taludes

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Departamento de Engenharia Civil – UFG Regional Catalão 
Locação de Taludes
Curso: Engenharia Civil
Professor: Percy Boris Wolf Klein
Disciplina: Topografia
Adésio Borges Pacheco
Julyett Ferreira de Oliveira
Lucas Vale Costa
Luiz Gustavo Barichello
5 de Fevereiro de 2018
	
	
	
Introdução
Uma distância é medida de maneira indireta, quando no campo são observadas grandezas que se relacionam com esta, através de modelos matemáticos previamente conhecidos. Ou seja, é necessário realizar alguns cálculos sobre as medidas efetuadas em campo, para se obter indiretamente o valor da distância.
A taqueometria, do grego “takhys” (rápido), “metren” (medição), compreende uma série de operações que constituem um processo rápido e econômico para a obtenção indireta da distância horizontal e diferença de nível. 
O instrumento utilizado é o teodolito provido de fios estadimétricos, que além de medir ângulos, acumula, também, a função de medir óticamente as distâncias horizontais e verticais. São feitas as leituras processadas na mira com auxílio dos fios estadimétricos, bem como o ângulo de inclinação do terreno, lido no limbo vertical do aparelho. 
Na locação de taludes o método citado, é usado junto ao teodolito para o cálculo tanto de distancias e na verificação de níveis, onde vão ocorrer possíveis aterros ou cortes no talude.
	Os taludes são superfícies inclinadas de massas de terra, rochas ou mistas, que se originam de diversos processos geológicos e geomorfológicos ou pela ação humana. Podem ser modificados por ações antrópicas, através de cortes, desmatamentos, introdução de cargas, etc. Os taludes de corte, por exemplo, originam-se de escavações antrópicas diversas, há também os taludes de aterro, construídos a partir de materiais com diferentes propriedades, como os rejeitos industriais, urbanos ou mesmo de solo retirado de áreas de empréstimo.
Os taludes são constituídos por: crista ou topo, talude propriamente dito, superfície de ruptura, massa escorregada e pé.
Os taludes são de suma importância na construção civil pois os mesmos são os volumes de terras a serem movimentados para construção de estradas, ferrovias e outras obras. Assim, o uso da topografia está diretamente relacionado com a determinação da quantidade de terra a ser movimentada. Para tanto, é necessário locar o talude para conhecer sua geometria e então fazer o cálculo do seu volume a ser aterrado ou cortado.
Justificativa e objetivos
Os objetivos deste trabalho consistem em aprender e compreender sobre locação de taludes, especialmente aqueles aplicados em obras rodoviárias.
O seu desenvolvimento é justificado pois, através das aulas ministradas e toda base teórica apresentada pelo docente durante o curso, instigou aos alunos à procurar e investigar mais sobre o assunto tratado, relatando os objetivos propostos além de expor os detalhes que mais chamaram a atenção.
Metodologia
Este trabalho tem caráter expositivo-explicativo e requereu pesquisas bibliográficas, principalmente a obras literárias.
Tais pesquisas, foram feitas com embasamento na obra “Topografia” 5º ed. de Jack McCormac (McCORMAC,2013), “Topografia aplicada à engenharia civil” vol. 2 (BORGES.2013) e “Exercícios de topografia” 3º ed. (BORGES,2014). Por essa razão, boa parte deste estudo é de base advinda de leituras e com partes parafraseadas das obras mencionadas, contando ainda com base teórica de sítios da internet. Destaca-se que a consulta a materiais disponíveis da internet foi dada, principalmente, pela busca de sítios acadêmicos. 
Base teórica
A locação de talude é utilizada na contenção de escavações e de aterros. Os taludes naturais podem ser contidos através das técnicas de contenção de talude, para prevenir ou corrigir desmoronamentos que os tornam instáveis e passíveis de rupturas e risco para pessoas e propriedades. A aplicação da locação de talude é utilizada em qualquer local onde se precise de uma contenção eficiente.
Ao realizar uma contenção de talude, todas as etapas devem ser devidamente supervisionadas e apresentadas em boletins, além de uma execução dentro dos mais rigorosos padrões de segurança do trabalho, qualquer que seja a contenção escolhida. Tais etapas, podem ser chamadas de métodos de investigação, cujo objetivo é identificar os agentes, causas e condicionantes atuantes no processo de instabilização existente ou potencial, através da obtenção dos seguintes dados: 
Geometria da instabilização;
Mecanismo da movimentação;
Natureza e o estado do material mobilizado;
Comportamento no tempo;
Identificação, caracterização e mapeamento espacial das unidades geológico-geotécnicas;
Estabelecimento de correlações entre as unidades mapeadas e o processo de instabilização;
Previsão dos comportamentos das unidades, ante as solicitações impostas por alguns tipos de obras de contenção.
Levantamento dos dados que formam o conjunto de condições geológicas, geométricas, da área a ser estudada.
Após o resultado final do estudo de caracterização geológico-geotécnica e fenomenológica do talude, é feita a adoção de um determinado tipo de obra de estabilização de taludes. Esta, deverá atuar diretamente nos agentes e causas da instabilização investigada, e as alternativas de projeto deverão sempre partir das soluções mais simples e baratas. 
Há vários tipos de obras de estabilização, e estas se dividem em: 
a)	Obras com estrutura de contenção (muros de gravidade, atirantamentos, aterros reforçados, estabilização de blocos). As obras com estrutura de contenção podem ser classificadas em: Obras de contenção passivas, obras de contenção ativas, e obras de reforço maciço
b)	Obras sem estruturas de contenção (retaludamentos- cortes e aterros-, drenagem- superficial, subterrânea, de obras-, proteção superficial- naturais e artificiais);
c)	E obras de proteção (barreiras de vegetais, muros de espera).
	Quanto a sua estrutura, os taludes podem ser classificados em Taludes de Gabiões, Taludes de EPS e Talude de Crib Wall
 Locação de taludes em estradas
A Figura 1 a seguir apresenta a seção transversal de uma estrada que está projetada para passar dentro de um morro.
Figura 1: Seção transversal
Fonte: Borges (2013)
	A locação de taludes consiste basicamente na determinação do volume a ser aterrado ou cortado, bem como na cravação das estacas (do eixo, à esquerda e à direita) e na determinação dos valores xdireita, xesquerda, ydireita, yesquerda e d. A Figura 2 mostra esses valores
Figura 2: Representação para cálculos
Fonte: Borges (2013)
	A cota do projeto será fornecida pelo responsável pela obra, bem como a inclinação do talude (h/v) e a largura da plataforma b. Portanto, fica por conta do topógrafo determinar xdireita, xesquerda, ydireita, yesquerda e d para calcular as áreas 1, 2, 3 e 4 e possibilitar o cálculo do volume a ser aterrado ou cortado. As áreas podem ser calculadas por:
	O volume pode ser facilmente calculado pela multiplicação da Equação (1) pela profundidade do talude.
	Para determinação das altimétrica, utiliza-se a exemplificação da Figura 3. Deve-se também existir uma estaca de nível de referências (R.N.) próximo a seção visto que a procura dos taludes se trata de nivelamentos geométricos.
Figura 3: Relações altimétricas
Fonte: Borges (2013)
	A Mira Final (M.F.) é hipotética para facilitar os cálculos, uma vez que supõe que a estrada já estivesse pronta.
	Em seguida, é realizada a procura das estacas laterais. Esse procedimento consiste na determinação de xdireita e xesquerda. Existem dois casos que podem ocorrer e a sequência de cálculos é ligeiramente diferente em cada um.
1º caso: Quando a leitura (l) for menor que a mira final (M.F.) trata-se de um talude de corte (Borges, 2013).
 
Observa-se que tc é a inclinação do talude de aterro e b a largura da plataforma.
2º caso: Quando a leitura (l) for maior que a mira final (M.F.) trata-se de um talude de aterro (Borges, 2013).
Observa-se que ta é a inclinação do talude de aterroe b a largura da plataforma.
	Para facilitar o acompanhamento dos cálculos, pode ser realizada uma tabela com 10 colunas. A Figura 4 representa estas colunas.
Figura 4: Colunas da tabela de anotação
Fonte: Borges (2013)
Estudo de caso
Você é um topógrafo. Determinada empresa o contratou para fazer a locação do talude em um trecho de uma estrada em construção, sendo este trecho da estaca 121 a 123. A empresa forneceu que a largura da plataforma b (pista + acostamentos + caneletas) é de 16 m. Também lhe comunicou que caso seja necessário um talude de corte sua inclinação será 3/2 e caso seja necessário um talude de aterro sua inclinação será de 2/1. Além disso foi informado que a declinação da plataforma r é de 4% e que a plataforma na estaca 121 deve ter uma cota 252,80 m.
Utilizando seus equipamentos topográficos você realizou algumas leituras para iniciar a locação, como: A cota da sua primeira referência de nível RN1 é 250,392 m, a visada a ré é 0,689 m e a visada a vante 3,232 m. Por certo motivo você alterou a posição do equipamento adotando também uma nova referência de nível RN2 a ser determinado, com visada a ré de 1,54 m. As demais medidas realizadas foram postas por você na tabela abaixo, dando fim ao trabalho de campo. Já em seu escritório você deve realizar os cálculos pertinentes para completar a tabela e por consequência locar o talude. Ao fim dos cálculos de geometria do talude deve-se calcular o volume de terra a ser cortado ou aterrado para a construção da estrada.
Tabela 1: Medidas realizadas em campo
Fonte: Adaptado de Borges (2013)
	Realizando os procedimentos de cálculos disponíveis no ítem 4.1, obtém-se a tabela completa (Tabela 2).
Tabela 2: Locação dos taludes das estacas 121, 122 e 123
Fonte: Borges (2013)
	Utilizando a Equação (1) é possível calcular a área de cada seção:
	Sabendo que o estaqueamento é realizado de 20 em 20 metros, pode-se calcular o volume a ser aterrado.
Conclusão
A partir do exposto, é possível afirmar que locar um talude consiste basicamente no estudo de sua geometria para que se possa determinar se ocorrerá a precisão de um talude de corte ou aterro e logo saber o volume de terra que será cortado ou aterrado, que são dois processos diferentes e que demandam custos diferentes.
É perceptível que locar o talude é uma obra é uma ação corriqueira e que demanda uma serie de cálculos, não muito complexos, mas que requerem atenção, já que, se a determinação da geometria do talude, seja ele de corte ou aterro, for feita incorretamente pode acarretar em erro, como estudado, na construção da pista de rolamento para automóveis o que gera necessidade de retrabalhos e por conseguintes gastos desnecessários, que não estavam previstos no projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORGES, Alberto de Campos. Topografia aplicada a engenharia civil – v. 2. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2013.
INFRAESTRUTURURBANA. Fundações e Contenções. Disponível em: <http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/2/artigo213006-2.aspx> Acesso 31 jan. 2018
MEDEIROS, Marcelo. Movimentos de terra: Corte e Aterro. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAepZYAK/movimento-terraaterro>. Acesso em 31 jan. 2018.
PINHAL. O que é talude?. Disponível em: <http://www.colegiodearquitetos.com.br/ dicionario/2009/02/o-que-e-talude/>. Acesso em 28 ago. 2017.
PROJAR. Estabilidade de taludes. Disponível em: <https://projar.com.br/estabilidade-de-taludes/>. Acesso em 31 jan. 2018.
SOLOTRAT. Contenção de talude. Disponível em: <http://www.solotrat.com.br/contencao-de-talude> Acesso em 31 jan. 2018.
TERRAPLANAGEM NET. Talude. Disponível em: <http://www.terraplenagem.net /dicionario/t/talude/>. Acesso em 31 jan. 2018.