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O TRAFICO INTERNACIONAL DE MULHERES - Deborah Silvestre

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DA ESCOLA DE DIREITO DO 
CENTRO 
UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA 
 
 FOLHA DE AUTORIZAÇÃO DE DEPÓSITO 
 
Este formulário deverá ser assinado pelo professor (a) orientador (a) e inserido como a primeira 
página do Artigo Científico que será encaminhado via plataforma Canvas para efetivação do 
depósito. O preenchimento correto de todos os campos é obrigatório. 
 
Declaro que o presente trabalho é de minha autoria e que estou ciente da definição de plágio, de 
acordo com o Regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso da Escola de Direito do Centro 
Universitário Newton Paiva. 
 
 
1. Artigo Científico: 
 
Título TRÁFICO INTERNACIONAL DE MULHERES 
 
Autor(a) DEBORAH CRISTINA SILVESTRE DA SILVA 
 
Telefone 
31985747615 
Orientador (a) RONALDO PASSOS BRAGA 
 
 
 
Belo Horizonte, ____/____/____ 
Nome do Orientador (a): 
_______________________________________________________ 
 
Nome do aluno (a): 
_______________________________________________________ 
O TRAFICO INTERNACIONAL DE MULHERES: 
Para fins de exploração sexual 
 
INTERNATIONAL TRAFFICKING IN WOMEN: 
For sexual exploitation 
 
Deborah Silvestre1 
Ronaldo2 
 
RESUMO: O presente trabalho irá apresentar como o tráfico internacional de mulheres acontece, de 
modo a mostrar para quais finalidades este delito é feito. Desta maneira, mostraremos o motivo de as 
mulheres serem as maiores vítimas deste crime, sendo restritas de sua liberdade, para o ato de escravidão 
e exploração sexual. Iremos mostrar o motivo pelo o qual este ato é praticado com tanta frequência, 
mostrando também como isso afeta a sociedade e a economia de cada País da onde essas mulheres são 
retiradas e recolocadas. Nesse intuito, chamaremos à atenção para que a ONU (Organização das Nações 
Unidas) e os Departamentos Nacionais e Internacionais trabalhem com mais afinco para combater este 
crime. Apresentaremos o porquê deste crime aumentar de forma significativa no mundo inteiro, e assim 
concluiremos como que com a iniciativa dos Departamentos responsáveis tal delito pode ser diminuído ou 
até mesmo neutralizado. 
 
PALAVRAS-CHAVE: mulheres; organização das nações unidas; tráfico. 
 
ABSTRACT: This paper aims present how the international trafficking of women takes place, in order to 
show for what purposes this crime is done. In this way, we will show why women are the main victims of 
this crime, being restricted from their freedom, for the act of slavery and sexual exploitation. We will 
show why this act is practiced so often, showing also how it affects society and the economy of each 
country where these women are removed and replaced. With this in mind, we will call attention to the fact 
that the UN (United Nations) and the National and International Departments work harder to combat this 
crime. We will present why this crime has increased significantly all over the world, and thus we will 
conclude how with the initiative of the responsible Departments this crime can be reduced or even 
neutralized. 
 
KEYWORDS: traffic; United Nations; Organization women. 
 
SUMÁRIO: 1 Introdução; 2 O Tráfico de Pessoas no Brasil; 2.1 Perfil das mulheres; 2.2 Principais rotas 
do tráfico de mulheres no Brasil; 3 Tráfico Internacional de Mulheres na Lei Brasileira; 3.1 Tráfico 
Internacional de Mulheres e as ações do Estado Brasileiro; 4 Cooperação Internacional no Combate ao 
Tráfico Internacional de Mulheres; 5 Problemas de Comunicação entre os Estados; 6 Considerações 
Finais; Referências. 
 
 
 
 
1 Estudante do curso de Direito no Centro Universitário Newton Paiva. 
2 Professor Orientador pertencente ao corpo docente do curso de Direito no Centro Universitário Newton 
Paiva 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O presente texto tem como objetivo abordar o crime de tráfico internacional de 
pessoas com enfoque no tráfico de mulheres. Ao longo do presente texto serão 
abordados aspectos como o perfil das mulheres traficadas, no sentido de condição 
socioeconômica, idade, além das principais rotas do tráfico. 
 
Além disso, será abordada a forma como o Código Penal Brasileiro e legislação 
esparsa tratam o tráfico de pessoas bem como as principais ações do Estado brasileiro 
para coibir este crime. 
Será abordado neste texto aspectos relacionados a cooperação internacional entre 
os Estados no sentido de reduzir o crime de tráfico internacional de pessoas, bem como 
o papel de liderança da Organização das Nações Unidas para possibilitar diálogos 
internacionais. 
Os direitos humanos e a dignidade da pessoa são temas tratados 
transversalmente neste trabalho, sendo a Constituição da República peça fundamental 
para a leitura do presente texto. 
A abordagem metodológica será qualitativa, sendo preocupação fundamental a 
interpretação da relação entre a Constituição, as leis brasileiras e os documentos 
internacionais. Quanto aos objetos será utilizada a pesquisa exploratória, que contará 
com o levantamento bibliográfico e análise do que dispõe o Código Penal Brasileiro, 
sendo utilizado o método dedutivo, partindo sempre da leitura doutrinária. 
 
 
2 O TRÁFICO DE PESSOAS NO BRASIL 
 
 
O tráfico de seres humanos não é uma novidade moderna. Há muito tempo e em 
diversos lugares do mundo é possível identificar a utilização de seres humanos como 
mercadoria. Mesmo após o desenvolvimento de ideias humanistas e a disseminação dos 
conceitos que norteiam os direitos humanos, a humanidade ainda convive com este 
crime. 
As maiores vítimas do tráfico humano atualmente são as mulheres e, embora não 
seja a única forma, a exploração sexual é a principal modalidade de tráfico para o 
público feminino. 
Ante este contexto, pode-se afirmar que o tráfico internacional de mulheres, vem 
se constituindo em um verdadeiro mercado que, com objetivos diversos, transforma 
mulheres em simples objetos, atingindo sobremaneira a dignidade dessas vítimas. Os 
objetivos de se traficar estas mulheres são os mais variados, passando pela exploração 
sexual, o trabalho escravo e até remoção de órgãos. 
Há muito pouco tempo a prática de utilizar seres humanos como propriedade 
privada era naturalizada em nosso meio. O Brasil foi o último país americano a abolir a 
prática de escravidão em seu território, em 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei 
Áurea. Após a proibição legal de se traficar pessoas, a prática não desapareceu, 
tampouco passou a ser mal vista imediatamente pelas elites. A retirada à força de 
homens, mulheres e crianças de seus locais de origem para serem vendidos como 
objetos ultrapassou o século XIX e ainda em meados do século XX era prática comum. 
O modus operandi do tráfico de pessoas mudou muito do século XIX para cá, as 
vítimas desse crime, em sua grande maioria, são utilizadas para a exploração sexual e o 
casamento forçado. De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e 
Crimes (UNODC) e a Organização das Nações Unidas (ONU): 
 
As situações de conflito e pós-conflito constituem um terreno fértil 
para o tráfico de seres humanos generalizado e outras formas de 
exploração. Entre as formas mais comuns estão o tráfico para fins de 
exploração sexual e escravidão e o sequestro de mulheres e meninas 
para casamentos forçados. (UNODC, 2020). 
 
Organizações criminosas se utilizam de estratégias e armadilhas para atrair 
mulheres indefesas e em busca de uma vida melhor. O tráfico de mulheres é um crime 
invisível, silencioso, oculto sob o véu de um submundo para um mundo no qual em sua 
grande maioria não tem volta, já que após a chegada da pessoa traficada ao destino 
final, as organizações criminosas se utilizam de coação, ameaças, violência psicológica 
e até mesmo violência física, para fazer dessas mulheres suas prisioneiras, não as 
concedendo qualquer alternativa de escapatória. 
 
 
2.1 Perfil das mulheres 
 
 
De acordo com a Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Criançase Adolescentes 
para Fins de Exploração Sexual Comercial no Brasil (PESTRAF), a maioria das 
mulheres que são traficadas internacionalmente são adolescentes, mulheres adultas 
solteiras, ou separadas judicialmente, sendo a faixa etária entre 15 a 22 anos. Ocorre 
que, para além do tráfico internacional há também a ocorrência do tráfico 
intermunicipal e interestadual, onde essas mulheres são levadas de seus municípios e 
estados, rumando a localidades onde não têm laços de solidariedade estabelecidos, 
consequentemente ficando mais vulneráveis. 
A priori, o tráfico de pessoas no Protocolo de Palermo, conforme a alínea “a” 
Artigo 3 do Decreto Nº 5.017 de 2004, é: 
 
A expressão "tráfico de pessoas" significa o recrutamento, o transporte, a 
transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à 
ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao 
engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega 
ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma 
pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração. A 
exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou 
outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, 
escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de 
órgãos. (BRASIL, Decreto nº5.017/2004). 
 
Sendo uma forma de exploração do corpo e da dignidade das vítimas deste crime. 
No caso das vítimas do sexo feminino, estas são transportadas através de navios, 
avião ou outro meio de transporte, sendo que ao longo do trajeto pode se identificar 
acentuado número de mortes provocadas por atividades de migrantes a cada ano. Muitas 
morrem afogadas, enquanto outros morrem devido a acidentes ou condições extremas. 
Segundo os registros, o Mediterrâneo parece ser a rota mais mortal, com cerca de 50% 
do total de mortes. Muitas também são transportadas por aviões com nomes falsos, 
passaportes falsos e histórias falsas. Algumas mulheres são atraídas para o tráfico e se 
entregam voluntariamente sob falsas promessas de que em outro lugar terão uma vida 
melhor. Muitos criminosos buscam mulheres que, por sua condição de vulnerabilidade, 
pobreza, falta de instrução e de oportunidades causadas pela extrema desigualdade 
social, tornam-se presas mais fácies. Como falsas promessas de empregos que os 
traficantes a induz, e acabam se sujeitando a qualquer tipo de exploração, pois entendem 
que assim irão ter melhores condições de vida. Grande parte dessas já teve ou tem 
algum envolvimento com a prostituição, mais muitas delas também trabalham ou já 
trabalharam com serviços gerais como domésticos. Muitas delas sofreram algum tipo de 
violência ou abandono familiar e encontram na proposta de “trabalho” feita pelos 
criminosos a chance de vida nova. 
 
 
2.2 Principais rotas do tráfico de mulheres no Brasil 
 
 
O Brasil caracteriza-se como um país de origem, trânsito e destino para tráfico 
de pessoas. Em 2014, no Brasil, a Polícia Federal reportou 44 vítimas de tráfico para 
fins de exploração sexual, das quais 26 eram mulheres e 18 eram meninas. Em 2015, 
para os mesmos fins, foram reportadas 101 vítimas, das quais 51 eram mulheres e 50 
eram meninas. E em 2016, 75 vítimas, entre elas 33 eram mulheres e 42 eram meninas. 
Entre 2014 e 2016, 100% das vítimas de tráfico de pessoas relatadas no Brasil eram do 
sexo feminino. O Brasil é hoje o maior "exportador" de mulheres para exploração 
sexual da América do Sul. 
Dados apresentados pela Fundação Helsinque de Direitos Humanos, organização 
não-governamental com sede na Finlândia, mostram que o país é responsável por cerca 
de 15% das mulheres que saem da região para trabalhar em cabarés, casas de 
prostituição. Assim, dados apresentados na 1º Seminário Internacional sobre Tráfico de 
Seres Humanos em Brasilia, calcularam aproximadamente 75 mil mulheres sendo 
exploradas na União Europeia. 
Esse tipo de crime já era volumoso no início do século, sendo as regiões com 
maior exploração justamente as mais pobres do Brasil, conforme os dados no quadro 
abaixo: 
 
 
 
3 TRÁFICO INTERNACIONAL D
 
 
O Código Penal tipificava o crime de tráfico de pessoas para fins de exploração 
sexual, tanto o interno quanto o internacional. Mas o sistema 
para punir os outros crimes correlatos, como escravidão e tráfico de órgãos. A lei 
simplificou o processo. O novo artigo do Código Penal
13.344 de 2016, diz que é crime de tráfico de pessoas, interno e 
“agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, 
mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso”, com o intuito de remove
lhe órgãos, submetê-la a trabalho em condições análogas à de escrav
de servidão, para adoção ilegal ou exploração sexual.
anos de prisão, mais pagamento de multa. A punição é aumentada caso o crim
cometido por funcionário público,
valha da condição de familiar da vítima para atraí
agravada quando a vítima é traficada para o exterior.
FICO INTERNACIONAL DE MULHERES NA LEI BRASILEIRA
tipificava o crime de tráfico de pessoas para fins de exploração 
sexual, tanto o interno quanto o internacional. Mas o sistema de Justiça já trabalhava 
para punir os outros crimes correlatos, como escravidão e tráfico de órgãos. A lei 
O novo artigo do Código Penal, 149-A, incluído pela Lei Nº
diz que é crime de tráfico de pessoas, interno e 
“agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, 
mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso”, com o intuito de remove
la a trabalho em condições análogas à de escravo ou a qualquer tipo 
de servidão, para adoção ilegal ou exploração sexual. A pena prevista é de quatro a oito 
anos de prisão, mais pagamento de multa. A punição é aumentada caso o crim
etido por funcionário público, contra crianças, adolescentes e idosos
valha da condição de familiar da vítima para atraí-la. A penalidade também pode ser 
agravada quando a vítima é traficada para o exterior. 
 
NA LEI BRASILEIRA 
tipificava o crime de tráfico de pessoas para fins de exploração 
de Justiça já trabalhava 
para punir os outros crimes correlatos, como escravidão e tráfico de órgãos. A lei 
A, incluído pela Lei Nº 
diz que é crime de tráfico de pessoas, interno e internacional, 
“agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, 
mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso”, com o intuito de remove-
o ou a qualquer tipo 
A pena prevista é de quatro a oito 
anos de prisão, mais pagamento de multa. A punição é aumentada caso o crime seja 
idosos, por quem se 
. A penalidade também pode ser 
A inovação trazida pelo artigo 149-A do Código Penal está na ampliação do 
enfrentamento ao tráfico de pessoas trabalhando em três eixos: prevenção, proteção à 
vítima e repressão. A mudança mais significativa está na proteção, com a criação de 
uma política completa de assistência às vítimas. 
 
A lei prevê assistência jurídica, social, trabalho e emprego, saúde, 
acolhimento e abrigo provisório, prevenção à revitimização da pessoa e 
atendimento humanizado, nos moldes do que acontece com vítimas de 
estupro — diz Jayme Benjamin. (POZZEBOM, 2016). 
 
Antes da lei 13 344/2016, desde um decreto de 2006, o Brasil já vinha aplicando a 
política de combate ao crime de tráfico humano, com objetivo de lançar luz sobre o 
tema. Conforme Renata Braz, coordenadora-geral de Enfrentamento ao Tráfico de 
Pessoas da Secretaria Nacional de Justiça, vinculada ao Ministério da Justiça e 
Segurança Pública (MJSP), em entrevista para matéria veiculada no site do Ministério 
da Justiça brasileiro, em 2016: 
 
Agora, neste novo ciclo da Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de 
Pessoas, percebemos que o tema adentrou nas rotinas dos órgãos e dos 
diversos atores, que realizam atividades de forma pró-ativa. Demonstra-se,dessa forma, o amadurecimento dessa política pública, apesar de ser recente”, 
assinala a coordenadora. (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2016). 
 
O artigo 1º da lei 13.344/2016 configura tanto o tráfico internacional de pessoas 
(que consiste na prática da retirada de uma vítima do país de origem e transferência para 
o exterior, no sentido de tráfico e/ou exploração sexual), como tráfico interno (quando 
as vítimas são retiradas de suas cidades ou estados, mediante as falsas promessas que 
intencionam a prostituição involuntária). Ambas são 19 exclusivas de uma realidade do 
tráfico de pessoas para fins de exploração. 
Na legislação penal brasileira, o revogado artigo 231 do Código Penal 
caracteriza o crime de tráfico internacional de pessoas para fins de prostituição ou 
exploração sexual sua pena variava entre três a oito anos de reclusão (NOVO, 2018). 
A Lei de Tráfico de Pessoas já se encontrava incluída em tratado internacional, 
sendo utilizada pelo Protocolo Adicional à Convenção da ONU contra o Crime 
Organizado referente à prevenção, repressão e punição do tráfico de pessoas, 
reconhecido no Brasil e promulgado pelo Decreto 5.017/04. Contudo, em relação ao 
compromisso do Brasil internacionalmente, o tráfico de pessoas era coibido 
criminalmente pelo ordenamento jurídico nacional somente no que se referia às formas 
de exploração sexual, através de crimes situados no próprio Código Penal (arts. 231 e 
231-A do CP) (CASTRO, 2016). 
Uma nova publicação e alteração da lei alterou o contexto, fazendo com que o 
Brasil, que se encontrava em atraso com a comunidade internacional, se tornasse isento 
dessa obrigação, determinando mecanismos de prevenção e repressão do tráfico de 
pessoas. Passaram a sofrer punição outras formas de exploração (remoção de órgãos, 
trabalho escravo, servidão e adoção ilegal), representando um grande avanço no 
combate ao tráfico de pessoas, respeitando-se o disposto no artigo 3º do pacto 
internacional. a Lei 13.344/16, no que se dispõe o tratado de direitos humanos, é 
fundamentada em três pilares: prevenção, repressão e assistência à vítima (art. 1º, 
parágrafo único) (CASTRO, 2016). Antes a Lei punia como tal a conduta que 
promovesse ou facilitasse a entrada ou a saída da vítima traficada. Agora, pune apenas 
como tráfico a conduta que visa retirar a vítima do nosso território exportação. 
 
 
3.1 Tráfico Internacional de Mulheres e as ações do Estado Brasileiro 
 
 
A legislação penal brasileira somente se refere ao TRÁFICO DE PESSOAS - 
INTERNACIONAL OU INTERNO - para fins de EXPLORAÇÃO SEXUAL o que é 
uma verdadeira lacuna no que diz respeito à implementação do Protocolo de Palermo. 
De acordo com a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, art. 2°, § 4° 
e 5°, o tráfico interno é o realizado dentro de um mesmo Estado-membro da Federação 
ou de um Estado-membro para outro, mas ainda dentro do território nacional; e o tráfico 
internacional é o realizado entre Estados distintos. 
 
A legislação brasileira é, nesse sentido, omissa, pois não prevê as outras 
modalidades do tráfico de pessoas, a exemplo do tráfico de pessoas para fins 
de trabalho escravo, que é a segunda forma de tráfico mais comum, depois da 
exploração sexual. (United Nations Office on Drugs and Crime, 2009) 
 
Portanto, o tráfico de mulheres (pessoas) não é um crime meio (tem de ter o 
limite de seu reflexo no crime fim, ou seja não pode gerar outros danos serão ele poderá 
ser visto como um crime isolado) ele é um crime autônomo e, de acordo com 
classificação doutrinária, formal, pois se consuma ainda que a exploração não venha a 
acontecer. Ao menos para fins de exploração sexual
do Código Penal. 
Com a nova criação 
Benjamin, em entrevista para a Agência Senado:
 
A lei prevê assistência jurídica, social, trabalho e emprego, saúde, 
acolhiment
atendimento humanizado, nos moldes do que acontece com vítimas de 
estupro 
 
A Lei 13.344 também obriga a efetivação de campanhas socioeducativas e de 
conscientização, com mobiliz
sociedade civil, assim, conforme Pozzebom (2016)
 
A nova lei torna obrigatórios e traz como diretrizes a ação articulada das 
diversas esferas de governo e o trabalho em rede como forma de combate. A 
rede é muito importante para o combate ao tráfico 
 
Afinal, as que mais sofrem esse tipo de crime e exploração são as mulheres do 
grupo social e economicamente negr
acontecer. Ao menos para fins de exploração sexual, nos termos dos arts. 231 e 231
Com a nova criação política, e protetora para essas mulheres, segundo Jayne 
Benjamin, em entrevista para a Agência Senado: 
A lei prevê assistência jurídica, social, trabalho e emprego, saúde, 
acolhimento e abrigo provisório, prevenção à revitimização da pessoa e 
atendimento humanizado, nos moldes do que acontece com vítimas de 
estupro (POZZEBOM, 2016). 
A Lei 13.344 também obriga a efetivação de campanhas socioeducativas e de 
conscientização, com mobilização de todos os níveis de governo e 
sociedade civil, assim, conforme Pozzebom (2016). 
A nova lei torna obrigatórios e traz como diretrizes a ação articulada das 
diversas esferas de governo e o trabalho em rede como forma de combate. A 
e é muito importante para o combate ao tráfico (POZZEBOM, 2016).
as que mais sofrem esse tipo de crime e exploração são as mulheres do 
social e economicamente negras, moradoras da periferia, mulheres com 
, nos termos dos arts. 231 e 231-A 
, segundo Jayne 
A lei prevê assistência jurídica, social, trabalho e emprego, saúde, 
o e abrigo provisório, prevenção à revitimização da pessoa e 
atendimento humanizado, nos moldes do que acontece com vítimas de 
A Lei 13.344 também obriga a efetivação de campanhas socioeducativas e de 
ação de todos os níveis de governo e participação da 
A nova lei torna obrigatórios e traz como diretrizes a ação articulada das 
diversas esferas de governo e o trabalho em rede como forma de combate. A 
(POZZEBOM, 2016). 
 
as que mais sofrem esse tipo de crime e exploração são as mulheres do 
ulheres com baixa 
escolaridade e baixa renda são os mais induzidos. Mais fáceis podemos assim dizer de 
serem conduzidas. 
 
 
4 COOPERÇÃO INTERNACIONAL NO COMBATE AO TRÁFICO 
INTERNACIONAL DE MULHERES 
 
 
Os tratados internacionais são de fundamental importância no combate ao tráfico 
de pessoas, baseados nos direitos universais solidificados pela Declaração Universal dos 
Direitos Humanos (1948). A partir do século XIX, surgem os primeiros tratados visando 
proscrever o ‘infame comercio’ escravagista do Direito das Gentes, como o Tratado de 
Paris entre em Inglaterra e França, sobre o tráfico de pessoas da raça negra e sua 
escravidão, em 1814. 
O comércio de pessoas passou a ser visto como algo desumano, e começou a ser 
reprovado, principalmente pelos pensadores europeus e os grandes filósofos, com 
campanhas abolicionistas que foram sendo propagadas e influenciando as sociedades no 
mundo em busca da abolição. Podem ser citados ainda, nesses primeiros 
desenvolvimentos de proteção internacional, o Programa de Ação para Prevenção da 
Venda de Crianças, Prostituição Infantil e Pornografia, lançando pela ONU em 1992 e a 
Convenção Internacional relativa à repressão do tráfico de mulheres maiores, firmada 
em Genebra, a 11 de outubro de 1933, elaborados pela Liga das Nações. 
Também foi criado o Protocolo de Emenda à Convenção Internacional para a 
Repressão do Tráfico de Mulheres e Crianças (promulgada no Brasil em 1934) e à 
Convenção Internacional para a Repressão do Tráfico de Mulheres Maiores (1947) e por 
último, a Convenção e Protocolo Final para a Repressão do Tráfico de Pessoas e do 
Lenocínio, em Lake Success, Nova York, no ano de 1949. 
 
No seu art. 16, existe uma preocupação por parte dos Estados em adotar 
medidas preventivas de educação, socioeconômicas e ressocialização da 
vítima; in verbis. As Partes na presente Convenção se comprometem a adotar 
medidas para a prevençãoda prostituição e para assegurar a reeducação e 
readaptação social das vítimas da prostituição e das infrações de que trata a 
presente Convenção, bem como a estimular a adoção dessas medidas por seus 
serviços públicos ou privados de caráter educativo, sanitário, social, 
econômico e outros serviços conexos. 
 
 
Logo após a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a situação das 
mulheres no tráfico humana passou a ser observada com mais atenção, passando a ser 
tema recorrentemente abordado em outros locais internacionais, inclusive sendo objeto 
de empenho de países estrangeiros e do próprio Brasil, no combate a prática do tráfico 
internacional de mulheres. 
 
Art. III- Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança 
pessoal. Art. III- Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a 
escravidão e tráfico de escravos serão proibidos em toda as suas formas. Art. 
XIII-Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e 
a ele regressar. 
 
UNODC mantém, desde março de 1999, o Programa contra o Tráfico de Seres 
Humanos, em colaboração com o Instituto das Nações Unidas de Pesquisa sobre Justiça 
e Crime Interregional (UNICRI). O programa coopera com os Estados-Membros em 
seus esforços de combater o tráfico de seres humanos, ressaltando o envolvimento do 
crime organizado nesta atividade e promovendo medidas eficazes para reprimir ações 
criminosas. 
UNODC prioriza as três ação: prevenção, proteção e criminalização. prevenção, 
o UNODC trabalha com os governos, cria campanhas que são veiculadas por rádio e 
TV, distribui panfletos informativos e cria programas para informar mais pessoas para 
fim desse crime. campo da proteção, o UNODC coopera com os países para promover 
treinamento para policiais, promotores, procuradores e juízes e correm atras de 
melhorias para vitimas, testemunhas e proteção da imagem física e psicológica. 
Finalmente, o UNODC busca fortalecer os sistemas de justiça dos países para que o 
maior número de criminosos seja julgado. Mas para tudo isso acontecer eles procuram 
melhorias de leis e nas legislações criminais que as autoridades sejam capaz de inibir a 
ação dos exploradores. 
 
 
5 PROBLEMAS DE COMUN
 
 
O trafico de pessoas vem crescendo ano após ano e o número de rotas para circulação 
das vítimas também. No Brasil existem 241 rotas do tráfico nacional e internacional da 
exploração sexual de mulheres e adolescentes. Como já vimos na pesquisa acima 
lugares mais atingidos são as regiões de grande baixa renda. 
existência de diferentes classificações dos países segundo as rotas de
ser eles de origem, trânsito ou destino, segundo o quadro abaixo:
 
5 PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO ENTRE OS ESTADOS 
rafico de pessoas vem crescendo ano após ano e o número de rotas para circulação 
No Brasil existem 241 rotas do tráfico nacional e internacional da 
exploração sexual de mulheres e adolescentes. Como já vimos na pesquisa acima 
mais atingidos são as regiões de grande baixa renda. possível observar a 
existência de diferentes classificações dos países segundo as rotas de 
origem, trânsito ou destino, segundo o quadro abaixo: 
 
rafico de pessoas vem crescendo ano após ano e o número de rotas para circulação 
No Brasil existem 241 rotas do tráfico nacional e internacional da 
exploração sexual de mulheres e adolescentes. Como já vimos na pesquisa acima 
possível observar a 
 tráfico, podendo 
 
 
É dentro desse espírito que a Senasp, que participa do Comitê Interministerial de 
Enfrentamento à Exploração Sexual
Humanos, trouxe a temática do Enfrentamento do Tráfico de Pessoas e da Exploração 
Sexual para dentro de suas atividades, apoiando projetos elaborados por Estados e 
Municípios na formação de profissionais de segurança pública, na implementação de 
ações preventivas junto às comunidades, assim como no desbaratamento e 
responsabilização das redes criminosa
Em novembro de 2004, este Grupo de Trabalho organizou a realização de uma 
Oficina Nacional sobre o Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de 
Exploração Sexual, em Brasília, no qual participaram representantes das Polícias Civis e 
Militares de todo o país, e das Superintendências das Polícias Federal e Rodoviária 
Federal. O ocurso foi introduzir a temática, de forma integrada, aos profissionais de 
segurança púbica, ficarem mais atentos
trabalho foi dito que a principal solução que se pode ter seria o aprendizado sobre o 
tema e um maior envolvimento dos profissionais da segurança publica de todos os 
Estados. 
Frente a essa realidade global, o Estado brasileiro se viu imbuído de ações para o
enfretamento do tráfico de pessoas desde 2000, após a Convenção das Nações Unidas 
contra o Crime Organizado Transnacional relativo a Prevenção, Repressão e Punição do 
Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças. No mesmo ano, em dezembro, o 
governo brasileiro realizou um seminário internacional em Brasília para discutir o tema 
do tráfico de pessoas sob a ótica do Protocolo de Palermo juntamente com UNDCP 
(United Nation Internacional Drug Control Programme) e CICP (United Nations Centre 
É dentro desse espírito que a Senasp, que participa do Comitê Interministerial de 
Enfrentamento à Exploração Sexual coordenado pela Subsecretaria de Direitos 
Humanos, trouxe a temática do Enfrentamento do Tráfico de Pessoas e da Exploração 
ro de suas atividades, apoiando projetos elaborados por Estados e 
Municípios na formação de profissionais de segurança pública, na implementação de 
ações preventivas junto às comunidades, assim como no desbaratamento e 
responsabilização das redes criminosas. 
Em novembro de 2004, este Grupo de Trabalho organizou a realização de uma 
Oficina Nacional sobre o Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de 
Exploração Sexual, em Brasília, no qual participaram representantes das Polícias Civis e 
Militares de todo o país, e das Superintendências das Polícias Federal e Rodoviária 
Federal. O ocurso foi introduzir a temática, de forma integrada, aos profissionais de 
ça púbica, ficarem mais atentos para a importância de atuação no tema. Nesse 
abalho foi dito que a principal solução que se pode ter seria o aprendizado sobre o 
tema e um maior envolvimento dos profissionais da segurança publica de todos os 
Frente a essa realidade global, o Estado brasileiro se viu imbuído de ações para o
enfretamento do tráfico de pessoas desde 2000, após a Convenção das Nações Unidas 
contra o Crime Organizado Transnacional relativo a Prevenção, Repressão e Punição do 
Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças. No mesmo ano, em dezembro, o 
o brasileiro realizou um seminário internacional em Brasília para discutir o tema 
do tráfico de pessoas sob a ótica do Protocolo de Palermo juntamente com UNDCP 
Internacional Drug Control Programme) e CICP (United Nations Centre 
 
É dentro desse espírito que a Senasp, que participa do Comitê Interministerial de 
coordenado pela Subsecretaria de Direitos 
Humanos, trouxe a temática do Enfrentamento do Tráfico de Pessoas e da Exploração 
ro de suas atividades, apoiando projetos elaborados por Estados e 
Municípios na formação de profissionais de segurança pública, na implementação de 
ações preventivas junto às comunidades, assim como no desbaratamento e 
Em novembro de 2004, este Grupo de Trabalho organizou a realização de uma 
Oficina Nacional sobre o Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de 
Exploração Sexual, em Brasília, no qual participaram representantes das Polícias Civis e 
Militares de todo o país, e das Superintendências das Polícias Federal e Rodoviária 
Federal. O ocurso foi introduzir a temática, de forma integrada, aos profissionais de 
para a importância de atuação no tema. Nesse 
abalho foi dito que a principal solução que se pode ter seria o aprendizado sobre o 
tema e um maior envolvimento dos profissionais da segurança publicade todos os 
Frente a essa realidade global, o Estado brasileiro se viu imbuído de ações para o 
enfretamento do tráfico de pessoas desde 2000, após a Convenção das Nações Unidas 
contra o Crime Organizado Transnacional relativo a Prevenção, Repressão e Punição do 
Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças. No mesmo ano, em dezembro, o 
o brasileiro realizou um seminário internacional em Brasília para discutir o tema 
do tráfico de pessoas sob a ótica do Protocolo de Palermo juntamente com UNDCP 
Internacional Drug Control Programme) e CICP (United Nations Centre 
for Internacional Crime Prevention) que são agências interligadas à ODCCP 
(Organnization Drug Control Crime Prevention) ou UNODC (United Nations Office on 
Drugs and Crime).22 Desse encontro, através dos acordos multilaterais, surgiu o projeto 
elaborado pelo CICP, assinado em 18 de dezembro de 2001 com a validade de um ano e 
possível prorrogação, que teve como objetivo garantir o avanço na implementação das 
ações de enfrentamento ao tráfico de pessoas, acompanhado pelo Secretaria de Direitos 
Humanos e coordenado pela Secretaria Nacional de Justiça, garantindo a 
implementação de ações contra o tráfico de pessoas ). 
Em 2005 o Governo Brasileiro em parceria com a OIT elaborou o Manual Sobre 
Tráfico de Pessoas para Fins de Exploração Sexual. Contudo foi através do Decreto de 
nº 5.948, de 26 de outubro de 2006 que se institui a Política Nacional de Enfrentamento 
ao Tráfico de Pessoas. 
O art. 2º define a expressão “tráfico de pessoas” baseado no Protocolo de 
Palermo. No mesmo artigo no § 2º define “rapto” à luz do Código Penal Brasileiro art. 
148 que consiste na conduta de “privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou 
cárcere privado”. Ainda no art. 2º, § 3º, o legislador define a expressão “escravatura ou 
práticas similares à escravatura”. 
Com relação a legislação brasileira, o Código Penal Brasileiro de 1890 já 
tipificava em seu artigo 278 
 
 o crime de Induzir mulheres quer, abusando de sua fraqueza ou miséria, quer 
constrangendo-as por intimidações ou ameaças, a empregarem-se no tráfico 
da prostituição; prestar-lhe, por conta própria ou de outrem, sob sua ou alheia 
responsabilidade, assistencia, habitação ou auxílios para auferir, directa ou 
indirectamente, lucros dessa especulação.(in verbis). 
 
O tráfico de mulheres no Brasil encontra dificuldades para sua eficácia. Entre 
essas dificuldades está o silêncio dos familiares e das vítimas deportadas que ser 
recusam a serem testemunhas consequentemente dificultando a localização dos 
criminosos e posterior condenação pelos delitos praticados. Com problemas 
psicológicos e medo das possíveis dos integrantes dos grupos criminosos que estão no 
Brasil, que em muitos casos são pessoas próximas, do sexo masculino, podendo ser até 
um amigo, irmão, pai, tio, irmãs, empregadores, além de terem vergonha e da 
discriminação que muitas sofrem, até mesmo pelas autoridades que não são treinadas 
adequadamente para questões que envolvem violações de direitos humanos e ouvi-las 
sem julgamentos e preconceitos, as vítimas não denunciam. 
 
[...]o tratamento das mulheres vítimas de tráfico, quer no âmbito da previsão 
normativa, quer da sua aplicação, está frequentemente condicionado por 
concepções moralistas, sobretudo porque as mulheres prostitutas carregam 
um forte estigma social, vendo os seus direitos civis e humanos a serem 
repetidamente violados[...] 
 
Outro problema enfrentado no combate ao tráfico de mulheres está relacionado 
com as condições das equipes policiais e o direcionamento das mesmas nas 
investigações geralmente são insuficientes para a investigação de crimes internacionais 
e as prioridades das investigações são determinadas pela importância dos crimes. Além 
disso, tem a recusa da vítima no depoimento, e isso prejudica a fase investigativa das 
operações. 
Não podemos deixar de lado o papel das ONGS locais e transnacionais na 
prevenção e conscientização contra o tráfico de mulheres, além do auxílio as vítimas, 
recebendo mulheres em seu país de origem e no primeiro momento em que chegam, são 
apoiadas com comida, alojamento, tratamentos psicológicos e de doenças sexualmente 
transmissíveis, além de acolhimento jurídico. 
Contudo, o e do tráfico de mulheres deve vencer os empecilhos para a sua 
efetividade. O tráfico de mulheres atinge todos os continentes, deve ser um entendido 
com um fenômeno da contemporaneidade, complexo, que fere os direitos de todas as 
mulheres, com suas pluralidades culturais e religiosas, em de todos os estados do 
mundo. 
 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
O fenômeno do tráfico de mulheres e sua abordagem multidisciplinar que trate 
do aliciador, meios do tráfico, funcionários corruptos, legislações nacionais e 
internacionais, discriminação contra o gênero feminino, A prevenção é uma das 
maneiras mais fáceis no combate ao tráfico e para isso a presença de ações que 
contemplem a reinserção de mulheres na população produtiva do país, garantido seus 
direitos trabalhistas e protegendo seus direitos humanos. Criação de campanhas 
informativas sobre a realidade de vítimas do tráfico, conscientizando as vítimas, 
trabalhos psicológicos, informações, sempre frisar que se pode denunciar pois é um 
crime invisível, que podemos trazer ele para ser visível. 
Vemos também que a cultura machista ainda está no nosso meio fazendo com 
que esse crime venha crescer. Que estas mulheres são vistas apenas como meras 
mercadorias para os criminosos e objetos de prazer para seus clientes, muitos destes 
conivente com situação análoga de escravidão em que se encontram. 
Os instrumentos internacionais, tratados e convenções, dispõem de importantes 
no combate ao tráfico de mulheres e tem avançando como relevantes mecanismos na 
atuação da Cooperação Internacional. Onde vamos fortalecer laços existentes entre os 
estados nas comunidades internacionais. O respeito pelos direitos humanos a nível 
interno, com isso os estados precisam também fortalecer suas políticas internas em 
defesa dos direitos humanos e no empenho de combate ao tráfico internacional de 
mulheres, garantindo-lhe uma vida digna, sem violência e em liberdade. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 22 
de out. de 2021. 
 
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Acesso em: 30 de out. de 2021. 
 
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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm>. Acesso em: 
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segue padrão mundial de enfrentamento ao tráfico de pessoas. Brasília, 30 de jul. de 
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anos, indica relatórios. Disponível em: <http://nacoesunidas.org/numero-de-casos-de-
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de 2021. 
 
PEDUZZI, Pedro. Mulheres são 70% das vítimas de tráfico de pessoas em todo o 
mundo. Agência Brasil, 2014. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-
humanos/noticia/2014-12/mulheres-sao-70-das-vitimas-de-trafico-de-pessoas-em-todo-
o-mundo/> Acesso em: 20 de mai. 2021. 
 
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<https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/montesquieu.htm>.Acesso em 01 de nov. de 
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contra-o-trafico-de-pessoas-facilita-punicao-e-amplia-protecao-a-vitima> . Acesso em 
17 de nov. de 2021. 
 
SOUTO, Luiza. Vítimas de tráfico humano aumentam nos dois últimos anos. O 
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humano-aumentam-nos-dois-ultimos-anos-21213894>. Acesso em: 16 de mai. de 2021. 
 
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UNODC. Tráfico de pessoas afeta desproporcionalmente mulheres e meninas no 
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Acesso em 24 de out. de 2021. 
 
UPIS. A evolução histórica do tráfico de pessoas para fins de exploração sexual à 
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<http://ssystem08.upis.br/repositorio/media/ebook/ebook_direito_trafico-pessoas.pdf>. 
Acesso em: 01 de nov. de 2020.

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