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Lucelia - Projeto de Estagio EJA

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FACULDADE FUTURA
LUCÉLIA APARECIDA DA SILVA LUCINDO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PROJETO PRÁTICO
 
 CONGONHAS
2022
FACULDADE FUTURA
LUCÉLIA APARECIDA DA SILVA LUCINDO
PROJETO PRÁTICO
 DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
 
Relatório de estágio apresentado à disciplina Estágio Supervisionado, da Faculdade Futura, no Curso de Pedagogia, como pré-requisito para aprovação.
 
CONGONHAS
2022
PROJETO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO – MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
RESUMO- Tendo em vista a impossibilidade de realização do estágio de maneira presencial devido à pandemia do coronavírus, a Faculdade Futurai solicitou aos alunos a elaboração de um projeto de estágio para que não haja prejuízo com relação ao término do Curso. O tema escolhido foi a alfabetização nos anos iniciais do ensino fundamental, com a apresentação de intervenções práticas utilizando atividades lúdicas, as tecnologias digitais e a socialização. O objetivo geral do projeto é analisar o processo de alfabetização nos anos iniciais e os objetivos específicos são mostrar que utilizar o lúdico na alfabetização possibilita uma aprendizagem eficaz; apontar como as tecnologias digitais podem ser usadas na alfabetização das séries iniciais e compreender que a socialização é relevante para a alfabetização dos educandos. O estudo se justifica pela possibilidade de compreender a alfabetização dentro de seus conceitos e práticas efetivados no cotidiano do ambiente escolar, contribuindo para que se esclareçam as dúvidas e questionamentos frente a sua utilização. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica. O trabalho está dividido da seguinte maneira: Desenvolvimento, onde se aborda a alfabetização nos anos iniciais, o relato de estudo, que apresenta as possibilidades de intervenção utilizando atividades lúdicas, as tecnologias digitais e a socialização e a conclusão, que traz as considerações finais a respeito do estudo.
PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização. Lúdico. Tecnologia. Socialização. Aprendizagem
			
	
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	5
2.	DESENVOLVIMENTO	6
3.	RELATO DE ESTUDO	9
4.	CONCLUSÃO	13
REFERÊNCIAS	14
			
	
1 INTRODUÇÃO
Tendo em vista a impossibilidade de realização do estágio de maneira presencial devido ao enfrentamento da pandemia do coronavírus, a Faculdade Futura solicitou aos alunos a elaboração de um projeto de estágio para que não haja prejuízo com relação ao término do Curso. 
O tema escolhido foi a alfabetização na Educação de Jovens e Adultos, com a apresentação de intervenções práticas utilizando atividades lúdicas, as tecnologias de informação e comunicação e a socialização.
O problema da pesquisa é: Quais estratégias podem ser utilizadas na alfabetização nos anos iniciais?
As hipóteses levantadas foram as seguintes:
— As atividades lúdicas são importantes para que os educandos sejam alfabetizados de maneira dinâmica e prazerosa.
— Os educandos utilizam as tecnologias de informação e comunicação no seu dia a dia e elas são instrumentos importantes para que sejam alfabetizados.
— As metodologias ativas são estratégias relevantes para o aprendizado.
O projeto tem como objetivo geral analisar o processo de alfabetização na EJA e os objetivos específicos são mostrar que utilizar o lúdico na alfabetização possibilita uma aprendizagem eficaz; apontar como as tecnologias digitais podem ser usadas na alfabetização na EJA e compreender que as metodologias ativas podem contribuir para o aprendizado dos educandos.
O estudo se justifica pela possibilidade de compreender a alfabetização dentro de seus conceitos e práticas efetivados no cotidiano do ambiente escolar, contribuindo para que se esclareçam as dúvidas e questionamentos frente a sua utilização.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica em materiais que abordam a temática, disponíveis em livros, revistas, monografias, dissertações e bases de dados na internet. As informações coletadas durante a pesquisa por meio de fichamentos foram utilizadas para fundamentar o estudo teórico que serviu como base para a elaboração do projeto.
O trabalho está dividido da seguinte maneira: Desenvolvimento, onde se aborda a alfabetização nos anos iniciais, o relato de estudo, que apresenta as possibilidades de intervenção utilizando atividades lúdicas, as tecnologias digitais e a socialização e a conclusão, que traz as considerações finais a respeito do estudo
2 DESENVOLVIMENTO
A Educação de Jovens e Adultos se consolidou no sistema de ensino, mas demanda desenvolver um diálogo com o contexto dos seus alunos. Esta modalidade de ensino possibilita aos jovens e adultos encaminharem a construção da cidadania e do acesso ao mercado de trabalho. A educação é um fator estratégico na redução das desigualdades sociais existentes no país, que dificultas as classes mais pobres de exercer a sua cidadania e obter a sua renda própria para consumo e subsistência. 
Para Strelhow (2010), ressalta que a Educação de Jovens e Adultos se constitui uma modalidade ensino complexa, em decorrência das dimensões que ultrapassam a questão educacional, pois se propõe a trabalhar com adultos. A referida autora observa a demanda por reflexões sobre as práticas de ensino, conciliando o resgate das histórias de vida dos alunos. 
A complexidade desta modalidade de ensino impulsiona esta demanda por repensar as práticas pedagógicas aplicadas no processo de ensino-aprendizagem. A maioria dos alunos da Educação de Jovens e Adultos conciliam geralmente os estudos com as obrigações decorrente com o seu trabalho e com os seus familiares.
Santos (2020) considera importante o professor conhecer a realidade dos alunos, para desenvolver um plano de aulas atendente à realidade deles, reconhecendo os conhecimentos prévios deles e promovendo as aulas significativas. 
Para Strelhow (2010), os alunos da Educação de Jovens e Adultos buscam na escola um espaço de satisfação de suas demandas particulares, para integração à sociedade letrada, da qual o indivíduo se encontra impedido quando não pode participar plenamente por não dominar a leitura e a escrita. A contextualização potencializa aos alunos produzir significados em relação aos conhecimentos difundidos no processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento da aprendizagem deles.
Segundo Martins (2013), a Educação de Jovens e Adultos deve ser pensada como uma ação de resgate de algo que foi negado àqueles que não puderem concluir os seus estudos.
Para Krummenauer; Costa; Silveira (2010), a Educação de Jovens e Adultos tem três funções: reparadora, reconstitui o direito à educação pelo cidadão; equalizadora, redistribuição de igualdade de oportunidades; e qualificadora, promoção da capacitação do aluno, por meio do retorno à educação escolar. Conforme evidenciado por Silva et al (2021), estas funções são sequenciais, constituindo um processo desenvolvimento do aluno na Educação de Jovens e Adultos.
Segundo Silva et al (2021), a Educação de Jovens e Adultos representa uma oportunidade para jovens e adultos retomarem os seus estudos na educação básica, desenvolvendo as funções de reparadora, de equalizadora e de qualificadora. Nesta modalidade de ensino, o professor precisar acompanhar e orientar os alunos no processo de ensino-aprendizagem, utilizando de contextualizações para aproximar os diversos saberes escolares do cotidiano deles. O professor precisa trabalhar por um aprendizado bem organizado, para o desencadeamento de vários processos internos de desenvolvimento nos alunos. 
O ensino da EJA no Brasil está muito ligado ao método Paulo Freire, uma proposta de alfabetização de adultos que consiste num processo muito rápido e de fácil compreensão pelos estudantes, através da sensibilização.
O método de Paulo Freire consiste em um processo de alfabetização no qual o aluno, geralmente o adulto iletrado, é protagonista de seu próprio aprendizado, sendo inserido em seu contexto social e político,dentro da sua realidade. Nesta proposta, o educando é estimulado a articular sílabas, que sejam conhecidas por ele, parte de suas vivências, e, assim, formar palavras. Através da discussão das experiências dos alunos entre si, a alfabetização é estimulada, uma vez que há trocas entre os alunos com as mesmas experiências. O método de Paulo Freire torna mais rápido e acessível o aprendizado. Além da alfabetização, o educando é habilitado a conhecer a realidade e posteriormente poder escrevê-la. Isso os torna protagonistas de escreverem a própria história.
na visão de Silva; Lira (2019), a alfabetização consiste no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código de comunicação. é um processo no qual o indivíduo constrói a gramática e suas variações, desenvolvendo a capacidade de interpretar, compreender, criticar, ressignificar e produzir conhecimento. 
“[...] a alfabetização é um processo de representação de fonemas em grafemas, e vice-versa, mas é também um processo de compreensão/expressão de significados por meio do código escrito” (SOARES, 2014, p. 16).
Conforme Santos; Azevedo (2016), a alfabetização é um processo fundamental para a vida do educando não apenas no nível escolar, mas também fora da escola. É o momento em que o indivíduo aprende a ler e escrever e assim dar continuidade a sua vida escolar.
Para Lima; Júnior (2020), o domínio da escrita é essencial pois ela assegura, ao aluno, um contato mais amplo e diversificado dele com o mundo a sua volta, isto é, permite que ele o conheça de uma forma única e de grande valia para as suas percepções e aprendizagem.
Para aprender a ler e escrever, o aluno precisa participar de situações que colocam a necessidade de refletir, transformando informações em conhecimento próprio e enfrentando desafios. Utilizando textos reais, tais como listas, poemas, bilhetes, receitas, contos, piadas etc., que os alunos podem aprender muito sobre a escrita. Assim, os professores descobrem que ler é muito mais do que decodificar, e por isso tratam seus alunos como leitores plenos antes de estarem alfabetizados.
Bezerra (2009) considera que a alfabetização pode ser interpretada como uma ferramenta fundamental para o emprego efetivo e competente da leitura e da escrita em diversas situações.
Silva et al (2021) apontam que o tecnicismo é prejudicial ao desenvolvimento do processo de alfabetização, pois lhe condiciona uma definição simplificadora que se fundamenta na hierarquia de unidades linguísticas menores e de unidades linguísticas maiores.
Para Jardini et al (2016) é importante a utilização de metodologia simples no processo de alfabetização e com rápida eficácia na leitura e na escrita, possibilitando autonomia dos alunos e autoria em seu processo de aprendizado e de letramento. Leite; Gazoli (2012) destacam que este processo de alfabetização demanda um professor mediador que seja detentor de conhecimento teórico básico sobre o processo de ensino-aprendizagem, sobre a abordagem da alfabetização e do letramento, incluindo também o aspecto da afetividade como componente de trabalho.
Para Silva et al (2021), além do alinhamento com o letramento, a alfabetização na EJA envolve a consideração das especificidades dos seus alunos. Eles se inserem no processo de alfabetização, em uma condição de marginalização na sociedade que proporciona dificuldades ao desenvolvimento do aprendizado. A abordagem das estratégias condiciona os resultados no processo de alfabetização e, consequentemente, no processo de letramento, que, conforme ressaltado pelos autores, são processos que dialogam com os componentes da realidade dos alunos da EJA, com o aprendizado deles demandando esta contextualização para compreender a importância do conhecimento em suas vidas.
3 RELATO DE ESTUDO
	
Conforme Silva et al (2021), a Educação de Jovens e Adultos se construiu como uma modalidade de ensino, que possibilita que jovens e adultos voltem à educação escolar. O analfabetismo marginaliza o indivíduo na sociedade, pois exclui-o em termos sociais e econômicos, pois contribui para as barreiras no acesso de oportunidades de trabalho, para obtenção de renda. Neste contexto, se desenvolveu o processo de alfabetização nas séries iniciais do ensino fundamental da Educação de Jovens e Adultos.
Para Freire (2015), o objetivo da alfabetização de adultos é promover a conscientização acerca dos problemas cotidianos, a compreensão do mundo e o conhecimento da realidade social.
A EJA é uma modalidade de ensino que tem particularidades, tornando impossível atribuir uma regência da mesma maneira que se faz na educação básica. É preciso levar em conta alguns pontos importantes, principalmente no que diz respeito à heterogeneidade das classes e nas experiências de vida dos alunos, estes geralmente mais velhos e que já frequentaram a escola anos antes. Por isso, é de extrema importância saber lidar com essas especificidades, levando em consideração o local que será atribuído às classes e ao público-alvo, para que a dinâmica das aulas ocorra de maneira efetiva e satisfatória, possibilitando aos alunos o pleno exercício da cidadania na realidade em que se encontram inseridos
A alfabetização de um indivíduo propicia a sua socialização por meio do estabelecimento de novos tipos de trocas simbólicas com outros indivíduos, acesso a bens culturais e a facilidades oferecidas pelas instituições sociais, constituindo-se em um fator propulsor do exercício consciente da cidadania e do desenvolvimento da sociedade como um todo.
Para Silva et al (2021), as estratégias de alfabetização na Educação de Jovens e Adultos devem contemplar as singularidades que envolve o aprendizado dos seus alunos. Portanto, as estratégias de alfabetização na EJA contemplam a abordagem das relações socioculturais, abrangendo saberes sociais e coletivos.
A seguir, são apresentadas estratégias de alfabetização que podem ser utilizadas nas turmas da EJA valendo-se de atividades lúdicas, das tecnologias de informação e comunicação e das metodologias ativas.
0. Intervenção na Prática usando atividades lúdicas
Conforme evidenciado por Guimarães; Bueno (2021), o uso da metodologia lúdica na Educação de Jovens e Adultos é essencial para a motivação e compreensão do aluno pelo ensino, sendo um modo facilitador da aprendizagem. O lúdico não se resume somente em “brincar”, e sim, na colaboração da formação de estratégias e interação social dos alunos; fatores que colaboram com a associação dos conteúdos a serem estudados.
Fonseca; Pereira (2019) evidenciam que os profissionais envolvidos na EJA devem comprometer-se com o lúdico na prática pedagógica, pois as atividades desenvolvidas de forma prazerosa determinam uma aprendizagem significativa possibilitando assim uma melhor compreensão e ação na construção de um mundo mais humano e cidadão.
Freire (2017) aponta que o uso de atividades lúdicas na EJA estimula os alunos a participarem ativamente da prática escolar, englobando trabalhos bem elaborados e ajudando a torná-los independentes para compreender seus próprios potenciais. Nesta modalidade de ensino, os procedimentos didáticos necessitam ser eficazes na hora de ajudar o aluno a incorporar novos meios de aprender e se desenvolver.
Conforme Fonseca; Pereira (2019), a leitura crítica da realidade proporciona um novo fazer pedagógico no processo, propiciando o reconhecimento de que a alfabetização está associada às mudanças que queremos implementar na sociedade.
Fonseca; Pereira (2019) apontam que através de jogos, brincadeiras, montagens e produções dos alunos é possível criar um ambiente alfabetizador significativo de maneira concreta, com a apresentação de objetos práticos ajudando os alunos no desenvolvimento das dimensões ética, estética, artística, afetiva, etc.
Oliveira (2019) apresentou um relato de experiência usando jogos em uma turma multisseriada de quarenta alunos da EJA desenvolvido em duas etapas: primeiro, a aplicação do jogo produzido “Bingo das Frutas” e em segundo, a produção de frases a partir dos nomes das frutas que continham emsua cartela. Segundo a autora, os resultados obtidos mostraram que atividades com jogos propiciaram um ambiente de ajuda mútua, divertimento, segurança, confiança, estímulo e motivação no desenvolvimento de competências linguísticas, não sendo apenas um instrumento de aprendizado para crianças, mas também de jovens e adultos.
3.2 Intervenção na prática usando as tecnologias de informação e comunicação
Conforme evidenciado por Santos; Lima; César (2020), com o avanço da tecnologia e a grande facilidade ao seu acesso, é imprescindível que a educação esteja inserida nessa modernidade, inclusive a Educação de Jovens e Adultos (EJA), pois aprender, utilizando-se dos recursos tecnológicos que contribuem para esse processo, torna o aprendizado mais coeso e mais relevante para o aluno adulto, uma vez que sai dos limites do antigo “bê-á-bá”, ao qual, muitas vezes, ele estava acostumado a ver na escola, quando estava na idade escolar. 
Pesquisas desenvolvidas por Fernandes; Real (2018) e Hendel et al (2018) mostram que o uso de recursos tecnológicos (como jogos online ou tablet) auxiliam no processo de alfabetização das crianças, o que pode ser também aplicado aos adultos. 
Para Santos; Lima; César (2020), alfabetizar com o uso de tecnologias permite uma alfabetização inclusiva e, ao mesmo tempo, politizada, uma vez que a internet propicia que as informações cheguem mais rápido e devem ser processadas criticamente.
Santos; Lima; César (2020) apresentam sugestões do uso de recursos tecnológicos na EJA, como o ditado de imagens, usando slides; jogos educativos no tablet ou em computadores; uso de softwares educativos, com atividades de palavras cruzadas e lacunas; recursos do WhatsApp, como os emoticons, pedindo para escrever o significado das imagens. Outras sugestões apresentadas pelos autores são o uso de áudio com algumas palavras, para que possam ouvir no celular e transcrever; usar o programa Paina 5 pra escrever e criar; o aluno pode ouvir música acompanhando a letra impressa, que tanto pode ser a própria música ou a leitura gravada do texto; digitar no Word, uma vez que permite que percebam os erros ortográficos.
Uma proposta para otimizar o processo de leitura e escrita de alunos da EJA desenvolvida por Santos; Lima; César (2020), na qual foram usados recursos tecnológicos como software educativo, emoticons, slides e áudio propiciou o avanço nos níveis de escrita dos alunos, percebendo-se também que os alunos participantes do projeto não se evadiram, levando os autores a crerem que o uso dos recursos tecnológicos também contribui para a permanência do estudante na escola
3.3 Intervenção na Prática usando metodologias ativas
Para Paulo Freire (2015), existem inúmeras propostas metodológicas que objetivam romper com o ensino tradicional e buscam considerar o estudante como partícipe do processo de ensino e aprendizagem, como protagonista e com autonomia, e não como um mero receptor de conhecimento.
Segundo Moran (2014), a principal característica do uso das Metodologias Ativas está na participação ativa do estudante, considerando que a resolução das problemáticas propostas acontece a partir do ensino por investigação, no qual o professor oferece questões a serem resolvidas pelo estudante de forma crítica.
Para Moreira (2011), a Metodologia Ativa pressupõe que o professor atue como mediador, conduzindo a curiosidade do estudante em solucionar o problema. Segundo Moran (2014), nesta atividade o estudante deve refletir, discutir explicar, relatar e não ficar preso apenas ao espaço tradicional da sala de aula e nos materiais didáticos convencionais de ensino. 
Sant’Ana; Castro (2019) apontam que é necessária a elaboração de planos de aula e metodologias específicas para a atividade voltada para o propósito de desenvolver nos estudantes autonomia para solucionar problemas, e não apenas para a manutenção de uma educação na qual o aluno é colocado como um ser passivo.
Entre os diversos tipos de metodologias ativas, temos a Aprendizagem baseada em Projetos (ABP), a Aprendizagem baseada em Problemas e a Sala de Aula Invertida.
Conforme Castro (2016), na Aprendizagem baseada em Projetos o estudante busca construir o conhecimento por meio da pesquisa em livros, vídeos, fóruns e outros recursos que podem ser utilizados além do livro didático. 
Segundo Borochovicius; Tortella (2014) a Aprendizagem baseada em Problemas ressalta a aprendizagem por meio de discussões em grupo, sempre referenciadas em autores e pesquisas, objetivando tornar o estudante capaz de construir o aprendizado conceitual, procedimental e atitudinal por meio de problemas propostos sobre situações motivadoras.
Conforme Schneiders (2018), na Sala de Aula Invertida, também conhecida como fllippedclassroom, o estudante faz como lição de casa o estudo do conteúdo em ambientes virtuais de aprendizagem buscando promover discussões, tirar dúvidas e resolver exercícios na aula presencial.
4 CONCLUSÃO
A finalidade deste estudo foi a elaboração de um projeto de estágio a respeito das metodologias que podem ser utilizadas na alfabetização na Educação de Jovens e Adultos.
As hipóteses levantadas foram confirmadas, mostrando que as atividades lúdicas são importantes para que os educandos sejam alfabetizados de maneira dinâmica e prazerosa; que os educandos utilizam as tecnologias de informação e comunicação no seu dia a dia e elas são instrumentos importantes para que sejam alfabetizados e que a alfabetização contribui para a socialização dos educandos.
O objetivo geral do estudo, “Analisar o processo de alfabetização na EJA”, foi contemplado, permitindo concluir que a alfabetização se constitui como uma necessidade de aprendizagem elementar, indispensável para o bom desempenho de diversas práticas sociais no cotidiano dos indivíduos.
O primeiro objetivo específico, “Mostrar que utilizar o lúdico na alfabetização possibilita uma aprendizagem eficaz”, foi contemplado, permitindo concluir que o professor deve propor estratégias que estimulem a aprendizagem, nas quais o aluno possa realizar com prazer as tarefas que lhe são propostas e o lúdico é um recurso educacional que poderá auxiliar tanto o processo de ensino, como o da aprendizagem.
O segundo objetivo específico, “Apontar como as tecnologias digitais podem ser usadas na alfabetização da EJA”, foi atingido, possibilitando concluir que o uso das tecnologias de informação e comunicação estimulam os alunos a aprender, tornando as aulas mais produtivas e proporcionando situações de ensino-aprendizagem contextualizadas e significativas. 
O terceiro objetivo específico, “Compreender que as metodologias ativas contribuem para a alfabetização dos educandos”, foi contemplado, permitindo concluir que as metodologias ativas desenvolvem o aprendizado, estimulam o engajamento e melhoram a percepção de competência e de pertencimento dos alunos, propiciando-lhes solucionar os desafios das práticas sociais nos mais diferentes contextos.
A elaboração do projeto foi importante para o crescimento pessoal e futuro profissional, contribuindo para importantes reflexões a propósito da alfabetização na Educação de Jovens e Adultos, na qual o professor deve usar metodologias que propiciem aos alunos a aprendizagem significativa e o preparo necessário para enfrentar os desafios cotidianos.
REFERÊNCIAS
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