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RESUMO ECONOMIA

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Aula 1 – Conceitos Básicos
A definição mais conhecida de Economia é:
Uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade escolhem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e os grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas da melhor maneira possível.
Nessa definição, temos vários conceitos importantes: recursos produtivos, escolha, escassez, necessidades, distribuição. Para satisfazer o maior número dessas necessidades, a sociedade conta com recursos ou fatores de produção como: Terra, Trabalho e Capital. Esses recursos, no entanto, são bastante limitados e, assim, nem todas as necessidades podem simultaneamente ser satisfeitas.
O objetivo principal da atividade econômica é o de atender as necessidades humanas. Hoje, pelos novos conceitos e realidades, pode-se ampliar esse entendimento para as necessidades do planeta (sustentabilidade). Quando as necessidades básicas (alimentação, moradia, vestuário) são atendidas, o indivíduo passa a ter outras como educação, lazer, melhoria do seu padrão de vida (maior casa, melhores roupas, automóvel etc.). Uma vez atendidas plenamente as necessidades ditas materiais, o indivíduo passa a sentir outro tipo de necessidade: a estima dos amigos, o reconhecimento e a aceitação do grupo social que frequenta, necessidade de status e assim por diante.
A definição de Economia sugere que existem dois lados a serem conciliados:
A disponibilidade de cursos produtivos escassos X As necessidades humanas ilimitadas
A escassez dos recursos ou fatores de produção e as necessidades ilimitadas da sociedade geram os chamados “problemas econômicos fundamentais”:
O que e quando produzir: A sociedade, terá que escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais os produtos a serem produzidos e em que quantidade.
Como produzir: A sociedade terá que escolher quais os recursos ou fatores de produção serão utilizados para gerar os produtos e que tecnologia usar.
Para quem produzir: A sociedade deverá decidir o mercado consumidor que pretende atingir.
Estamos tratando aqui apenas dos bens econômicos, que são aqueles que são relativamente escassos e precisam ser produzidos e, portanto, não são abundantes e oferecidos gratuitamente pela natureza, como é o caso dos bens livres (ex.: ar, água, luz solar etc.) As necessidades vão definir o tamanho do mercado consumidor de um produto.”
(VASCONCELLOS, M. S. & GARCIA , M. H. 2010, p. 3)
O modo como as sociedades tentam resolver os problemas econômicos fundamentais depende da forma que cada país organiza sua economia, ou seja, do sistema econômico. Um sistema econômico pode ser definido da seguinte maneira:
Forma política, social e econômica pela qual está organizada a sociedade. É um particular sistema de organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e no bem-estar.
Os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos. Nos dois sistemas, ocorrem as trocas econômicas que são vantajosas para os agentes econômicos perante a escassez de recursos porque possibilitam a divisão e a especialização da produção, da distribuição, da comercialização e do consumo em uma organização econômica.
Sistema econômico centralizado ou planificado
Organizado diretamente por uma agência de Estado, onde todo e qualquer planejamento das condições econômicas está vinculado diretamente pelas decisões desta entidade e onde os meios de produção pertencem, de uma maneira geral, a ela.
Sistema econômico capitalista ou de mercado
O funcionamento da economia é regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção.
Aula 2 – Fatores de Produção e Agentes Econômicos
Consideram-se fatores de produção os meios disponíveis para se gerar os produtos que a sociedade necessita. Sua principal característica é a escassez, no sentido de que, na maioria das vezes, são limitados em quantidade. Esse é, sem dúvida, o cerne da questão econômica: a escassez dos fatores de produção. Outra característica é a versatilidade, significando que um mesmo fator de produção possui a capacidade de poder ser utilizado em vários processos produtivos.
 Cinco fatores de produção e as características de cada um deles:
Fator de produção terra ou recursos naturais: Constitui a base sobre a qual se exercem as atividades dos demais recursos. Tratam-se das reservas naturais (solo e subsolo), águas (oceanos, mares, rios, lagos), pluviosidade e clima, flora e fauna e até fatores extraterrestres (como, por exemplo, a fonte inesgotável da energia solar e a influência lunar sobre as marés).
Fator de produção trabalho: A parcela da população apta a desenvolver uma atividade econômica é considerada de fator trabalho. Trata-se, portanto, da população total deduzindo-se as crianças e os idosos. A esse contingente de pessoas aptas dá-se o nome de população econômica (PE).
Fator de produção capital: Vem a ser o somatório de construções, máquinas e equipamentos. Isso significa dizer que é considerado como fator de produção capital de uma economia as suas disponibilidades para a geração de novas riquezas.
Fator de produção capacidade tecnológica: O conjunto de conhecimentos e habilidades que uma sociedade possui.
Fator de produção capacidade empresarial: Vem a ser a capacidade de organizar o fluxo de produção, ou seja, a capacidade de gestão. Em última análise, é a forma de administrar da melhor maneira possível a utilização dos quatro primeiros fatores de produção no processo produtivo.
Custo de Oportunidade: Sempre que escolhemos produzir determinado bem devemos abrir mão de recursos que poderiam ser empregados na produção de outros bens, significando o custo de oportunidade na produção de um bem.
Curva de Possibilidades de Produção
- Deslocamento “para fora”
O custo de oportunidade não é o ganho relativo a uma escolha, nem ao custo da produção do que foi escolhido, mas corresponde ao que se deixou de ter ou ao sacrifício do que se deixou de produzir ao se fazer determinada escolha. Esse dilema nas escolhas é representado pela Curva de Possibilidades de Produção (ou Curva de Transformação da Produção). Essa curva, que é uma representação simplificada de uma economia, é sempre côncava e, em cada eixo, há um produto.
- Deslocamento “para dentro”
Havendo menor produtividade ou disponibilidade, o deslocamento é para a esquerda (“para dentro”). A curva expressa o dilema clássico da Economia. Não há recursos para se produzir tudo o que se deseja e é necessário fazer escolhas. Sempre para se produzir mais de um produto é necessário se produzir menos de outro, até a situação limite em que toda a capacidade produtiva da economia está voltada para a produção de apenas um produto.
Fluxo circular de renda e produção
A contrapartida da utilização dos fatores de produção no processo produtivo é sua remuneração. No caso do trabalho, a contrapartida são os salários, e no caso do capital são os lucros. 
Supondo-se uma economia onde existam apenas famílias e empresas, os proprietários dos fatores de produção são as famílias, que emprestam esses fatores produtivos às empresas, para que elas viabilizem a produção de bens. Os agentes econômicos são, portanto, as famílias e as empresas, que são as entidades que propiciam o processo produtivo.
As famílias e as empresas interagem em dois mercados, o de fatores e o de produtos:
No mercado de fatores as famílias emprestam capital e trabalho para as empresas utilizarem na produção em troca de uma remuneração, no caso salários e lucros/dividendos. O valor da remuneração é negociado entre as partes.
No mercado de produtos as empresas vendem seus produtos às famílias que para comprá-los utilizam a renda obtida no mercado de fatores. Portanto, os dois mercados estão interligados como mostra a figura do fluxo circular.
Essa vinculação dos mercadosmostra que pagar baixos salários — se por um lado diminui o custo de produção das empresas — por outro diminui seu mercado consumidor, pois as famílias ficam com menos dinheiro para gastar.
Aula 3 – História do Pensamento Econômico
Há um consenso em que a teoria econômica foi sistematizada, em 1776, com Adam Smith. Foi Adam Smith que conseguiu sintetizar, estabelecer um corpo teórico próprio.
Mas como era tratada a economia nos períodos anteriores?
Na antiguidade, a atividade econômica era tratada como parte da Filosofia, Moral e Ética. No século XVI, podemos destacar o mercantilismo, com as preocupações sobre a acumulação de riquezas de uma nação pela quantidade de metais preciosos que a nação possuía. E, no século XVII, a fisiocracia, com a ideia da sustentação da economia regida pela lei natural.
Escola Clássica - A Economia, como uma ciência específica, nasce com os economistas clássicos. Para eles, o liberalismo e o individualismo estavam associados ao bem comum: o homem, ao maximizar sua satisfação pessoal, como o mínimo de esforço, estaria contribuindo para o máximo do bem-estar social.
Alguns pensadores da Escola Clássica:
Adam Smith (1723 – 1790)
As duas principais ideias de Adam Smith permanecem no debate econômico atual: a MÃO INVISIVEL e a DIVISÃO DE TRABALHO. 
Somos todos individualistas e procuramos, no mundo econômico, sempre o que é melhor para nós. Só que ao fazer isso, como que guiados por uma mão invisível, estamos contribuindo para o melhor da sociedade. Ou seja, imagine a costureira, ela fará a melhor costura possível; assim como o padeiro fará o melhor pão. No final das contas, a sociedade terá a melhor costura e o melhor pão, pelo melhor preço”. 
Mas porque a costureira e o padeiro agem assim? Por existir a pressão da concorrência, porque querem ser bem sucedidos e ter lucro. O interessante, na teoria de Smith, é que os agentes econômicos não possuem plano prévio ou orientação externa, é a mão invisível! Ou seja, se cada um procurar fazer o melhor, chega-se a uma situação que é a melhor para a sociedade.
A ideia de Smith era a menor intervenção do governo na economia, mas não uma ausência de governo. O governo tinha um papel importante, por exemplo, nas áreas sociais e de infraestrutura. Outro ponto a ser destacado é a divisão do trabalho. Ela traz a especialização, uma maior produção por trabalhador (maior produtividade) e, consequentemente, o barateamento do produto, pois se produz mais com o mesmo número de trabalhadores. O crescimento do mercado é o que impulsiona a especialização.
David Ricardo (1772 - 1823)
Discípulo de Adam Smith. Sua maior contribuição provavelmente foi a teoria das vantagens comparativas. Para ele, o país deveria se especializar no produto em que tem mais vantagens comparativas. O que significa isso? 
Em termos absolutos, Portugal é mais produtivo em ambas as mercadorias. Mas, em termos relativos, o custo de produção de tecidos, em Portugal, é maior que o da produção de vinho; e, na Inglaterra, o custo da produção de vinho é maior que o da produção de tecidos.
Comparativamente, Portugal tem vantagem relativa na produção de vinho, e a Inglaterra na produção de tecidos.
A Economia Neoclássica
Alfred Marshall (1842 – 1924)
Podemos destacar como principal economista da corrente neoclássica. Ele escreveu o livro Princípios de Economia, que foi a base conceitual fundamental da Microeconomia nas suas fórmulas matemáticas e apresentação gráfica.
Escola Keynesiana
John Maynard Keynes (1883 – 1946)
Citado como criador da Macroeconomia. Na sua obra, Teoria geral do emprego, juro e moeda, ele criticava o pensamento dominante da época, a Lei de Say. Para essa “lei”, toda oferta gera sua demanda.
A “revolução keynesiana”, assim chamadas as ideias de Keynes, mudaram a forma de pensar a economia e foi dominante até os anos 1970.
Milton Friedman (1912 – 2006)
Com o monetarismo, significou a reação do pensamento neoclássico à revolução keynesiana.
Celso Furtado (1920 – 2004)
Com o estruturalismo, foi o divisor de águas apresentado o pensamento de que o desenvolvimento econômico da América Latina dependia da sua industrialização.
Divisões da Economia
Ao tratar como as pessoas físicas e jurídicas (e a sociedade) decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, a Economia pode fazer isso basicamente através de duas metodologias ou divisões de análise.
Microeconomia: Analisa o comportamento Individual das unidades econômicas.
Macroeconomia: Analisa o funcionamento da Economia como um todo, de um país. Realiza uma visão simplificada e abstrata da Economia.
De forma geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos:
Sistema Econômico Capitalista ou de Mercado: O funcionamento da economia é regido pelas forças de mercado, predominando a livre-iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção.
Sistema Econômico Centralizado ou Planificado: Organizado diretamente por uma agência de Estado, onde todo e qualquer planejamento das condições econômicas está vinculado diretamente às decisões desta entidade e onde os meios de produção pertencem, de uma maneira geral, a ela. 
Aula 4 - Abordagem Microeconômica – Análise de Mercado 
O que é Mercado?
É o local onde atuam as forças de demanda e oferta em busca de um equilíbrio.
As trocas econômicas são realizadas nos mercados interno e externo. Nestes mercados, atuam conjuntamente as forças da demanda e da oferta por mercadorias ou produtos. Então, os preços dos produtos podem ser definidos em função da quantidade de reais (R$) necessários para obter em troca de uma determinada quantidade de mercadorias. Fixando preços para todos os produtos, o mercado permite a coordenação dos compradores e dos vendedores, assegurando a viabilidade do sistema capitalista por meio do chamado livre jogo da oferta e demanda.
A Microeconomia utiliza a hipótese do TUDO MAIS CONSTANTE na construção dos seus modelos.
O objetivo é isolar a uma determinada variável, cujo efeito se pretende investigar, supondo-se que outras variáveis permanecem constantes, ou seja, que não interfiram no fenômeno investigado.
Como exemplo, sabemos que a demanda (ou a procura) de um bem é afetada pelo preço e pela renda dos consumidores.
Em um determinado momento, precisamos analisar o efeito do preço sobre a demanda. Para analisar o efeito dessa variável (preço) sobre a demanda, manteremos a renda dos consumidores constante (coeteris paribus), faremos a alteração do preço e saberemos o resultado na demanda.
Porque precisamos adquirir bens e serviços?
Porque são uteis, há uma satisfação para os consumidores quando consomem. A demanda de determinada pessoa ou grupo por um produto mostra o quanto desejam consumir, a dado preço, esse produto em um determinado período de tempo.
Função Geral da Demanda
Qd x = f (Px, R, Ps, Pc etc.)
Sendo:
Qd x = quantidade demandada do bem x
f = função
Px = preço do bem x
R = renda
Ps = preço dos bens substitutos
Pc = preço dos bens complementares
O que é oferta?
Em microeconomia, a empresa (ou firma) é o local onde fatores de produção são combinados, segundo um processo de produção escolhido, gerando os produtos, com o objetivo de maximizar seus resultados em termos de produção e lucro.
A oferta (de uma mercadoria em um determinado mercado) é a quantidade de um produto X que um produtor ou conjunto de produtores está disposto a vender, a determinado preço, em um período de tempo.
O que é Equilíbrio de Mercado?
O equilíbrio do mercado pode ser definido pela interação entre demanda e oferta de mercado para um bem ou serviço.
Da interação entre essas curvas define-se um ponto de equilíbrio E, ao qual correspondem o preço e a quantidade de equilíbrio.
A noção de equilíbrio de mercado corresponde à coincidência de desejos entre consumidores e produtores, evidenciando uma situação onde não há excesso ou escassez de oferta ou de demanda. Neste ponto, os planos dos compradoressão consistentes com o plano dos vendedores.
Aula 5 – Abordagem microeconômica – Estrutura de Mercado
Na análise padrão, que fizemos de demanda e oferta, implicitamente estava sendo suposta uma estrutura de mercado em um contexto de uma estrutura chamada de “concorrência perfeita”.
As relações entre compradores e vendedores seguem padrões diferentes dependendo do tamanho desse mercado, do número de vendedores, do número de compradores e, até mesmo, do tipo de produto comercializado.
Consequentemente, a forma como os preços são determinados varia de acordo com as características do mercado. Essas características é que fornecem base para uma classificação genérica dos diversos tipos de mercados. As estruturas de mercado dependem, fundamentalmente, de três características:
- Número de empresas que compõe esse mercado;
- Tipo de produto;
- Possibilidade de acesso de novas empresas no mercado.
A análise simplista que faremos irá considerar quatro alternativas de estruturas de oferta para atender o mercado consumidor de um determinado produto.
Concorrência Perfeita
O mercado de concorrência perfeita é aquele onde a concorrência entre os agentes econômicos, devido ao seu grande número, é a mais significativa. É uma estrutura utópica, pois os mercados altamente concorrenciais existentes, na realidade, são apenas aproximações desse modelo.
A consequência lógica desse número excessivo de participantes é que cada um deles se torna incapaz de, sozinho, alterar as condições de mercado. Assim, tanto consumidores como produtores não conseguem afetar os níveis de oferta e procura do produto e o seu preço de equilíbrio.
Existem as seguintes premissas:
- Existência de um grande número de compradores e vendedores, refletindo numa situação de mercado atomizado, como se fossem ÁTOMOS.
- Produtos homogêneos, não há diferença entre produtos ofertados por outras empresas, inviabilizando preços diferentes de mercado,
- Transparência do mercado, os agentes possuem completa informação e conhecimento sobre o preço do produto.
- Ausência de barreiras à entrada ou a saída de novos concorrentes, ou seja, há livre entrada e saída de firmas no mercado.
- Racionalidade por parte dos agentes, ou seja, a visão da empresa que faz com que as empresas sempre maximizem o seu lucro e que os consumidores maximizem a satisfação ou utilidade derivada do consumo de um bem.
O que é Monopólio?
É uma estrutura com condições totalmente opostas à concorrência perfeita.
O prefixo mono, como se sabe, significa a unidade. Assim, monopólio representa o caso limite de um mercado onde só existe um único produtor (ou fornecedor) de um bem ou serviço.
Preço e quantidades produzidas serão determinadas pela empresa monopolista. Normalmente, os produtos vendidos, nesse tipo de mercado, costumam exigir altíssimos níveis de investimento, fazendo com que o acesso de algum concorrente seja muito difícil. Existem as seguintes premissas:
- Uma empresa detém 1oo por cento da produção de um determinado mercado;
- Produto sem substituto próximo;
- Elevadas barreiras à entrada de novos concorrentes.
Como eles surgem e/ou são mantidos?
Presença de patentes, acesso exclusivo a uma matéria-prima essencial pode levá-la a consolidação de posições de monopólio, monopólio natural ou puro.
O que é Oligopólio?
O número de ofertadores é reduzido, mas essa quantidade pode ser variável. Como são poucos, as ações de uma das empresas podem afetar as demais. Existem as seguintes premissas:
- Pequeno número de ofertadores.
- Produto pode ser homogêneo ou diferenciado.
- Elevadas barreiras à entrada de novos concorrentes.
O que é concorrência monopolística?
É um mercado que, apesar de ter um grande número de ofertadores e consumidores, há uma heterogeneidade dos produtos. Existem as seguintes premissas:
- Grande número de ofertadores.
- Produto é diferenciado, seja por características físicas ou pela propaganda e prestação de serviços complementares (exemplo: pós venda), mas há substituto próximos.
- Não há barreiras à entrada de novos concorrentes.
Como não há barreiras à entrada de novos competidores...
A longo prazo: A tendência é um lucro normal e a curto prazo um lucro extraordinário.
A curto prazo: Exatamente por ter lucros extraordinários, acabam por atrair novos concorrentes até chegar ao ponto de lucro normal.
Aula 6 - Abordagem Macroeconômica: noções de Contabilidade Social e metas de política macroeconômica
Qual é a premissa da macroeconomia?
Está baseado na atividade econômica global, isto é, de todos os indivíduos, empresas, mercados e governo, no que se refere à compreensão dos chamados agregados econômicos, tais como o produto interno bruto, PIB per capita.
O que é PIB?
Produto Interno Bruto, a principal medida do Sistema Nacional de Contabilidade, O PIB de um país representa a produção de todas as unidades da economia, em um determinado período de tempo, a preços de mercado, como: empresas públicas e privadas produtoras de bens e prestadoras de serviço, trabalhadores autônomos, governo, etc. Consegue, de uma forma abrangente, medir o porte da economia.
Como é calculado o PIB?
Existem três diferentes óticas de mensuração do produto da Economia:
Ótica do Produto: O cálculo mede o valor agregado em cada etapa do processo de produção de bens e serviços. Para chegarmos a real contribuição, no PIB da economia, devemos descontar do valor da produção de cada firma o que foi adquirido de outras firmas, ou seja, o produto intermediário. Desta forma estaremos considerando aquilo que cada firma agrega de valor durante o seu processo de produção.
Ótica do produto = Valor da Produção – Valor dos Consumos Intermediários
Ótica da Renda: A medida do PIB pela ótica da renda consiste em somar todos os pagamentos efetuados como:
Salários (remuneração pelo trabalho),
Aluguéis (remuneração pela propriedade),
Lucro (remuneração ao capital de risco),
Juros (remuneração ao capital).
Ótica da renda = Soma das remunerações dos fatores de produção
Ótica da Despesa: considera que, em contas nacionais, toda produção de bens e serviços é destinada ou para gasto corrente (consumo) ou gasto em formação de capital (investimento). A medida de PIB pode ser obtida então pela soma do total dos gastos dos agentes econômicos em consumo de bens e serviços, e em investimento para ampliação de capacidade produtiva ou manutenção do equipamento.
Ótica da despesa = Soma dos gastos com bens de consumo final e bens de investimento em capital
O que é PIB per capta?
PIB per capita é o produto interno bruto, dividido pela quantidade de habitantes de um país.
Podemos afirmar que se o PIB do país está aumentando, a sua população está mais rica? será que o PIB per capita é uma mensuração satisfatória da qualidade de vida dos habitantes do país?
Uma das maneiras para medir isso é o PIB per capita, ou seja, dividindo o PIB anual do país pela população residente no mesmo período de tempo. Apesar de muito utilizada, essa medida pode não ser considerada uma representação satisfatória do nível de qualidade de vida. O PIB per capita mede a renda média da população.
Por que a taxa de crescimento do PIB per capita é uma medida importante?
Para qualificar o crescimento do PIB ao longo do tempo. Podemos ter uma taxa de crescimento do PIB positiva, porém um PIB per capita negativo.
O que é Renda Nacional Bruta (RNB)?
Pela ótica de renda, o PIB de um país considera toda a produção em um território, independente da origem do recurso, e a RNB considera a remuneração à produção apenas aos residentes. Tendo o valor do PIB, para se chegar ao valor da RNB, é necessário calcular o saldo entre os pagamentos de rendas recebidas do exterior e o pagamento das rendas enviadas ao exterior. Se o saldo for positivo, ou seja, se o país recebe mais recursos como renda do que paga, então se soma ao PIB para se obter a RNB; se o saldo for negativo, ou seja, o país envia ao exterior mais recursos como renda do que recebe, então se subtrai do PIB e,neste caso, a RNB será menor do que o PIB.
Como se mede o desemprego?
Para se chegar a uma medida é necessário calcular primeiro a população em idade de trabalhar, ou seja, do total da população exclui-se: Quem não está em idade de formação escolar básica (abaixo de 14 anos pela nova pesquisa do IBGE); Os idosos; Os incapacitados ao trabalho etc. Temos o fator de produção trabalho, ou seja, a força de trabalho de uma economia, o contingente de pessoas em idade de trabalhar e disponível para o trabalho. Dessa força calculam-se quantos estão efetivamente trabalhando, em uma data, e quantos desejam trabalhar, mas não encontram ocupação. A medida da taxa de desemprego, ou taxa de desocupação, é a proporção das pessoas que não estavam ocupadas (mas que procuraram emprego nos últimos 30 dias em relação à data da entrevista) em relação ao total da força de trabalho.
Taxa de desocupação (%) = (pessoas desocupadas/pessoas na força de trabalho) *100
Um sistema econômico (maneira como a economia é administrada) se depara com algumas questões fundamentais. Como elas se denominam?
As ferramentas de política econômica que o governo dispõe para conduzir a economia a atingir as metas de curto e longo prazo, são chamadas de?
Instrumentos de política macroeconômica.
Política Fiscal: São instrumentos que o governo dispõe para arrecadar tributos e controlar suas despesas (política tributária e política de gastos públicos).
Por exemplo, para atingir o objetivo de promover crescimento econômico, o governo pode reduzir a carga tributária (com isso aumenta a demanda agregada) e aumentar os gastos públicos (promovendo mais emprego, produção e consumo). Se o objetivo for o controle de inflação, os instrumentos devem seguir o sentido inverso.
Política Monetária: É a atuação do governo na quantidade de moeda, títulos de dívida pública e taxa básica de juros (SELIC).
Por exemplo, se a meta for de reduzir a inflação, as medidas de política monetária devem ser de retrair a base monetária, ou seja, aumentar a SELIC, os depósitos compulsórios e/ou a venda de títulos de dívida pública. Se a meta for de crescimento econômico, as medidas seriam inversas.
Política Cambial e comercial: A política cambial é a atuação do governo no mercado cambial. Vamos estudar sobre os regimes cambiais existentes e o atual modelo brasileiro.
A política comercial tem a ver com medidas adotadas pelo governo no objetivo de intervir nas transações com o exterior. As tarifas alfandegárias cobradas sobre os produtos importados retratam bem essa interferência. Quanto maior a tarifa mais dificultadas se tornarão as importações e mais protegida da concorrência externa estará a indústria nacional e, consequentemente, seus empregados.
Política de Rendas: Refere-se à intervenção do governo na formação de rendas, ou seja, aluguéis e salários, podendo também tratar do controle e congelamento de preços. Um exemplo é a determinação do salário mínimo pelo governo.
Aula 7 - Abordagem Macroeconômica: moeda e inflação
O que é Moeda?
O termo “moeda” é usado para denominar tudo aquilo que geralmente é aceito como meio de trocas de bens e serviços. Significa dizer, portanto, que é condição necessária para que algo possa ser aceito.
O que é Escambo?
Um sistema de trocas diretas, de mercadorias por mercadorias, mercadorias por serviços ou serviços por serviços.
Quais foram as dificuldades da economia de escambo?
Exige uma permanente coincidência de interesses (o indivíduo “A” dispõe de arroz e quer trocar por carne; para se realizar essa troca, é imprescindível que ele encontre um indivíduo “B” que tenha carne e queira arroz!), Há a dificuldade de se estabelecer as relações ou preços de troca (valores entre dois bens bastante diferentes). Esse sistema, que vigorou na mais remota antiguidade, era claramente ineficiente. As mudanças requeridas se realizaram lentamente.
O que era MOEDA MERCADORIA?
Escolhia-se uma mercadoria que fosse relativamente escassa e não facilmente perecível (nem sempre possível). A história registra que, em diferentes locais e épocas, foram usados como moeda: sal, peles, fumo, gado, trigo, rum, carne seca, ferro, cobre, dentre outros.
O que era MOEDA METÁLICA?
De todas as mercadorias, a preferência maior recaía sobre os metais, não só pela sua relativa escassez, mas, também, pela sua durabilidade e fácil divisibilidade. Muito embora o ferro, o cobre e o bronze tenham sido bastante utilizados, houve uma predominância do uso dos metais preciosos, notadamente a prata e o ouro.
O que era MOEDA PAPEL?
Com o tempo, e diante da crescente demanda por tais certificados, as casas de custódia passaram a emitir certificados cujo valor global em circulação excedia o valor total dos metais preciosos ali depositados. A experiência acumulada pelos custodiadores mostrava que nem todos os depositantes resgatavam, ao mesmo tempo, seus depósitos. Além do mais, enquanto alguns vinham para reconverter seus certificados em ouro, outros vinham para depositar. Assim, com um encaixe metálico menor, era possível garantir a liquidez dos certificados, isto é, garantir as reconversões que, em média, na semana ou no mês, correspondia a apenas uma fração do total dos certificados em circulação.
O que era PAPEL MOEDA?
Com o crescimento do volume e valor das transações, o manejo de grandes quantidades de metais preciosos tornou-se problemático pelas dificuldades de transporte e os riscos envolvidos. Pouco a pouco, nota-se o aparecimento de casas de custódia desses metais em diversos pontos. Essas casas passaram a receber em depósito os metais preciosos dos comerciantes, emitindo em troca um recibo ou certificado de valor correspondente. Esse certificado recebeu a denominação de moeda papel e era generalizadamente aceito nas transações. Sua característica principal era possuir lastro integral (100%) em ouro, isto é, a qualquer momento o possuidor do certificado poderia ir à casa de custódia emissora e reconvertê-lo em ouro ou prata. Daí sua crescente aceitabilidade como meio de pagamento em substituição aos próprios metais preciosos.
Como é a MOEDA MANUAL?
Aquela emitida pela Casa da Moeda, representada pelas cédulas e moedas metálicas em circulação.
Como é a MOEDA ESCRITURAL OU BANCÁRIA?
Representada pelos depósitos à vista nos bancos comerciais. Vale lembrar que se trata das chamadas moedas fiduciárias (isto é, em que se tem fé ou se acredita), já que não possuem valor intrínseco, constituindo-se em moeda simplesmente porque têm aceitação generalizada nas transações econômicas.
Quais são as funções da moeda?
Instrumento de troca: Tendo aceitação generalizada como meio de pagamento nas transações, a moeda exerce sua função mais cristalina e fundamental – que é servir como instrumento ou intermediária de trocas entre os indivíduos para satisfação de ambas as partes.
Padrão de referencia de valor: a moeda possibilita que todos os fatores de produção e os produtos (bens e serviços) possam ter seus valores expressos em unidades monetárias, propiciando a fácil avaliação e comparação de todos os recursos e produtos disponíveis na Economia.
Reserva de valor: A moeda desempenha, também, a função de reserva de valor no sentido de que o indivíduo pode manter sua riqueza (ou parte dela) sob a forma de moeda, por um período de tempo, sabendo que, amanhã ou depois, esse ativo será aceito em qualquer transação por ter liquidez absoluta.
Como podemos definir a inflação?
Como sendo um aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços, uma perda progressiva do poder de compra da moeda. Em uma economia com inflação é necessário cada vez mais moeda para se comprar a mesma quantidade de bens e serviços.
Como podemos caracterizar uma alta de preços?
Em geral, sobem os preços de todos os bens, serviços etc. uns mais, outros menos, mas todos sobem; É durável, o movimento de elevação dos preços não é um ponto no tempo, não é feito de avanços e recuos estáticos, mas persistente (e às vezes, demorado); É progressiva ou acumulativa.A inflação alimenta-se a si mesmo e pode aos poucos, aumentar a sua velocidade de alta (ou até mesmo de baixa).
Quais são as causas da inflação?
As suas causas estão diretamente ligadas ao que podemos identificar e classificar como tipos básicos de inflação.
Inflação da demanda: é o tipo de inflação causada por um excesso de procura, dada a oferta disponível de bens e serviços na economia. Relacionado ao o aumento da renda disponível das pessoas; expansão dos gastos públicos;
Expansão do crédito e redução da taxa de juros (aumentando a liquidez, a moeda em circulação e, por conseguinte, os gastos da sociedade) e as expectativas dos agentes econômicos. Só causa inflação, se a economia do país estiver tendendo a chegar ao pleno emprego da utilização dos recursos (ou fatores) de produção disponíveis na economia do país.
Inflação de custos (ou de oferta): Pode haver inflação, mesmo sem a presença de um excesso de demanda sobre a oferta. A inflação de oferta aparece porque os custos (despesas com a produção) sobem, melhor dizendo, há a chamada inflação de custos (ou de oferta). Relacionada a taxa de juros (ao mesmo tempo em que contribui para reduzir a demanda, gera um aumento dos custos de produção, pois as empresas muitas vezes pegam dinheiro emprestado em bancos); a desvalorização cambial (pois gera um aumento nos preços dos produtos importados que servem de matéria-prima), os preços externos de determinados produtos (tais como o preço internacional do petróleo), custo da mão de obra (devido a aumentos salariais) e aumento de impostos.
Inflação inercial: pode ocorrer independente de pressões de demanda e/ou de custos, é a inflação que está associada aos mecanismos de indexação da economia, melhor dizendo, a chamada inflação inercial. Ela é desenvolvida por meio da garantia que se tem de reajustar preços, a partir da constatação da existência de inflação, onde a inflação de hoje passa a ser o piso para a inflação de amanhã, mesmo não se tendo pressões de demanda e de custos, onde a inflação pode não ceder.
Importantes correntes econômicas sobre o tema inflação:
Liberais ou neoliberais: 
Causas principais da inflação – Desequilíbrio do setor público (o déficit a dívida pública provocam descontrole monetário, causando inflação de demanda).
Politicas anti-inflacionárias – Ajuste fiscal (para reduzir o déficit a dívida pública, via reformas fiscais, previdenciária, privatização); Controle monetário (juros e moeda); Liberação do comércio exterior (abertura comercial e valorização cambial).
Inercialistas:
Causas principais da inflação – Indexação generalizada (formal e informal).
Politicas anti-inflacionárias – Desequilíbrio do setor público (o déficit e a dívida pública provocam descontrole monetário, causando inflação de demanda).
Estruturalistas:
Causas principais da inflação – Conflitos distributivos (pressões de margens de lucro, salariais e de tarifas e preços públicos provocam inflação de custos).
Politicas anti-inflacionárias – Controle de preços oligopólios; Controle cambial; Reformas estruturais.
Aula 8 - Políticas macroêconomicas: monetária e fiscal
A que se refere a política monetária?
Atuação do governo no sentido de controlar as condições de liquidez do país. Com esse objetivo, o governo atua sobre: A quantidade de moeda na economia; A capacidade de concessão de empréstimos por parte dos bancos; sobre os níveis das taxas de juros.
Qual Conceito de Moeda na Política Monetária?
O conceito de moeda que é usado na Política Monetária é o M1.M1 = papel-moeda em poder da sociedade (não contabiliza as moedas em poder do governo) + depósitos em conta corrente bancária.
O que é Demanda por Moeda (M1)?
É a quantidade de moeda (M1) que a coletividade deseja deter em um determinado momento. As pessoas demandam moeda (M1): para Transações (compras/vendas); por Precaução (contra a incerteza na economia); por Especulação (guardar provisão de moedas para quando aparecer um investimento interessante).
O que é Oferta de Moeda (M1)?
Quantidade de moeda disponível para a sociedade em um determinado momento; o Banco Central é o órgão do governo encarregado por controlar a oferta de moeda.
Como o Banco Central controla a Oferta de Moeda (M1)?
Por meio dos instrumentos monetários, que são quatro:
EMISSÃO DE PAPEL-MOEDA: Vale realçar o fato de que o papel-moeda (as notas de Real e as moedinhas que usamos no dia a dia) é emitido apenas para atender as nossas necessidades de pagamentos, geralmente, de pequeno valor, e essa emissão tem pouca importância para a política monetária, de qualquer forma, só serve para gerar um aumento da oferta de moeda.
PERCENTUAL DE DEPÓSITO COMPULSÓRIO (OU RESERVAS BANCÁRIAS): É uma parte dos depósitos a vista que o banco comercial recebe diariamente, e que ele é obrigado a depositar no Banco Central. Ao provocar um aumento ou uma redução do depósito compulsório (ou reservas bancárias) o Banco central espera aumentar ou reduzir o montante de depósitos à vista nos bancos. O banco comercial faz a intermediação financeira. Quanto mais recursos ele tiver livres para aplicar/emprestar, mais ele realiza operações, elevando a oferta de M1 na economia. Isto porque os bancos podem multiplicar, na forma de depósitos à vista, a moeda criada pelo Banco Central - Ou seja, as reservas bancárias. Banco Central elevar o depósito compulsório, reduz a oferta de M1. Já se o Banco Central diminuir o depósito compulsório aumenta a oferta de M.
LINHAS DE REDESCONTO: Repasse de verba do Banco Central aos bancos comerciais (usando aquele dinheiro que é guardado sob a forma de depósito compulsório). Isto só ocorre com dois objetivos:
• empréstimo de liquidez (repasse de dinheiro temporário, só até o banco comercial se reorganizar para honrar um volume maior de saques dos correntistas);
• linhas especiais de crédito (ex.:crédito a exportadores. Dinheiro com um custo mais baixo para o exportador. Vem do Banco Central para os bancos comerciais).
Se o Banco Central aumenta a taxa de redesconto, os bancos devem atuar mais comedidamente na concessão de crédito, porque pagarão mais caro para obter reservas bancárias, caso necessitem. Por outro lado, quando reduz a taxa de redesconto, o Banco Central está sinalizando que os bancos podem aumentar os empréstimos concedidos a seus clientes.
OPERAÇÕES DE MERCADO ABERTO: Compra e venda de títulos da dívida pública. Ao vender os títulos da dívida pública à sociedade, o governo recolhe moeda; logo, uma operação de venda de títulos leva a uma redução na oferta de moeda. Já na hora em que o governo compra/resgata os títulos da dívida pública da sociedade, devolve o valor e os rendimento em moeda. Assim, uma operação de compra de títulos pelo governo leva a um aumento na oferta de moeda.
Como é gerada a dívida pública interna?
É gerada quando o governo vende títulos ao público, para captar dinheiro rápido, e oferecendo, em troca, um rendimento deste dinheiro em certo prazo. Os bancos comerciais são compradores habituais. A dívida surge de uma necessidade de gasto do Estado, que não quer financiá-la diretamente por um aumento de tributos. Além disso, a dívida é um dos instrumentos de política monetária.
O que é Taxa de juros SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia)?
A oferta de moeda permite que o Banco Central determine a taxa de juros, que resulta da relação entre oferta e demanda de moeda. Supondo constante a demanda por moeda, a sua oferta passa a ser a maneira de influenciar a taxa de juros.
Aumento de oferta de moeda → ↓ juros SELIC;
Redução da oferta de moeda → ↑ juros SELIC.
O que é o COPOM?
Comitê de Política Monetária, decide qual será o melhor nível desta taxa. A cada 45 dias, o COPOM se reúne para decidir qual será a meta desejada. Nessa decisão, são consideradas as metas de inflação para o ano e o nível de atividade da economia, entre outros.
O que é política fiscal e quais os seus instrumentos?
É realizada pelo governo ao administrar seus gastos e ao decidir como vai financiá-los. Paradar conta de suas tarefas de forma sustentável, o governo deve cobrir seus gastos com sua receita, ou seja, por meio da cobrança de impostos e tarifas.
Cite exemplos de receita do governo:
Coleta de impostos diretos, contribuições a providencia social, taxas, multas, alugueis e etc.
Cite exemplos de despesas do governo:
Gastos dos ministérios, secretarias e autarquias, gastos com transferências a população (aposentadoria, bolsas de estudos e etc.), subsídios (transferências as empresas).
Quais os tipos de política fiscal?
Pode ser contracionista (= recessiva) ou expansionista. Diz-se contracionista quando reduz a demanda agregada, e expansionista, quando expande a demanda agregada.
Política fiscal contracionista: Ocorre se o governo corta gastos com o setor privado, ou aumenta os impostos. Se o governo diminui gastos, também reduz a demanda agregada. Já se o governo aumenta os tributos, isto afeta indiretamente a demanda agregada, por meio de consumo e investimento. Afinal, pagando mais impostos, o consumidor poderá reduzir o consumo e as empresas, eventualmente, reduzem o investimento. Os preços dos exportados podem se tornar menos competitivos, devido aos impostos embutidos:
Impostos sobem e gastos gov. caem → ↓ inv. produção → ↓ emprego, ↓ consumo, ↓ produto
Uma política fiscal expansionista: Ocorre se o governo aumenta seus gastos com o setor privado, ou reduz os impostos. Se o governo aumenta gastos, também aumenta a demanda agregada. Já se o governo reduz os tributos, isto aumenta indiretamente a demanda agregada, por meio de consumo e investimento. A redução de impostos se reflete em mais capacidade de gasto, tanto para consumo quanto para investimento:
Impostos caem e gastos gov. sobem → ↑ inv. produção → ↑ emprego, ↑ consumo, ↑ produto
Quais os efeitos da política fiscal sobre a inflação?
Uma política fiscal expansionista aquece a demanda agregada. Desta forma, as vendas aumentam, criando um ambiente mais propício à elevação de preços. Uma política fiscal expansionista pode contribuir para o aumento da inflação, mesmo que a economia não esteja próxima ao nível de pleno emprego. Já se a economia estiver operando próxima do nível máximo, com certeza haverá inflação, neste caso, inflação de demanda.
Quais os resultados do governo?
Para manter o equilíbrio fiscal, o governo pode se endividar junto à sociedade e também emitir moeda. Mas para que sua dívida não provoque pressão inflacionária, o governo não deve mais emitir dinheiro, seu endividamento deve ser financiado através da emissão de títulos da dívida pública. Os títulos são comprados por investidores institucionais, bancos etc.
Existem 3 formas de calcular o saldo entre receitas e gastos do Governo, em reais, quais são elas?
Resultado primário: Receitas menos gastos, sem incluir, nesta conta, pagamento de juros e correção monetária pelo governo, ou seja, a dívida pública. Normalmente, o governo brasileiro tem buscado superávit primário.
Resultado Operacional: Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública. Neste conceito, o resultado mais comum é de déficit.
Resultado Nominal: Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública, mais a correção monetária ou cambial (alguns títulos têm rendimento correspondente à variação do câmbio). Este é o conceito mais completo; normalmente é um déficit. O financiamento do déficit nominal se dá através da colocação de mais títulos públicos no mercado, elevando, dessa maneira, a dívida pública.
A “dívida bruta” engloba todo tipo de débito do Estado brasileiro:
Títulos públicos vendidos ao “mercado”; Empréstimos bancários; Empréstimos feitos por organismos internacionais; Débitos estaduais e municipais assumidos pelo governo federal.
Já no cálculo da “dívida líquida”, desconta-se tudo o que o país já tem em caixa tanto em reais depositados aqui, como em dólares mantidos no exterior — ou vai receber no futuro. Inclusive aquilo que vai receber do mesmo “mercado” de quem o Brasil é devedor.
Aula 10 - Crescimento e desenvolvimento econômico
O que é Crescimento econômico?
É a evolução quantitativa da produção de bens e serviços de uma determinada economia dividida pelo número de indivíduos que formam a população do país, a chamada renda (ou produto) per capita.
Como acontece o crescimento da produção no longo prazo?
A teoria econômica inicia essa explicação apresentando uma função de produção agregada, que pode ser representada da seguinte fórmula:
Y = f (K, L, T)
O estoque de capital (K) representa a capacidade produtiva de uma economia, isto é, a quantidade de bens e serviços que ela pode produzir a cada período de tempo.
A força de trabalho (L) é determinada pelo crescimento da população. Quanto maior a população, maior a força de trabalho.
O nível de conhecimento tecnológico (T) depende de todo progresso técnico disponível até os dias de hoje.
O que é Desenvolvimento Econômico?
O desenvolvimento econômico vai além de um aumento na quantidade de bens e serviços produzidos, em temos absolutos ou per capita, em um determinado período. Portanto, na análise do desenvolvimento econômico, incluem-se as mudanças de caráter quantitativo e qualitativo.
De acordo com Gremaud (op.cit., 2006), para ocorrer o desenvolvimento econômico devemos observar se o crescimento econômico, que acontece ao longo do tempo, está provendo:
Crescimento do produto por habitante; Redução dos níveis de pobreza, desemprego e desigualdade social; Melhoria nas condições de vida, tais como: saúde, nutrição, educação, moradia e transporte.
Quais os principais os principais indicadores sociais atualmente?
São o índice de Gini e o índice de desenvolvimento humano (IDH). Indicadores que refletem mudanças na qualidade de vida da população de uma economia.
O que é Índice de Gini?
É o instrumento comumente utilizado para medir o grau de concentração de renda de um país, possibilitando a comparação desse grau entre nações. Mostra a diferença entre a renda dos mais pobres e dos mais ricos de um mesmo país, e varia em uma escala de zero a 1.
Valor zero: Representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda.
Valor um: Está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda riqueza. Dessa forma, quanto mais próximo de zero menor será a concentração de renda e desigualdade.
O que é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)?
Unindo-se o conceito de produto per capita com indicadores sociais, tenta-se avaliar o bem-estar de uma população, ou o seu grau de desenvolvimento social. A ONU criou um índice que agregou alguns indicadores sociais com o produto per capita. Esse índice é o IDH que vem sendo elaborado desde o início da década de 1990 e construído para mais de 170 países. 
O IDH é um índice que vai de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido o país é considerado, ele é a média aritmética de três indicadores: Um indicador de renda (produto interno bruto per capita); Um indicador que procura captar a saúde da população (longevidade: a expectativa de vida da população ao nascer); Um indicador que retrata as condições educacionais no país (uma média ponderada da taxa de alfabetização dos adultos e da matrícula nos ensinos fundamental, médio e superior).
E o papel do governo?
Deve por seu lado desenvolver o aparato institucional e os instrumentos de política fiscal e econômica, de modo geral, que lhe permitem lidar com os desafios do desenvolvimento.
O aumento do produto por trabalho traz efeitos positivos sobre a renda e a contínua melhoria do padrão de vida da sociedade. Quais seriam os principais incentivos políticos que poderiam estimular esse aumento?
INCENTIVO A ACUMULAÇÃO DE CAPITAL: O incentivo à acumulação de capital produtivo nada mais é do que estimular o investimento na formação de capital fixo. Isso poderia ser feito, por exemplo, com uma política que concedesse vantagens tributárias para a empresa adquirir novo equipamento ou pelo desenvolvimento de um sistema financeiro (concessãode empréstimos bancários em prazos e condições razoáveis).
INCENTIVOS DA EDUCAÇÃO E DODIREITO DE PROPRIEDADE: Para um país crescer e se desenvolver ao longo do tempo não basta acumular capital físico, mas também capital humano. São fundamentais políticas públicas que elevem o nível de educação da população. O investimento no capital humano gera benefícios para a sociedade como um todo. Direito de propriedade, é importante que o governo promova a eliminação dos obstáculos ao bom funcionamento do mercado, como garantir os direitos de propriedade de todos os residentes e não residentes no país.
INCENTIVOS AO LIVRE COMÉRCIO: O livre comércio contribui para a melhoria da qualidade e aumenta a quantidade de produto nacional, gerando mais emprego e renda para seus habitantes, bem como o comércio internacional pode melhorar o bem-estar dos cidadãos de um país.
INCENTIVOS A PESQUISA E DESENVOLVIMENTO: Outra política pública é o apoio à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). O avanço do conhecimento técnico ao longo do tempo pode ser considerado a principal razão para a evolução da qualidade de vida. Assim, o governo poderá adotar políticas que estimulem o desenvolvimento tecnológico, não só criando incentivos para que a iniciativa privada (empresas e universidades particulares) incremente as pesquisas, como também estimulando o desenvolvimento tecnológico por meio das instituições públicas (como os institutos de pesquisa e as universidades públicas).

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