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PlanoDeAula 07 Imobilizado (IAS 16) e Arrendamento (IAS 17)

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Plano	de	Aula:	Aula	07	-	Imobilizado	(IAS	16)	e	Arrendamento
(IAS	17)
CONTABILIDADE	INTERNACIONAL	-
GST0087
Título
Aula	07	-	Imobilizado	(IAS	16)	e	Arrendamento	(IAS	17)
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
7
Tema
Imobilizado	(IAS	16)	e	Arrendamento	(IAS	17)
Objetivos
Ao	final	desta	aula	o	aluno	deverá	ser	capaz	de:
	 -	Reconhecer	um	item	do	ativo	imobilizado;
	 -	Compreender	a	mensuração	de	um	imobilizado;
	 -	Compreender	o	 tratamento	contábil	 referente	à
depreciação;
	 -	Classificar	arrendamentos;
	 -	 Identificar	 arrendamentos	 das	 demonstrações
financeiras	de	arrendatários	e	arrendadores.
Estrutura	do	Conteúdo
Imobilizado	(IAS	16)
	
O	 objetivo	 da	 IAS	 16	 é	 prescrever	 um	 tratamento
contábil	 para	 o	 imobilizado,	 de	 modo	 que	 os	 usuários
das	 demonstrações	 financeiras	 possam	 discernir
informações	sobre	o	 investimento	de	uma	entidade	em
imobilizado	 e	 as	 mudanças	 nesse	 investimento.	 As
principais	questões	na	contabilização	do	imobilizado	são
o	 reconhecimento	 de	 ativos,	 a	 determinação	 de	 seus
valores	 contábeis	 e	 os	 encargos	 de	 depreciação	 e
perdas	 por	 redução	 ao	 valor	 recuperável	 a	 serem
reconhecidos	em	relação	a	eles.
O	imobilizado	são	itens	tangíveis	que:
a)	são	mantidos	para	uso	na	produção	ou	 fornecimento
de	 bens	 ou	 serviços,	 para	 aluguel	 a	 terceiros	 ou	 para
fins	administrativos;	e
b)	 espera-se	 que	 sejam	 usados	 durante	 mais	 de	 um
período.
	
Reconhecimento	de	um	item	do	imobilizado
	
O	 custo	 de	 um	 item	 do	 imobilizado	 será	 reconhecido
como	um	ativo	se,	e	apenas	se:
a)	 for	 provável	 que	 os	 benefícios	 econômicos	 futuros
associados	ao	item	fluirão	para	a	entidade;	e
b)	 o	 custo	 do	 item	 puder	 ser	 mensurado	 de	 forma
confiável.
Destaca-se	 que	 as	 peças	 de	 reposição	 e	 os
equipamentos	 de	 serviço	 são	 normalmente
contabilizados	como	estoque	e	reconhecidos	em	lucros	e
perdas	quando	consumidos.	Todavia,	peças	de	reposição
de	 grande	 porte	 e	 equipamentos	 de	 reserva	 se
qualificam	 como	 imobilizado	 quando	 uma	 entidade
espera	 usá-los	 durante	mais	 de	 um	 período.	 De	 forma
similar,	se	as	peças	de	reposição	e	os	equipamentos	de
serviço	só	puderem	ser	usados	em	relação	a	um	item	do
imobilizado,	eles	são	contabilizados	como	imobilizado.
A	 IAS	 16	 não	 prescreve	 a	 unidade	 de	 medida	 para
reconhecimento,	 ou	 seja,	 o	 que	 constitui	 um	 item	 do
imobilizado.	 Dessa	 forma,	 é	 necessário	 julgamento	 na
aplicação	 dos	 critérios	 de	 reconhecimento	 às
circunstâncias	específicas	de	uma	entidade.
Em	 alguns	 casos,	 pode	 ser	 apropriado	 agregar	 itens
individualmente	 insignificantes,	 tais	 como	 moldes,
ferramentas	e	matrizes,	e	aplicar	os	critérios	ao	valor	do
conjunto.
Uma	 entidade	 avalia,	 de	 acordo	 com	 o	 princípio	 do
reconhecimento,	todos	os	seus	custos	do	imobilizado	no
momento	 em	 que	 forem	 incorridos.	 Esses	 custos
incluem	 custos	 incorridos	 inicialmente	 para	 adquirir	 ou
construir	 um	 item	 do	 imobilizado	 e	 custos	 incorridos
subsequentemente	 para	 adicionar,	 substituir	 ou
restaurar	esse	item.
	
Custos	iniciais
A	 entidade	 pode	 adquirir	 itens	 do	 imobilizado	 por
motivos	 ambientais	 ou	 de	 segurança.	 Essa	 aquisição,
embora	não	aumente	os	 benefícios	 econômicos	 futuros
de	 qualquer	 item	 particular	 do	 imobilizado	 existente,
pode	 ser	 necessária	 para	 que	 uma	 entidade	 tenha	 os
benefícios	 econômicos	 futuros	 de	 outros	 ativos.
Portanto,	 qualificam-se	 para	 reconhecimento	 como
ativos,	 porque	 permitem	 que	 uma	 entidade	 obtenha
benefícios	 econômicos	 futuros	 dos	 ativos	 relacionados,
excedendo	 o	 que	 poderia	 ser	 obtido,	 caso	 esses	 itens
não	fossem	adquiridos.
Por	exemplo,	um	fabricante	de	produtos	químicos	pode
instalar	 novos	 processos	 de	 manuseio	 químico	 para
cumprir	 requisitos	 ambientais	 para	 a	 produção	 e
armazenamento	 de	 produtos	 químicos	 perigosos;	 as
respectivas	melhorias	na	fábrica	são	reconhecidas	como
ativos,	pois,	sem	elas,	a	entidade	é	incapaz	de	fabricar	e
vender	os	produtos	químicos.
	
Custos	subsequentes
Uma	 entidade	 não	 reconhece	 no	 valor	 contábil	 de	 um
item	 do	 imobilizado	 os	 custos	 dos	 serviços	 diários	 do
item.	Os	 custos	dos	 serviços	diários	 são	principalmente
os	 custos	 de	 mão-de-obra	 e	 material	 de	 consumo	 e
podem	incluir	os	custos	de	peças	pequenas.	A	finalidade
desses	 gastos	 é	 frequentemente	 descrita	 como	 para	 ?
reparos	 e	 manutenção?	 do	 item	 do	 imobilizado.	 Esses
custos	 quando	 incorridos	 devem	 ser	 reconhecidos	 no
resultado.
Partes	 de	 alguns	 itens	 do	 imobilizado	 podem	 exigir
substituição.	Uma	entidade	reconhece,	no	valor	contábil
de	 um	 item	 do	 imobilizado,	 o	 custo	 da	 substituição	 de
parte	desse	 item,	quando	esse	 custo	é	 incorrido,	 se	 os
critérios	de	reconhecimento	forem	atendidos.
Uma	condição	de	continuidade	de	operação	de	um	item
do	imobilizado	(por	exemplo,	uma	aeronave)	pode	ser	a
realização	de	 inspeções	 regulares	de	grande	porte,	em
busca	 de	 falhas,	 independentemente	 de	 as	 partes	 do
item	 serem	 substituídas.	 Quando	 uma	 inspeção	 de
grande	 porte	 é	 realizada,	 seu	 custo	 é	 reconhecido	 no
valor	contábil	do	item	do	imobilizado	como	substituição,
se	 os	 critérios	 de	 reconhecimento	 forem	 atendidos.
Qualquer	 valor	 contábil	 remanescente	 do	 custo	 da
inspeção	 anterior	 (em	 oposição	 às	 partes	 físicas)	 é
baixado.	 Isso	ocorre	 independentemente	de	o	custo	da
inspeção	anterior	 ter	 sido	 identificado	na	 transação	em
que	o	item	foi	adquirido	ou	construído.	Se	necessário,	o
custo	estimado	de	uma	inspeção	similar	no	futuro	pode
ser	utilizado	como	uma	indicação	de	qual	era	o	custo	do
componente	 de	 inspeção	 existente,	 quando	 o	 item	 foi
adquirido	ou	construído.
	
Mensuração	 no	 reconhecimento	 de	 um
imobilizado
	
Todos	 os	 itens	 que	 atendam	 às	 regras	 de
reconhecimento	 devem	 ser	 mensurados	 inicialmente
pelo	custo.
O	custo	de	um	item	do	imobilizado	compreende:
a)	seu	preço	de	compra,	inclusive	tarifas	de	importação
e	 impostos	 não	 recuperáveis	 sobre	 compras,	 após
deduzir	os	descontos	comerciais	e	rebates;
b)	quaisquer	custos	diretamente	atribuíveis	para	colocar
o	 ativo	 no	 local	 e	 condição	 necessários,	 para	 que	 seja
capaz	 de	 operar	 da	 forma	 pretendida	 pela
administração,	e;
c)	 a	 estimativa	 inicial	 dos	 custos	 de	 desmontagem	 e
retirada	 do	 item	 e	 restauração	 do	 local	 em	 que	 está
localizado,	em	cuja	obrigação	uma	entidade	incorre,	seja
quando	o	item	é	adquirido	ou	como	consequência	de	ter
usado	 o	 item	 durante	 um	 período	 específico,	 para	 fins
que	não	sejam	o	da	produção	de	estoques	durante	esse
período.
Vale	ressaltar	que	o	preço	de	compra	a	ser	reconhecido
como	 custo	 dever	 representar	 o	 valor	 presente	 da
compra.	 Caso	 esta	 tenha	 sido	 efetuada	 em	 parcelas,	 a
IAS	16	não	permite	que	juros	embutidos	façam	parte	do
custo	do	imobilizado.
São	exemplos	de	custos	diretamente	atribuíveis:
a)	 custos	 de	 benefícios	 aos	 empregados	 decorrentes
diretamente	 da	 construção	 ou	 aquisição	 do	 item	 do
imobilizado;
b)	custos	de	preparação	do	local;
c)	custos	de	entrega	inicial	e	manuseio;
d)	custos	de	instalação	e	montagem;
e)	 custos	 de	 testes	 para	 confirmar	 se	 o	 ativo	 está
funcionando	 adequadamente,	 após	 deduzir	 as	 receitas
líquidas	 da	 venda	 de	 quaisquer	 itens	 produzidos	 ao
colocar	 o	 ativo	 nesse	 local	 e	 condição	 (tais	 como	 as
amostras	produzidas	ao	testar	o	equipamento),	e;
f)	honorários	profissionais.
Exemplos	de	custos	que	não	se	enquadram	como	custos
de	um	item	do	imobilizado:
a)	custos	de	abertura	de	uma	nova	instalação;
b)	custos	de	introdução	de	um	novo	produto	ou	serviço
(inclusive	 custos	 de	 publicidade	 e	 atividades
promocionais);
c)	custos	da	realização	de	um	negócio	em	um	novolocal
ou	com	uma	nova	classe	de	cliente	(inclusive	custos	de
treinamento	de	pessoal),	e;
d)	custos	administrativos	e	outros	custos	gerais.
O	 reconhecimento	 do	 custo	 no	 valor	 contábil	 de	 um
item	 do	 imobilizado	 cessa	 quando	 esse	 item	 está	 no
local	 e	 condição	 necessários	 para	 que	 seja	 capaz	 de
operar	 da	 forma	 pretendida	 pela	 administração.
Portanto,	os	custos	 incorridos	no	uso	ou	 reaplicação	de
um	 item	 não	 estão	 incluídos	 no	 valor	 contábil	 desse
item.
Exemplos	 de	 custos	 que	 não	 estão	 incluídos	 no	 valor
contábil	de	um	item	do	imobilizado:
a)	custos	incorridos	enquanto	um	item,	capaz	de	operar
da	 forma	 pretendida	 pela	 administração,	 ainda	 tem	 de
ser	 colocado	 em	 uso	 ou	 ser	 operado	 em	 capacidade
inferior	à	total;
b)	 perdas	 operacionais	 iniciais,	 tais	 como	 aquelas
incorridas	 enquanto	 a	 demanda	pela	 produção	do	 item
está	sendo	formada,	e;
c)	custos	de	realocação	ou	reorganização	de	parte	ou	da
totalidade	das	operações	de	uma	entidade.
O	 custo	 de	 um	 ativo	 construído	 internamente	 é
determinado	 usando-se	 os	mesmos	 princípios	 que	 para
um	 ativo	 adquirido.	 Se	 uma	 entidade	 coloca	 ativos
similares	 para	 venda	 no	 curso	 normal	 dos	 negócios,	 o
custo	desse	ativo	é	normalmente	o	mesmo	que	o	custo
de	 construção	 de	 um	 ativo	 para	 venda.	 Portanto,
quaisquer	 lucros	 internos	 são	 eliminados	 na
determinação	desses	custos.	De	forma	similar,	os	custos
de	 valores	 anormais	 relativos	 a	 perdas	 de	 material,
mão-de-obra	 ou	 outros	 recursos	 incorridos	 na
construção	 própria	 de	 um	 ativo	 não	 são	 incluídos	 no
custo	 do	 ativo.	 A	 IAS	 23	 ?	 Custos	 deEmpréstimos
estabelece	 os	 critérios	 para	 reconhecimento	 de	 juros
como	 componente	 do	 valor	 contábil	 de	 um	 item	 do
imobilizado.
Um	ou	mais	 itens	do	 imobilizado	podem	ser	adquiridos
em	troca	de	um	ativo	ou	ativos	não	monetários,	ou	uma
combinação	 de	 ativos	monetários	 e	 não	monetários.	 O
custo	 desse	 item	do	 imobilizado	 é	mensurado	 ao	 valor
justo,	a	menos	que:
a)	a	transação	de	troca	não	possua	substância	comercial,
ou;
b)	o	valor	justo	do	ativo	recebido	ou	do	ativo	concedido
não	possa	ser	mensurado	de	forma	confiável.
O	 item	adquirido	é	mensurado	dessa	 forma,	mesmo	se
uma	entidade	não	puder	baixar	 imediatamente	o	ativo
concedido.	 Se	 o	 item	 adquirido	 não	 for	mensurado	 ao
valor	justo,	seu	custo	é	mensurado	ao	valor	contábil	do
ativo	 concedido.	 O	 valor	 justo	 de	 um	 ativo	 é
mensurável	de	forma	confiável	se	(a)	a	variabilidade	na
faixa	 de	 mensurações	 de	 valores	 justos	 razoáveis	 não
for	significativa	para	esse	ativo	ou	(b)	as	probabilidades
das	 várias	 estimativas	 dentro	 da	 faixa	 puderem	 ser
razoavelmente	avaliadas	e	usadas	ao	mensurar	 o	 valor
justo.
Se	 uma	 entidade	 for	 capaz	 de	 mensurar	 de	 forma
confiável	 o	 valor	 justo	 do	 ativo	 recebido	 ou	 do	 ativo
concedido,	então	o	valor	 justo	do	ativo	concedido	será
usado	para	mensurar	o	custo	do	ativo	recebido,	exceto
se	 o	 valor	 justo	 do	 ativo	 recebido	 for	mais	 claramente
evidente.
Após	 o	 reconhecimento	 como	 um	 ativo,	 um	 item	 do
imobilizado	 será	 reconhecido	 pelo	 seu	 custo,	 menos
qualquer	 depreciação	 acumulada	 e	 quaisquer	 perdas
acumuladas	por	redução	ao	valor	recuperável.
Após	 o	 reconhecimento	 como	 um	 ativo,	 um	 item	 do
imobilizado	 cujo	 valor	 justo	 possa	 ser	 mensurado	 de
forma	 confiável	 será	 reconhecido	 ao	 valor	 reavaliado,
sendo	 seu	 valor	 justo	 na	 data	 da	 reavaliação	 menos
qualquer	 depreciação	 acumulada	 e	 perdas	 acumuladas
por	redução	ao	valor	recuperável	subsequentes.
As	reavaliações	serão	feitas	com	regularidade	suficiente
para	 garantir	 que	 o	 valor	 contábil	 não	 difira
significativamente	 daquele	 que	 seria	 determinado
usando	o	valor	justo	no	final	do	período	de	relatório.
Se	um	item	do	imobilizado	for	reavaliado,	toda	a	classe
do	 imobilizado	à	qual	pertence	o	ativo	será	 reavaliada.
Se	 o	 valor	 contábil	 de	 um	 ativo	 aumentar	 como
resultado	 de	 uma	 reavaliação,	 o	 aumento	 será
reconhecido	 em	 outros	 resultados	 abrangentes	 e
acumulados	 no	 patrimônio	 líquido,	 sob	 a	 rubrica	 de
superavit	 de	 reavaliação.	 Entretanto,	 o	 aumento	 será
reconhecido	 em	 lucros	 e	 perdas	 na	 medida	 em	 que
reverter	 uma	 redução	 na	 reavaliação	 do	mesmo	 ativo
anteriormente	reconhecido	em	lucros	e	perdas.
Se	o	valor	contábil	de	um	ativo	diminuir	como	resultado
de	 uma	 reavaliação,	 a	 redução	 será	 reconhecida	 no
resultado.	 Entretanto,	 a	 redução	 será	 reconhecida	 em
outros	resultados	abrangentes,	de	acordo	com	qualquer
saldo	 credor	 existente	 no	 superavit	 de	 reavaliação
desse	 ativo.	 A	 redução	 reconhecida	 em	 outros
resultados	 abrangentes	 reduz	 o	 valor	 acumulado	 no
patrimônio	 líquido	 sob	 a	 rubrica	 superavit	 de
reavaliação.
Ressalta-se	que	no	Brasil,	a	reavaliação	não	é	permitida
por	lei.
	
Depreciação
	
A	 depreciação	 representa	 o	 consumo	 dos	 benefícios
econômicos	do	ativo.	Diversos	 fatores	afetam	o	cálculo
da	 depreciação,	 como	 a	 determinação	 da	 vida	 útil
(tempo	em	que	o	ativo	trará	benefícios	econômicos	para
a	entidade),	o	cálculo	do	valor	residual	 (valor	estimado
de	venda	do	ativo	no	final	da	sua	vida	útil),	a	definição
do	método	de	depreciação	(padrão	no	qual	os	benefícios
econômicos	são	consumidos).
Ressalta-se	 que	 cada	 parte	 de	 um	 item	 do	 imobilizado
com	um	custo	que	seja	significativo	em	relação	ao	custo
total	do	item	será	depreciada	separadamente.
Uma	 entidade	 aloca	 o	 valor	 inicialmente	 reconhecido
em	 relação	 a	 um	 item	 do	 imobilizado	 a	 suas	 partes
significativas	 e	 deprecia	 separadamente	 cada	 uma
dessas	 partes.	 Por	 exemplo,	 pode	 ser	 apropriado
depreciar	 separadamente	 a	 estrutura	 e	 as	 turbinas	 de
uma	 aeronave,	 seja	 ela	 própria	 ou	 sujeita	 a	 um
arrendamento	 financeiro.	 Da	 mesma	 forma,	 se	 uma
entidade	 adquire	 imobilizado	 sujeito	 a	 um
arrendamento	 operacional	 em	 que	 é	 o	 arrendador,
pode	 ser	 apropriado	 depreciar	 separadamente	 aqueles
valores	 refletidos	 no	 custo	 desse	 item	 que	 forem
atribuíveis	 a	 prazos	 do	 arrendamento,	 favoráveis	 ou
desfavoráveis	em	relação	aos	termos	de	mercado.
Uma	parte	significativa	de	um	item	do	imobilizado	pode
ter	 uma	 vida	 útil	 e	 um	 método	 de	 depreciação	 que
sejam	 os	 mesmos	 que	 a	 vida	 útil	 e	 método	 de
depreciação	 de	 outra	 parte	 significativa	 desse	 mesmo
item.	 Essas	 partes	 podem	 ser	 agrupadas	 na
determinação	do	encargo	de	depreciação.
Essa	 forma	de	contabilização	da	depreciação	em	partes
também	 é	 conhecida	 como	 depreciação	 por
componentes.
Destaca-se	 que	 a	 despesa	 com	 depreciação	 deve	 ser
reconhecida	 no	 resultado	 do	 exercício,	 exceto	 quando
for	 incluída	 no	 valor	 contábil	 de	 outro	 ativo,	 como	 no
caso	 da	 depreciação	 de	 máquinas	 produtivas	 que	 se
torna	custo	de	produção.
O	 valor	 depreciável	 de	 um	 ativo	 será	 alocado
sistematicamente	ao	longo	de	sua	vida	útil.
O	 valor	 residual	 e	 a	 vida	 útil	 de	 um	 ativo	 serão
revisados	 pelo	 menos	 ao	 final	 de	 cada	 exercício
financeiro	 e,	 se	 as	 expectativas	 diferirem	 das
estimativas	 anteriores,	 a(s)	 mudança(s)	 será(ão)
contabilizada(s)	como	mudança(s)	na	estimativa	contábil
de	acordo	com	a	 IAS	8	?	Políticas	Contábeis,	Mudanças
nas	Estimativas	Contábeis	e	Erros.
A	depreciação	é	reconhecida	mesmo	se	o	valor	justo	do
ativo	 exceder	 seu	 valor	 contábil,	 na	medida	 em	que	o
valor	 residual	do	ativo	não	exceder	 seu	valor	 contábil.
O	 reparo	e	a	manutenção	de	um	ativo	não	 impedem	a
necessidade	de	depreciá-lo.
O	 valor	 depreciável	 de	 um	 ativo	 é	 determinado	 após
deduzir	o	seu	valor	residual.	Na	prática,	o	valor	residual
de	 um	 ativo	 é	 frequentemente	 insignificante	 e,
portanto,	irrelevante	no	cálculo	do	valor	depreciável.O	 valor	 residual	 de	 um	 ativo	 pode	 aumentar	 até	 um
valor	igual	ou	superior	ao	valor	contábil	de	um	ativo.	Se
isso	ocorrer,	o	encargo	de	depreciação	do	ativo	é	zero,
exceto	 e	 até	 que	 o	 valor	 residual	 subsequentemente
diminua	até	um	valor	abaixo	do	valor	contábil	do	ativo.
Destaca-se	 que	 a	 depreciação	 de	 um	 ativo	 começa
quando	ele	está	disponível	para	uso,	 isto	é,	quando	ele
está	 no	 local	 e	 na	 condição	 necessários	 para	 que	 seja
capaz	 de	 operar	 da	 forma	 pretendida	 pela
administração.	 A	 depreciação	 de	 um	 ativo	 se	 encerra
mediante	o	que	ocorrer	primeiro	?	entre	a	data	em	que
o	 ativo	 for	 classificado	 como	 mantido	 para	 venda	 (ou
incluído	em	um	grupo	de	alienação	que	seja	classificado
como	mantido	para	venda)	de	acordo	com	a	IFRS	5	e	a
data	 em	 que	 o	 ativo	 for	 baixado.	 Portanto,	 a
depreciação	 não	 se	 encerra	 quando	 o	 ativo	 se	 torna
ocioso	ou	é	retirado	de	ativo	em	uso,	exceto	se	o	ativo
for	 totalmente	depreciado.	Entretanto,	nos	métodos	de
depreciação	por	uso,	o	encargo	de	depreciação	pode	ser
zero,	enquanto	não	houver	produção.
A	 vida	 útil	 de	 um	 ativo	 é	 definida	 em	 termos	 da
utilidade	 esperada	 do	 ativo	 para	 a	 entidade.	 Dessa
forma,	os	seguintes	 fatores	devem	ser	considerados	na
determinação	da	vida	útil	de	um	ativo:
a)	 o	 uso	 esperado	 do	 ativo.	 O	 uso	 é	 avaliado	 por
referência	à	capacidade	ou	produção	 física	esperada	do
ativo.
b)	 desgaste	 físico	 natural	 esperado,	 que	 depende	 de
fatores	operacionais,	tais	como	o	número	de	turnos	nos
quais	 o	 ativo	 será	 usado	 e	 o	 programa	 de	 reparo	 e
manutenção,	 e	 o	 cuidado	 e	 manutenção	 do	 ativo
enquanto	ocioso;
c)	 obsolescência	 técnica	 ou	 comercial	 decorrente	 de
mudanças	 ou	 melhorias	 na	 produção,	 ou	 de	 uma
mudança	 na	 demanda	 de	 mercado	 pelo	 produto	 ou
serviço	resultante	do	ativo;
d)	limites	legais	ou	similares	sobre	o	uso	do	ativo,	como,
por	 exemplo,	 datas	 de	 vencimento	 de	 arrendamentos
relacionados.
O	método	 de	 depreciação	 usado	 refletirá	 o	 padrão	 em
que	se	espera	que	os	benefícios	econômicos	 futuros	do
ativo	sejam	consumidos	pela	entidade.
O	 método	 de	 depreciação	 aplicado	 a	 um	 ativo	 será
revisado	 pelo	 menos	 ao	 final	 de	 cada	 exercício
financeiro	e,	 se	 tiver	havido	uma	mudança	significativa
no	 padrão	 esperado	 de	 consumo	 dos	 benefícios
econômicos	 futuros	 incorporados	 ao	 ativo,	 o	 método
será	 alterado,	 para	 refletir	 os	 padrões	 alterados.	 Essa
mudança	 será	 contabilizada	 como	 mudança	 na
estimativa	contábil	de	acordo	com	a	IAS	8.
Uma	variedade	de	métodos	de	depreciação	poderá	ser
usada	 para	 alocar	 o	 valor	 depreciável	 de	 um	 ativo
alocado	 sistematicamente	 ao	 longo	 de	 sua	 vida	 útil.
Esses	métodos	 incluem	 o	método	 linear,	 o	método	 do
saldo	decrescente	e	o	método	de	unidades	de	produção.
A	 depreciação	 linear	 resulta	 em	um	encargo	 constante
sobre	a	vida	útil,	se	o	valor	residual	do	ativo	não	mudar.
O	método	do	saldo	decrescente	resulta	em	um	encargo
decrescente	 ao	 longo	 da	 vida	 útil.	 O	 método	 de
unidades	 de	 produção	 resulta	 em	um	encargo	baseado
no	uso	esperado	ou	produção.
A	 entidade	 seleciona	 o	 método	 que	 reflete	 de	 forma
mais	 aproximada	 o	 padrão	 de	 consumo	 esperado	 dos
benefícios	 econômicos	 futuros	 incorporados	 ao	 ativo.
Esse	método	é	aplicado	consistentemente,	de	período	a
período,	 exceto	 se	 houver	 uma	 alteração	 no	 padrão
esperado	 de	 consumo	 desses	 benefícios	 econômicos
futuros.
	
Arrendamentos	(IAS	17)
	
O	objetivo	da	IAS	17	é	prescrever,	para	arrendatários	e
arrendadores,	 as	 políticas	 contábeis	 apropriadas	 e	 a
divulgação	a	serem	aplicadas	aos	arrendamentos.
Arrendamento	 é	 um	 acordo	 pelo	 qual	 o	 arrendador
transmite	ao	arrendatário,	em	 troca	de	um	pagamento
ou	série	de	pagamentos,	o	direito	de	usar	um	ativo	por
um	período	de	tempo	pactuado.
Um	 contrato	 ou	 compromisso	 de	 arrendamento	 pode
incluir	 uma	 disposição	 para	 ajustar	 as	 prestações	 do
arrendamento,	 em	 caso	 de	 mudanças	 no	 custo	 de
construção	ou	aquisição	do	bem	arrendado	ou	em	caso
de	mudanças	em	alguma	outra	mensuração	do	custo	ou
valor,	tais	como	níveis	gerais	de	preços	ou	nos	custos	do
arrendador	 para	 financiar	 o	 arrendamento,	 durante	 o
período	 entre	 o	 início	 do	 arrendamento	 e	 o	 início	 do
prazo	 do	 arrendamento.	 Nesse	 caso,	 o	 efeito	 de
qualquer	 eventual	 alteração	 será	 considerado	 como
ocorrido	 no	 início	 do	 arrendamento	 para	 as	 finalidades
da	IAS	17.
A	definição	de	um	arrendamento	inclui	contratos	para	o
aluguel	 de	 um	 ativo	 que	 contenha	 uma	 condição	 que
dê,	 ao	 locatário,	 a	 opção	de	 adquirir	 a	 propriedade	do
ativo	 por	 ocasião	 do	 atendimento	 de	 condições
pactuadas.	 Esses	 contratos	 são	 algumas	 vezes
denominados	 contratos	 de	 aluguel	 com	 opção	 de
compra.
	
Classificação	de	Arrendamentos
	
A	 classificação	 de	 arrendamentos	 adotada	 na	 IAS	 17	 é
baseada	 na	 extensão	 em	 que	 os	 riscos	 e	 benefícios
inerentes	 à	 propriedade	 de	 um	 ativo	 arrendado
permanecem	 com	 o	 arrendador	 ou	 o	 arrendatário.	 Os
riscos	 incluem	 as	 possibilidades	 de	 perdas	 decorrentes
de	capacidade	ociosa	ou	obsolescência	tecnológica	e	de
variações	 no	 retorno	 devido	 às	 condições	 econômicas
variáveis.
Um	 arrendamento	 é	 classificado	 como	 um
arrendamento	 financeiro	 se	 transferir	 substancialmente
todos	os	riscos	e	benefícios	inerentes	à	propriedade.	Um
arrendamento	 é	 classificado	 como	 um	 arrendamento
operacional	se	não	transferir	substancialmente	todos	os
riscos	e	benefícios	inerentes	à	propriedade.
Visto	 que	 a	 transação	 entre	 um	 arrendador	 e	 um
arrendatário	 é	 baseada	 em	 um	 contrato	 de
arrendamento	 entre	 eles,	 é	 apropriado	 usar	 definições
consistentes.	A	aplicação	dessas	definições	às	diferentes
circunstâncias	 do	 arrendador	 e	 do	 arrendatário	 pode
resultar	 no	 fato	 de	 que	 o	 mesmo	 arrendamento	 seja
classificado	diferentemente	por	eles.	Por	exemplo,	esse
pode	 ser	 o	 caso	 se	 o	 arrendador	 se	 beneficiar	 de	 uma
garantia	de	valor	 residual	 fornecida	por	uma	parte	não
relacionada	ao	arrendatário.
Ressalta-se	 que	 o	 arrendador	 é	 quem	 detém	 a
propriedade,	 enquanto	 o	 arrendatário	 é	 quem	 tem	 a
posse	ou	gestão	do	ativo.
O	 fato	 de	 um	 arrendamento	 ser	 um	 arrendamento
financeiro	ou	um	arrendamento	operacional	depende	da
essência	da	transação,	em	vez	da	forma	do	contrato.
Exemplos	 de	 situações	 que,	 individualmente	 ou	 em
combinação,	normalmente	 levariam	um	arredamento	a
ser	classificado	como	um	arrendamento	financeiro:
a)	o	arrendamento	transfere	a	propriedade	do	ativo	ao
arrendatário	até	o	final	do	prazo	do	arrendamento;
b)	o	arrendatário	tem	a	opção	de	comprar	o	ativo	a	um
preço	que	se	espera	seja	suficientemente	mais	baixo	do
que	 o	 valor	 justo,	 na	 data	 em	 que	 a	 opção	 se	 tornar
exercível,	para	que	seja	 razoavelmente	certo,	no	 início
do	arrendamento,	que	a	opção	será	exercida;
c)	 o	 prazo	 do	 arrendamento	 é	 equivalente	 à	 vida
econômica	 do	 ativo,	 mesmo	 se	 a	 propriedade	 não	 for
transferida;
d)	 no	 início	 do	 arrendamento,	 o	 valor	 presente	 dos
pagamentos	 mínimos	 do	 arrendamento	 equivale
substancialmente	 à	 totalidade	 do	 valor	 justo	 do	 ativo
arrendado,	;e
e)	 os	 ativos	 arrendados	 são	 de	 uma	 natureza	 tão
especializada	 que	 somente	 o	 arrendatário	 pode	 usá-los
sem	modificações	importantes.
Indicadores	 de	 situações	 que,	 individualmente	 ou	 em
combinação,	também	poderiam	levar	um	arredamento	a
ser	classificado	como	arrendamento	financeiro:
a)	se	o	arrendatário	puder	cancelar	o	arrendamento,	as
perdas	do	arrendador,	associadas	ao	cancelamento,	são
arcadas	pelo	arrendatário;
b)	 se	 ganhos	 ou	 perdas	 provenientes	 da	 flutuação	 no
valor	 justo	 do	 residual	 se	 acumularem	 para	 o
arrendatário(por	 exemplo,	 na	 forma	de	 um	 rebate	 de
aluguel	 que	 seja	 equivalente	 à	 maior	 parte	 dos
proventos	de	venda	no	final	do	arrendamento),	e;
c)	 se	 o	 arrendatário	 tiver	 a	 capacidade	 de	 continuar	 o
arrendamento	 por	 um	 período	 secundário,	 por	 um
aluguel	que	seja	substancialmente	menor	que	o	aluguel
de	mercado.
Se	 ficar	 claro,	 a	 partir	 de	 outras	 características,	 que	 o
arrendamento	 não	 transfere	 substancialmente	 todos	 os
riscos	 e	 benefícios	 inerentes	 à	 propriedade,	 o
arrendamento	 é	 classificado	 como	 um	 arrendamento
operacional.	 Por	 exemplo,	 esse	 pode	 ser	 o	 caso	 se	 a
propriedade	 do	 ativo	 for	 transferida,	 no	 final	 do
arrendamento,	por	um	pagamento	variável	equivalente
ao	 seu	 então	 valor	 justo,	 ou	 se	 houver	 aluguéis
contingentes	 (é	 a	 parcela	 das	 prestações	 do
arrendamento	cujo	valor	não	é	 fixo,	mas	que	se	baseia
no	 valor	 futuro	 de	 um	 fator	 que	 se	modifica,	 sem	 ser
pela	 passagem	do	 tempo,	 como,	 percentual	 de	 vendas
futuras,	 valor	 de	 uso	 futuro,	 índices	 de	 preços	 futuros,
taxas	futuras	de	juros	de	mercado),	como	resultado	dos
quais	 o	 arrendatário	 não	 tem	 substancialmente	 todos
esses	riscos	e	benefícios.
A	 classificação	 do	 arrendamento	 é	 feita	 no	 início	 do
arrendamento.	Se,	em	qualquer	época,	o	arrendatário	e
o	arrendador	concordarem	em	alterar	as	disposições	do
arrendamento,	que	não	seja	por	meio	de	renovação	do
arrendamento,	 em	 uma	 forma	 que	 resultaria	 em	 uma
classificação	diferente	do	arrendamento,	caso	os	termos
alterados	estejam	em	vigor	no	 início	do	arrendamento,
o	 contrato	 revisado	 é	 considerado	 como	 um	 novo
contrato	 ao	 longo	 do	 seu	 prazo.	 Entretanto,	 as
mudanças	nas	 estimativas	 (por	 exemplo,	mudanças	nas
estimativas	 da	 vida	 econômica	 ou	 do	 valor	 residual	 do
imóvel	 arrendado)	 ou	 as	 mudanças	 nas	 circunstâncias
(por	exemplo,	 inadimplência	por	parte	do	arrendatário)
não	 originam	 uma	 nova	 classificação	 de	 um
arrendamento	para	fins	contábeis.
	
Arrendamentos	 nas	 Demonstrações	 Financeiras
de	Arrendatários
	
Arrendamentos	financeiros
No	 início	 do	 prazo	 do	 arrendamento,	 os	 arrendatários
reconhecerão	os	arrendamentos	financeiros	como	ativos
e	passivos	em	suas	demonstrações	da	posição	financeira,
pelos	 valores	 equivalentes	 ao	 valor	 justo	 do	 bem
arrendado	 ou,	 se	 menor,	 o	 valor	 presente	 dos
pagamentos	mínimos	 do	 arrendamento,	 cada	 um	deles
determinado	no	início	do	arrendamento.
A	 taxa	 de	 desconto	 a	 ser	 usada	 no	 cálculo	 do	 valor
presente	dos	pagamentos	mínimos	do	arrendamento	é	a
taxa	 de	 juros	 implícita	 no	 arrendamento,	 se	 for
praticável	determiná-la;	em	caso	negativo,	será	usada	a
taxa	 incremental	 do	 arrendatário.	 Quaisquer	 custos
diretos	 iniciais	do	arrendatário	são	adicionados	ao	valor
reconhecido	como	um	ativo.
As	 transações	 e	 outros	 eventos	 são	 contabilizados	 e
apresentados	 de	 acordo	 com	 sua	 essência	 e	 realidade
financeira,	 e	 não	 apenas	 com	 a	 forma	 legal.	 Embora	 a
forma	legal	de	um	contrato	de	arrendamento	seja	que	o
arrendatário	 não	 pode	 adquirir	 nenhuma	 propriedade
legal	 do	 ativo	 arrendado,	 no	 caso	 de	 arrendamentos
financeiros,	a	essência	e	a	realidade	financeira	são	que	o
arrendatário	 adquire	 os	 benefícios	 econômicos	 do	 uso
do	 ativo	 arrendado	 pela	 parte	 principal	 de	 sua	 vida
econômica	em	 troca	da	assunção	de	uma	obrigação	de
pagar	 por	 esse	 direito	 um	 valor	 que	 se	 aproxima,	 no
início	 do	 arrendamento,	 ao	 valor	 justo	 do	 ativo	 e	 ao
respectivo	encargo	de	financiamento.
Os	 pagamentos	 mínimos	 do	 arrendamento	 serão
distribuídos	 entre	 o	 encargo	 financeiro	 e	 a	 redução	 do
passivo	 pendente.	O	 encargo	 financeiro	 será	 alocado	 a
cada	 período	 durante	 o	 prazo	 do	 arrendamento,	 de
modo	a	produzir	uma	taxa	de	juros	periódica	constante
sobre	o	saldo	remanescente	do	passivo.
Destaca-se	 que	 um	 arrendamento	 financeiro	 origina
despesa	 de	 depreciação	 para	 ativos	 depreciáveis,	 bem
como	 despesa	 financeira	 para	 cada	 período	 contábil.	 A
política	 de	 depreciação	 para	 ativos	 arrendados
depreciáveis	 será	 consistente	 com	 aquela	 para	 ativos
depreciáveis	 de	 propriedade	 da	 entidade	 e	 a
depreciação	reconhecida	será	calculada	de	acordo	com	a
IAS	16	?	Imobilizado	e	a	IAS	38	?	Ativos	Intangíveis.
Se	 não	 houver	 nenhuma	 certeza	 razoável	 de	 que	 o
arrendatário	 obterá	 a	 propriedade	até	 o	 final	 do	prazo
do	 arrendamento,	 o	 ativo	 será	 totalmente	 depreciado
ao	 longo	 do	 que	 for	 mais	 curto	 entre	 o	 prazo	 do
arrendamento	 e	 sua	 vida	 útil.	 O	 valor	 depreciável	 de
um	 ativo	 arrendado	 é	 alocado	 a	 cada	 período	 contábil
durante	 o	 período	 de	 uso	 esperado,	 de	 forma
sistemática	e	consistente	com	a	política	de	depreciação
que	 o	 arrendatário	 adotar	 para	 ativos	 depreciáveis	 de
sua	propriedade.
Se	 houver	 certeza	 razoável	 de	 que	 o	 arrendatário
obterá	 a	 propriedade	 até	 o	 final	 do	 prazo	 do
arrendamento,	o	período	de	uso	esperado	é	a	vida	útil
do	ativo;	caso	contrário,	o	ativo	é	depreciado	ao	 longo
do	que	for	mais	curto	entre	o	prazo	do	arrendamento	e
sua	vida	útil.
	
Arrendamentos	operacionais
As	 prestações	 do	 arrendamento	 previstas	 em	 um
arrendamento	 operacional	 serão	 reconhecidas	 como
uma	despesa	pelo	método	 linear	ao	 longo	do	prazo	do
arrendamento,	 exceto	 se	 outra	 forma	 sistemática	 for
mais	representativa	do	padrão	temporal	do	benefício	do
usuário.
Para	 arrendamentos	 operacionais,	 as	 prestações	 do
arrendamento	 (excluindo	 custos	 de	 serviços,	 tais	 como
seguro	 e	 manutenção)	 são	 reconhecidas	 como	 uma
despesa	 pelo	 método	 linear,	 exceto	 se	 outra	 forma
sistemática	 for	 representativa	 do	 padrão	 temporal	 do
benefício	 do	 usuário,	 mesmo	 se	 as	 prestações	 não
estiverem	nessa	forma.
	
Arrendamentos	 nas	 Demonstrações	 Financeiras
de	Arrendadores
	
Arrendamentos	financeiros
Os	 arrendadores	 reconhecerão	 os	 ativos	 mantidos	 em
um	arrendamento	financeiro	em	suas	demonstrações	da
posição	 financeira	 e	 os	 apresentarão	 como	 um
recebível,	 em	 um	 valor	 equivalente	 ao	 investimento
líquido	no	arrendamento.
Em	 um	 arrendamento	 financeiro,	 substancialmente
todos	 os	 riscos	 e	 benefícios	 inerentes	 à	 propriedade
legal	são	transferidos	pelo	arrendador	e,	desse	modo,	o
recebível	da	prestação	do	arrendamento	é	tratado,	pelo
arrendador,	 como	 restituição	 do	 principal	 e	 receita
financeira	para	reembolsar	e	recompensar	o	arrendador
por	seu	investimento	e	serviços.
O	 reconhecimento	 da	 receita	 financeira	 será	 baseado
em	 um	 padrão	 que	 reflita	 uma	 taxa	 de	 retorno
periódica	 constante	 sobre	 o	 investimento	 líquido	 do
arrendador	no	arrendamento	financeiro.
Um	 arrendador	 objetiva	 alocar	 a	 receita	 financeira	 ao
longo	 do	 prazo	 do	 arrendamento,	 em	 uma	 forma
sistemática	 e	 racional.	 Essa	 alocação	 de	 receita	 é
baseada	 em	 um	 padrão	 que	 reflete	 um	 retorno
periódico	 constante	 sobre	 o	 investimento	 líquido	 do
arrendador	no	arrendamento	financeiro.	Os	pagamentos
do	arrendamento	relativos	ao	período,	excluindo	custos
de	 serviços,	 são	 aplicadas	 contra	 o	 investimento	 bruto
no	arrendamento	para	reduzir	tanto	o	principal	quanto	a
receita	financeira	não	auferida.
Os	 arrendadores	 fabricantes	 ou	 revendedores
reconhecerão	 lucro	 ou	 perda	 de	 venda	 no	 período,	 de
acordo	com	a	política	seguida	pela	entidade	para	vendas
diretas.	Se	forem	aplicadas	taxas	de	juros	artificialmente
baixas,	o	 lucro	da	venda	será	 restrito	àquele	que	seria
aplicável	 se	 fosse	 cobrada	 uma	 taxa	 de	 juros	 de
mercado.	 Os	 custos	 incorridos	 pelos	 arrendadores
fabricantes	ou	revendedores	em	relação	à	negociação	e
estruturação	 de	 um	 arrendamento	 serão	 reconhecidos
como	 uma	 despesa,	 quando	 o	 lucro	 da	 vendafor
reconhecido.
Os	 fabricantes	 ou	 revendedores	 frequentemente
oferecem	aos	clientes	a	escolha	de	comprar	ou	arrendar
um	ativo.	Um	arrendamento	financeiro	de	um	ativo	por
um	 arrendador	 fabricante	 ou	 revendedor	 origina	 dois
tipos	de	receita:
a)	 lucro	 ou	 perda	 equivalente	 ao	 lucro	 ou	 perda
resultante	 de	 uma	 venda	 direta	 do	 ativo	 sendo
arrendado,	 pelos	 preços	 normais	 de	 venda,	 refletindo
quaisquer	 descontos	 aplicáveis	 de	 volume	 ou	 de
negociação,	e;
b)	 receita	 financeira	 ao	 longo	 do	 prazo	 do
arrendamento.
A	 receita	de	 vendas	 reconhecida	no	 início	do	prazo	do
arrendamento	 por	 um	 arrendador	 fabricante	 ou
revendedor	 é	 o	 valor	 justo	 do	 ativo	 ou,	 se	 inferior,	 o
valor	 presente	 dos	 pagamentos	 mínimos	 do
arrendamento,	calculados	à	taxa	de	juros	de	mercado.	O
custo	 de	 venda	 reconhecido	 no	 início	 do	 prazo	 do
arrendamento	é	o	custo,	ou	valor	contábil	se	diferente,
do	 bem	 arrendado	 menos	 o	 valor	 presente	 do	 valor
residual	 não	 garantido.	 A	 diferença	 entre	 a	 receita	 de
vendas	 e	 o	 custo	 de	 venda	 é	 o	 lucro	 de	 venda,	 que	 é
reconhecido	de	acordo	com	a	política	da	entidade	para
vendas	diretas.
	
Arrendamentos	operacionais
Os	 arrendadores	 apresentarão	 os	 ativos	 sujeitos	 aos
arrendamentos	operacionais	em	suas	demonstrações	da
posição	financeira	de	acordo	com	a	natureza	do	ativo.
A	 receita	 do	 arrendamento	 proveniente	 de
arrendamentos	 operacionais	 será	 reconhecida	 no
resultado	 pelo	 método	 linear,	 ao	 longo	 do	 prazo	 do
arrendamento,	 exceto	 se	 outra	 forma	 sistemática	 for
mais	 representativa	 do	 padrão	 temporal	 em	 que	 o
benefício	 do	 uso	 derivado	 do	 ativo	 arrendado	 é
diminuído.
Os	 custos,	 incluindo	 a	 depreciação,	 incorridos	 na
realização	da	receita	de	arrendamento	são	reconhecidos
como	 uma	 despesa.	 A	 receita	 de	 arrendamento
(excluindo	 recebimentos	 por	 serviços	 fornecidos,	 tais
como	seguro	e	manutenção)	é	reconhecida	pelo	método
linear,	 ao	 longo	do	prazo	do	arrendamento,	mesmo	se
os	 recebimentos	 não	 estiverem	 nessa	 base,	 exceto	 se
outra	 forma	 sistemática	 for	 mais	 representativa	 do
padrão	temporal	em	que	o	benefício	de	uso	derivado	do
ativo	arrendado	é	diminuído.
Os	custos	diretos	iniciais	incorridos	por	arrendadores	na
negociação	 e	 estruturação	 de	 um	 arrendamento
operacional	serão	adicionados	ao	valor	contábil	do	ativo
arrendado	e	reconhecidos	como	uma	despesa,	ao	longo
do	 prazo	 do	 arrendamento,	 na	 mesma	 base	 que	 a
receita	do	arrendamento.
A	 política	 de	 depreciação	 para	 ativos	 arrendados
depreciáveis	 será	 consistente	 com	 a	 política	 de
depreciação	normal	do	arrendador	para	ativos	similares
e	a	depreciação	será	calculada	de	acordo	com	as	IAS	16
e	IAS	38.
Para	 determinar	 se	 um	 ativo	 arrendado	 está	 sujeito	 a
uma	 redução	 no	 seu	 valor	 recuperável,	 uma	 entidade
aplica	a	IAS	36.
Destaca-se	 ainda	 que	 um	 arrendador	 fabricante	 ou
revendedor	 não	 reconhece	nenhum	 lucro	 de	 venda	na
celebração	de	um	arrendamento	operacional,	pois	não	é
equivalente	a	uma	venda.
Cumpre	 mencionar	 que	 o	 IASB	 está	 em	 processo	 de
finalização	da	IFRS	16,	que	é	um	projeto	para	melhorar
a	informação	financeira	de	contratos	de	arrendamento	e
que	substituirá	a	IAS	17.	O	IASB	apontou	que	até	o	final
de	 janeiro	 de	 2016	 emite	 a	 nova	 norma	 sobre
arrendamentos,	contudo,	somente	terá	vigência	a	partir
de	1º	de	janeiro	de	2019.
	
Bibliografia
	
ERNEST	 &	 YOUNG;	 FIPECAFI.	 Manual	 de	 Normas
Internacionais	 de	 Contabilidade:	 IFRS	 versus
Normas	Brasileiras.	2	ed.	São	Paulo:	Atlas,	2010.
IASB	 -	 Internacional	 Accounting	 Standards	 Board.	 IAS
16	-	Property,	Plant	and	Equipment.
______.	IAS	17	-	Leases.
IBRACON;	 IFRS.	 Normas	 Internacionais	 de
Relatório	 Financeiro	 (IFRS).	 São	 Paulo:	 IBRACON,
2015.
IUDÍCIBUS	 et.	 al.	 Manual	 de	 Contabilidade
Societária.	2	ed.	São	Paulo:	Atlas,	2013.
Aplicação	Prática	Teórica
Exercício	01.	Julgue	as	afirmativas	a	seguir:
(	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	)	Mesmo	que	uma	parte	de	um	ativo	tenha	o
custo	significativo	em	relação	ao	 item	como	um	todo	e
vida	 útil	 diferente,	 ela	 não	 deve	 ser	 controlada	 e
depreciada	separadamente.
(	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 )	 A	 entidade	 pode	 decidir	 por	 depreciar
separadamente	 partes	 de	 um	 ativo	 que	 não	 tenham
custo	significativo	em	relação	ao	custo	total.
(											)	A	não	ser	que	seja	incluída	no	valor	contábil
de	 outro	 ativo,	 a	 despesa	 de	 depreciação	 deverá	 ser
reconhecida	no	resultado	do	exercício.
(	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 )	 Os	 custos	 com	 serviços	 diários	 devem	 ser
reconhecimentos	no	resultado	do	exercício.
(	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 )	A	entidade	deve	reconhecer	os	custos	com
serviços	 diários	 de	 um	 item	 no	 valor	 contábil	 do	 ativo
imobilizado.
(	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 )	Custos	de	preparação	do	 local	 e	 custos	de
instalação	 e	 montagem	 são	 custos	 diretamente
atribuíveis.
(	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	)	Custos	de	abertura	de	uma	nova	instalação,
honorários	 profissionais	 e	 custos	 de	 introdução	 de	 um
novo	produto	são	custos	diretamente	atribuíveis.
	
Exercício	02.	Julgue	as	afirmativas	a	seguir:
(	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 )	 Um	 arrendamento	 é	 classificado	 como
Operacional	 se	há	 transferência	substancial	de	 todos	os
riscos	e	benefícios	inerentes	à	propriedade.
(	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 )	 Nos	 arrendamentos	 financeiros,
frequentemente	 o	 arrendatário	 incorre	 em	 gastos	 com
os	 custos	 diretos	 iniciais	 do	 arrendamento,	 tais	 como
negociação	 e	 garantias	 de	 acordos,	 esses	 custos	 são
contabilizados	 diretamente	 no	 resultado,	 na	 forma	 de
despesas.
(	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 )	 A	 política	 de	 depreciação	 para	 ativos
arrendados	 depreciáveis	 deve	 ser	 consistente	 com
aquela	para	ativos	depreciáveis	de	propriedade.
(											)	Normalmente	as	prestações	de	arrendamento
operacional	serão	reconhecidas	como	uma	despesa	pelo
método	linear	ao	longo	do	prazo	do	arrendamento.
(	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 )	 Um	 arrendamento	 operacional	 deve	 ser
reconhecido	 nas	 demonstrações	 do	 arrendatário	 tanto
como	 um	 ativo	 quanto	 como	 uma	 obrigação	 de	 pagar
prestações	futuras	do	arrendamento.

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