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etica filosofia

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Quais as três confusões mais comuns que as pessoas fazem quando falam de ética? 
 
Primeiramente, diz-nos o professor: as pessoas confundem ética com moral, mas são 
diferentes. A segunda confusão está em acreditar que a ética se liga a um valor determinado 
como honestidade, integridade ou idoneidade. E, por fim, confundem ética com os códigos 
de conduta das profissões, a ética dos médicos, dos engenheiros etc. 
 
O professor Robert Henry Srour (2008, p. 14), esclarece que 
 
A ética é uma disciplina teórica que se caracteriza pela generalidade de seus conceitos e 
investiga os fenômenos morais que são objetos singulares e reais; estuda, portanto, a moral 
praticada pelas coletividades, os modos de agir que afetam as pessoas para o bem ou para 
o mal. 
 
A ética estuda os fatos morais. Fato moral ocorre quando agentes morais agem no mundo, 
fazem escolhas que impactam na vida de outras pessoas, e isso poderá ocorrer de maneira 
positiva ou negativa. A partir de nossas ações, podemos prejudicar ou não outras pessoas. 
Há sempre a presença do outro em nossas vidas. 
 
Nas questões mais cotidianas podemos prejudicar ou não os interesses de outras pessoas. 
Fatos morais, acrescenta o Srour (2008, p. 7), “são fatos sociais que dizem respeito ao bem 
e ao mal, juízos sobre as condutas dos agentes, convenções históricas sobre o que é certo 
ou errado, justo ou injusto, legítimo ou ilegítimo”. 
 
A ética oportuniza um campo muito amplo para debates, sobretudo em sociedades 
contemporâneas marcadas por uma multiplicidade de morais. 
 
A nossa época “já não vive sob a influência de uma moral dominante capaz de reger tudo. 
Pelo contrário, o que domina, na maioria das vezes, são dúvidas sobre as regras a seguir, 
perplexidades sobre os princípios a serem aplicados” (DROIT, 2014, p. 21). Não há como 
negar que preceitos morais são relativos, efêmeros, passageiros (SROUR, 2008). 
 
Os fatos morais investigados pela ética podem assumir três dimensões diferentes: eles podem 
ser morais, imorais ou amorais (neutros). Um fato social será amoral ou neutro, por exemplo, 
quando estivermos diante de situações sociais corriqueiras ou triviais, tais como: ir ao 
 
 
 
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cinema, visitar amigos, viajar, ler um romance, ir ao futebol etc. – situações que não 
implicam efeitos morais sobre outras pessoas. Um fato social moral será aquele em que há 
uma conduta conforme as regras morais dominantes (SROUR, 2008). 
 
Se, em uma comunidade em que há a necessidade de racionamento de água e energia 
elétrica, por exemplo, seus habitantes fazem um uso consciente de tais bens, estão agindo 
conforme a moral dominante, logo, praticam fatos morais. Se fizerem um uso abusivo 
considerado como consumo irresponsável, estaremos diante de um fato imoral, uma conduta 
imoral (SROUR, 2008). 
 
A ética encontra, portanto, a sua utilidade no momento em que há uma grande quantidade 
de reflexões necessárias por trás de nossas experiências cotidianas que avaliam se somos 
sujeitos morais, imorais ou amorais. 
 
As inquietações contemporâneas sobre a vida, nossas escolhas, situações políticas, formas 
de governo, a busca pela justiça, o problema do meio ambiente, o direito dos animais, o 
direito das minorias, o clamor pela honestidade e decoro, o problema da miséria, bem como 
a busca por uma vida segura e feliz, entre outras questões, reponta o debate sobre a ética.

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