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18/12/2012 1 Secagem Relação entre umidade e sólido Patricia Moreira Azoubel Secagem ● Umidade do material As considerações básicas de secagem de materiais biológicos são aqueles que expressam os relacionamentos de umidade e sólido; Na tentativa de ajustar os modelos para expressar a secagem, os materiais biológicos sofrem classificações por características físicas do sólido. 18/12/2012 2 Secagem A primeira consideração é a respeito da higroscopicidade do material biológico que são classificados como: Higroscópicos Não higroscópicos (hidrofóbicos) São mais fáceis de secar ● Umidade do material Secagem A primeira consideração é a respeito da higroscopicidade do material biológico que são classificados como: Higroscópicos Porosos- constituído por uma rede de capilares de pequeno diâmetro, onde os efeitos de tensão superficial são por demais pronunciados. Secagem extremamente complexa. Exs.: madeira, lã, viscose, alumina, papel. Não porosos- apresentam a umidade distribuída em seu interior com possibilidade de movimentação através de mecanismos de difusão originados por diferenças de concentração de umidade no seu interior. Secagem complexa porém com certo avanço teórico no entendimento do fenômeno. Exs.: argila , sabão, cola. ● Umidade do material 18/12/2012 3 Secagem A primeira consideração é a respeito da higroscopicidade do material biológico que são classificados como: Não higroscópicos (hidrofóbicos) Porosos- constituídos por uma rede de capilares de diâmetros tais que, embora a movimentação da umidade seja por capilaridade, a pressão de vapor é praticamente a da água pura . Exs.: uma camada de areia, ou de caulim em leito são exemplos típico destes materiais. Não porosos- se apresentarem alguma umidade esta será apenas superficial, não são objeto de estudos de secagem. A parafina é um exemplo desta categoria. ● Umidade do material Secagem Na segunda consideração, a base da análise é a verificação se a água está ligada ou não ligada (ligações física e/ou química) nas estruturas dos sólidos. Matéria seca Água ● Umidade do material 18/12/2012 4 Secagem Em materiais biológicos, a água pode estar presente de duas formas: Água livre Água que está simplesmente adsorvida no material e a mais abundante. É perdida facilmente em temperaturas em torno da ebulição; Água ligada Água de constituição, que faz parte da estrutura do material. Está fortemente presa, sendo difícil de ser removida. As águas não ligadas (águas livres) envolvem a energia para sua evaporação ao nível de calor latente de vaporização, ao passo que as águas ligadas necessitam maior nível de energia para a sua evaporação. Conseqüentemente, os materiais hidrofóbicos apresentam águas livres. ● Umidade do material Secagem O conteúdo de umidade é a quantidade de água que pode ser removida do material sem alteração da estrutura molecular do sólido; Pode ser expressa de duas maneiras: Base seca (Xbs)- em relação à massa seca do produto (mms) Base úmida (Xbu)- em relação à massa total do produto (mt) Utilizações comuns: Xbu: designações comerciais, armazenamento, etc. Xbs: em trabalhos de pesquisa, equações de secagem. ms a bs m m X t a bu m m X ● Umidade do material 18/12/2012 5 Secagem Exemplo: Em um armazém tem-se 1.000 ton de sólido, com 20% de umidade, e deseja-se armazená-lo com 12% de umidade. Qual a quantidade de água a ser retirada na secagem? ● Umidade do material Secagem Exemplo: Em um armazém tem-se 1.000 ton de sólido, com 20% de umidade, e deseja-se armazená-lo com 12% de umidade. Qual a quantidade de água a ser retirada na secagem? Mt = 1000 ton ma = 200 ton (20%) mms = 800 ton (80%) constante Portanto : retirar na secagem: 200 - 109 = 91 ton água tonm m m mm m m m X a a a msa a t a bu 109100. 800 12100.100.(%) ● Umidade do material 18/12/2012 6 Secagem bu bu bs X X X 1 ● Umidade do material A relação entre base seca e base úmida e vice-versa pode ser obtida dividindo uma expressão pela outra, e rearranjando os termos: bs bs bu X X X 1 Secagem ● Umidade do material Determinação de umidade é feita através de métodos: Diretos Indiretos Água é retirada do produto numa estufa, por destilação ou raios infravermelhos. Utilizam a passagem de uma corrente elétrica através do material. 18/12/2012 7 Secagem Colocando-se um produto biológico em um ambiente com temperatura e umidade constantes, por um tempo suficientemente longo, esse produto atingirá um ponto de equilíbrio onde não haverá troca de umidade entre o produto e o ar ambiente. ● Umidade de equilíbrio Isso não significa que a umidade do produto e a do ar são iguais, mas sim as pressões de vapor na superfície do produto e do ar são iguais; A umidade relativa do ar em equilíbrio higroscópico com o produto é também conhecida como atividade de água (aw). Secagem Uma importante variável na secagem de materiais é a umidade do ar em contato com um sólido de determinada umidade; Se o material sólido é exposto ao ar a determinadas condições de temperatura e umidade, este vai perder ou ganhar água até que uma condição de equilíbrio seja estabelecida; Se o material contém mais umidade que seu valor de equilíbrio em contato com um gás de determinada umidade e temperatura, ele secará até alcançar seu valor de equilíbrio (desorção); Se o material contém menos umidade que seu valor de equilíbrio, ele adsorverá água até alcançar o equilíbrio (adsorção). ● Umidade de equilíbrio 18/12/2012 8 Secagem As relações de equilíbrio para materiais sólidos são dadas na forma de gráficos: ● Umidade de equilíbrio Secagem Estas curvas de adsorção e desorção não coincidem, e esta diferença entre as isotermas é conhecida como o fenômeno de histerese. Está relacionado com o rearranjo das moléculas do produto durante e após a secagem. ● Umidade de equilíbrio 18/12/2012 9 Secagem Molécula da água levemente presa Nas condições ambientes, onde a umidade do produto está em equilíbrio com a umidade do ar, esta molécula de água está estável nessa posição. ● Umidade de equilíbrio Secagem No processo de secagem, devido à grande força motriz causada pela energia cedida ao produto pelo ar de secagem: - O equilíbrio se altera; - A molécula de água é retirada; - O produto sofre um rearranjo. ● Umidade de equilíbrio 18/12/2012 10 Secagem ● Umidade de equilíbrio Terminada a secagem, o produto é deixado no mesmo ambiente com as condições iniciais, antes da secagem; Se agora for feito um processo de reumidificação do produto seco (adsorção), com ar úmido, aquele lugar que estava ocupado pela molécula de água não mais existe, e portanto a molécula de água no processo de reumidificação não poderá retornar para aquela posição inicial. O valor da umidade de equilíbrio atingido será menor que no processo de desorção. Secagem Conhecimento da umidade de equilíbrio tem uma importância prática muito grande. Ex.: Um sólido em processamento deixa o secador com uma umidade abaixo da umidade de equilíbrio do recinto em que será armazenado; Durante sua permanência no estoque ele iria incorporarágua até atingir o valor da umidade de equilíbrio para as condições do ar de armazenagem; Neste caso, teríamos gasto no secador mais energia e tempo de permanência do que o necessário, o que só aumentaria os custos além de reduzir a capacidade de produção. Umidade de equilíbrio é a umidade limite a que um sólido pode ser seco para uma determinada condição de temperatura e umidade do ar. ● Umidade de equilíbrio 18/12/2012 11 Secagem O conteúdo de umidade acima da umidade de equilíbrio de um material; É a umidade que pode ser removida pela secagem numa determinada umidade relativa do ar. Ex.: um material tem um conteúdo de umidade de equilíbrio de 8,5 kg água/100 kg material seco em contato com um ar com 50% de umidade relativa e 25°C. Se este material tiver um conteúdo de umidade de 10,0 kg água/100 kg material seco, apenas 10,0 – 8,5 (ou 1,5) kg água/100 kg material seco é removível pela secagem. Isso é a umidade livre da amostra nestas condições de secagem. ● Conteúdo de umidade livre 18/12/2012 12 Secagem Teoria Secagem Fonte de calor Sorvedor de umidade Material a ser seco Transferência de calor Transferência de massa ● Princípios 18/12/2012 13 Secagem - O movimento de água do interior do material até à superfície é analisado pelos mecanismos de transferência de massa, que indicará a dificuldade de secagem nos materiais; - Durante a secagem, para que haja evaporação da água da superfície do material, deve haver o seu transporte do interior do sólido até a superfície. ● Mecanismos de migração de umidade Superfície de secagem Interior do material Transferência de calor Mecanismo de migração de umidade Secagem - Diversas teorias explicam a migração de umidade do interior para a superfície do produto, dentre as quais destacam-se: • Difusão de água na forma líquida: ocorre devido a uma diferença de concentração, e a mudança de estado se dá próximo ou na superfície; • Difusão de vapor: ocorre devido ao gradiente de pressão de vapor, com a mudança de estado de líquido para vapor ocorrendo dentro do produto; • Difusão de líquido e vapor simultaneamente: com a mudança de estado ocorrendo na posição e em função do aumento de temperatura do produto. ● Mecanismos de migração de umidade 18/12/2012 14 Secagem - Diversas teorias explicam a migração de umidade do interior para a superfície do produto, dentre as quais destacam-se: • Capilaridade: com o líquido escoando do interior para a superfície através de minúsculos interstícios, devido a interação entre o líquido e o sólido. ● Mecanismos de migração de umidade Qualquer que seja o modelo proposto, as dificuldades para testar a validade do mesmo baseiam-se principalmente na obtenção de dados de variação dos diversos parâmetros envolvidos no processo e a interatividade entre eles; Enquanto a migração de água por difusão como consequência de uma diferença de concentração é um mecanismo lógico, o mesmo não é em função da capilaridade. Secagem ● Mecanismos de migração de umidade O efeito da capilaridade é consequência das forças resultantes das diferenças entre a pressão hidrostática e os efeitos de tensão superficial; A tensão superficial provoca uma pressão sob uma superfície líquida encurvada que é diferente da pressão sob uma superfície líquida plana. A diferença de forças que agem na superfície curva e na plana produz o efeito da capilaridade utilizado em algumas teorias de migração de umidade no interior dos sólidos. 18/12/2012 15 Secagem ● Mecanismos de migração de umidade À medida que o produto vai secando: -A interface do líquido começa a se afastar da superfície para o interior O produto começa a se contrair, diminuindo seu volume, e o mesmo vai ocorrendo com os capilares, alterando o mecanismo de capilaridade. O mecanismo de difusão vai tornando-se cada vez mais importante. Secagem ● Curva de secagem Os produtos são muito diferentes entre si, devido a sua composição, estrutura, e suas dimensões; As condições de secagem são muito diversas, de acordo com as propriedades do ar de secagem e a forma como se faz o contato ar-produto: por exemplo, secagem com ar quente na superfície de um leito de partículas é um caso (a água estando situada dentro das partículas), ou outro caso é a suspensão de uma partícula em um fluxo de ar; Uma vez que o produto é colocado em contato com ar quente, ocorre uma transferência do calor do ar ao produto sob o efeito da diferença de temperatura existente entre eles. Simultaneamente, a diferença de pressão parcial de vapor de água existente entre o ar e a superfície do produto determina uma transferência de matéria (massa) para o ar. Esta última se faz na forma de vapor de água. 18/12/2012 16 Secagem ● Curvas de secagem Uma parte do calor que chega ao produto é utilizada para vaporizar a água; A evolução destas transferências simultâneas de calor e de massa no decorrer da operação de secagem faz com que esta seja dividida esquematicamente em três períodos; A seguir, são mostradas as curvas de evolução do teor de água do produto (X), de sua temperatura (T) e da velocidade de secagem (dX/dt), também chamada de taxa de secagem, ao longo do tempo, para um experimento utilizando ar de propriedades constantes. Secagem Período 0: período de indução Período 1: período de velocidade constante Período 2: período de velocidade decrescente 18/12/2012 17 Secagem Tempo (h) U m id a d e l iv re V e lo c id a d e d e s e c a g e m Umidade livre Fonte: Geankoplis (1998) Secagem Tempo (h) U m id a d e l iv re V e lo c id a d e d e s e c a g e m Umidade livre Fonte: Geankoplis (1998) Período de indução A’-B: se o produto tiver excesso de água na sua superfície (como na situação onde o produto saiu de um banho e foi direto ao secador), o mesmo vai perder uma parte da água por gotejamento e não somente por mudança de estado. Em outra situação: A-B: o produto está a uma temperatura mais baixa que o ar de secagem, quando é colocado no secador. Nesse caso haverá um período de aquecimento do mesmo, até atingir o período de taxa constante. 18/12/2012 18 Secagem Tempo (h) U m id a d e l iv re V e lo c id a d e d e s e c a g e m Umidade livre Fonte: Geankoplis (1998) Período de indução Nesse período, a pressão parcial de parcial de vapor de água na superfície do produto é fraca, e consequentemente a taxa de transferência de massa é baixa; Conforme o produto vai sendo aquecido pelo ar de secagem, vai também aumentando a pressão de vapor de água e a taxa de secagem; Esse processo continua até que a taxa de transferência de calor compense a transferência de massa, quando o produto atinge a temperatura de bulbo úmido do ar de secagem. Secagem Tempo (h) U m id a d e l iv re V e lo c id a d e d e s e c a g e m Umidade livre Fonte: Geankoplis (1998) Período de velocidade constante (B-C) Taxa de secagem constante, ou seja, a superfície permanece recoberta por uma película de água, que se evapora como água livre; A pressão de vapor da água na superfície é igual a pressão de vapor da água pura na temperatura do produto, ou seja, a temperatura de bulbo úmido; Este período continua até quea quantidade de água no produto seja suficiente para manter a superfície com uma película de água. 18/12/2012 19 Secagem Tempo (h) U m id a d e l iv re V e lo c id a d e d e s e c a g e m Umidade livre Fonte: Geankoplis (1998) Período de velocidade constante (B-C) Ponto C: Xc teor de umidade crítico. Neste ponto, a água na superfície do sólido é insuficiente para manter um filme contínuo de água. Secagem Tempo (h) U m id a d e l iv re V e lo c id a d e d e s e c a g e m Umidade livre Fonte: Geankoplis (1998) Período de velocidade decrescente C-E: a transferência de calor não é mais compensada pela transferência de massa, e a temperatura do produto aumenta, chegando muito próxima à temperatura de bulbo seco do ar de secagem; O fator limitante deste período é a migração de umidade do interior para a superfície do produto, e ele continua até atingir a umidade de equilíbrio. Após o atingido o equilíbrio, o produto não seca mais. 18/12/2012 20 Secagem - As taxas de secagem devem ser relacionadas para um determinado produto e para uma determinada operação (processo e equipamento); - Os estudos da transferência de calor e massa, além do estabelecimento de possíveis mecanismos de migração interna de umidade possibilitará o estabelecimento da taxa de secagem; - Com o conhecimento das limitações dos processos para um determinado produto podemos avaliar, projetar e/ou otimizar o processo de secagem permitindo a avaliação do tempo de secagem; - A predição do tempo de secagem é o dado fundamental para o dimensionamento e a otimização de uma planta industrial de secagem. ● Cinética de secagem Secagem - Os dados experimentais são insubstituíveis, em outras palavras, quando se quer estudar a secagem de materiais biológicos recomenda-se o levantamento experimental da secagem CURVA (a), e estabelecer a CURVA (b); - Os métodos de cálculo da taxa de secagem diferem quando se trata de período de velocidade constante ou decrescente; - No primeiro período, as transferências de calor e massa são analisadas da superfície do material e ar de secagem, enquanto que no segundo período as análises são baseadas nas transferências internas que governam a secagem. ● Cinética de secagem 18/12/2012 21 Secagem - Os dados de secagem são geralmente obtidos como: Massa total do material úmido em diferentes tempos de processamento - Esses dados podem ser convertidos e expressos em termos de taxa de secagem. ● Cinética de secagem s st t M MM X Xt = umidade do sólido (kg água/kg massa seca) Mt = massa total da amostra no tempo t (kg) Ms = massa seca da amostra (kg) Secagem - Outro parâmetro importante no processo de secagem é conteúdo de umidade livre (X), que pode ser calculado por: ● Cinética de secagem eqt XXX X = umidade livre do sólido (kg água/kg massa seca) Xt = umidade do sólido (kg água/ kg massa seca) Xeq = umidade de equilíbrio (kg água/kg massa seca) Tempo (h) U m id a d e l iv re 18/12/2012 22 Secagem - A taxa de secagem (R) é proporcional a mudança de umidade em função do tempo: Valores de dX/dt podem ser obtidos em função do tempo podem ser obtidos pelas tangentes da curva de X versus t; Substituindo a proporcionalidade da equação anterior por Ms/A, a taxa de secagem pode ser expressa por: ● Cinética de secagem dt dX R R = taxa de secagem (kg água/h.m 2) Ms = massa seca (kg) A = área superficial exposta a secagem (m2) dt dX A M R s Secagem ● Cinética de secagem V e lo c id a d e d e s e c a g e m Umidade livre 18/12/2012 23 Secagem ● Cinética de secagem - Num instante qualquer do processo, a velocidade de secagem (R) pode ser calculada por: dt dX A M R s . R dX A W dt Ts . - O tempo de processo é dado por: A = área do material exposta a secagem, m2 WS = massa do material seco (g) t = tempo (h) XT = umidade total do material (kg H2O/kg massa seca) - Integrando: 2 1 2 1 . X X Ts t t R dX A W dt X1 = umidade total do material no instante 1 (kg H2O/kg massa seca) X2 = umidade total do material no instante 2 (kg H2O/kg massa seca) Secagem ● Período de secagem a taxa constante )( wTThAq q = taxa de transferência de calor convectivo (W); h = coeficiente de transferência de calor (W/m2 K); A = área superficial exposta a secagem (m2); T = temperatura de secagem (°C); Tw = temperatura de bulbo úmido (°C). )( yykN wya Na = fluxo de vapor de água (kg mol água/s.m 2); ky = coeficiente de transferência de massa (kg mol/s.m 2); yw = fração molar de vapor de água no gás na superfície; y = fração molar no gás. Fonte: Geankoplis (1998) 18/12/2012 24 Secagem ● Período de secagem a taxa constante 2 1 2 1 . X X Ts t t R dX A W dt R = constante ).( . 21 XX RA W t s Secagem ● Período de secagem a taxa constante R também pode ser calculada usando a equação de transferência de calor ou a equação de transferência de massa (geralmente TC): Fluxo de ar paralelo a superfície de secagem (temperatura do ar de 45-150°C; velocidade mássica G de 2450-29300 kg/h.m2 ou velocidade de 0,61-7,6 m/s): Fluxo de ar perpendicular a superfície de secagem (velocidade mássica G de 3900-19500 kg/hm2 ou velocidade de 0,9-4,6 m/s): Sendo: G (kg/h.m2) = v.ρ.3600 (v = velocidade do ar de secagem, m/s; ρ = densidade do ar úmido, kg/m3). )3600)(.( a a TT h R R = velocidade de secagem (kg H2O/h); h = coeficiente de TC (W/m2K); λa = calor latente a Ta (J/kg); T = temperatura do gás (°C); Ta = temperatura da superfície do sólido (°C). 8,00204,0 Gh 37,017,1 Gh 18/12/2012 25 Secagem ● Período de secagem a taxa constante )3600)(.( a a TT h R 8,00204,0 Gh Exercício Um sólido granular insolúvel é seco em um equipamento de dimensões de 0,457 x 0,457 m e profundidade de 25,4 mm. As paredes laterais e o fundo do equipamento podem ser considerados isolados termicamente. Calor é transferido por convecção pelo ar fluindo paralelamente a superfície do material numa velocidade de 6,1 m/s. O ar está a 65,6°C e umidade de 0,010 kg água/kg ar seco. Estimar a taxa de secagem para o período constante. Secagem ● Período de secagem a taxa constante Efeito das variáveis de processo: 1. Velocidade do ar de secagem - Sem TC por condução e radiação: R é proporcional a h e por consequência a G0,8 (fluxo de ar paralelo a superfície do sólido); - Efeito da velocidade do gás é menos importante quando tem-se TC por radiação e por condução. 2. Umidade do gás Se a umidade do gás é diminuída para uma dada temperatura desse gás, da Carta Psicrométrica observa-se que a Tbu (Ta) diminui. R aumentará. )3600)(.( a a TT h R 2 1 1 2 12 )( )( a a a a TT TT RR )( )( 1 2 12 a a TT TT RR 21 aa 18/12/2012 26 Secagem ● Período de secagem a taxa constante Efeito das variáveis de processo: 3. Temperatura do gás Se a temperatura do gás aumenta, Tbu (Ta) aumenta (não tanto como T). Raumentará. 4. Espessura do material sólido - TC apenas por convecção: R independe da espessura desse sólido; - Entretanto, o tempo de secagem para secagem do material de X1 a X2 será diretamente proporcional a espessura. )3600)(.( a a TT h R )( )( 11 22 12 a a TT TT RR 2 1 2 1 . X X Ts t t R dX A W dt ).( . 21 XX RA W t s Secagem - A complexidade dos fenômenos, colocados em jogo durante a secagem, conduz os pesquisadores a proporem numerosas teorias e múltiplas fórmulas empíricas para predizer a taxa de secagem; - Conforme PARK (1987), as teorias para explicar o comportamento de secagem no período decrescente pode ser resumido como sendo derivadas de duas teorias: a teoria difusional e a teoria capilar. ● Período de taxa decrescente 18/12/2012 27 Secagem Mecanismos de migração de umidade (Difusão) - Ocorre quando há diferença de concentração entre a superfície e o interior do sólido; - Esse mecanismo é geralmente observado em sólidos homogêneos, não porosos, como sabão, gelatina e cola. Também encontrando em madeira, papel, couro, outros; - A velocidade do movimento da umidade é expressa pela segunda Lei de Fick: ● Período de taxa decrescente 2 2 x X D dt dX ef X = umidade livre do sólido Def = coeficiente de difusão do líquido aplicável ao movimento através do sólido t = tempo x = distância percorrida na direção do movimento Secagem ● Período de taxa decrescente Mecanismos de migração de umidade (Difusão) - CRANK (1975) apresentou um grande número de soluções da equação de difusão para condições iniciais e de contorno variados. Entretanto, estas soluções se aplicam aos sólidos de formas geométricas simples (corpos semi- infinitos: placas, cilindros e esferas); - Placa plana: 0 2 2 2 22 4 )12(exp )12( 18 i ef eo et t L D i iXX XX Xt = umidade do sólido no tempo t Xe = umidade de equilíbrio Xo = umidade inicial do sólido Def = coeficiente de difusão do líquido aplicável ao movimento através do sólido t = tempo L = meia espessura da placa 18/12/2012 28 Secagem ● Período de taxa decrescente Mecanismos de migração de umidade (Difusão) Hipóteses: 1. A difusividade da água é constante. Esta suposição é levada em consideração pela maioria das publicações, que afirmam que a secagem se faz de maneira isotérmica e que a difusividade da água é independente do teor de água; 2. O produto é homogêneo: tem uma forma regular simples e simétrica. Em geral, os autores fazem relação a uma esfera ou a uma placa; eles calculam a dimensão característica (l e/ou r) considerando o mesmo volume para o produto e a forma escolhida. Secagem ● Período de taxa decrescente Mecanismos de migração de umidade (Difusão) Hipóteses: 3. As dimensões do produto permanecem constantes ao longo do tempo, o que é completamente falso para os produtos biológicos, pois os mesmos encolhem durante a secagem. A mais freqüente dimensão característica é calculada a partir do volume do produto depois da secagem. O movimento da água resulta de um gradiente do teor de água dentro da partícula, onde é assumido um perfil linear de concentração de umidade do material; 4. A superfície do produto se põe imediatamente em equilíbrio com o ar de secagem, Xs = Xeq. O teor de água Xeq é o teor de água de equilíbrio do produto com o ar; ele pode ser deduzido de uma curva de sorção do produto; 5. O conteúdo de umidade do material tende para a umidade de equilíbrio. 18/12/2012 29 Secagem ● Período de taxa decrescente Mecanismos de migração de umidade (Difusão) Para tempos longos de processo, apenas o primeiro termo da equação anterior é considerado: Resolvendo para o tempo de secagem: t L D X X XX XX ef eo et 2 2 2 1 4 exp 8 X X D L t ef 2 1 2 2 8 ln 4 Secagem ● Período de taxa decrescente Mecanismos de migração de umidade (Difusão) Exemplo: O coeficiente de difusividade da água (médio) experimental de um determinado tipo de madeira é 2,97x10-6 m2/h. Amostras de madeira de espessura 25,4 mm são secas em ambos os lados por um ar que tem uma umidade tal que o conteúdo de umidade de equilíbrio na madeira é 0,04 kg H20/kg de madeira seca. Deseja-se secar a madeira desde um conteúdo médio de umidade X de 0,29 até X, = 0,09 kg H20/kg de madeira seca. Calcule o tempo requerido. X1 = Xo – Xeq =0,29 – 0,04 = 0,25 X = Xt – Xeq = 0,09 – 0,04 = 0,05 h x x x x X X D L t ef 8,30 05,0 25,08 ln )1097,2( )10002/4,25(48 ln 4 262 2 2 1 2 2 18/12/2012 30 Secagem ● Período de taxa decrescente Mecanismos de migração de umidade (Capilaridade) - Nos sólidos porosos que possuem grandes espaços vazios (areia, solo, minerais, outros), o mecanismo predominante é a capilaridade; - A água livre move através dos capilares como conseqüência das forças resultantes das diferenças entre a pressão hidrostática e os efeitos de tensão superficial; - O fluxo pode ser expresso como: hL kJ t X A 1 Ѱ = diferença de pressão entre a água e o ar na interface água-ar presente no capilar kh = permeabilidade Secagem ● Efeito combinado de convecção, radiação e condução na transferência de calor no período de taxa constante Consideramos até o momento a secagem apenas por convecção, entretanto: - A secagem normalmente é feita em um ambiente fechado, onde a superfície do equipamento radia calor para a superfície que seca; - Em alguns casos, o sólido pode estar em contato com uma superfície metálica, e a transferência de calor por condução pode ocorrer. Fonte: Geankoplis (1998) 18/12/2012 31 Secagem ● Efeito combinado de convecção, radiação e condução na transferência de calor no período de taxa constante Material sólido seco por uma corrente de ar: Taxa total de TC para a superfície de secagem: Fonte: Geankoplis (1998) krc qqqq Secagem ● Efeito combinado de convecção, radiação e condução na transferência de calor no período de taxa constante Fonte: Geankoplis (1998) krc qqqq ATThq scc )( qc = calor transferido por convecção do gás a T°C para a superfície do sólido a Ts°C, W (J/s) Onde: A = área superficial exposta (m2). 18/12/2012 32 Secagem ● Efeito combinado de convecção, radiação e condução na transferência de calor no período de taxa constante Fonte: Geankoplis (1998) krc qqqq ATThq srrr )( qr = calor transferido por radiação superfície a Tr°C para o sólido a Ts°C, W (J/s) Onde: hr = coeficiente de TC por radiação: Tr e Ts em K. sr sr r TT TT h 44 100100 )676,5( Secagem ● Efeito combinado de convecção, radiação e condução na transferência de calor no período de taxa constante Fonte: Geankoplis (1998) krc qqqq qr = calor transferido por radiação superfície a Tr°C para o sólido a Ts°C, W (J/s) - Radiação para a parte inferior da bandejaé quase sempre pequena se a bandeja é colocada acima de outra; - Se a temperatura do gás não é muito alta, radiação da superfície superior para a bandeja será pequena. 18/12/2012 33 Secagem ● Efeito combinado de convecção, radiação e condução na transferência de calor no período de taxa constante Fonte: Geankoplis (1998) krc qqqq ATTUq skk )( s s m m c k k z k z h U 1 1 qk = calor transferido por condução da superfície metálica aquecida pelo gás para o sólido, W (J/s). Onde: zm = espessura do metal (m); km = condutividade térmica do metal (W/m.K); zs = espessura do sólido (m); ks = condutividade térmica do sólido (W/m.K).
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