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AVALIAÇAO COOPERATIVA COMO ATIVIDADE SOCIOEDUCATIVA NA EDUCAÇAO DE JOVENS E ADULTOS
		Bruna Scheffer Bauer
RESUMO
Este artigo apresenta uma abordagem contextualizada do processo avaliativo nos ambientes socioeducativos, de maneira que se proceda a avaliar democraticamente e construtivamente para a efetiva aprendizagem do aluno e crescimento tanto social, profissional e educacional do mesmo. A avaliação deve ser um instrumento cooperativo para a construção dos cidadãos com a intenção de diagnosticar o processo de construção da aprendizagem dos educandos. As classificações e julgamentos devem ser determinadas com função e auxiliar na reflexão sobre a prática e torná-la qualitativa sendo esta satisfatória o quanto mais se aproximar do ideal estabelecido.
Palvras-chaves:Avaliação.Socioeducativos. Cooperativo. Diagnosticar.
1. INTRODUÇAO
A avaliação é um sistema natural de todo processo escolar envolvendo o ensino e aprendizagem entre aluno e professor. Ela elucida acerca do comprometimento de ambos e da efetivação do sucesso escolar. É necessário entender e praticar o fato de que o ato de avaliar se dá através de diagnósticos e constatações em processos articulados dos objetos avaliativos que compõem o sistema de ensino e aprendizagem, pois o processo avaliativo se trata de um apanhado de bases que se consolidam ao longo da ação pedagógica e da funcionalidade natural e satisfatória do educando e do educador, em que devemos levar em consideração as competências e habilidades, metas e objetivos, dificuldades e conteúdos que formam todo o contexto escolar e no qual deve estar acolhido o aluno com finalidade de uma tessitura cultural teórica compreensiva e que seja construtiva como um ato social e cooperado entre os envolvidos no ato avaliativo. 
Ao decorrer deste artigo, irei descrever sobre as formas de avaliação cooperativa como atividade socioeducativa na Educação de Jovens e Adultos, levando em conta a possibilidade de Analisar maneiras de melhor avaliar o processo educacional EJA/PROEJA e apontar os benefícios de uma avaliação cooperativa na EJA/PROEJA, identificar os desafios pedagógicos no ato de avaliar na EJA/PROEJA, envolvendo conhecimento e idéias de autores como LUCKESI, Libaneo, Morretto, PERRENOUD, Lemos, FREIRE,REIS, Rubens Alves , ARAÚJO, PAIVA e LOURENÇO.
O uso da avaliação em atividades e processos socioeducativos, atividades consideradas repletas de grandes desafios, requerem, além do suporte legal, instrumentos, critérios, diagnósticos e mudanças no processo de implementação de programas e projetos tendo como objetivo central analisar, conceituar e observar o processo de avaliação da importância da disciplina Economia Solidária e Educação de Jovens e Adultos envolvendo e interando o ato de avaliar como atividade socioeducativa na EJA.
	A chamada educação é inerente ao homem na melhoria de seu crescimento, em que através da educação do homem se assume condição de abertura de novos horizontes e se supera suas capacidades e potencialidades.
	Ao professor cabe decidir sobre qual métodousar e quais as técnicas mais adequadas a fim de conseguir execução das atividades didáticas próprias da aprendizagem, sendo como sua tarefa planejar experiências e organizar critérios de aprendizagem, sendo função do professor conduzir o processo avaliativo com intervenção para o crescimento do aluno, onde se tenha domínio certo do conhecimento expressando técnicas e conteúdos com habilidade didática de sua formação profissional para favorecer a aprendizagem dos alunos e concentrar as energias com espontaneidade e segurança no processo ensino-aprendizagem, caracterizando a participação do aluno e o conjunto de ações vivenciadas em sala de aula pois a aprendizagem é um processo essencial da vida em que todas as pessoas estão aptas a aprender e formar novos hábitos e possibilidades de viver e para isso os indivíduos estão sujeitos às regras, de aprovação e reprovação atitudinais.
Neste sentido, a natureza social da educação escolar envolve o desenvolvimento humano com intervenção característica da realidade em que cada escola esta inserida, resgatando a identidade do aluno, trabalhando na sua auto estima, valorizando suas experiências de vida e principalmente, concebendo o aluno como sujeito deste processo, como ser pensante, critico e criativo, com planejamento das situações de ensino e dos seus desdobramentos para o trabalho e etapas na sala de aula implicando coleta, análise e interpretação como instrumentos de observação feitos em relação aos professores, pais, alunos e quanto à própria sociedade que converte as diferenças culturais em desigualdades escolares, sem evidenciar elementos que mostram a exclusão em favor de uma escola democrática tanto é que a função da avaliação tem sido essencialmente classificar atribuindo notas aos discentes a fim de que a junção da Avaliação e planejamento tornam-se uma pratica pedagógica continua o professor avalia atuando junto aos alunos, família e comunidade. O planejamento depende da observação de forma continua experiências e êxitos significativos permitindo que os alunos participem da formulação dos objetivos de sua aprendizagem e avaliar seu progresso. Vale salientar ainda que avaliação sem relação social, sem a participação ativa do aluno trata-se de um mecanismo de ensino que evidenciam as desigualdades sociais.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A prática educacional da avaliaçãoé uma intervenção que está presente nas ações de qualquer educador. Nesse sentido deve haver aprofundamento sobre essa temática para que se tenha domínio desse instrumento educacional que contribui para a construção do conhecimento fazendo-se cumprir a função dos docentes que é de auxiliar e mediar a aprendizagem.
Libaneo menciona que:
“ a avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem, através dela os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correções necessárias” (LIBANEO, 1994, p.195).
Entender que a avaliação é uma parte obrigatória e imprescindível de todo o processo educacional significa compreender que o desenvolvimento do educando é o elemento fundamental.
Nesta concepção, percebe-se que o ato de avaliar está associado ao processo de construção de saberes interligando a pratica avaliativa e educativa como um sistema cooperativo de ações que se completam ao final do processo ensino-aprendizagem, onde se inclui um feedback construtivo no processo de ensino e aprendizagem.
Dessa forma, nos remete a compreender que a avaliação escolar deve assumir uma ação cooperativa como atividade socioeducativa no sistema educacional.
Ainda dentro desse aspecto LUCKESI (1997) considera que:
“a avaliação da aprendizagem nesse contexto é um ato amoroso, na medida em que inclui o educando no seu curso de aprendizagem, cada vez com qualidade mais satisfatória, assim como na medida em que o inclui entre os bem sucedidos, devido ao fato de que esse sucesso foi construído ao longo do processo de ensino aprendizagem (o sucesso não vem de graça). A construção, para efetivamente ser construção, necessita incluir, seja do ponto de vista individual, integrando a aprendizagem e o desenvolvimento do educando, seja do ponto de vista coletivo, integrando o educando num grupo de iguais, o todo da sociedade” (LUCKESI. 1997, p.175).
Percebe-se que os educadores devem deixar de direcionar seus esforços ao aspecto quantitativo da avaliação, levando em conta que a tarefa de avaliar qualitativamente exige muito mais tempo do educador, o que desencadeia maior dedicação por parte dos mesmos. No entanto, a realidade vivenciada as vezes oimpossibilita de fundamentar, organizar e planejar melhor a sua ação educativa ocorrendo por influencias da própria instituição. Lembrando ainda que, a legislação (LDB - Lei 9394/96) preconiza em seu art. 24,inciso V, alínea a: “avaliação continua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;”
A avaliação deve ser tratada como um projeto contínuo, assim como de construção cooperativa e socioeducativa do conhecimento na EJA, pois o fenômeno educativo é único em cada momento histórico e para cada indivíduo, sendo portanto, pluridimensional, pois envolve uma dimensão para cada contexto, situação e realidade pratica e teórica do sistema educacional. Por isso, é preciso construir e reconstruir esse processo a todo tempo.
Morretto menciona que
“avaliar a aprendizagem tem um sentido amplo. A avaliação é feita de formas diversas, com instrumentos variados, sendo o mais comum deles, em nossa cultura, a prova escrita. Por esse motivo, em lugar de apregoarmos os malefícios da prova e levantarmos a bandeira de uma avaliação sem provas, procuramos seguir o princípio: se tivermos que elaborar provas que sejam bem feitas, atingindo seu real objetivo, que é verificar se houve aprendizagem significativa de conteúdos relevantes.(MORETTO, 2005, p.95-96).
O parecer CNE/CEB 11/2000 homologou as diretrizes que irá viger a educação de jovens e adultos (EJA). A EJA, de acordo com a Lei 9.394/96, passando a ser uma modalidade da educação básica nas etapas do ensino fundamental e médio.	Os exames da EJA devem primar pela qualidade, pelo rigor e pela adequação. Eles devem ser avaliados de acordo com o art. 9º, VI da LDB. É importante que tais exames estejam sob o império da lei.
3. DELIMITAÇÕES METODOLÓGICAS
A análise das dimensões de tal tema foram diagnosticadas através de pesquisa bibliográfica afim de melhoria e efetividade de um resultado eficaz e com elaboração de instrumentos com referencial teórico estruturado. A fim de idealizar um planejamento metodológico com construção e adequação do sistema avaliativo no contexto da economia solidaria ter-se-a possibilidade de reais perspectivas técnicas considerando praticidade, oportunidade e utilidade também em tomada de decisão e aos critérios estratégicos inclusive em aspectos políticos e sociais no âmbito coletivo e individual levando em conta a particularidade de cada situação a fim de que o consenso seja pacifico nos planos de ação e execução. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como propósito oferecer, de forma sintética e objetiva, uma compreensão das principais composições do processo avaliativo que envolve um planejamento com enfoque em políticas pedagógicas de um currículo funcional e natural através de métodos práticos e científicos, teóricos e efetivos envolvendo perspectivas e visão de quem ensina e de quem aprende incluindo instrumentos avaliativos adequados, claros e precisos interando teoria e pratica no processo de ensinoe aprendizagem.
A avaliação é um sistema natural de todo processo escolar envolvendo o ensino e aprendizagem entre aluno e professor onde esta o comprometimento de ambos e efetivação do sucesso escolar para os mesmos.
	O que se busca é um sistema de avaliação de aprendizagem não excludente, sem rigidez e autoritarismo, afim de que se compreenda e efetive uma educação qualitativa e construtiva. A avaliação da aprendizagem deve ser um recurso pedagógico positivo com ponto de partida no acolhimento do educando e foco nos saberes da pratica pedagógica para ser consolidada uma avaliação continua, progressiva em que o aluno é avaliado por inteiro.
	É necessário ainda compreender que o ato de avaliar se dá através de diagnósticos e constatações em processos articulados dos objetos avaliativos que compõem o sistema de ensino e aprendizagem, pois o processo avaliativo se trata de um apanhado de bases que se consolidam ao longo da ação pedagógica e da funcionalidade natural e satisfatória do educando e do educador, sendo que devemos levar em consideração as competências e habilidades, metas e objetivos, dificuldades e conteúdos que formam todo o contexto escolar e em que o aluno deve estar acolhido com finalidade de uma tessitura cultural teórica compreensiva.
	Há várias circunstancias avaliativas com prioridades qualitativas e satisfatórias, mas no caso de insatisfação deve ser conduzida uma posição de busca do acerto em que o ato de avaliar se completa e se realiza gradativamente e positivamente através de uma disposição acolhedora, dialógica e construtiva para uma realidade escolar rica e plena em todos os setores e segmentos da aprendizagem no contexto da vida educacional.
Para consecução de tal artigo, optou-se por uma descrição sequencial de pesquisa bibliográfica dos componentes típicos de um documento desta natureza, em que pode se concluir que a avaliação da aprendizagem é uma expressão resultante de um processo necessário através de caminhos adequados e satisfatórios com objetivos e metodologiasque possibilitem uma ação compatível com a teoria e pratica pedagógica implicando na aprendizagem do aluno e resultando o seu desenvolvimento.
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