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comunicação e expressão aula e exercícios (10)

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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
PROFª. M. ALICE BRAGA
Leia o texto abaixo e acentue todas as palavras que não tiverem acento, justificando sua escolha, de acordo com o modelo ao final.
	Delirios de grandeza
ZH - 31/07/2007 - Cláudio Moreno
Confundir o mundo dos deuses com o mundo dos homens era, na Grecia antiga, o caminho mais seguro para a propria perdição. Fosse por orgulho ou soberba, quem ultrapassava esses limites condenava-se - a si e a toda a familia - a um final exemplarmente tragico. Os gregos sabiam que as vitimas preferidas deste tipo de loucura eram os reis e os tiranos, pois o ar rarefeito que se respira nas altitudes do poder acaba afetando a mente dos mais tolos, que passam a se julgar verdadeiras divindades.
No entanto, Roma, que veio logo depois, já não era tão prudente; o poder absoluto dos imperadores romanos, impensavel no mundo grego, tornou muito mais freqüente essa perigosa fantasia. No começo os imperadores so eram deificados depois de mortos, mas logo o habito se estendeu tambem aos vivos, e Julio Cesar e Tiberio, por exemplo, não se opuseram a que construissem templos dedicados especialmente para adora-los. Caligula, que Suetonio chama de "monstro", levou esta loucura ao extremo: mandava decapitar as estatuas dos deuses e nelas colocar a sua propria cabeça. Passava horas a dialogar com a estatua de Jupiter, a quem tratava como igual; gabava-se de ter sido coroado pela propria Nike, a deusa da Vitoria, e dizia que era intimo amigo de Selene, a deusa da Lua, com quem trocava beijos e abraços. Um dia, chegou ao ponto de confidenciar a seus convidados que tinha feito amor com a propria deusa, e perguntou se eles não o tinham visto no ceu, durante o ato - ao que um deles, homem tão habil quanto zombeteiro, respondeu: "Não, meu senhor, porque aquilo que os deuses fazem uns com os outros não chega ate nos, simples mortais!". Um de seus sucessores, o imperador Vespasiano, que era superior a essas tolices, ainda encontrou coragem para pronunciar, pouco antes de morrer, palavras que demonstravam uma ironia e um bom-humor admiraveis para hora tão extrema: "Xi, acho que estou virando um deus!". 
No Novo Mundo, como era de esperar, esses delirios de grandeza encontraram solo fertil. Lopes de Gomara, o cronista que acompanhou a sangrenta conquista da America Espanhola, conta que os reis astecas, quando eram coroados, costumavam fazer um juramento que o proprio Caligula julgaria exagerado: "Prometo que o Sol, durante toda a minha vida, mantera seu curso e conservara seu calor e seu brilho, que as nuvens fornecerão as chuvas, que os rios não pararão de correr e que a terra continuara a produzir os seus frutos". Atacados pelo mesmo virus, dezenas desses deuses de opereta apareceram no ceu de nossas tristes Americas, para cair logo adiante, como aqueles balões juninos que a propria chama consome. Nosso presidente é um deles; ignorando todas as evidencias em contrario, insiste em afirmar que seu governo é honesto, etico e competente! Na sua desmedida, já se comparou a Getulio, a Tiradentes e, como era inevitavel, ao proprio Jesus Cristo. À sua volta, os cortesãos aplaudem, enquanto, aqui fora, os suditos começam a vaiar. É um sacrilegio! Afinal, não é assim que os deuses devem ser tratados...
MODELO:
Delírios – paroxítona terminada em ditongo

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