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1 programa de atencao ao idoso do hc ufmg

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1 
 
1. AVANÇOS NA ATENÇÃO À SAÚDE DO IDOSO FRÁGIL: Programa de Atenção ao Idoso do 
HC-UFMG 
 
INTRODUÇÃO 
 
O envelhecimento é, sem dúvida, a principal conquista da humanidade. Esse fenômeno, 
inicialmente observado de forma lenta e progressiva em países desenvolvidos, passa a ocorrer com enorme 
velocidade em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde temos mais de 20 milhões de pessoas com 
60 anos ou mais. Esta rápida transição demográfica traz grandes desafios, pois é responsável pelo 
surgimento de novas demandas de saúde, especialmente a “epidemia de doenças crônicas e de 
incapacidades funcionais”, resultando em maior e mais prolongado uso de serviços de saúde. 
Políticas de saúde para a população idosa devem se basear em estratégias de promoção da saúde 
e prevenção de doenças, iniciadas desde a vida intra-uterina. Políticas de integração social e de 
conscientização da necessidade de um estilo de vida condizente com uma melhor saúde devem fazer parte 
de um “pacote de saúde”, que deve ser implementado em todas as faixas etárias. 
A grande característica dos idosos é o alto grau de heterogeneidade, em termos etários, 
socioeconômicos, biológicos e espirituais. Por exemplo, esse grupo etário abrange um intervalo etário de 
aproximadamente 60 anos, considerando o limite máximo da vida em 120 anos. Compreende pessoas na 
faixa dos seus 60 anos, que pelos avanços sanitários e tecnológicos da medicina podem estar em pleno 
vigor físico e mental, bem como pessoas centenárias, que devem se encontrar em situações de grande 
vulnerabilidade. Desta forma, as diferentes trajetórias de vida tornam impossível qualquer tentativa de 
generalizações no segmento idoso, resultando em demandas diferenciadas e respostas específicas. 
Políticas públicas, legislações, produtos e serviços voltados para o idoso estão surgindo de forma 
crescente, mas fragmentada, desorganizada e desarticulada. A forte incorporação tecnológica na área da 
saúde é insustentável, se não seguir critérios bem estabelecidos de acesso. 
Outra preocupação é o desconhecimento do paradigma de saúde do idoso. O conceito de saúde 
continua sendo confundido como ausência de doenças e o idoso continua sendo encarado como “um adulto 
de cabelos brancos”. Independência e autonomia são construtos essenciais na compreensão da saúde do 
idoso, que ainda não foram incorporados por grande parte dos profissionais da área de saúde. 
Desta forma, a transição demográfica e epidemiológica associada à forte incorporação tecnológica 
“desordenada” e ao desconhecimento do paradigma da saúde do idoso são responsáveis por gastos 
excessivos e baixa resolutividade, tanto nos sistemas de saúde públicos quanto nos privados. O principal 
desafio dos sistemas de saúde é responder de forma resolutiva, eficiente (provida de custos ótimos), segura 
para o paciente e para os profissionais da saúde, oportuna (prestada no tempo certo), equitativa (provida de 
forma a reduzir as desigualdades injustas), ofertada de forma humanizada e estruturada com base em 
evidências científicas. 
 
SAÚDE DO IDOSO 
 
A Portaria nº 2.528 de 19 de outubro de 2006, que institui a Política Nacional de Saúde da Pessoa 
Idosa considera que “o conceito de saúde para o indivíduo idoso se traduz mais pela sua condição de 
autonomia e independência que pela presença ou ausência de doença orgânica”. Isto porque o conceito de 
saúde é extremamente variável e facilmente confundido com a ausência de doenças, particularmente no 
idoso. Doença (do latim dolentia, padecimento) é o termo utilizado para designar alterações ou disfunções 
de órgãos e/ou sistemas fisiológicos principais (sistema cardiovascular, respiratório, digestivo, etc). As 
doenças são comumente categorizadas entre doenças transmissíveis (tuberculose, hanseníase, etc) e 
doenças crônicas não transmissíveis (insuficiência cardíaca congestiva, DPOC, etc). Este conceito de 
doença não é capaz de englobar determinadas circunstâncias na saúde das pessoas que exigem uma 
resposta dos sistemas de atenção à saúde, como as condições ligadas à maternidade e ao período 
neonatal, condições ligadas á manutenção da saúde por ciclos de vida (puericultura, herbicultura e 
senicultura), dentre outras. Tais circunstâncias são denominadas de CONDIÇÃO DE SAÚDE, que podem 
ser categorizadas em condições agudas e condições crônicas. As condições agudas são, usualmente, de 
curta duração (<3 meses) e caráter autolimitado, como por exemplo, as doenças infecciosas (gripe, dengue, 
etc) e as causas externas (traumas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
Característica Condição aguda Condição crônica 
Início Rápido Gradual 
Causa Usualmente única Usualmente múltipla 
Duração Curta Indefinida (> 3 meses) 
Diagnóstico e prognóstico Comumente bem definidos Comumente incertos 
Objetivos das intervenções 
terapêuticas 
Cura Prevenção, controle, reabilitação ou 
paliação 
Natureza das intervenções Centrada no cuidado 
profissional 
Centrada no cuidado profissional e no 
autocuidado apoiado 
Conhecimento e ação clínica Centrado no médico Compartilhado entre os médicos, 
equipe interdisciplinar e o usuário 
Sistemas de atenção à saúde Reativo e fragmentado Pró-ativo e integrado 
Exemplos Infarto agudo do miocárdio, 
pneumonia, ITU, etc 
Doenças crônico-degenerativas, 
gravidez, puericultura, senicultura, 
atenção ao idoso frágil, etc 
 
 
 
Saúde pode ser entendida como uma medida da capacidade de realização de aspirações e de 
satisfação das necessidades. Está estritamente relacionada com a funcionalidade global, definida como a 
capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo. A pessoa é considerada saudável, mesmo na 
presença de doenças, desde que continue sendo capaz de funcionar sozinho, de forma independente e 
autônoma. 
Bem-estar e funcionalidade são equivalentes. Traduzem o conceito de autonomia, que é a 
capacidade individual de decisão e comando sobre as ações, estabelecendo e seguindo as próprias regras, 
e de independência, que é a capacidade de realizar algo com os próprios meios. Autonomia e 
independência não são sinônimos, mas complementares para que o indivíduo cuide de si e de sua vida. 
Estas tarefas do cotidiano necessárias para que o indivíduo cuide de si e de sua própria vida são 
denominadas atividades de vida diária (AVD), que variam desde as mais complexas (AVD´s instrumentais), 
como controlar as finanças, fazer compras, preparar as refeições, sair sozinho, arrumar a casa, etc, até as 
tarefas mais simples, como banhar-se, vestir-se, usar o banheiro sozinho, controlar o esfíncter, transferir-se 
e alimentar-se sozinho (AVD´s básicas). 
Por sua vez, a independência e autonomia nas atividades de vida diária são dependentes do 
funcionamento integrado e harmonioso das seguintes grandes funções ou dimensões: 
 Cognição: é a capacidade mental de compreender e resolver os problemas do 
cotidiano; 
 Humor: é a motivação necessária para os processos mentais. Inclui, também, ouras 
funções mentais como o nível de consciência, a senso-percepção e o pensamento; 
 Mobilidade: é a capacidade individual de deslocamento e de manipulação do meio 
onde o indivíduo está inserido. Depende da capacidade de alcance/preensão/pinça 
(membros superiores), postura/marcha/transferência (membros inferiores), capacidade 
aeróbica e continência esfincteriana; 
 Comunicação: é a capacidade estabelecer um relacionamento produtivo com o meio, 
trocar informações, manifestar desejos, idéias, sentimentos e está intimamente 
relacionada à habilidade de se comunicar. Depende da visão, audição e da motricidade 
orofacial (fala, voz, etc). 
 
O comprometimento parcial ou total destas funções determina o aparecimento de grandes 
incapacidades funcionais, como a incapacidade cognitiva, a instabilidade postural, a imobilidade, a 
incontinência esfincteriana e a incapacidadecomunicativa. As condições crônicas de saúde ou doenças, 
quando não controladas adequadamente, representam as principais causas de incapacidades funcionais. 
Os idosos apresentam maior risco de desenvolvimento de incapacidades, pois estão submetidos a maior 
tempo de exposição aos fatores de risco (hipertensão arterial, diabetes mellitus, etc) e pelo declínio da 
capacidade homeostática inerente ao processo de envelhecimento. 
3 
 
 
 No idoso há um predomínio absoluto das condições crônicas de saúde, representadas pelas 
comorbidades clínicas, incapacidades (“Grandes Síndromes Geriátricas”), iatrogenia, sintomas 
frequentes, automedicação e a síndrome de fragilidade (“frailty”). As condições de saúde agudas são, 
na sua maioria, descompensações das condições crônicas. 
 
 
 
 
 
4 
 
 
O conceito de assistência à saúde do idoso deve ser ampliado, tendo como ponto de partida as 
demandas individuais, sem perder de vista a organização do sistema de saúde necessária para maximizar a 
autonomia e independência dos indivíduos. A Gestão da Clínica é o conjunto de tecnologias de gestão da 
saúde que tem a finalidade de assegurar padrões ótimos de assistência à saúde e não restringir-se à 
assistências às doença. Engloba a gestão da saúde individual (microgestão da saúde), bem como a gestão 
dos sistemas de atenção à saúde (macrogestão da saúde). A Microgestão da Saúde tem como ponto de 
partida a elaboração do Plano de Cuidados Individual, que representa o conjunto dos diagnósticos 
biopsicosocias e funcionais do indivíduo, associados às intervenções promocionais, preventivas, curativas, 
paliativas e/ou reabilitadoras capazes de manter ou recuperar a sua saúde. Por sua vez, a Macrogestão da 
Saúde tem como foco o sistema de atenção à saúde ou rede de atenção à saúde, que deve garantir a 
corresponsabilidade entre os atores envolvidos no ato de cuidar. O apoio dos gestores na implementação 
do Plano de Cuidados, na perspectiva da Linha de Cuidados, é condição fundamental em qualquer 
sistema de saúde, público ou privado. A integralidade do cuidado só pode ser obtida em rede. Cabe ao 
gestor conectar todos os componentes da rede de atenção à saúde para garantir a integralidade do 
cuidado. A adoção da LC como organizadora do trabalho em saúde assegura a implementação do PC de 
forma segura e resolutiva. O PC e a LC são, portanto, processos complementares e indissociáveis. 
 
 
Todo indivíduo deve ter seu Plano de Cuidados Individual, elaborado de forma compartilhada, onde 
estão definidas as intervenções a curto, médio e longo prazo, os profissionais médicos e não médicos 
envolvidos na implementação das intervenções e as metas a serem alcançadas, juntamente com os meios 
para alcançá-las. Deve-se evitar a fragmentação da assistência, seja tomada num sentido horizontal-
categoria médica e outras categorias profissionais não médicas, seja no sentido vertical (estruturas ou 
equipamentos de saúde). 
O Plano de Cuidados deve nortear todo o percurso que será trilhado pelo paciente tanto no sentido 
horizontal, entre a categoria médica (diversas especialidades médicas) e não médica (fisioterapia, terapia 
ocupacional, fonoaudiologia, nutrição, serviço social, enfermagem, farmácia, odontologia, etc), quanto no 
sentido vertical, entre os equipamentos/programas do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único 
de Assistência Social (SUAS), passando pelos sistemas logísticos (cartão de identificação dos usuários, 
prontuário clínico, sistema de acesso regulado e sistemas de transportes em saúde) e pelos sistemas de 
apoio (sistemas de informação em saúde, sistema de assistência farmacêutica e sistema de apoio 
diagnóstico e terapêutico) da rede de atenção à saúde. Esta perspectiva de organização da rede de atenção 
é denominada de Linha do Cuidado (LC) e pressupõe a integralidade do cuidado, a vinculação e a 
responsabilização dos profissionais da saúde, do sistema de saúde e do usuário/família na implementação 
dos cuidados propostos. 
 
5 
 
 
 
A Microgestão da Saúde é o gerenciamento de todo o processo do cuidado, composto da avaliação 
multidimensional do idoso, definição das condições de saúde, elaboração do plano de cuidados e, 
finalmente, pela implementação do plano de cuidados. 
A implementação do Plano de Cuidados ficará a cargo do paciente (auto-cuidado apoiado) e dos 
profissionais da área da saúde (atenção profissional), dependendo da complexidade do caso. O 
autocuidado apoiado deve enfatizar o papel central do usuário no gerenciamento de sua própria saúde 
(autoresponsabilidade sanitária) e o uso de estratégias de apoio para a autoavaliação do estado de saúde, 
a fixação de metas a serem alcançadas e o monitoramento das intervenções propostas. A atenção 
profissional é representada pela equipe responsável pela elaboração compartilhada do plano de cuidados e 
pelo monitoramento de sua implementação pelo usuário. É a gestão colaborativa do cuidado, em que os 
profissionais de saúde deixam de ser prescritores para se transformarem em parceiros na implementação 
do plano de cuidados. 
Nos casos mais complexos, o envolvimento dos profissionais da área da saúde é mais pronunciado, 
na forma da Gestão do Caso, onde se desenvolve um processo colaborativo entre um profissional gestor de 
caso e uma pessoa portadora de uma condição de saúde muito complexa e sua rede de suporte. Os 
objetivos são o planejamento, a monitorização e a avaliação das opções de cuidados, de acordo com as 
necessidades da pessoa, com o objetivo de propiciar uma atenção de qualidade, humanizada e capaz de 
aumentar a capacidade funcional e de preservar a autonomia individual e familiar. O papel principal do 
gestor de caso é a advocacia da pessoa portadora de uma condição crônica muito complexa, de sua família 
e de sua rede de suporte social, da seguinte forma: defender seus interesses, empoderá-las para o 
autocuidado e para a autonomia, facilitar a comunicação com os prestadores de serviços e coordenar o 
cuidado em toda a rede de atenção à saúde. A gestão do caso é a melhor modalidade de gestão da saúde 
em 1 a 5% dos usuários, em média, e que apresentam as seguintes características: declínio funcional 
estabelecido ou iminente, condições crônicas muito complexas, internações freqüentes ou pós alta 
hospitalar, baixa adesão às intervenções prescritas, distúrbios mentais graves e alto grau de vulnerabilidade 
psicosociofamiliar. 
Como vimos, o sistema de atenção à saúde do idoso deve estar preparado para permitir a 
implementação do Plano de Cuidados, na perspectiva da Linha de Cuidados. Inicialmente, a população 
idosa deve ser segmentada e estratificada conforme o risco condições de saúde e registrada em sistemas 
de informações potentes. A estrutura operacional da rede deve ser capaz de permitir o funcionamento 
integrado dos equipamentos de saúde, representados pelos sistemas de apoio potentes (sistemas de 
informação em saúde, sistema de assistência farmacêutica e sistema de apoio diagnóstico e terapêutico), 
onde se prestam serviços comuns a todos os pontos de atenção à saúde, e pelos sistemas logísticos 
(cartão de identificação dos usuários, prontuário clínico, sistema de acesso regulado e sistemas de 
transportes em saúde), que são soluções em saúde, fortemente ancoradas nas tecnologias de informação, 
6 
 
capazes de organizar os fluxos e contrafluxos de informações, produtos e pessoas na rede. Por sua vez, os 
equipamentos de saúde devem melhorar a qualidade da atenção, a qualidade de vida das pessoas 
usuárias, os resultados sanitários do sistema de atenção à saúde, a eficiência na utilização dos recursos e 
equidade em saúde. Não deve haver uma hierarquia entre os diferentes pontos de atenção à saúde, mas 
sim uma concepção poliárquica, onde o sistema organiza-se sob a forma de uma rede horizontal, com 
distintas densidades tecnológicas, mas sem graude importância entre eles. A atenção primária à saúde é o 
centro de comunicação entre os diversos pontos da rede e deve estar preparada para oferecer 
acessibilidade (uso oportuno dos serviços a cada novo problema), longitudinalidade (aporte regular de 
cuidados pela equipe de saúde ao longo do tempo), integralidade (intervenções promocionais, preventivas, 
curativas, paliativas e reabilitadoras), coordenação (garantia da continuidade da atenção), focalização na 
família e a orientação comunitária, integrando programas intersetoriais de enfrentamento dos determinantes 
sociais da saúde. Os pontos de atenção à saúde secundários e terciários apresentam maior densidade 
tecnológica, mas não são considerados mais complexos, na medida em que a atenção primária tem um 
papel de coordenação e de gestão da clínica (ordenação do cuidado). Desta forma, não há relação de 
subordinação entre os pontos da rede, já que todos são importantes para se atingirem os objetivos comuns 
das redes de atenção à saúde. 
 
 
Os centros ambulatoriais de atenção secundária ou centros de especialidades atuam normalmente de 
forma fragmentada e isolada, sem uma comunicação ordenada com os demais componentes da rede e sem 
a coordenação da atenção primária. Neste novo modelo, os CENTROS DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO 
IDOSO devem atuar como pontos de atenção secundária de uma rede de atenção à saúde integrada. A 
relação de parceria entre os especialistas e os médicos da atenção primária (sistema de referência e 
contrareferência) deve assentar-se numa comunicação fluida, onde o médico da atenção primária deve 
consultar o especialista em algumas situações mais específicas, como dificuldade de fazer um diagnóstico, 
metas de tratamento não atingidas e tratamento muito especializado. O médico da atenção primária deve 
definir claramente a razão pela qual está solicitando a consulta; fazer as perguntas que gostaria de ver 
respondidas pelo especialista; listar os procedimentos que está fazendo, principalmente os medicamentos; 
relacionar os resultados que tem obtido; e dizer o que espera que o especialista faça. Por sua vez, no 
relatório de contrareferência, o especialista deve definir o Plano de Cuidados, enfatizando o que fez para a 
pessoa e que resultados obteve; responder às questões colocadas na referência; fazer recomendações 
para o tratamento e para o seguimento da pessoa na atenção primária e estabelecer quanto e em que 
circunstâncias a pessoa dever voltar a ele. Desta forma, os especialistas cumprem o papel de 
7 
 
interconsultores e de suporte para as ações da atenção primária à saúde. Alguns casos, identificados nas 
diretrizes clínicas – em geral casos de maiores risco – podem ficar sob os cuidados definitivos pela atenção 
secundária, com apoio da atenção primária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DE ESPECIALIDADES 
MÉDICAS 
CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO IDOSO 
Planejamento baseado na oferta de 
serviços 
Planejamento baseado nas necessidades de saúde da população 
Evita-se a indução da demanda pela oferta de serviços e não 
pelas necessidades do usuário. Planilhas de programação 
conforme diretrizes clínicas. 
Unidade isolada sem comunicação 
fluida com a rede. Histórias 
pessoais e familiares são 
retomadas a cada consulta, exames 
são resolicitados a cada 
atendimento 
Ponto de atenção com comunicação em rede com os outros níveis 
de atenção, evitando-se retrabalhos e redundâncias. Esta 
integração se faz através de sistemas logístico potentes como o 
cartão de identificação dos usuários, prontuário clínico eletrônico, 
sistema de acesso regulado e sistema de transporte em saúde. 
Sistema aberto Sistema fechado. Não há possibilidade de acesso direto das 
pessoas usuárias. 
Autogoverno Governo pela atenção primária à saúde. A única via de chegada é 
através de um sistema de referência e contrareferência. 
Acesso regulado pelos gestores da 
saúde, via central de regulação 
Acesso regulado pelas equipes de atenção primária à saúde, que 
acessam diretamente a central de regulação. 
Atenção focada no profissional 
médico especialista 
Atenção focada na ação coordenada de uma equipe 
multiprofissional, com forte integração com a atenção primária. 
Evita-se a captação do paciente pelo especialista, de forma 
definitiva, o que gera uma demanda incontrolável e bloqueia o 
acesso a novos pacientes. O trabalho multiprofissonal é mais do 
que a soma das contribuições de diferentes profissões. 
Decisões clínicas não articuladas 
em diretrizes clínicas 
Decisões clínicas articuladas em linhas-guia e em protocolos 
clínicos, construídos com base em evidências, adaptadas à 
realidade vigente. Assim, ficam claros os papéis da atenção 
primária e dos demais níveis de atenção neste sistema de 
referência e contrareferência. 
Prontuários clínicos individuais, não 
integrados em rede 
Prontuários clínicos eletrônicos integrados na rede. 
Não utilização das ferramentas das 
gestão da clínica 
Utilização rotineira das ferramentas das gestão da clínica, baseada 
em diretrizes clínicas onde a estratificação de riscos para cada 
condição está bem estabelecida. 
Função meramente assistencial Função assistencial, supervisional, educacional e de pesquisa 
Pagamento por procedimento Pagamento por orçamento global. Desta forma os prestadores 
aplicam mais esforços nas ações de promoção e prevenção e de 
contenção do risco evolutivo das condições de saúde de menor 
custo. 
8 
 
PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DO IDOSO DO HC-UFMG 
 
 
O Hospital das Clínicas da UFMG, através do Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG, está 
estruturando o Programa de Atenção à Saúde do Idoso desde 1996, que tem como premissas a 
integralidade do cuidado e a integração com a Secretaria Municipal de Saúde/PBH e Secretaria Estadual de 
Saúde/MG. O Instituto Jenny de Andrade Faria é a sede do programa e possui uma área construída de 
2.000m
2
, com 27 consultórios adaptados e informatizados, ginásio de reabilitação de fisioterapia com 
piscina para hidroterapia, mini-casa para treino de atividades de vida diária domiciliares, sala de reabilitação 
cognitiva, sala para densitometria óssea, auditório com sistema de resfriamento e multimídia e capacidade 
para 60 lugares, além de diversas salas de aula para dinâmica de grupo e capacitação. Tem a capacidade 
de atendimento de 1.000 primeiras consultas/mês, 600 consultas subsequentes/mês e 600 
consultas/sessões de reabilitação/mês, totalizando 2.200 procedimentos na forma de consultas por mês. 
São realizadas cerca de 400 densitometrias ósseas por mês. As especialidades médicas disponíveis são 
geriatria, psicogeriatria, clínica médica, reumatologia, otorrinolaringologia, oftalmologia, patologia clínica, 
medicina paliativa e acupuntura e as especialidades não médicas são enfermagem, fisioterapia, terapia 
ocupacional, fonoaudiologia, serviço social, farmácia, nutrição, neuropsicologia, odontologia e 
musicoterapia. Em setembro de 2010, o Instituto Jenny de Andrade Faria assumiu a implementação do 
Programa Mais Vida em Belo Horizonte, tornando-se o Centro Mais Vida da Macroregião Central I. O 
programa é um projeto prioritário do Governo de Minas Gerais que tem como finalidade melhorar a 
qualidade de vida da pessoa idosa. Para tanto, busca oferecer um padrão de excelência nas ações de 
saúde, de modo que a população tenha longevidade com independência e autonomia. 
 
O Programa de Atenção à Saúde do Idoso do HC-UFMG (Figura 1) é constituído por três grandes 
modalidades de atendimento ao idoso: a Geriatria Mais Vida, a Geriatria Referência e a Geriatria Mutirão. 
Todas as ações são direcionadas para a atenção primária e os fluxos são regulados pelo SISREG (Central 
de Marcação de Consultas da SMSA/PBH). 
 
 
Figura 1 Programa de Atenção à Saúde do Idoso do HC-UFMG 
 
9A Geriatria Mais Vida é a modalidade de atendimento ao idoso responsável pela avaliação 
multidimensional do idoso frágil para a definição das condições de saúde e elaboração do Plano de 
Cuidados. A consulta inicial de todo idoso é feita através do Programa Mais Vida, cujo objetivo é a avaliação 
multidimensional do idoso, definição das condições de saúde e elaboração do plano de cuidados. A 
marcação de primeiras consultas é feita pela atenção primária, utilizando o SISREG ou Central de 
Marcação de Consultas (CMC) da SMSA-PBH, utilizando-se os critérios definidos para o idoso frágil 
(Quadro 01). 
 
Quadro 1 Critérios para definição do Idoso Frágil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Idosos frágeis de baixa complexidade são reencaminhados para atenção primária, que será 
responsável pela sua implementação do Plano de Cuidados, com apoio matricial feito pela equipe Mais 
Vida. Por sua vez, os idosos frágeis de alta complexidade podem ser encaminhados para a Geriatria de 
Referência do HC-UFMG, para continuidade do tratamento, conforme os critérios abaixo relacionados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Geriatria Mutirão é a modalidade de atendimento cujo objetivo é a capacitação dos profissionais 
da atenção primária e de indução da demanda. O Curso-Mutirão de Demência e o de Osteoporose, Quedas 
e Fratura tem como foco o diagnóstico precoce da de Alzheimer e da osteoporose, respectivamente. O 
Mutirão de Saúde do Idoso é uma iniciativa do Instituto Jenny de Andrade Faria (IJAF), em parceria com a 
SMSA/PBH, representada pelos centros de saúde, com o objetivo de educação e promoção da saúde do 
idoso, associado ao reconhecimento do idoso frágil. 
I. Idoso com 80 anos ou mais; 
II. Idoso com 60 anos ou mais que apresente no mínimo 
 uma das características abaixo: 
• Polipatologia (cinco diagnósticos ou mais); 
• Polifarmácia (cinco medicamentos ou mais ao dia); 
• Imobilidade parcial ou total; 
• Incontinência urinária ou fecal; 
• Instabilidade postural (quedas de repetição); 
• Incapacidade cognitiva; 
• História de internações freqüentes e/ou pós alta hospitalar; 
• Dependência nas atividades básicas de vida diária; 
• Insuficiência familiar: alta vulnerabilidade social. 
Critério de Encaminhamento para Geriatria de Referência 
 IDOSO FRÁGIL DE ALTA COMPLEXIDADE 
I. Idoso com 80 anos ou mais; 
II. Idoso com 60 anos ou mais que apresente no mínimo 
uma das características abaixo: 
• Polipatologia (5 – cinco – diagnósticos ou mais); 
• Polifarmácia (5 – cinco – medicamentos ou mais ao dia); 
• Imobilidade parcial ou total; 
• Incontinência urinária ou fecal; 
• Instabilidade postural (quedas de repetição); 
• Incapacidade cognitiva; 
• História de internações freqüentes e/ou pós alta hospitalar; 
• Dependência nas atividades básicas de vida diária; 
• Insuficiência familiar: alta vulnerabilidade social. 
III. Dúvida diagnóstica ou terapêutica ou 
IV. Alto grau de complexidade clínica ou 
V. Necessidade de reabilitação interdisciplinar, com mais de uma especialidade 
10 
 
Os centros de saúde de Belo Horizonte foram distribuídos pelas equipes Mais Vida (médico e 
enfermeiro), conforme a regional e a população de idosos. Esta metodologia permite maior vinculação das 
equipes de saúde da família às equipes Mais Vida e à co-responsabilização do cuidado e ao apoio matricial 
(sistema de referência e contra-referência com matriciamento). 
 
 O plano de cuidados é elaborado após todas as avaliações interdisciplinares e realização dos 
exames complementares. A equipe responsável pelo atendimento se reúne e define os diagnósticos das 
condições de saúde encontradas, crônicas e/ou agudas, incluindo as incapacidades funcionais e sugere as 
intervenções preventivas, curativas, paliativas e reabilitadoras indicadas no caso. 
 
Cada setor do trabalho interdisciplinar apresenta critérios de encaminhamento definidos conforme o 
modelo da abordagem multidimensional adotada no serviço. 
 
 
 
 
O processo de reabilitação é entendido com o conjunto de procedimentos aplicados aos portadores 
de incapacidades (deficiências, limitação de atividades ou restrição da participação), com o objetivo de 
manter ou restaurar a funcionalidade (funções do corpo, atividades e participação), maximizando sua 
independência e autonomia. As ações reabilitadoras são direcionadas ao indivíduo e aos fatores 
contextuais envolvidos no comprometimento funcional, representados pelos fatores ambientais (ambiente 
físico, social e de atitudes nas quais o indivíduo vive e conduz a sua vida) e pelos fatores pessoais (estilo de 
vida de um indivíduo). Desta forma, a REABILITAÇÃO ABRANGENTE atua nas seguintes dimensões da 
funcionalidade: mobilidade, comunicação, nutrição e saúde bucal (reabilitação física); cognição, humor, 
estado mental, sono e lazer (reabilitação cognitivo-comportamental); suporte social e familiar (reabilitação 
sócio-familiar) e no ambiente físico onde o indivíduo está inserido (reabilitação ambiental). Esta 
multiplicidade de ações exige a participação integrada da medicina, enfermagem, fisioterapia, terapia 
ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, serviço social, nutrição, farmácia e odontologia, dentre outras, 
dependendo de cada caso. Pressupõe a identificação de objetivos e a organização de ações praticadas 
dentro de um cronograma viável para as necessidades do paciente e a realidade do serviço. 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fisioterapia Terapia 
Ocupacional 
Fonoaudiologia Neuropsicologia 
COGNIÇÃO 
HUMOR 
MOBILIDADE Alcance/Preensão 
Pinça 
 
Marcha/Postura 
Capacidade 
aeróbica 
 
Continência 
esfincteriana 
 
COMUNICAÇÃO Visão 
Audição 
Fala/Voz 
Motricidade 
orofacial 
 
 
Serviço Social 
 Idosos com insuficiência familiar: idoso sem vínculo familiar e/ou conflitos familiares grave 
 Idosos em situação de violação de seus direitos e violência: abandono, negligência, maus-
tratos, abuso financeiro, abuso psicológico e abuso sexual; 
 Falta de aposentadoria ou benefício de prestação continuada; 
 Situações de risco social: presença de isolamento social e/ou ausência de suporte social 
formal ou informal; 
 Sobrecarga do cuidador 
 
Assistência 
Farmacêutica 
Polifarmácia excessiva caracterizada por utilização de 10 ou mais medicamentos 
Polifarmácia (utilização de 05(cinco) ou mais medicamentos) associada a pelo menos um dos critérios 
descritos abaixo: 
 Suspeita de adesão inadequada ao tratamento; 
 Suspeita de automedicação 
 Suspeita de interações de relevância clínica 
 Dificuldades para a compreensão do tratamento 
 Esquemas posológicos complexos e uso de dispositivos especiais 
 Necessidade de ajuste da dose com alterações nas formas farmacêuticas 
 Relato de reações adversas a medicamentos; 
 Seguimento farmacoterapêutico e monitoramento clínico de drogas específicas 
 
 
Nutrição 
Desnutrição: 
 Índice de Massa Corporal abaixo de 22Kg/m
2
 - exceto pacientes sabidamente portadores de 
magreza constitucional na idade adulta; 
 Perda de peso significativa objetiva (Classificação da velocidade de perda de peso-VPP) e/ou 
subjetiva (perda de peso maior que 3kg nos últimos 3 meses ou necessidade de ajustes nas 
roupas ou cinto) 
Estados Patológicos: 
 Diabetes Mellitus descompensada mesmo com adequada adesão ao tratamento 
farmacológico, e associação a episódios hipoglicêmicos recorrentes 
 Hipertensão arterial de difícil controle mesmo com adequada adesão ao tratamento 
medicamentoso e necessidade freqüente de ajuste das doses 
 Dislipidemia de difícil controle ou associada à desnutrição 
 Disfagias após avaliação fonoaudiólogapara determinação da consistência da dieta 
 Estados catabólicos - Aumento das demandas nutricionais 
Ex.: Úlceras de Pressão extensas / Neoplasias consumptivas / Fraturas de fêmur e/ou quadril 
recentes 
 Insuficiência renal crônica associada à desnutrição 
 Obesidade Moderada a Grave: IMC ≥ 35 Kg/m
2 
 
12 
 
 
 
 
No período de 1996 a 2011 foram realizadas 50.439 consultas, das quais 14.164 foram primeiras 
consultas. De janeiro a novembro de 2011, foram avaliados 6.862 idosos. Realizou-se 4.750 consultas 
subsequentes (Geriatria de Referência), 1.370 consultas de enfermagem, 684 consultas de fisioterapia, 949 
consultas de fonoaudiologia, 194 consultas de terapia ocupacional, 738 avaliações neuropsicológicas, 84 
consultas de nutrição, 267 consultas do serviço social e 142 consultas de farmácia. Foram realizadas 1.879 
densitometrias ósseas, 1.070 eletrocardiogramas, 898 tomografias computadorizadas de crânio e 58.872 
exames laboratoriais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
2. AÇÕES COMPLEMENTARES DESENVOLVIDAS PELO PROGRAMA DE ATENÇÃO AO IDOSO 
DO HC-UFMG 
O Programa de Atenção à Saúde do Idoso do HC-UFMG oferece várias outras ações 
complementares em parceria com a SMSA-PBH. Várias destas ações foram selecionadas para estarem 
entre as 100 melhores experiências de trabalhos desenvolvidos no âmbito da Secretaria Municipal de 
Saúde e serão publicadas pela revista Pensar, Ano X edição n. 28. 
 
 
2.1 PROGRAMA MAIS VIDA EM CASA 
 
Flávia Lanna de Moraes
1 2
, Carmen C. Gomes da Silveira
1
, Maria C. Alves
1
, Edgar Nunes de Moraes
2 
 
1. Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte/Regional Nordeste 
2. Instituto Jenny de Andrade Faria. Hospital das Clínicas/UFMG. Núcleo de 
Geriatria e Gerontologia da UFMG. Centro Mais Vida da Macroregião Central I 
 
O envelhecimento populacional no Brasil ocorre rapidamente e as políticas públicas devem estar 
preparadas para as novas demandas do idoso. Estima-se que 5 a 10% dos idosos apresentam alto grau de 
dependência, necessitando de cuidados diferenciados. São idosos com condições crônicas extremamente 
complexas, progressivas, baixo potencial de reversibilidade e alto risco para hospitalização e/ou 
“upalização” recorrentes. Em levantamento realizado no final de 2008, pelos Centros de Saúde (CS) de Belo 
Horizonte, mais de 8000 pessoas encontravam-se acamadas e/ou restritas aos domicílios. O Hospital das 
Clínicas da UFMG, através do Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG, está estruturando o Programa 
de Atenção à Saúde do Idoso desde 1996, que tem como premissas a integralidade do cuidado e a 
integração com a Secretaria Municipal de Saúde/PBH e Secretaria Estadual de Saúde/MG. O programa é 
constituído por três grandes modalidades de atendimento ao idoso: a Geriatria Mais Vida, a Geriatria 
Referência e a Geriatria Mutirão. A Geriatria Mais Vida é a modalidade de atendimento ao idoso 
responsável pela avaliação multidimensional do idoso frágil, para a definição das condições de saúde e 
elaboração do Plano de Cuidados. Idosos com restrição da mobilidade têm acesso limitado às Unidades 
Básicas de Saúde e ao Centro Mais Vida, necessitando de uma modalidade de atendimento diferenciada. 
Objetivos: Avaliação domiciliar dos idosos restritos ao leito ou ao lar e elaboração de plano de cuidados. 
Métodos: O programa é desenvolvido na regional Nordeste, como piloto. Os critérios de inclusão são: 
pacientes com 60 anos ou mais, restritos ao leito ou ao lar, com ausência de instabilidade clínica e 
disponibilidade de acompanhamento pela UBS. Os critérios de prioridade são: alta hospitalar ou do 
Programa de Atenção Domiciliar recente, internações de repetição, imobilidade recente (< 6 meses), 
presença de demência avançada com disfagia, ou uso de sonda nasoentérica ou gastrostomia. Os idosos 
são atendidos no domicílio por equipe interdisciplinar composta por médicos geriatras, enfermeiro e demais 
profissionais do Programa Mais Vida, conforme a necessidade (fisioterapia, terapia ocupacional, 
fonoaudiologia, nutrição, psicologia, farmácia e serviço social). Consiste em 04 atendimentos domiciliares: 
consulta médica, consulta de enfermagem e coleta de material para exames complementares e consulta 
pela equipe interdisciplinar (conforme necessidade). Inicialmente, é feita a sensibilização das equipes de 
saúde da família sobre o projeto, com envolvimento de uma equipe facilitadora (a ser escolhida pelo 
gerente), que fica responsável por orientar os demais profissionais da UBS sobre o proposta do Mais Vida 
em Casa, critérios de inclusão e seleção dos pacientes. Cabe ao gerente da UBS a seleção, junto com as 
equipes, dos pacientes a serem avaliados pelo programa e organização de uma agenda, de acordo com a 
prioridade. Deve, ainda, cobrar dos profissionais das equipes que estejam com tudo organizado para o 
atendimento no dia programado para a visita, como avisar os pacientes/familiares, deixar os agentes 
comunitários de saúde (ACSs), que acompanharão as visitas, disponíveis, já com o prontuário de cada 
paciente separado. Deve ser organizado um momento para a entrega dos planos de cuidados (cerca de 10 
a 20 minutos). O fechamento do caso ocorre em reunião com a UBS, para elaboração compartilhada do 
plano de cuidados e discussão das dúvidas. O matriciamento é feito continuamente, dando suporte às 
decisões a serem tomadas pela atenção primária. Após três a seis meses, a equipe do MVC reavalia o 
paciente. O Programa Mais Vida em Casa segue os mesmos preceitos do atendimento realizado no Centro 
Mais Vida de Belo Horizonte (Instituto Jenny de Andrade Faria), tendo como produto final a elaboração do 
Plano de Cuidados. Além disso, o programa não se sobrepõe ao Programa de Atenção Domiciliar (PAD), 
cujo foco é a “desupalização” dos pacientes, independente da faixa etária, e tem como critério de inclusão a 
presença de instabilidade clínica. Principais resultados alcançados: O programa começou em 01 de 
fevereiro de 2011 e, até 30/11/2011, foram avaliados 229 idosos, demandando 589 atendimentos por 
geriatras e gerontólogos. Os pacientes apresentam média de idade de 80,9 anos. Cerca de 80% dos idosos 
apresentavam dependência nas atividades de vida diária básicas, dos quais 30,6% apresentavam 
14 
 
dependência completa. Foi necessário realizar extração de fecaloma em 23,8% dos pacientes e lavagem de 
ouvido em 11,3%. Polifarmácia (5 ou mais medicamentos ao dia) foi encontrada em 51,4% dos pacientes, 
um consumo médio de 4,9 (DP: ±2,91) medicamentos/dia. Conclusão/recomendações: O Programa Mais 
Vida em Casa está realizando atendimento a uma população idosa frágil, altamente dependente e com 
várias comorbidades associadas. Estes pacientes apresentam dificuldades de serem atendidos pela 
atenção primária e pelos centros de referência à saúde do idoso devido à dificuldade de deslocamento. O 
programa propõe a gestão colaborativa do cuidado, de forma a “aumentar o grau de co-responsabilidade 
dos diferentes atores que constituem a rede SUS, na produção de saúde”, seguindo a recomendação da 
Política Nacional de Humanização de SUS. 
 
 
2.2 PROGRAMA DE APOIO MATRICIAL EM SAÚDE DO IDOSO DO HC-UFMG 
 
Edgar Nunes de Moraes
1
, Maria A. C. Bicalho
1
, Susana M. Santos
2
, Flávia Lanna de Moraes
1 2
, Raquel S. 
Azevedo
1 
 
1. Instituto Jenny de Andrade Faria. Hospital das Clínicas/UFMG. Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG. 
Centro Mais Vida da Macroregião Central I 
2.Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte 
 
O Hospital das Clínicas da UFMG, através do Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG, está 
estruturando o Programa de Atenção à Saúde do Idoso desde 1996, que tem como premissas a 
integralidade do cuidado e a integração com a Secretaria Municipal de Saúde/PBH e Secretaria Estadual 
de Saúde/MG. O programa é constituído por três grandes modalidades de atendimento ao idoso: a 
Geriatria Mais Vida, a Geriatria Referência e a Geriatria Mutirão. A Geriatria Mais Vida é a modalidade de 
atendimento ao idoso responsável pela avaliação multidimensional do idoso frágil para a definição das 
condições de saúde e elaboração do Plano de Cuidados. Idosos frágeis de baixa complexidade são 
reencaminhados para atenção primária, que será responsável pela implementação do Plano de Cuidados, 
com apoio matricial feito pela equipe Mais Vida. Objetivos: Monitorar a implementação do plano de 
cuidados do idoso contra-referenciado para a atenção primária. Capacitar a atenção primária no 
atendimento ao idoso frágil. Aumentar a integração entre a atenção primária e secundária. Métodos: Os 
nove distritos sanitários de Belo Horizonte foram distribuídos pelas 12 equipes Mais Vida, garantindo a 
vinculação entre as equipes de saúde da família e as equipes Mais Vida. Esta distribuição visa o “aumento 
do grau de co-responsabilidade dos diferentes atores que constituem a rede SUS, na produção de saúde”, 
seguindo a recomendação da Política Nacional de Humanização de SUS. A metodologia utilizada no 
matriciamento baseia-se na realização de reuniões ampliadas no centro de saúde, com a participação de 
representes das equipes de saúde da família, NASF, gerência do centro de saúde e do distrito, referência 
técnica do idoso e da equipe Mais Vida. As reuniões são trimestrais e devem seguir um roteiro pré-
estabelecido para otimizar o encontro. A primeira reunião tem como finalidade a apresentação do 
Programa Mais Vida, os critérios de encaminhamento e a forma de marcação da consulta na Central de 
Marcação de Consultas da SMSA-PBH. Em seguida, o centro de saúde apresenta o levantamento 
demográfico e epidemiológico da sua área de abrangência, com ênfase na população idosa, número de 
idosos restritos ao leito ou ao lar (dados da campanha de vacinação de idosos), taxa de cobertura pelo 
PSF, número de idosos encaminhados ao Centro Mais Vida, além das principais demandas e 
necessidades na atenção à saúde do idoso. A reunião prossegue com a discussão dos planos de 
cuidados reencaminhados ao centro de saúde (contra-referência) e avaliação do Programa Mais Vida 
através do preenchimento de questionário específico. A reunião termina com o planejamento de ações 
locais voltadas para melhoria da saúde do idoso adscrito ao centro de saúde. É feita a pactuação do 
cronograma das próximas visitas, dando continuidade às discussões dos planos de cuidados, dúvidas 
gerais e planejamento de ações locais voltadas para o idoso. Dependendo do grau de organização do 
centro de saúde, pretende-se possibilitar o primeiro atendimento do idoso frágil no próprio centro de 
saúde, evitando-se o deslocamento o paciente para o Centro Mais Vida. O atendimento é feito pela equipe 
de saúde da família, com a supervisão da equipe Mais Vida (geriatra e enfermeiro). Os exames 
complementares de alta complexidade são feitos no Centro Mais Vida (densitometria óssea e tomografia 
computadorizada do crânio), assim como outras avaliações específicas do idoso pela equipe 
interdisciplinar, com a participação do NASF. A intenção é deslocar progressivamente o atendimento 
especializado para os centros de saúde de Belo Horizonte, possibilitando a educação permanente para os 
profissionais da atenção primária e reduzindo a taxa de absenteísmo no atendimento realizado no Centro 
Mais Vida. Principais resultados alcançados: Inicialmente foram selecionados os centros de saúde de 
cada equipe Mais Vida, conforme o seu grau de envolvimento com o programa, avaliado pelo número de 
encaminhamentos. No 1º ano do Programa Mais Vida, os encaminhamentos por regional seguiram a 
seguinte distribuição em ordem decrescente: Nordeste (1.321 idosos), Leste (1.040 idosos), Noroeste (952 
idosos), Barreiro (871 idosos), Oeste (850 idosos), Venda Nova (739 idosos), Pampulha (403 idosos), 
15 
 
Norte (366 idosos) e Centro Sul (320 idosos). Foram selecionados os seguintes centros de saúde por 
regional para este programa de matriciamento: Nordeste (CS Padre Fernando, São Marcos, Gentil Gomes 
e Ozanam ), Leste (CS Mariano de Abreu, São Geraldo, Granja de Freitas), Noroeste (CS Pindorama, 
Glória, Ermelinda e São Cristovão), Barreiro (CS Milionários, Vale do Jatobá e Urucuia), Oeste (CS Vila 
Leonina, Ventosa e Noraldino de Lima), Venda Nova (CS Minas Caixa, Sta Mônica e Jardim Leblon), 
Pampulha (CS Santa Rosa, Santa Amélia e Itamarati), Norte (CS Guarani, MG20 e Floramar/PBH) e 
Centro Sul (CS Padre Tarcísio, NS Aparecida e Oswaldo Cruz). O médico e o enfermeiro Mais Vida são 
liberados semanalmente para o apoio matricial em centros de saúde da sua regional. As consultas 
marcadas no centro de saúde são contabilizadas como consultas Mais Vida e todos os casos discutidos 
ou avaliados geram plano de cuidados. Conclusão/recomendações: O apoio matricial busca o 
“fortalecimento do trabalho em equipe multiprofissional, estimulando a transdisciplinaridade e a 
grupalidade”, além da “troca de saberes”. A ampliação e o remodelamento do programa serão 
condicionados aos resultados obtidos. 
 
 
 
2.3 KIT FACILITADOR DA MEDICAÇÃO 
 
Raquel Souza Azevedo
1
, Soraya Costa
1
, Danielle Campos
1
, Lucina Cristina Matos da Cunha
1
, Emerson 
Roberto Oliveira
1
, Flávia Lanna de Moraes
1 2
, Edgar Nunes de Moraes
1
 
 
1. Instituto Jenny de Andrade Faria. Hospital das Clínicas/UFMG. Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG. 
Centro Mais Vida da Macroregião Central I 
2. Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte 
 
Introdução: O Brasil vivencia um envelhecimento rápido da sua população, observado pela redução das 
taxas de fecundidade e de mortalidade. Paralelamente ao envelhecimento populacional e ao aumento da 
expectativa de vida dos brasileiros, surgem as doenças crônico-degenerativas, que se caracterizam pela 
sua longa evolução clínica e irreversibilidade. Tais doenças interferem diretamente na qualidade de vida 
da população idosa, aumentando o risco de incapacidades e comorbidades resultando na polifarmácia e 
no grupo etário mais medicalizado da sociedade. A complexidade do regime terapêutico prescrito, os 
eventos adversos, a incapacidade cognitiva, a dificuldade no acesso aos medicamentos, o analfabetismo, 
a ausência de um cuidador responsável pela administração dos medicamentos e o fato de viverem 
sozinhos, podem ser fatores que contribuem para a má adesão e falência terapêutica. Isto remete à 
necessidade de ações efetivas que facilitam o entendimento e adesão ao tratamento medicamentoso, a 
fim de minimizar erros e a ocorrência de reações adversas. Dessa forma a utilização de um dispositivo 
para melhorar a organização dos medicamentos pode contribuir para a segurança e favorecer a adesão ao 
tratamento. Objetivo: desenvolver um dispositivo que facilite a organização dos medicamentos, receitas, 
relatórios, exames complementares e Planos de Cuidados de idosos atendidos no Instituto Jenny de 
Andrade Faria – SMSA / SES / HC. Métodos: Inicialmente foi realizada uma revisão da literatura para 
identificar as principais necessidades e dificuldades associadas ao uso dos medicamentos nos idosos e as 
alternativas existentes para contorná-las. Comocritérios de inclusão foram selecionados estudos 
publicados em inglês e português no período entre 2007 e 2011, considerando idoso todo indivíduo com 
idade igual ou superior a 60 anos. Estudos que abordaram a adesão a outras intervenções que não a 
medicamentosa foram excluídos. A pesquisa foi realizada nos bancos de dados Cochrane, Medline, 
Pubmed e LILACS. As seguintes palavras-chave foram utilizadas: medicamento, idoso, polifarmácia. Foi 
também realizada uma pesquisa de mercado no comércio nacional sobre a existência de dispositivos que 
facilitassem a aderência ao tratamento medicamentoso adaptado às especificidades do idoso. 
Posteriormente foram realizadas várias reuniões com a equipe interdisciplinar composta por geriatra, 
enfermeiro, farmacêutico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta para discussão dos 
resultados encontrados na pesquisa bibliográfica e elaboração de um dispositivo facilitador adaptado às 
particularidades do idoso. Principais resultados alcançados: Na literatura são descritos vários tipos de 
intervenções e as causas para a não adesão especialmente em pacientes jovens. Estudos que avaliam 
estratégias para melhorar a adesão ao tratamento medicamentoso em idosos são restritos e devem avaliar 
especificamente o contexto e os fatores relacionados ao não cumprimento da prescrição médica nesta 
população. Alguns estudos descrevem o déficit visual, a baixa escolaridade, a dificuldade de compreensão 
dos horários de administração dos medicamentos, da acessibilidade e do armazenamento como principais 
problemas enfrentados pelo idoso na adesão ao tratamento medicamentoso. Outros estudos identificaram 
a necessidade de determinar estratégias para abordar de maneira eficaz um indivíduo a fim de garantir 
que esse compreenda e coopere com o tratamento. Tais estudos apontam três grandes categorias de 
intervenções focadas na proposta de diminuir os erros de medicação e melhorar a adesão 
medicamentosa: educacional, comportamental e afetiva. A categoria educacional engloba estratégias 
voltadas para a transmissão de informações, tanto escritas como verbais, materiais audiovisuais, contato 
16 
 
pessoal ou à distância, individual ou em grupo. A categoria comportamental visa alterar condutas por 
modelagem ou reforço de padrões de comportamento específicos. A categoria afetiva envolve o apelo aos 
sentimentos e emoções do indivíduo, o apoio da família, aconselhamento e suporte domiciliar. 
Considerando a utilização dessas categorias para melhorar a adesão ao tratamento medicamentoso, 
optou-se pela a utilização de categorias combinadas o que promove melhor efeito e facilita o entendimento 
do idoso, do familiar e o trabalho dos profissionais. Isso remete à necessidade de atenção individualizada 
a essa população, com vistas a identificar possíveis fatores para a não adesão ao tratamento, bem como 
incrementar medidas efetivas para melhorar a segurança no uso dos medicamentos. Com base nesses 
resultados, optou-se, portanto por elaborar um dispositivo de intervenção para redução dos erros de 
medicação freqüentes e para facilitar o acesso dos profissionais de saúde às principais informações 
referentes à saúde do idoso. Tal dispositivo pretende garantir a rápida visualização dos medicamentos, a 
segurança no armazenamento desses, permitir que seja adequado à realidade do idoso, o envolvimento 
dos familiares/cuidadores e a presença dos profissionais de saúde no apoio durante todo o tratamento. O 
Kit Facilitador de Medicamentos foi confeccionado com tecido impermeável, contendo compartimentos 
internos para armazenamento das diversas formas farmacêuticas, identificados por cores diferenciadas e 
figuras relacionadas ao horário da administração dos medicamentos. A escolha das cores baseou-se no 
contraste de cores utilizadas na presença de visão subnormal. O tamanho dos compartimentos, bem como 
a vedação com material adesivo e o uso de extensores foram considerados para facilitar o movimento de 
pinça. Na área externa da pasta, foi utilizado um material de superfície translúcida para a confecção de 
espaços destinados ao armazenamento das prescrições, resultados de exames, planos de cuidados e a 
Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa (MS). Conclusão: O Kit Facilitador de Medicamentos é uma 
proposta de intervenção para redução dos riscos dos erros de medicação freqüentes no idoso e para 
melhorar o acesso dos profissionais de saúde às principais informações referentes à saúde do idoso. 
Ressalta-se, portanto, que a utilização do dispositivo organizador deve ser complementar às outras 
abordagens e que é fundamental considerar as particularidades na orientação ao paciente e 
familiar/cuidador por equipe interdisciplinar, realizar o seguimento do tratamento medicamentoso com 
identificação precoce dos efeitos adversos, promover melhorias no acesso aos medicamentos e realizar 
adequações terapêuticas sempre que necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
2.4 MUTIRÃO DE SAÚDE DO IDOSO 
 
 
Flávia Lanna de Moraes
1 2
, Edgar Nunes de Moraes
2
, Maria Aparecida Camargos Bicalho
2
, Marolina 
Barroso
1
, Mônica Guimarães Carolino
1
, Vanessa Vilela
3
, Adriana Moreira Serafim
4
,Susana Mara dos 
Santos
5 
 
1. Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte/Regional Nordeste 
2. Instituto Jenny de Andrade Faria. Hospital das Clínicas/UFMG. Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG. Centro Mais 
Vida da Macroregião Central I 
3. Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte/Regional Centro Sul 
4. Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte/Regional Venda Nova 
5. Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte/GEAS/Coordenação do Idoso 
 
O Mutirão de Saúde do Idoso é um evento de promoção e educação em saúde, orientações gerais, 
estratificação de risco e capacitação em serviço dos profissionais do centro de saúde. É realizado nos 
centros de saúde de Belo Horizonte, conforme a disponibilidade local. A população idosa adscrita é 
convidada a comparecer ao centro de saúde, onde são oferecidas várias atividades de educação em saúde 
e de lazer. O evento é realizado aos sábados, no horário de 8 às 17h. O protagonismo da equipe do centro 
de saúde e da gerência local é fundamental para a realização do evento, na medida em que busca-se a 
maior vinculação do idoso ao centro de saúde. A equipe interdisciplinar do Instituto Jenny de Andrade Faria, 
composta por médicos geriatras, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, 
nutricionistas, farmacêuticos, assistentes sociais, etc, assumem a co-responsabilidade no planejamento e 
viabilização da atividade. 
 
O instrumento de educação em saúde é o preenchimento da Caderneta de Saúde do Idoso, iniciativa do 
Ministério da Saúde. Os idosos percorrem um circuito composto por dez estações, no mínimo (Quadro 01). 
Em cada uma delas são apresentadas várias questões sobre os cuidados com a saúde: identificação do 
idoso e cuidador, checagem da imunização, medida do peso, altura, pressão arterial e glicemia capilar, 
identificação dos problemas de saúde e funcionalidade, avaliação do risco de quedas, avaliação do uso 
correto de medicamentos, saúde bucal,direitos dos idosos e triagem geriátrica. Os idosos recebem um 
checklist que é preenchido ao longo do circuito pelos responsáveis por cada estação para a checagem de 
todas as atividades realizadas. Cada estação utiliza de metodologias diferentes de educação em saúde e a 
apresentação das informações é feita de forma coletiva, em pequenos grupos de 6 a 8 idosos. A estação de 
problemas de saúde/funcionalidade, uso de medicamentos e saúde bucal são feitas de forma individual. 
 
Quadro 01 Estações de saúde 
 
 
No final das atividades propostas é feita a triagem geriátrica, que tem a função de detectar o idoso com 
suspeita de fragilidade, para encaminhamento ao Centro Mais Vida do HC-UFMG (Quadro 2). A marcação 
da consulta é feito no dia do mutirão, utilizando-se o Sistema de Regulação para marcação de consultas 
ambulatoriais (SISREG). A consulta na modalidade Geriatria Mais Vida é então realizada no Instituto Jenny 
de Andrade Faria e o tempo médio de espera é de duas semanas. Desta forma, é garantida a continuidade 
da avaliação especializada naqueles idosos de maior risco de perda funcional. 
 
 
 
ESTAÇÃO TEMA CADERNETA DE SAÚDE DO IDOSO 
Estação 01 
 
Identificação 
Checagem da Imunização 
Itens 2, 3, 4, 5 e Vacinas 
Estação 02 Peso, altura e medida da pressão arterial Item 13 e 14 
Estação 03 Glicemia e orientações nutricionais Item 15 
 
Estação 04 
Problemas de Saúde 
Funcionalidade 
Itens 6, 7, 9.1 
Estação 05 
 
Avaliação do risco de quedas 
Oficina de Quedas 
Ítem 9.2 
Estação 06 
 
Avaliação do uso de medicamentos 
Oficina de Medicamentos 
Ítem 8 
Estação 07 Oficina de Tonturas 
Estação 08 
 
Triagem Geriátrica: definição de fragilidade para encaminhamento para Centro Mais Vida 
Estação 09 Saúde Bucal 
Estação 10 Oficina de Direitos do Idoso 
18 
 
 
Quadro 2 Situações de risco para encaminhamento para o Centro Mais Vida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além das estações de saúde, o idoso participa de um ciclo de palestras e discussões (“bate papo”) sobre 
temas diversos, como os dez principais mitos sobre o envelhecimento (Quadro 3), cuidados com tontura no 
idoso, higiene do sono, osteoporose e de oficinas de Liang Gong. Durante todo o mutirão é oferecido água 
mineral aos idosos, destacando a importância da hidratação oral frequente. 
 
Quadro 3 Os dez principais mitos sobre o envelhecimento 
 
 
 
 
 
 
SITUAÇÃO DE RISCO SIM NÃO 
Idade ≥ 80 anos 
Polipatologia (≥ 5 doenças) 
Polifarmácia de risco para reação adversa (≥ 5 medicamentos por dia) 
Subnutrição ou emagrecimento recente 
Internação recente 
Vulnerabilidade psico-sócio-familiar 
Declínio funcional em AVD´s instrumentais 
Declínio funcional no auto-cuidado (AVD´s básicas) 
Suspeita de incapacidade cognitiva 
Suspeita de depressão 
Suspeita de instabilidade postural/Imobilidade 
Suspeita de incontinência esfincteriana 
Suspeita de incapacidade comunicativa 
O PACIENTE DEVERÁ SER ENCAMINHADO PARA CONSULTA DE GERIATRIA MAIS 
VIDA? 
 
Orientações Finais 
 
Vitaminas ou hormônios podem retardar o 
envelhecimento 
A chegada da velhice não leva a necessidade da utilização de suplementos 
vitamínicos. Vitaminas ou hormônios são medicamentos que podem prejudicar a 
saúde do idoso, se forem usadas de forma inadequada. 
“Todos os idosos são iguais” O envelhecimento é uma conquista individual e as diferenças se tornam mais 
significativas. Portanto, não podemos estabelecer regras para todos os idosos, 
pois cada idoso “é de um jeito”. 
“O idoso vai perdendo a capacidade de fazer as 
coisas sozinho. A dependência é normal da idade” 
A idade avançada por si só não explica a perda da independência e da autonomia. 
O declínio funcional deve ser avaliado rigorosamente, pois “não é normal da 
idade” 
“Mamãe está ficando mais repetitiva, fazendo as 
mesmas perguntas várias vezes, contando os 
mesmos casos e não consegue mais lembrar-se de 
acontecimentos do cotidiano” 
Este comportamento “não é normal da idade” e é altamente sugestivo de doença 
de Alzheimer. A doença de Alzheimer, principal causa de demência, tem 
tratamento eficaz quando iniciado logo após os primeiros sintomas de 
esquecimento. 
“Papai toma muitos remédios, o que é normal para a 
idade dele” 
Os remédios devem ser usados com bastante cautela e somente quando 
prescritos por médicos. O idoso é mais vulnerável aos efeitos colaterais dos 
medicamentos. 
“É normal o idoso cair” As quedas podem ser sintoma de várias doenças e devem ser rigorosamente 
investigadas. Não é normal a pessoa idosa cair. 
“Às vezes, mamãe perde um pouco de urina” O envelhecimento não explica a perda involuntária de urina ou de fezes. Caso o 
idoso não consiga mais controlar a urina ou as fezes, deve ser orientado a 
consultar com seu médico. 
“O que eu posso fazer para envelhecer com 
saúde?” 
O envelhecimento não acontece da mesma forma para todo mundo. Depende da 
herança genética e dos hábitos de vida desenvolvidos ao longo dos anos. Para 
envelhecer com saúde é preciso ter uma dieta equilibrada, praticar atividade física 
regularmente, não fumar, beber com moderação e cuidar da sua saúde mental 
“É normal o idoso perder o interesse pelo sexo” O envelhecimento dos órgãos genitais não é acompanhado da redução do prazer 
sexual, podendo este, ao contrário, até melhorar, no sentido de maior satisfação. 
“Todo idoso volta a ser criança novamente” 
 
A infância é o período de preparação para a vida, onde a criança inicia sua 
descoberta sobre o sentido da vida. Na velhice, o indivíduo tem a oportunidade de 
compreender o sentido da vida, conquistando a liberdade plena, a paz e a 
harmonia, ou seja, a sabedoria. 
19 
 
Além das atividades mencionadas, outras atividades foram oferecidas dependendo da disponibilidade e 
criatividade das equipes dos centros de saúde, como: oficina de artesanato, oficina de beleza, promovidas 
pelo SESC-MG, oficina de escalda-pés, bingos, ginástica coletiva, oficina de dança, oficina de 
musicoterapia, apresentação de grupos teatrais da terceira idade (Meninas de Sinhá, Sra. Lenir e esposo). 
Algumas parcerias foram importantes para o sucesso dos eventos, como o NASF/PBH, Liga Acadêmica de 
Geriatria e Gerontologia da UFMG (LAGG), alunos do curso de musicoterapia da UFMG, SESC-MG, 
PUC/MG, Programa “Dedo de Prosa”, COPASA (doação de água mineral), dentre outros. 
 
Resultados 
Foram realizados quatro Mutirões de Saúde do Idoso em Belo Horizonte, em 2010 e 2011, nas regionais 
Venda Nova (Centro de Saúde Minas Caixa), Nordeste (Centro de Saúde Padre Fernando Melo e Cidade 
Ozanan) e Centro-Sul (Centro de Saúde Padre Tarcísio). Foram avaliados mais de 1.000 idosos, com uma 
média de 300 idosos por mutirão. Destes, cerca de 30% foram considerados idosos frágeis e encaminhados 
para o Centro Mais Vida. Todas as consultas para o Centro Mais Vida/Instituto Jenny de Andrade Faria 
foram marcada no próprio centro de saúde, durante o mutirão, via SISREG. O preenchimento da Caderneta 
de Saúde da Pessoa Idosa foi realizado em 100% dos usuários, com todos os dados necessários para a 
estratificação de risco do idoso. 
 
As equipes de saúde dos centros de saúde e a gerência relataram os seguintes resultados do evento: 
 Maior adesão dos usuários ao centro de saúde; 
 Redução na procura por consultas no centro de saúde; 
 Encaminhamento mais rápido para o Centro Mais Vida; 
 Maior vinculação dos idosos ao centro de saúde; 
 Maior aderência ao plano de cuidados; 
 Melhor conhecimento das equipes de saúde sobre a saúde do idoso; 
 Grande satisfação dos trabalhadores do centro de saúde. 
 
A equipe interprofissional do Instituto Jenny de Andrade Faria/Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG 
e a coordenação apontaramos seguintes aspectos do evento: 
 Maior interação entre o Centro de Referência e a Atenção Primária, encurtando a distância entre os 
centros de saúde e o Hospital das Clínicas da UFMG; 
 Melhor conhecimento sobre as particularidades do atendimento realizado nos centros de saúde de 
Belo Horizonte; 
 Maior vinculação entre as equipes de saúde da família e a equipe Mais Vida; 
 Maior demanda de consultas para o Centro Mais Vida. 
 
 
2.5 CURSO-MUTIRÃO DE DEMÊNCIAS 
 
O envelhecimento cerebral está associado a aumento do risco de distúrbios da memória. Estima-se que 5% 
da população idosa seja portadora de algum tipo de demência, particularmente a doença de Alzheimer. Isto 
equivale a cerca de 13 mil idosos em Belo Horizonte e 100 mil idosos em Minas Gerais. Supõe-se que 
menos de 10% dos pacientes portadores de doença de Alzheimer estejam sendo tratados adequadamente. 
Infelizmente, o diagnóstico de demência é feito tardiamente, retardando ou, até mesmo, impedindo os 
efeitos benéficos do tratamento específico. Grande parte deste atraso no diagnóstico deve-se ao 
desconhecimento dos sinais de alerta sugestivos de demência, que devem ser valorizados pelos familiares 
e pelos profissionais da área de saúde. Deve-se ter muito cuidado ao afirma-se que “a presença de 
esquecimento suficientemente grave para comprometer a vida da pessoa é normal da idade”. Além disso, 
existem demências potencialmente curáveis e, mesmo a doença de Alzheimer, tem tratamento considerado 
eficaz, quando iniciado logo após os primeiros sintomas de esquecimento. 
 
O Curso-Mutirão de Demências é uma iniciativa do Instituto Jenny de Andrade Faria e tem, basicamente, 
três públicos alvos; 
 Médicos e demais profissionais da área de saúde do SUS; 
 Pacientes com queixa de esquecimento; 
 Familiares de portadores da doença de Alzheimer. 
 Os principais objetivos são: 
 Alertar a comunidade para a importância do diagnóstico precoce dos distúrbios da memória; 
 Capacitar os médicos da rede básica de saúde no atendimento adequado de pacientes com queixa de 
esquecimento; 
20 
 
 Demonstrar a abordagem diagnóstica da incapacidade cognitiva e direcionar o raciocínio clínico 
sindrômico; 
 Estabelecer a referência e contra-referência entre a atenção básica, secundária e terciária, na rede 
pública de saúde; 
 Capacitar os médicos para o preenchimento correto do novo Protocolo para Diagnóstico e Tratamento da 
Doença de Alzheimer. 
 
A metodologia utilizada é baseada na técnica de capacitação em serviço para treinamento de habilidades. O 
curso é tem carga horária de 14h, distribuídas entre a aula expositiva (4h) e o treinamento em serviço (10h). 
A aula discute a ”abordagem do idoso com esquecimento na atenção primária: quando suspeitar de 
demência de Alzheimer?” e apresenta todos os principais instrumentos de avaliação da cognição utilizados 
na prática clínica. Em seguida, o profissional é inserido no atendimento de idosos com queixa de 
esquecimento. O profissional participa de, no mínimo, de dois turnos de atendimento, conforme sua 
disponibilidade. Os períodos de atendimento supervisionado são: 4ª feira, 5ª feira e 6ª feira, manhã (7h às 
13h) ou tarde (13h às 19h). Cada consultório recebe cerca de três profissionais em treinamento e tutor do 
grupo, especialista na área (geriatra, neurologista e/ou psiquiatra) que participa diretamente do atendimento 
e da discussão dos casos. Os tutores são médicos do serviço com amplo conhecimento da abordagem 
diagnóstica do esquecimento. 
 
Os idosos com queixa de esquecimento ou com suspeita de doença de Alzheimer são convidados a 
comparecerem ao IJAF, onde são submetidos à triagem cognitiva sistematizada. São atendidos cerca de 50 
idosos por turno, através de distribuição de senhas. Os idosos são orientados a vir acompanhados por 
familiares para confirmar as informações colhidas com o paciente. 
 
O mutirão tem duração de três dias, manhã e tarde. Desta forma, são atendidos cerca de 300 idosos por 
mutirão. São organizadas diversas atividades educativas, como oficinas de memória, mini-palestras, 
cartilhas, etc, voltadas para comunidade leiga, pacientes e familiares de portadores de síndromes 
demenciais ou distúrbios de memória. São discutidos os principais aspectos referentes ao tema, como o 
funcionamento da memória, aprendizagem, demências, prevenção da doença de Alzheimer, importância 
dos grupos de apoio a familiares portadores de demência. Todas as atividades são organizadas por 
profissionais com larga experiência no assunto. 
 
O evento teve seu início de 2006. Já foram realizadas 10 edições, com atendimento de mais de 3.000 
idosos neste período. Destes, cerca de 40% apresentava declínio cognitivo significativo e suspeita de 
demência e/ou depressão. Todos os idosos atendidos receberam um relatório de contra-referência para 
atenção primária, orientando a necessidade de encaminhamento para o Centro Mais Vida para melhor 
definição diagnóstica e terapêutica. Por sua vez, os idosos com queixa de esquecimento e triagem 
cognitiva normal receberam esclarecimentos sobre a queixa e foram orientados quanto a benignidade do 
sintoma. Desta forma, o mutirão tem também caráter assistencial, direcionando os casos que merecem 
propedêutica e tranquilizando os idosos com a cognição normal. 
 
O curso-mutirão tem caráter assistencial, direcionando os casos que merecem propedêutica e 
tranquilizando os idosos com a cognição normal. É, também, um bom programa de capacitação em serviço, 
capaz de melhorar a abordagem do idoso com esquecimento e encaminhá-lo para a atenção secundária 
quando houver indicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
2.6 CURSO-MUTIRÃO DE OSTEOPOROSE, QUEDAS E FRATURAS 
 
O envelhecimento está associado a aumento do risco de osteoporose, quedas e fraturas por fragilidade. A 
fratura osteoporótica é uma das principais causas de instabilidade postural e imobilidade no idoso, limitando 
sua qualidade e expectativa de vida. A taxa de internação por fratura de fêmur é o principal indicador de 
saúde utilizado no idoso. A osteoporose é um determinante importante do risco de fratura de fêmur e o seu 
diagnóstico é negligenciado pelo sistema de saúde, tanto pela falta de conhecimento pelos profissionais de 
saúde quanto pela dificuldade na realização da densitometria óssea, única forma de definição do 
diagnóstico. Sem o diagnóstico densitométrico torna-se inviável a disponibilização do tratamento da 
osteoporose, capaz de reduzir em até 50% o risco de fratura de fragilidade. O curso é direcionado para 
Médicos, acadêmicos e demais profissionais da área de saúde. 
 
Objetivos: 
 Capacitar os médicos, acadêmicos e demais profissionais da área de sáude para o diagnóstico e 
tratamento da osteoporose. 
 Apresentar a importância do diagnóstico densitométrico da osteoporose. 
 Discutir os fatores associados a quedas no idoso. 
 Discutir o tratamento da osteoporose no idoso 
 
Metodologia: 
O curso tem 15h, divididas em 5h de aula teórica e 10h de atendimento de idosos com quedas e/ou 
osteoporose. Os temas abordados na aula teórica são: 
 Avaliação Multidimensional do Idoso 
 Quedas no idoso 
 Diagnóstico da osteoporose 
 Fraturas por fragilidades: podemos preveni-las? 
 Tratamento da osteoporose 
 
As aulas práticas consistem na avaliação clínica do idoso frágil durante uma consulta geriátrica (Geriatria 
Mais Vida) e o acompanhamento da realização de densitometrias ósseas realizadas ao longo do curso. 
 
 
 
22 
 
3. MODELO DE PLANO DE CUIDADOS 
 
 
 
 
Universidade Federal de Minas Gerais 
Hospital das Clínicas da UFMG 
Núcleo de Geriatria e Gerontologia da UFMG 
Instituto Jenny de Andrade Faria de Atenção à Saúde do Idoso 
 
CENTRO MAIS VIDA MACRORREGIÃO CENTRO I - BELO HORIZONTE 
 
PLANO DE CUIDADOS DO IDOSONome: Sexo: Prontuário do HC/UFMG: 
Nome da mãe: 
Idade: Data de Nascimento 
Escolaridade: Cuidador/Informante: 
Centro de Saúde/Regional: Médico solicitante: 
Data da consulta 
 
3. DIAGNÓSTICO FUNCIONAL GLOBAL 
DIAGNÓSTICO FUNCIONAL GLOBAL 
 
FUNÇÕES 
COMPROMETIMENTO FUNCIONAL 
NÃO SIM 
ATIVIDADES DE 
VIDA DIÁRIA 
AUTO-CUIDADO Semi-dependência Dependência incompleta Dependência completa 
AVDS INSTRUMENTAIS Dependência parcial Dependência completa 
 
COGNIÇÃO 
 Transtorno Cognitivo Leve Incapacidade Cognitiva 
Demência Depressão Delirium Doença 
Mental 
HUMOR 
 
 
MOBILIDADE 
Alcance / Preensão / Pinça 
Postura/ Marcha/ 
Transferência 
 Instabilidade Postural 
TUG: 
Imobilidade 
Parcial Completa 
Capacidade Aeróbica 
Continência Urinária Transitória Permanente 
 Urgência Esforço Transbordamento Mista Funcional 
Continência Fecal 
 
COMUNICAÇÃO 
Visão 
Audição 
Fala / Voz / Motricidade 
orofacial 
 
 
Outras Funções 
Orgânicas: 
Saúde Bucal 
Estado Nutricional 
Sono 
 
Interação Social 
Lazer 
Suporte Familiar 
Suporte Social 
Segurança Ambiental 
TUG: Timed up and go test 
4. DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
ESTIMATIVAS DE RISCO 
Função renal estimada (Cockcroft-Gault) 
IMC 
Circunferência da panturrilha 
 
Risco de Framingham em 10 anos 
Risco de Doença Arterial Coronariana Risco de AVC 
 
 
 
 
 
23 
 
SUGESTÃO DE INTERVENÇÕES 
1. PROPEDÊUTICA COMPLEMENTAR 
 
 
 
2. INTERVENÇÕES PREVENTIVAS 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA SÁUDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS SIM NÃO INTERVALO/Observações 
 
DOENÇA 
CARDIOVASCULAR 
Categoria de risco 
cardiovascular 
(Risco de Framingham) 
IAM: ____ /10 anos 
AVC: ____/10 anos 
Há indicação de anti-
agregante plaquetário? 
 
Há indicação de 
estatina? 
 
Ultrasom abdominal para diagnóstico de aneurisma de 
aorta abdominal? 
 
 
IMUNIZAÇÃO 
Anti-influenza 
Anti-pneumocócica 
Dupla Tipo Adulto 
Anti-amaralínica 
 
 
RASTREAMENTO 
DE CÃNCER 
 
Cólon-retal 
PSOF (3 amostras independentes) 
Colonoscopia 
Outros: 
Mama (mamografia) 
Colo de útero (Papanicolau) 
Próstata (PSA) 
 
OSTEOPOROSE / 
FRATURA DE 
FRAGILIDADE 
Há indicação para solicitação de densitometria óssea? 
Há indicação de quimioprevenção com suplementação de 
cálcio e vitamina D3? 
 
Há indicação para tratamento farmacológico da 
osteoporose? 
 
 
 
ACONSELHAMENTO 
(Mudança de estilo de 
vida) 
 ATIVIDADE FÍSICA 
Há indicação para atividade física regular? 
Tipo de Exercício: □ Aeróbico □ Resistido □ 
Flexibilidade 
 
 Orientações para prevenção de QUEDAS 
 Aconselhamento para prevenção ou tratamento 
do TABAGISMO 
 
 Aconselhamento para prevenção ou tratamento 
do ALCOOLISMO 
 
 Orientações nutricionais básicas para prevenção 
de OBESIDADE e do uso excessivo de gordura 
saturada em indivíduos com DISLIPIDEMIA ou 
doença cardiovascular 
 
24 
 
3. AÇÕES CURATIVAS E/OU PALIATIVAS 
3.1 Metas terapêuticas: 
 
 
3.2 Justificativa para as mudanças: 
 
 
 
 
 
3.3 Tratamento farmacológico proposto: 
 
 
3.4 Tratamento não-farmacológico proposto: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medicamento / Nome comercial Horário de 
administração 
Via de uso Dose / Quantidade Orientações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
4. AÇÕES REABILITADORAS 
 
5. IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE CUIDADOS 
 
 
Observações: 
 
 
EQUIPE MAIS VIDA RESPONSÁVEL PELO MONITORAMENTO DO CASO 
 Médico: 
Enfermeiro: 
Contato: 
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFMG 
INSTITUTO JENNY DE ANDRADE FARIA: Av. Àlvaro Celso, 117 – Santa Efigênia 
Fone: 3409-9038 / 3226-2386 
E-mail: maisvida@pbh.gov.br 
Site: www.hc.ufmg.br/geriatria 
 
 
 
 
 
O paciente necessita de reabilitação nas seguintes áreas: 
Sim Não O paciente deverá ser 
encaminhado para: 
Sim Não 
 
 
REABILITAÇÃO 
FÍSICA 
 
Mobilidade 
Alcance/Preensão/Pinça Fisioterapia 
Postura/Marcha/Transferência Terapia ocupacional 
Capacidade aeróbica Fonoaudiologia 
Continência esfincteriana Psicologia 
 
Comunicação 
Visão Enfermagem 
Audição Serviço social 
Fala/Voz/Motricidade orofacial Odontologia 
Nutrição Farmácia 
Saúde bucal Nutrição 
 
REABILITAÇÃO 
COGNITIVA-
COMPORTAMENTAL 
Cognição Outros 
Humor/Estado Mental Observações: 
Sono 
Lazer 
REABILITAÇÃO 
SÓCIO-FAMILIAR 
Suporte Familiar 
Suporte Social 
REABILITAÇÃO AMBIENTAL 
O paciente deverá ser encaminhado para a GERIATRIA DE REFERÊNCIA? SIM NÃO 
O paciente deverá ser encaminhado para outras ESPECIALIDADES MÉDICAS? SIM NÃO 
Especificar: 
 
 
A implementação do Plano de Cuidados deverá ser feita em: 
Saúde 
(SUS) 
Sim Não Assistência Social 
 (SUAS) 
Sim Não 
Centro de Saúde (Atenção Primária) CRAS (Centro de Referência de Assistência 
Social) 
 
NASF CREAS (Centro de Referência Especializados 
de Assistência Social) 
 
Saúde bucal Grupo de Convivência 
Atenção Domiciliar Centro Dia 
Centro de Reabilitação Serviço Regional de Atenção Básica à Família 
Pronto Atendimento Casa-Lar 
Hospital-Dia República de Idosos 
Hospice Programa Cuidador de Idosos 
Hospital Instituição de Longa Permanência para Idosos 
CTI Outras: 
Outras: 
 
 
Horário de atendimento no Centro Mais Vida 
2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira 
 
 
26 
 
4. INTEGRAÇÃO DO PROGRAMA DE ATENÇÃO AO IDOSO DO HC-UFMG (CENTRO MAIS VIDA) 
E ATENÇÃO PRIMÁRIA: EXPERIÊNCIA E RESULTADOS 
 
4.1 PERFIL DEMOGRÁFICO DA POPULAÇÃO IDOSA DE BELO HORIZONTE 
 
 
A promoção do envelhecimento saudável e o atendimento aos idosos, especialmente os frágeis ou em 
situação de fragilidade são grandes desafios para a Saúde Pública. Felizmente em 2006, com o Pacto pela 
Vida e de Gestão, a atenção à saúde do idoso foi considerada uma das prioridades pelos gestores do SUS. 
 
Conhecendo o perfil demográfico e epidemiológico desse segmento da população, optamos por otimizar o 
fluxo de atendimento na Rede SUS-BH, contemplando o idoso independente, o frágil, o desospitalizado, e 
aquele que reside em Instituição de Longa Permanência(ILPI). 
 
Reconhecemos a importância do trabalho das Equipes de Saúde da Família (ESF), sem as quais se 
inviabilizaria o atendimento a estes usuários, tornando-se imprescindível a sensibilização e a capacitação 
dos profissionais das equipes para a atenção ao idoso, e o planejamento de ações conjuntas com as 
Unidades Básicas de Saúde(UBS). Alertando e instrumentalizando todas as equipes para a identificação 
dos idosos frágeis ou em processo de fragilização, atendidos nos domicílios e nas UBS, o que poderá 
resultar em intervenções mais precoces de promoção, prevenção e atenção à saúde. 
 
Belo Horizonte já vive atransição demográfica, possui hoje uma população idosa de aproximadamente 
285.000 pessoas, sendo que, cerca de 25% desta, é considerada clinicamente frágil, muitos deles residindo 
em áreas de elevado índice de vulnerabilidade social. 
 
Os Distritos Sanitários com maior número de idosos, são: Centro-Sul, Leste, Nordeste e Noroeste. O distrito 
Barreiro merece especial atenção, por possuir várias ILPI’s filantrópicas, abrigando grande número de 
idosos em condição de extrema fragilidade. 
 
Aproximadamente 75% das pessoas idosas de Belo Horizonte são independentes para as atividades de 
vida diária (AVD’s), 16% são dependentes para alguma AVD, 3,3% dessa população são pessoas 
totalmente dependentes. Cerca 5 a 15% dos idosos são portadoras de quadro demencial, destes 13% a 
28% serão portadores de demências reversíveis, demonstrando a importância da avaliação clínica, do 
diagnóstico correto e da intervenção precoce. 
 
Com o início do Programa de Saúde da Família, e principalmente através da busca ativa dos Agentes 
Comunitários de Saúde (ACS), foram identificados 5.000 idosos acamados em 2004. Muitos deles se 
encontravam em situação de abandono, não recebiam nenhum tipo de assistência médica ou social e o 
cuidado domiciliar era muito precário. Em levantamento realizado no final de 2008, pelos centros de saúde, 
mais de 8000 pessoas encontravam-se acamadas e/ou restritas aos domicílios. 
 
Aproximadamente 1800 pessoas idosas residem nas ILPI’s, correspondendo a menos de 1% da população 
idosa da cidade. Em 2009, 1007 idosos residiam nas ILPI’s filantrópicas, sendo que, 45% deles eram 
dependentes para as AVD’s básicas, vários eram portadoras de doenças mentais (psicopatias e síndrome 
demencial). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 4.2 FICHA DE ENCAMINHAMENTO AO CENTRO MAIS VIDA 
 
 
FICHA DE ENCAMINHAMENTO AO CENTRO MAIS VIDA 
 
IDENTIFICAÇÃO DO IDOSO 
Nome Idade DN 
Nome da mãe 
Endereço: 
Bairro: Telefone: 
Responsável ou cuidador: 
 
IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE 
Centro de Saúde: 
Cobertura pelo PSF : ___SIM ___NÃO 
ESF: 
Médico responsável: 
Enfermeiro responsável: 
 
INDICAÇÃO PARA ENCAMINHAMENTO PARA CENTRO MAIS VIDA 
 SIM NÃO 
Idoso com 80 anos ou mais; 
Idoso com 60 anos ou mais que apresente no mínimo uma das características abaixo: 
 Polipatologia (5 – cinco – diagnósticos ou mais); 
 Polifarmácia (5 – cinco – medicamentos ou mais ao dia); 
 Dependência nas atividades básicas de vida diária; 
 Incapacidade cognitiva: suspeita de demência 
 Instabilidade postural (quedas de repetição) 
 Imobilidade parcial ou total 
 Incontinência urinária ou fecal 
 História de internações freqüentes e/ou pós alta hospitalar 
 Insuficiência familiar: alta vulnerabilidade social 
 
AVALIAÇÃO DO IDOSO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA (Unidade Básica de Saúde) 
 
 FUNÇÃO 
SEMI-DEPENDENTE 
Necessita às vezes de ajuda para a função 
considerada, ou faz uso de bengala ou 
andador,etc. 
DEPENDENTE 
Não é capaz de realizar a função, necessitando 
sempre de ajuda. 
BANHAR-SE 
VESTIR-SE 
USAR O BANHEIRO 
TRANSFERIR-SE 
(Locomove-se da cama para 
a cadeira e vice –versa) 
 
CONTINÊNCIA URINÁRIA 
OU FECAL 
 
ALIMENTAR- SE 
 
 
OBSERVAR SE O IDOSO NECESSITA DE CUIDADOS ESPECIAIS 
Gastrostomi
a 
(sonda no 
estômago) 
Sonda 
Nasoentéric
a 
(sonda 
nariz) 
 Dieta 
Industrializada 
(adquirida no comércio) 
Dieta 
Artesanal(preparada 
em casa) 
Oxigênio 
Domiciliar 
Usa Fraldas 
□ Sim 
□ Não 
□ Sim 
□ Não 
□ Sim 
□ Não 
□ Sim 
□ Não 
□ Sim 
□ Não 
□ Sim 
□ Não 
 
 
 
 
 
28 
 
ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
Vai ao CS Visita do PSF Visita do PAD Desospitalizado Tem Plano de Saúde 
□ Sim □ Não □ Sim □ Não □ Sim □ Não □ Sim □ Não □ Sim □ Não 
 
 
 
SITUAÇÃO VACINAL 
 □ INFLUENZA Ultimo ano _______ □ PNEUMOCOCO Ultimo ano _______ 
 □ H1N1 □ FEBRE AMARELA Ultimo ano _______ 
 □ DUPLA ADULTO Ultimo ano _______ □ OUTRAS QUAIS 
:_____________________________________ 
 
 
COMORBIDADES 
 □ DM □ HAS □ CATARATA □ DEPRESSÃO □ DEMENCIA 
 □ ICO □ ICC □ GLAUCOMA □ DPOC/ASMA □ D. PARKINSON 
 □ INSF. VASC. PERIFERICA □ OUTRAS QUAIS 
:_____________________________________ 
 
 
SAÚDE BUCAL 
LESÃO SUSPEITA DE 
MUCOSA ORAL 
PRÓTESE BEM 
ADAPTADA 
NECESSIDADE DE 
PRÓTESE 
PROBLEMAS DE 
GENGIVA 
SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO 
 S I S I S I S I 
 
PROBLEMA DE SAÚDE PRINCIPAL OU DÚVIDA DIAGNÓSTICA: 
 
 
 
 
MEDICAÇÃO EM USO REGULAR: 
Medicamento Dose/Posologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FAMÍLIA 
Mora com 
família/ tem 
cuidador 
Mora com 
família/ não tem 
cuidador 
Mora só e tem 
casa própria. 
Mora só/ não tem 
casa própria 
População de rua 
□ Sim □ Não □ Sim □ Não □ Sim □ Não □ Sim □ Não □ Sim □ Não 
 
ATIVIDADE FÍSICA/ LAZER/ CONVÍVIO SOCIAL 
Programa Vida 
Ativa 
Academia da 
Cidade 
Lian Gong Grupos do CS Grupos de 
Convivência 
Não participa 
□ Sim □ Não □ Sim □ Não □ Sim □ Não □ Sim □ Não □ Sim □ Não □ Sim □ Não 
 
Obs: anexar exames complementares recentes ou dos últimos 6 meses. 
 
 
 
 
 
29 
 
4.3 DISTRIBUIÇÃO DAS EQUIPES DE MATRICIAMENTO EM BELO HORIZONTE E DO 
 ATENDIMENTO MAIS VIDA POR REGIONAL DE BELO HORIZONTE – 2010/2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISTRITO 
 
EQUIPE MAIS 
VIDA 
RESPONSÁVEL 
DISTRITO 
 
EQUIPE MAIS VIDA 
RESPONSÁVEL 
DISTRITO 
 
EQUIPE MAIS VIDA 
RESPONSÁVEL 
 
NORTE 
 
Pop. Idoso: 13.104 
Pop. ≥ 80a: 1.371 
 
 
Médico: Júlio C. 
Menezes 
 
Enfermeira: Melissa G. 
Santos 
 
BARREIRO 
 
 
Pop. Idoso: 16.601 
Pop. ≥ 80a: 1.612 
 
Médica: Ana Paula 
Abranches 
 
Enfermeira: Danielle C. 
Campos 
 
 
VENDA NOVA 
 
Pop. Idoso: 
15.776 
Pop. ≥ 80a: 1.653 
 
Médico: Rodrigo R. 
Santos 
 
Enfermeira: Melissa G. 
Santos 
 
 
 
CENTRO-SUL 
 
Pop. Idoso: 36.246 
Pop. ≥ 80a: 6.010 
 
Médica: Dinah Belém 
 
Enfermeira: Maristela 
Kux 
 
PAMPULHA 
 
Pop. Idoso: 11.557 
Pop. ≥ 80a: 1.267 
Médico: Mário Oscar 
 
Enfermeira: Dagmar D. 
Queiroz 
 
OESTE 
 
Pop. Idoso: 
23.716 
Pop. ≥ 80a: 3.041 
 
 
Médica: Juliana Alves 
 
Enfermeiro: Danielle C. 
Campos 
 
 
NOROESTE 
 
Pop. Idoso: 36.094 
Pop. ≥ 80a: 4.712 
 
 
Médica: Paula Alves 
 
Enfermeira: Dagmar 
D. Queiroz 
 
 
NORDESTE 
 
 
Pop. Idoso: 23.333 
Pop. ≥ 80a: 2.927 
 
Médico: Daniel Dornelas 
 
Enfermeiro: Raquel S. 
Azevedo 
 
 
LESTE 
 
Pop. Idoso: 
27.327 
Pop. ≥ 80a: 3.879 
 
Médica: Bárbara C. 
Oliveira 
 
Enfermeira: Maristela 
Kux 
 
 
 
Médica: Ana Lúcia 
Frota 
 
Enfermeira: Dagmar 
D. Queiroz 
Médico: Marco Túlio G. 
Cintra/ Maria Aparecida 
C. Bicalho 
 
Enfermeiro: Raquel S. 
Azevedo 
 
 
Médico: Ronaldo A. 
Gabriel 
 
Enfermeira: Maristela 
Kux 
 
 
 
30 
 
DISTRIBUIÇÃO DO ATENDIMENTO MAIS VIDA POR REGIONAL DE BELO HORIZONTE – 2010/2011 
 
1. BELO HORIZONTE GERAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISTRITO 
Agendamento em 
Geriatria 2010/2011 
Idosos Frágeis: 20% da 
pop.idosa total 
% da meta 
por regional 
NORDESTE 1.321 4.666 28% 
LESTE 1.040 5.465 19% 
NOROESTE 952 6.184 15% 
BARREIRO 871 3.320 26% 
OESTE 850 5.188 16% 
VENDA NOVA 739 3.155 23% 
PAMPULHA 403 3.220 13% 
NORTE 366 2.620 14% 
CENTRO SUL 320 7.249 4% 
TOTAL 6.862 41.067 
 
17% 
31 
 
 
2. DISTRITO BARREIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DE SAUDE TOTAL 
CS Bairro das Indústrias 58 
CS Barreiro 45 
CS Barreiro de Cima 42 
CS Bonsucesso 24 
CS Independência 28 
CS Itaipu 24 
CS Lindéia 14 
CS Mangueiras 12 
CS Milionários 251 
CS Miramar (Eduardo Mauro de Araújo) 18 
CS Urucuia 75 
CS Vale do Jatobá 78 
CS Pilar/Olhos d’Água 4 
CS Regina 32 
CS Santa Cecília 5 
CS Teixeira dias/Diamante 56 
CS Vila CEMIG 9 
CS Vila Pinho 28 
CS Tirol 26 
CS Túnel de Ibirité 42 
 TOTAL 871 
 
32 
 
 
3. DISTRITO CENTRO SUL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DE SAUDE TOTAL 
CS Carlos Chagas 35 
CS Cafezal 17 
CS Padre Tarcísio (N.S. Conceição) 55 
CS Santa Lúcia 22 
CS Santa Rita de Cássia 3 
CS N.S. Fátima 27 
CS São Miguel Arcanjo 19 
CS Menino Jesus 5 
CS Conjunto Santa Maria 21 
CS Tia Amância 28 
CS N.S. Aparecida 44 
CS Oswaldo Cruz 44 
TOTAL 320 
 
33 
 
 
 
4. DISTRITO LESTE 
 
 
CENTRO DE SAUDE TOTAL 
CS Alto Vera Cruz 53 
CS Boa Vista 26 
CS Granja de Freitas 114 
CS Horto 100 
CS Mariano de Abreu 150 
CS Novo Horizonte 24 
CS Paraíso 81 
CS Pompéia 109 
CS Sagrada Família 79 
CS Santa Inês 23 
CS São Geraldo 115 
CS São José Operário 42 
CS Taquaril 49 
CS Vera Cruz 75 
 
TOTAL 1040 
 
34 
 
 
5. DISTRITO NORDESTE 
 
CENTRO DE SAUDE Total 
CS Alcides Lins 77 
CS Cachoeirinha 50 
CS Capitão Eduardo 9 
CS Cidade Ozanan 40 
CS Conj. Paulo VI 22 
CS Efigenia Murta (Conj.Ribeiro) 5 
CS Dom Joaquim 74 
CS Gentil Gomes 97 
CS Goiania 55 
CS Marcelo Pontel 41 
CS Maria Goreti 92 
CS Nazaré 61 
CS Olavo Albino 28 
CS Marivanda Baleeiro 33 
CS Ribeiro de Abreu 15 
CS Padre Fernando 289 
CS São Gabriel 40 
CS São Marcos 113 
CS São Paulo 81 
CS Vila Maria 41 
CS Vilas Reunidas 58 
TOTAL 1321 
 
35 
 
 
6. DISTRITO NOROESTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DE SAUDE Total 
CS Bom Jesus 42 
CS California 41 
 CS Carlos Prates 56 
CS Dom Bosco 0 
 CS Dom Cabral 85 
CS Ermelinda 87 
 CS Gloria 103 
 CS Jardim Filadelfia 13 
 CS Jardim Montanhes 54 
CS João Pinheiro 63 
 CS Padre Eustaquio 19 
CS Pedreira prado Lopes 55 
CS Pindorama 104 
 CS Santos Anjos 70 
 CS São Cristovão 87 
TOTAL 949 
 
36 
 
 
7. DISTRITO NORTE 
 
 
 
CENTRO DE SAUDE TOTAL 
CS Aarão Reis 15 
CS Campo Alegre 18 
 CS Conj. Felicidade 19 
CS Etelvina Carneiro 14 
CS FelicidadeII 9 
CS Floramar/PBH 31 
CS Jardim Guanabara 
15 
CS Guarani 38 
CS Heliopólis 26 
CS Jaqueline 15 
CS Jaqueline II 24 
CS Lajedo 17 
CS MG 20 34 
CS Novo Aarão Reis 
4 
CS Primeiro de Maio 16 
CS Providência 21 
CS São Bernardo 11 
CS São Tomaz 15 
CS Tupi 24 
TOTAL 366 
 
37 
 
 
8. DISTRITO OESTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DE SAUDE TOTAL 
CS Betânia 14 
CS Cabana 46 
CS Cícero Ildefonso 59 
CS Conjunto Betânia 29 
CS Havaí 28 
CS João XXIII 6 
CS Noraldino de Lima 95 
CS Palmeiras 46 
CS Prof. Amílcar Vianna 
Martins 52 
CS Salgado Filho 31 
CS Santa Maria 87 
CS São Jorge 63 
CS Ventosa 109 
 CS Vila Imperial 28 
CS Vila Leonina 127 
CS Vista Alegre 14 
CS Waldomiro Lobo 16 
TOTAL 850 
 
38 
 
 
9. DISTRITO PAMPULHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO DE SAUDE TOTAL 
CS Confisco 23 
CS Dom Orione 12 
CS Itamarati 36 
CS Jd. Alvorada 
29 
CS Ouro Preto 14 
CS Padre Maia 21 
CS Santa Amélia 61 
CS Santa Rosa 107 
CS Santa erezinha 
30 
CS São Francisco 11 
CS São José 27 
CS Serrano 32 
TOTAL 403 
 
39 
 
 
10. DISTRITO VENDA NOVA 
 
CENTRO DE SAUDE TOTAL 
CS Andradas 39 
CS Céu azul 18 
CS Copacabana 29 
CS Jardim comerciários 9 
CS Jardim Europa 13 
CS Jardim Leblon 76 
CS Lagoa 37 
CS Mantiqueira 17 
CS Minas caixa 175 
CS Nova York 33 
CS Piratininga 24 
CS Sta. Monica 132 
CS Sto. Antonio 71 
CS Serra Verde 10 
CS Venda Nova 21 
CS Visc. Rio Branco 35 
TOTAL 739 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
4.4 AVALIAÇÃO DO PROGRAMA MAIS VIDA FEITA PELOS CENTROS DE SAÚDE DE BELO 
HORIZONTE POR AMOSTRAGEM 
 
AVALIAÇÃO 1: Distrito Pampulha 
 
1. Que avaliação a unidade tem do programa e se teve algum impacto 
O programa é de extrema importância e apresentou impactos positivos no acesso da população ao 
especialista, na segurança emocional dos familiares, na segurança técnica do generalista durante a 
condução dos casos e na qualidade de vida do paciente e familiares. 
 
 2. Como a unidade recebeu (atendeu as expectativas) a CONTRA REFERENCIA 
A contra-referência foi recebida com grande surpresa, uma vez que isso não é rotina dos serviços da 
atenção secundária. A qualidade das informações contidas no plano de cuidados e acerca do tratamento 
medicamentoso proposto são bastante esclarecedoras e completas. 
 
3. Qual a avaliação desta Contra referencia para a APS (as sugestões são possíveis de realizar) 
A grande maioria das modificações terapêuticas sugeridas são integralmente implantadas, de acordo com a 
avaliação do próprio paciente, dos familiares e da equipe. Algumas das sugestões, inclusive de mudança do 
esquema terapêutico, não puderam ser implantadas devido ao alto custo das medicações sugeridas que 
não aquelas recebidas pelo SUS. 
 
4. Qual a mudança na unidade diante do atendimento ao Idoso pós-avaliação no Centro mais vida 
A principal mudança percebida refere-se à maior segurança do médico generalista na abordagem de casos 
conjuntamente com a equipe de referência da geriatria quando indicada ou mesmo do acompanhamento do 
idoso sem indicação de geriatria de referência, pois o paciente já foi extensamente avaliado pelo CMV. 
 
5. Dentre os Idosos atendidos é possível relatar um caso interessante? 
Tivemos vários 
 
6. Unidades que realizaram mutirão qual a avaliação desta atividade e qual o resultado após o evento 
Em mutirões realizados anteriormente, estendemos nossas ações para o encaminhamento de casos 
identificados pelas equipes e outros profissionais que atuam na unidade, visto que o encaminhamento do 
idoso com esquecimento não precisa ser feito pelo médico. O mutirão é uma formaeficaz de ampliação do 
acesso para a população. Lidamos apenas com a dificuldade de convencer a família a levá-lo uma vez que 
enfrentam condições econômicas desfavoráveis que possibilitem o transporte do idoso até o local de 
atendimento. 
 
7. Quais as dificuldades encontradas 
Na implantação de alguns cuidados sugeridos visto que estão diretamente relacionados às condições sócio-
econômicas da família. Tivemos a ocorrência de pacientes que estiveram no CMV em que não houve 
contra-referência. 
 
 
AVALIAÇÃO 02: Distrito Pampulha 
 
A avaliação que os profissionais do fazem é de que o programa tem proporcionado melhorias no 
atendimento ao idoso através do seu atendimento integral e do acompanhamento multiprofissional. A 
contra-referência, que nos é enviada, é um instrumento importante de comunicação e acompanhamento e 
que atende as expectativas. As sugestões que nos são dadas na contra-referência são realizadas, em sua 
maioria, pela equipe e seus apoios na unidade. Após o programa nos ser ofertado, o atendimento ao idoso 
passou a ser mais organizado e uma atenção maior a esta parcela da população foi dada. As equipes tem 
se organizado para sistematizar os atendimentos, os encaminhamentos e as contra-referências. A 
dificuldade que nos é relatada é a de marcação do retorno, que poderia ser realizada no local de 
atendimento ao paciente. A equipe encontra-se satisfeita por poder oferecer o Programa Mais Vida à sua 
população e participar desta avaliação, construindo um atendimento integral e mais humanizado. 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
AVALIAÇÃO 03: Distrito Venda Nova 
 
O Programa com certeza teve um impacto positivo, principalmente pelo acesso a uma abordagem mais 
ampla do idoso, com grande abertura na avaliação diagnóstica global dessa faixa etária. Além de viabilizar o 
processo de fluxos, qualificando o atendimento e agregando a equipe interdisciplinar. 
A Contra referência é realmente um "Colirio para os olhos" (fala de um dos nossos generalistas): bem 
elaborada, ampla e com informações claras e objetivas. Faz toda diferença na coordenação do cuidado por 
meio da APS. 
Com este processo temos mais segurança na abordagem, principalmente com relação as demências. A 
família do usuário tambem sente um maior envolvimento dos profissionais no atendimento ao idoso (mais 
pessoas cuidando). 
Ainda são poucos os casos referenciados. Todos com boas e importantes orientações e sugestões de 
conduta. 
No nosso caso não realizamos ainda mutirões. 
 
 
AVALIAÇÃO 04: Distrito Venda Nova 
 
1- O programa MAIS VIDA vem contribuindo para propiciar uma avaliação ampla do idoso utilizando 
instrumentos importante de avaliação dos problemas mais importante que causam aos idosos e ocasionado 
melhorias no esquema terapêutico dos pacientes. 
 
2- A contra referencia trazida pelo próprio paciente ou entregue a ESF pela gerência do Cs. É sempre 
bem completa, com informações precisas sobre o seguimento do paciente, superando as expectativas. 
 
3- A maioria das sugestões é possível ser seguida. Mas a maior dificuldade é a mudança de medicamentos 
que não estão disponível na rede. 
 
4- Maior atenção e responsabilização aos pacientes frágeis é o acompanhamento de problemas que 
anteriormente não foram identificados pela ESF. 
 
5- EQ. Vermelha- Não houve destaque 
EQ. Verde- Não houve destaque 
EQ. Lilás- Não houve destaque 
EQ. Amarela- Não houve destaque 
EQ- Azul- Não houve destaque 
 
6- O mutirão foi muito importante para motivar os Cuidados interdisciplinares ( por todos os profissionais de 
saúde que trabalham no CS) aos idosos e para divulgar a necessidade da coordenação desses cuidados 
aos profissionais e também ao pacientes e familiares. 
 
7- Transporte aos pacientes frágeis . 
Disponibilidade de opção de medicamentos mais adequados aos idosos. 
Adesão ás atividades promocionais e cuidados familiares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
AVALIAÇÃO 05: Distrito Norte 
 
Que avaliação a unidade tem do programa e se teve algum impacto. 
O programa facilitou o acesso a geriatria e o melhor acompanhamento desses pacientes; o fato de ter 
uma avaliação global inicial por um geriatra e este avaliar a necessidade de continuar acompanhamento 
prioriza os paciente que realmente necessitam desse cuidado. 
Como a unidade recebeu (atendeu as expectativas) a CONTRA REFERENCIA. 
A contra referencia é fundamental para a ESF se inteirar do que foi feito no centro mais vida e do que o 
especialista indica para cada paciente. A maneira que é feita atualmente pelo programa (com o modelo 
padronizado do plano de cuidados) é muito adequada. 
Qual a avaliação desta Contra referencia para a APS(as sugestões são possiveis de realizar 
As sugestões do plano de cuidados apesar de bem indicadas muitas vezes estão fora da realidade da 
unidade básica de saúde, como por exemplo a solicitação de exames de alto custo como tomografia 
computadorizada, entre outros. 
Qual a mudança na unidade diante do atendimento ao Idoso pós avaliação no Centro mais vida 
Após o atendimento no Centro Mais Vida e recebimento do plano de cuidados o idoso passa a 
ser mais bem avaliado no seu contexto global pela ESF. É feita a tentativa de se seguir as indicações feitas 
pelo programa. 
Dentre os Idosos atendidos é possível relatar um caso interessante. 
Desconheço um caso que seja diferente merecendo ser relatado. 
 
 
AVALIAÇÃO 06: Distrito Venda Nova 
 
Que avaliação a unidade tem do programa e se se teve algum impacto? 
Achamos que o programa teve um impacto positivo nas equipes, na medida em que nos auxilia no manejo 
de condições crônicas e na abordagem do idoso frágil. 
 
 Como a unidade recebeu (atendeu as expectativas) a CONTRA REFERENCIA? 
 Superou as expectativas, apesar de em alguns casos não termos recebido a contra referência. 
 
Qual a avaliação desta Contra referencia para a APS (as sugestões são possiveis de realizar)? 
 São sugestões adequadas para o PSF. 
 
Qual a mudança na unidade diante do atendimento ao Idoso pós avaliação no Centro mais vida? 
 Maior respaldo em nossas condutas. 
 
Dentre os Idosos atendidos é possível relatar um caso interessante? 
Sim. Pcte SVL. 
 
As unidades que realizaram mutirão qual a avaliação desta atividade e qual o resultado após o 
evento? 
 Não se aplica. 
 
Quais as dificuldades encontradas? 
As dificuldades geralmente estão relacionadas aos idosos com insuficiência familiar. Dificuldade de chegar 
ao local onde será atendido devido a localização e distância, nos casos de idosos que nem sempre tem 
acompanhante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
AVALIAÇÃO 07: Distrito Barreiro 
 
A qualidade da assistência oferecida pelo Centro Mais Vida, bem como a forma como o serviço está 
organizado, tem se consolidado como exemplo na questão da integralidade da assistência ao idoso. 
 
É o único serviço onde a contrareferência de fato funciona. Temos recebido as guias por email e seguimos 
o fluxo de acordo com o recomendado, ou seja, se for para a Geriatria Referência, o marcador do SISREG 
faz o agendamento. Em seguida o contato com o paciente. Caso o paciente tenha indicação de ser 
acompanhado pela equipe da família, o plano de cuidado é repassado para as equipes. 
 
O plano de cuidados por sua vez é preenchido com riqueza de detalhes que favorece o trabalho de 
generalista e clinico. 
 
Criamos uma pasta no sistema, onde arquivamos todas as guias de contra-referência enviadas pelo Centro 
Mais Vida, o que nos auxilia no controle desses usuários. 
 
Nós, funcionários do Centro de Saúde Regina gostaríamos de parabenizar a todos os profissionais 
envolvidos nesse programa e dizer que a contribuiçãoque estão dando é fundamental para a melhoria da 
qualidade da assistência aos nossos idosos. 
 
PARABÉNS 
28/12/2011 
 
 
AVALIAÇÃO 08: Distrito Nordeste 
 
AVALIAÇÃO 
A avaliação da equipe e dos pacientes é excelente. O profissional da unidade de saúde se sente seguro 
para conduzir os casos, a partir da contra referência enviada pelo Centro Mais Vida, especialmente pela 
avaliação óssea dos pacientes. Os pacientes ficaram de fato maravilhados com o atendimento recebido. 
 
Percebemos que a demanda destes usuários diminuiu, pois os mesmos se sentiram valorizados com o 
atendimento recebido e ainda com o “atestado de saúde” que ganharam. Eles ficaram mais tranqüilos e por 
isso passaram a vir menos à unidade de saúde. 
 
Outra percepção da equipe do Centro de Saúde é a melhora da força muscular dos pacientes que iniciaram 
tratamento para osteoporose. 
 
Por fim, os nossos trabalhadores e usuários agradecem ao Centro Mais Vida pela oportunidade 
pela integração, parceria. O benefício é para todos nos que lutamos pela qualidade dos serviços do SUS 
para o nosso idoso. 
 
Att. 
 
 
AVALIAÇÃO 09: Distrito Nordeste 
O centro de saúde avaliou como de grande importância a implantação do Programa Mais Vida, com impacto 
positivo. As contra-referências foram bem vindas, sendo que um aspecto positivo do Mais Vida em Casa, é 
que as contrareferências são mais rápidas. 
 
Os plano de cuidados são implantados na íntegra em alguns casos e em outros, a estrutura familiar, e a 
realidade local, não permitem que tudo seja implantado da forma que foi proposto. Alguns profissionais 
ainda não aderiram ao programa, tendo dificuldade em compreender as propostas do plano de cuidados e 
teremos que investir mais nestes profissionais para o próximo ano. 
 
O mutirão foi um acontecimento importante para a comunidade, que avaliou positivamente o trabalho. A 
Equipe considerou que foi um sucesso. 
 
 
 
 
 
44 
 
AVALIAÇÃO 10 Regional Leste 
 
O programa mais vida teve algum 
impacto na assitência ao idoso? 
SIM. É UM APOIO IMPORTANTE E SIGNIFICATIVO AO 
ACOMPANHAMENTO REALIZADO PELAS ESF. 
As contra referências atenderam as 
expectativas das unidades? 
SIM. APÓS A AVALIAÇÃO A EQUIPE TEVE COMO PERCEBER 
MELHOR O SEUS USUÁRIOS IDOSOS E AGIR COM MAIS 
SEGURANÇA NESSE ACOMPANHAMENTO. 
Qual a avaliação da contra referência para 
a APS? As condutas e propostas enviadas 
são possíveis de serem realizadas? 
AVALIAMOS COMO BOM. AS CONDUTAS E PROPOSTAS SÃO 
POSSÍVEIS. A DIFICULDADE ESTÁ NO ACOMPANHAMENTO 
DESSE IDOSO QUE MORA EM ÁREA DESCOBERTA DE ESF. 
Houve mudança no atendimento ao idoso 
na unidade pós avaliação no Centro Mais 
Vida? 
SIM. AS ESF FICARAM MAIS SEGURAS EM SUAS CONDUTAS 
COM OS IDOSOS. 
 
Cite dificuldades encontradas e propostas 
para melhoria na assistência ao idoso. 
FAMILIARES POUCO COMPROMETIDOS NO CUIDADO AO 
IDOSO; 
DIFICULDADE DE ACOMPANHAR OS IDOSOS MORADORES EM 
ÁREA DE BAIXO RISCO, SEM COBERTURA DE ESF; 
IDOSOS ACAMADOS SEM POSSIBILIDADE DE SEREM 
ATENDIDOS PELO PROGRAMA 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO 11 Regional Leste 
 
O programa mais vida teve algum 
impacto na assitência ao idoso? 
SIM 
 
As contra referências atenderam as 
expectativas das unidades? 
PARCIALMENTE 
 
Qual a avaliação da contra referência para 
a APS? As condutas e propostas enviadas 
são possíveis de serem realizadas? 
RECEBEMOS AS CONTRA AVALIAÇÕES E FAZEMOS OS 
ENCAMINHAMENTOS PROPOSTOS, BEM COMO OS 
TRATAMENTOS PROPOSTOS. 
Houve mudança no atendimento ao idoso 
na unidade pós avaliação no Centro Mais 
Vida? 
HÁ UMA COMPLEMENTAÇÃO AS ATIVIDADES JÁ REALIZADAS 
NA UNIDADE. 
 
Dentre os idosos atendidos é possível 
relatar um caso interessante? 
NÃO 
Para as unidades que realizaram mutirão 
avaliar o impacto e resultado desta ação 
na assistência ao idoso. 
MELHORIA NA ASSISTENCIA EM GERAL. 
Cite dificuldades encontradas e propostas 
para melhoria na assistência ao idoso. 
AS DIFICULDADES MAIORES SÃO ENCONTRADAS EM 
RELAÇÃO A IDOSOS QUE NÃO POSSUI UM CUIDADOR OU 
ALGUÉM DA FAMÍLIA QUE POSSA ACOMPANHAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
 
AVALIAÇÃO 12 Regional Leste 
 
O programa mais vida teve algum 
impacto na assitência ao idoso? 
O PROGRMA MAIS VIDA PROPORCIONOU MAIOR 
SEGURANÇA A TODOS OS PROFISSIONAIS EM RELAÇÃO 
AO ATENDIMENTO AO IDOSO. PERCEBE-SE UM RESPAUDO 
EM SUAS INTERVENÇOES, 
As contra referências atenderam as 
expectativas das unidades? 
SIM 
Qual a avaliação da contra referência para 
a APS? As condutas e propostas enviadas 
são possíveis de serem realizadas? 
AS CONTRA REFERENCIAS SÃO COMPLETAS E MUITO 
UTILIZADAS POR TODA A EQUIPE E TAMBEM PELA FAMILIA 
DO USUÁRIO. PERCEBE-SE QUE AS CONDUTAS E 
PROPOSTAS SÃO POSSIVEIS DE SEREM REALIZADAS 
Houve mudança no atendimento ao idoso 
na unidade pós avaliação no Centro Mais 
Vida? 
SIM. APÓS O MAIS VIDA A EQUIPE CONSEGUIR FAZER UM 
PLANEJAMENTO DE SUA ASSISTENCIA DE FORMA 
PLANEJADA , SISTEMATICA E EM EQUIPE 
Dentre os idosos atendidos é possível 
relatar um caso interessante? 
 
Para as unidades que realizaram mutirão 
avaliar o impacto e resultado desta ação 
na assistência ao idoso. 
NÃO REALIZAMOS 
Cite dificuldades encontradas e propostas 
para melhoria na assistência ao idoso. 
PEGAR A DENSIOMETRIA OSSEA NO CENTRO MAIS VIDA 
PARA A FAMILIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
5. VISITA GUIADA AO INSTITUTO JENNY DE ANDRADE FARIA/SMSA-PBH 
 
 
ATIVIDADE/ESPECIALIDADE 
Checklist Visto do profissional 
Inicial Final 
SIM NÃO SIM NÃO 
PESO, ESTATUTA E CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA 
 
EXAMES 
COMPLEMENTARES 
Laboratório Central 
Eletrocardiograma 
Densitometria óssea 
TC crânio 
FISIOTERAPIA 
Comprometimento da mobilidade: 
 Presença de limitação para as funções de alcance, preensão e pinça; 
 Presença de limitação da postura, marcha e/ou transferência 
 Redução da capacidade aeróbica; 
 Incontinência esfincteriana: urinária e/ou fecal 
 
Indicação de dispositivo de auxílio à marcha 
TERAPIA OCUPACIONAL 
Perda de AVD por: 
 Incapacidade cognitiva 
 Alteração da mobilidade: 
 Incapacidade comunicativa: Deficiência visual 
 
Pacientes com demanda de adaptação ambiental. 
Presença de restrição no lazer, trabalho/atividades produtivas; 
Necessidade de orientações para a reorganização da rotina e adaptação do ambiente; 
Sobrecarga do cuidador 
FONOAUDIOLOGIA 
Presença de incapacidade comunicativa: 
 Alteração da audição: hipoacusias em geral 
 Alteração na fala, voz ou motricidade orofacial 
 
Presença de incapacidade cognitiva com suspeita de DFT 
Presença de instabilidade postural associada à VPPB ou outras vestibulopatias 
SERVIÇO SOCIAL 
Idosos com insuficiência familiar: idoso sem vínculo familiar e/ou conflitos familiares 
Idosos em situação de violação de seus direitos e violência: abandono, negligência, maus-
tratos, abuso financeiro, abuso psicológico e abuso sexual; 
 
Falta de aposentadoria ou benefício de prestação continuada; 
Situações de risco social: presença de isolamento social e/ou ausência de suporte social 
formal ou informal; 
Sobrecarga do cuidador 
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 
Polifarmácia excessiva caracterizada por utilização de 10 ou mais medicamentos; 
Polifarmácia (utilização de 05(cinco) ou mais medicamentos) associada a: 
 Suspeita de adesão inadequada ao tratamento; 
 Suspeita de automedicação 
 Suspeita de interações de relevância clínica 
 Dificuldades para a compreensão do tratamento 
 Esquemas posológicos complexos e uso de dispositivosespeciais 
 Necessidade de ajuste da dose com alterações nas formas farmacêuticas 
 Relato de reações adversas a medicamentos; 
 Seguimento farmacoterapêutico e monitoramento clínico de drogas específicas 
NUTRIÇÃO 
Desnutrição 
Diabetes Mellitus descompensada 
Hipertensão arterial de difícil controle 
Dislipidemia de difícil controle ou associada à desnutrição 
Disfagias para determinação da consistência da dieta 
Estados Catabólicos: úlcera de pressão, neoplasia e fratura fêmur recente 
Insuficiência renal crônica associada à desnutrição 
Obesidade Moderada a Grave: IMC ≥ 35 Kg/m2 
 NEUROPSICOLOGIA 
Pacientes com déficit cognitivo para distinção de: 
 Envelhecimento normal e Comprometimento Cognitivo Leve (CCL); 
 CCL e Doença de Alzheimer 
 Rastreamento para comprometimento vascular; 
 Rastreamento para pseudodemência; 
 Rastreamento para demências não – Alzheimer. 
 
PREENCHIMENTO E ENTREGA DO QUESTIONÁRIVO DE SATISFAÇÃO 
47 
 
 
 
6. Síntese e Perspectivas: Dr. Renato Tasca (OPAS/OMS Brasil) 
6.1 Pontos debate 
 
a) Repensar conceito ‘Idoso’ – etapa ciclo de vida (idade marcador) x conceito; 
b) Conflito idoso doente – trabalhar na perspectiva do envelhecimento saudável, de uma condição 
normal ciclo de vida; 
c) APS como centro da atenção à saúde do idoso – como a APS se organiza para atenção ao 
envelhecimento saudável e como a APS garante o vínculo na assistência; 
d) Rede – como organizar a atenção ao idoso, com forte regulação da APS, garantindo a 
continuidade do cuidado nos outros pontos de atenção; 
e) Idoso é usuário sócio-sanitário, precisa investir na integração com assistência social, permitindo 
o suporte necessário para promover a autonomia e independência; 
f) Trabalhar com inovação no modelo de atenção, adotando e investindo na implementação de 
ferramentas como autocuidado, plano de cuidado, interdisciplinaridade, mudança no modelo 
tradicional de referência e contra-referência. 
 
 
6.2 Proposta de Encaminhamento 
 
Trabalhar este tema (envelhecimento saudável) por meio da metodologia que a OPAS vem 
trabalhando – Laboratórios de Inovação - investindo nas áreas de: 
 
 Produção de evidência da mudança do modelo de atenção ao idoso - práticas, instrumentos, 
ferramentas que envolvem a reorientação da APS, a gestão da clínica, as mudanças das práticas 
tradicionais de referência e contra-referência, a abordagem interdisciplinar e intersetorial; 
 
 Sistematização e divulgação – podendo ser utilizadas as linhas de produção da OPAS – Série 
NavegadorSUS, Série Inovação na Gestão (impressas ou online) e utilizando o ambiente web do 
Portal para Gestores em Redes e APS (http://new.paho.org/bra/apsredes/) para divulgação de 
estudos, relatos, vídeos, documentários ou outras mídias; 
 
 Comunidade de prática – constituir uma rede para intercâmbio de informações e conhecimentos 
relativo ao tema envelhecimento saudável, envolvendo outros municípios, estados e países. 
 
 
 
48 
 
 
7. Referências bibliográficas 
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Núcleo Técnico da Política 
Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2004; 
 
 Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Portaria MS/GM nº 
2.528 de 19 de outubro de 2006; 
 
 Brasil. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso. Lei n° 10.741, de 1º de outubro de 2003; 
 
 Brasil. Ministério da Saúde. Pacto pela Saúde 2006. Portaria MS/GM nº 399, de 22 de 
fevereiro de 2006; 
 
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Política nacional de 
promoção da saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília: 
Ministério da Saúde, 2006; 
 
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Núcleo Técnico da Política 
Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2004; 
 
 Mendes, Eugênio Vilaça. As redes de atenção à saúde. Belo Horizonte, ESP-MG, 2009; 
 Ministério da Saúde. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças 
Crônicas Não Transmissíveis (DNCT) no Brasil, 2011; 
 Kurtz S. et al. Marrying Content and Process in Clinical Method: Enhancing the 
Calgary-Cambridge Guides. Academic Medicine, 78:802-809, 2003; 
 
 Heflin M.T., Schmader K.E., Sokol H.N. Geriatric Health Maintenance. Disponível 
online no site www.uptodate.com, 2009; 
 
 Schmidt M.I. et al. Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current 
challenges. Lancet, 377:1949-1961, 2011; 
 
 Moraes E.N. Avaliação Multidimensional do Idoso: a consulta do idoso e os 
instrumentos de rastreio. Folium, 3ª ed, 2010; 
 
 Moraes E.N., Lanna F.M. Incapacidade cognitiva: abordagem diagnóstica e 
terapêutica das demências no idoso, Folium, 2010; 
 
 Moraes E.N. Princípios Básicos de Geriatria e Gerontologia. Coopmed, Belo 
Horizonte, 2009; 
 
 Moraes E.N., Marino M.C.A, Santos R.R. Principais síndromes geriátricas. Rev Med Minas 
Gerais, 20:54-66, 2010; 
 
 Moraes E.N., Lanna F.M., Lima S.P.P. Características biológicas e psicológicas do 
envelhecimento. Rev Med Minas Gerais, 20:67-73, 2010; 
 
 Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. Disponível no site 
www.saúde.gov; 
 
 U.S. Preventive Services Task Force. Guide to Clinical Preventive Services. 
Disponível online no site www.ahrq.gov , 2011;

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