Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Procedimentos metodológicos para o desenvolvimento do ar3go cien4fico para Controle da Qualidade Universidade Federal do Piauí Centro de Tecnologia Curso de Engenharia de Produção Disciplina: Controle da qualidade 31/10/2014 Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto 2 Mo3vação Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Imagine que você está num labirinto e que sua meta é achar a saída... ... se alguém lhe perguntasse como poderia sair, o que você faria? 3 Mo3vação Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Ar3go Sem um procedimento claro, estruturado e correto o seu trabalho estará apoiado num castelo de cartas... 4 Mo3vação Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Assim, alguns autores acham que os avaliadores são carrascos que tem o obje3vo de massacrar os ar3gos alheios Os autores não entendem (ou não querem entender) que os seus (fracos) procedimentos dão margem a inúmeras crí3cas 5 A execução dos Procedimentos Às vezes o processo de metodologia de um ar3go pode ser semelhante a... Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto …já outras vezes…. 6 Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Livros/Apos3las adotados para essa aula 7 Sistema de produção de bens e serviços Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Tecnologia Métodos Valor -‐ Mercado Critérios de desempenho Escolha Bens e Serviços Conhecimentos Equipamentos Pessoas Recursos Transformação Avaliação e aperfeiçoamento Adaptado de Fleury (2010); Ganga (2012) 8 Sistema de produção de novos conhecimentos Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Metodologia de Pesquisa Método Ar3go cien4fico Valor -‐ Sociedade Critérios de enquadramento Escolha Novos conhecimentos Conhecimentos Equipamentos Pessoas Recursos Transformação Cria3vidade Intuição Bom-‐senso Adaptado de Fleury (2010); Ganga (2012) Avaliação e aperfeiçoamento 9 Classificações da Pesquisa Cien4fica Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto As pesquisas sofreram diversas classificações com o passar dos anos, além de implementações. Para nossa disciplina de Controle da Qualidade, vamos u3lizar a abordagem clássica da pesquisa Classificação quanto aos obje3vos Classificação quanto a natureza Classificação quanto a abordagem A abordagem clássica u3liza uma série de critérios para as classificações: Classificação quanto aos procedimentos Natureza Abordagem Obje3vos Básica Exploratória Aplicada Descri3va Predi3va Explica3va Procedimentos Survey Experimento Estudo de caso Pesquisa-‐ação Ação Avaliação Quan3ta3va Qualita3va Combinada Classificação da Pesquisa Cien4fica em EP Adaptado de Turrioni & Melo (2012) 10 Modelagem e simulação So( System Methodology 11 Classificações quanto a natureza Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Pesquisa aplicada Pesquisa pura ou básica Obje3va gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prá3ca prevista, envolve verdades e interesses universais (SILVA & MENEZES, 2005; GANGA, 2012). Nesse 3po, o pesquisador está voltado a sa3sfazer a uma necessidade intelectual de conhecer e compreender determinados fenômenos, na pesquisa aplicada, ele busca orientação prá3ca, ele busca orientação prá3ca a solução imediata de problemas de concretos do co3diano (BARROS & LEHFELD, 2007) Obje3va gerar conhecimentos para aplicação prá3ca e dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais (SILVA & MENEZES, 2005; GANGA, 2012). Nesse 3po, o pesquisador é movido pela necessidade de conhecer para a aplicação imediada dos resultados, ou seja, visa a solução mais ou menos imediata do problema encontrado na realidade (BARROS & LEHFELD, 2007). Exemplo: Resolver ou encaminhar a solução do problema de analfabe3smo de uma comunidade rural, a taxa de evasão de alunos de um bairro urbano de periferia onde vive uma população de iletrados -‐> gera conhecimentos uteis a solução de problemas sociais (BOAVENTURA, 2009). CUIDADO: Nem toda a aplicação em chão de fábrica é pesquisa aplicada 12 Classificações quanto aos obje3vos Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-‐lo explícito ou a construir hipóteses (SILVA & MENEZES, 2005; TURRIONI & MELO, 2012). Não requer a elaboração de hipóteses a serem testadas no trabalho, restrigindo-‐se a definir os obje3vos e buscar mais informações sobre determinado assunto de estudo (CERVO et al., 2007). Normalmente é u3lizada quando não se tem dados disponíveis sobre o tema da pesquisa (MORAES & SCHWANKE, 2013). A pesquisa bibliográfica pode ser considerada uma pesquisa exploratória, além de em alguns estudos de caso e estudo-‐ piloto (GANGA, 2012). Pesquisas exploratórias Exemplo: Breve revisões de literatura sobre tema não difundidos 13 Classificações quanto aos obje3vosHélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Essa pesquisa “delineia o que é” e visa descrever as caracterís3cas de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis (TURRIONI & MELO, 2012). A coleta de dados aparece como uma das ferramentas caracterís3cas da pesquisa descri3va, nas quais u3lizam-‐se normalmente técnicas padronizadas, tais como: entrevista e ques3onário (CERVO et al., 2007). Ademais, é normalmente feita na forma de levantamentos ou observações sistemá3cas do fato/fenômeno/processo escolhido (SANTOS, 2007) Pesquisas descri3vas Alguns exemplos: Censos do IBGE, pesquisas eleitorais, pesquisas de avaliação sobre o nível de atendimento do consumidor, pesquisa de mercado sobre lançamento de um novo produto, pesquisa de clima organizacional entre outros (GANGA, 2012). 14 Comparação entre exploratória e descri3va Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Caracterís3cas Exploratória Descri3va Caracterís3cas Métodos Obje3vo Flexível, versá3l Entrevistas com especialistas Descobrir ideias e informações Marcada pela função prévia de hipóteses Dados secundários: análise quan3ta3va Descrever caracterís3cas ou funções do mercado Levantamentos-‐piloto, estudos de caso Levantamentos Dados secundários: análise qualita3va Painéis Pesquisa qualita3va Observação e outros dados Adaptado de Malhotra (2012) 15 Classificações quanto aos obje3vos Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Visa examinar as relações de causa e efeito entre dois ou mais fenômenos, fatos ou variáveis (GANGA, 2012). Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o “porquê” das coisas. (SILVA & MENEZES, 2005; TURRIONI & MELO, 2012). Assume, em geral, a forma de pesquisa experimental (SILVA & MENEZES, 2005) Pesquisas explica3vas ou explanatórias Exemplo: Analisar a relação entre o nível de estoques nas empresas e a polí3ca econômica de um país, pois poderá exis3r uma correlação nega3va entre os níveis de estoque e juros, ou seja, quanto maiores os juros, menores os níveis de estoques nas empresas (GANGA, 2012). 16 Classificações quanto aos obje3vos Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Visa explicar os acontecimentos estudados, permi3ndo a formulação de hipóteses, assim como previsões do que o estudo pode constatar Pesquisas predi3vas Exemplos: Modelos matemá3cos baseados em lógica fuzzy e em redes neurais ar3ficiais, além da maioria dos modelos de simulação (GANGA, 2012) pois partem da hipótese de que um modelo quan3ta3vo pode ser desenvolvido para explicar ou predizer o comportamento de um sistema produ3vo em função dos parâmetros de entrada desse sistema (BERTRAND & FRANSOO, 2009). 17 Classificações quanto aos obje3vos Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Visa resolver um problema-‐social numa tenta3va de fazer algo sobre um fenômeno em par3cular, podendo incorporar outros obje3vos de pesquisa desde que eles encontrem uma solução ou façam alguma coisa (GANGA, 2012). Pesquisas ação Exemplo: Os agricultores familiares do estado do Piauí não possuem conhecimentos em gestão e em cadeia produ3va, o que limita a disseminação de seus produtos. Tendo em vista que as competências de um Engenheiro de Produção estão atreladas a resolver as limitações dos agricultores familiares, o obje3vo da pesquisa é solucionar tais problemas, contribuindo para o meio laboral no qual esses agricultores se encontram. 18 Classificações quanto aos obje3vos Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Visa analisar a eficiência ou eficácia de uma prá3ca ou programa específico, em termos de valores adotados em um determinado local, com o foco na decisão (GANGA, 2012). O autor ainda ressalta que esse 3po de pesquisa está associado ao estudo de caso e pesquisa-‐ação, u3lizando o poder de avaliação do pesquisador, entrevistas, análise documental entre outros. Pesquisas de avaliação Exemplo: Avaliação do impacto da implantação do ERP na diminuição do lead 7me de compras de uma usina de açucar e álcool (GANGA, 2012). ERP = Enterprise Resource Planning 19 Classificações quanto à abordagem Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Pesquisa Qualita3va Pesquisa Quan3ta3va Considera que tudo pode ser quan3ficável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-‐las e analisá-‐las, requerendo o uso de recursos e de técnicas esta4s3cas (SILVA & MENEZES, 2005; TURRIONI & MELO, 2012). Considera que há um vínculo indissociável entre o mundo obje3vo e a subje3vidade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualita3va. Não requer o uso de métodos e técnicas esta4s3cas (SILVA & MENEZES, 2005; TURRIONI & MELO, 2012). Observação: Pode-‐se exis3r pesquisas que mesclem situações quan3ta3vase qualita3vas. Exemplo: Análise fatorial 20 Classificações quanto à abordagem -‐ Observação Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto De acordo com Ganga (2012), algumas pesquisas combinam métodos quan3ta3vos e qualita3vos, o que é cada vez mais comum em pesquisas nas área de Engenharia de Produção (principalmente em gestão de operações e gestão da cadeia de suprimentos). Em relação a Engenharia de Produção, incorporar a predominância de métodos quali-‐quan3ta3vos na pesquisa implica em certa medida, em abandonar a segurança e o alto grau de certeza da dominância dos modelos quan3ta3vos matemá3cos em primeira mão, reconhecer e assumir que a adequada modelagem qualita3va é pré-‐requisito para modelagem quan3ta3va (ENSSLIN & VIANNA, 2008) 21 Classificações quanto à abordagem -‐ Resumo Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Caracterís3cas Abordagem qualita3va Abordagem quan3ta3va Variáveis Propósito Realidade Variáveis complexas e de dizcil mensuração Interpretação Exploração Contextualização Compreensão da perspec3va de outras pessoas Socialmente construída Variáveis podem ser medidas e mensuradas Predição Mensurabilidade Generalização Explicação causal Replicação Fatos e dados têm uma realidade obje3va Método Co l e t a de d ado s u3 l i z a observação ou entrevista semiestruturada Descri3va Indu3va Relato parcial Teste e medição Dedu3vo e experimental Análise esta4s3ca Relato imparcial Con3nua… 22 Classificações quanto à abordagem -‐ Resumo Caracterís3cas Abordagem qualita3va Abordagem quan3ta3va Ênfase na interpretação do entrevistado em relação à pesquisa Importância do contexto da organização pesquisada Papel do pesquisador Maior Maior Pesquisador como instrumento Envolvimento pessoal Compreensão enfá3ca Menor Menor P e squ i s ado r a p l i c a instrumento formais Obje3vo Imparcial Proximidade do pesquisador em relação aos fenômenos estudados Maior Menor Alcance do estudo no tempo Número de fontes de dados Intervalo maior Múl3plas Instantâneo Poucas Ponto de vista do pesquisador Interno à organização Externo à organização Quadro teórico e hipóteses Menos estruturadas Definidos rigorosamente Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Adaptado de Ganga (2012) 23 Classificações quanto aos procedimentos Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto É empregado quando se determina um objeto de estudo, selecionam-‐se as variáveis que seriam capazes de influenciá-‐lo, definem-‐se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto (SILVA & MENEZES, 2005; TURRIONI & MELO, 2012) Pesquisa Experimental Exemplo: A análise dos efeitos colaterais de determinado alimento administrado em um grupo X (BRASILEIRO, 2013). Na engenharia industrial e na qualidade, são u3lizados tanto os experimentos planejados como os não planejados. (GANGA, 2012). O autor ainda relata que o CEP é um exemplo de experimento não planejado e os experimentos completamente casualizados são experimentos planejados. 24 Classificações quanto aos procedimentos Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto É empregada quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer (TURRIONI & MELO, 2012), coletando informações de somente uma parte da população (GANGA, 2012). Normalmente u3liza-‐se o ques3onário Pesquisas de levantamento ou survey Corte-‐ transversal Longitudinal A coleta de dados ocorre ao longo do tempo, em períodos ou pontos especificados, buscando estudar a evolução ou as mudanças de determinadas variáveis ou, ainda, as relações entre elas (GANGA, 2012) A coleta de dados ocorre em um só momento, pretendendo descrever e analisar o estado de uma ou várias variáveis em um dado momento (GANGA, 2012) 25 Classificações quanto aos procedimentos Vários autores destacam que o propósito do estudo de caso enquanto método de pesquisa em engenharia de produção e gestão de operações é promover tanto a construção, teste e ampliação de teorias, quanto a exploração e melhor compreensão de um fenômeno em seus contexto real, daí ser denominado como uma abordagem de pesquisa qualita3va (GANGA, 2012) Pesquisas 3po Estudo de Caso É muito u3lizado para apresentar vivências de grupos, empresas, comunidades, entre outros, recorrendo a instrumentos de coleta como observação, análise de documentos e história de vida (BRASILEIRO, 2013). Portanto, pode-‐se dizer que envolve o estudo profundo e exaus3vo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento (SILVA & MENEZES, 2005; TURRIONI & MELO, 2012) 26 Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Definir uma estrutura teórico-‐ conceitual Conduzir teste-‐piloto Projetar o(s) caso(s) -‐ Selecionar as unidades de análise e contatos; -‐ Escolheros instrumentos para a coleta e análise dedados; -‐ Desenvolver o protocolo de coleta de dados; -‐ Definir meios de controle de pesquisa. -‐ Testar procedimentos para aplicação; -‐ Verificar qualidade dos dados; -‐ Fazer os ajustes necessários. -‐ Definir os construtos a par3r da literatura; -‐ Declarar as hipóteses e proposições (só se for o caso); -‐ Definir as fronteiras da pesquisa: unidades de análise e população e o grau de evolução. Coletar os dados Gerar relatório Analisar os dados -‐ Produzir uma narra3a; -‐ Reduzir os dados; -‐ Construir painel; -‐ Iden3ficar causalidade (quando for o caso). -‐ Desenhar implicações teóricas; -‐ Fornecer informações para a replicação. -‐ Constatar os dados; -‐ Registrar os dados; -‐ Limitar os efeitos do pesquisador. Co nd uç ão d o Es tu do d e Ca so 27 Classificações quanto aos procedimentos Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto É u3lizada quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema cole3vo; os pesquisadores e par3cipantes representa3vos da situação ou do problema estão envolvidos de modo coopera3vo ou par3cipa3vo (SILVA & MENEZES, 2005; TURRIONI & MELO, 2012; BRASILEIRO, 2013). Pesquisas 3po Pesquisa-‐ação É considerada uma pesquisa aplicada gerando conhecimento por meio da elaboração de diagnós3cos, iden3ficação de problemas e busca de soluções dos mesmos (GANGA, 2012). Ademais, é um método de pesquisa qualita3va que cada vez mais se destaca como estratégia de pesquisa adotada em engenharia de produção (MELLO et al., 2012) 28 Técnicas de coleta de dados Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Contudo, antes de coletar os dados é necessário realizar um planejamento antes, isto vai ajudar elucidar as técnicas de coleta Outro problema observado por avaliadores e leitores é a impossibilidade da repe3bilidade do método. Diante disso, evidencia-‐se que o procedimento é limitado ou falho Um dos problemas relatados a metodologia dos ar3gos cien4ficos são técnicas que não deveriam ser usadas na publicação. Os pesquisadores adotam técnicas que não se encaixam na pesquisa e a probabilidade de uma falha metodológica cresce exponencialmente As técnicas de coleta de dados são variadas, porém normalmente as mais u3lizadas são a entrevista, observação e ques3onário 29 Técnicas de coleta de dados – Dicas iniciais Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Seja prá3co e obje3vo: Se você quiser saber alguma informação que pode ser efetuada de forma direta e sem restrição, não se acanhe. Ser prolixo é cansa3vo para quem está passando as informações Crie uma ambiente agradável para a coleta de dados. Se for uma entrevista ou ques3onário, seja cordial e atencioso, mostre sempre uma tranquilidade. Se for uma coleta in loco seja discreto. Sempre busque estruturar a técnica de coleta em partes, seja linear Independente da técnica u3lizada, esteja em sintonia ao tempo de aplicação, abordagem u3lizada e linguagem adotada Teste o instrumento antes da aplicação no público-‐alvo, pois isto permite verificar possíveis erros ou desvios no obje3vo 30 Técnicas de coleta de dados – Entrevista Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Turrioni & Melo (2012) evidenciam diferentes 3pos de entrevista: Estruturada Painel Não-‐ estruturada O entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. O entrevistador repete de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. As perguntas devem ser formuladas de maneira diversa, para que o entrevistado não distorça as respostas com essas repe3ções. O entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido, sendo as perguntas predeterminadas e o entrevistador n ão é livre para adaptar suas perguntas a determinada situação, de alterar a ordem dos tópicos ou de fazer outras perguntas. 31 Técnicas de coleta de dados – Entrevista Degelo Introdução Apresentação do entrevistador e explicação do estudo Perguntas fáceis no início, para o entrevistado “se soltar” Conteúdo principal Pontos principais a serem discu3dos na entrevistas Finalização Questões diretas para esclarecer possíveis dúvidas ou reforçar afirmações do entrevistado Fechamento Explicar como será utlizado o conteúdo da entrevista, dizer se haverá retorno e agradecer Iida (2005) estabelece cinco etapas que podem ser adotadas para uma entrevista Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto -‐ Obter, sempre que possível, algum conhecimento prévio acerca do entrevistado; -‐ Escolher, se possível, o entrevistado de acordo com sua familiaridade ou autoridade em relação ao assunto escolhido; -‐ O entrevistador deve controlar a entrevista, reconduzindo, se necessário, o entrevistado ao objeto de entrevista; -‐ Apresenteinicialmente perguntas que tenham menores probabilidades de provocar recusa ou nega3vismo por parte do entrevistado; -‐ O entrevistado não deve confiar plenamente em sua memória, anotações esporádicas são primordiais; -‐ A entrevista possibilita registrar a aparência, comportamento e a3tudes do entrevistado. 32 Técnicas de coleta de dados – Entrevista Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Cervo et al., (2007) listam alguns critérios em relação a entrevista: 33 Técnicas de coleta de dados – Observação Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Turrioni & Melo (2012) evidenciam diferentes 3pos de observação: Estruturada Par3cipante Não-‐ estruturada Consiste em recolher e registrar os fatos da realidade sem que o pesquisador u3lize meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas diretas, sendo mais empregada em estudos exploratórios Consiste na par3cipação real do pesquisador com a comunidade ou grupo. Ele se incorpora ao grupo e confunde-‐ se com ele Realiza-‐se em condições controladas, para responder a propósitos preestabelecidos, u3lizando vários instrumentos podem ser u3lizados nesse 3po de observação, tais como quadros, anotações, escalas, disposi3vos mecânicos Não-‐ Par3cipante O pesquisador toma contato com a comunidade, grupo ou realidade estudada, mas sem integrar-‐se a ela, ou seja, permanece de fora, sem se envolver 34 Técnicas de coleta de dados – Ques3onários Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto São extremamente u3lizados devido a rapidez de aplicação (em sua maioria), baixo custo e coleta de informações (pra3camente) instantânea Na atualidade, os ques3onários via correio encontram-‐se em processo de redução e os ques3onários via internet estão crescendo cada vez mais. Existem diversas ferramentas que auxiliam este úl3mo 3po de ques3onário, dentre as quais se destaca o Google Docs. Além disso, Ganga (2012) afirma que existem empresas profissionais que dão suporte aos ques3onários realizados pela internet, por exemplo, a Vanguard Vista Sua aplicação pode ocorrer de diversas meios: pessoal, telefônico, e-‐mail, internet e correio (encontra-‐se em desuso). Para decidir qual é o melhor meio, deve-‐se fazer uma comparação entre eles 35 Técnicas de coleta de dados – Ques3onários Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Observação: Existe uma corrente de pesquisadores que colocam em dúvida a confiabilidade de qualquer técnica de coleta de dados que não ofereça uma coleta presencial, ou seja, face a face. Isto decorre da incerteza se o ques3onado de fato respondeu o instrumento (outra pessoa pode ter respondido por ela) Nas pesquisas de Engenharia de Produção e Gestão de Operações que u3lizam ques3onários como instrumento de coleta de dados, é comum que a primeira parte do ques3onário seja formada por questões descri3vas dos respondentes ou da organização em estudo, a fim de se caracterizar, posteriormente, a amostra selecionada. Podem conter perguntas demográficas (pessoa) ou questões iniciais sobre a organização e, por conseguinte, as questões tornam-‐se mais específicas (GANGA, 2012) 36 Ques3onários – Observações na preparação Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Você acha que o tema “Ferramentas Básicas da Qualidade” é interessante e importante para a disciplina Controle da Qualidade? Você necessita entrevistar uma série de funcionários, mas todos dizem que “não tem tempo” Você está ques3onando os funcionários do chão-‐de-‐fábrica de uma indústria X sobre a Qualidade de Vida no Trabalho e pede para o funcionário se iden3ficar Questão de duplo efeito Questão do anonimato Questão do incen3vo Quantas vezes você estudou para a disciplina Gestão da Qualidade nos úl3mos 45 dias? Efeito telescópio São ideais para captar informações obje3vas, pois especificam o conjunto de respostas alterna3vas e o formato de respostas. Além disso, O desenvolvimento de um ques3onário com perguntas estruturadas exige um esforço considerável São ideais para captar diversas informações, contudo deixa margem a uma tendência do entrevistador. Além disso, consomem tempo e a tabulação dos dados ás vezes é demasiada complexa 37 Ques3onários – Estrutura das perguntas Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto O que você acha importante na disciplina Controle da Qualidade? Perguntas não-‐estruturadas A disciplina Controle da Qualidade é? (a) Importante; (b) Não é importante Perguntas estruturadas 38 Ques3onários – Amostragem Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Amostragem probabilís3ca Amostragem não-‐ probabilís3ca São amostragens que podem oferecer boas es3ma3vas das caracterís3cas da população, mas não permitem uma avaliação obje3va da precisão dos resultados amostrais (MALHOTRA, 2012). Normalmente a amostragem é u3lizada de acordo com os critérios do pesquisador, sem um emasamento esta4s3co As unidades amostrais são escolhidas aleatoriamente,podendo pré-‐especificar cada amostra potencial de determinado tamanho que pode ser extraída da população (MALHOTRA, 2012). Amostragem pode ser dividida em dois 3pos: 39 Definição da amostra Amostragem aleatória Amostragem casual É́ a mais u3lizada e também com resultados mais duvidosos, pois é feita sem cuidados especiais Os sujeitos são escolhidos ao acaso, significando que todos os elementos têm iguais probabilidades de figurar a amostra Amostragem estra3ficada É semelhante à aleatória, mas é feita de acordo com uma classificação prévia dos sujeitos Amostragem proporcional estra3ficada As amostras são feitas proporcionalmente ao aparecimento das caracterís3cas da população Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Iida (2005) explicita quatro 3pos de amostragem: 40 Ques3onários – Amostragem Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Há dois fatores inter-‐relacionados que o pesquisador deve considerar no processo de seleção e tamanho de amostra: Nível de confiança (95% ou 99%) e intervalo de confiança (percentual de erro aceitável) (GANGA, 2012) Muitos autores não fazem estudos da relação amostra-‐população em seus ar3gos, abrindo o ques3onamento se suas constatações de fato “refletem” a população estudada Assim, torna-‐se importante calcular o tamanho da amostra necessário para que o estudo seja confiável. Um dos métodos mais u3lizados consiste inicialmente em saber se a população é finita ou infinita. Posteriormente, faz-‐se o cálculo pela proporção existente Situação hipoté3ca: No seu ar3go de Controle da Qualidade, você ques3onou 62 alunos do curso de Engenharia de Produção, num total de 320. Sua amostra é confiável esta3s3camente? 41 Ques3onários – Amostragem Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Se a população é desconhecida Se a população é conhecida 42 Ques3onários – Validação Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto O Teste re-‐teste funciona quando você aplica um ques3onário para uma determinada amostra e após um período de tempo (15 a 30 dias) você reaplica o ques3onário para a mesma população. Os resultados devem ser esta3s3camente confiáveis, ou seja, não pode haver uma grande diferença dos resultados Existe inúmeros métodos de verificar a confiabilidade do ques3onário. Os mais conhecidos são o “Teste re-‐teste” (validação holís3ca) e o “Alfa de Cronbach” (validação interna) O Alfa de Cronbach é aplicado em ques3onário que possuem escalas de avaliação (3po de Likert) e resume-‐se a uma pontuação que varia de 0 a 1. Se o resultado for acima de 0,7 o ques3onário é confiável Situação hipoté3ca: No seu ar3go de Controle da Qualidade, você adapta/desenvolve um ques3onário para ser aplicado aos alunos no curso de Engenharia de Produção. O ques3onário é confiável? 43 Ques3onários – Validação (opcional) Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto Deve-‐se ter cuidado com a análise dos dados de um ques3onário. Antes de qualquer análise, deve-‐se buscar a existência dos outliers no processo e re3rá-‐los da análise. Além disso, alguns ques3onários podem vir com respostas em branco, ou seja, questões que não forem preenchidas pelos respondentes. Não existe um consenso na literatura, mas normalmente se 10% ou mais do ques3onário não for respondido deve ser excluído Existem sowares que fazem o cálculo do Alfa do Cronbach para um ques3onário e verificam a relação dos dados por intermédio do Teste Re-‐teste. Um exemplo bem usado na literatura é o SPSS Algumas observações finais hp://www-‐01.ibm.com/soware/analy3cs/spss/ products/sta3s3cs/downloads.html -‐ Obje3vos; -‐ Procedimentos 44 Livros adotados para essa aula (Biblioteca UFPI) Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marke7ng: uma orientação aplicada. 6ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. Classificação: 658.8; M249p Código da Obra: 034305 2 Exemplares disponíveis da 6 edição, contudo há mais exemplares de edições passadas Classificações abordadas: -‐ Obje3vos; -‐ Procedimentos; -‐ Natureza 45 Livros adotados para essa aula (Biblioteca UFPI) Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia cien3fica. 3ed. Sao Paulo: Pearson Pren3ce Hall, 2007. Classificação: 001.42; B277f Código da Obra: 051443 7 Exemplares disponíveis Classificações abordadas: 46 Livros adotados para essa aula (Biblioteca UFPI) Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto MICHALISZYN, M. S.; TOMASINI, R. Pesquisa: orientacoes e normas para elaboracao de projetos, monografias e ar3gos cien3ficos. 4ed. Petropolis: Vozes, 2008. Classificação: 001.42; M621p Código da Obra: 051395 15 Exemplares disponíveis -‐ Procedimentos Classificações abordadas: 47 Livros adotados para essa aula (Biblioteca UFPI) Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto CERVO, A.L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. Metodologia cien3fica. 6ed. Sao Paulo: Pearson Pren3ce Hall, 2010. Classificação: 001.42; C419m Código da Obra: 001187 20 Exemplares disponíveis -‐ Obje3vos; -‐ Procedimentos Classificações abordadas: 48 Livros adotados para essa aula (Biblioteca UFPI) Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto BOAVENTURA, E. M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertacao, tese. Sao Paulo: Atlas, 2009. Classificação: 001.42; B662m Código da Obra: 054920 4 Exemplares disponíveis -‐ Natureza; -‐ Obje3vos; -‐ Abordagem Classificações abordadas: 49 Livros adotados para essa aula (Biblioteca UFPI) Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto BOAVENTURA, E. M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertacao, tese. Sao Paulo: Atlas, 2009. Classificação: 001.42; B662m Código da Obra: 054920 44 Exemplares disponíveis -‐ Procedimentos; -‐ Obje3vos; -‐ Abordagem Classificações abordadas: 50 Livros adotados para essa aula (Biblioteca UFPI) Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto SANTOS, A. R. Metodologia cien3fica: a construcao do conhecimento. 6ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. Classificação: 001.42; S237m Código da Obra: 034621 20 Exemplares disponíveis -‐ Procedimentos; -‐ Obje3vos Classificações abordadas: 51 Livros adotados para essa aula (Biblioteca UFPI) Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ed. Sao Paulo: Atlas, 2010. Classificação: 001.4; G463c Código da Obra: 023801 34 Exemplares disponíveis -‐ Procedimentos; -‐ Obje3vos; -‐ Natureza -‐ Abordagem Classificações abordadas: 52 Livros adotados para essa aula (Biblioteca UFPI) Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto 19 Exemplares disponíveis -‐ Obje3vos Classificações abordadas: LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia cien3fica. 7ed. Sao Paulo: Atlas, 2010. Classificação: 001.42; L192f Código da Obra: 025394 53 Livros adotados para essa aula (Biblioteca UFPI) Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. H.; LUCIO, P B. Metodologia da pesquisa. 3ed. Sao Paulo: McGraw-‐Hill, 2006. Classificação: 001.4; S192m Código da Obra: 075109 9 Exemplares disponíveis -‐ Obje3vos Classificações abordadas: 54 Referências Hélio Cavalcan3 Albuquerque Neto BENTRAND, J. W. M.; FRANSOO, J. Modelling and simula3on. In: KARLSSON, C. (editor). Researching operatons management. New York: Routledge, 2009. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; DA SILVA, R. Metodologia cien4fica. 6 edição. São Paulo: Pearson Pren3ce Hall, 2007. ENSSLIN, L.; VIANNA, W. B. O design na pesquisa quali-‐quan3ta3va em engenharia de produção – questões epistemológicas. Revista produção online, Vol. 8/ Num. 1, 2008. FLEURY, A. Planejamento do projeto de pesquisa e definição do modelo teórico. In: MIGUEL, P. A. C. (Coord.) Metodologia da pesquisa em engenharia de produção e gestão de operações. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2010. GANGA, G. M. D. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na engenharia de produção: uma guia prá3co de conteúdo e forma. São Paulo: Atlas, 2012. IIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. 2ª ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marke3ng: uma orientação aplicada. 6ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. MELLO, C. H. P. TURRIONI, J. B. XAVIER, A. F; CAMPOS, D. C. Pesquisa-‐ação na engenharia de produção: proposta de estruturação para sua condução. Produção, v. 22, n. 1, p. 1-‐13, 2012. SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação, 4. ed. Florianópolis: UFSC, 2005. TURRIONI, J. B.; MELLO, C. H. P. Metodologia de pesquisa em engenharia de produção. Programa de Pós-‐Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Itajubá, 2012.
Compartilhar