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1 Nome dos acadêmicos; 2 Nome do Professor Tutor Externo; Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso Contabilidade – Turma: CTB0593 – Paper – Seminário Interdisciplinar V – 26/06/2019 EFEITOS DA GESTÃO TRIBUTÁRIA E DE CUSTOS NA CONTINUIDADE DAS EMPRESAS Célio Custódio¹ Gedson Menezes¹ Giovane Dias¹ Pedro Samuel¹ João Alexandre Filho² RESUMO Esse trabalho busca analisar os aspectos da carga tributária em vigência no Brasil, apresentando e esclarecendo seus tributos. Através de pesquisas exploratórias com intuito de buscar elementos e estilos doutrinários, por meio de exemplos práticos de formas de tributação para evidenciar que é plausível minimizar gastos com tributos, ponderando e optando adequadamente a tributação a se pagar. Há séculos já existia a preocupação com a carga tributária e esta, ainda persiste até hoje, de tal modo, a voracidade dos administradores por contrabalançarem o déficit público tem cada vez mais proporcionado o acréscimo de tributos. Frente a esta crescente questão tributária que rodeia a realidade atual das empresas, torna-se cada vez mais enorme a necessidade de se concretizar a gestão do custo tributário que dirija a instituição a nutrir o máximo possível de volume dos recursos. Palavras-chave: Carga Tributária, Economia, Planejamento. 1. INTRODUÇÃO A carga tributária no Brasil atualmente tem se apontada muito elevada. Tal fator faz com que as empresas apresentem um alto custo com o pagamento de tributos estabelecidos por lei nos três campos de governo: Federal, Estadual e Municipal. Hoje em dia, em média, 34% do faturamento das empresas é destinado a pagamentos de tributos e alto custo contribui para o aumento do preço de seus produtos e serviços, assim diminuindo a competitividade e a lucratividade das empresas. O levantamento foi feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo de países com economias mais desenvolvidas do mundo e que tem as alíquotas mais elevadas globalmente. O Brasil não faz parte da organização, mas pleiteia uma vaga. Hoje, são 86 tributos diferentes divididos entre taxas, impostos e contribuições. O planejamento tributário é um instrumento legal muito usado com o intuito de obter a economia fiscal. O tributo se dá a partir de um fato gerador, sendo assim, através do planejamento tributário é consentido conceber esse fato gerador antes que ele advenha e assim preferir por ações menos custosas. 2 2. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO O planejamento tributário é um instrumento imprescindível para dar apoio às empresas, oferecendo condições seguras para uma melhor organização e direção dos seus princípios financeiros. Para que o planejamento seja efetuado de forma legal e eficiente é definitivamente indispensável saber quais os impostos, as taxas e as contribuições que têm a obrigatoriedade de serem recolhidas, e ter o conhecimento necessário das maneiras de tributação, como também do faturamento da empresa. Segundo Borges (2000, p.55): A natureza ou essência do Planejamento Fiscal ou Tributário, consiste em organizar os empreendimentos econômicos-mercantis da empresa, mediante o emprego de estruturas e formas jurídicas capazes de bloquear a concretização da hipótese de incidência tributária ou, então, de fazer com que sua materialidade ocorra na medida ou no tempo que lhe sejam mais propícios. Trata-se, assim, de um comportamento técnico-funcional, adotada no universo dos negócios, que visa excluir, reduzir ou adiar os respectivos encargos tributários. A concorrência no mercado globalizado aumenta cada vez mais; os proprietários de empresas precisam permanecer cautelosos para os elevados custos tributários do país. Evitando assim o colapso empresarial. Logo, planejamento tributário é avaliado como a melhor opção para ter um equilíbrio financeiro, possibilitando a geração de novos investimentos por meio de recursos economizados. Como já citado anteriormente, o Brasil é um dos países com maior carga tributária do mundo. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), em média, 34% do faturamento das empresas é dirigido ao pagamento de tributos. Planejando da forma correta a empresa obterá êxito no cumprimento de deveres e vantagens, evitando o pagamento desnecessário de tributos, diminuindo o risco de incidências nos tributos, acelerando processos administrativos e operacionais, permitindo maior controle do fluxo de caixa, reduz custos, influenciando no preço final do produto ou serviço, tornando a empresa de certa forma bem mais competitiva. Por isso, as empresas não devem adotar práticas de saída fiscal, que prejudiquem a concepção de planejamento tributário. 2.1. O PAPEL DO ADMINISTRADOR NA EMPRESA EM RELAÇÃO AO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Um bom administrador deve estar atento ao planejamento tributário de uma empresa. Conforme a Lei 6.404/76 - Lei das Sociedades Anônimas (S/A) – em seu artigo 153, é 3 imprescindível o planejamento tributário por parte dos administradores de qualquer companhia, devendo ser aplicados os procedimentos a seguir: 1. Realizar levantamento da situação das transações efetuadas pela empresa e identificarfatos geradores de tributos e optar por ações, na empresa, menos onerosas para período (ano) futuro; 2. Averiguar se existe ação de fatos geradores dos tributos pagos e analisar se houve um recolhimento maior e indevida cobrança; 3. Conferir se teve ação fiscal sobre fatos geradores decaídos, pois os créditos constituídos após cinco anos são indevidos; 4. Avaliar, anualmente, qual a melhor forma de tributação do Imposto, calculando em qual enquadramento a empresa pagará menos tributo; 5. Puxar o histórico do montante dos tributos pagos nos últimos anos, para identificar se existem créditos fiscais não aproveitados pela empresa; 6. Examinar qual a melhor forma dos créditos serem aproveitados. 2.2 REGIME TRIBUTÁRIO Tributo, do termo latino tributu, no campo das relações entre estado e cidadão, é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Segundo Richard Musgrave (1976), entende-se por Sistema Tributário como sendo o complexo orgânico formado pelos tributos instituídos em um pais ou região autônoma e os princípios e normas que os regem. Por consequência, podemos dizer que o Sistema Tributário Brasileiro é formado dos tributos instituídos no Brasil, dos princípios e das normas que regulam tais tributos. Tributo é gênero, do qual são espécies: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade específica, relativa a contribuinte”. Taxa é prestação pecuniária, que, não sendo dever fundamental nem mesmo se vinculando às liberdades fundamentais, é exigida sob a diretiva do princípio constitucional do benefício, como remuneração de serviços públicos essenciais. 4 Contribuições de melhoria serão instituídas para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Empréstimos compulsórios podem ser instituídos através dessas circunstâncias: 1) Atendimento a despesa extraordinária decorrente de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência; 2) Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observada, na sua instituição, o princípio da anterioridade anual. 2.3. CARGA TRIBUTÁRIA Atualmente o Sistema Tributário Brasileiro é regido pela Emenda Constitucional de nº 18, de 1º de dezembro de 1965, sendo regulamentado pela Lei nº 5.172, de outubro de 1966 que recebeu a denominação de Código Tributário Nacional (CTN) pelo art. 7º do ato complementar nº 36, de 13 de março de 1967. A distribuição das competências tributarias estão pautadas entre as três esferas do governo, analisando essa carga tributária, podemos ver que estão divididas da seguinte maneira: UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS Renda (IR) Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações de Qualquer Natureza (ITCMD) Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbano (IPTU) Contribuição Previdenciária Imposto sobre Propriedade Veículos Automotores (IPVA) Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) Contribuição ao Seguro de Acidente do Trabalho Contribuição de Melhoria Contribuição de Melhoria Contribuição ao Salário Educação Imposto sobre Circulação Mercadorias e Serviços (ICMS) Imposto sobre Serviços de Quaisquer Natureza (ISS) Contribuição ao Sistema “S” Impostos sobre Propriedade Territorial Rural (ITR) 5 Impostos sobre Grandes Fortunas Contribuição de Melhorias Impostos Sobre Produtos Industrializados (IPI) Impostos Sobre Operações Financeiras (IOF) Imposto de Importação (II) Imposto de Exportação (IE) Contribuição Social da Seguridade Social (COFINS) Programa de Integração Social (PIS) Contribuição Social sobre o Lucro Liquido (CSLL) Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (CIDE) A demonstração destes dados torna possível assimilar, com maior nitidez, que a maioria da arrecadação tributária está concentrada sob a competência da União. Isso pode apontar o motivo de alguns pontos de dedução do sistema tributário, como um todo. O estudo do Ministério da Fazenda (28/03/2019) sobre a carga tributária no Brasil mostra a evolução da carga tributária, onde o peso dos impostos subiu para 33,58% do PIB (Produto Interno Bruto), e é considerado o maior desde 2010. A divisão do bolo tributário subiu nos três níveis: enquanto a União passou de 22,13% para 22,66%; os Estados subiram de 8,42% para 8,65%; nos Municípios por fim, aumentou de 2,06% para 2,27%. Na esfera federal, os principais tributos que impulsionaram esse salto foram o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), com acréscimo de 0,23 pontos percentuais. O Imposto de Renda Retido na Fonte com impacto de 0,136 pontos percentuais, e o Imposto sobre Importação com efeito de 0,1 pontos percentuais. 6 Nos estados a carga tributária foi influenciada pelo aumento das receitas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com 0,24 pontos percentuais. Nos municípios, os principais responsáveis foram o Imposto Sobre Serviços (ISS) com 0,11 pontos e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), com 0,08 pontos. 2.4. SUJEITO E CONTRIBUINTE O contribuinte é o sujeito passivo direto da obrigação tributária. Ele tem o comprometimento direto por pagar o tributo. Sua competência tributária é absolutamente objetiva, já que a mesma decorre da lei e não de sua vontade. Os artigos 121 ao 123 do CTN definem o sujeito passivo da seguinte forma: Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com o trabalho realizado, pôde-se concluir que o planejamento é um instrumento extraordinário e que fornece resultados positivos, se aplicado com responsabilidade. As empresas que não se atentarem para a implantação correta do planejamento tributário, correm o risco de perder o controle de seus custos ficando impossibilitadas de cumprir a lei e obrigações para com a sociedade. Muitas vezes, por não possuírem o devido controle, os executivos, para a sobrevivência da empresa, acabam escolhendo pela evasão fiscal, que é a forma ilegal de amenizar suas cargas tributárias. 7 Suportar a carga tributária brasileira e concernentes atividades que por ela são exigidas, não é tão fácil e pratico. Não basta apenas executar liquidações de tributos, deve-se ter conhecimento, disciplina, experiência. Estes pagamentos feitos de forma desordenados, de modo desnecessário, acarretarão cada vez mais à falência em curto tempo. Sendo assim, a contenção dos tributos e as reduções de riscos fiscais são os benefícios a serem conseguidos pelas firmas que tomam o planejamento tributário como umaferramenta indispensável na assistência à prestação de contas e requisições da carga tributária nacional que, audaciosamente, tem se desandado cada vez mais complicada. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 2003. BORGES, Humberto Bonavides. Gerência de Impostos: IPI, ICMS E ISS. 3 ed. São Paulo, 2000. BORGES, Humberto Bonavides. Gerência de Impostos: IPI, ICMS e ISS. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002. OLIVEIRA, Gustavo Pedro. Contabilidade Tributária. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2008. RECEITA FEDERAL. Carga Tributária Bruta no Brasil. Disponível em http://receita.fazenda.gov.br. Acesso em 20 de junho de 2019. RECEITA FEDERAL. CODIGO TRIBUTARIO NACIONAL. Disponível em http://receita. economia.gov.br. Acesso em 20 de junho de 2019. RECEITA FEDERAL. LEI DAS SOCIEDADES ANONIMAS - S/A. Disponível em http://receita.economia.gov.br. Acesso em 20 de junho de 2019. RECEITA FEDERAL. PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO). Disponível em http://receita.economia.gov.br. Acesso em 20 de junho de 2019. RECEITA FEDERAL. ECONOMIA BRASILEIRA 2018/2019. Disponível em http://receita.economia.gov.br. Acesso em 20 de junho de 2019. http://receita.fazenda.gov.br/ http://receita.fazenda.gov.br/ http://receita.fazenda.gov.br/ http://receita.economia.gov.br/ http://receita.economia.gov.br/ http://receita.economia.gov.br/
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