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Unidade 4 Aula 6: O setor Público e Tributação II: Classificação tributos e O sistema tributário brasileiro . Prof.ª ANA CÉLIA DE OLIVEIRA PRADO 1. Classificação de Tributos Os tributos podem ser classificados em direto e indireto: • Tributo direto: são aqueles que incidem sobre a renda e a riqueza. Ex: o Imposto sobre a renda pessoal que constitui num tributo que incide sobre a renda, e o imposto sobre a propriedade IPTU que incide sobre a riqueza. • Tributo indireto: são aqueles que incidem sobre a circulação de mercadorias ou prestação de serviços. O Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) de competência estadual e o Imposto sobre serviços (ISS) de competência municipal são exemplos de tributos indiretos; 1. Classificação de Tributos Numa segunda classificação podemos classificar os tributos em: • Tributo progressivo: são aqueles em que a alíquota se torna progressiva àmedida que aumenta a renda. O Imposto de renda pessoa física caracteriza-sepela progressividade apresentando alíquotas maiores à medida que rendasmaiores são tributadas. Para que o tributo seja justo, é importante que o sistemade tributação seja progressivo, permitindo que os indivíduos de maiores rendascontribuam com maior parcela para os programas governamentais. • Tributo fixo: são aqueles em que a alíquota se mantém fixa independente davariação da renda. Para evitar sonegação em razão da aplicação de alíquotaselevadas, alguns países desenvolvidos vêm optando por alíquotas fixas,estimulando a contribuição regular pelos indivíduos de renda elevada. • Tributo regressivo: são aqueles em que o peso do tributo na renda dosindivíduos se torna menor à medida que a renda aumenta. O Imposto sobre acirculação de mercadorias e serviços (ICMS) consiste em um tributo regressivo,em face de sua incidência não acompanhar o crescimento da renda na mesmaproporção. O peso de uma cesta básica de alimentos na renda de um indivíduose torna menor à medida que ocorre o crescimento de sua renda. 2. Princípios Gerais da Tributação a) Equidade: o tributo deve ser justo, ou seja, os indivíduos devem contribuir com uma parcela justa para arcar com o custo do governo. I. Princípio do benefício (proporção dos benefícios recebidos) e II. Princípio da capacidade de pagamento (cada indivíduo deve contribuir segundo sua capacidade contributiva). b) Neutralidade: O tributo para ser ideal não deve afetar os preços relativos praticados no mercado. a) Princípios gerais da tributação: Constituição Federal e legislação complementar Art. 145 parágrafo 1º CF: Princípio equidade (progressividade e capacidade de pagamento). “Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei , o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”. Art. 150, II CF: Princípio equidade (neutralidade). “veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontre em situação equivalente”. Art. 151, I CF: Princípio equidade (neutralidade). “veda à União instituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro”. 3. A Legislação tributária e o Direito Constitucional b) Da natureza dos Tributos: Código Tributário Nacional Art. 3º CTN “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Os tributos admitidos na Constituição Federal são: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. 3. A Legislação tributária e o Direito Constitucional • Impostos: são tributos não-vinculado à atuação do Estado. Art. 16 CTN. é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Ex.: IPVA. • Taxas: são tributos instituídos em razão do exercício do poder de polícia pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Ex: taxa coleta de lixo. • Contribuições de melhoria: são tributos arrecadados dos proprietários de imóveis beneficiados por obras públicas. Uma vez concluída a obra pública, é fundamental que esta venha a causar uma valorização dos imóveis beneficiados. • Contribuições sociais: são tributos de competência da União, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. Ex: CIDE. • Empréstimo compulsório: se destinam atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, e no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. • OBS: art. 149-A CF permitiu os municípios e o CF instituir contribuição de iluminação pública. A descentralização tributária foi consolidada na Constituição Federal brasileira de 1988. A redução dos recursos da União no bolo tributário, mediante um aumento das transferências de tributos, e as restrições ao poder da União em conceder isenções nos impostos estaduais e municipais, promoveram, uma maior participação e autonomia tributária dos demais entes da federação na esfera tributária. Entretanto, o governo federal incorporou outras funções na sociedade, de natureza social e trabalhista, ao mesmo tempo em que vinha perdendo participação na arrecadação tributária. Com isso, o governo federal provocou um aumento dos tributos não transferíveis como às contribuições sociais, ao mesmo tempo em que os estados e municípios aumentaram o imposto sobre determinados bens e serviços como forma de fazer frente ao aumento de seus gastos. 4. Sistema Tributário Nacional 9 Questões da aula Nova CPMF reforça sistema tributário que penaliza os mais pobres (o Globo - On Line, 16/09/2015).Imaginemos que dois pais de família brasileiros com salários bem distintos resolvam comprar hoje, um dia após o Governo anunciar um pacote de novos impostos, uma bola oficial da CBF para seus respectivos filhos. Ela custa 400 reais, sendo que quase metade desse valor (185,96 reais) vem de impostos embutidos no produto. Se o primeiro pai for da classe A, com um salário mensal de 30.000 mensais, o peso do imposto seria de apenas 0,62% do salário mensal. Se o segundo pai for da emergente classe C, com um salário de 1.200 reais, ele significa 15,5% do seu ganho mensal. O caso hipotético, citado pelo presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, serve para exemplificar o funcionamento do atual sistema tributário brasileiro: como não se aplica de acordo com a faixa de renda de cada um, acaba penalizando mais a classe com menor poder aquisitivo. Em outras palavras, ele tributa igual os desiguais. O mesmo princípio pode ser aplicado no resgate da CPMF proposta nesta segunda-feira [...]. Ela deve incidir diretamente sobre todas as movimentações financeiras por via bancária, como em saques em dinheiro e pagamento de cartão, por exemplo. Dessa forma, se os dois pais comprarem pela internet através do cartão essa bola ou qualquer produto terão um desconto de 0,2%, se a proposta for aprovada. Nesse caso, o peso para o pai da classe A será muito menor do que para o pai da classe C. 10 Questões da aula 1- A partir do texto, comente sobre o sistema tributário brasileiro e como ele afeta os princípios gerais de tributação. 2- Comente, combase no texto, sobre a necessidade de uma reforma tributária no país. 11 1) NÃO é tributo admitido em lei na Constituição federal brasileira: a) Empréstimo bancário b) Impostos c) Taxas d) Contribuição de Melhorias e) Contribuição Sociais 2) O Código Tributário Nacional define imposto como o tributo: a) em razão do exercício do poder de polícia pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis. b) cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica. c) que se destinam atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência. d) arrecadado dos proprietários de imóveis beneficiados por obras de natureza pública. e) de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. 3) A progressividade do Imposto de Renda Pessoa Física está inserido no princípio: a) do benefício. b) da neutralidade. c) da capacidade de pagamento. d) da equidade. e) do orçamento público. Gabarito: A,B,C.
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