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6 - GESTÃO AMBIENTAL

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Prévia do material em texto

Gestão Ambiental
Modalidade a Distância
Alcantaro Corrêa
Presidente do Sistema FIESC
Sérgio Roberto Arruda
Diretor Regional do SENAI/SC
Antônio José Carradore
Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC
Marco Antônio Dociatti
Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
Hildegarde Schlupp
Diretora do SENAI/SC - Unidade Joinville
Equipe técnica que participou da elaboração da obra
Conteúdo Organizado por
Especialista - Adilson Gorniack – SENAI/SC
MSc Carla Micheline Israel – SENAI/SC
MSc - Fabiana Beckert Gorniack – SENAI/SC
Projeto Gráfico, Design Instrucional,
Ilustração e Diagramação
FabriCO (www.fabrico.com.br)
Coordenação geral / EaD
Raphael da Silveira Geremias – SENAI/SC 
Bibliotecária
Simoni Casimiro de Oliveira
Coordenação do curso – SENAI/SC
Vania Maria da Conceição Lopes
SENAI/SC - Unidade Joinville
Revisão Gramatical
Simone Rejane Martins
Confederação Nacional das Indústrias - CNI
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI
Departamento Regional de Santa Catarina – SENAI/DR
Unidade SENAI/SC Joinville
Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial
Gestão Ambiental
Modalidade a Distância
Joinville
2007
© 2007. SENAI1 - Departamento Regional de Santa Catarina
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
SENAI/SC
DR – Direção Regional
1 Instituição credenciada conforme portaria MEC 4388, de 15/12/2005.
Ficha catalográfica elaborada pela biblioteca do SENAI/SC – Unidade Joinville.
G671g
Gorniack, Adilson 
 Gestão ambiental: modalidade a distância / Adilson Gorniack, Fabiana Beckert 
Gorniack, Carla Micheline Israel. Brasília: SENAI. DN, 2007.
76 p. : il. color.; 28 cm.
Inclui bibliografia
1. Gestão ambiental. 2. Desenvolvimento sustentável. I. Gorniack, Fabiana 
Beckert. II. Israel, Carla Micheline. III. SENAI. Departamento Nacional. II. Título.
 
CDU 504.06
SENAI/SC – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Departamento Regional de Santa Catarina
Rodovia Admar Gonzaga, 2765.
Itacorubi – CEP 88034-001 
Florianópolis/SC
Fone: (48) 3231-4100 
Fax: (48) 3334-1578
http://www.sc.senai.br
SENAI/SC - Unidade Joinville
Avenida Procópio Gomes, 911. 
Bairro Bucarein - CEP 89202 - 300
Joinville/SC
Fone: (47) 3441-7600 
Fax: (47) 3441-7610
5
Este espaço foi reservado 
para que você possa 
fazer as suas anotações! 
Aproveite-o!
Apresentação
Bem-vindo à unidade de competência Gestão Ambiental. Eu sou o Mark e vou acompanhá-
lo neste curso.
Estes são meus colegas, Akira e Serena. Eles também estarão juntos com a gente neste 
estudo!
6
Gestão Ambiental
Para ajudá-lo a entender o conteúdo das aulas, conheça alguns ícones presentes 
em todo o seu estudo. 
Todos os recursos utilizados no material foram pensados especialmente para 
você. Eles servem para chamar a sua atenção para algum ponto importante do 
conteúdo ou para alguma atividade. 
Visualize-os a seguir!
Pesquisa Dica
Atenção Destaque
Informação 
relevante
ReflexãoSaiba mais
Links
7
Apresentação
A unidade de competência Gestão Ambiental é composta por 8 aulas estudadas 
na modalidade a distância.
Estas oito aulas foram estruturadas com base em três temas distintos, que são: 
PRODUÇÃO E MEIO AMBIENTE
AULA 4 – Economia ambiental e ciclo de vida de um produto
AULA 5 – Tecnologias limpas
INTRODUÇÃO ÀS QUESTÕES AMBIENTAIS
AULA 1 – Conceitos ambientais relevantes
AULA 2 – Evolução da questão ambiental no mundo
AULA 3 – Padrão de consumo e comportamento do consumidor
Exercícios
Avaliação
Atividade em grupo
Referências
8
Gestão Ambiental
Quais serão os principais assuntos abordados em cada aula?
Aulas 1, 2 e 3
Nas duas primeiras aulas, você vai estudar a Introdução às questões ambientais, 
traçando um panorama da evolução das questões ambientais e a sua relação em 
nível global e local. Também vai conhecer os padrões de consumo e de comporta-
mento do consumidor. Para complementar o estudo, ao final deste assunto,você 
poderá participar de algumas discussões com os colegas de equipe sobre o assun-
to abordado.
Aulas 4 e 5
Nas aulas 4 e 5 cujo tema é Produção e meio ambiente, você estudará a econo-
mia ambiental e a produção de tecnologias limpas. 
 
Aulas 6, 7 e 8 
E nas aulas 6, 7 e 8, cujo tema é Desenvolvimento sustentável, você compreenderá 
os princípios que regem tal desenvolvimento com vistas a aplicá-los na empresa e 
no seu cotidiano.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
AULA 6 – Desenvolvimento sustentável – pressupostos teóricos
AULA 7 – Desenvolvimento sustentável e suas aplicações
AULA 8 – Uma proposta para o desenvolvimento sustentável
Você já parou para pensar se é possível produzir respeitando o 
meio ambiente? 
Se preferir, você também pode estudar todo o conteúdo apresen-
tado aqui pelo computador, disponibilizado no SENAI Virtual pelo 
endereço <http://www.sc.senai.br/senaivirtual/>. O conteúdo do 
material on-line é o mesmo do impresso, porém lá você encontrará 
jogos, animações e fórum. Confira e bons estudos!
9
Apresentação
Ao final das aulas, você encontrará exercícios de passagem e atividades comple-
mentares. Fique atento, pois em alguns momentos você deverá entregá-los ao seu 
tutor ou fazê-los no Ambiente Virtual de Aprendizagem! 
Antes de iniciar o estudo das aulas, lembre de que há inúmeras relações acontecendo 
neste exato momento. Você sabe quais são? Confira as relações a seguir.
Relação consigo mesmo. ■
Relação com os demais. ■
Relação com a natureza. ■
Autores como Merleau-Ponty (1999) citam que o homem é um só laço de relações.
Dias (2002) descreve estas relações a ponto de detalhar desde o indivíduo até a 
sua relação com o todo.
Neste contexto, o SENAI Santa Catarina busca cumprir a sua missão como 
instituição que contribui para elevar a competitividade do setor industrial, de-
senvolvendo competências por meio da Educação Profissional e Serviços Técni-
cos e Tecnológicos, comprometida com a inovação e o crescimento sustentável 
do país. Você se insere e compartilha quando almeja formar-se Tecnólogo em 
Gestão da Produção Industrial e secunda o juramento:
Cada átomo, molécula, tecido do nosso corpo vem da Terra por 
meio da alimentação e respiração. Nosso corpo é um empréstimo 
da Terra. Utilizamos esse aglomerado de matéria para nos comu-
nicar. Somos uma extensão do planeta. Uma extensão que pensa, 
vibra, evolui. Quando morremos, devolvemos todos os compo-
nentes materiais à Terra e fechamos o ciclo.
Aquela bola suspensa no ar abriga a vida, sustentada por sofisticados, complexos e 
intrincados serviços ecossistêmicos, prestados silenciosamente pela Natureza, por 
meio de seus processos cíclicos, interconectados, interdependentes e auto-regula-
dos. (DIAS, 2002). 
10
Gestão Ambiental
 “... no cumprimento do meu dever,
não me deixarei cegar pelo brilho excessivo da tecnologia, 
esquecendo-me completamente de que trabalho 
para o bem do homem e não para o da máquina;
respeitarei a natureza, 
evitando projetar ou construir equipamentos 
que destruam o equilíbrio ecológico ou que o poluam [...]”
Agora que já conhecemos toda a estrutura da unidade de compe-
tência, bem como os seus ícones, vamos iniciar o estudo de Ges- tão 
Ambiental? 
Se necessário, estude a mesma aula mais de uma 
vez. Em um curso a distância você tem a liberda-
de de estudar o conteúdo no melhor horário que 
preferir e no local que for mais agradável para você. Você 
também pode utilizar a biblioteca física do SENAI para estudar 
e também para pesquisar. Dedique-se bastante!
O seu bom desempenho em cada unidade de competência 
só depende de você. 
Bons estudos! 
Procure esclarecer todas as suas dúvidas sempre que necessário, e lembre-
se que você não está sozinho neste processo. Você pode contar sempre 
com uma equipe de professores, tutores e monitores disponíveis em diver-
sos momentos de seu estudo.
11
Aula1 – Conceitos ambientais relevantes ............................................................13
Aula 2 – Evolução da questão ambiental no mundo ........................................ 19
Aula 3 – Padrão de consumo e comportamento do consumidor ................ 29
Aula 4 – Economia ambiental e ciclo de vida de um produto ....................... 37
Aula 5 – Tecnologias limpas ...................................................................................... 43
Aula 6 – Desenvolvimento sustentável – pressupostos teóricos .................. 49
Aula 7 – Desenvolvimento sustentável e suas aplicações ............................... 55
Aula 8 – Uma proposta para o desenvolvimento sustentável ....................... 63
Referências......................................................................................................................................75
Sumário
13
Este espaço foi reservado 
para que você possa 
fazer as suas anotações! 
Aproveite-o!
Conceitos ambientais relevantes
Aula1
Você sabe qual é o objetivo desta aula? Nesta aula vamos conhecer conceitos relaciona-
dos ao meio ambiente, ecossistemas e biodiversidade bastante relevantes e comentados 
ultimamente na mídia face às mudanças climáticas que vêm ocorrendo e que estão sendo 
sentidas pela humanidade.
Introdução
Para compreender melhor este tema, você vai estudar a evolução da questão am-
biental e a situação mundial. 
Qual tem sido a relação SER HUMANO x MEIO AMBIENTE nas 
últimas décadas? 
Do conceito de meio ambiente, ecossistemas, 
biodiversidade
De acordo com Frank (2000), pode-se dizer que:
Meio ambiente é o conjunto de condições, leis, 1) 
influências e interações de ordem física, química 
e biológica que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas, inclusive socioeconômicas.
O meio ambiente constitui o conjunto de 2) 
meios naturais ou artificializados da ecosfera. É 
o meio onde o homem se instalou, explorando-o 
Com certeza você já ouviu muitas vezes falar em meio ambiente, 
mas você sabe o que esse termo realmente significa? 
14
Gestão Ambiental
e administrando-o. É o conjunto dos meios não submetidos à ação antrópica 
e que são considerados necessários à sua sobrevivência. 
De acordo com a ISO:
Corresponde, ainda, aos arredores nos quais uma organização opera, in-1) 
cluindo ar, água, terra, recursos naturais, flora, fauna, homem e suas relações 
(ISO/WD 14031.2).
Agora que você já sabe o significado de meio ambiente, reflita so-
bre a seguinte questão: como pode ser caracterizado esse meio? 
Pode ser caracterizado
Podem ser caracterizados por diversos fatores, que podem ser:
Para que possamos entender melhor o conteúdo da unidade de competência, vamos relem-
brar alguns conceitos básicos. 
Ecossistema 
Você sabe o que significa ecossistema?
O ECOSSISTEMA pode ser qualquer contexto, espaço físico, em que haja troca de 
energia dos seres vivos com o meio.
Em ecologia, o ecossistema é a unidade funcional básica, uma vez 
que inclui tanto os organismos (comunidades bióticas) como o 
ambiente abiótico, cada um deles influenciando as propriedades 
do outro. Os dois são necessários para a conservação da vida tal 
como ela existe na terra. 
por sua geometria, seus componentes físicos, químicos, biológicos e humanos e ■
pela distribuição espacial desses componentes;
pelos processos de transformação, de ação ou de interação envolvendo esses com- ■
ponentes e condicionando sua mudança no espaço e no tempo;
por suas múltiplas dependências com relação às ações humanas; ■
por sua importância, tendo em vista o desenvolvimento das sociedades humanas. ■
15
Conceitos ambientais relevantes
Biodiversidade 
A BIODIVERSIDADE compreende a “gama” de espécies que ocorre 
em uma determinada área, a variedade de formas de vida, os papéis 
ecológicos que elas desempenham e a diversidade genética que 
contêm (WILCOX, 1984 apud DIAS, 2003).
Riqueza
A RIQUEZA é o conjunto das diferentes espécies encontradas em uma determina-
da área.
Espécie
A ESPÉCIE é o conjunto de populações dentro das quais fluem genes livremente 
(reprodução) sob condições naturais (conceito não unânime). 
Impacto ambiental 
Entende-se por IMPACTO AMBIENTAL qualquer alteração das propriedades 
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de 
matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indireta-
mente, afetam os fatores abaixo. 
Saúde, segurança e bem-estar da população.1) 
Atividades sociais e econômicas.2) 
Biota (seres vivos).3) 
Condições estéticas e sanitárias do meio ambiente.4) 
Qualidade dos recursos ambientais.5) 
Poluidor
A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou 
indiretamente, por atividades causadoras de degradação ambiental é denomina-
da POLUIDOR.
16
Gestão Ambiental
Degradação ambiental
A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL representa a alteração adversa das 
características do meio ambiente.
Resíduo
Qualquer substância ou objeto residual de um processo de pro-
dução ou do consumo final é um RESÍDUO.
Estudo de impacto ambiental
O ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL corresponde à análise dos 
impactos ambientais como instrumento de decisão para prognosticar o 
impacto que um projeto terá sobre o meio ambiente, a fim de encontrar meios 
para reduzir impactos inaceitáveis.
Sistema de gerenciamento ambiental
O SISTEMA DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL é a estrutura organizacional, as 
responsabilidades, as práticas, os procedimentos, os processos e os recursos para 
implementar e manter o gerenciamento ambiental.
Desenvolvimento sustentável
Para finalizar, entende-se que DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
é o processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a 
direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tec-
nológico e as mudanças institucionais se harmonizam e reforçam o 
potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspi-
rações humanas (Comissão Mundial de Desenvolvimento Sustentável).
Lembre-se de que o desenvolvimento sustentável não é centrado 
na produção, mas sim nas pessoas. Deve ser apropriado não só 
aos recursos e ao meio ambiente, mas também à cultura, à histó-
ria e aos sistemas sociais do local onde ocorre. 
17
Conceitos ambientais relevantes
A chave para o desenvolvimento é a participação, a organização, a educação e o 
fortalecimento das pessoas. 
 
 Nesta aula, estudamos o significado de meio ambiente, a caracterização 
do meio e os principais conceitos que envolvem o tema. Agora, faça as 
atividades propostas para esta aula e não deixe de acessar o Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, pois nele você encontrará 
informações que complementarão o seu estudo. Na 
próxima aula, nós estudaremos o processo de evolução 
da questão ambiental. 
Vamos colocar em prática o que aprendemos?
Responda a seguir às questões sobre o conteúdo apresentado. 
Ultimamente a mídia tem se referido de forma bastante recorrente ao tema 1) 
da biodiversidade devido à sua relevância para a manutenção da vida no 
planeta. Com relação à biodiversidade, assinale a alternativa correta.
É o mesmo que meio ambiente.a) 
Compreende a variedade de formas de vida, os papéis ecológicos que elas b) 
desempenham e a diversidade genética que contêm.
É o mesmo que desenvolvimento sustentável.c) 
Compreende a variedade de formas de vida, mas não a diversidade genética d) 
que elas contêm.
Você poderá aprofundar o tema abordado nesta aula com a leitura 
complementar do livro A teia da vida de Fritjof Capra. Será realizado um 
seminário nas aulas presenciais. 
Exercícios
19
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para que você possa 
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Evolução da questão ambiental no mundo
Aula 2
 Nesta aula vamos conhecer a evolução da questão ambiental. 
Iniciaremos com uma discussão de 6000 a.C. com os colonos da 
Mesopotâmia e terminaremos com os principais fenômenos que 
ocorrem atualmente. Então, bons estudos! 
Você poderá acompanhar agora como a questão am-
biental evoluiu e qual é a situação do meio ambiente 
no mundo.
6000 a.C. – Os colonosda Mesopotâmia (sumérios) iniciam uma nova forma de cul-
tivar alimentos. Desviam água do rio Eufrates, dando início à prática de irrigação.
400 a.C. – Platão observa: “Qualquer cidade, por menor que seja, divide-se de fato 
em duas: uma dos pobres e outra dos ricos”.
469 a.C. – O pai da democracia – Sócrates – reflete: “Penso que não ter necessida-
de é coisa divina, e ter as menores necessidades possíveis é o que nos aproxima do 
divino”.
1500 – Os portugueses chegam ao litoral brasileiro. São gentilmente re-
cebidos pelos indígenas. Iniciou-se o contrabando dos nossos recursos 
naturais, principalmente de pau-brasil e papagaios. 
1503 – Fernando de Noronha inicia a comercialização de pau-brasil. 
Dos 200 mil quilômetros originais da Mata Atlântica, restam apenas 
cerca de 7%.
1827 – Carta de Lei de Outubro, do Império, delega poderes aos 
juízes de paz das províncias para a fiscalização das florestas.
1850 – D. Pedro II edita a Lei 601, proibindo a exploração florestal em terras des-
cobertas. A lei é ignorada e as queimadas dão lugar à monocultura do café para 
alimentar as exportações brasileiras.
O Reino Unido torna-se a primeira nação a ter uma população majoritariamente 
urbana.
1854 – Chefe indígena Seatle envia uma carta-resposta à intenção de compra de 
suas terras pelo então presidente dos Estados Unidos Franklin Pierce.
20
Gestão ambiental
1864 – George Perkin Marsh (diplomata americano) publica o livro “O homem e 
a natureza: ou geografia física modificada pela ação do homem” considerado o 
primeiro exame detalhado da agressão humana à natureza.
1869 – Ernst Haeckel (biólogo alemão) propõe o vocábulo “ecologia” para os 
estudos das relações entre as espécies e o seu meio ambiente. Também sugere a 
criação de uma nova disciplina.
1875 – Encerra-se o ciclo do pau-brasil com as matas exauridas.
1889 – O escocês Patrick Geddes (1854-1933) afirma que uma criança em contato 
com a realidade do seu ambiente não só aprenderia melhor, mas também desen-
volveria atitudes criativas em relação ao mundo em sua volta. É considerado o 
pai/fundador da Educação Ambiental.
1896 – Criado o primeiro parque do Brasil: Parque Estadual da Cidade de São Paulo.
1920 – O pau-brasil é considerado extinto.
1923 – Henry Ford adota o conceito de produção em massa (linha de 
montagem) em suas fábricas de automóveis. O modelo T da Ford que 
custava 600 dólares em 1912 passa a custar 265.
1934 – Código Florestal Brasileiro - Parque Nacional do Itatiaia;
Nesse período também ocorreu a Primeira Conferência Brasileira de Pro-
teção ao Meio Ambiente.
1945 – Lançadas pelos Estados Unidos, explodem as bombas atômicas em 
Hiroshima e Nagasaki, no Japão.
1952 – O ar densamente poluído de Londres – conhecido como smog – provoca a 
morte de 1.600 pessoas e desencadeia o processo de conscientização a respeito da 
qualidade ambiental na Inglaterra. Em 1956, o Parlamento aprova a Lei do Ar Puro.
1961 – O presidente Jânio Quadros aprova o projeto que declara o pau-brasil a 
“árvore-símbolo do Brasil” e a flor do ipê a “flor-símbolo nacional”.
1962 – Rachel Carson, jornalista, lança o livro Primavera Silenciosa que viria a 
se tornar um clássico na história do movimento ambientalista. Suas 44 edições 
sucessivas desencadeiam uma grande inquietação internacional sobre a perda da 
qualidade de vida.
1968 – Um grupo de 30 especialistas de várias áreas liderados pelo industrial 
Arillio Peccei passa a se reunir em Roma para discutir a crise atual e futura da 
humanidade. Trata-se do Clube de Roma.
21
Evolução da questão ambiental no mundo
Na década de setenta
1972 – Clube de Roma publica Os limites de Crescimento; 
Em Estocolmo, na Suécia (de 5 a 16 de junho), ocorre a principal conferência da 
ONU sobre ambiente humano.
É um marco histórico e político internacional decisivo para o gerenciamento de 
políticas ambientais. Os países em desenvolvimento acusam os países industria-
lizados de utilizarem a desculpa da degradação ambiental como forma de inibir a 
capacidade de produção e, por conseguinte, de competição.
O Brasil relata: “Bem-vindo à poluição, estamos abertos para ela. O Brasil não tem 
restrições. Temos várias cidades que receberiam de braços abertos a sua poluição, 
porque o que nós queremos são empregos, dólares para o nosso desenvolvimento.”
1973 – 30/10/2002 - decreto-lei 73.030 - SEMA - Secretaria Especial do Meio 
Ambiente.
Primeiro organismo brasileiro de ação nacional orientado para a gestão integrada 
do meio ambiente. O Professor Paulo Nogueira-Neto é titular da SEMA, 1974-
1986. Cria as bases das leis ambientais e estruturas que permanecem até hoje. 
Na década de oitenta
1980 – O historiador americano Lynn White Jr. propõe ao papa que São 
Francisco seja reconhecido como o santo padroeiro da Ecologia. A suges-
tão foi acolhida.
1981 – É sancionada a lei 6938, que dispõe da política nacional do meio 
ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação.
1986 – A explosão do reator 4 da usina de Chernobyl deixa escapar de 60% a 90% 
do combustível atômico, segundo o físico Vladimir Chernusenko, matando de 7 a 
Clube de Roma
O Clube de Roma é uma 
organização internacio-
nal cuja missão é “agir 
como um catalisador de 
mudanças globais, livre 
de quaisquer interesses 
políticos, econômicos, 
ou ideológicos”. A orga-
nização busca analisar 
os problemas-chave 
diante da humanidade. 
Seus trabalhos, como a 
publicação, em 1972, do 
notório “Limits to gro-
wth”, possuem significa-
tivo impacto no cenário 
político internacional. 
Fonte: <http://www.
ebape.fgv.br/novidades/
asp/dsp_dados_comu-
nicados.asp?rep=247>. 
Acesso em: 08/11/07.
Desencadeado pelo Governo Federal o “desenvolvimento” de 
Rondônia e áreas do Mato Grosso. Em 2 anos foram destruídos 
2 milhões de hectares de florestas nativas e produzidos conflitos 
fundiários e sociais muito graves. O Banco Mundial foi acusado 
pela crítica internacional de ter financiado a maior catástrofe ambien-
tal induzida dos nossos tempos. 
22
Gestão ambiental
10 mil pessoas. A versão oficial fala em apenas 3% do combustível 
e da morte de 31 pessoas.
1987 – Uma cápsula de Césio-137 é retirada do interior de um 
equipamento de radioterapia em um ferro-velho em Goiânia. Qua-
tro pessoas morrem e dezenas são contaminadas pela radiação.
Neste ano, também ocorreu a divulgação do relatório Nosso Futuro 
Comum sobre meio ambiente e desenvolvimento pela Comissão 
Brundtland.
1988 – 4,5 milhões de veículos da cidade de São Paulo, respon-
sáveis por 90% da poluição do ar, obrigam a Secretaria do Meio 
Ambiente e a CETESB executarem a Operação Alerta. Cerca de 200 mil veículos 
deixam de circular no centro.
Em 5 de outubro é promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil, 
contendo um capítulo sobre o meio ambiente e vários outros artigos afins. É con-
siderada uma constituição de vanguarda em relação à questão ambiental.
Assassinado Chico Mendes. Em 1987, fora homenageado com o Prêmio Global 
500, dado a ecologistas e ativistas nas questões ambientais pelo Programa das 
Nações Unidas para o Meio Ambiente.
1989 – A Lei 7335 cria o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) com a fi-
nalidade de formular, coordenar e executar a Política Nacional do Meio Ambiente.
Na década de noventa
1990 – A área destruída da Amazônia atinge 404.000 km2, segundo o satélite 
Landsat 8.
1991 – Durante a guerra do Golfo Pérsico entre o Iraque e os aliados, 7 milhões 
de barris de petróleo são jogados no mar. Após o cessar fogo, são incendiados 
590 poços de petróleo do Kwait produzindo nuvens negras que se alastraram por 
vários países da região.
1992 – Realizada a conferência promovida pela Onu-Unesco, a Rio 92, no Rio de 
Janeiro, com 170 países. 
Teve como resultado um documento assinado por 1.600 cientistas, os mais 
renomados no mundo, que pediam o fim do crescimento populacional e da 
pobreza. Previa o estabelecimento de conflitos por causa dos recursos naturais 
cada vez mais escassos. 
23
Evoluçãoda questão ambiental no mundo
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente publica o seu relatório O 
meio ambiente mundial, analisando os principais problemas ambientais e a sua 
evolução nos últimos 20 anos.
A Rio 92 teve como objetivos: 
examinar a situação ambiental do mundo e as mudanças ocorridas depois ■
da Conferência de Estocolmo; 
identificar estratégias regionais e globais para ações apropriadas ■
referentes às principais questões ambientais;
recomendar medidas a serem tomadas, nacionais e interna- ■
cionais, quanto à proteção ambiental por meiode políticas de 
desenvolvimento sustentável;
promover o aperfeiçoamento da legislação ambiental inter- ■
nacional;
examinar estratégias de promoção do desenvolvimento sustentável e ■
de eliminação da pobreza nos países em desenvolvimento, entre outros.
Resultados da Rio-92:
chamou atenção do mundo para as questões ambientais; ■
elaborou a Agenda 21, um plano de ação para o século XXI; ■
articulou a elaboração de importantes acordos, tratados e convenções sobre ■
meio ambiente;
deixou claro para a sociedade humana a necessidade de adotar um novo ■
estilo de vida.
A Rio-92 é considerada atualmente como o encontro interna-
cional mais importante desde que o homem se organizou em 
sociedades. 
1993 – Os programas ambientais no Brasil são prejudicados devido a mudanças 
políticas: 3 anos de IBAMA e 8 presidentes. 
1995 – O MEC cria o curso técnico em meio ambiente e auxilia o técnico que 
trabalha com meio ambiente.
24
Gestão ambiental
1997 – Em Kyoto (Japão) ocorre a III Conferência sobre Mudanças Climáticas. 38 
nações industrializadas concordam em reduzir suas emissões de gases (estufa) 
dos níveis verificados em 1990 até 2012. EUA 7% , Europa 8%, Japão apenas 6%. 
Apesar do proposto, várias questões ficam sem solução, como o 
princípio do “poluidor pagador” – as cotas que os países têm para 
poluir o ar atmosférico e os chamados créditos de emissão. 
Na Alemanha, uma lei, que entrou em vigor em 1993, responsabiliza os produto-
res por todo o material de empacotamento que geravam. Resultando, assim, em 
um, em um aumento de 86% das atividades de reciclagem.
Além disso, em Blumenau (SC), surge o programa Índice de Sustentabilidade 
(Sustentômetro).
1998 – Em 12/02 deste ano, é assinada a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605). 
O prazo legal é de 90 dias para entrar em vigor. Devido a pressões 
da bancada dos ruralistas e madeireiros, a lei só entra em vigor 
220 dias depois. 
El niño – marca as maiores inundações da história - 54 países so-
frem com as chuvas excessivas. 
A China perde 36 bilhões de dólares (morrem 2.500 chineses e 56 
milhões de desabrigados - 21 milhões perdem suas casas). 
O furacão Mitch, uma tempestade de potência recorde, atinge 
ventos de 270 km/h, despeja 2m de chuva e mata 11 mil pessoas em 
Honduras e Nicarágua.
Esse programa foi criado para avaliar continuamente a qualidade ambiental do 
município, como resultante do processo produtivo, do uso do solo e das políticas 
públicas. Busca avaliar anualmente a evolução do Município referente a uma socie-
dade sustentável. 
25
Evolução da questão ambiental no mundo
Na Índia, 3 mil pessoas morrem devido a altas temperaturas.
Cerca de 45 países são atingidos por secas severas (incêndios florestais).
Uma nova enchente na China mata 3.700 pessoas e desabriga outras 223 milhões 
(a Bacia perdeu 85% das florestas).
Em junho, Brasília sedia o Primeiro Seminário Internacional de Biodiversidade e 
Transgênicos. 
De modo surpreendente, o Banco Mundial e o FMI, na conferência das Nações 
Unidas para o Comércio, mudam sua linguagem, afirmando que “é preciso dimi-
nuir a distância entre os ricos e os mais pobres”.
No relatório do projeto de política global das águas, 27 países encontram-se em 
conflito pela água. 
Fernando Henrique Cardoso entrega o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) à 
Empresa de Proteção Ambiental do Pólo Petroquímico de Camaçari, Bahia. 
Essa empresa notabiliza-se no contexto internacional pelos seus elevados pa-
drões em ecoeficiência. 
No Ceará, 160 mil pessoas do litoral são abastecidas por energia eólica. 
As grandes empreiteiras construtoras de hidrelétricas fazem lobby 
contra essa forma de energia. 
O Fundo para a Natureza (WWF) publica em seu estudo Planeta Vivo:
a qualidade de vida está diminuindo 1% a cada ano desde 1975; ■
o consumo de itens poluentes aumentou 30%; ■
o ambiente marinho perdeu 35% de seu ecossistema (os recifes de corais ■
ficam descoloridos, mortos);
a China é campeã mundial do desmatamento, seguida do Brasil. ■
Não há uma avaliação sistemática sobre o que os transgênicos 
possam acarretar para os ecossistemas e seus seres vivos. 
26
Gestão ambiental
Esse relatório revela que, a despeito dos inegáveis avanços na gestão ambiental, 
ainda estamos longe da responsabilidade socioambiental. 
O tema pode ser aprofundado com a leitura complementar do livro Edu-
cação Ambiental – princípios e práticas de Genebaldo Freire Dias. 
A seqüência de acontecimentos nos mais diversos campos da vida humana que acabamos 
de estudar são resultados do pensar humano, da sua forma de ver o mundo. Nosso agir 
reflete no meio ambiente, pois dependemos dos recursos naturais para tudo. Lembre-se 
que, conforme vimos na abertura, o homem é um só laço de relações. Na próxima aula, 
estudaremos os padrões de consumo e a vida do consumidor. Mas antes, realize as 
atividades propostas para esta aula. 
Vamos colocar em prática o que aprendemos? 
Responda a seguir às questões sobre o conteúdo apresentado. 
Em 1992, a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre o Meio 1) 
Ambiente e Desenvolvimento (conhecida por Rio-92) reuniu 170 países para 
discutir a situação ambiental mundial. Assinale a alternativa que não carac-
teriza um de seus resultados.
Elaborou a Agenda-21, um plano de ação para o século XXI.a) 
Articulou a elaboração de importantes acordos, tratados e convenções sobre b) 
o meio ambiente.
Deixou claro para a sociedade humana a necessidade de adotar um novo c) 
estilo de vida.
Afirmou que os resultados positivos já obtidos resolvem a maioria dos pro-d) 
blemas da sociedade humana.
Exercícios
27
Situação-problema.
Com base nos conhecimentos adquiridos somados à discussão e reflexão dos 
temas abordados, elabore o seu próprio conceito de meio ambiente. (Caso esteja 
utilizando o SENAI Virtual, esta questão precisará ser encaminhada ao tutor).
Atividade complementar
29
Este espaço foi reservado 
para que você possa 
fazer as suas anotações! 
Aproveite-o!
Padrão de consumo e comportamento do 
consumidor
Aula 3
 Nesta aula estudaremos os padrões de consumo e comportamento 
do consumidor - aspectos que refletem diretamente no meio 
ambiente e que também apontam caminhos mais seguros e 
sustentáveis, tanto ambiental como economicamente. 
Consumo e comportamento do con-
sumidor
Nesta aula, você terá a oportunidade de conhecer os padrões de consumo e de 
comportamento do consumidor, bem como os caminhos a serem trilhados pelo 
gerente ambiental com uma postura crítica e ética. Assim, você conseguirá avaliar 
as necessidades do mercado consumidor e compreender, com uma postura críti-
ca e ética, o papel do gerente ambiental.
Consumo e globalização 
Com o advento da revolução dos transportes e, por último, das informações - 
muito além do que preconizaram para a “aldeia global” - as relações entre seres 
humanos sofreram alterações profundas, dentro de um espaço de tempo histórico 
muito curto (DIAS, 2003).
Para Dias (2003), a velocidade de eventos, a bordo do processo multidimensional 
da globalização, produziu e precipitou nos cientistas da área ecológico-ambiental 
uma das mais graves preocupações referente à capacidade de suporte e à viabili-
dade biológica da espécie humana: o número crescente de indivíduos que passam 
a ocupar o mesmo nicho dentro da biosfera. 
Você sabia que o maior desafio da humanidade é ser ético em 
todos os seus relacionamentos? Vamosaos estudos! 
Isso significa que cada vez mais pessoas adotam os mesmos 
padrões de consumo em todo o mundo e exercem pressões cres-
centes sobre uma mesma categoria de recursos finitos ou cuja 
velocidade de regeneração não está sendo observada. 
Aldeia global
Muitas informações 
aqui presentes foram 
retiradas e adaptadas 
de: Educação Ambiental: 
princípios e práticas, de 
Genebaldo Freire Dias 
(2003); Padrões de Con-
sumo e Meio Ambiente, 
de Marcelo Gomes So-
dré (1996). (Adaptado: 
Adilson Gorniack).
30
Gestão ambiental
As teorias ecológicas ditam que o resultado das interações dessa natureza 
normalmente se traduz em aumento da competição, estresse, migração ou 
extinção. Mesmo sabendo da plasticidade que possui o ser humano pela 
sua natureza eucultural, e, conseqüentemente, pelo seu potencial de res-
postas, as suas exigências de sobrevivência terminam sendo as mesmas 
da maior parte dos seres vivos.
Esse processo não poderia continuar sem que graves conseqüências co-
meçassem a surgir, em maior ou menor grau, em todas as partes da terra 
onde os seres humanos habitam. A situação global presente aproxima o 
indivíduo humano do indivíduo de espécies sob estresse ecossistêmico. 
Das muitas preocupações, existe uma crescente, que é a perda de diversidade 
cultural como efeito colateral da globalização, e que encontra explicação nas en-
tranhas de suas próprias características: diluição dos limites entre o nacional e o 
internacional; passagem do nacional ao transnacional; encurtamento das distân-
cias; nova natureza da relação micro e macrossocial; e outras (VIOLA, 1995).
Viola (1995) vai além da dimensão econômica para caracterizar 
o processo de globalização, apresentando outras onze grandes 
preocupações. Uma delas, a dimensão comunicação-cultural, estaria 
intrinsecamente relacionada com o desencadeamento desse proces-
so: a disseminação de conteúdos, de modos de vida e formas de lazer, 
originalmente americanos. A mídia mundial, americanizada (filmes), 
projeta sua cultura para o mundo todo e desperta nas pessoas o desejo 
de “ter” e “ser” assim, sem que as suas condições econômicas, sociais, 
políticas, culturais e até ecológicas permitam. Dessa forma, somos invadidos a 
todo momento, via publicidade, pelo desejo de possuir mais e mais. 
Em sua opinião, quais têm sido as grandes transformações que o 
ser humano tem provocado ao meio ambiente? Essas transforma-
ções foram positivas para o ecossistema? Reflita um pouco sobre 
esses questionamentos. 
Quem pode comprar, compra muitas vezes o que não precisa, gerando desperdício. 
Por outro lado, quem não pode comprar, ou se frustra totalmente como pessoa, 
ou pega sem pagar, com toda a violência que cerca esse ato (assalto, seqüestro). A 
publicidade cria necessidades e, ao mesmo tempo, cria a falsa idéia da possibilidade 
de real ascensão social. 
Publicidade
Há que se atentar para 
o caráter subjetivo da 
propaganda.
31
Padrão de consumo e comportamento do consumidor
É diante dessa relação que se reúnem os elementos para a formação de estados de 
insatisfação, frustração, estresse e violência e para a reprodução de uma carac-
terística da modernidade (que é mesma característica de espécies sob estresse-
ecossistêmico): todos contra todos. (DIAS, 2003)
Esse cenário lunar não é novidade. Ele já foi preconizado no meio científico e 
inserido no seio da Agenda 21, Rio-92. Confira o que diz o capítulo 4. 
A pobreza e o consumismo convivem lado a lado. A natureza 
finita se transforma em mercadoria que nem todos podem ad-
quirir, agravando o atual quadro de exclusão social e de miséria 
e formando uma multidão de indigentes. 
 
Dias (2003) define indigente como aquele com renda inferior a 
R$ 73,00/mês, que consome calorias abaixo do mínimo estabe-
lecido pela OMS. O estudo revela: no Brasil, 50,2% da popula-
ção são pobres (renda inferior a R$ 149,00/mês). Os 50% mais 
pobres detêm apenas 11% da renda nacional. Os 20% mais ricos 
abocanham 63%. Maranhão e Bahia são os estados mais pobres.
O que você acha? Existem outras definições? Frente a estas informa-
ções, como você poderia definir o padrão sustentável de consumo e 
produção? 
Há outros dois aspectos que pioram o cenário: o primeiro reside no fato de que a 
finitude dos recursos naturais é inversamente proporcional ao seu valor econômico; 
a escassez aumenta o preço. O segundo é o crescimento acelerado da população, 
que acarreta uma maior necessidade de transformar recursos naturais em produtos 
que não serão consumidos por todos, mas pelo qual todos pagarão o custo 
ambiental. O mundo globalizado é o mundo do consumo, da internacionalização 
dos mercados internos. O objetivo maior da produção continua sendo o lucro, 
ficando o bem-estar da população em segundo plano. O lucro a qualquer custo 
Reflita na seguinte questão: que tipo de relação você encontra 
entre consumo e mídia? 
As principais causas da deterioração 
ininterrupta do meio ambiente mundial 
são os padrões insustentáveis de consumo 
e de produção, especialmente nos países 
industrializados. Motivo de séria preo-
cupação, tais padrões de consumo e de 
produção provocam o agravamento da 
pobreza e dos desequilíbrios. (AGENDA 
21, 1992). 
Custo ambiental
Através da prateleira 
universal (a televisão), e 
tendo em conta a atual 
filosofia da publicidade 
ora preconizada, criam-
se muitas vezes distor-
ções e frustrações em 
99% da população por 
conta de produtos que 
apenas 1% pode adquirir. 
Por conseguinte, há ne-
cessidade de se criar uma 
nova filosofia publicitária 
(SODRÉ, 1996). 
32
Gestão ambiental
está atrelado à lógica do aumento de produção, em que os recursos naturais 
são utilizados sem nenhum critério; em que o ambiente natural é visto como 
um grande supermercado gratuito, com reposição infinita de estoque; em que 
se privatiza o lucro e se socializa o custo ambiental. Essa produção crescente 
precisa ser consumida. É neste momento que entra em cena a publicidade, 
especialista em criar “necessidades desnecessárias”.
Você acredita que o objetivo maior da produção continua sendo 
o lucro, ficando o bem-estar da população em segundo plano? Por 
quê? 
Em geral, o consumidor não percebe o caráter finito da natureza e desconhece 
por completo o ciclo de vida do produto. 
Você aprofundará este assunto na aula relacionada à produção e ao meio 
ambiente.
Neste momento, o mercado globalizado torna os impactos ambientais difusos, 
pois quando são comprados produtos importados, perde-se totalmente a noção 
do impacto ambiental no local de produção. 
Além dos impactos locais, acrescenta-se o impacto gerado pelo transporte. Quan-
do consumimos produtos importados em detrimento dos produtos nacionais, 
deslocamos recursos para o exterior, diminuindo as condições econômicas locais 
(menos emprego, mais diferença econômica entre países pobres e ricos).
Diante do estudado até agora, fica claro que todos nós devemos 
repensar a relação efetiva entre produção, consumo e meio am-
biente neste planeta globalizado. Mas por que de tal necessidade? 
Necessidades 
desnecessárias
Cabe lembrar a citação 
de Jacques Cousteau: 
“Criamos uma socieda-
de onde tudo tem um 
preço e poucas coisas 
realmente têm valor” 
(SODRÉ, 1996). 
33
Padrão de consumo e comportamento do consumidor
O ato de consumir, em tese, opõe-se à idéia de preservação. Por outro lado, a idéia 
ingênua de preservar pode implicar no esquecimento da necessidade biológica 
de consumir (cadeia alimentar). Logo, repensar esta sociedade de uma forma 
realista é absolutamente imprescindível. Não se trata de opor a preservação ao 
consumo, mas buscar uma saída que pode ser denominada consumo sustentável. 
A United Nations Environment Programme apresenta a seguinte definição para o 
conceito de consumo sustentável: 
A definição dada para consumo sustentável é uma possibilidade 
ou uma utopia? Reflita sobre essa questão.
É nesse sentido que a Agenda 21 estabelece os objetivos amplos a serem perse-
guidos:
promoverpadrões de consumo e produção que reduzam as pressões am- ■
bientais e atendam às necessidades básicas da humanidade;
desenvolver uma melhor compreensão do papel do consumo e da for- ■
ma de se implementar padrões de consumo mais sustentáveis (Agen-
da 21, cap. 4, item 4.7).
É fato que estamos longe desses objetivos. Incentivar a sociedade para 
alcançar tais objetivos que preservem a existência da espécie huma-
na só será possível com o conhecimento e a prática da gestão 
ambiental. 
Consumo sustentável significa o fornecimento de serviços e produtos que atendam 
às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade de vida, enquanto 
minimizam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, como também a produ-
ção de resíduos e a emissão de poluentes, no ciclo de vida do serviço ou do produ-
to, tendo em vista a não colocar em risco as necessidades das futuras gerações.
34
Gestão ambiental
Da postura gerencial ambiental, da expectativa e oportu-
nidade de mercado
Segundo Renner (2000 apud DIAS, 2002), no mundo, a cada ano, mais de 10% dos 
empregos desaparecem por se tornarem ultrapassados, sendo substituídos por 
outros diferentes.
Conheça a seguir as áreas que mais têm ofertado empregos. 
Controle de poluição. ■
Legislação ambiental. ■
Fontes alternativas de energia. ■
Reciclagem e refabricação. ■
Eficiência energética (transporte, indústria, equipamentos, etc.). ■
Educação ambiental. ■
Gestão ambiental. ■
Políticas públicas. ■
Tributação ambiental. ■
Absorção de novas tecnologias. ■
Diplomacia ambiental. ■
Economia ecológica. ■
Consultoria. ■
Segundo o autor, os problemas ambientais estão liderando as agendas políticas 
internacionais cada vez mais.
Reflita a respeito dos questionamentos apresentados nesta aula. Compar-
tilhe sua opinião com seus colegas, pois a sua contribuição é muito impor-
tante!
35
Padrão de consumo e comportamento do consumidor
 Aprendemos a avaliar as necessidades do mercado consumidor e a compreender com um 
posicionamento crítico e ético a postura do gerente ambiental. Não deixe de participar dos 
fóruns durante o curso e, em caso de dúvida em relação a este aula, procure seu tutor. 
Vamos colocar em prática o que aprendemos? 
Responda a seguir às questões sobre o conteúdo apresentado. 
A 1) United Nations Environment Programme apresenta uma definição para o 
conceito de consumo sustentável. Assinale a alternativa correta.
“Consumo sustentável significa o fornecimento de serviços e produtos que a) 
atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade de 
vida, enquanto minimizam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, 
como também a produção de resíduos e a emissão de poluentes, no ciclo de 
vida do serviço ou do produto, tendo em vista não colocar em risco as neces-
sidades das futuras gerações”. 
“Consumo sustentável significa o fornecimento de serviços e produtos que b) 
atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade de 
vida, enquanto aumentam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, 
como também a produção de resíduos e a emissão de poluentes, no ciclo de 
vida do serviço ou do produto, tendo em vista não colocar em risco as neces-
sidades das futuras gerações”. 
“Consumo sustentável significa o fornecimento de serviços e produtos que c) 
atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade de 
vida, enquanto minimizam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, 
como também a produção de resíduos e a emissão de poluentes, no ciclo de 
vida do serviço ou do produto, tendo em vista a colocar em risco as necessi-
dades das futuras gerações”. 
“Consumo sustentável significa o fornecimento de serviços e produtos que d) 
atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade de 
vida, enquanto aumentam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, 
Exercícios
36
Gestão ambiental
diminuem a produção de resíduos e a emissão de poluentes, no ciclo de vida 
do serviço ou do produto, tendo em vista a não colocar em risco as necessi-
dades das futuras gerações”. 
O tema desta aula pode ser aprofundado com a leitura complementar do 1) 
livro Capitalismo natural de Paul Hawken.
Durante o estudo desta aula surgiram vários momentos de reflexão. É im-2) 
portante que você discuta essas reflexões com seus colegas participando dos 
fóruns no Ambiente Virtual de Aprendizagem.
Atividade complementar
37
Este espaço foi reservado 
para que você possa 
fazer as suas anotações! 
Aproveite-o!
Aula 4
Economia ambiental e ciclo de vida de um produto
Nesta aula vamos estudar a relação de produção e meio ambiente 
com a economia ambiental e a produção de tecnologias limpas. É 
nesta aula que você entenderá o que significa economia ambien-
tal e todo o contexto relacionado a ela. 
Economia ambiental e a sua importância
A partir da Revolução Industrial e do aumento da popula-
ção mundial, principalmente nos países subdesenvolvidos, 
a necessidade de produção tanto de bens materiais quanto de consumo 
gerou um impacto significativo no meio ambiente.
Você sabe por quê?
Porque toda matéria prima necessária para produção de bens materiais e consu-
mos são extraídas do meio ambiente. Assim, se formos analisar o impacto gerado 
no meio ambiente desde que a Terra surgiu, já deu tempo para destruir, reorga-
nizar e moldar a Terra em que vivemos hoje. E, no âmbito desta discussão, as 
ciências ambientais vêm atraindo um interesse cada vez maior da sociedade. 
Esse avanço ocorrido na indústria e na agricultura trouxe seqüelas como:
altos custos sociais, econômicos e ambientais; ■
contaminação e envenenamento do solo, da água e do ar; ■
aumento dos custos de produção para recuperar o solo; ■
poluição alimentar. ■
Assim, pode-se observar que o tema “meio ambiente” não se restringe apenas à 
defesa de florestas ou à proteção de uma espécie. A questão é mais complexa e 
exige mudanças igualmente complexas.
O impacto gerado no meio ambiente pode ser medido pela economia. A inserção 
da análise econômica principalmente nos impactos ambientais negativos é uma 
realidade.
38
Gestão Ambiental
 A Economia Ambiental é responsável pelo levantamento e pela 
valorização valorização dos impactos ambientais não levando 
em conta as suas demais incumbências. “A proposta da avaliação 
econômica do meio ambiente não tem como objetivo dar preço 
a certo tipo de meio ambiente e sim mostrar o valor econômico que 
ele pode oferecer e o prejuízo irrecuperável que pode haver caso seja destruído” 
(FIGUEROA, 1996). 
Percebe-se que existe uma forte ligação entre a economia e o meio ambiente, 
talvez porque qualquer tipo de processo fabril depende do meio ambiente como 
fonte de sustentação, tornando necessária a conscientização dos valores de bens 
e serviços, ou dos custos que a sociedade terá caso os recursos naturais sejam 
reduzidos ou prejudicados. 
Caro estudante, verifique novamente que o desenvolvimento encontra-
se intimamente ligado à preservação do meio. Por isso, devemos prestar 
atenção nos objetivos ecológicos relacionados com a integridade dos ecos-
sistemas, com a preservação da biodiversidade e com o respeito dos limites 
físicos do meio ambiente.
Agora que já estudamos a economia ambiental e a sua importância para o desenvolvi-
mento econômico, convido você a compreender o processo que envolve o ciclo de vida 
de um produto. 
O ciclo de vida de um produto
O tradicional processo industrial, além do produto de interesse, gera múltiplas 
saídas de outros materiais em forma de resíduos e emissões não incorporadas 
no produto final que, geralmente, são aceitas como efeito normal do processo de 
fabricação. Assim, a análise do ciclo de vida dos produtos se faz cada vez mais 
necessária.
A avaliação do ciclo de vida dos produtos foi desenvolvida no final dos anos 70, 
quando o mundo passava por uma grande crise de energia. O conceito de análise 
de ciclo de vida ainda é uma teoria em desenvolvimento; inúmeros modelos de 
inventário de ciclode vida vêm sendo desenvolvidos mundialmente para manuse-
ar os cálculos interativos necessários para completar a tarefa de equilibrar massa 
39
Economia ambiental e ciclo de vida de um produto
⁄energia. Harrington apud Voustead relata que, “Embora as indústrias se preocu-
pem primeiramente com produtos, a análise do ciclo de vida preocupa-se princi-
palmente com o sistema de produção” (2001 p. 57).
Então, o que é o ciclo de vida de um produto? Qual é a sua impor-
tância para a sociedade? 
Imagine a fabricação de uma folha de papel. O ciclo de vida deste 
produto é todo o processo desde a aquisição das matérias-primas 
e a utilização dos recursos naturais necessários até a geração dos 
resíduos.
Conforme a ISO 14040, o ciclo de vida são estágios consecutivos 
e interligados de um sistema de produção, desde a aquisição da 
matéria-prima ou fonte de recursos naturais até o descarte final. A 
caracterização do ciclo de vida de um produto é evidenciada pelos 
elementos da fase de avaliação do impacto em que os parâmetros 
são agrupados e classificados em diversas categorias de impacto (ISO 
14040).
A partir da definição do ciclo de vida para geração de um produto, 
é importante realizar a avaliação desse ciclo de vida. Mas você 
sabe como podemos avaliar o ciclo de vida de um produto?
O ciclo de vida de um produto pode ser avaliado pela compilação de um 
conjunto de procedimentos sistemáticos, de entradas e saídas de materiais 
e energia, e os impactos ambientais potenciais de um sistema produtivo por 
todo o ciclo de vida (ISO 14040).
Definimos até aqui o ciclo de vida de um produto e como este pode ser avaliado, mas 
Fundamentalmente, um sistema é um conjunto de operações que, quando agem 
juntas, realizam alguma função definida. Especificar a função é crucial para a análise 
porque não só determina quais operações integram os sistemas, mas ainda determi-
na o modo como os resultados serão finalizados. (HARRINGTON, 2001 p.57).
40
Gestão Ambiental
você sabe como deve ser a interpretação desse processo? 
Pela análise do que já foi apresentado e dos impactos resultantes desse pro-
cesso, pode-se dizer que:
 Agora que sabemos a respeito da economia ambiental e do ciclo de vida de um produto, 
faça as atividades propostas a seguir. É importante que você participe dos fóruns pro-
postos para trocar opiniões com seus colegas. Em caso de dúvida, entre em contato com 
o seu tutor que sempre estará à disposição para ajudá-lo. 
Exercícios
Para verificar se você entendeu o conteúdo, assinale a alternativa correta.1) 
Conforme a ISO 14040, o ciclo de vida são estágios consecutivos e interli-a) 
gados de um sistema de produção, desde a aquisição da matéria-prima ou 
fonte de recursos naturais até o descarte final.
O impacto gerado no meio ambiente é possível de ser medido pela agricultura.b) 
Assim, pode-se observar que o tema “meio ambiente” se restringe apenas à c) 
defesa de florestas ou à proteção de uma espécie.
O conceito de análise de ciclo de vida é uma teoria consolidada.d) 
A interpretação do ciclo de vida é a fase de avaliação em que é feita uma síntese das 
conclusões da análise do inventário ou da análise do impacto ou de ambas, compa-
rando com o objetivo e escopo de uma certificação definidos (ISO 14040).
41
Economia ambiental e ciclo de vida de um produto
Nome da Aula
Agora que você já concluiu esta aula vamos refletir um pouco sobre o conte-1) 
údo respondendo a seguinte questão: qual é a importância da economia am-
biental para as empresas em todos os setores, uma vez que é difícil medi-la?
Como você descreveria o ciclo de vida da geração de um produto?2) 
Faça as leituras e pesquisas complementares na3) ISO 14040 – Ciclo de Vida.
Atividade complementar
43
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Aula 5
Tecnologias limpas
Olá! Vamos estudar nesta aula o significado da metodologia Produção Mais Limpa 
(P+L). Verificaremos a sua importância para a economia mundial, a sua influência para 
a mudança de paradigma econômico, bem como as etapas da implantação de um Pro-
grama de Produção Mais Limpa em um processo produtivo. Então, vamos lá?
Produção Mais Limpa (P+L)
Em tempos de profundas preocupações com o meio ambiente, devido 
a grandes catástrofes ambientais e à utilização cada vez maior dos recursos 
naturais, as organizações de diferentes setores industriais estão deixando de agir 
de forma reativa para agir de forma proativa com relação às questões ambientais. 
Dessa forma, diferentes metodologias de gestão ambiental têm demonstrado, nas 
organizações, a possibilidade de se obter lucro com o meio ambiente. Entre essas 
metodologias, destaca-se a de Produção Mais Limpa (P+L). 
Simples: produzir não gerando resíduos, pois os resíduos, a partir de sua geração, 
geram custos. Mas você sabe como podemos solucionar tal problema? Aplicando 
a metodologia da P+L.
A Produção Mais Limpa foi definida pela Organização das Nações Unidas para 
o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e o Programa das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente (UNEP) como a aplicação continuada de uma estratégia ambien-
tal preventiva e integrada aos processos, produtos e serviços, a fim de aumen-
tar a eficiência e reduzir os riscos para os homens e o meio ambiente (UNIDO/
UNEP 1995). Tecnologias ambientais convencionais trabalham principalmente 
no tratamento de resíduos e emissões gerados em um processo produtivo. São as 
chamadas técnicas de fim-de-tubo. A Produção Mais Limpa pretende integrar os 
objetivos ambientais aos processos de produção, a fim de reduzir os resíduos e as 
emissões em termos de quantidade e periculosidade. São utilizadas várias estra-
tégias visando a Produção Mais Limpa e a minimização de resíduos.
Caro aluno, como poderíamos obter lucro com o meio ambiente, 
sendo que as empresas precisam cada vez produzir mais?
44
Gestão Ambiental
O princípio básico da metodologia de (P+L) é eliminar a poluição durante o 
processo de produção e não no final. A razão: todos os resíduos que a empresa 
gera custaram-lhe dinheiro, pois foram comprados a preço de matéria-prima 
e consumiram insumos como água e energia. Uma vez gerados, 
continuam a consumir dinheiro, seja sob a forma de gastos 
de tratamento e armazenamento, seja sob a forma de multas 
pela falta desses cuidados, ou ainda, pelos danos à imagem e à 
reputação da empresa.
Mudança de paradigma
Minimizar resíduos e emissões também significa aumentar o grau de emprego de 
insumos e energia usados na produção, isto é, produzir produtos e não resíduos, 
garantindo processos mais eficientes. A transição da postura reativa para proativa 
requer uma mudança cultural de razoável dimensão, porém, não há dúvidas de 
que as empresas que pensam desta maneira estão em sintonia com as expecta-
tivas da sociedade. O quadro abaixo demonstra a mudança de paradigma que as 
empresas estão passando. 
Os velhos paradigmas O ambientalmente correto
A responsabilidade ambiental corrói a 
competitividade. 
A ecoestratégia empresarial gera novas 
oportunidades de negócio. 
Gestão ambiental é coisa apenas para 
grandes empresas. 
A pequena empresa é até mais flexível 
para introduzir programas ambientais. 
O movimento ambientalista age comple-
tamente fora da realidade. 
As ONG’s consolidam-se tecnicamente e 
participam da maioria das comissões de 
certificação ambiental. 
A função ambiental na empresa é exclusi-
va do setor de produção.
A função ambiental está em diversos 
setores do planejamento estratégico da 
empresa.
Conforme Furtado (2001), a P+L propõe o uso de conceitos que 
aumentam a eficiência e previnem a poluição na fonte, re-
duzindo ou evitando riscos para a população humana e o 
ambiente em geral. A P+L parte do princípio da efici-
ência ambiental para alcançar benefícios econômicos 
positivos. A atitude empresarial com relação ao meio 
ambiente deve ser mais sólida, com a adoção de códi-
gos voluntários de conduta e tecnologias mais limpas.
45
Tecnologiaslimpas
Etapas em um processo produtivo
A P+L é, antes de tudo, uma ação econômica, porque se baseia no fato de que 
qualquer resíduo gerado a partir de qualquer sistema produtivo só pode ser pro-
veniente das matérias-primas ou insumos de produção utilizados no processo.
Segundo o Centro Nacional de Tecnologias Limpas, a implantação de um Programa de 
Produção Mais Limpa em um processo produtivo segue uma seqüência de etapas. Vamos 
verificar essas etapas?
Etapa 1: planejamento e organização
Passo 1: obter comprometimento e envolvimento da alta direção. ■
Passo 2: estabelecer a equipe do projeto (ecotime). ■
Passo 3: estabelecer a abrangência da P+L. ■
Passo 4: identificar barreiras e soluções. ■
Etapa 2: pré-avaliação e diagnóstico
Passo 5: desenvolver o fluxograma do processo. ■
Passo 6: avaliar as entradas e saídas. ■
Passo 7: selecionar o foco da avaliação da P+L. ■
Etapa 3: avaliação de P+L
Passo 8: originar um balanço material e de energia. ■
Passo 9: conduzir uma avaliação de P+L. ■
Passo 10: gerar opções de P+L. ■
Passo 11: selecionar opções de P+L. ■
46
Gestão Ambiental
Etapa 4: estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental
Passo 12: avaliação preliminar. ■
Passo 13: avaliação técnica. ■
Passo 14: avaliação econômica. ■
Passo 15: avaliação ambiental. ■
Passo 16: seleção das opções a serem implementadas. ■
Etapa 5: implementação de opções e plano de continuidade
Passo 17: preparar plano de implementação de P+L. ■
Passo 18: implementar as opções de P+L. ■
Passo 19: monitorar e avaliar. ■
Passo 20: sustentar atividades de P+L. ■
A P+L é necessária em todos os níveis da organização e caracteriza-se por ações 
que são implementadas dentro da empresa, conseqüentemente gerando mais 
produtos e menos resíduos. A adoção de tecnologias limpas pode sofrer modifica-
ções no processo produtivo que resultem em: 
eliminação do uso de matérias-primas e de insumos que contenham subs- ■
tâncias perigosas;
otimização das reações químicas, tendo como resultado a minimização do ■
uso de matérias-primas e a redução, no possível, da geração de resíduos;
segregação, na origem, dos resíduos perigosos e não-perigosos; ■
eliminação do vazamento e perda do processo; ■
promoção e estímulo ao reaproveitamento e à reciclagem interna; ■
integração do processo produtivo em um ciclo que também inclua as alter- ■
nativas para a destruição dos resíduos e maximização futura do reaproveita-
mento dos produtos.
47
Tecnologias limpas
Você verificou nesta aula que a compreensão de P+L é importante em vários aspectos. 
Verificou que as empresas estão passando por uma mudança de paradigma e a implantação 
de um Programa de Produção Mais Limpa em um processo produtivo segue uma seqüência de 
etapas. É importante que você discuta com os seus colegas o assunto abordado nesta aula.
A Produção Mais Limpa é caracterizada por ser uma tecnologia de:1) 
( ) fim-de-tubo.a) 
( ) início do processo.b) 
( ) durante o processo.c) 
Tudo aquilo que entra na empresa como matéria-prima sairá na forma 
de produto ou de resíduos sólidos, efluentes líquidos ou emissões 
atmosféricas, e estes devem ser tratados. Então, quanto menos resíduos, 
menores serão os custos com o tratamento. 
Exercícios
48
Gestão Ambiental
A seguir, são apresentados alguns sites que abordam o assunto estudado nesta 
aula. Verifique quais são os principais assuntos abordados nos links indicados.
Centro Nacional de Tecnologias Limpas/SENAI-RS (CNTL): ■
<http://www.rs.senai.br/cntl>.
Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável ■
(CEBDS): <http://www.cebds.com>.
Ministério do Meio Ambiente (MMA): < ■ http://www.mma.gov.br>.
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA): < ■ http://www.ibama.gov.br>.
Atividade complementar
49
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para que você possa 
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Desenvolvimento sustentável – pressupostos teóricos
Aula 6
Nesta aula você compreenderá os princípios relacionados ao desenvolvimento sustentá-
vel com vistas a aplicá-los na empresa e no seu cotidiano.
Desenvolvimento sustentável
Falar em sustentabilidade significa pensar em nossos filhos e netos, naquilo que 
podemos deixar de contribuição para retomar ou garantir uma maior qualidade 
de vida com recursos ambientais saudáveis e com a mais profunda ética. Afinal, 
você sabe o que significa desenvolvimento sustentável? Vamos aos estudos!
Segundo a Comissão de Brundtland (1987), 
Observando a figura ao lado, conseguimos ilustrar o que precisa ser con-
siderado ao definir a sustentabilidade: o aspecto ambiental, o social e o 
econômico. Ao considerarmos esses três aspectos conjuntamente, atin-
giremos o centro em verde, a sustentabilidade. O desenvolvimento que se 
imagina a partir daí é o ambientalmente e socialmente sustentável.
Agora você vai ler uma história em quadrinhos para entender melhor a sustenta-
bilidade. Reflita a respeito!
O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades presentes, sem 
comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem a suas próprias neces-
sidades.
Uma forma de incorporarmos e trazermos para perto de nós a questão da 
sustentabilidade é começarmos a pensar de forma sistêmica. 
50
Gestão Ambiental
51
Desenvolvimento sustentável – pressupostos teóricos
52
Gestão Ambiental
Resumindo, pensar sistemicamente significa pensar 
em redes, e em redes dentro de redes, dando impor-
tância para as relações ou para os relacionamentos 
existentes, seja a relação consigo mesmo, a relação 
com os demais ou a relação com a natureza.
Depois de ler essa história e entender o pensamento sistêmico, Capra nos apre-
senta o “pensar sistêmico” como um novo ou diferente modo de pensar. Entre as 
suas características, destaca:
conexidade/conectividade e interdependência entre os seres;a) 
contexto;b) 
importância das relações – percepção do mundo como uma rede/c) 
teia de relações;
não-hierarquia (sem “acima” ou “abaixo”) – com redes dentro de d) 
outras redes;
e) consideração das “partes” sem esquecer o “todo” – lembrar-se do 
quebra-cabeça – só vamos entender a mensagem que o quebra-
cabeças quer nos passar quando tivermos as peças montadas, 
integradas. Com apenas uma peça sozinha, não entendemos o 
quebra-cabeça.
O pensamento sistêmico é um pensamento contextual, como o é o pensa-
mento ambientalista (considerando o meio ambiente). 
O seu critério mais geral aborda as partes em direção ao todo, como as peças que 
formam um quebra-cabeça. Os sistemas vivos são totalidades integradas cujas 
propriedades não podem ser reduzidas a partes menores. Suas propriedades es-
senciais são propriedades do todo, que nenhuma das partes possui isoladamente 
(interdependência das partes, sinergia). As propriedades sistêmicas são destruí-
das quando um sistema é dissecado em elementos isolados. Isolar esses elemen-
tos é o pensar analítico, cartesiano (Descartes). 
Outro critério importante aborda a capacidade de des-
locar a própria atenção de um nível para outro dentro 
do sistema. Ao longo de todo o mundo vivo, encontra-
mos sistemas aninhados dentro de outros sistemas, 
e é possível aplicar os mesmos conceitos a diferentes 
Mas você sabe qual é o critério geral do pensamento sistêmico? 
53
Desenvolvimento sustentável – pressupostos teóricos
níveis. Ex.: o estresse aplicado a um organismo, o estresse aplicado a uma cidade, 
ou a uma economia.
Como, então, poderíamos definir a vida de forma sistêmica? 
A essência da vida está na auto-organização. Existe um padrão de organização 
das estruturas, uma estabilidade. A vida se auto-organiza por meio de automanu-
tenção, auto-renovação e autotranscendência. Verifique cada um desses itens a 
seguir.
Automanutenção: 
na natureza (reciclagem); ■
em nós (reação à infecção). ■
Auto-renovação: 
na natureza (estações do ano); ■
em nós (substituição de células). ■
Autotranscendência:;
na natureza (criatividade, novos modelos e formas de adap- ■
tação, biodiversidade);em nós (sermos cada vez pessoas melhores). ■
Uma forma de praticarmos e trazermos para perto de nós a questão da 
sustentabilidade é começarmos a pensar que ela é possível no nosso dia-a-dia: na 
empresa, em casa, nas ruas da cidade onde moramos. É por isso que hoje se fala 
de comunidades ou sociedades sustentáveis, remetendo às pessoas em sua vida 
prática a responsabilidade em atingi-la. 
No entanto, hoje é seguro afirmar que não existe uma única definição aceita 
para o termo “comunidades sustentáveis”. Talvez não devesse haver uma 
única definição. O que há sim na literatura é o reconhecimento de que as co-
munidades devem estar engajadas na sua definição de sustentabilidade sob 
o ponto de vista local. O desafio está em como incentivar a democracia local 
dentro de uma estrutura de sustentabilidade global (ROSELAND, 1997). 
54
Gestão Ambiental
Exercícios
Atividade complementar 
Aqui concluímos mais uma aula. Você estudou os conceitos de sustentabilidade e pensa-
mento sistêmico. Reflita sobre essas questões e, a seguir, realize a atividade proposta 
para esta aula. Em caso de dúvida, procure o seu tutor, que sempre estará pronto para 
ajudá-lo. Na próxima aula, você estudará um exemplo prático de sustentabilidade que 
transpôs as paredes de sala de aula e se tornou motivo de discussão em congressos em 
várias regiões brasileiras. 
Vamos colocar em prática o que você estudou?
Segundo a Comissão de Brundtland, Nosso Futuro Comum (1987), o desen-1) 
volvimento sustentável é definido como aquele que:
apenas atende às necessidades presentes, sem comprometer a possibilidade a) 
das gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades.
atende às necessidades presentes, comprometendo a possibilidade das gera-b) 
ções futuras atenderem a suas próprias necessidades.
atende às necessidades presentes, sem comprometer a possibilidade das c) 
gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades.
considera os aspectos social, econômico e cultural conjuntamente, atenden-d) 
do às necessidades presentes.
Uma sugestão interessante para aprofundar o tema estudado aqui é o filme Ponto 
de Mutação de Fritjof Capra. Será realizado um seminário nas aulas presenciais.
55
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Aula 7
Desenvolvimento sustentável e suas aplicações
Olá! Vamos iniciar mais uma aula. Voçê sabe qual é o objetivo desta aula? 
estudaremos uma forma de aplicação dos princípios do desenvolvimento sus-
tentável.
Introdução
Há quem diga que o desenvolvimento sustentável é uma utopia, pois há uma 
carência de exemplos práticos. Acreditamos ser possível promover a discussão, 
reflexão e dar visibilidade aos princípios do desenvolvimento sustentável. Tal-
vez você possa perguntar: como isso é possível?
Se as pessoas incorporassem tais princípios e os colocassem em prática no lugar 
em que vivem, estariam mais sensíveis a ajudar a construir a empresa, a 
escola e o lazer com uma maior sustentabilidade. Para lhe ajudar a entender 
a proposta desta aula, vamos a um estudo de caso apresentado em um texto 
logo a seguir.
Com o estudo do presente texto, você estará aprimorando seus conheci-
mentos a respeito do desenvolvimento sustentável. O estudo de caso 
relatado consiste em uma atividade realizada com os alunos do SENAI 
Joinville no ano de 2002 a partir da utilização de fotografias. Veja como é 
possível aplicar a teoria na prática do dia-a-dia. Trata-se de um artigo apresen-
tado no Congresso de Direito Urbano-Ambiental em Porto Alegre em 2006, no 
qual se buscou debater a cidade em todas as suas dimensões, refletir sobre as 
experiências e apontar caminhos para intervenção e atuação face ao esgotamento 
dos recursos naturais. (GORNIACK, 2006) 
Boa leitura!
 Para facilitar o seu estudo, o texto está dividido em partes – cada parte 
seguida de dicas e reflexões. 
56
Gestão Ambiental
Loteamento Ecológico, construindo cidades saudáveis: um 
impulso à drenagem urbana sustentável e participação 
popular
Autor: Adilson Gorniack
Co-autora: Zuleica Maria Patrício
Da gênese e interface com o congresso de direito urbano-
ambiental
Há que se concordar com Arruda e Piletti (1995) quando afirmam que as inven-
ções não resultam de atos individuais ou do acaso, mas de problemas concretos 
colocados para homens práticos. O invento deve atender à necessidade social 
de um momento; do contrário, nasce morto. Em função disso, ao se apresentar a 
proposta “Loteamento ecológico” junto à população está se respondendo a uma 
necessidade social do momento: melhoria da qualidade de vida nas cidades. 
A gênese da proposta está nas aulas de gestão ambiental ministradas no SE-
NAI, Joinville, em 2002, Capítulo – Avaliação Perceptiva do Processo de Urbaniza-
ção. Observe a imagem a seguir. Quando foi apresentada em 2002, eram comuns 
comentários do tipo: “... se eu soubesse disso antes, teria feito diferente em minha 
casa” ou “... por que não ouvimos falar disso antes?”. A forte mobilização popular 
diante das questões levantadas motivou o pesquisador a formatar as bases con-
ceituais deste trabalho. 
Quando você é chamado a desenvolver um trabalho ou uma pesquisa, 
atente para sua necessidade social. Também não se esqueça de registrar a 
sua gênese. Como foi que começou? Para atender qual necessidade? Faça 
essas perguntas para obter maior êxito com sua proposta. 
57
Desenvolvimento sustentável e suas aplicações
Figura 7.1 – Imagem adaptada de Adilson Gorniack, 2001.
A proposta ganhou consistência a partir das aulas do Curso de Especialização 
em Gestão de Recursos Hídricos em Áreas Urbanas, da Universidade Federal de 
Santa Catarina e é tema de monografia deste curso. Existe um resultado prático, 
já apresentado em Minas Gerais no VI ENAU (Sexto Encontro Nacional de Águas 
Urbanas) sob o título de “Em busca de diretrizes para sustentabilidade em lotea-
mentos residenciais na região do Alto Vale do Itajaí, SC” (POMPÊO e GORNIACK, 
2005). Na oportunidade, fora comentado que uma cidadania ambiental, capaz de 
incorporar na agenda política as respostas à questão do desenvolvimento susten-
tável, demanda de recursos e instrumentos presentes no cotidiano das pessoas, 
dotados de forte poder reflexivo e pedagógico.
Os exemplos práticos apresentados durante a exposição elucidam e desvelam 
elementos presentes no cotidiano. Trata-se da aplicação do princípio do educa-
dor Paulo Freire. Assim, caminha-se na formação do cidadão socioambiental. O 
cidadão socioambiental é a chave que abre as portas para a efetivação da Fun-
ção Social da Propriedade Urbana e também da Função Social da Cidade no 
Brasil. Logo, há na proposta uma resposta afirmativa à pergunta: “É possível um 
Direito à Cidade?”. 
58
Gestão Ambiental
Como instrumento modelador e organizador da paisagem urbana, responde 
afirmativamente também à pergunta: “Há uma integração possível entre o 
urbano e o ambiental?”.
Ao criar um ambiente sinérgico para debate e resolução das questões 
relativas à melhora da qualidade de vida, ganha alto grau de legitimidade ao 
integrar a dimensão técnica com a experiência vivencial dos participan-
tes. Desta forma, é capaz de assegurar proposições bem contextualizadas, 
mais próximas das expectativas dos que vivem e se utilizam do ambiente.
Atua, ainda, como uma alternativa possível para a questão; alagamentos x 
drenagem urbana, pois é uma aplicação prática dos 
princípios da drenagem urbana sustentável. 
Você se lembra do que estudamos na aula anterior? Foi o 
desenvolvimento sustentável! Verificou-se que ele não é uma 
utopia e que é passível de ser aplicado. Pois bem, para que o 
mesmo seja incorporado à agenda política, há uma demanda de 
recursos e instrumentos presentes no cotidiano das pessoas, 
dotados de forte poder reflexivo e pedagógico. Quais seriam 
esses recursos e instrumentos? Um exemplo simples e visível 
é o que vamos estudar - o loteamento ecológico. 
Em nível nacional, há uma interface com o Estatuto da Cidade, Lei 10257/2000,art. 40, § 3 que determina a revisão do Plano Diretor até 2006 e a implantação da 
Agenda 21 do Brasil - segunda fase de Elaboração e Implementação da Agenda 21 
Local. O momento oferece uma oportunidade ímpar de intervenção positiva no 
processo de urbanização, enquanto instrumento indutor de um novo modelo no 
planejamento das cidades. 
Atualmente, o tema vem a contribuir com a política do Ministério das Ci-
dades expressa em resolução n° 13 de 2004 que versa sobre a necessidade 
de se mobilizar a sociedade brasileira para a construção nacional de 
política urbana, por suas vertentes: planejamento territorial, habitação, 
saneamento ambiental, trânsito, transporte e mobilidade; havendo contro-
le e participação social, que possibilitará a soma de iniciativas e recursos 
técnicos, materiais e financeiros.
59
Desenvolvimento sustentável e suas aplicações
Como se pode perceber nos parágrafos anteriores, a proposta permeia os temas 
do Congresso: 1) Construindo Conceitos Urbano-Ambientais; 2) Problemas Urba-
nos Contemporâneos; 3) Regulação Municipal e Estatuto da Cidade e 4) Planos 
Diretores. 
Não obstante o acima exposto, constatou-se, ao longo da revisão bibliográfica, 
que o mesmo é uma resposta prática à problemática urbana que vem sendo 
estudada em conferências internacionais sobre cidades saudáveis/ecológicas, 
como as de Adelaide (1992), Yoff, Senegal (1996), Curitiba (2000), Berkeley (2001), 
China (2002), Califórnia (2005) e Índia (2006). Também está entre as estratégias 
de ação propostas pela Carta de Ottawa (1986): 1) estabelecimento de políticas 
públicas saudáveis; 2) criação de ambientes favoráveis à saúde; 3) reforço da ação 
comunitária; 4) desenvolvimento de habilidades pessoais; 5) reorientação dos 
serviços de saúde; dentre as quais o trabalho propicia a aplicação das três primei-
ras estratégias.
Antes de estudarmos a próxima aula, que trata do méto-
do adotado para demonstrar a aplicabilidade do desen-
volvimento sustentável, faça os exercícios propostos a 
seguir. Caso tenha dúvida, entre em contato com o seu 
tutor, que sempre estará pronto a ajudá-lo!
Imagine-se vendendo um produto. O que você precisa fazer? 
Apresentar a sua relevância, suas qualidades. É o que foi feito nesses 
parágrafos: destacou-se sua relevância em nível nacional e inter-
nacional. Ah, não podemos esquecer que quando se vai fazer uma 
apresentação em congresso, também é muito válido falar sobre sua 
relevância em relação ao evento.
60
Gestão Ambiental
Nas imagens a seguir você observa duas figuras: “calçadas sem e com canteiros” 
(adaptadas de Adilson Gorniack, 2001). Considere que a sustentabilidade deve 
envolver as esferas ambiental, social e econômica simultaneamente. Observando 
estas figuras, identifique as vantagens que a 7.3 possui em relação a 7.2 de acordo 
com as esferas abaixo descritas. Utilize os números referentes a cada esfera para 
numerar uma seqüência. Ao final, assinale a alternativa que contém a seqüência 
correta. 
Figura 7.2 – Calçadas sem canteiro (ima-
gem adaptada de Adilson Gorniack, 2001
Figura 7. 3 – Calçadas com canteiro (ima-
gem adaptada de Adilson Gorniack, 2001).
1 – Esfera ambiental 
2 – Esfera social
3 – Esfera econômica
Em se tratando da Figura 7.3::
( ) há a diminuição da temperatura com a implantação de canteiros com plantas.
( ) existe menor custo financeiro na execução das calçadas com canteiros uma 
vez que são utilizadas plantas no lugar do concreto ou lajota 
( ) ocorre uma maior infiltração de água diminuindo-se o efeito das enxurradas 
tão comum principalmente nos grandes centros.
( ) as prefeituras poderão economizar desobstrução das sarjetas (bocas-de-lobo), 
pois haverá menos sedimentos para serem removidos.
Exercícios
61
Desenvolvimento sustentável e suas aplicações
( ) existe melhor efeito paisagístico nas cidades, bem como espaços de convivên-
cia mais valorizados para as caminhadas.
A seqüência correta de cima para baixo é:
a) 1, 3, 1, 2, 1.
b) 1, 3, 1, 3, 2.
c) 1, 2, 1, 2, 2.
d) 1, 2, 1, 3, 1.
63
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Aula 8
Uma proposta para o desenvolvimento sustentável
Nesta aula vamos estudar uma proposta de aplicabilidade 
do desenvolvimento sustentável por meio da exploração do 
conceito inicial de Loteamento Ecológico. Você verificará 
o fluxo do método bem como as ferramentas de coletas de 
dados desta proposta. É importante ressaltar que esta pro-
posta foi registrada na Fundação Biblioteca Nacional como 
idéia original. Isso significa que não há nada nestes termos 
no país! Então, vamos lá?
Loteamento Ecológico
Para demonstrar a aplicabilidade do desenvolvimento sustentável será utilizada 
uma proposta cuja metodologia desenvolvida é do tipo “exploratória”, “partici-
pante” e “de ação”; de ordem quanti-qualitativa, com técnica de diálogo reflexivo. 
Para lhe ajudar a compreender esta metodologia, as suas etapas estão ilustradas 
no fluxograma a seguir. Os instrumentos utilizados para coletar os dados são uma 
palestra-debate através de um PowerPoint e um formulário.
Nesta, aula parte-se de um conceito inicial sobre o que é o Loteamento Ecológico, 
passando pelo processo de divulgação através de uma palestra-debate e gerando 
um conceito construído sobre a “cidade saudável” do imaginário dos participan-
tes através da análise de dados obtidos de um formulário. 
A elaboração de um fluxograma para delinear o método desenvolvido é 
essencial para que as outras pessoas possam ter uma idéia geral do seu 
trabalho. Geralmente, a pergunta crucial em um momento de apresen-
tação é: “Mas como você desenvolveu a pesquisa? O seu método respon-
deu às suas perguntas ou aos objetivos de pesquisa?” 
64
Gestão Ambiental
Figura 8.1 - Fluxograma do método
Os conhecimentos científicos envolvendo a drenagem urbana sustentável e 
saneamento ambiental são transformados em linguagem simples – popular − na 
forma de um projeto lei.
A palestra-debate está estruturada de forma a identificar 
a problemática do meio urbano e apresentar o Loteamento 
Ecológico. É abordado o saneamento ambiental, incluindo o 
manejo de águas pluviais (enxurradas, lençol freático, material 
sedimentológico, temperatura, uso de recursos naturais, aridez 
da paisagem urbana, entre outros).
No que se refere ao formulário, este é entregue aos partici-
pantes após cada apresentação para preenchimento (vide 
formulário a seguir, não é necessário respondê-lo). 
65
Uma proposta para o desenvolvimento sustentável
Quando for possível, trabalhe com dados em que você tenha algum contato pessoal com 
os entrevistados. É mais trabalhoso, mas há maior retorno.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS EM 
ÁREAS URBANAS
PROJETO DE PESQUISA
Loteamento Ecológico, construindo cidades saudáveis junto a comunidades 
de Santa Catarina: um impulso à drenagem urbana sustentável e à participa-
ção popular.
Autor: Adilson Gorniack
Orientadora: Zuleica Maria Patrício
FORMULÁRIO DE LEVANTAMENTO DE DADOS 
Nome: _________________________________________________
Contato: _____________________
Local: _____________________ Data:_____________________
Perfil do entrevistado:1) 
( ) Executivo 
( ) Legislativo 
( ) Arquiteto 
( ) Engenheiro 
( ) Pesquisador
( ) Público em geral 
( ) a especificar _____________________ 
66
Gestão Ambiental
V. S. ª implantaria a “calçada ecológica”?2) 
 ( ) sim ( ) não
 
Qual a largura de calçada que V. S. ª gostaria de ter para fazer suas caminhadas ?3) 
________________________________________________________________
V. S.ª já tinha conhecimento do tema “Loteamento Ecológico”?4) 
( ) sim ( ) não
V. S. ª implantaria o “lote ecológico?”5) 
 ( ) sim ( ) não
Imagine-se caminhando na calçada ecológica com mais duas pessoas 6) 
( familiares/amigos), qual largura de calçada seria a ideal?

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