Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TEORIA DAS ESTRUTURAS I AULA 1 – APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Profª Me. Larissa Galante Dias Bibliografia: • ALMEIDA, M. C. F. Estruturas Isostáticas. 1. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2009. • MARTHA, L. F. C. R. Análise de estruturas: conceitos e métodos básicos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. • SORIANO, H. L. Estática das Estruturas. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2007. • SUSSEKIND, J. C. Curso de Análise Estrututral: Volume 1, Estruturas isostáticas. 2. ed. Porto Alegre: Globo, 1977. PLANO DE AULA TEORIA DAS ESTRUTURAS I Introdução - Tipos de elementos estruturais - Forças e momentos - Graus de liberdade - Trabalho de forças e momentos - Equações de equilíbrio estático para corpos rígidos não articulados em duas dimensões - Aparelhos de apoio - Carregamentos - Esforços - Rotuladas internas Conceito - FORÇA • Força é toda a grandeza capaz de provocar movimento, alterar o estado de movimento ou provocar deformação em um corpo. É uma grandeza vetorial cuja intensidade pode ser obtida pela expressão da física: F = Força m = Massa do corpo a = Aceleração provocada Sendo força um elemento vetorial somente se caracteriza se forem conhecidos: direção sentido módulo ou intensidade ponto de aplicação 𝑭 = 𝒎.𝒂 • Exemplo 1: Força provocando movimento • Exemplo 2: Força provocando deformação Conceito - FORÇA FORÇA PESO • O peso dos corpos é uma força de origem gravitacional que apresenta características especiais: Existem muitas unidades representando forças sendo as mais comuns: N - Newton kN - kiloNewton kgf - kilograma força • Princípio da Ação e Reação: Quando dois corpos se encontram, toda a ação exercida por um dos corpos sobre o outro, corresponde uma reação do segundo sobre o primeiro de mesmo módulo e direção, mas com sentidos contrários, que é a 3ª lei de Newton. CARACTERÍSTICAS DAS FORÇAS • Pode-se observar que estas duas forças têm pontos de aplicação diferentes e, portanto causam efeitos diferentes, cada uma atuando no seu ponto de aplicação. • Princípio da Transmissibilidade de uma Força: Quando se aplica uma força em um corpo sólido a mesma se transmite com seu módulo, direção e sentido em toda a sua reta suporte ao longo deste corpo. CARACTERÍSTICAS DAS FORÇAS • Decomposição das Forças: Qualquer força no espaço pode ser decomposta seguindo três direções que desejarmos. Normalmente, usam-se como referência três direções ortogonais entre si, escolhidas de acordo com a conveniência do problema. . CARACTERÍSTICAS DAS FORÇAS Nestes casos pode-se usar a resultante FR ou suas componentes Fx, Fy e Fz para obter o efeito desejado. • 𝑭 − 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑎 𝑠𝑒𝑟 𝑑𝑒𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎 • x e y – direções ortogonais de referência • α - ângulo formado por F em relação a x; • 𝑭𝒙, 𝑭𝒚 - componentes da força nas direções de x e y. CARACTERÍSTICAS DAS FORÇAS • 𝑭 − 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑎 𝑠𝑒𝑟 𝑑𝑒𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎 • x e y – direções ortogonais de referência • α - ângulo formado por F em relação a x; • 𝑭𝒙 , 𝑭𝒚 - componentes da força nas direções de x e y. A decomposição é feita por trigonometria: 𝑭𝒙 : 𝑭cos α ൘ 𝑭𝒚 𝑭𝒙 = tg α 𝑭𝒚: 𝑭sen α A força 𝑭 decomposta também pode ser chamada de resultante da soma vetorial de suas componentes 𝑭𝒙, 𝑭𝒚. • As forças podem ser classificadas de acordo com a sua origem, modo de se comportar, etc. como, por exemplo, as forças de contato (ex: locomotivas, musculares, etc..) e as de ação à distância (ex: elétricas, gravitacionais, magnéticas, etc.). - Em análise estrutural as forças são divididas conforme esquema abaixo: CLASSIFICAÇÃO DAS FORÇAS FORÇAS EXTERNAS ATIVAS REATIVAS INTERNAS FORÇAS INTERNAS: são aquelas que mantêm unidos os pontos materiais que formam o corpo sólido de nossa estrutura (solicitações internas). Se o corpo é estruturalmente composto de diversas partes, as forças que mantém estas partes unidas também são chamadas de forças internas (forças desenvolvidas em rótulas). FORÇAS EXTERNAS: atuam na parte externa na estrutura: AÇÕES: São forças independentes que podem atuar em qualquer ponto de uma estrutura . Correspondem às cargas as quais a estrutura está submetida, normalmente conhecidas ou avaliadas. Ex: peso do pedestre em uma passarela, peso próprio das estruturas, etc... : REAÇÕES: São forças que surgem em determinados pontos de uma estrutura (vínculos ou apoios), sendo consequencia das ações, portanto não são independentes, devendo ser calculadas para se equivalerem as ações e assim preservarem o equilíbrio do sistema CLASSIFICAÇÃO DAS FORÇAS Equilíbrio Estático de Corpos Rígidos • Existem diversas possibilidades de movimento em um corpo livre no espaço. • Tomando 3 eixos ortogonais como referencia de espaço, e isto se faz necessário por uma questão de classificação e organização de método, pode-se dizer que um corpo no espaço tem 6 possibilidades de movimento ou 6 graus de liberdade. Nestes casos o corpo possui 6 graus de liberdade, pois pode apresentar 3 translações (na direção dos 3 eixos) e 3 rotações (em torno dos 3 eixos). Quando o corpo está submetido a forças atuantes em um só plano, devemos prever o seu equilíbrio neste plano. Supondo um corpo com cargas em apenas um plano, por exemplo, x, y. Neste caso o corpo possui apenas 3 graus de liberdade, pois pode apresentar 2 translações (na direção dos dois eixos) e 1 rotação(em torno do eixo perpendicular ao plano que contém as forças externas). Equilíbrio no Plano Diante de um caso de carregamento plano, e, portanto apresentando 3 graus de liberdade, as condições de equilíbrio se reduzem apenas às equações: 𝐹𝑥 = 0 𝐹𝑦 = 0 𝑀𝑍 = 0 Um corpo está em equilíbrio estático quando as forças atuantes formam entre si um sistema equivalente a zero, isto é, sua resultante e o seu momento polar em relação a qualquer ponto são nulos. Como se costuma trabalhar com as forças e momentos referenciados a um sistema triortogonal de eixos, desta maneira o equilíbrio se verifica se as 6 equações abaixo são satisfeitas: R=0 Mp=0 𝐹𝑥 = 0 𝐹𝑦 = 0 𝐹𝑧 = 0 𝑀𝑥 = 0 𝑀𝑦 = 0 𝑀𝑧 = 0 Equilíbrio Estático de Corpos Rígidos Diagrama de Corpo Livre O objetivo principal de um diagrama de corpo livre é mostrar as forças que atuam em um corpo de forma clara, lógica e organizada. Lembre-se que sempre que há o contato entre dois corpos surge o princípio da ação e reação. Consiste em separar-se o nosso “corpo de interesse” de todos os corpos do sistema com o qual ele interage. Neste corpo isolado são representadas todas as forças que nele atuam, assim como as forças de interação ou de contato. O diagrama do corpo livre define claramente que corpo ou que parte do corpo está em estudo, assim como identifica quais as forças que devem ser incluídas nas equações de equilíbrio. Os elementos estruturais são classificados como: lineares, de superfície e de volume. ELEMENTOS ESTRUTURAIS • Estruturas lineares Unidimensionais (ou reticulares): Estruturas reticuladas são estruturas compostas por elementos unidimensionais, ou seja, em que o comprimento prevalece sobre as outras duas dimensões. TIPOS DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS VIGAS: São estruturas lineares, dispostas horizontalmente ou inclinadas, com um ou mais apoios. Os principais tipos de vigas são: VIGAS Viga simplesmente apoiada: viga com um apoio fixo e um apoio móvel. Viga em balanço: viga com um só apoio, necessariamente um engaste fixo. VIGAS EM BALANÇO OU ENGASTADA VIGAS GERBER • Vigas Gerber: é designada em estática das construções uma viga sobre diversos suportes, compostacom rótulas de forma tal que seus trechos são estaticamente determinados, possibilitando assim a determinação das equações de força cortante e momento fletor apenas pelos princípios da estática. PÓRTICO • Conjunto de elementos estruturais funcionam como uma só peça, havendo transferência de momento. TRELIÇA Treliça é uma estrutura composta por cinco ou mais unidades triangulares construídas com elementos retos cujas extremidades são ligadas em pontos conhecidos como nós. Forças externas e reações consideram-se, de forma simplificada, aplicadas nesses mesmos nós. As forças resultantes nos vários elementos das estruturas são de tração ou compressão. Vínculos/Apoios É todo o elemento de ligação entre as partes de uma estrutura ou entre a estrutura e o meio externo, cuja finalidade é restringir um ou mais graus de liberdade de um corpo. A fim de que um vínculo possa cumprir esta função, surgem no mesmo, reações exclusivamente na direção do movimento impedido. Um vínculo não precisa restringir todos os graus de liberdade de uma estrutura, quem o fará será o conjunto de vínculos. Classificação – Vínculos Os vínculos podem ligar elementos de uma estrutura entre si ou ligar a estrutura ao meio externo e, portanto, se classificam em vínculos internos e externos. Vínculos externos: São vínculos que unem os elementos de uma estrutura ao meio externo e se classificam quanto ao número de graus de liberdade restringidos. No caso espacial os vínculos externos podem restringir até 6 graus de liberdade (GL) e, portanto podem ser classificados em seis espécies. No caso plano o vínculo pode restringir até 3 graus de liberdade (GL) e, portanto se classifica em três espécies. Cargas Atuantes em uma Estrutura Quando se trabalha com uma peça de uma estrutura, devemos ter em mente a sua finalidade e, portanto, devemos avaliar a quantidade de carga que ela deve ser capaz de suportar. Ao conjunto destas cargas damos o nome de CARGAS EXTERNAS ATIVAS. Para que o equilíbrio desta peça seja garantido, devemos vinculá-la, ou seja, restringirmos as possibilidades de movimento da mesma. Em cada vínculo acrescido, surgem as reações na direção do movimento restringido. Estas reações são chamadas de CARGAS EXTERNAS REATIVAS. Cargas Externas Ativas As cargas aplicadas em uma peça de estrutura se classificam quanto ao modo de distribuição em: Concentradas - São aquelas que atuam em áreas muito reduzidas em relação às dimensões da estrutura. Neste caso ela é considerada concentrada no centro de gravidade da área de atuação. Cargas Externas Ativas Cargas distribuídas - São aquelas que atuam em uma área com dimensões na mesma ordem de grandeza da estrutura. Cargas Externas Ativas • Cargas momento ou conjugados - momentos aplicados em determinados pontos de uma estrutura (fixos). Podem se originar de um par de forças, cargas excêntricas ou eixos de transmissão. Cargas Externas Ativas As cargas também se classificam quanto ao tempo de duração em: • Permanentes - Este tipo de carga é constituído pelo peso próprio da estrutura e pelo peso de todos os elementos construtivos fixos e instalações permanentes (revestimentos, pisos, enchimentos, concretos, paredes divisórias e outras). • Acidentais ou sobrecarga - Carga acidental É toda aquela que pode atuar sobre a estrutura de edificações em função do seu uso (pessoas, móveis, materiais diversos, veículos etc.). Cargas Externas Ativas A classificação quanto ao ponto de aplicação fica: • Fixas – atuam sempre em um ponto ou uma região. • Móveis – percorrem a estrutura podendo atuar em vários dos seus pontos. Exemplos são pontes rodoviárias e ferroviárias ou pórticos industriais que suportam pontes rolantes para transporte de cargas. Exercícios Observa-se na figura, três cargas aplicadas a uma viga. A viga é apoiada em um rolete em A e em uma articulação em B. Desprezando o peso próprio da viga, determine as reações em A e B quando Q=75kN. CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL • ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS: número de equações de equilíbrio igual ao número de reações a serem calculadas. • ESTRUTURAS HIPERESTÁTICAS: número de equações de equilíbrio menor que o número de reações a serem calculadas. • ESTRUTURAS HIPOSTÁTICAS: número de equações de equilíbrio maior que o número de reações a serem calculadas. 𝐹𝑥 = 0 𝐹𝑦 = 0 𝑀𝑍 = 0 EQUAÇÕES DE EQUILIBRIO • As componentes são assim denominadas: N - Esforço Normal Q ou V - Esforço Cortante M - (Mz e My) - Momento Fletor Mt – (Mz) - Momento Torsor CLASSIFICAÇÃO DAS SOLICITAÇÕES Esforço Normal (N) • O esforço normal em uma seção de corte é a soma algébrica das componentes de todas as forças externas na direção perpendicular à referida seção (seção transversal), de um dos lados isolado pelo corte na direção do eixo x. • O efeito do esforço normal será de provocar uma variação da distância que separa as seções, que permanecem planas e paralelas. As fibras longitudinais que constituem estas seções também permanecem paralelas entre si, porém com seus comprimentos alterados (sofrem alongamentos ou encurtamentos). O esforço normal será considerado positivo quando alonga a fibra longitudinal e negativo no caso de encurtamento. Esforço Cortante (V) • O esforço cortante em uma seção de referência é a soma vetorial das componentes do sistema de forças de um dos lados do corte (referência), sobre o plano da seção considerada. O efeito do esforço cortante é o de provocar o deslizamento linear, no sentido do esforço, de uma seção sobre a outra infinitamente próxima, acarretando o corte ou cisalhamento da mesma. • Os esforços cortantes (Qy,Qz) serão positivos, quando calculados pelo somatório das forças situadas à esquerda seguem o sentido arbitrado para os eixos e quando calculados pelo somatório das forças à direita forem contrários aos eixos. Momento Fletor (M) O momento fletor em uma seção é a soma vetorial dos momentos provocados pelas forças externas de um dos lados da seção (tomada como referência), em relação aos eixos nela contidos (eixos y e z). O efeito do momento fletor é o de provocar o giro da seção, em torno de um eixo contido pela própria seção. O momento fletor Mz é considerado positivo quando traciona as fibras de baixo da estrutura e My é positivo quando traciona as fibras internas (no caso da esquerda) da estrutura. Momento Torsor (Mt) • O momento torsor de uma seção é a soma algébrica das componentes dos momentos das forças externas de um dos lados da referência, em relação ao eixo longitudinal da peça (eixo x). • O Momento torsor provoca o giro da seção em torno do seu baricentro, ou de todas as seções em torno do eixo longitudinal da peça. MÉTODO DAS SEÇÕES • Ao cortar um corpo por um plano qualquer (a-a), rompe-se o equilíbrio, pois sua cadeia molecular é destruída na seção "S" de interseção do plano com o corpo. Estes esforços são chamados de Solicitações Internas. • Para que as partes isoladas pelo corte permaneçam em equilíbrio, deve-se aplicar , por exemplo, sobre a parte da esquerda, a ação que a parte da direita exercia sobre ela ou seja, resultante de força 𝑅 e resultante de momento 𝑀 . O mesmo deve ser feito com a parte da esquerda cujas resultantes estão também representadas. MÉTODO DAS SEÇÕES O “MÉTODO DAS SEÇÕES” consiste em: 1. Cortar a peça na seção desejada e isolar um dos lados do corte (qualquer um), com todos os esforços externos atuando. 2. Na seção cortada devem ser desenvolvidas solicitações que mantém o sistema isolado em equilíbrio. Arbitramos as solicitações possíveis de serem desenvolvidas(N, Q e M) com suas orientações positivas. Estas solicitações são os valores que devemos determinar. 3. Aplicando as equações de equilíbrio, por exemplo, em relação à seção cortada, determinamos os valores procurados. Observe-se que as solicitações a serem determinadas são em número de 3 e dispomos também de 3 equações de equilíbrio, podendo-se então formar um sistema de 3 equações com 3 incógnitas. Exercícios 1- Calcule as solicitações desenvolvidas na seção intermediária da viga abaixo: DIAGRAMAS DOS ESFORÇOS SOLICITANTES • DIAGRAMAS: é a representação geométrica das variações dos esforços internos ao longo do eixo do elemento. Esses valores em cada seção são representados perpendicularmente ao longo do eixo do elemento. DIAGRAMAS DOS ESFORÇOS SOLICITANTES EXEMPLOS: DIAGRAMAS DOS ESFORÇOS SOLICITANTES 1. 2. 3.
Compartilhar