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Tráfico intencional de pessoas

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TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS 
RESUMO
A presente redação, pautada no principio da dignidade humana, discorre sobre o tráfico internacional de pessoas para fim da exploração sexual e a prática ilegal do comércio de órgãos humanos (tráfico de Órgãos), tratando sobre contexto histórico, legislações internacionais e brasileiras, violação dos direitos humanos. Nesse diapasão, verificou-se que as atitudes adotadas pelo Brasil no combate e prevenção do tráfico de pessoas e atendimento às suas vítimas são recentes. Não obstante, foi possível perceber importante alteração que foi dada a legislação penal brasileira. Segundo estimativas da comunidade internacional, o tráfico internacional de pessoas é a terceira atividade do crime organizado, tendo movimentos anuais de US$ 7 bilhões. Assim, conclui-se que o estudo acerca do tráfico internacional de pessoas é imprescindível para a projeção de medidas adequadas ao urgente enfrentamento do delito e mulheres e crianças para fins de exploração sexual.
Palavras-chave: Tráfico internacional de pessoas. Tráfico de Órgãos. Crime Organizado.
RESUMEN
 En este ensayo, basado en el principio de la dignidad humana, habla sobre la trata internacional de personas para fines de explotación sexual y la práctica ilegal de comercio de órganos humanos (tráfico de órganos), que intenta en un contexto histórico, la legislación internacional y brasileña, la violación de derechos humanos. En este orden de ideas, se encontró que las actitudes adoptadas por Brasil en combatir y prevenir la trata de personas y asistencia a sus víctimas son recientes. Sin embargo, fue posible realizar un cambio significativo se dio con el derecho penal brasileño. De acuerdo con estimaciones de la comunidad internacional, el tráfico humano es la tercera acción del crimen organizado, con movimientos anuales de US $ 7 mil millones. Por lo tanto, se concluye que el estudio de la trata internacional de personas es esencial para la proyección de las medidas adecuadas para hacer frente a la delincuencia urgente y mujeres y niños con fines de explotación sexual. 
Palabras-clave: El tráfico internacional de personas. El tráfico de órganos. El crimen organizado.
		INTRODUÇÃO
O Trafico Internacional de Pessoas acontece no Brasil desde o domínio de Portugal aos territórios africanos em meados do século XV, tendo como objetivo escravizar e comercializar negros, sendo que os portugueses colonizadores do nosso país, já estavam acostumados a traficar mão de obra africana, denominado Tráfico Negreiro.
No período colonial os índios também sofreram, pois foram o alvo principal do trabalho escravo, mas a Igreja Católica se opôs á escravidão indígena, não combatendo a negreira que durou aproximadamente três séculos
Portanto o tráfico de pessoas acontece há séculos, com exploração, privação das vitimas de todos os seus direitos.
Estima-se que 2,4 milhões de homens, mulheres, crianças e adolescentes de ambos os sexos, são traficados para fins de exploração. As vitimas de tal pratica são pessoas de ambos os sexos, adolescentes e até mesmo crianças com vida socioeconômica precária como a falta de educação, emprego, saúde e a luta diária pela sobrevivência sócio econômica.
Centenas de mulheres e crianças são traficadas ilegalmente. A principal característica desta prática é a falsa promessa de um trabalho lucrativo no exterior, ao chegar lá a vitima se depara com a realidade, é mantida em restrição da liberdade, perde totalmente a dignidade, pois as mesmas são mantidas em condições desumanas, escravos do século XXI.
 As principais vítimas são mulheres e crianças, que são atraídas por falsos anúncios, na internet ou convites para participar de seleção de modelos internacionais, encontros casuais que prometem empregos de dançarina, empregada doméstica, babá ou recepcionista de boate no exterior, ganhando em dólares ou euro. Mesmo as que sabem que vão ter que se prostituir se decepcionam com as condições de trabalho, o endividamento, os maus-tratos. No caso das crianças, a maioria é vendida à escravidão sexual por famílias pobres, ou até raptadas para o tráfico e exploração. A falta de oportunidades na questão social são pessoas de risco, seres alvos para este crime que põe em risco os direitos humanos fundamentais.
Protocolo de Palermo, que segundo o artigo 3º, a expressão “tráfico de pessoas” significa:
a) [...] o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso de força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra, para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, os trabalhos ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de órgãos. [grifo nosso]
b) o consentimento dado pela vítima de tráfico de pessoas tendo em vista qualquer tipo de exploração descrito na alínea ‘a’ do presente Artigo será considerado irrelevante se tiver sido utilizado qualquer um dos meios referidos da alínea ‘a’;
c) o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de uma criança para fins de exploração serão consideradas “tráfico de pessoas” mesmo que não envolvam nenhum dos meios referidos da alínea ‘a’ do presente Artigo;
d) o termo “criança” significa qualquer pessoa com idade inferior a dezoito anos.
Esse é um crime que vende seres humanos com lucros bilionários na exploração da pessoa vulneráveis, sob algum meio de ameaça, coerção, fraude, engano, abusa de poder, ou qualquer outra forma, ressaltando que o consentimento da vítima é irrelevante.
Surgem novas modalidades de trafico de pessoas, apresentando diversos meios praticados com outros fins, tais como fins de exploração sexual, fins de remoção de órgãos e também para fins de exploração do trabalho, ou seja, da servidão, escravização e trabalhos forçados.
Através de um relato feito a policia de um homem que iria vender um dos rins e desistiu antes de viajar, relatou o mesmo que estava desempregado e iria comprar caminhões e montar seu próprio negócio, sendo que no mesmo relato, conta que muitos que venderam o rim tornaram-se aliciadores, passando a receber uma comissão de R$ 8 mil. Assim foi descoberto o trafico de pessoas para remoção de órgãos.
Relata o Coordenador Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, Ricardo Lins que os aliciadores possuem um esquema, aonde “só eram aceitos candidatos indicados por doadores anteriores, para manter a segurança” e, que ainda o número de pessoas interessadas em vender o rim cresceu tanto, que os agenciadores, chegaram baixar a metade o valor pago. As vitimas desta pratica, também são coagidas e ameaçadas, contribuindo assim com o aumento do crime e dificultando as investigações.
Conforme foi relatado acima o trafico de pessoas ocorre desde a época da escravidão, onde o superior tem poder no inferior, ao que se refere a poder monetário, sendo que, muitos estados do nosso país são muito pobres, facilitando os aliciadores e “comprarem” pessoas, e os mesmos se “venderem” ou vender, seus órgãos e até mesmo seus filhos, sem que possam enxergar perante a vida precária que levam a complexidade deste crime. 
O Tráfico de pessoas retira a integridade física e moral, a dignidade, levando a vitima a serem exploradas sexualmente, aprisionadas e mantidas sob ameaças. Atinge mulheres, crianças, adolescentes e homens de bem, transformando suas vidas em uma verdadeira escravidão.
Portanto, o alvo desse crime é todo o tipo de pessoas, que ou por ambição, ilusão de uma vida melhor, podem perdê-la. Não vamos alimentar tal crime, façamos nossa parte, Ao saber, denuncie.
REFERÊNCIAS 
Relatório Global do Seguimento da Declaração da OIT sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho– 2005. Disponível em
 Plano nacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas. / Secretaria Nacional de Justiça – Brasília: SNJ, 2008.
COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral – 1.ed. São Paulo: Editora 
Política nacional de enfrentamento ao tráfico de pessoas / Secretaria Nacional de Justiça. — 2. ed. — Brasília : SNJ, 2008. p. 39.
Ibid., p. 7, apud Comissão Européia: Report of the Experts Group on Trafficking in Human Beings(Bruxelas, 22 de dezembro de 2004), p. 53.

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