Buscar

TEP 2

Prévia do material em texto

Disciplina: Técnicas de Exame Psicológico II
Caros alunos e alunas: Esta coletânea de textos aborda conteúdos desenvolvidos durante as aulas ao longo do semestre. Trata-se de um material de apoio que está articulado com os planos de aula e com os livros didáticos desta disciplina. Observo, ainda, que existe outro material disponível na xerox da unidade. Assim, convido cada um de vocês a ler e, especialmente, analisar os textos propostos. Espero, portanto, que esta análise promova reflexões que potencializem novos saberes e horizontes! 
	Boa leitura! Bom estudo!	
TEXTO 1
 Introdução às técnicas projetivas[1: Resumo elaborado pelo professor José Luís Costa (extraído do material do acervo, SIA, UNESA, 2016). ]
Os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de comportamentos de indivíduos com o objetivo de descrever e/ou mensurar características e processos psicológicos (CFP, 2004).
Processos psicológicos: Cognição/inteligência. Emoção/afeto. Motivação. Psicomotricidade. Atenção. Memória. Percepção entre outras possibilidades.
Um teste é constituído por um conjunto de tarefas padronizadas que são executadas pelo avaliando. Exemplos: desenhar, resolver um problema. **Amostra do comportamento: com base nessa amostra, é viável inferir comportamentos futuros. ** Mensurar e descrever: aspectos quantitativos e qualitativos. 
POR QUE MENSURAR (quantificar) ou descrever características e processos psicológicos? Para estabelecer diferenças entre os indivíduos ou do mesmo indivíduo em situações diferentes. ** Com base nessas constatações: predizer comportamentos, planejar intervenções, orientar pessoas ou atender a demandas de terceiros (que solicitaram um processo de avaliação psicológica).
Em que situações os testes são utilizados? Em situações de pesquisa e de ensino: Construção de novos testes e atualização dos já existentes; formação do profissional de psicologia. ** Em situações de avaliação psicológica. 
Avaliação psicológica: Processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupos de pessoas que, de acordo com cada área do conhecimento, requer metodologias específicas. **Tem a finalidade de subsidiar intervenções do psicólogo em diferentes contextos tais como: saúde, trabalho, educação, esporte, forense e jurídico. **Requer um planejamento prévio e cuidadoso, de acordo com os fins aos quais se destina. ** Para este processo, o psicólogo poderá (ou não) utilizar testes psicológicos.
Importante: O psicólogo, antes de utilizar um teste, deve consultar a lista dos testes que apresentam parecer favorável no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI). ** Este sistema foi criado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP),em 2003, com a finalidade de determinar quais testes são considerados como psicológicos ou não. A lista está disponível no site do CFP (http://satepsi.cfp.org.br)
▪ Cuidados básicos na aplicação de testes psicológicos: A aplicação dos testes: Na apresentação dos testes aos sujeitos dever-se-á ter em conta: ▪ Rapport, esforço do avaliador para despertar a motivação do sujeito para realizar o teste, obter a sua cooperação e encorajá-lo a responder de modo adequado; ▪ O avaliador deverá ser uniforme em todas as aplicações de um mesmo teste (padronização); ▪ Especificidades na forma de motivar adultos e crianças.
A aplicação dos testes: ▪ Ter consciência da importância: ▪ De cumprir os princípios básicos e de que interferências em relação às condições previstas poderão limitar ou prejudicar a generalização dos resultados. ▪ Preparação antecipada dos examinadores, assume muitas formas (não pode haver urgências na avaliação psicológica): ▪ Memorizar as instruções verbais exatas; ▪ Preparação dos materiais; ▪ Familiaridade com os procedimentos específicos da avaliação; ▪ Treino supervisionado na aplicação do teste; ▪ Se existirem auxiliares do avaliador, definir com clareza o seu papel.
▪ Condições de avaliação: ▪ Aspetos relacionados com o espaço físico; ▪ Fatores do ambiente; ▪ Suporte de realização do teste (e.g., folhas de autorresposta); ▪ O avaliador ser conhecido ou não da pessoa avaliada; ▪ A atitude e o Comportamento geral do avaliador; ▪. Ser avaliado sozinho ou em grupo.
Mensuração da personalidade: ▪ Os testes de personalidade preocupam-se com os aspetos afetivos (ou não intelectuais) do comportamento; ▪ Na terminologia dos testes psicológicos, o título “testes de personalidade”, geralmente se refere a: ▪ Ajustamento emocional; ▪ Relações sociais; ▪ Motivação; ▪ Interesses e atitudes.
Estratégias de avaliação da personalidade: Não se verifica consenso no que concerne às técnicas para a medição da personalidade; ▪ Cada modelo da personalidade tem a sua perspectiva de avaliação da personalidade; ▪ Alport (1937) definiu 2 filosofias para a avaliação da personalidade: 1. Perspectiva nomotética: enfatiza as características comuns entre os indivíduos. Segundo esta perspectiva, a melhor forma de estudar o sujeito é estudar o grupo; 2. Perspectiva idiográfica: considera que cada indivíduo é único, focando aspetos que diferenciam os seres humanos.
1. Perspectiva nomotética ▪ Afirma que todos os indivíduos têm uma semelhança notável entre eles; ▪ A avaliação incide sobre aquilo que nos torna parecidos; ▪ Trata-se de uma análise interindividual onde se privilegia os dados normativos e os resultados de grupos, em relação aos quais se irão comparar os resultados do indivíduo. ▪ Daqui resultam os testes objetivos, muito ligados à corrente psicométrica e comportamentalista. (No entanto, ninguém vive apenas em função dos outros, em função do grupo)
2.Perspectiva ideográfica: Afirma que cada indivíduo é um ser único, diferente de todos os outros; ▪ A avaliação psicológica incide sobre os elementos que tornam aquele indivíduo o único ser da sua espécie; ▪ Trata-se de uma análise interindividual. ▪ É muito defendida pelas correntes humanista, existencialista, e psicanalítica. (No entanto, ninguém vive isolado numa ilha, daí a impossibilidade de manusear as variáveis que dizem respeito ao indivíduo de forma isolada).
Síntese: Nenhuma das perspectivas está totalmente certa ou errada; ▪ O ideal seria conseguir avaliar o indivíduo, conseguindo compreender tudo o que o torna único e ao mesmo tempo igual ou semelhante aos outros; ▪ Este objetivo pode ser realizado através da utilização complementar de vários testes. 
A avaliação da personalidade: Existem 3 grandes métodos de avaliação ->1) Entrevista. 2) Testes objetivos. 3) Testes projetivos.
Técnicas psicométricas – testes objetivos: ▪ A psicometria procura explicar o sentido que têm as respostas dadas pelos sujeitos a uma série de tarefas, tipicamente chamadas de itens; ▪ Os testes objetivos baseiam-se numa perspectiva comportamentalista: ▪ (A pessoa que melhor conhece o sujeito é o próprio sujeito e a forma mais eficaz de conhecer a sua personalidade é tratá-lo/questioná-lo diretamente).
Técnicas psicométricas – testes objetivos. O sujeito apenas responde em relação àquilo que tem consciência; ▪ Este aspeto constitui um limite, uma vez que os conteúdos inconscientes não são tidos em conta (i.e., não se atende à subjetividade do sujeito); ▪ O sujeito apenas verbaliza o que é consciente; ▪ Tem como vantagem: ▪ Saber o que o sujeito pensa de si próprio.**Apesar dos limites: ▪ Os testes objetivos dão uma boa informação para planejar uma intervenção psicológica, uma vez que permitem ter uma ideia acerca da imagem que cada um tem de si. ▪ O ideal seria combinar os dois tipos de testes (uma vez que estes se complementam): ▪ Objetivos + projetivos.
A natureza das técnicas projetivas: A principal característica distintiva das técnicas projetivas está na apresentação de uma tarefa relativamente não estruturada: ▪ i.e., uma tarefa que permite uma variedade quase ilimitada de respostas possíveis (Anastasi,1977). ▪ A fim de permitir o livre jogo da imaginação da pessoa: ▪ São apresentadas apenas instruções breves e gerais; ▪ Os estímulos dos testes são geralmente vagos eambíguos.
A hipótese implícita (técnicas projetivas): ▪ É que a maneira de perceber e interpretar o material do teste ou “estruturar” a situação reflete aspetos fundamentais do funcionamento psicológico do sujeito; ▪ O instrumento permite uma variedade quase ilimitada de respostas, que permitem o livre jogo da imaginação da pessoa. (i.e., espera-se que os materiais do teste sirvam como uma espécie de tela) na qual o sujeito “projeta” suas agressões, seus conflitos, seus medos, suas necessidades e seus processos característicos de pensamento (Anastasi,1977).**Cabe considerar que, enquanto sujeitos psicológicos, sentimo-nos incomodados com situações “inacabadas” ou pouco “estruturadas” e, por isso, tendemos a “fechá-las” (ou seja, fazer a gestalt). **Tal efeito ocorre porque ao captarmos o estímulo pouco estruturado através dos órgãos do sentido (visual), sentimos necessidade de completá-los e o fazemos com algo que é nosso: ▪ (i.e., algo que está intimamente ligado às nossas crenças, nossas experiências que são projetadas ali naquele estímulo). ▪ Fazemos assim devido ao incômodo da dificuldade de interpretá-lo. **Ao proceder desta maneira (estruturar um estímulo pouco estruturado), promovemos uma distorção do mesmo – “jogamos” ali algo que é nosso. ▪ A partir de então interpretamos o estímulo já modificado. ▪ Isto esclarece a razão de os testes projetivos se constituírem como tarefas mais agradáveis e menos ansiogênicas.
Conceituação e importância: As técnicas projetivas são instrumentos auxiliares na investigação diagnóstica no contexto da avaliação psicológica e podem ser utilizadas em várias áreas da atuação profissional.
Referências:Anastasi, A.; Urbina, S. Testagem psicológica. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000 (Cap. 15, técnicas projetivas) ▪ Anastasi, A. Testes psicológicos. São Paulo: EPU, 1977; cap. 19, técnicas projetivas (pag. 592 a 624) ▪ Para verificação dos testes aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), consultar o site: 
http://www2.pol.org.br/satepsi/sistema/admin.cfm
TEXTO 2 
O conceito de projeção (ampliando conhecimentos)
Conceito de Projeção: L. K. Frank, em 1939, usou pela primeira vez a expressão “projetivo” enquanto algo relacionado a manifestações inconscientes em produções humanas. ** Utilizou o a expressão “Métodos Projetivos” para explicar a relação de “parentesco” existente entre o teste de Associação de Palavras de Jung de 1904, o teste de manchas de tintas de Rorschach de 1920 e o TAT (Teste de Apercepção Temática) de Murray em 1935.
Métodos projetivos são técnicas utilizadas para investigação global da personalidade e de sua da dinâmica. **Aborda-se a personalidade como uma estrutura em evolução, cujos elementos constitutivos estão em relação. 
O estudo da projeção está associado a diversas áreas do conhecimento, entre elas encontramos a física, a fisiologia, a neurologia e a psicologia. Em todas essas áreas existe um ponto em comum relacionado ao significado do termo projeção: perspectiva de deslocamento de algo que no trajeto passa por alterações que resultam em algo “novo”, com alguma similaridade que o remete ao objeto original.
O termo projeção tem sua origem vinculada aos estudos da neurofisiologia: operação pela qual um evento é deslocado do meio externo e localizado no meio interno, correspondendo às respostas do organismo às sensações e percepções neurológicas que lhe forem provocadas. No campo da ótica: traz a noção de projeção luminosa sobre uma superfície. Exemplo: teatro de sombras, cinema. 
Influências para a Psicologia Projetiva: Duas correntes influenciaram a Psicologia Projetiva e, consequentemente, os métodos projetivos: Psicologia da Gestalt e Psicanálise 
(A) Psicologia da Gestalt: os métodos projetivos procuravam descobrir as formas perceptivas e intelectuais e suas leis a partir da apresentação de figuras ambíguas. **Entretanto, a Psicologia Projetiva amplia a Psicologia da Forma, interessando-se pelas relações do homem com os outros, ao mesmo tempo que pelas relações do homem com seu mundo vivenciado já que os métodos projetivos constituíram-se como uma forma de abordar a personalidade e não a percepção.
(B) Psicanálise: ocorre nos métodos projetivos um processo muito próximo às associações livres em um processo de análise. **As respostas dadas pelo examinando são determinadas pela organização individual da personalidade, ou seja, por sua história de vida, pela dinâmica da personalidade, por suas tendências e conflitos.
Significado do termo projeção na perspectiva freudiana: a utilização do termo projeção ocorreu em – linhas gerais – em dois momentos: 
1º momento: o processo de projeção teria um sentido catártico (“expulsar” sentimentos que a pessoa não tolera vivenciar, deslocando tais sentimentos para o outro que passam a ser vivenciados como tendo origem nesse outro. Ou seja, eles estão no outro e não em mim (“Projeção catártica”).
É possível encontrar, em diversos textos, referências ao processo de deslocamento das representações, que constitui a base do conceito de projeção. Porém, Freud (1911/1948) só vai desenvolver melhor este termo quando examina a biografia do presidente Schreber. Neste momento, a projeção ainda é um conceito limitado, pois trata apenas do deslocamento de sentimentos hostis sobre outra pessoa:
"Na produção de sintomas da paranoia ressalta, em primeiro termo, aquele processo que designamos com o nome de projeção. Nele uma percepção interna é reprimida e como sua substituição, seu próprio conteúdo, depois de sofrer uma deformação, vai surgir na consciência como percepção vinda do exterior." (FREUD, 1911/1948, p.686)[2: Extraído de: PINTO, Elza Rocha. Conceitos fundamentais dos métodos projetivos. Ágora (Rio J.),Rio de Janeiro , v. 17, n. 1, p. 135-153, June 2014 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo . Acesso em: 10 fev. 2016. ]
Exemplos de projeção em situações do cotidiano: manifestações de preconceito também podem ser entendidas como projeção, porque podem desvelar “aquilo que eu não suporto apresentar”. Assim, o preconceito dirigido ao “louco” ou ao homossexual.
2º momento: No segundo momento Freud conclui que as pessoas podem projetar também o que não conhecem, mas precisam significar. Ex.: Superstições, tais como: pé de coelho ou ferradura, figa, dentre outros, que fazem “acreditar “.que a pessoa tem algum tipo de controle sobre isso, ou seja: “se eu tiver um pé de coelho ou uma ferradura, terei sorte.” Nesse caso, houve a projeção do que não se conhece, porém atribuindo-se um significado, da ordem do mágico. 
Em Psicopatologia da vida quotidiana (1901-1904/1948), no tópico sobre Crença no acaso e superstição, o conceito de projeção foi utilizado de uma forma suficientemente ampliada para permitir englobar uma gama maior de fenômenos. Freud trabalha a ideia do determinismo psíquico, e para exemplificar, analisa a crença na superstição. Compara os mecanismos psíquicos do paranoico e do supersticioso. O paranoico, de forma inconsciente, projeta na vida psíquica dos outros aquilo que existe na sua. Quanto ao supersticioso, Freud lembra que essa pessoa, por desconhecer a causa interior, acaba projetando a causalidade psíquica no exterior, distorcendo aperceptivamente a realidade, para usar o termo de Herbart, e interpretando como intencionais determinados fatos que são apenas casuais. Ou seja, o indivíduo vai atribuir uma significação aos fatos externos, sentindo, de algum modo, que estes têm correspondência com seus próprios sentimentos e representações, ocultos por serem inconscientes:
"O supersticioso, por ignorar a motivação dos próprios atos casuais e porque o fato desta motivação luta por ocupar um lugar no campo de seu reconhecimento, se vê forçado a transportá-la ao mundo exterior por meio de um deslocamento. (...) Creio, com efeito, que grande parte daquela concepção mitológica do mundo que ainda perdura no fundo das religiões mais modernas não é outra coisa que psicologia projetada no mundo exterior." (FREUD, 1901/1948, p.756)[3: Idem : citação nota derodapé 2. ]
- A projeção, revisitada dentro da vida cotidiana e normal, ganha outra qualidade. Além do significado da expulsão paranoica, passa a representar também o simples desconhecimento, por parte do sujeito, de desejos e emoções que não são aceitas por ele como sendo seus (ou então dos quais é parcialmente inconsciente), e cuja existência atribui à realidade externa (PINTO, 2014).
Então, já sabemos que projeção não é apenas no sentido de catarse (expulsão) daquilo que não suportamos vivenciar, mas também é a projeção de algo que está em mim, mas que eu preciso significar.
O desdobramento do termo ganha um contorno definitivo em Totem e tabu. Mitos e tabus contêm fantasias que seriam projeções do psiquismo. O "deslocamento para fora", o qual é a essência da projeção, mescla-se à atribuição de qualidades ao objeto externo. Algumas vezes, as fantasias são carregadas de afetos negativos e inconscientes, como nas projeções que criam o mito dos demônios e fantasmas. Outras vezes, as projeções carregam fantasias positivas — benéficas e bondosas —, gerando mitos de deuses, anjos e entidades protetoras. Enquanto mecanismo de defesa, para solucionar conflitos, a projeção é inconsciente; porém, Freud (1913/1948) entende que algumas vezes as fantasias projetadas para o exterior podem ser conscientes.
"Porém a projeção não é unicamente um meio de defesa. Podemos observá-la também em casos onde não existe conflito. A projeção para o exterior de percepções interiores é um mecanismo primitivo, ao qual nossas percepções sensoriais se acham também submetidas, e que desempenham um papel essencial em nossa representação do mundo exterior." (FREUD, 1913/1948, p.454 apud PINTO, 2004)
Características das técnicas projetivas: Liberdade de expressão nas respostas: “associação livre” da psicanálise. **Tempo maior de aplicação. Material ambíguo, vago, manchas, figuras, instruções mais livres. ** Inquérito no final da aplicação para conhecimento da dinâmica psíquica.
Tipos de Projeção atuantes nas técnicas projetivas:
PROJEÇÃO ESPECULAR: características particulares ou desejadas projetadas em outra pessoa (indistinção primitiva da imagem de si e do outro).** Na projeção especulara palavra-chave é reencontro. Especular = espelho. Nesse tipo de projeção é atribuído ao outro, aspectos que a pessoa apresenta ou gostaria de apresentar. Ex.: relação fã/ídolo.
PROJEÇÃO CATÁRTICA: características que pretende não ter e que recusa considerar como sua e das quais se livra por catarse, deslocando-as para outra pessoa. Na projeção catártica a palavra-chave é expulsão = catarse. Exemplo: preconceito, seja de gênero, etnia ou de religião.
PROJEÇÃO COMPLEMENTAR: características, sentimentos e atitudes atribuídos a outra pessoa para justificar os seus. Na projeção complementar a palavra-chave é justificativa. Exemplo: O aluno não quer estudar e culpa a professora dizendo: “eu não estudo por que ela é chata”.
Categorias de técnicas projetivas: Temáticos: revelam conteúdos significativos da personalidade (Ex.: T.A.T.). **Dados sobre: natureza dos conflitos, desejos fundamentais, reações ao ambiente, mecanismos de defesa, momentos chaves da história de vida. **Estruturais: revelam um corte representativo do sistema da personalidade (Ex.: Rorschach). **Dados sobre: equilíbrio, maneira de apreender o mundo, sistema da personalidade.
Referência Bibliográfica: ANZIEU, Didier. Os métodos projetivos. Rio de Janeiro: Campus, 1979.**PINTO, Elza Rocha. Conceitos fundamentais dos métodos projetivos. Ágora (Rio J.), Rio de Janeiro , v. 17, n. 1, p. 135-153, June 2014 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo . Acesso em: 10 fev. 2016.
TEXTO 3
Considerações sobre a validade e precisão nas técnicas projetivas e sobre as técnicas projetivas na atualidade[4: Elaborado pela Professora Hillevi Santos Soares. Extraído do material de Acervo, SIA, UNESA. ]
Considerações sobre a Validade e Precisão nas Técnicas Projetivas: São inúmeras as técnicas projetivas. Com relação a algumas técnicas encontramos muitos dados, embora sua interpretação continue muitas vezes incerta. A respeito de outras pouco se sabe, seja porque são recentes ou porque a verificação objetiva é dificultada pela natureza intrínseca dos instrumentos ou pelas atitudes de seus expositores (Anastasi,1977).Segundo a referida autora, algumas questões devem ser consideradas:
a) Simulação: De modo geral os instrumentos projetivos são menos suscetíveis à simulação do que os inventários de auto relatos. Geralmente o objetivo das técnicas projetivas está disfarçado.
b) Variáveis da Situação e do Examinador: Quase todas as técnicas projetivas são inadequadamente padronizadas, tanto com relação a aplicação quanto com relação a avaliação. Todavia, existem provas de que mesmo diferenças sutis na maneira de apresentar as instruções orais e nas relações sujeito-examinador podem alterar, consideravelmente, a realização nesses testes.
c) Normas: Outra deficiência comum à maioria dos instrumentos projetivos, refere-se aos dados normativos. Tais dados podem não existir, ser grosseiramente inadequados ou baseados em populações vagamente descritas.
d) Precisão: Diante dos processos relativamente não-padronizados de avaliação e das inadequações dos dados normativos, a precisão do avaliador torna-se uma consideração importante nos testes projetivos.
e) Validade: Quase todos os estudos publicados sobre validação de técnicas projetivas deixam de apresentar conclusões decisivas por causa de deficiências de processo, seja nos controles experimentais, seja na análise estatística ou em ambas.
Segundo Anastasi (1977), a principal característica distintiva das técnicas projetivas está na apresentação de uma tarefa relativamente não estruturada que geram inúmeras possibilidades de respostas. Tal situação já pode ser considerada pelo jovem psicólogo como um problema ou dificuldade para sua atuação.
 Igualmente séria é a falta de objetividade na avaliação. Mesmo quando se tenham desenvolvido sistemas objetivos de avaliação, os passos finais, na avaliação e integração dos dados brutos, dependem da habilidade e da experiência clínica do examinador. Essa situação tem várias implicações. Em primeiro lugar, reduz o número de examinadores qualificados para empregar a técnica e, assim, limita a amplitude de sua aplicação efetiva. Significa, também, que os resultados obtidos por diferentes examinadores podem não ser comparáveis, fato que dificulta a pesquisa com o instrumento. Contudo, a implicação mais inquietadora talvez seja o fato de a interpretação dos resultados ser, para o examinador, tão projetiva quanto os estímulos do teste são para o sujeito. Em outras palavras, a interpretação final das respostas ao teste projetivo pode revelar mais coisas a respeito da orientação teórica, das hipóteses prediletas e das características de personalidade do examinador do que a respeito da dinâmica da personalidade do sujeito (Anastasi,1977).
A autora chama a atenção para o fato de muitas vezes, a interpretação e realização em teste projetivo envolvem normas de subgrupo, subjetivas ou objetivas. Assim, o clínico pode ter uma imagem subjetiva e geral do que constitui um esquizofrênico ‘típico’ ou uma realização neurótica em determinado teste. Ou, então, os dados publicados podem apresentar normas qualitativas ou quantitativas que delineiam a realização característica de diferentes grupos diagnósticos. Em qualquer dos casos, as normas do subgrupo podem levar a interpretações falsas, a não ser que os subgrupos sejam igualados quanto a outros aspectos.
Considerações sobre as Técnicas Projetivas no contexto Atual: Quase todos os estudos publicados sobre validação de técnicas projetivas deixam de apresentar conclusões decisivas, por causa de deficiências de processo, seja nos controles experimentais, seja na análise estatística, seja em ambas as coisas. Poucos projetos de pesquisa foram planejados a fim de evitar todos os principais perigos na validação de testes projetivos.
Conforme já assinalado, para Anastasi(1977), no que se refere à Hipótese Projetiva, uma suposição fundamental de todas as teorias projetivas é que as respostas do sujeito a estímulos ambíguos apresentados refletem atributos significativos e relativamente constantes de personalidade. Todavia, existe um grande corpo em expansão de dados de pesquisa, indicando que muitos outros fatores afetam as respostas de teste projetivo do sujeito. Para a amplitude com que foi medida a precisão de reteste, observaram-se, frequentemente, mudanças temporais marcantes, indicando a operação de um erro casual considerável. Vários estudos experimentais, demonstrando a influência de fatores como apetite, falta de sono, drogas, angústia e frustração nessas respostas, forneceram uma prova mais direta com relação à suscetibilidade de respostas do teste projetivo  estados temporários.
Anastasi e Urbina (2000) chamam atenção para o fato de que a maioria dos instrumentos projetivos passou a ser considerada mais como instrumentos clínicos. Assim eles podem servir como auxílios suplementares qualitativos à entrevista nas mãos de um terapeuta experiente. Seu valor como instrumento clínico é proporcional à habilidade do terapeuta e, portanto, não pode ser avaliado independentemente do terapeuta que os utiliza.
Torna-se fundamental a necessidade de sensibilidade, tato e conhecimento na interpretação destas técnicas. As associações produzidas precisam ser interpretadas com tato e cuidado. Ao se lidar com os materiais projetivos, a responsabilidade é muito grande, principalmente porque as interpretações não estarão expostas aos olhares críticos de observadores externos. 
IMPORTANTE: Quando estão em jogo as associações produzidas a partir dos métodos projetivos, é preciso evitar, sobretudo, o risco de a interpretação revelar mais do intérprete do que do sujeito interpretado (PINTO, 2014).
RELAÇÃO DOS PRINCIPAIS TESTES CONTEMPLADOS EM TEP II 
T.A.T (TÉCNICA DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA): Autor: Henry A. Murray.**Objetivo: Investigação da organização dinâmica da personalidade, focalizando as motivações básicas do examinando.**Público: Adolescentes e adultos. **Tipo de Aplicação: Individual.
CAT- A: TESTE DE APERCEPÇÃO INFANTIL (Figuras de Animais): Autores: Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo; Maria Cecília de Vilhena Moraes e Silésia Maria Veneroso Delphino Tosi. **Objetivo: Investigar a dinâmica da personalidade da criança em sua singularidade, de modo a compreender o mundo vivencial da criança, sua estrutura afetiva, a dinâmica de suas reações diante dos problemas que enfrenta e a maneira como os enfrenta.**Público. Crianças **Tipo de Aplicação: Individual 
  HTP (Casa -  Árvore – Pessoa): Autor: John N. Buck** Objetivo: A percepção real ou imaginária do sujeito em relação a si mesmo e às pessoas significativas do seu ambiente. Sua forma de agir, atuar, se posicionar frente ao mundo. Conflitos e sentimentos inconscientes. Coisas que o sujeito não seria capaz de expressar em palavras, mesmo que conscientes. A realização de desejos. Autoimagem idealizada ou realista de si mesmo. A sexualidade. **Público: crianças, adolescentes e adultos. **Tipo de Aplicação: coletiva ou individual.
TESTE PALOGRÁFICO: Autor: Salvador Escala Milá/A.Minicucci. **Objetivo:  recolher e analisar uma variedade de inferências sobre respostas não estruturadas, estilos expressivos, estratégias ou modo de encarar uma situação, entre outros, que demonstrem variáveis como desempenho, ritmo, produtividade, eficácia e traços de personalidade. **Público:  adolescentes e adultos (sem restrições). **Tipo de Aplicação:  individual ou coletiva.
TESTE DE ZULLIGER (Teste Z): Autor:  HanzZulliger** Objetivo: avaliar os aspectos fundamentais do funcionamento psicológico determinando a estrutura básica da personalidade, incluindo aspectos cognitivos e afetivos e colocando em evidência os traços normais e patológicos do indivíduo. **Público: adolescentes e adultos. **Tipo de Aplicação:   individual ou coletiva.
 TESTE DE RORSCHACH: Autor: Hermann Rorschach. **Objetivo: revela a organização básica da estrutura da personalidade, incluindo características da afetividade, sensualidade, vida interior, recursos mentais, energia psíquica e traços gerais e particulares do estado intelectual do indivíduo. ** Púbico: Adolescentes e Adultos. **Tipo de Aplicação: individual e sem limite de tempo.
TEXTO 4
TESTES PROJETIVOS GRÁFICOS
Os testes gráficos mostram uma produção muito próxima do inconsciente, revelando aspectos o que há de mais regressivo e patológico. Logo, é imprescindível a sua comparação com o material coletado em outros testes projetivos e objetivos da personalidade para completar a visão geral que se possui e fazer o diagnóstico sobre bases mais confiáveis.
Conceituação e utilização: O interesse pelas técnicas gráficas surgiu a partir de fontes diferentes: a grafologia, a psicanálise, a teoria da Gestalt, a Psicologia do caráter e a Tipologia.
Caligor (1971) ressalta que o homem tem usado o desenho como forma desenho de comunicação desde os tempos das cavernas. **Paul Schilder (1958) já considerava que os desenhos podem ser estudados durante o tratamento analítico com adultos da mesma forma que o material oferecido pelos sonhos, pois há permanência dos esquemas gráficos que podem ser observados e descritos, revelando aspectos estruturais relativamente persistentes. **Em organizações, os testes gráficos são escolhidos pela simplicidade da sua administração e economia de tempo. Mas é importante que sejam complementados por testes verbais. Mesmo não sendo possível fazer um diagnóstico fino e exaustivo, descartam-se as patologias graves.
 Arzeno (1995) apresenta as seguintes características gerais dos Testes Gráficos: A linguagem gráfica, assim como a lúdica, é a que está mais próxima do inconsciente e do ego corporal.**Consequentemente, oferece maior confiabilidade que a linguagem verbal, a qual é uma aquisição mais tardia e pode ser muito mais submetida ao controle consciente do indivíduo.**É um instrumento acessível às pessoas de baixo nível de escolaridade e/ ou com dificuldades de expressão oral.**Por esse mesmo motivo os testes gráficos são de grande utilidade com  crianças pequenas que ainda não falam com clareza, mas que já possuem um nível excelente de simbolização nas atividades gráficas e lúdicas.**Sua administração é simples e econômica. 
É imprescindível considerar que todo teste gráfico deve ser complementado com associações verbais que possibilitarão uma correta interpretação dos mesmos.
Também se deve considerar o nível sócio-econômico-cultural do indivíduo, sua idade cronológica, seu nível evolutivo e de maturidade. Muitos erros se devem ao desconhecimento da produção típica de cada idade e de cada grupo social.
É importante considerar os indicadores formais para fazer o diagnóstico e, principalmente, o prognóstico. Eles estão menos sujeitos ao controle consciente que aqueles de conteúdo. 
Interpretação dos Testes Gráficos: Visão gestáltica: visão global do desenho. O psicólogo deve observá-lo na sua totalidade com uma atitude de "atenção flutuante"**Proceder a uma análise detalhada dos indicadores formais, dos indicadores de conteúdo, a análise das associações verbais e a análise do conjunto das anteriores. **Elaboração de uma hipótese diagnóstica e prognóstica. **Correlação do material com as entrevistas e outros instrumentos.
O desenho livre: Devemos apresentar o desenho livre como uma forma de expressão dos conflitos. Na clínica, a avaliação infantil é beneficiada com esta técnica. O desenho é capaz de expressar a percepção real ou imaginária do sujeito em relação a si mesmo e às pessoas significativas do seu ambiente.
O que pode ser projetado através do desenho?  Sua forma de agir, atuar, se posicionar frente ao mundo. **Conflitos e sentimentos inconscientes. **Coisas que o sujeito não seria capaz de expressar em palavras, mesmo que conscientes. **A realização de desejos. ** Autoimagem idealizada ou realista de si mesmo.**Aspectos relacionados à sexualidade. **Estressesituacional. 
Limites a serem considerados na análise do desenho: Os aspectos a serem analisados não devem ser vistos isoladamente, e sim em conjunto, e não devem seguir uma receita, o que nos faria correr o risco de uma interpretação equivocada. **Importantíssimo destacar que a análise de um desenho deve ser feita por meio de outros desenhos, da história do sujeito e principalmente do que o sujeito fala acerca do mesmo. **Interpretações são hipóteses e não certezas e não devem se basear em dados isolados ou no imaginário do profissional que o analisa. **O desenho constitui-se não em uma reprodução da realidade, executada pelo sujeito, mas sim uma interpretação dela, "contaminada" por sentimentos, impressões, conceitos e valores adquiridos até o momento em que o sujeito desenha.
Como técnica projetiva, baseou-se inicialmente na pressuposição de que cada desenho é uma representação do autorretrato. **É indicado para uma avaliação da personalidade e de suas interações com o ambiente, bem como para uma avaliação do nível de maturação e do grau de desenvolvimento cognitivo e emocional.
TEXTO 4.1: APLICAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DO TESTE HTP 
Considerações iniciais
H.T.P. (house, tree, person): Desenvolvido por John Buck e divulgado em 1948. **A técnica projetiva H.T.P. (house, tree, person) constitui-se de desenhos temáticos sem modelos, isto é, de realização gráfica a partir de um tema proposto.  Investiga a visão subjetiva que o sujeito tem de si mesmo e de seu ambiente, das coisas que considera importante, das que enfatiza e das que ignora.
- A técnica se constitui em três itens específicos: casa, árvore e pessoa. A escolha destes itens por Buck  foi devido ao fato de que são itens familiares a todos, facilmente aceitos para serem desenhados por todas as idades, estimulam verbalizações mais espontâneas e são simbolicamente férteis em significados inconscientes.** População: O HTP é mais indicado para pessoas acima de 8 anos. 
O psicólogo deve sentar-se de frente ou de lado para o sujeito e explicar que irão realizar uns desenhos com o objetivo de conhecê-lo melhor. ** O tempo é livre para a realização dos desenhos. **Importante: O HTP apresenta uma modalidade acromática e cromática. Neste texto será, inicialmente focalizada a modalidade acormática. 
 Material: Folhas de papel em branco (sulfite), tamanho A4. ** Lápis nº 2 bem apontados. ** Borracha.[5: Buck recomenda incluir um relógio ou cronometro para registra a latência (tempo gasto entre a apresentação de cada instrução e a realização do desenho) e o tempo total utilizado na realização dos desenhos. ]
Observações: Recomenda-se que não exceda uma hora. **A aplicação pode ser coletiva ou individual. **Um traço gráfico isolado nada significa. Cada traço deve ser considerado em conexão com os demais e no contexto geral do desenho.
Etapas da aplicação:
1ª ETAPA: produção gráfica. 2ª ETAPA: inquérito. 
Lembre-se que antes de cada etapa devem ser apresentadas as respectivas instruções 
 Ordem na aplicação da primeira etapa -> 1º Desenho: Casa (a folha é entregue na posição horizontal). ** 2º desenho: Árvore (a folha entregue na posição vertical). ** 3º desenho: Pessoa (folha entregue na posição vertical). **4º desenho: Pessoa (este desenho é FACULTATIVO e a folha entregue na posição vertical): se repete o procedimento da terceira, mas com o cuidado de pedir que agora seja desenhada uma pessoa de sexo oposto àquela primeira desenhada. Portanto, se na terceira folha foi desenhado um homem, agora será desenhada uma mulher (ou vice-versa).
- A apresentação dos itens ao examinando, segue uma ordem que permite uma introdução gradual da tarefa gráfica, os itens psicologicamente mais difíceis de serem desenhados, por provocarem associações mais conscientes, são deixados por último.
 Importante: Com relação ao desenho da pessoa, é importante acrescentar que se qualquer das áreas (Cabeça, corpo ou membros superiores/inferiores) for completamente omitida, a figura está incompleta. **Se for apenas parcialmente omitida (Exemplo: Faltam só as mãos ou só os pés), o desenho é aceito. **Não se deve aceitar caricaturas ou estereótipos.
- Na análise das produções gráficas três aspectos devem ser levados em consideração: O aspecto adaptativo: adequação à tarefa solicitada. **O aspecto expressivo: o estilo particular de resposta do sujeito, revelado através da qualidade gráfica. O aspecto projetivo: a atribuição de qualidades às situações e objetos
HTP + Técnicas Gráficas complementares: Alguns aplicadores aproveitam para pedir que o desenho de uma família. Caso o sujeito pergunte se é a sua família, o aplicador deve sugerir que ele fique à vontade para desenhar a família que quiser. **É imprescindível observar a ordem de colocação das pessoas no papel, pois o sujeito pode iniciar o primeiro membro, o segundo, e deslocar o terceiro para a frente do primeiro, apesar deste ser desenhado por último. ** Além do HTP e do desenho da família, alguns psicólogos também solicitam um desenho livre.
Conforme já comentado, APÓS A REALIZAÇÃO DOS DESENHOS É DESENVOLVIDO UM INQUÉRITO. Nesta etapa é solicitado que o examinando descreva e interprete cada desenho, expressando ideias, sentimentos ou memórias associadas. [6: No Guia de interpretação do HTP são encontradas sugestões para a realização do inquérito. ]
Assim, o principal objetivo do inquérito é compreender o cliente extraindo o maio número possível de informações sobre o conteúdo e o contexto de cada desenho. Acrescenta-se que o inquérito possibilita tirar dúvidas sobre algum detalhe do desenho que não estiver claro. 
- Na aplicação individual: a verbalização do cliente é registrada pelo psicólogo. Já na aplicação coletiva o referido registro é realizado pelo cliente. 
HTP CROMÁTICO (modalidade facultativa): Após a realização dos desenhos acromáticos e o inquérito posterior é solicitado que desenhe uma casa, uma árvore e uma pessoa utilizando os mesmos procedimentos da série anterior. Para esta modalidade, além das folhas de papel são utilizados um conjunto de lápis de cera (crayons) contemplando – pelo menos – 8 cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, violeta, marrom e preto. **No momento do desenho cromático, deve-se retirar da mesa o lápis preto de grafite. **Observa-se que a modalidade acromática é pouco utilizada. [7: Alguns psicólogos, para não fatigar o cliente (aplicação do HTP acromático + aplicação do HTP cromática, solicitam apenas um desenho cromático livre, para o qual podem pedir um título e um breve comentário do desenho. ]
HTP: VANTAGENS e DESVANTAGENS: O desenho além de projetar a imagem corporal, usualmente compõe uma gama de projeções relacionadas ao autoconceito, a imagem ideal do eu, e as atitudes para com os outros, mesmo com o examinador na situação da testagem. 
O teste do desenho pode ser uma expressão consciente, como também incluir símbolos disfarçados e fenômenos inconscientes. O desenho da figura humana é uma das medidas mais utilizá-las pelos psicólogos brasileiros, na maioria das vezes com o intuito de avaliação emocional mais do que cognitiva. **A frequência da utilização dessa técnica, certamente, se deve a sua composição simples, aparentemente objetiva e de baixo custo financeiro. **Por ser um teste não verbal, também oferece a vantagem de aplicabilidade para indivíduos com baixo índice de escolaridade e para estrangeiros que apresentam dificuldade para estabelecer um processo de comunicação em Português. 
Entre os desenhos, é o da figura humana geralmente o mais realizado, mas, paradoxalmente, é também o mais rejeitado. Para Buck (2003), isso está associado ao nível de desajustamento do sujeito, uma vez que evidenciam, mais diretamente, as dificuldades das relações interpessoais e a consciência corporal, mais do que a casa ou árvore.**Outra dificuldade é que nem sempre é fácil desvelar áreas conflitivas, para perceber os potencias de um sujeito, é preciso, além da fundamentação teórica e metodológica, significativa capacidade de atenção.Referência Básica: BUCK, John N. Casa-Árvore – Pessoa. Técnica projetiva do desenho HTP: Guia de interpretação. Vol.1. São Paulo: Vetor, 2009. 
Análise dos dados do HTP: além do conteúdo apresentado em sala de aula e nos livros didáticos da disciplina, deverá ser consultado o material disponível na Xerox do Campus Santa Cruz (Apostila do HTP + listagem dos indicadores para análise da técnica + inquérito. Os dois últimos foram extraídos do livro de John Buck: Casa - Árvore - Pessoa. Técnica projetiva do desenho HTP: Guia de interpretação. Vol.1. São Paulo: Vetor, 2009.
TEXTO 5
TÉCNICAS DE MANCHAS DE TINTA: Rorschach	
TÉCNICA DE RORSCHACH: um pequeno recorte histórico[8: Extraído do plano de aula: 12. ]
Hermann Rorschach, autor do psicodiagnóstico, nasceu em Zurique, Suíça, em 08 de novembro de 1884. Em 1911 inicia seus estudos e pesquisas com manchas de tinta. Seu objetivo era desenvolverum método de investigação da personalidade, situando a interpretação das manchas de tinta no campo da percepção e apercepção. 
 Influenciado pela psicanalítica, Rorschach, juntamente com Zulliger, Ben-Eschenburger, Oberholzer, Biswanger e outros colegas, fundou a Sociedade de psicanálise de Zurique. O trabalho de SymonHensusou utilizando 8 cartões com manchas de tintas não coloridas, investigando o conteúdo das respostas dadas por crianças, adultos normais e psicóticos também influenciaram Rorschach. No ano seguinte, Hermann Rorschach cria 15 pranchas, sendo algumas em preto, outras em preto e vermelho, e ainda outras coloridas. Passa a experimentá-las em seus pacientes em enfermeiras, estudantes de Medicina, crianças e outras pessoas. Rorschach envia suas pranchas para uma editora, para que pudessem ser impressas em série, porém, por exigência do editor, suas pranchas são reduzidas a 10. 
Em junho de 1921, contando com o auxílio e empenho do amigo Morgenthaler, publica o livro "Psicodiagnóstico", contendo as conclusões de seus estudos e experimentos com as pranchas por ele elaboradas. ** Em 1921, faleceu aos38 anos, após a redação de seu trabalho, interrompendo os estudos da técnica "Psicodiagnóstico".**Apenas cerca de dez anos após sua morte, o Psicodiagnóstico de Rorschach se expande para toda Europa e Estados Unidos. Em 1939 foi criado o RorschachInstitute e, quatro anos depois foi realizado o 1º Congresso de Rorschach. Em 1949 foi fundada a Sociedade internacional de Rorschach. No Brasil existe a Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos (ASBRO). A associação foi fundada em junho de 1993. 
É importante observar que a técnica de Rorschach apresenta diferentes sistemas de classificação/interpretação. Atualmente, no Brasil, de acordo com o SATEPSI (Sistema de Avaliação Psicológica) do Conselho Federal de Psicologia, os seguintes manuais (que contemplam diferentes sistemas de classificação/interpretação) têm parecer favorável: “Rorschach Clínico” de Lúcia M. S. Coelho, “O Rorschach: Teoria e Desempenho (Sistema Klopfer)”de Cícero E. Vaz e o “Rorschach: Sistema Compreensivo” de Regina S. G.Fernanades do Nascimento e Antonio C. Pacheco e Silva Neto. 
Caracterização da técnica, objetivo, população indicada. 
O Teste de Rorschach consiste de 10 lâminas com borrões de tinta em preto e branco, preto e vermelho e coloridas. As características das manchas facilitam a associação com conceitos ou afetos.
As 10 lâminas com borrões de tinta que obedecem a características específicas quanto à: Proporção. **Angularidade. **Luminosidade. ** Equilíbrio espacial. ** Cores. **Pregnância formal.
Estas características facilitam a rápida associação, intencional ou involuntária, com imagens mentais que, por sua vez, fazem parte de um complexo de representações que envolvem ideias ou afetos, mobilizando a memória de trabalho.
 O Teste só pode ser aplicado individualmente. Na aplicação, as lâminas são apresentadas uma de cada vez, sendo solicitado ao examinando que diga com o que acredita serem parecidos os borrões de tinta. A partir daí são ativadas as funções cognitivas tais como: percepção, atenção, julgamento crítico, simbolização e linguagem. Além disso, são estimulados também processos afetivo-emocionais, motores-motivacionais. As respostas ao Rorschach, portanto: 
Revelam o status da representação da realidade em cada indivíduo, trazendo dados a respeito do desenvolvimento psíquico, das funções e sistemas cerebrais, dos recursos intelectuais envolvidos na construção das diferentes imagens, das articulações intrapsíquicas e da natureza das relações interpessoais.
 O Psicodiagnóstico de Rorschach pode ser aplicado em qualquer pessoa (desde que tenha condições de se expressar verbalmente e que tenha suficiente acuidade visual), de qualquer faixa etária e qualquer nível sócio-econômico-cultural. Não existem respostas certas ou erradas, pois as pessoas são diferentes e emitem respostas diferentes. Trata-se de um instrumento muito sensível às nuances da personalidade refletindo esforços de manipulação, dissimulação ou controle da situação de aplicação.
EM SÍNTESE: Ao se utilizar técnicas de manchas de tinta, a pressuposição básica é de que a forma como o sujeito percebe estruturalmente os estímulos ambíguos reflete o seu comportamento em outras situações de vida real, que envolvem operacionalmente idênticos aspectos psicológicos (Cunha, 2000).**Pressupõe-se que a ambiguidade dos estímulos constitua um veículo apropriado para a projeção das necessidades do sujeito, por meio do uso de representações simbólicas, de modo que o psicólogo lança mão do seu referencial teórico e de sua experiência clínica para a compreensão da dinâmica do sujeito.
Como a Prova de Rorschach avalia a dinâmica de personalidade, não se deseja, a partir de seus dados, atribuir um diagnóstico psiquiátrico. **Pretende-se, no entanto, contextualizar os distúrbios psíquicos, compreender o valor e o significado de um sintoma clínico e orientar para o tratamento mais adequado.
A Prova de Rorschach pode ser aplicada:
- Em qualquer pessoa (desde que tenha condições de se expressar verbalmente e que tenha suficiente acuidade visual), de qualquer faixa etária e qualquer nível sócio-econômico-cultural.
 - Como o propósito é verificar a estrutura e a dinâmica da personalidade, indicando as dificuldades e os recursos positivos, não existem respostas certas ou erradas.
 -Sendo muito sensível reflete, claramente, os esforços de manipulação, dissimulação ou controle da situação de aplicação.
- Pode ser utilizado em vários campos, tais como pesquisa, clínica, em avaliações neuropsicológicas, em orientações vocacionais, nas áreas organizacional, jurídica ou educacional.
 - Convém ressaltar que a Prova de Rorschach é um instrumento de personalidade que permite avaliar uma gama ampla e profunda quer das características pessoais, quer da economia emocional do examinando.
 - Desta forma, uma vez que o psicólogo tenha propriedade das indicações, contraindicações e dos processos psíquicos mobilizados durante o exame, sua aplicabilidade depende das circunstâncias externas e da criatividade e profissionalismo do especialista em Rorschach.
FUNDAMENTOS BÁSICOS DA TÉCNICA PROJETIVA DERORSCHACH (MANUAL DO CÍCERO VAZ) 
OBJETIVO: Avaliação da organização da estrutura da personalidade. Busca avaliar além da estrutura geral de personalidade, no sentido geral, os seguintes aspectos dinâmicos da personalidade: as condições afetivo-emocionais, recursos intelectuais, o controle geral, a natureza e liberação dos impulsos e das reações emocionais, a capacidade de relacionamento interpessoal, a maneira de a pessoa encarar, superar e até mesmo de conviver com seus conflitos, suas frustrações e sua ansiedade.
- POPULAÇÃO ALCANÇADA: Crianças, adolescentes e adultos.
Material utilizado: 
10 lâminas (também chamadas de pranchas ou cartões) editadas pela Hans Huber.[9: Caracterização das lâminas: 5 acromáticas (I, IV, V, VI e VII), 2 com preto e vermelho (II e III) e 3 pluricromáticas (VIII, IX e X);]
Folhas de protocolo (para registrar as respostas).Folha de localização das respostas.
 Relógio tipo cronômetro.	
Canetas de mais de uma cor.
Uma mesa com duas cadeiras.
Cada prancha apresenta significados simbólicos que podem apoiar a análise qualitativa dos dados obtidos no Rorschach:
	Prancha I: O indivíduo frente às situações novas. Mobiliza sentimentos de ansiedade, insegurança e frustração, desencadeando sentimentos reprimidos em relação à figura materna. 
	Prancha II: Mobiliza sentimentos de perda e dificuldades relativas aos primeiros anos de vida; revela os principais conflitos da infância.
	Prancha III: relacionamento humano, interpessoal. 
	Prancha IV: relacionamento com figuras de autoridade.
	Prancha V: Contato com a realidade.
	Prancha VI: Relacionamento sexual. Parte de cima se assemelhando ao pênis, e a mais ampla, inferior, lembrando a vagina com o aparelho sexual feminino.
	Prancha VII: Relacionamento com a figura materna
	Prancha VIII: Afetividade (a primeira totalmente colorida); propícia ao choque à cor.
	Prancha IX: relaciona-se com a própria pessoa do examinando, ou seja, com os seus problemas existenciais, crises pelas quais esteja passando. Inconsciente.
	Prancha X: Relacionamento social, familiar. Perspectiva de futuro.
APLICAÇÃO DA TÉCNICA
O Psicodiagnóstico de Rorschach possui quatro etapas, sendo duas obrigatórias e duas facultativas. Aqui serão abordadas as duas etapas obrigatórias. 
1. Aplicação da Prova (ETAPAS OBRIGATÓRIAS)
a) Associação ou Verbalização - Na aplicação, as lâminas são apresentadas uma de cada vez, sendo solicitado ao examinando que diga com o que acreditam serem parecidos os borrões de tinta. O aplicador deve anotar suas reações frente às lâminas, a posição das lâminas, o tempo de reação e tempo total.
b) Inquérito–As 10 lâminas são, novamente, apresentadas ao examinando,uma de cada vez e em ordem, a fim de que ele diga “onde” viu (que deve ser circulado na folha de localização pelo examinador) e esclareça melhor o que viu, ou seja, “por que viu ” (que deve ser anotado na folha de aplicação).
Onde viu? = Localização;
Por que viu? Como viu? = determinante.
O que viu? = Conteúdo.
TEXTO 6
CLASSIFICAÇÃO, CODIFICAÇÃOE SIGNIFICADOS DAS RESPOSTAS 
Para analisar os dados do Rorschah é necessário desenvolver algumas etapas: 1. Classificação das respostas obtidas. **2. Cálculo dos elementos da classificação (análise quantitativa). **3. Interpretação dos resultados
1. CLASSIFICAÇÃO, CODIFICAÇÃO DAS RESPOSTAS e SIGNIFICADOS: 
Importante: Cada resposta é classificada obrigatoriamente em três categorias: (A) LOCALIZAÇÃO, (B) DETERMINANTE(S) E (C) CONTEÚDO(S).
Existem outras duas possibilidades: (1) resposta original ou popular e (1) fenômenos específicos. Entretanto, estas duas categorias não são apresentadas por todas as pessoas. 
(A) LOCALIZAÇÃO -
Classificação: Consiste em identificar cada resposta, de acordo com a área da mancha utilizada na resposta. 
INTERPRETAÇÃO: Tipo de percepção. Indica o tipo de pensamento, a maneira como funciona a inteligência da pessoa. **O tipo aperceptivo é analisado em função da quantidade (e qualidade) das respostas G - D- Dd.
	RESPOSTAS GLOBAIS:
	CLASSIFICAÇÃO
	SIGNIFICADO 
	Utilização da área total da mancha
	Indica capacidade de abstrair e generalizar. Capacidade de síntese, de abstração e senso de organização. Planejamento.
	G: Resposta global
	G%(abaixo do esperado): baixa inteligência; capacidade de síntese prejudicada; falta de visão de conjunto da realidade. 
G% (acima do esperado) = fuga; fantasia; visão infantil da realidade.
	G (G cortado) - Omissão de pequena parte da lâmina (pelo menos 2/3)
	
	DG - Inicia a verbalização a partir de um detalhe e encerrando-se em uma percepção global.
	
	Global Elaborada – coordenando o pensamento na organização coerente de uma resposta bem trabalhada, de boa qualidade.
	
	Global Confabulatória – caracterizada por fantasia e divagação.
	
	G Contaminada - tentativa de integração dos detalhes só que de forma ilógica e absurda.
	
- Respostas de Detalhes: Quando a resposta é localizada em partes da lâmina é chamada de Resposta de Detalhe que, por sua vez, pode ser identificada por Detalhe Comum e por Detalhe Incomum.
	RESPOSTA DE DETALHE COMUM
	CLASSIFICAÇÃO
	SIGNIFICADO
	Utilização de partes da mancha
	Sugerem atenção às características dos objetos e fatos. ** Percepção do óbvio, adaptação aos aspectos práticos da realidade imediata. Pensamento voltado para o concreto (inteligência prática). Realizador. 
	D = Detalhe Comum. Constitui uma área localizada por um número significativo de pessoas. Por isso, Detalhe Comum. Trata-se de um critério estatístico: razão de 1/22 (A razão indica que em 22 situações a referida área é localizada pelo menos 1 vez). 
	
	RESPOSTA DE DETALHE INCOMUM
	CLASSIFICAÇÃO
	SIGNIFICADO
	Quando é utilizada apenas uma parte da lâmina e essa área não é frequentemente localizada é classificada como sendo de “Detalhe incomum”. 
Não são frequentes surgem abaixo da razão: 1/22.
	- Capacidade de análise e senso de observação. **Revelam tendência a minuciosidade. **Ansiedade situacional, mobilização dos sentimentos de insegurança e em casos de pessoas escrupulosamente prudentes. Indicativas de tensão, ou bloqueio emocional.
	A resposta Dd possui outras subcategorias, conforme indicado a seguir:
	Dd: Detalhe Incomum (abaixo da razão 1/22). Essa resposta possui outras subcategorias, conforme indicado a seguir:
dd- Detalhe muito pequeno
de - Detalhe de bordadura, detalhe externo
di- Detalhe interno
dr- Detalhe raro (localização usuais nas pranchas, pode ser de tamanho grande ou pequeno)
Do – Detalhe inibitório – percepção de parte de uma pessoa sem ver a pessoa inteira. É o detalhe oligofrênico assim denominado porque Rorschach acreditava serem típicos de oligofrenia.
	RESPOSTA DE ESPAÇO EM BRANCO
	CLASSIFICAÇÃO
	SIGNIFICADO
	São localizadas no espaço ou englobam o espaço branco. 
	-Para Rorschach é sinal de oposicionismo. **Para Vaz é expressão de sentimentos de insegurança, de desprazer, da tensão diante de uma dificuldade circunstancial a ser transporta. Ansiedade situacional.
	GS, DS, DdS – espaço em branco integrado normalmente
	
	SG, SD, Sd – espaço em branco enfatizado, preocupação com o branco.
	
(B) DETERMINANTES:
Consiste em classificar cada resposta segundo a qualidade do material da mancha que a determinou.
EXISTEM 4 CATEGORIAS DE DETERMINANTES: Forma. **Cor (acromática e cromática). **Movimento. **Respostas de Claro-Escuro ou de Sombreado. Cada categoria é também formada por subcategorias, conforme descrito a seguir. 
- RESPOSTA DE FORMA
Classificação: Somente a configuração, o aspecto formal determinou a resposta. 
Significado: Controle intelectual ou da razão. Expressão lógica, racional e intelectual da percepção. Tentativa de adaptação ao ambiente pelo uso da razão. 
Cálculo: 
	Resposta formal (ou de forma)
Quando somente a forma ou contorno da mancha determina o percepto.
	CLASSIFICAÇÃO
	SIGNIFICADO
	F + 	Resposta formal bem vista
	Precisão do pensamento lógico, coerência e organização (eficácia do controle intelectual).** Capacidade de atenção e juízo crítico. Acuidade na percepção
	F 	Resposta formal indeterminada ou pouco precisa
	
	F -	 Resposta formal mal vista
	
- RESPOSTA DE MOVIMENTO: 
Determinada por uma impressão de movimento. Esse movimento, por sua vez, deve ser diferenciado em (a)movimento humano, (b) animal ou (c) de algo inanimado(ou seja o elemento em movimento não tem controle sobre esse movimento. 
	Respostas de movimento
Percepção de movimento puro ou de algo com movimento
	CLASSIFICAÇÃO
	SIGNIFICADO
	M -	Movimento de ser humano inteiro
	Expressão da imaginação criadora, da inteligência, da empatia e da adaptação ao mundo externo (relacionadas ao controle emocional interno, a maturidade). 
	FM -	Movimento de animal inteiro
	Revela tendênciasinfantis e, portanto, espontaneidade. Imaturidade, precária tolerância com a frustração.
	m -	Movimento inanimado – forças da natureza ou movimento de coisas inanimadas onde a forma é completamente indefinida
mF-	Percepção de movimento inanimado com forma semi - definida
Fm -	Movimento inanimado com uma forma definida e reconhecível.
	Movimentos pequenos: de forças da natureza e de objetos (m, mF, Fm): Indicam conflito interno, tensão interna, (quando o sujeito experimenta seus impulsos como hostis, incontroláveis, voltados contra si ou contra o ambiente ou podem indicar inteligência).
Proporção das respostas de movimento:
-M : FM + m - índice de estabilidade emocional interna (ou controle emocional interno)
- 2M : 1FM - equilíbrio ideal. 
- M> FM - subordinação dos impulsos ao sistema de valores adotados.Tolerância com a frustração.(proporção 2 : 1, máximo 4 : 8) 
- FM > M- satisfação imediata dos impulsos regida pelo princípio do prazer (verificar se CF > FC). 
- Normal – 1 a 2M. Mais de 3 indica criatividade. Ausência de M – ansiedade, tensão, inibição.
Importante:Analisar tipo de movimento humano (flexão ou extensão).
RESPOSTAS DE COR: cor cromática e cor acromática.
	COR CROMÁTICA
	CLASSIFICAÇÃO
	SIGNIFICADO
	COR CROMÁTICA: quando a cor cromática determinou a resposta. São cores brilhantes, tais como o vermelho, o azul, o verde. Entre as classificações mais frequentes são identificadas: FC, CF e C. 
	A análise das respostas de cor (FC, CF e C) proporciona dados sobre a intensidade, nível de tensão e grau de controle das emoções, afetos e sentimentos**As combinações das F com as cromáticas revelam o equilíbrio entre a razão e a expressão da afetividade (razão e emoção).Isto significa que: 
FC > CF - controle emocional externo, maturidade afetivo-emocional .
	C -Forma completamente omitida, determinada apenas pela cor cromática.
	As respostas C indicam prognóstico desfavorável quando aparecem em protocolos de adultos. Denotam possibilidades de explosões emocionais, violentas e agressivas, sem controle por parte do sujeito.
	FC- Forma definida combinada com cor cromática. 
	As FC revelam o equilíbrio entre a razão e a expressão da afetividade (razão e emoção). 
	CF-Cor cromática combinada com forma semidefinida.
	As CF indicam irritabilidade, instabilidade afetiva, reações emocionais intensas e agressivas; no entanto, quando acompanhadas de FC, F+, M de extensão e G elaboradas, podem indicar competição e ambição.
Importante: 
- F (razão) e C (expressão da afetividade). Assim, FC poderá indicar que a pessoa, quando afetada por acontecimentos, tende a reagir de forma equilibrada (evidenciando coerência entre o acontecimento e a intensidade da expressão afetiva emocional). 
- FC = CF ou FC <CF: em situações de seleção e de orientação profissional sugerem (conforme características do cargo ou da profissão/ocupação laboral), competição em nível acentuado.
- Computação das respostas de Cor Cromática (atribuir pesos considerando a intensidade da expressão afetivo - emocional): C= 1,5. ** CF= 1,0.**FC = 0,5.
	COR ACROMÁTICA 
	CLASSIFICAÇÃO
	SIGNIFICADO
	COR ACROMÁTICA: quando a cor acromática determinou a resposta. São cores frias, tais como o cinza, o preto e o branco.. Entre as classificações mais frequentes são identificadas: FC’, CF’ e C’.
	-Indicadores de ansiedade e depressão. Provavelmente em função de perdas afetivas, o sujeito tende a uma postura cautelosa frente à expressão da emoção. Podem ainda aparecer em protocolos com respostas (determinantes) variadas, revelando sensibilidade.
	FC’ -Forma definida combinada com cor acromática. 
	Capacidade para elaborar perdas afetivas. 
	C’F - Cor acromática combinada com forma poucodefinida
	Tenta elaborar perdas, entretanto de forma precária. 
Considerações sobre as respostas de Cor Acromática: É esperado:1 ou 2 respostas FC’. **: Quando M e F+ se encontram na média sugerem capacidade de reparação. **:FC’< C’F + C’: significativa tendência à depressão crônica (especialmente com presença de C’).
RESPOSTAS DE SOMBREADO:
Classificação: Nesta categoria são encontradas diferentes possibilidades: sombreado radiológico, sombreado de perspectiva e sombreado de textura ou relevo, conforme descrito a seguir:
Significado: A diferença de tonalidades encontradas nas lâminas provoca diferentes impressões nos examinandos; entretanto, todas estão relacionadas à ansiedade experimentada no contato com o outro e a sentimentos de inadequação.
O estudo dos diferentes tipos de respostas de claro-escuro permite investigar a intensidade da ansiedade experimentada pela pessoa e analisar possíveis mecanismos defensivos ou adaptativos utilizados para atenuar a ansiedade, e, em face de esses mecanismos, inferir de que maneira age ou reage perante o ambiente social.
	Sombreado radiológico:
Classificação: Respostas de efeito tridimensional projetada em plano bidimensional. 
Significado: Intelectualização. **Fk>kF + k: tendência a intelectualização (com eficácia) em situações de tensão.
	CLASSIFICAÇÃO
	SIGNIFICADO
	k-com forma ignorada 
	Falta de condição de controle sobre a ansiedade, para suportar frustrações.
	Fk -com forma definida
	Tendência a intelectualização, adaptação racional.
	kF -com forma pouco definida.
	Tentativa de controlar a ansiedade, mas de forma precária e não bem adequada.
	Sombreado de perspectiva
Classificação: Respostas de difusão, profundidade ou perspectiva (percepção de três dimensões).
Significado: Ansiedade e possibilidade de controle através da introspecção. 
	CLASSIFICAÇÃO
	SIGNIFICADO
	 FK - vista perspectiva ou profundidade diferenciada. Quando o sombreado é usado para sugerir distância entre dois ou mais objetos
	Indicam tendência à introspecção (mecanismo defensivo): tenta meditar antes de agir para evitar comportamentos impulsivos. **Auto-observação em função da insegurança que experimenta no contato com o outro. **Expressam ansiedade que a inteligência tenta controlar. **Indicam capacidade de Insight.
FK acompanhado por C (resposta determinada exclusivamente pela cor cromática), atenua a impulsividade implícita em C.
FK > 3: indicam introspecção mórbida, podem sugerir transtorno obsessivo de teor reflexivo.
	KF: conteúdo disfórico (difuso), mas com alguma indicação de forma.
	Ansiedade difusa que a inteligência tenta controlar (há um esforço consciente para este controle, no entanto, não há eficácia).
	K - com forma indefinida. Conteúdo difuso (disfórico).
	Ansiedade difusa, flutuante que atinge todos os aspectos da personalidade. ** Desorganização do pensamento e da ação frente à pressão ou estímulos ansiógenos.
Considerações sobre KF e K: duas ou três respostas K revelam profundo transtorno emocional. **“KFe K são sinais de que a pessoa, frente à situação de tensão e pressão externa, entra em sentimentos de insegurança sem ter adequadas defesas” (Vaz,2002).
Importante :FK > KF + K e/ou FK = KF + K: capacidade para elaborar sentimentos de sofrimento, tensões e frustrações.
	Sombreado de textura ou relevo
Classificação: Sensação de superposição de camadas, percepção tátil.
Significado: Relacionadas à sensualidade, sensibilidade e necessidade de contato: investigam a capacidade de contato social. Textura é um indicativo de deslocamento dos afetos e emoções para atividades e contatos sociais, é a capacidade que o indivíduo tem para interação social.
	CLASSIFICAÇÃO
	SIGNIFICADO
	Fc-Superfície ou textura diferenciada (forma predominando). Um objeto de forma diferenciada é visto como possuindo suavidade, aspereza e etc.
	Necessidade de contato (para atenuar a ansiedade) e capacidade de contato. Apresenta tato no contato com o outro. Assim, a relação Fc>cF + c -> indica o controle social automático. 
	cF - Superfície ou textura com forma semidefinida e cujo efeito de superfície não é altamente diferenciado
	Necessidade de contato para atenuar a ansiedade, porém apresentapouco tato. 
	c-Superfície de textura indiferenciada, sem referência a contorno
	Necessidade de contato para atenuar a ansiedade. Entretanto, não apresenta tato no contato com o outro. Tal dinâmica acarreta intensa ansiedade. 
(C) CONTEÚDO:
C1: CONTEÚDO (CLASSIFICAÇÃO)
Classificação: Consiste em identificar o conteúdo da resposta, a sua categoria.
H-figuras humanas de corpo inteiro e normal
Hd -detalhe externo do corpo humano normal
(H)-figuras humanas inteiras desvitalizadas, mitificadas ou desvalorizadas.
(Hd) - partes de figuras humanas desvitalizadas, mitificadas ou desvalorizadas.
H-figuras humanas inteiras endeusadas. Ex.: anjo, santo. . .
cena H - cena humana
cena A - cena animal
A- animal inteiro e normal
(A)- animais inteiros mitológicos ou caricaturas, etc.
Ad- detalhe externo do corpo animal normal
(Ad) - detalhe externo de animais mitológicos ou caricaturados, esculturas, etc.
Sx. - sexo
Anat. - anatomia. Detalhes internos do corpo humano ou animal 
Geo. - geografia
Nat. - natureza
Al. -	alimento
Pl. -	planta
Obj. - objeto
Arq. - arquitetura
Arte - arte
Abs. - abstração
Fogo - fogo
Orn. - ornamento
Ele. – elementos da natureza (água, terra e ar).
Nuv. - nuvem
Fum. - fumaça
Obj. /A - objeto proveniente do mundo animal sem ter sido industrializado
Vest. - vestimenta 
Simb. – simbólico.
C2: CONTEÚDO (Significado): indicadores mais frequentes
HUMANO - 	H% = H + Hd	x 100						 
Significado: Capacidade de relacionamento com as pessoas (aumenta a incidência em pessoas que desempenham atividades ligadas ao atendimento individual e coletivo).
-(H) e (Hd) - podem indicar relacionamento interpessoal receoso, cauteloso e controlador.
ANIMAL - A% = A + Ad + (A)x 100		
Significado: Acima do padrão esperado pode indicar imaturidade, pouca flexibilidade, pouca capacidade de adaptação e estereotipia do pensamento. 
ANATOMIA - 	Anat% = Anat x 100		
Significado: Acima pode ser indício de uso da intelectualização para tolerar a ansiedade, tensão e sentimentos de inadequação.
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES: (1) RESPOSTAS VULGARES E POPULARES E (2) FENÔMENOS ESPECÍFICOS. 
- As respostas populares ou vulgares indicam a habilidade e as condições que a pessoa tem para perceber as coisas como elas são em consonância com as do grupo a que pertence. **V % - esperado:25% indicando ajustamento ao convívio social.
	LÂMINA I: RESPOSTA G -> abelha, águia, animal com asas, ave, morcego, pássaro.
	LÂMINA II: RESPOSTA G -> anões, animais, bonecos, bruxos, dançarinos, figuras humanas, homens, macacos, mulheres, palhaços, pessoas, ursos. **RESPOSTAS D:1 - (SEM A ÁREA VERMELHA SUPERIOR CENTRAL) -> animais, cachorros, carneirinhos, coelhos, elefantes, focas, galos, ovelhas, ratos, reses, rinocerontes, ursos.2 - (SEM AS ÁREAS VERMELHAS SUPERIORES E INFERIOR CENTRAL) -> bezerros, bichos, cachorros, carneiros, coelhos, elefantes, focas, gatos, gorilas, macacos, pessoas, porquinhos, tatu, terneiros, urso.
	LÂMINA IIII: RESPOSTA G -> bonecos, caricaturas de pessoas, dança, dançarinos, figuras humanas, galinhas, homens, índias, índios, meninas, meninos, mulher, mulheres, negras, negros, pessoas. **RESPOSTA D (SÓMENTE PARTE PRETA LATERAL) -> africanos, bonecos, dançarinos, empregadas, figuras humanas, homens, pessoas.
	LÂMINA IV: RESPOSTA G -> boneco, couro de animal, figura humana, gigante, homem, monstro humano, palhaço, pele de animal, personagem, pessoa.
	LÂMINA V: RESPOSTA G -> águia, andorinha, animal voando, ave, pássaro, beija-flor, borboleta, coruja, falcão, gaivota, inseto, mariposa, morcego, mosquito, pernilongo, pipa em forma de pássaro, vampiro. 
	LÂMINA VI: RESPOSTA G -> couro ou pele de animal (qualquer animal), tapete de pele de animal.
	LÂMINA VII: RESPOSTA D (DOIS TERÇOS SUPERIORES) -> animaizinhos, burrinhos, cabritinhos, cachorros, coelhos, elefantes, esquilos, gatinhos, jumentinhos, leões.
	LÂMINA VIII: RESPOSTA G -> animal, animais, cachorros, carneiro, castor, cotia, esquilos, gambás, hienas, raposas, ratazanas, ratos, tigre, ursos, lagartos, lontras, macacos, martas, onças. **RESPOSTA D (DETALHES ROSA LATERAIS) -> animais (qualquer animal quadrúpede). 
	LÂMINA IX -> NÃO TEM RESPOSTA VULGAR.
	LÂMINA X: RESPOSTAS D: 1- (DETALHES AZUIS LATERAIS SUPERIORES) -> aracnídeos, aranhas, caranguejos, crustáceos. **2- (DETALHE CINZA SUPERIOR CENTRAL) -> animais, aves, baratas, besouros, camaleões, camarões, crustáceos, formigas, gorilas, insetos, macacos, monstros animais, siris.
(2) FENÔMENOS ESPECIAIS OU ESPECÍFICOS: caracterização e dinâmicas dos mais frequentes
CHOQUE: é uma manifestação que expressa quebra de ritmo, de continuidade, alteração no processo de verbalização, na conduta, na postura, nas flexões e intensidade da voz. Há várias categorias de choques:
a) Choque ao branco: se expressa pela preocupação que o examinando tem com o branco ao redor (exterior) da mancha. Sinal de ansiedade situacional (sentimentos de temor não objetivo, insegurança e às vezes inferioridade.
b) Choque ao vazio: dificuldades diante dos espaços em branco do interior das manchas. Comum em crianças com sentimento de perda afetiva e adultos com dificuldades psicossexuais.
c) Choque acromático: tempo de reação e duração prolongados; repugnância ao escuro, à prancha; diminuição e queda de qualidade das respostas; comentário depreciativo; rejeição da Lâmina; contaminação. Sugere estado depressivo.
d) Choque cromático: tempo de reação prolongado; rejeição da lâmina; expressão de repugnância; comentários depreciativos sobre as pranchas ou sobre as manchas; . Sugere conflito na área afetiva; baixa produtividade (redução em número e na qualidade das respostas) em lâminas cromáticas; impressão de ter ficado chocado, sem dar resposta.
e) Choque de exclamação: reação brusca do examinando carregada de emoção em relação à lâmina, à parte da mancha ou à coloração dos estímulos. Exemplo: “Que coisa horrível!”. “Ih!”. Normalmente indicam ansiedade situacional, sem maior comprometimento.
d) Confabulações: ver DG confabulada. Significa fuga, uso comprometedor da fantasia.
e) Crítica à técnica: expressão de críticas às manchas ou ao teste. Típico de defesas paranóides.
f) Ideia de auto referência: quando a pessoa identifica coisas suas, de sua propriedade, partes de si mesma na mancha. Comum ocorrer em pessoas com transtorno esquizofrênico.
g) Ideia de referência: quando o examinando ilustra sua verbalização com coisas pessoais (Ex. lâmina VIII: “O interior do corpo humano. Porque é como aparecia nos livros de Anatomia em que eu estudava no segundo grau”). Ocorre em pessoa demasiadamente confusa ou com transtorno neurótico.
h) Mutilação: aparece sob as expressões de membro de animais ou pessoas, quebrados, acidentados, machucados, cortados. Indicativo de tendência sádica.
j) PO – resposta de posição: ocorre quando uma pessoa verbaliza uma resposta levada pela posição em que um conteúdo se encontra em relação ao outro e vice-versa. Sinal específico de transtorno esquizofrênico
PARA FINALIZAR, cabe indicar o número total de respostas esperadas no Rorschcach:20 a 30 respostas.
- A diminuição pode indicar defensividade, depressão, ou comprometimento intelectual; sendo necessário verificar outros dados do protocolo para a confirmação.
TEXTO 7
NOTAS SOBRE O SISTEMA COMPREENSIVO DE EXNER: um pequeno recorte[10: Extraído do plano de aula, SIA, UNESA.]
A pontuação do teste da mancha de tinta de Rorschach (no sistema de Exner) é complexa e exige treinamento e experiência. 
O sistema de pontuação Exner examina todos os aspectos da resposta, desde quanto da mancha de tinta é usada, em que história é contada sobre a resposta (se houver), ao nível de detalhes e ao tipo de conteúdo que é oferecido sobre a mancha de tinta. A pontuação começa por examinar a qualidade do desenvolvimento da resposta. Isto é, quão bem sintetizada, ordinária, vaga ou arbitrária a resposta é. As seguintes características são codificadas:
Forma: quando é apenas a forma ocorreu naresposta. 
Movimento: quando qualquer movimento ocorreu na resposta.
Cor cromática: quando a cor é usada na resposta.
Cor acromática: quando preto, cinza, branco ou são usados na resposta.
Sombreado-textura: quando a textura é usada na resposta.
Sombreado dimensão: quando é utilizada na dimensão da resposta de referência para sombreamento.
Sombreado difuso: quando sombreamento é usado na resposta.
Dimensão de impressão: quando dimensão é utilizada na resposta, sem referência ao sombreamento;
Pares e reflexões: quando um par ou reflexão é usado na resposta.
- Como muitas pessoas respondem às manchas de tinta de uma forma complicada e detalhada, o sistema de pontuação usa o conceito de “blends” para explicar respostas complexas que levam em conta vários objetos ou o caminho utilizado para descrever o objeto. 
Atividade organizacional da resposta avalia o quão bem organizada a resposta é. Por último, a qualidade do formulário é avaliado, ou seja, o quão bem a resposta cabe na mancha de tinta (de acordo com a forma como a pessoa faz o teste descreve-a). Se uma mancha de tinta parece um urso, e uma pessoa descreve-o como um urso, isso pode levar uma qualidade de forma comum, perfeitamente aceitável, mas não especialmente criativa ou imaginativa.
Há claro muitas respostas populares para manchas de tinta que se parecem com algum objeto ou criatura na vida real. O sistema de pontuação Exner leva isso em conta, fornecendo amplas tabelas para cada cartão sobre respostas comuns e como elas podem ser codificadas.
Interpretação do Psicodiagnóstico de Rorschach (Sistema Compreensivo)
- Uma vez que as respostas de cada cartão estão devidamente codificadas por um psicólogo, um relatório interpretativo é formulado com base na pontuação das respostas. O relatório interpretativo procura integrar os resultados de todas as respostas no teste, de modo que uma resposta periférica não é provável e que o impacto de resultados do teste é global.
- O psicólogo irá primeiro analisar a validade do teste, tolerância ao estresse e a quantidade de recursos que está disponível para o indivíduo que está sendo examinado em relação às demandas que estão sendo feitas sobre o indivíduo neste momento.
- Em seguida, o psicólogo irá analisar as operações cognitivas do indivíduo, sua precisão perceptiva, flexibilidade de ideias e atitudes, a capacidade de moderar e controlar as emoções, orientação para a meta, autoavaliação e conhecimento de si próprio, e as relações com os outros. Há também um número de índices especiais que são utilizados menos frequentemente para determinar ideação suicida, depressão, esquizofrenia e outras preocupações. Normalmente, essas coisas podem ser mais rapidamente avaliadas através de uma entrevista clínica, mas pode ajudar a concretizar as áreas de interesse em um indivíduo em que algumas questões permanecem.
Texto 8
TÉCNICAS DE MANCHAS DE TINTA: O TESTE ZULLIGER
Noções Básicas do Z-Teste (Zulliger):
 Hans Zulliger (Suiça, 1893): Psicólogo clínico.  Membro da sociedade de psicanálise de Zurique. Foi amigo de Rorschach. Em 1942 iniciou as primeiras experiências coletivas com novas manchas de tinta. Resultando num conjunto de 3 figuras, surgindo assim em 1948 o “ZulligerDiapositive-Test”, para aplicação coletiva. 
Assim, como ocorre com o Rorschach, a técnica de Zulliger apresenta diferentes sistemas de classificação/interpretação. Atualmente, no Brasil, de acordo com o SATEPSI (Sistema de Avaliação Psicológica) do Conselho Federal de Psicologia, os seguintes manuais (que contemplam diferentes sistemas de classificação/interpretação)têm parecer favorável: “Z-Teste” (Técnica de Zulliger) de Cícero E. Vaz e o “O teste de Zulliger no sistema compreensivo ZSC - forma individual”.
TÉCNICA DE ZULLIGER - ROTEIRO BÁSICO PARA INTERPRETAÇÃO
 -Mesmo princípio do Rorschach, mas utilizando 3 pranchas. APLICAÇÃO: INDIVIDUAL OU COLETIVA. **  Aplicação coletiva: 30 a 60 pessoas. Sala escura para projeção. Cada sujeito recebe uma folha para anotar respostas.
 PRIMEIRA ETAPA: Fase de associação livre: “Vamos projetar sobre essa tela imagens. Trata-se de formas obtidas por acaso e que não representam nada preciso. Respondam as seguintes questões: o que isso poderia ser? O que isso sugere a você? Podem interpretar a imagem por inteiro ou em detalhe, na ordem que quiserem. Todas as suas respostas serão boas, uma vez que as imagens não representam nada bem determinado. Portanto, não precisam procurar adivinhar como as figuras foram feitas, nem tentar descrevê-las; o que devem fazer é interpretá-las, dando, por favor, tantas respostas quanto possível”.
“Vamos projetar três imagens diferentes. Peço que escrevam à esquerda da folha “I”, “II” ou “III”, antes de anotar as respostas para cada uma das pranchas. Por favor, numerem cada resposta de cada prancha em algarismos arábicos. Todos entenderam? Alguém tem alguma pergunta? ”.
SEGUNDA ETAPA: Fase do inquérito: distribuir as folhas de localização para que os provandos marquem ONDE viram o que interpretaram, onde devem enumerar cada resposta. Para tanto, voltamos a projetar cada slide.
Instruções: “Indiquem nessa folha o local onde vocês viram cada resposta, contornando a área onde foi vista e indicando com uma seta a qual resposta corresponde. Em seguida, na folha de respostas, após cada uma delas, procure explicar o que, na mancha, o levou a pensar desta forma ”.
AVALIAÇÃO: depende de um inquérito bem feito e claro.
 PERCEPÇÃO: Analisamos as respostas sob o aspecto FORMAL = como o sujeito adaptou as imagens de suas memórias às formas das manchas. Para nós, é muito mais importante descobrir COMO o sujeito interpreta do que propriamente O QUE ele interpreta.
 CLASSIFICAÇÃO DAS RESPOSTAS: (A) Percepção = área da mancha, onde o sujeito viu a resposta; (B) Determinante = como viu, ou a partir de quais atributos da macha se formou o conceito; (C) Conteúdos = o que viu, classificando o conceito; (D) Frequência = porcentagem na qual o conceito é percebido na população.
Classificar as verbalizações de um protocolo do Zulliger quanto a Localizações, Determinantes, Conteúdos e Fenômenos especiais requer muito cuidado, sobretudo quando em aplicações coletivas. Devemos estar atentos para os seguintes aspectos:
- Nem sempre o sujeito consegue mapear com clareza a área da mancha e fornecer os subsídios claros para a classificação exata das localizações e outras categorias. ** Para fins de psicodiagnóstico clínico ou compreensão dinâmica mais acurada, a aplicação individual é mais indicada.
	a) Localização 
	b) Determinante
	c) Conteúdo
	d) Frequência
	G = (global) mancha toda
	F = forma
F+ = a forma foi apreendida nitidamente e são bem-vistas
	H= figura humana inteira
	Banais ou populares Aparecem em média 33 vezes entre 100 sujeitos
	D = (detalhe) uma parte da figura
 
	F- = a forma determinou a resposta, porém é malvista.
	Hd = parte da figura humana.
A = animal inteiro
Ad= parte dele
	
	Dd = pouco percebido
	F ± = a forma determino a resposta, porém é indeterminada ou imprecisa. 
	an = anatomia
sg = sangue
	
	Dbl = interpreta o espaço em branco
	M = Movimento humano(cinestesias)
	al = alimentos
Cena = cena
vst = vestuário
	 
	DG e DdG = global confabulada, qdo a partir do detalhe percebe o glob.
	FM = movimento animal, próprio de animais.
	 Obj = objetos. 
Bot = botânica
	 
	DblG = igual ao de cima, só que a partir do d branco
	m = movimento de objetos inanimados.
	 nt = natureza, paisagem
	 
	GDbl = o branco foi integrado secundariamente
	Cor = C= resposta cromática sem participação da forma
	Geo = mapas
nv = nuvens
arq = arquitetura
	 
	DDbl = o espaço é introduzido
	FC = forma prepondera sobre a cor
	
	 
	DblD ou DblDd = percebe 1º. O espaço branco e depois inclui o detalhe.
	CF = a cor é mais importante do que a forma p/ determinar a figura
	 
	 
	Do = (detalhe oligofrênico) quando vê só um detalhe onde geralmente se vê uma forma completa.
	Claro-escuro
O sombreado interfere

Continue navegando