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Psicologia na UTI Neonatal

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PSICOLOGIA HOSPITALAR
Profª. Thatiana Valory
AULA 10: O PSICÓLOGO HOSPITALAR NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
PSICOLOGIA HOSPITALAR
AULA 10: O PSICÓLOGO HOSPITALAR NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
Objetivos desta aula:
 Entender a estrutura física da UTI Neonatal;
 Entender a importância da interação mãe-bebê;
 Entender a rotina da Psicologia na UTI Neonatal.
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A relação mãe-bebê é de extrema importância para o desenvolvimento saudável do bebê, porém, esta relação pode ser prejudicada quando o bebê nasce prematuro e necessita de hospitalização em uma UTI. Várias são as causas que levam a necessidade desta internação.
A Psicologia em atuação interdisciplinar poderá auxiliar esta mãe a aceitar, a se adaptar a realidade deste bebê prematuro diminuindo o distanciamento com o mesmo para construção de uma relação saudável com este bebê, apesar do afastamento necessário imposto pela internação.
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As pesquisas nesta área têm demonstrado a importância da vinculação mãe-bebê como um fator preventivo de problemas emocionais e escolares nestas crianças. Sendo assim, cabe a equipe de saúde favorecer esta aproximação quando o distanciamento se tornar mais evidente. 
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A IMPORTÂNCIA DA MÃE JUNTO AO BEBÊ RECÉM-NASCIDO
Durante os diferentes séculos a relevância que foi dada à presença da mãe junto aos seus bebês passou por várias modificações. No século passado Budin citado por Baptista et.al. acreditava ser importante a presença das mães junto ao berçário dos prematuros as liberando para os cuidados básicos para com seus filhos. Budin atribuía essa importância em função de acreditar que as mães que se mantinham mais afastadas de seus filhos perdiam o interesse pelos mesmos, em função de não poder cuidar deles. 
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Por volta de 1900, os pais foram desmotivados a ter contato com seus filhos em virtude do alto índice de morbidade e mortalidade dos recém-nascidos por causa de infecções o que gerou um rigoroso isolamento.
No período da Segunda Guerra Mundial faltavam cuidadores para os bebês o que trouxe de volta as mães para esse papel de cuidado o que trouxe um nítido decréscimo da mortalidade infantil da época, mas foi somente por volta de 15-20 anos que os pais de fato passaram a ter a oportunidade de cuidar de seus filhos sem risco de saúde.
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A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - NEONATAL (UTI – NEO)
Quando uma mulher descobre que está grávida surge toda uma expectativa com relação ao bebê, não só por parte dos pais, mas também das pessoas mais próximas. Essa expectativa está voltada para o bebê sendo cuidado pela sua mãe em casa. Contudo, algumas intercorrências envolvendo o recém-nascido, levam a uma separação deste bebê de sua mãe, para que ele receba os cuidados especializados necessários em uma Unidade de Terapia Intensiva – Neonatal ficando, portanto em incubadoras. 
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A UTI-Neonatal é descrita pelos autores Baptista et.al. (2012, p.122) sendo um local em que os bebês recebem cuidados intensivos, vinte e quatro horas por dia, tanto da equipe médica como da enfermagem. Para controlar o quadro clínico do recém-nascido e seus sinais vitais, é necessária a utilização de aparelhos como os monitores cardiorrespiratórios, ventiladores mecânicos, oxímetros, fototerapia, etc.
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Os diagnósticos mais comuns observados em uma UTI-Neo são: prematuridade, membrana hialina, síndrome de aspiração de mecônio, anoxia neonatal, hidrocefalia, malformação congênita, mielomeningoceles, hipoglicemia, icterícia fisiológica e doença hemolítica do recém-nascido por incompatibilidade do sangue.
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A equipe da UTI-Neo é composta por médicos especializados em recém-nascidos (até as quatro primeiras semanas de vida) que são chamados de médicos neonatologistas bem como enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, fonoaudiólogos, etc. 
Tanto a equipe de saúde quanto os diagnósticos vão se diferenciar de acordo com a instituição, seu público alvo, etc.
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RELAÇÃO MÃE-BEBÊ
As pesquisas relacionadas à relação mãe bebê apontam para a importância desta interação e acrescentam que o processo de apego ocorre também com o cuidador, que pode ser a própria mãe, ou o pai ou qualquer outra pessoa que assuma esta função e não somente com a mãe. 
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Porém o que se percebe na maioria das vezes é que inicialmente o contato mais direto que o bebê tem é com a mãe, e a partir de seu desenvolvimento, da sua independência os laços tendem a se estender para além da mãe aumentando assim seus vínculos sociais naturais com o pai e com outras pessoas significativas. Com isso a interação com a mãe vai tendo um decréscimo a medida que outras pessoas também se tornam importantes para a vida da criança.
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As pesquisas na área da relação mãe bebê sempre ocupou a psicologia, porém as pesquisas nesta área têm crescido desde a década de 50. Os primeiros estudos de pais e bebê hospitalizados em UTI-Neo aconteceram por volta de 20 anos a partir da observação da equipe de saúde que percebeu que muitos bebês retornavam ao serviço pediátrico com diagnóstico de espancamento e a maioria deles tinham sido prematuros e que provavelmente tais espancamentos poderiam estar relacionados às deficiências nas vinculações e o apego entre o cuidador e o bebê, sendo esta então a principal motivação para os estudos nesta área.
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As teorias psicológicas fundamentadas na psicanálise, na psicologia do desenvolvimento e nas teorias comportamentais apontam a importância da interação mãe-bebê como um dos principais fatores para explicação do tipo de desenvolvimento e da problemática apresentada pela criança em idades mais avançadas. Autores da psicologia ressaltam ainda que a prevenção de problemas nesta interação deve acontecer desde o pré-natal visto que a atenção psicológica e social desde cedo pode facilitar à gestante e as futuras mães melhores condições para acolher seu filho quando do seu nascimento.
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Klaus e Kennel (1993, citados por Baptista et.al. 2012, p. 124) apresentam algumas fases chamadas por eles de fases de afeiçoamento e apontam a importância das mesmas para a construção do vínculo entre os pais e seus bebês. Essas fases são:
1 - Planejamento da gestação (antes da gestação);
2 - Confirmação da gestação;
3 - Aceitação da gestação;
4 - Percepção dos movimentos fetais;
5 - Início da aceitação do filho como um indivíduo (durante a gestação);
6 - Ver, tocar, cuidar do bebê e aceitar o neonato como um indivíduo a parte (após o nascimento).
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Esses autores ressaltam que estas fases
não são direcionadas a uma população específica, mas sim fazem parte do processo de vinculação de qualquer relação cuidador-bebê. Vale lembrar que este vínculo envolve também o pai da criança, apesar de se saber que socialmente recai sobre a mãe esta responsabilidade pelo cuidado e guarda do bebê.
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Outros autores falam sobre a essa vinculação ressaltando que ela ocorre de forma instintiva enquanto um processo contínuo, sendo este processo orientado pela modelação (aprendizagem por observação); modelagem (condicionamento operante) e ensaio e erro, ou seja, a partir dos já conhecidos por nós princípios da aprendizagem.
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Cabe ainda pensar na importância também de se preparar as mães para a possibilidade de um bebê prematuro através da apresentação de imagens, por exemplo, com o objetivo de diminuir o impacto com o primeiro contato em função da expectativa anterior de um bebê saudável. “Toda mãe deveria ter um contato visual com o filho ao nascer, para que ela possa estar confirmando ou não suas expectativas e obter dados de realidade” 
(ZIEGEL e CRANLEY, 1985, citados por BAPTISTA et.al., 2012, p. 125).
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O PAPEL DO PSICÓLOGO E A ROTINA DIÁRIA DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA NA UTI-NEO
O RN precisa obviamente das atenções voltados para os cuidados com relação aos seus problemas de saúde, mas, além disso, é importante avaliar todas as questões psicológicas e sociais com o intuito da promoção de um trabalho interdisciplinar que está relacionado a avaliação de todos os aspectos que podem de alguma forma afetar no nascimento e na hospitalização de um bebê com algum comprometimento.
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A psicologia tem trabalho com a avaliação e a intervenção psicológica junto aos pais, familiares e equipe de saúde com o objetivo além da vinculação inicial com o bebê, o bom contato entre os profissionais da equipe de saúde e destes com o cuidador. 
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A equipe de saúde também pode realizar trabalhos voltados para prevenção de problemas relacionados às questões psicossociais e adaptação à rotina hospitalar, como, por exemplo, incentivo ao acompanhamento pré-natal, prevenção de gravidez indesejada, alimentação adequada da gestante, assim como programas voltados à informação sobre os problemas de saúde do feto detectados ainda na gravidez e após o nascimento.
(BAPTISTA, et.al., 2012, p.123)
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ROTINA DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA DE UM HOSPITAL-ESCOLA
O relato desta rotina foi extraída na íntegra dos autores (BAPTISTA; AGOSTINHO; BAPTISTA e DIAS, 2012, p. 128-129) onde os mesmos descrevem esta rotina do serviço de psicologia de um hospital-escola.
1 – Passar pelas salas da UTI-Neo, para verificar quem são os bebês internados e se houve modificação na quantidade de aparelhagem de monitoração do bebê.
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2 – Contatar a Equipe de Saúde (médicos e equipe de enfermagem), com o objetivo de:
 Verificar o nascimento de novos RNs;
 Verificar as percepções da equipe em relação ao estado psicológico dos pais (ex.: se houve interesse dos pais em saber o diagnóstico, se mostram desejo de contatar o bebê, etc);
 Obter informação do diagnóstico atual e do prognóstico dos RNs.
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3 – Iniciar o preenchimento de dados da Ficha de Avaliação Psicológica, através do prontuário do RN (ex.: dados de identificação dos pais, história gestacional, diagnóstico do RN, entre outros).
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 4 – Contato com a mãe do RN, hospitalizado, visando:
 Apresentação do Psicólogo e do Serviço de Psicologia como parte do atendimento interdisciplinar da UTI-Neo;
 Coleta dos dados para completar as informações da ficha de avaliação;
 Avaliação sobre a compreensão da mãe em relação ao motivo da internação do RN; e
 Avaliação das reações psicológicas frente a hospitalização do RN (ex.: choro, apatia, sono, alimentação, comunicação, contato pessoal, apoio familiar, medo, expectativas positivas e negativas dos pais, etc.).
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5 – Acompanhamento da mãe à UTI-Neo com o objetivo de:
 
 Verificar e avaliar se existem comportamentos de olhar e tocar o RN, bem como de falar com ele;
 Orientar a mãe na manutenção com o bebê, principalmente tocando, falando e visitando-o. Dar informações de como deve ordenhar o leite e, quando possível, amamentar o bebê; e
 Informar e orientar sobre a rotina da UTI-Neo.
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6 – Discussão de caso com a Equipe de Saúde, visando ao parecer psicológico, com o objetivo de fornecer informações de como lidar com a mãe e familiares.
 
7 – Acompanhamento diário da mãe, durante a permanência do RN na UTI-Neo.
 
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8 – Trabalho conjunto com a Assistência Social, quando necessário, referente aos aspectos psicossociais (ex.: falta de recursos financeiros da família para transporte, alimentação e manutenção medicamentosa do RN, entre outros).

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