se que DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL é o processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tec- nológico e as mudanças institucionais se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspi- rações humanas (Comissão Mundial de Desenvolvimento Sustentável). Lembre-se de que o desenvolvimento sustentável não é centrado na produção, mas sim nas pessoas. Deve ser apropriado não só aos recursos e ao meio ambiente, mas também à cultura, à histó- ria e aos sistemas sociais do local onde ocorre. 17 Conceitos ambientais relevantes A chave para o desenvolvimento é a participação, a organização, a educação e o fortalecimento das pessoas. Nesta aula, estudamos o significado de meio ambiente, a caracterização do meio e os principais conceitos que envolvem o tema. Agora, faça as atividades propostas para esta aula e não deixe de acessar o Ambiente Virtual de Aprendizagem, pois nele você encontrará informações que complementarão o seu estudo. Na próxima aula, nós estudaremos o processo de evolução da questão ambiental. Vamos colocar em prática o que aprendemos? Responda a seguir às questões sobre o conteúdo apresentado. Ultimamente a mídia tem se referido de forma bastante recorrente ao tema 1) da biodiversidade devido à sua relevância para a manutenção da vida no planeta. Com relação à biodiversidade, assinale a alternativa correta. É o mesmo que meio ambiente.a) Compreende a variedade de formas de vida, os papéis ecológicos que elas b) desempenham e a diversidade genética que contêm. É o mesmo que desenvolvimento sustentável.c) Compreende a variedade de formas de vida, mas não a diversidade genética d) que elas contêm. Você poderá aprofundar o tema abordado nesta aula com a leitura complementar do livro A teia da vida de Fritjof Capra. Será realizado um seminário nas aulas presenciais. Exercícios 19 Este espaço foi reservado para que você possa fazer as suas anotações! Aproveite-o! Evolução da questão ambiental no mundo Aula 2 Nesta aula vamos conhecer a evolução da questão ambiental. Iniciaremos com uma discussão de 6000 a.C. com os colonos da Mesopotâmia e terminaremos com os principais fenômenos que ocorrem atualmente. Então, bons estudos! Você poderá acompanhar agora como a questão am- biental evoluiu e qual é a situação do meio ambiente no mundo. 6000 a.C. – Os colonosda Mesopotâmia (sumérios) iniciam uma nova forma de cul- tivar alimentos. Desviam água do rio Eufrates, dando início à prática de irrigação. 400 a.C. – Platão observa: “Qualquer cidade, por menor que seja, divide-se de fato em duas: uma dos pobres e outra dos ricos”. 469 a.C. – O pai da democracia – Sócrates – reflete: “Penso que não ter necessida- de é coisa divina, e ter as menores necessidades possíveis é o que nos aproxima do divino”. 1500 – Os portugueses chegam ao litoral brasileiro. São gentilmente re- cebidos pelos indígenas. Iniciou-se o contrabando dos nossos recursos naturais, principalmente de pau-brasil e papagaios. 1503 – Fernando de Noronha inicia a comercialização de pau-brasil. Dos 200 mil quilômetros originais da Mata Atlântica, restam apenas cerca de 7%. 1827 – Carta de Lei de Outubro, do Império, delega poderes aos juízes de paz das províncias para a fiscalização das florestas. 1850 – D. Pedro II edita a Lei 601, proibindo a exploração florestal em terras des- cobertas. A lei é ignorada e as queimadas dão lugar à monocultura do café para alimentar as exportações brasileiras. O Reino Unido torna-se a primeira nação a ter uma população majoritariamente urbana. 1854 – Chefe indígena Seatle envia uma carta-resposta à intenção de compra de suas terras pelo então presidente dos Estados Unidos Franklin Pierce. 20 Gestão ambiental 1864 – George Perkin Marsh (diplomata americano) publica o livro “O homem e a natureza: ou geografia física modificada pela ação do homem” considerado o primeiro exame detalhado da agressão humana à natureza. 1869 – Ernst Haeckel (biólogo alemão) propõe o vocábulo “ecologia” para os estudos das relações entre as espécies e o seu meio ambiente. Também sugere a criação de uma nova disciplina. 1875 – Encerra-se o ciclo do pau-brasil com as matas exauridas. 1889 – O escocês Patrick Geddes (1854-1933) afirma que uma criança em contato com a realidade do seu ambiente não só aprenderia melhor, mas também desen- volveria atitudes criativas em relação ao mundo em sua volta. É considerado o pai/fundador da Educação Ambiental. 1896 – Criado o primeiro parque do Brasil: Parque Estadual da Cidade de São Paulo. 1920 – O pau-brasil é considerado extinto. 1923 – Henry Ford adota o conceito de produção em massa (linha de montagem) em suas fábricas de automóveis. O modelo T da Ford que custava 600 dólares em 1912 passa a custar 265. 1934 – Código Florestal Brasileiro - Parque Nacional do Itatiaia; Nesse período também ocorreu a Primeira Conferência Brasileira de Pro- teção ao Meio Ambiente. 1945 – Lançadas pelos Estados Unidos, explodem as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, no Japão. 1952 – O ar densamente poluído de Londres – conhecido como smog – provoca a morte de 1.600 pessoas e desencadeia o processo de conscientização a respeito da qualidade ambiental na Inglaterra. Em 1956, o Parlamento aprova a Lei do Ar Puro. 1961 – O presidente Jânio Quadros aprova o projeto que declara o pau-brasil a “árvore-símbolo do Brasil” e a flor do ipê a “flor-símbolo nacional”. 1962 – Rachel Carson, jornalista, lança o livro Primavera Silenciosa que viria a se tornar um clássico na história do movimento ambientalista. Suas 44 edições sucessivas desencadeiam uma grande inquietação internacional sobre a perda da qualidade de vida. 1968 – Um grupo de 30 especialistas de várias áreas liderados pelo industrial Arillio Peccei passa a se reunir em Roma para discutir a crise atual e futura da humanidade. Trata-se do Clube de Roma. 21 Evolução da questão ambiental no mundo Na década de setenta 1972 – Clube de Roma publica Os limites de Crescimento; Em Estocolmo, na Suécia (de 5 a 16 de junho), ocorre a principal conferência da ONU sobre ambiente humano. É um marco histórico e político internacional decisivo para o gerenciamento de políticas ambientais. Os países em desenvolvimento acusam os países industria- lizados de utilizarem a desculpa da degradação ambiental como forma de inibir a capacidade de produção e, por conseguinte, de competição. O Brasil relata: “Bem-vindo à poluição, estamos abertos para ela. O Brasil não tem restrições. Temos várias cidades que receberiam de braços abertos a sua poluição, porque o que nós queremos são empregos, dólares para o nosso desenvolvimento.” 1973 – 30/10/2002 - decreto-lei 73.030 - SEMA - Secretaria Especial do Meio Ambiente. Primeiro organismo brasileiro de ação nacional orientado para a gestão integrada do meio ambiente. O Professor Paulo Nogueira-Neto é titular da SEMA, 1974- 1986. Cria as bases das leis ambientais e estruturas que permanecem até hoje. Na década de oitenta 1980 – O historiador americano Lynn White Jr. propõe ao papa que São Francisco seja reconhecido como o santo padroeiro da Ecologia. A suges- tão foi acolhida. 1981 – É sancionada a lei 6938, que dispõe da política nacional do meio ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. 1986 – A explosão do reator 4 da usina de Chernobyl deixa escapar de 60% a 90% do combustível atômico, segundo o físico Vladimir Chernusenko, matando de 7 a Clube de Roma O Clube de Roma é uma organização internacio- nal cuja missão é “agir como um catalisador de mudanças globais, livre de quaisquer interesses políticos, econômicos, ou ideológicos”. A orga- nização busca analisar os problemas-chave diante da humanidade. Seus trabalhos, como a publicação, em 1972, do notório “Limits to gro- wth”, possuem significa- tivo impacto no cenário político internacional. Fonte: <http://www. ebape.fgv.br/novidades/ asp/dsp_dados_comu- nicados.asp?rep=247>. Acesso em: 08/11/07. Desencadeado pelo Governo Federal o “desenvolvimento” de Rondônia e áreas do Mato Grosso. Em 2 anos foram destruídos 2 milhões de hectares de florestas nativas e produzidos conflitos fundiários e sociais muito graves. O Banco Mundial foi acusado pela crítica internacional de ter financiado a maior catástrofe ambien- tal induzida dos nossos tempos. 22 Gestão ambiental 10 mil pessoas. A versão oficial fala em apenas 3% do combustível e da morte de 31 pessoas. 1987 – Uma cápsula de Césio-137 é retirada do interior de um equipamento de radioterapia em um ferro-velho em Goiânia. Qua- tro pessoas morrem e dezenas são contaminadas pela radiação. Neste ano, também ocorreu a divulgação do relatório Nosso Futuro Comum sobre meio ambiente e desenvolvimento pela Comissão Brundtland. 1988 – 4,5 milhões de veículos da cidade de São Paulo, respon- sáveis por 90% da poluição do ar, obrigam a Secretaria do Meio Ambiente e a CETESB executarem a Operação Alerta. Cerca de 200 mil veículos deixam de circular no centro. Em 5 de outubro é promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil, contendo um capítulo sobre o meio ambiente e vários outros artigos afins. É con- siderada uma constituição de vanguarda em relação à questão ambiental. Assassinado Chico Mendes. Em 1987, fora homenageado com o Prêmio Global 500, dado a ecologistas e ativistas nas questões ambientais pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. 1989 – A Lei 7335 cria o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) com a fi- nalidade de formular, coordenar e executar a Política Nacional do Meio Ambiente. Na década de noventa 1990 – A área destruída da Amazônia atinge 404.000 km2, segundo o satélite Landsat 8. 1991 – Durante a guerra do Golfo Pérsico entre o Iraque e os aliados, 7 milhões de barris de petróleo são jogados no mar. Após o cessar fogo, são incendiados 590 poços de petróleo do Kwait produzindo nuvens negras que se alastraram por vários países da região. 1992 – Realizada a conferência promovida pela Onu-Unesco, a Rio 92, no Rio de Janeiro, com 170 países. Teve como resultado um documento assinado por 1.600 cientistas, os mais renomados no mundo, que pediam o fim do crescimento populacional e da pobreza. Previa o estabelecimento de conflitos por causa dos recursos naturais cada vez mais escassos. 23 Evoluçãoda questão ambiental no mundo O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente publica o seu relatório O meio ambiente mundial, analisando os principais problemas ambientais e a sua evolução nos últimos 20 anos. A Rio 92 teve como objetivos: examinar a situação ambiental do mundo e as mudanças ocorridas depois ■ da Conferência de Estocolmo; identificar estratégias regionais e globais para ações apropriadas ■ referentes às principais questões ambientais; recomendar medidas a serem tomadas, nacionais e interna- ■ cionais, quanto à proteção ambiental por meiode políticas de desenvolvimento sustentável; promover o aperfeiçoamento da legislação ambiental inter- ■ nacional; examinar estratégias de promoção do desenvolvimento sustentável e ■ de eliminação da pobreza nos países em desenvolvimento, entre outros. Resultados da Rio-92: chamou atenção do mundo para as questões ambientais; ■ elaborou a Agenda 21, um plano de ação para o século XXI; ■ articulou a elaboração de importantes acordos, tratados e convenções sobre ■ meio ambiente; deixou claro para a sociedade humana a necessidade de adotar um novo ■ estilo de vida. A Rio-92 é considerada atualmente como o encontro interna- cional mais importante desde que o homem se organizou em sociedades. 1993 – Os programas ambientais no Brasil são prejudicados devido a mudanças políticas: 3 anos de IBAMA e 8 presidentes. 1995 – O MEC cria o curso técnico em meio ambiente e auxilia o técnico que trabalha com meio ambiente. 24 Gestão ambiental 1997 – Em Kyoto (Japão) ocorre a III Conferência sobre Mudanças Climáticas. 38 nações industrializadas concordam em reduzir suas emissões de gases (estufa) dos níveis verificados em 1990 até 2012. EUA 7% , Europa 8%, Japão apenas 6%. Apesar do proposto, várias questões ficam sem solução, como o princípio do “poluidor pagador” – as cotas que os países têm para poluir o ar atmosférico e os chamados créditos de emissão. Na Alemanha, uma lei, que entrou em vigor em 1993, responsabiliza os produto- res por todo o material de empacotamento que geravam. Resultando, assim, em um, em um aumento de 86% das atividades de reciclagem. Além disso, em Blumenau (SC), surge o programa Índice de Sustentabilidade (Sustentômetro). 1998 – Em 12/02 deste ano, é assinada a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605). O prazo legal é de 90 dias para entrar em vigor. Devido a pressões da bancada dos ruralistas e madeireiros, a lei só entra em vigor 220 dias depois. El niño – marca as maiores inundações da história - 54 países so- frem com as chuvas excessivas. A China perde 36 bilhões de dólares (morrem 2.500 chineses e 56 milhões de desabrigados - 21 milhões perdem suas casas). O furacão Mitch, uma tempestade de potência recorde, atinge ventos de 270 km/h, despeja 2m de chuva e mata 11 mil pessoas em Honduras e Nicarágua. Esse programa foi criado para avaliar continuamente a qualidade ambiental do município, como resultante do processo produtivo, do uso do solo e das políticas públicas. Busca avaliar anualmente a evolução do Município referente a uma socie- dade sustentável. 25 Evolução da questão ambiental no mundo Na Índia, 3 mil pessoas morrem devido a altas temperaturas. Cerca de 45 países são atingidos por secas severas (incêndios florestais). Uma nova enchente na China mata 3.700 pessoas e desabriga outras 223 milhões (a Bacia perdeu 85% das florestas). Em junho, Brasília sedia o Primeiro Seminário Internacional de Biodiversidade e Transgênicos. De modo surpreendente, o Banco Mundial e o FMI, na conferência das Nações Unidas para o Comércio, mudam sua linguagem, afirmando que “é preciso dimi- nuir a distância entre os ricos e os mais pobres”. No relatório do projeto de política global das águas, 27 países encontram-se em conflito pela água. Fernando Henrique Cardoso entrega o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) à Empresa de Proteção Ambiental do Pólo Petroquímico de Camaçari, Bahia. Essa empresa notabiliza-se no contexto internacional pelos seus elevados pa- drões em ecoeficiência. No Ceará, 160 mil pessoas do litoral são abastecidas por energia eólica. As grandes empreiteiras construtoras de hidrelétricas fazem lobby contra essa forma de energia. O Fundo para a Natureza (WWF) publica em seu estudo Planeta Vivo: a qualidade de vida está diminuindo 1% a cada ano desde 1975; ■ o consumo de itens poluentes aumentou 30%; ■ o ambiente marinho perdeu 35% de seu ecossistema (os recifes de corais ■ ficam descoloridos, mortos); a China é campeã mundial do desmatamento, seguida do Brasil. ■ Não há uma avaliação sistemática sobre o que os transgênicos possam acarretar para os ecossistemas e seus seres vivos. 26 Gestão ambiental Esse relatório revela que, a despeito dos inegáveis avanços na gestão ambiental, ainda estamos longe da responsabilidade socioambiental. O tema pode ser aprofundado com a leitura complementar do livro Edu- cação Ambiental – princípios e práticas de Genebaldo Freire Dias. A seqüência de acontecimentos nos mais diversos campos da vida humana que acabamos de estudar são resultados do pensar humano, da sua forma de ver o mundo. Nosso agir reflete no meio ambiente, pois dependemos dos recursos naturais para tudo. Lembre-se que, conforme vimos na abertura, o homem é um só laço de relações. Na próxima aula, estudaremos os padrões de consumo e a vida do consumidor. Mas antes, realize as atividades propostas para esta aula. Vamos colocar em prática o que aprendemos? Responda a seguir às questões sobre o conteúdo apresentado. Em 1992, a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre o Meio 1) Ambiente e Desenvolvimento (conhecida por Rio-92) reuniu 170 países para discutir a situação ambiental mundial. Assinale a alternativa que não carac- teriza um de seus resultados. Elaborou a Agenda-21, um plano de ação para o século XXI.a) Articulou a elaboração de importantes acordos, tratados e convenções sobre b) o meio ambiente. Deixou claro para a sociedade humana a necessidade de adotar um novo c) estilo de vida. Afirmou que os resultados positivos já obtidos resolvem a maioria dos pro-d) blemas da sociedade humana. Exercícios 27 Situação-problema. Com base nos conhecimentos adquiridos somados à discussão e reflexão dos temas abordados, elabore o seu próprio conceito de meio ambiente. (Caso esteja utilizando o SENAI Virtual, esta questão precisará ser encaminhada ao tutor). Atividade complementar 29 Este espaço foi reservado para que você possa fazer as suas anotações! Aproveite-o! Padrão de consumo e comportamento do consumidor Aula 3 Nesta aula estudaremos os padrões de consumo e comportamento do consumidor - aspectos que refletem diretamente no meio ambiente e que também apontam caminhos mais seguros e sustentáveis, tanto ambiental como economicamente. Consumo e comportamento do con- sumidor Nesta aula, você terá a oportunidade de conhecer os padrões de consumo e de comportamento do consumidor, bem como os caminhos a serem trilhados pelo gerente ambiental com uma postura crítica e ética. Assim, você conseguirá avaliar as necessidades do mercado consumidor e compreender, com uma postura críti- ca e ética, o papel do gerente ambiental. Consumo e globalização Com o advento da revolução dos transportes e, por último, das informações - muito além do que preconizaram para a “aldeia global” - as relações entre seres humanos sofreram alterações profundas, dentro de um espaço de tempo histórico muito curto (DIAS, 2003). Para Dias (2003), a velocidade de eventos, a bordo do processo multidimensional da globalização, produziu e precipitou nos cientistas da área ecológico-ambiental uma das mais graves preocupações referente à capacidade de suporte e à viabili- dade biológica da espécie humana: o número crescente de indivíduos que passam a ocupar o mesmo nicho dentro da biosfera. Você sabia que o maior desafio da humanidade é ser ético em todos os seus relacionamentos? Vamosaos estudos! Isso significa que cada vez mais pessoas adotam os mesmos padrões de consumo em todo o mundo e exercem pressões cres- centes sobre uma mesma categoria de recursos finitos ou cuja velocidade de regeneração não está sendo observada. Aldeia global Muitas informações aqui presentes foram retiradas e adaptadas de: Educação Ambiental: princípios e práticas, de Genebaldo Freire Dias (2003); Padrões de Con- sumo e Meio Ambiente, de Marcelo Gomes So- dré (1996). (Adaptado: Adilson Gorniack). 30 Gestão ambiental As teorias ecológicas ditam que o resultado das interações dessa natureza normalmente se traduz em aumento da competição, estresse, migração ou extinção. Mesmo sabendo da plasticidade que possui o ser humano pela sua natureza eucultural, e, conseqüentemente, pelo seu potencial de res- postas, as suas exigências de sobrevivência terminam sendo as mesmas da maior parte dos seres vivos. Esse processo não poderia continuar sem que graves conseqüências co- meçassem a surgir, em maior ou menor grau, em todas as partes da terra onde os seres humanos habitam. A situação global presente aproxima o indivíduo humano do indivíduo de espécies sob estresse ecossistêmico. Das muitas preocupações, existe uma crescente, que é a perda de diversidade cultural como efeito colateral da globalização, e que encontra explicação nas en- tranhas de suas próprias características: diluição dos limites entre o nacional e o internacional; passagem do nacional ao transnacional; encurtamento das distân- cias; nova natureza da relação micro e macrossocial; e outras (VIOLA, 1995). Viola (1995) vai além da dimensão econômica para caracterizar o processo de globalização, apresentando outras onze grandes preocupações. Uma delas, a dimensão comunicação-cultural, estaria intrinsecamente relacionada com o desencadeamento desse proces- so: a disseminação de conteúdos, de modos de vida e formas de lazer, originalmente americanos. A mídia mundial, americanizada (filmes), projeta sua cultura para o mundo todo e desperta nas pessoas o desejo de “ter” e “ser” assim, sem que as suas condições econômicas, sociais, políticas, culturais e até ecológicas permitam. Dessa forma, somos invadidos a todo momento, via publicidade, pelo desejo de possuir mais e mais. Em sua opinião, quais têm sido as grandes transformações que o ser humano tem provocado ao meio ambiente? Essas transforma- ções foram positivas para o ecossistema? Reflita um pouco sobre esses questionamentos. Quem pode comprar, compra muitas vezes o que não precisa, gerando desperdício. Por outro lado, quem não pode comprar, ou se frustra totalmente como pessoa, ou pega sem pagar, com toda a violência que cerca esse ato (assalto, seqüestro). A publicidade cria necessidades e, ao mesmo tempo, cria a falsa idéia da possibilidade de real ascensão social. Publicidade Há que se atentar para o caráter subjetivo da propaganda. 31 Padrão de consumo e comportamento do consumidor É diante dessa relação que se reúnem os elementos para a formação de estados de insatisfação, frustração, estresse e violência e para a reprodução de uma carac- terística da modernidade (que é mesma característica de espécies sob estresse- ecossistêmico): todos contra todos. (DIAS, 2003) Esse cenário lunar não é novidade. Ele já foi preconizado no meio científico e inserido no seio da Agenda 21, Rio-92. Confira o que diz o capítulo 4. A pobreza e o consumismo convivem lado a lado. A natureza finita se transforma em mercadoria que nem todos podem ad- quirir, agravando o atual quadro de exclusão social e de miséria e formando uma multidão de indigentes. Dias (2003) define indigente como aquele com renda inferior a R$ 73,00/mês, que consome calorias abaixo do mínimo estabe- lecido pela OMS. O estudo revela: no Brasil, 50,2% da popula- ção são pobres (renda inferior a R$ 149,00/mês). Os 50% mais pobres detêm apenas 11% da renda nacional. Os 20% mais ricos abocanham 63%. Maranhão e Bahia são os estados mais pobres. O que você acha? Existem outras definições? Frente a estas informa- ções, como você poderia definir o padrão sustentável de consumo e produção? Há outros dois aspectos que pioram o cenário: o primeiro reside no fato de que a finitude dos recursos naturais é inversamente proporcional ao seu valor econômico; a escassez aumenta o preço. O segundo é o crescimento acelerado da população, que acarreta uma maior necessidade de transformar recursos naturais em produtos que não serão consumidos por todos, mas pelo qual todos pagarão o custo ambiental. O mundo globalizado é o mundo do consumo, da internacionalização dos mercados internos. O objetivo maior da produção continua sendo o lucro, ficando o bem-estar da população em segundo plano. O lucro a qualquer custo Reflita na seguinte questão: que tipo de relação você encontra entre consumo e mídia? As principais causas da deterioração ininterrupta do meio ambiente mundial são os padrões insustentáveis de consumo e de produção, especialmente nos países industrializados. Motivo de séria preo- cupação, tais padrões de consumo e de produção provocam o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios. (AGENDA 21, 1992). Custo ambiental Através da prateleira universal (a televisão), e tendo em conta a atual filosofia da publicidade ora preconizada, criam- se muitas vezes distor- ções e frustrações em 99% da população por conta de produtos que apenas 1% pode adquirir. Por conseguinte, há ne- cessidade de se criar uma nova filosofia publicitária (SODRÉ, 1996). 32 Gestão ambiental está atrelado à lógica do aumento de produção, em que os recursos naturais são utilizados sem nenhum critério; em que o ambiente natural é visto como um grande supermercado gratuito, com reposição infinita de estoque; em que se privatiza o lucro e se socializa o custo ambiental. Essa produção crescente precisa ser consumida. É neste momento que entra em cena a publicidade, especialista em criar “necessidades desnecessárias”. Você acredita que o objetivo maior da produção continua sendo o lucro, ficando o bem-estar da população em segundo plano? Por quê? Em geral, o consumidor não percebe o caráter finito da natureza e desconhece por completo o ciclo de vida do produto. Você aprofundará este assunto na aula relacionada à produção e ao meio ambiente. Neste momento, o mercado globalizado torna os impactos ambientais difusos, pois quando são comprados produtos importados, perde-se totalmente a noção do impacto ambiental no local de produção. Além dos impactos locais, acrescenta-se o impacto gerado pelo transporte. Quan- do consumimos produtos importados em detrimento dos produtos nacionais, deslocamos recursos para o exterior, diminuindo as condições econômicas locais (menos emprego, mais diferença econômica entre países pobres e ricos). Diante do estudado até agora, fica claro que todos nós devemos repensar a relação efetiva entre produção, consumo e meio am- biente neste planeta globalizado. Mas por que de tal necessidade? Necessidades desnecessárias Cabe lembrar a citação de Jacques Cousteau: “Criamos uma socieda- de onde tudo tem um preço e poucas coisas realmente têm valor” (SODRÉ, 1996). 33 Padrão de consumo e comportamento do consumidor O ato de consumir, em tese, opõe-se à idéia de preservação. Por outro lado, a idéia ingênua de preservar pode implicar no esquecimento da necessidade biológica de consumir (cadeia alimentar). Logo, repensar esta sociedade de uma forma realista é absolutamente imprescindível. Não se trata de opor a preservação ao consumo, mas buscar uma saída que pode ser denominada consumo sustentável. A United Nations Environment Programme apresenta a seguinte definição para o conceito de consumo sustentável: A definição dada para consumo sustentável é uma possibilidade ou uma utopia? Reflita sobre essa questão. É nesse sentido que a Agenda 21 estabelece os objetivos amplos a serem perse- guidos: promoverpadrões de consumo e produção que reduzam as pressões am- ■ bientais e atendam às necessidades básicas da humanidade; desenvolver uma melhor compreensão do papel do consumo e da for- ■ ma de se implementar padrões de consumo mais sustentáveis (Agen- da 21, cap. 4, item 4.7). É fato que estamos longe desses objetivos. Incentivar a sociedade para alcançar tais objetivos que preservem a existência da espécie huma- na só será possível com o conhecimento e a prática da gestão ambiental. Consumo sustentável significa o fornecimento de serviços e produtos que atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade de vida, enquanto minimizam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, como também a produ- ção de resíduos e a emissão de poluentes, no ciclo de vida do serviço ou do produ- to, tendo em vista a não colocar em risco as necessidades das futuras gerações. 34 Gestão ambiental Da postura gerencial ambiental, da expectativa e oportu- nidade de mercado Segundo Renner (2000 apud DIAS, 2002), no mundo, a cada ano, mais de 10% dos empregos desaparecem por se tornarem ultrapassados, sendo substituídos por outros diferentes. Conheça a seguir as áreas que mais têm ofertado empregos. Controle de poluição. ■ Legislação ambiental. ■ Fontes alternativas de energia. ■ Reciclagem e refabricação. ■ Eficiência energética (transporte, indústria, equipamentos, etc.). ■ Educação ambiental. ■ Gestão ambiental. ■ Políticas públicas. ■ Tributação ambiental. ■ Absorção de novas tecnologias. ■ Diplomacia ambiental. ■ Economia ecológica. ■ Consultoria. ■ Segundo o autor, os problemas ambientais estão liderando as agendas políticas internacionais cada vez mais. Reflita a respeito dos questionamentos apresentados nesta aula. Compar- tilhe sua opinião com seus colegas, pois a sua contribuição é muito impor- tante! 35 Padrão de consumo e comportamento do consumidor Aprendemos a avaliar as necessidades do mercado consumidor e a compreender com um posicionamento crítico e ético a postura do gerente ambiental. Não deixe de participar dos fóruns durante o curso e, em caso de dúvida em relação a este aula, procure seu tutor. Vamos colocar em prática o que aprendemos? Responda a seguir às questões sobre o conteúdo apresentado. A 1) United Nations Environment Programme apresenta uma definição para o conceito de consumo sustentável. Assinale a alternativa correta. “Consumo sustentável significa o fornecimento de serviços e produtos que a) atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade de vida, enquanto minimizam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, como também a produção de resíduos e a emissão de poluentes, no ciclo de vida do serviço ou do produto, tendo em vista não colocar em risco as neces- sidades das futuras gerações”. “Consumo sustentável significa o fornecimento de serviços e produtos que b) atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade de vida, enquanto aumentam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, como também a produção de resíduos e a emissão de poluentes, no ciclo de vida do serviço ou do produto, tendo em vista não colocar em risco as neces- sidades das futuras gerações”. “Consumo sustentável significa o fornecimento de serviços e produtos que c) atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade de vida, enquanto minimizam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, como também a produção de resíduos e a emissão de poluentes, no ciclo de vida do serviço ou do produto, tendo em vista a colocar em risco as necessi- dades das futuras gerações”. “Consumo sustentável significa o fornecimento de serviços e produtos que d) atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade de vida, enquanto aumentam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, Exercícios 36 Gestão ambiental diminuem a produção de resíduos e a emissão de poluentes, no ciclo de vida do serviço ou do produto, tendo em vista a não colocar em risco as necessi- dades das futuras gerações”. O tema desta aula pode ser aprofundado com a leitura complementar do 1) livro Capitalismo natural de Paul Hawken. Durante o estudo desta aula surgiram vários momentos de reflexão. É im-2) portante que você discuta essas reflexões com seus colegas participando dos fóruns no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Atividade complementar 37 Este espaço foi reservado para que você possa fazer as suas anotações! Aproveite-o! Aula 4 Economia ambiental e ciclo de vida de um produto Nesta aula vamos estudar a relação de produção e meio ambiente com a economia ambiental e a produção de tecnologias limpas. É nesta aula que você entenderá o que significa economia ambien- tal e todo o contexto relacionado a ela. Economia ambiental e a sua importância A partir da Revolução Industrial e do aumento da popula- ção mundial, principalmente nos países subdesenvolvidos, a necessidade de produção tanto de bens materiais quanto de consumo gerou um impacto significativo no meio ambiente. Você sabe por quê? Porque toda matéria prima necessária para produção de bens materiais e consu- mos são extraídas do meio ambiente. Assim, se formos analisar o impacto gerado no meio ambiente desde que a Terra surgiu, já deu tempo para destruir, reorga- nizar e moldar a Terra em que vivemos hoje. E, no âmbito desta discussão, as ciências ambientais vêm atraindo um interesse cada vez maior da sociedade. Esse avanço ocorrido na indústria e na agricultura trouxe seqüelas como: altos custos sociais, econômicos e ambientais; ■ contaminação e envenenamento do solo, da água e do ar; ■ aumento dos custos de produção para recuperar o solo; ■ poluição alimentar. ■ Assim, pode-se observar que o tema “meio ambiente” não se restringe apenas à defesa de florestas ou à proteção de uma espécie. A questão é mais complexa e exige mudanças igualmente complexas. O impacto gerado no meio ambiente pode ser medido pela economia. A inserção da análise econômica principalmente nos impactos ambientais negativos é uma realidade. 38 Gestão Ambiental A Economia Ambiental é responsável pelo levantamento e pela valorização valorização dos impactos ambientais não levando em conta as suas demais incumbências. “A proposta da avaliação econômica do meio ambiente não tem como objetivo dar preço a certo tipo de meio ambiente e sim mostrar o valor econômico que ele pode oferecer e o prejuízo irrecuperável que pode haver caso seja destruído” (FIGUEROA, 1996). Percebe-se que existe uma forte ligação entre a economia e o meio ambiente, talvez porque qualquer tipo de processo fabril depende do meio ambiente como fonte de sustentação, tornando necessária a conscientização dos valores de bens e serviços, ou dos custos que a sociedade terá caso os recursos naturais sejam reduzidos ou prejudicados. Caro estudante, verifique novamente que o desenvolvimento encontra- se intimamente ligado à preservação do meio. Por isso, devemos prestar atenção nos objetivos ecológicos relacionados com a integridade dos ecos- sistemas, com a preservação da biodiversidade e com o respeito dos limites físicos do meio ambiente. Agora que já estudamos a economia ambiental e a sua importância para o desenvolvi- mento econômico, convido você a compreender o processo que envolve o ciclo de vida de um produto. O ciclo de vida de um produto O tradicional processo industrial, além do produto de interesse, gera múltiplas saídas de outros materiais em forma de resíduos e emissões não incorporadas no produto final que, geralmente, são aceitas como efeito normal do processo de fabricação. Assim, a análise do ciclo de vida dos produtos se faz cada vez mais necessária. A avaliação do ciclo de vida dos produtos foi desenvolvida no final dos anos 70, quando o mundo passava por uma grande crise de energia. O conceito de análise de ciclo de vida ainda é uma teoria em desenvolvimento; inúmeros modelos de inventário de ciclode vida vêm sendo desenvolvidos mundialmente para manuse- ar os cálculos interativos necessários para completar a tarefa de equilibrar massa 39 Economia ambiental e ciclo de vida de um produto ⁄energia. Harrington apud Voustead relata que, “Embora as indústrias se preocu- pem primeiramente com produtos, a análise do ciclo de vida preocupa-se princi- palmente com o sistema de produção” (2001 p. 57). Então, o que é o ciclo de vida de um produto? Qual é a sua impor- tância para a sociedade? Imagine a fabricação de uma folha de papel. O ciclo de vida deste produto é todo o processo desde a aquisição das matérias-primas e a utilização dos recursos naturais necessários até a geração dos resíduos. Conforme a ISO 14040, o ciclo de vida são estágios consecutivos e interligados de um sistema de produção, desde a aquisição da matéria-prima ou fonte de recursos naturais até o descarte final. A caracterização do ciclo de vida de um produto é evidenciada pelos elementos da fase de avaliação do impacto em que os parâmetros são agrupados e classificados em diversas categorias de impacto (ISO 14040). A partir da definição do ciclo de vida para geração de um produto, é importante realizar a avaliação desse ciclo de vida. Mas você sabe como podemos avaliar o ciclo de vida de um produto? O ciclo de vida de um produto pode ser avaliado pela compilação de um conjunto de procedimentos sistemáticos, de entradas e saídas de materiais e energia, e os impactos ambientais potenciais de um sistema produtivo por todo o ciclo de vida (ISO 14040). Definimos até aqui o ciclo de vida de um produto e como este pode ser avaliado, mas Fundamentalmente, um sistema é um conjunto de operações que, quando agem juntas, realizam alguma função definida. Especificar a função é crucial para a análise porque não só determina quais operações integram os sistemas, mas ainda determi- na o modo como os resultados serão finalizados. (HARRINGTON, 2001 p.57). 40 Gestão Ambiental você sabe como deve ser a interpretação desse processo? Pela análise do que já foi apresentado e dos impactos resultantes desse pro- cesso, pode-se dizer que: Agora que sabemos a respeito da economia ambiental e do ciclo de vida de um produto, faça as atividades propostas a seguir. É importante que você participe dos fóruns pro- postos para trocar opiniões com seus colegas. Em caso de dúvida, entre em contato com o seu tutor que sempre estará à disposição para ajudá-lo. Exercícios Para verificar se você entendeu o conteúdo, assinale a alternativa correta.1) Conforme a ISO 14040, o ciclo de vida são estágios consecutivos e interli-a) gados de um sistema de produção, desde a aquisição da matéria-prima ou fonte de recursos naturais até o descarte final. O impacto gerado no meio ambiente é possível de ser medido pela agricultura.b) Assim, pode-se observar que o tema “meio ambiente” se restringe apenas à c) defesa de florestas ou à proteção de uma espécie. O conceito de análise de ciclo de vida é uma teoria consolidada.d) A interpretação do ciclo de vida é a fase de avaliação em que é feita uma síntese das conclusões da análise do inventário ou da análise do impacto ou de ambas, compa- rando com o objetivo e escopo de uma certificação definidos (ISO 14040). 41 Economia ambiental e ciclo de vida de um produto Nome da Aula Agora que você já concluiu esta aula vamos refletir um pouco sobre o conte-1) údo respondendo a seguinte questão: qual é a importância da economia am- biental para as empresas em todos os setores, uma vez que é difícil medi-la? Como você descreveria o ciclo de vida da geração de um produto?2) Faça as leituras e pesquisas complementares na3) ISO 14040 – Ciclo de Vida. Atividade complementar 43 Este espaço foi reservado para que você possa fazer as suas anotações! Aproveite-o! Aula 5 Tecnologias limpas Olá! Vamos estudar nesta aula o significado da metodologia Produção Mais Limpa (P+L). Verificaremos a sua importância para a economia mundial, a sua influência para a mudança de paradigma econômico, bem como as etapas da implantação de um Pro- grama de Produção Mais Limpa em um processo produtivo. Então, vamos lá? Produção Mais Limpa (P+L) Em tempos de profundas preocupações com o meio ambiente, devido a grandes catástrofes ambientais e à utilização cada vez maior dos recursos naturais, as organizações de diferentes setores industriais estão deixando de agir de forma reativa para agir de forma proativa com relação às questões ambientais. Dessa forma, diferentes metodologias de gestão ambiental têm demonstrado, nas organizações, a possibilidade de se obter lucro com o meio ambiente. Entre essas metodologias, destaca-se a de Produção Mais Limpa (P+L). Simples: produzir não gerando resíduos, pois os resíduos, a partir de sua geração, geram custos. Mas você sabe como podemos solucionar tal problema? Aplicando a metodologia da P+L. A Produção Mais Limpa foi definida pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) como a aplicação continuada de uma estratégia ambien- tal preventiva e integrada aos processos, produtos e serviços, a fim de aumen- tar a eficiência e reduzir os riscos para os homens e o meio ambiente (UNIDO/ UNEP 1995). Tecnologias ambientais convencionais trabalham principalmente no tratamento de resíduos e emissões gerados em um processo produtivo. São as chamadas técnicas de fim-de-tubo. A Produção Mais Limpa pretende integrar os objetivos ambientais aos processos de produção, a fim de reduzir os resíduos e as emissões em termos de quantidade e periculosidade. São utilizadas várias estra- tégias visando a Produção Mais Limpa e a minimização de resíduos. Caro aluno, como poderíamos obter lucro com o meio ambiente, sendo que as empresas precisam cada vez produzir mais? 44 Gestão Ambiental O princípio básico da metodologia de (P+L) é eliminar a poluição durante o processo de produção e não no final. A razão: todos os resíduos que a empresa gera custaram-lhe dinheiro, pois foram comprados a preço de matéria-prima e consumiram insumos como água e energia. Uma vez gerados, continuam a consumir dinheiro, seja sob a forma de gastos de tratamento e armazenamento, seja sob a forma de multas pela falta desses cuidados, ou ainda, pelos danos à imagem e à reputação da empresa. Mudança de paradigma Minimizar resíduos e emissões também significa aumentar o grau de emprego de insumos e energia usados na produção, isto é, produzir produtos e não resíduos, garantindo processos mais eficientes. A transição da postura reativa para proativa requer uma mudança cultural de razoável dimensão, porém, não há dúvidas de que as empresas que pensam desta maneira estão em sintonia com as expecta- tivas da sociedade. O quadro abaixo demonstra a mudança de paradigma que as empresas estão passando. Os velhos paradigmas O ambientalmente correto A responsabilidade ambiental corrói a competitividade. A ecoestratégia empresarial gera novas oportunidades de negócio. Gestão ambiental é coisa apenas para grandes empresas. A pequena empresa é até mais flexível para introduzir programas ambientais. O movimento ambientalista age comple- tamente fora da realidade. As ONG’s consolidam-se tecnicamente e participam da maioria das comissões de certificação ambiental. A função ambiental na empresa é exclusi- va do setor de produção. A função ambiental está em diversos setores do planejamento estratégico da empresa. Conforme Furtado (2001), a P+L propõe o uso de conceitos que aumentam a eficiência e previnem a poluição na fonte, re- duzindo ou evitando riscos para a população humana e o ambiente em geral. A P+L parte do princípio da efici- ência ambiental para alcançar benefícios econômicos positivos. A atitude empresarial com relação ao meio ambiente deve ser mais sólida, com a adoção de códi- gos voluntários de conduta e tecnologias mais limpas. 45 Tecnologiaslimpas Etapas em um processo produtivo A P+L é, antes de tudo, uma ação econômica, porque se baseia no fato de que qualquer resíduo gerado a partir de qualquer sistema produtivo só pode ser pro- veniente das matérias-primas ou insumos de produção utilizados no processo. Segundo o Centro Nacional de Tecnologias Limpas, a implantação de um Programa de Produção Mais Limpa em um processo produtivo segue uma seqüência de etapas. Vamos verificar essas etapas? Etapa 1: planejamento e organização Passo 1: obter comprometimento e envolvimento da alta direção. ■ Passo 2: estabelecer a equipe do projeto (ecotime). ■ Passo 3: estabelecer a abrangência da P+L. ■ Passo 4: identificar barreiras e soluções. ■ Etapa 2: pré-avaliação e diagnóstico Passo 5: desenvolver o fluxograma do processo. ■ Passo 6: avaliar as entradas e saídas. ■ Passo 7: selecionar o foco da avaliação da P+L. ■ Etapa 3: avaliação de P+L Passo 8: originar um balanço material e de energia. ■ Passo 9: conduzir uma avaliação de P+L. ■ Passo 10: gerar opções de P+L. ■ Passo 11: selecionar opções de P+L. ■ 46 Gestão Ambiental Etapa 4: estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental Passo 12: avaliação preliminar. ■ Passo 13: avaliação técnica. ■ Passo 14: avaliação econômica. ■ Passo 15: avaliação ambiental. ■ Passo 16: seleção das opções a serem implementadas. ■ Etapa 5: implementação de opções e plano de continuidade Passo 17: preparar plano de implementação de P+L. ■ Passo 18: implementar as opções de P+L. ■ Passo 19: monitorar e avaliar. ■ Passo 20: sustentar atividades de P+L. ■ A P+L é necessária em todos os níveis da organização e caracteriza-se por ações que são implementadas dentro da empresa, conseqüentemente gerando mais produtos e menos resíduos. A adoção de tecnologias limpas pode sofrer modifica- ções no processo produtivo que resultem em: eliminação do uso de matérias-primas e de insumos que contenham subs- ■ tâncias perigosas; otimização das reações químicas, tendo como resultado a minimização do ■ uso de matérias-primas e a redução, no possível, da geração de resíduos; segregação, na origem, dos resíduos perigosos e não-perigosos; ■ eliminação do vazamento e perda do processo; ■ promoção e estímulo ao reaproveitamento e à reciclagem interna; ■ integração do processo produtivo em um ciclo que também inclua as alter- ■ nativas para a destruição dos resíduos e maximização futura do reaproveita- mento dos produtos. 47 Tecnologias limpas Você verificou nesta aula que a compreensão de P+L é importante em vários aspectos. Verificou que as empresas estão passando por uma mudança de paradigma e a implantação de um Programa de Produção Mais Limpa em um processo produtivo segue uma seqüência de etapas. É importante que você discuta com os seus colegas o assunto abordado nesta aula. A Produção Mais Limpa é caracterizada por ser uma tecnologia de:1) ( ) fim-de-tubo.a) ( ) início do processo.b) ( ) durante o processo.c) Tudo aquilo que entra na empresa como matéria-prima sairá na forma de produto ou de resíduos sólidos, efluentes líquidos ou emissões atmosféricas, e estes devem ser tratados. Então, quanto menos resíduos, menores serão os custos com o tratamento. Exercícios 48 Gestão Ambiental A seguir, são apresentados alguns sites que abordam o assunto estudado nesta aula. Verifique quais são os principais assuntos abordados nos links indicados. Centro Nacional de Tecnologias Limpas/SENAI-RS (CNTL): ■ <http://www.rs.senai.br/cntl>. Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável ■ (CEBDS): <http://www.cebds.com>. Ministério do Meio Ambiente (MMA): < ■ http://www.mma.gov.br>. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA): < ■ http://www.ibama.gov.br>. Atividade complementar 49 Este espaço foi reservado para que você possa fazer as suas anotações! Aproveite-o! Desenvolvimento sustentável – pressupostos teóricos Aula 6 Nesta aula você compreenderá os princípios relacionados ao desenvolvimento sustentá- vel com vistas a aplicá-los na empresa e no seu cotidiano. Desenvolvimento sustentável Falar em sustentabilidade significa pensar em nossos filhos e netos, naquilo que podemos deixar de contribuição para retomar ou garantir uma maior qualidade de vida com recursos ambientais saudáveis e com a mais profunda ética. Afinal, você sabe o que significa desenvolvimento sustentável? Vamos aos estudos! Segundo a Comissão de Brundtland (1987), Observando a figura ao lado, conseguimos ilustrar o que precisa ser con- siderado ao definir a sustentabilidade: o aspecto ambiental, o social e o econômico. Ao considerarmos esses três aspectos conjuntamente, atin- giremos o centro em verde, a sustentabilidade. O desenvolvimento que se imagina a partir daí é o ambientalmente e socialmente sustentável. Agora você vai ler uma história em quadrinhos para entender melhor a sustenta- bilidade. Reflita a respeito! O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades presentes, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem a suas próprias neces- sidades. Uma forma de incorporarmos e trazermos para perto de nós a questão da sustentabilidade é começarmos a pensar de forma sistêmica. 50 Gestão Ambiental 51 Desenvolvimento sustentável – pressupostos teóricos 52 Gestão Ambiental Resumindo, pensar sistemicamente significa pensar em redes, e em redes dentro de redes, dando impor- tância para as relações ou para os relacionamentos existentes, seja a relação consigo mesmo, a relação com os demais ou a relação com a natureza. Depois de ler essa história e entender o pensamento sistêmico, Capra nos apre- senta o “pensar sistêmico” como um novo ou diferente modo de pensar. Entre as suas características, destaca: conexidade/conectividade e interdependência entre os seres;a) contexto;b) importância das relações – percepção do mundo como uma rede/c) teia de relações; não-hierarquia (sem “acima” ou “abaixo”) – com redes dentro de d) outras redes; e) consideração das “partes” sem esquecer o “todo” – lembrar-se do quebra-cabeça – só vamos entender a mensagem que o quebra- cabeças quer nos passar quando tivermos as peças montadas, integradas. Com apenas uma peça sozinha, não entendemos o quebra-cabeça. O pensamento sistêmico é um pensamento contextual, como o é o pensa- mento ambientalista (considerando o meio ambiente). O seu critério mais geral aborda as partes em direção ao todo, como as peças que formam um quebra-cabeça. Os sistemas vivos são totalidades integradas cujas propriedades não podem ser reduzidas a partes menores. Suas propriedades es- senciais são propriedades do todo, que nenhuma das partes possui isoladamente (interdependência das partes, sinergia). As propriedades sistêmicas são destruí- das quando um sistema é dissecado em elementos isolados. Isolar esses elemen- tos é o pensar analítico, cartesiano (Descartes). Outro critério importante aborda a capacidade de des- locar a própria atenção de um nível para outro dentro do sistema. Ao longo de todo o mundo vivo, encontra- mos sistemas aninhados dentro de outros sistemas, e é possível aplicar os mesmos conceitos a diferentes Mas você sabe qual é o critério geral do pensamento sistêmico? 53 Desenvolvimento sustentável – pressupostos teóricos níveis. Ex.: o estresse aplicado a um organismo, o estresse aplicado a uma cidade, ou a uma economia. Como, então, poderíamos definir a vida de forma sistêmica? A essência da vida está na auto-organização. Existe um padrão de organização das estruturas, uma estabilidade. A vida se auto-organiza por meio de automanu- tenção, auto-renovação e autotranscendência. Verifique cada um desses itens a seguir. Automanutenção: na natureza (reciclagem); ■ em nós (reação à infecção). ■ Auto-renovação: na natureza (estações do ano); ■ em nós (substituição de células). ■ Autotranscendência:; na natureza (criatividade, novos modelos e formas de adap- ■ tação, biodiversidade);em nós (sermos cada vez pessoas melhores). ■ Uma forma de praticarmos e trazermos para perto de nós a questão da sustentabilidade é começarmos a pensar que ela é possível no nosso dia-a-dia: na empresa, em casa, nas ruas da cidade onde moramos. É por isso que hoje se fala de comunidades ou sociedades sustentáveis, remetendo às pessoas em sua vida prática a responsabilidade em atingi-la. No entanto, hoje é seguro afirmar que não existe uma única definição aceita para o termo “comunidades sustentáveis”. Talvez não devesse haver uma única definição. O que há sim na literatura é o reconhecimento de que as co- munidades devem estar engajadas na sua definição de sustentabilidade sob o ponto de vista local. O desafio está em como incentivar a democracia local dentro de uma estrutura de sustentabilidade global (ROSELAND, 1997). 54 Gestão Ambiental Exercícios Atividade complementar Aqui concluímos mais uma aula. Você estudou os conceitos de sustentabilidade e pensa- mento sistêmico. Reflita sobre essas questões e, a seguir, realize a atividade proposta para esta aula. Em caso de dúvida, procure o seu tutor, que sempre estará pronto para ajudá-lo. Na próxima aula, você estudará um exemplo prático de sustentabilidade que transpôs as paredes de sala de aula e se tornou motivo de discussão em congressos em várias regiões brasileiras. Vamos colocar em prática o que você estudou? Segundo a Comissão de Brundtland, Nosso Futuro Comum (1987), o desen-1) volvimento sustentável é definido como aquele que: apenas atende às necessidades presentes, sem comprometer a possibilidade a) das gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. atende às necessidades presentes, comprometendo a possibilidade das gera-b) ções futuras atenderem a suas próprias necessidades. atende às necessidades presentes, sem comprometer a possibilidade das c) gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. considera os aspectos social, econômico e cultural conjuntamente, atenden-d) do às necessidades presentes. Uma sugestão interessante para aprofundar o tema estudado aqui é o filme Ponto de Mutação de Fritjof Capra. Será realizado um seminário nas aulas presenciais. 55 Este espaço foi reservado para que você possa fazer as suas anotações! Aproveite-o! Aula 7 Desenvolvimento sustentável e suas aplicações Olá! Vamos iniciar mais uma aula. Voçê sabe qual é o objetivo desta aula? estudaremos uma forma de aplicação dos princípios do desenvolvimento sus- tentável. Introdução Há quem diga que o desenvolvimento sustentável é uma utopia, pois há uma carência de exemplos práticos. Acreditamos ser possível promover a discussão, reflexão e dar visibilidade aos princípios do desenvolvimento sustentável. Tal- vez você possa perguntar: como isso é possível? Se as pessoas incorporassem tais princípios e os colocassem em prática no lugar em que vivem, estariam mais sensíveis a ajudar a construir a empresa, a escola e o lazer com uma maior sustentabilidade. Para lhe ajudar a entender a proposta desta aula, vamos a um estudo de caso apresentado em um texto logo a seguir. Com o estudo do presente texto, você estará aprimorando seus conheci- mentos a respeito do desenvolvimento sustentável. O estudo de caso relatado consiste em uma atividade realizada com os alunos do SENAI Joinville no ano de 2002 a partir da utilização de fotografias. Veja como é possível aplicar a teoria na prática do dia-a-dia. Trata-se de um artigo apresen- tado no Congresso de Direito Urbano-Ambiental em Porto Alegre em 2006, no qual se buscou debater a cidade em todas as suas dimensões, refletir sobre as experiências e apontar caminhos para intervenção e atuação face ao esgotamento dos recursos naturais. (GORNIACK, 2006) Boa leitura! Para facilitar o seu estudo, o texto está dividido em partes – cada parte seguida de dicas e reflexões. 56 Gestão Ambiental Loteamento Ecológico, construindo cidades saudáveis: um impulso à drenagem urbana sustentável e participação popular Autor: Adilson Gorniack Co-autora: Zuleica Maria Patrício Da gênese e interface com o congresso de direito urbano- ambiental Há que se concordar com Arruda e Piletti (1995) quando afirmam que as inven- ções não resultam de atos individuais ou do acaso, mas de problemas concretos colocados para homens práticos. O invento deve atender à necessidade social de um momento; do contrário, nasce morto. Em função disso, ao se apresentar a proposta “Loteamento ecológico” junto à população está se respondendo a uma necessidade social do momento: melhoria da qualidade de vida nas cidades. A gênese da proposta está nas aulas de gestão ambiental ministradas no SE- NAI, Joinville, em 2002, Capítulo – Avaliação Perceptiva do Processo de Urbaniza- ção. Observe a imagem a seguir. Quando foi apresentada em 2002, eram comuns comentários do tipo: “... se eu soubesse disso antes, teria feito diferente em minha casa” ou “... por que não ouvimos falar disso antes?”. A forte mobilização popular diante das questões levantadas motivou o pesquisador a formatar as bases con- ceituais deste trabalho. Quando você é chamado a desenvolver um trabalho ou uma pesquisa, atente para sua necessidade social. Também não se esqueça de registrar a sua gênese. Como foi que começou? Para atender qual necessidade? Faça essas perguntas para obter maior êxito com sua proposta. 57 Desenvolvimento sustentável e suas aplicações Figura 7.1 – Imagem adaptada de Adilson Gorniack, 2001. A proposta ganhou consistência a partir das aulas do Curso de Especialização em Gestão de Recursos Hídricos em Áreas Urbanas, da Universidade Federal de Santa Catarina e é tema de monografia deste curso. Existe um resultado prático, já apresentado em Minas Gerais no VI ENAU (Sexto Encontro Nacional de Águas Urbanas) sob o título de “Em busca de diretrizes para sustentabilidade em lotea- mentos residenciais na região do Alto Vale do Itajaí, SC” (POMPÊO e GORNIACK, 2005). Na oportunidade, fora comentado que uma cidadania ambiental, capaz de incorporar na agenda política as respostas à questão do desenvolvimento susten- tável, demanda de recursos e instrumentos presentes no cotidiano das pessoas, dotados de forte poder reflexivo e pedagógico. Os exemplos práticos apresentados durante a exposição elucidam e desvelam elementos presentes no cotidiano. Trata-se da aplicação do princípio do educa- dor Paulo Freire. Assim, caminha-se na formação do cidadão socioambiental. O cidadão socioambiental é a chave que abre as portas para a efetivação da Fun- ção Social da Propriedade Urbana e também da Função Social da Cidade no Brasil. Logo, há na proposta uma resposta afirmativa à pergunta: “É possível um Direito à Cidade?”. 58 Gestão Ambiental Como instrumento modelador e organizador da paisagem urbana, responde afirmativamente também à pergunta: “Há uma integração possível entre o urbano e o ambiental?”. Ao criar um ambiente sinérgico para debate e resolução das questões relativas à melhora da qualidade de vida, ganha alto grau de legitimidade ao integrar a dimensão técnica com a experiência vivencial dos participan- tes. Desta forma, é capaz de assegurar proposições bem contextualizadas, mais próximas das expectativas dos que vivem e se utilizam do ambiente. Atua, ainda, como uma alternativa possível para a questão; alagamentos x drenagem urbana, pois é uma aplicação prática dos princípios da drenagem urbana sustentável. Você se lembra do que estudamos na aula anterior? Foi o desenvolvimento sustentável! Verificou-se que ele não é uma utopia e que é passível de ser aplicado. Pois bem, para que o mesmo seja incorporado à agenda política, há uma demanda de recursos e instrumentos presentes no cotidiano das pessoas, dotados de forte poder reflexivo e pedagógico. Quais seriam esses recursos e instrumentos? Um exemplo simples e visível é o que vamos estudar - o loteamento ecológico. Em nível nacional, há uma interface com o Estatuto da Cidade, Lei 10257/2000,art. 40, § 3 que determina a revisão do Plano Diretor até 2006 e a implantação da Agenda 21 do Brasil - segunda fase de Elaboração e Implementação da Agenda 21 Local. O momento oferece uma oportunidade ímpar de intervenção positiva no processo de urbanização, enquanto instrumento indutor de um novo modelo no planejamento das cidades. Atualmente, o tema vem a contribuir com a política do Ministério das Ci- dades expressa em resolução n° 13 de 2004 que versa sobre a necessidade de se mobilizar a sociedade brasileira para a construção nacional de política urbana, por suas vertentes: planejamento territorial, habitação, saneamento ambiental, trânsito, transporte e mobilidade; havendo contro- le e participação social, que possibilitará a soma de iniciativas e recursos técnicos, materiais e financeiros. 59 Desenvolvimento sustentável e suas aplicações Como se pode perceber nos parágrafos anteriores, a proposta permeia os temas do Congresso: 1) Construindo Conceitos Urbano-Ambientais; 2) Problemas Urba- nos Contemporâneos; 3) Regulação Municipal e Estatuto da Cidade e 4) Planos Diretores. Não obstante o acima exposto, constatou-se, ao longo da revisão bibliográfica, que o mesmo é uma resposta prática à problemática urbana que vem sendo estudada em conferências internacionais sobre cidades saudáveis/ecológicas, como as de Adelaide (1992), Yoff, Senegal (1996), Curitiba (2000), Berkeley (2001), China (2002), Califórnia (2005) e Índia (2006). Também está entre as estratégias de ação propostas pela Carta de Ottawa (1986): 1) estabelecimento de políticas públicas saudáveis; 2) criação de ambientes favoráveis à saúde; 3) reforço da ação comunitária; 4) desenvolvimento de habilidades pessoais; 5) reorientação dos serviços de saúde; dentre as quais o trabalho propicia a aplicação das três primei- ras estratégias. Antes de estudarmos a próxima aula, que trata do méto- do adotado para demonstrar a aplicabilidade do desen- volvimento sustentável, faça os exercícios propostos a seguir. Caso tenha dúvida, entre em contato com o seu tutor, que sempre estará pronto a ajudá-lo! Imagine-se vendendo um produto. O que você precisa fazer? Apresentar a sua relevância, suas qualidades. É o que foi feito nesses parágrafos: destacou-se sua relevância em nível nacional e inter- nacional. Ah, não podemos esquecer que quando se vai fazer uma apresentação em congresso, também é muito válido falar sobre sua relevância em relação ao evento. 60 Gestão Ambiental Nas imagens a seguir você observa duas figuras: “calçadas sem e com canteiros” (adaptadas de Adilson Gorniack, 2001). Considere que a sustentabilidade deve envolver as esferas ambiental, social e econômica simultaneamente. Observando estas figuras, identifique as vantagens que a 7.3 possui em relação a 7.2 de acordo com as esferas abaixo descritas. Utilize os números referentes a cada esfera para numerar uma seqüência. Ao final, assinale a alternativa que contém a seqüência correta. Figura 7.2 – Calçadas sem canteiro (ima- gem adaptada de Adilson Gorniack, 2001 Figura 7. 3 – Calçadas com canteiro (ima- gem adaptada de Adilson Gorniack, 2001). 1 – Esfera ambiental 2 – Esfera social 3 – Esfera econômica Em se tratando da Figura 7.3:: ( ) há a diminuição da temperatura com a implantação de canteiros com plantas. ( ) existe menor custo financeiro na execução das calçadas com canteiros uma vez que são utilizadas plantas no lugar do concreto ou lajota ( ) ocorre uma maior infiltração de água diminuindo-se o efeito das enxurradas tão comum principalmente nos grandes centros. ( ) as prefeituras poderão economizar desobstrução das sarjetas (bocas-de-lobo), pois haverá menos sedimentos para serem removidos. Exercícios 61 Desenvolvimento sustentável e suas aplicações ( ) existe melhor efeito paisagístico nas cidades, bem como espaços de convivên- cia mais valorizados para as caminhadas. A seqüência correta de cima para baixo é: a) 1, 3, 1, 2, 1. b) 1, 3, 1, 3, 2. c) 1, 2, 1, 2, 2. d) 1, 2, 1, 3, 1. 63 Este espaço foi reservado para que você possa fazer as suas anotações! Aproveite-o! Aula 8 Uma proposta para o desenvolvimento sustentável Nesta aula vamos estudar uma proposta de aplicabilidade do desenvolvimento sustentável por meio da exploração do conceito inicial de Loteamento Ecológico. Você verificará o fluxo do método bem como as ferramentas de coletas de dados desta proposta. É importante ressaltar que esta pro- posta foi registrada na Fundação Biblioteca Nacional como idéia original. Isso significa que não há nada nestes termos no país! Então, vamos lá? Loteamento Ecológico Para demonstrar a aplicabilidade do desenvolvimento sustentável será utilizada uma proposta cuja metodologia desenvolvida é do tipo “exploratória”, “partici- pante” e “de ação”; de ordem quanti-qualitativa, com técnica de diálogo reflexivo. Para lhe ajudar a compreender esta metodologia, as suas etapas estão ilustradas no fluxograma a seguir. Os instrumentos utilizados para coletar os dados são uma palestra-debate através de um PowerPoint e um formulário. Nesta, aula parte-se de um conceito inicial sobre o que é o Loteamento Ecológico, passando pelo processo de divulgação através de uma palestra-debate e gerando um conceito construído sobre a “cidade saudável” do imaginário dos participan- tes através da análise de dados obtidos de um formulário. A elaboração de um fluxograma para delinear o método desenvolvido é essencial para que as outras pessoas possam ter uma idéia geral do seu trabalho. Geralmente, a pergunta crucial em um momento de apresen- tação é: “Mas como você desenvolveu a pesquisa? O seu método respon- deu às suas perguntas ou aos objetivos de pesquisa?” 64 Gestão Ambiental Figura 8.1 - Fluxograma do método Os conhecimentos científicos envolvendo a drenagem urbana sustentável e saneamento ambiental são transformados em linguagem simples – popular − na forma de um projeto lei. A palestra-debate está estruturada de forma a identificar a problemática do meio urbano e apresentar o Loteamento Ecológico. É abordado o saneamento ambiental, incluindo o manejo de águas pluviais (enxurradas, lençol freático, material sedimentológico, temperatura, uso de recursos naturais, aridez da paisagem urbana, entre outros). No que se refere ao formulário, este é entregue aos partici- pantes após cada apresentação para preenchimento (vide formulário a seguir, não é necessário respondê-lo). 65 Uma proposta para o desenvolvimento sustentável Quando for possível, trabalhe com dados em que você tenha algum contato pessoal com os entrevistados. É mais trabalhoso, mas há maior retorno. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS EM ÁREAS URBANAS PROJETO DE PESQUISA Loteamento Ecológico, construindo cidades saudáveis junto a comunidades de Santa Catarina: um impulso à drenagem urbana sustentável e à participa- ção popular. Autor: Adilson Gorniack Orientadora: Zuleica Maria Patrício FORMULÁRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS Nome: _________________________________________________ Contato: _____________________ Local: _____________________ Data:_____________________ Perfil do entrevistado:1) ( ) Executivo ( ) Legislativo ( ) Arquiteto ( ) Engenheiro ( ) Pesquisador ( ) Público em geral ( ) a especificar _____________________ 66 Gestão Ambiental V. S. ª implantaria a “calçada ecológica”?2) ( ) sim ( ) não Qual a largura de calçada que V. S. ª gostaria de ter para fazer suas caminhadas ?3) ________________________________________________________________ V. S.ª já tinha conhecimento do tema “Loteamento Ecológico”?4) ( ) sim ( ) não V. S. ª implantaria o “lote ecológico?”5) ( ) sim ( ) não Imagine-se caminhando na calçada ecológica com mais duas pessoas 6) ( familiares/amigos), qual largura de calçada seria a ideal?
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